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ATERRAMENTOS ELÉTRICOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - DEE


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – CEE

Conceitos em Condições de Baixa Frequência:


Resistividade do Solo e Resistência de Aterramento
Professor: Rafael Silva Alípio
1 – Introdução
• De um modo geral, pode-se considerar um eletrodo de aterramento (ou
uma parte dele) como sendo fonte de duas correntes de naturezas
distintas: transversal (de natureza condutiva e capacitiva) e longitudinal
(de natureza indutiva e resistiva).
ΔVR ΔVL
IT IL R L
R L

IT

IL VT G IG IC C

IT

• Segundo uma perspectiva geral, o sistema aterramento é visto pelo


sistema aterrado como uma impedância. No caso particular de
solicitações de baixa frequência, tal impedância se reduz a uma
resistência, normalmente chamada de resistência de aterramento (RT).

RT  K  ρ
2 – Resistividade Elétrica do Solo
 Do ponto de vista eletromagnético, define-se o recíproco do
parâmetro σ (condutividade) como a resistividade elétrica ρ do
meio, ou seja, ρ=1/σ. A utilização da resistividade para
caracterização do solo é muito comum entre engenheiros que
trabalham com sistemas de transmissão e aterramentos elétricos;

 Fisicamente, condutividade de um meio expressa sua


capacidade de condução de corrente elétrica e perdas associadas;

 Do ponto de vista “prático”, pode-se definir a resistividade do


solo como a resistência elétrica medida entre as faces opostas de
um cubo de dimensões unitárias preenchido com este solo.

 Unidade: m.
2 – Resistividade Elétrica do Solo
2.1 – Fatores que influenciam a resistividade do solo
 Tipo de solo;

 Umidade do solo e sais dissolvidos na água;

 Temperatura do solo;

 Granulometria do solo;

 Compacidade do solo.
2 – Resistividade Elétrica do Solo
2.2 – Considerações adicionais sobre a resistividade do solo
 Deve-se ressaltar que é difícil estabelecer uma relação entre os
fatores anteriores e o comportamento da resistividade do solo.
Nesse sentido, é de fundamental importância a medição de
resistividade local para avaliação desse parâmetro.

 No Brasil é comum encontrar regiões com valores de


resistividade elevados (~1000 m ou superior).

 No Japão e em alguns países da Europa são comuns valores


baixos de resistividade (~100 m). Note-se que isso sugere que
práticas de aterramento adequadas para as condições européias
podem não ser adequadas para as condições brasileiras!
3 – Resistência de Aterramento
 Como já mencionado, no caso mais geral, o aterramento se
comporta do ponto de vista eletromagnético como uma
impedância complexa;

 Em condições particulares de baixa frequência (curtos-


circuitos), tal impedância se aproxima de uma resistência,
chamada de resistência de aterramento ou resistência de terra;

 A quantificação do valor da resistência de aterramento (RT) pode


ser traduzida por meio da relação entre o valor da elevação de
potencial no aterramento em relação ao infinito (VT) e o valor da
corrente injetada (I) no solo através dele:

VT
RT 
I
3 – Resistência de Aterramento
3.1 – Natureza da resistência de aterramento
A resistência oferecida à passagem da corrente elétrica através de um
eletrodo para o solo tem três componentes principais:

 Resistência própria do eletrodo e das ligações elétricas ao mesmo;


 Resistência de contato entre o eletrodo e a terra adjacente ao mesmo;
 Resistência da terra circunvizinha  parcela que efetivamente determina
o valor da resistência de aterramento.
3 – Resistência de Aterramento
3.1 – Natureza da resistência de aterramento
A resistência oferecida à passagem da corrente elétrica através de um
eletrodo para o solo tem três componentes principais:

 Resistência própria do eletrodo e das ligações elétricas ao mesmo;


 Resistência de contato entre o eletrodo e a terra adjacente ao mesmo;
 Resistência da terra circunvizinha  parcela que efetivamente determina
o valor da resistência de aterramento.
3 – Resistência de Aterramento
3.1 – Natureza da resