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XXII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétri

SENDI 2016 - 07 a 10 de novembro


Curitiba - PR - Brasil

Giancarlo Covolo Heck Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento giancarlo.c@lactec.org.br

Oscar Kim Junior Copel Distribuição S.A. oscar.kim@copel.com

Roger Pinto Siqueira Copel Distribuição S.A. roger.siqueira@copel.com

Bruno Cortes Lopes Siqueira Copel Distribuição S.A. bruno.siqueira@copel.com

Luiz Marcelo Padilha Copel Distribuição S.A. marcelo.padilha@copel.com

Mauricio Biczkowski Copel Distribuição S.A. mauricio.biczkowski@copel.com

Emerson José Carli Copel Distribuição S.A. carli@copel.com

Dilmari Seidel Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento dilmari.s@lactec.org.br

Lourival Lippmann Junior Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento lourival.lippmann@lactec.org.br

Bruno Marchesi Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento marchesi@lactec.org.br

Priscila Facco de Melo Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento priscila.melo@lactec.org.br

Rodrigo Jardim Riella Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento riella@lactec.org.br

Sistema Automatizado de Gerenciamento de Ordens de Proteção da Distribuição - GEPROTEC

Palavras-chave

Integração de sistemas
Parametrização da proteção
Rede de distribuição
Rede de engenharia
Sistema automatizado

Resumo

Devido à necessidade constante em se aumentar a qualidade no fornecimento de energia elétrica, bem como de
aprimorar os processos de cálculo e de envio de parâmetros de proteção aos equipamentos da rede de
distribuição, este trabalho apresenta o desenvolvimento de um sistema integrado e automatizado para
gerenciamento de ordens de proteção da rede de distribuição da COPEL, que envolve desde a integração do
sistema de cadastro da rede georreferenciada com o sistema de auxílio de cálculo de parâmetros de proteção,
até a implantação de pilotos de teste de uma rede de engenharia, a qual permite o ajuste remoto dos parâmetros
de proteção nos equipamentos de campo.

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1. Introdução

Empresas concessionárias de energia elétrica têm recebido pressão constante dos seus consumidores e das agências
reguladoras quanto ao aumento da qualidade no fornecimento de energia elétrica e da consequente redução no número
e na duração das interrupções. Neste sentido, uma das medidas adotadas pelas empresas para melhorar a qualidade no
fornecimento de energia é adicionar equipamentos de automação e proteção ao longo das redes de distribuição de
energia elétrica.

Tais equipamentos são gerenciados a partir dos centros de operação da distribuição (CODs) por meio de um sistema
SCADA ou de um sistema de gerenciamento da distribuição (DMS - Distribution Management System), de onde são
comandados (ligados, desligados e chaveados), manualmente ou mesmo automaticamente, de modo a maximizar o
fornecimento de energia elétrica. Por outro lado, as funções de proteção dos equipamentos não são parametrizáveis por
meio da rede de automação, sendo na maioria dos casos efetuadas por portas de comunicação distintas nos
equipamentos, que em alguns casos estão localizadas em seus painéis frontais.

Atualmente, o processo de reparametrização das funções de proteção dos equipamentos das subestações e da rede de
distribuição de energia elétrica da Copel é executado in loco, sendo necessário que equipes especializadas se
desloquem até o local, conectem um microcomputador no equipamento e efetuem a reparametrização. Adicionalmente,
o parque de equipamentos instalados é bastante heterogêneo, o que dificulta o processo, uma vez que para cada
modelo de equipamento (normalmente de fabricantes distintos) existem softwares, protocolos e formas de acesso
diferentes.

Além disto, a definição dos valores dos parâmetros de proteção é determinada para a configuração normal de uso de
um trecho de distribuição, por meio de uma série de cálculos manuais. E, ocorrendo casos de reconfiguração da rede,
quer seja de modo manual ou automático, não é incomum que a rede na nova configuração fique inadequadamente
protegida. O que pode provocar o desligamento de regiões maiores do que o necessário caso ocorra novo defeitos sobre
a rede manobrada, prejudicando a qualidade do fornecimento como um todo.

Atualmente, a atualização dos parâmetros dos equipamentos de proteção é realizada apenas quando ocorrem
mudanças permanentes na configuração da rede, não se viabilizando para os casos de defeitos acidentais na rede que
geram manobras com isolamento de trechos defeituosos e transferência de trechos bons para outros alimentadores.
Esta situação de manobra por vezes pode se manter por longos períodos, desde horas até dias, e os equipamentos
permanecem inadequadamente parametrizados para a configuração de contingência, em geral, não apresentando
coordenação de proteção com outros equipamentos do alimentador para o qual foram transferidos. Situação semelhante
ocorre em casos de desligamentos de trechos para a execução de manutenções programadas ou de melhorias, cuja
duração pode ultrapassar o período de um dia.

Para melhorar a qualidade e segurança no fornecimento de energia, bem como modernizar as ferramentas e agilizar o
trabalho de definição da coordenação, da seletividade e da sensibilidade, garantindo o correto ajuste das proteções, foi
desenvolvido e implantado o sistema automatizado de gerenciamento de ordens de proteção da distribuição –
GEPROTEC, apresentado em detalhes na seção desenvolvimento.

Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia
Elétrica, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL e de acordo com Manual do Programa de
Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica, editado pela ANEEL, em maio de 2008.

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2. Desenvolvimento

O sistema GEPROTEC foi concebido para facilitar o processo de estudo de parâmetros de proteção, bem como a
implantação dos novos ajustes nos equipamentos instalados em campo, sendo composto pelas seguintes funções e
integrações:

1) Software de cálculo de parâmetros de proteção – NIX: software que permite a execução de estudos em
alimentadores em uma tensão ou em duas tensões simultaneamente (13,8 e 34,5 kV), além de considerar as
contribuições de clientes industriais e gerações distribuídas que estejam conectadas ao circuito alimentador em
estudo.

2) Integração com a base de dados georreferenciada de dados de cadastro da rede – GEO: permite que
os estudos de proteção efetuados no software de cálculo de parâmetros considerem sempre o estado atual da
rede.

3) Integração com o sistema de registro de Ordens de Proteção WEB – OPW: permite que os dados de
ajustes sejam transferidos DE e PARA o software de cálculo de parâmetros, facilitando o trabalho do usuário,
pois não necessita transcrever valores entre as telas de diferentes software e/ou sistemas.

4) Integração com o Sistema de Operação da Distribuição da Copel – SOD: permite a leitura das Ordens
de Manobra (OMBs) e a antecipação de estudos sobre trechos de rede que serão manobrados de forma
programada.

5) Rede de Engenharia: meio de comunicação que disponibiliza o acesso às portas de parametrização dos
equipamentos de proteção instalados em campo, permitindo o ajuste remoto dos parâmetros de proteção.

Com base nas funcionalidades acima descritas foram criadas duas formas de operação do sistema GEPROTEC, a
primeira que ocorre de maneira semiautomática e a segunda que consiste em interações manuais. O ciclo de operação
automatizado do sistema é apresentado no diagrama da figura 1.

Figura 1 – Ciclo de Operação do Sistema GEPROTEC.

No diagrama, os quadros em azul indicam operação automática e os em verde indicam operação manual. O ciclo de

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operação é iniciado pelo quadro azul do topo da figura e prossegue sua execução em sentido horário. O fluxo das ações
segue o seguinte roteiro:

O sistema carrega, caso existam, as ordens de manobra (OMBs) do Sistema de Operação da Distribuição (SOD);
O sistema carrega os alimentadores envolvidos em uma ordem de manobra, aplica a sequência da manobra
sobre as chaves dos alimentadores e submete a configuração de rede resultante ao software de cálculo de
parâmetros para recálculo de ajustes desta nova configuração;
Após o recálculo, caso os novos ajustes calculados para os equipamentos de proteção envolvidos possuam um
determinado índice de diferença em relação aos ajustes vigentes, são emitidas novas Ordens de Proteção
(OPRs) para os equipamentos com os novos ajustes calculados;
Um profissional da área de proteção deve então verificar e validar os novos ajustes calculados;
E ao final do ciclo, novas OPRs ficam disponíveis para implantação em momento oportuno, utilizando-se a rede
de engenharia.

No início do desenvolvimento deste trabalho previa-se a implementação da detecção automática da necessidade de


reparametrização das proteções para situações de manobra em alimentadores, via monitoração dos estados das chaves
e de dados lidos dos equipamentos de proteção da rede, contudo, verificou-se em reuniões com as equipes de operação
da rede, que o processo de manobrar as redes ocorre muito dinamicamente, principalmente sobre a ocorrência de
situações de emergência, característica que torna inviável a monitoração on-line do estado da rede para a proposição de
novos ajustes de proteção, sendo assim, esta abordagem foi descartada.

Software de Cálculo de Parâmetros - NIX

Na forma de operação manual, um usuário do sistema, normalmente da área de proteção, inicia a execução do software
de cálculo de parâmetros e seleciona qual(is) circuito(s) alimentador(es) deseja para efetuar o estudo, conforme ilustrado
na figura 2.

Figura 2 – Exemplo de seleção de Circuito Alimentador para estudo.

Após a seleção dos circuitos alimentadores desejados o software efetua o carregamento dos dados da rede de
distribuição de energia, disponibilizados previamente pela interface criada com o sistema GEO, e apresenta em sua tela

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principal as seguintes informações: no lado esquerdo da tela a barra de ferramentas do software, no centro da tela uma
imagem da topologia georreferenciada dos trechos do(s) alimentador(es) selecionado, e no lado direito da tela o
coordenograma das proteções existentes, conforme ilustrado pela figura 3.

Figura 3 – Tela inicial do software de cálculo de parâmetros de proteção - NIX.

O software permite também a visualização dos componentes de rede na forma de diagrama unifilar, bem como exibe o
diagrama de conexões interno de uma Subestação selecionada, como ilustrado na figura 4.

Figura 4 – Diagrama interno de uma Subestação.

Após utilizado o software para a realização do estudo das proteções no local selecionado, são geradas relações de
equipamentos a serem ajustados, como por exemplo uma relação de fusíveis que devem ser substituídos, bem como
são informados quais parâmetros de proteção devem ser ajustados para o caso de equipamentos de proteção como
relés e religadores. Neste último caso, como foi desenvolvida no projeto a integração entre o software de cálculo de

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proteções e o sistema de registro de Ordens de Proteção WEB (OPW), basta que o usuário pressione o botão “Enviar
para o OPW” para que o software transmita os parâmetros a serem ajustados nos equipamentos e seja criado um novo
registro de ordem de proteção no sistema OPW. Por segurança, como o novo registro de ordem de proteção é criado no
OPW via interface, esta ordem de proteção é criada na situação “Rascunho”, sendo necessário que um usuário da área
de proteção valide as informações carregadas antes de passar a ordem de proteção para a situação “Vigente”.

OPW - Ordens de Proteção WEB

O sistema OPW é responsável pelo registro dos documentos de Ordem de Proteção (OPRs) emitidos para os
equipamentos de proteção (relés e religadores) instalados na rede de distribuição da Copel. Para todos os documentos
criados, quer seja por meio da interface com o software de cálculo de parâmetros ou diretamente no sistema, uma vez
conferidas as informações da ordem de proteção e atribuída a situação “Vigente” ao documento, a ordem de proteção
fica pronta para ser aplicada no equipamento de proteção para o qual foi emitida. A figura 5 ilustra a tela do sistema
OPW com uma ordem de proteção emitida para um religador padrão microprocessado.

Figura 5 – Exemplo de ordem de proteção no sistema OPW.

Após a emissão das Ordens de Proteção, tanto no fluxo de operação semiautomático quanto no fluxo de operação
manual, deve ser realizada a implantação dos novos ajustes de parâmetros de proteção nos equipamentos por meio do
uso da rede de engenharia.

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Rede de Engenharia

A rede de engenharia é parte importante do desenvolvimento do projeto porque é por meio dela que é possível efetuar a
atualização e a verificação dos parâmetros de ajuste das proteções, bem como podem ser lidos os registros de eventos
e de oscilografias, úteis para a execução de análises de ocorrências e de localização de faltas, por exemplo.

Neste projeto foram testados modelos de arquiteturas de comunicação para redes de engenharia que atenderam tanto
ao parque legado de equipamentos, parametrizados por meio de portas seriais e protocolos proprietários, onde adotou-
se uma solução sem fio, quanto aos novos modelos de equipamentos, que possuem disponíveis portas ethernet e
protocolos padronizados como o IEC 61850, sendo instalados um total de 8 pilotos para a rede de engenharia.

Para a determinação das arquiteturas de comunicação a serem testadas nos pilotos da rede de engenharia, a equipe do
projeto efetuou reuniões com especialistas da área de automação da Copel Distribuição, com os objetivos de: verificar a
situação atual do parque de equipamentos instalados (tipos e portas de comunicação disponíveis), alinhar as
experiências obtidas no desenvolvimento de outros projetos, bem como levantar as tendências tecnológicas para a
implementação desta rede.

Quanto aos tipos de equipamentos e portas de comunicação disponíveis, verificou-se que o parque instalado na Copel é
bem heterogêneo (diversas marcar e modelos) e que na maioria dos casos o acesso de reparametrização dos
equipamentos é realizado por uma porta serial frontal e utilizando-se dos softwares dos fabricantes. No entanto, novas
compras de equipamentos na Copel já incluem em suas especificações a compatibilidade com o protocolo de
comunicação IEC 61850, visando a modernização do parque instalado e as expansões da rede, bem como a
padronização da comunicação com os equipamentos.

Ao final dos estudos foram elaborados dois modelos de soluções de comunicação para a criação da rede de engenharia,
como ilustra a figura 6.

Figura 6. Modelo 1 (esquerda), serial x wifi conectado na porta frontal,

modelo 2 (direita), compartilhamento de cabo IP (ethernet).

Os modelos indicam a utilização de um micro de armazenamento (MA) por subestação para efetuar a coleta de dados
dos equipamentos e permitir a reparametrização dos mesmos (utilizando-se dos softwares dos próprios fabricantes para
executar estas tarefas). Dois micros de armazenamento podem ser utilizados para fornecer redundância à solução. A
base da infraestrutura da rede a ser utilizada é a própria rede de automação (experimentalmente foi utilizada a rede

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corporativa), sendo necessário um servidor central para a coleta programada dos dados armazenados nos MAs das
subestações (SEs). Os modelos apresentados se diferenciam pelos diferentes meios de conexão possíveis entre o MA e
os equipamentos, serial x wifi para o modelo 1, ilustrado no lado esquerdo da figura 6, e fibra óptica ethernet para o
modelo 2, ilustrado no lado direito da figura 6.

O modelo 1 visa atender às instalações nas quais os equipamentos somente podem ser reparametrizados por meio de
portas seriais (normalmente frontais). Neste modelo, para uma SE, são necessários um micro de armazenamento, um
ponto de acesso wifi de alta potência, um adaptador USB x wifi de alta potência para o MA (caso o MA seja instalado
afastado do ponto de acesso) e conversores de meio serial x wifi, uma unidade por equipamento.

O modelo 2 visa atender ao caso onde os equipamentos possuem conexão ethernet e esta ligação permite o
compartilhamento do meio, o que possibilita que sejam criadas duas conexões distintas com o equipamento, uma para a
automação e outra para a reparametrização e leitura de dados (rede de engenharia). Para este modelo, em cada SE, é
necessário basicamente a utilização do micro de armazenamento, pois o restante da estrutura será compartilhada com o
pré-existente na rede de automação.

Para a escolha dos locais de instalação foram efetuadas diversas reuniões com especialistas das áreas de automação e
proteção da Copel Distribuição, com o intuito de escolher locais que permitissem o teste de soluções de comunicação
variadas, bem como contemplassem circuitos alimentadores com possibilidade de interligação e transferência de trechos
entre os mesmos, pois estas características eram desejáveis para as demais etapas do projeto Geprotec. A tabela 1
apresenta a relação dos locais escolhidos.

Tabela 1. Locais de instalação dos pilotos da rede de engenharia.

A escolha dos equipamentos para a instalação dos pilotos da rede de engenharia foi guiada pelos seguintes fatores:
atendimento às especificações técnicas da Copel Distribuição para o caso dos computadores industriais utilizados como
micros de armazenamento, bem como pelo custo benefício e qualidade para o caso dos demais equipamentos (pontos
de acesso wifi, adaptadores USB x wifi e conversores de meio serial x wifi ou ethernet wifi).

A especificação para a compra de microcomputadores industriais na Copel Distribuição indica, entre outras, as
seguintes características técnicas mínimas:

Processador Intel Atom N270, 1.6 GHz;


Duas portas Gigabit Ethernet, RJ45;
2GB de memória RAM DDR2 533MHz;
Armazenamento do tipo SSD, mín. de 80 GB;
Quatro portas USB, padrão 2.0;
Não possuir ventiladores (fanless).

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Para o projeto, optou-se por testar modelos de microcomputadores industriais de modelos e de fabricantes variados, e
em alguns casos, com menos rigor no atendimento a algumas especificações, com o intuito de ampliar as possibilidades
de equipamentos que suprem as necessidades de um micro de armazenamento.

Para a implementação do meio de comunicação sem fio foram selecionados equipamentos que atenderam ao fator
custo benefício, visto que apresentaram boa qualidade e baixo custo. Cabe ressaltar que foram encontradas opções de
menor preço, mas que não davam garantias de operação ou que eram pouco conhecidas, assim como opções de alto
custo e que possuíam as mesmas características dos equipamentos selecionados, por vezes apresentando apenas um
acabamento mais robusto.

Para os testes de equipamentos de diferentes modelos e fabricantes não houve a necessidade de nenhuma aquisição,
todos os equipamentos utilizados foram cedidos gentilmente pelo departamento da Automação da Copel Distribuição por
serem equipamentos disponíveis em estoque como peças de reposição, sendo que todos serão devolvidos ao final da
execução do projeto. A tabela 2 exibe a listagem de equipamentos utilizados nos testes em bancada e na montagem dos
pilotos da rede de engenharia.

Tabela 2. Lista de equipamentos utilizados nos testes.

Mais detalhes sobre os equipamentos utilizados, bem como sobre a instalação dos pilotos em campo podem ser obtidos
em [1], trabalho que tratou exclusivamente sobre a rede de engenharia.

Em laboratório, foram realizados levantamentos amostrais da qualidade da comunicação entre equipamentos e micros
de armazenamento, através da medida da taxa de falhas de comunicação durante a transferência de arquivos de
oscilografias, considerando-se diferentes meios e velocidades.

Os resultados dos testes em laboratório, bem como dos testes efetuados em campo, indicaram que as redes sem fio
wifi operam adequadamente em ambientes de subestações, em diferentes condições de instalação e com variados tipos
e modelos de equipamentos, apresentando-se uma opção viável para a implantação de uma rede de engenharia,
principalmente tratando-se da conexão de equipamentos que somente podem ser reparametrizáveis por meio de portas
de comunicação seriais.

3. Conclusões

Este projeto foi aplicado no ambiente de distribuição de energia da COPEL Distribuição e pode ser replicado em redes
de distribuição de outras concessionárias de energia, novas ou existentes, nacionais ou internacionais, bastando que se
realize as atividades de integração com as bases de dados dos sistemas de automação (SCADA ou DMS) e de cadastro
da rede de distribuição (georreferenciado).

Embora o sistema já esteja implantado, não houve tempo hábil até a elaboração deste trabalho para determinar os
ganhos reais de produtividade e economia de recursos com as equipes da área de proteção e automação da COPEL,

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contudo, estima-se que os estudos de proteção possam ter seu tempo de execução reduzidos em até 80%.

Quanto ao benefício econômico da implantação de uma rede de engenharia em subestações de distribuição de energia
elétrica, para uma empresa do porte da Copel Distribuição, estima-se que pode-se obter uma redução de custos com o
deslocamento de equipes que fazem reparametrizações e vistorias de equipamentos em campo de cerca de R$
290.000,00 por ano, equivalentes a aproximadamente 580 atuações anuais a um custo médio de R$ 500,00 cada. O que
corresponde a 20% do total de equipamentos instalados, que no momento da escrita do projeto estava em torno de 2900
equipamentos.

Com a execução deste trabalho foi possível verificar que é tecnicamente viável a implantação de uma rede de
engenharia para acesso à equipamentos em subestações de distribuição de energia elétrica, utilizando-se redes de
comunicação sem fio para o caso de equipamentos que somente podem ser reparametrizados por meio de portas seriais
ou o compartilhamento de cabos ópticos ethernet para o caso de equipamentos mais novos ou que aderem à norma IEC
61850.

Como um todo, a rede de engenharia em conjunto com uma maior precisão e agilidade no processo de definição dos
parâmetros de ajuste de proteção, pela utilização do sistema GEPROTEC, permitirá também a redução dos índices de
DEC, de FEC e de tempo médio de atendimento (TMA) devido à redução no tamanho dos trechos de alimentadores
desligados no momento da ocorrência de falhas no fornecimento de energia elétrica, e consequentemente, reduzindo o
número de clientes desligados, o que implica em aumentar o faturamento e melhorar a imagem da empresa perante a
sociedade.

4. Referências bibliográficas

[1] HECK, Giancarlo C.; et al. Avaliação de Sistemas de Comunicação para a Implementação de Redes de Engenharia
em Subestações de Distribuição. VIII Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica, VIII CITENEL, Costa do
Sauípe, 2015.

[2] SOUZA, B. A. de; OLIVEIRA, N. L. da S.; LEITE, L. R. P. A Coordenação da Proteção de Sistemas de Distribuição
como um Problema de Otimização, Anais do III Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos (SBSE/2010), Belém-PA, Maio
2010.

[3] IEC 61850 Ed. 2 - Communication networks and systems for power utility automation, all parts, 2009.

[4] PEREIRA, A. C.; ABBOUD, R.; PELLIZZONI, R.; ZANIRATO, E.; CACERES, D. Sistemas de Proteção e Automação
de Subestações de Distribuição e Industriais Usando a Norma IEC 61850, Anais do XIII ERIAC - Décimo Tercer
Encuentro Regional Iberoamericano de Cigré, Puerto Iguazú, Argentina, Maio 2009.

[5] SANTOS, L. F.; PEREIRA, M. Integração de Funções de Proteção e Controle Utilizando Recursos da Norma
IEC61850 - Possibilidades e Desafios, Anais do IX STPC - Nono Seminário Técnico de Proteção e Controle - Belo
Horizonte-MG, Junho 2008.

[6] SANTOS, L. F.; PEREIRA, M. Uma Abordagem Prática do IEC 61850 para Automação, Proteção e Controle de
Subestações, Anais do VII SIMPASE - Sétimo Simpósio de Automação de Sistemas Elétricos, Salvador-BA, Agosto
2007.

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[7] COURY, D. V.; OLESKOVICZ, M.; GIOVANINI, R. Proteção Digital de Sistemas Elétricos de Potência: dos Relés
Eletromecânicos aos Microprocessados Inteligentes, USP/EESC, 2007.

[8] YUAN R.; XU Z. Research on the On-line Coordination of Relay Protection and Integrated Manage System, Power
System Technology, 2006. PowerCon 2006. 22-26 Oct. 2006.

[9] KOEHLER, M.; OLIVEIRA, C. C. B. de (orient). Impactos no sistema de proteção da rede de distribuição com a
ligação de pequenas centrais hidrelétricas. São Paulo, 2006. 160 p.

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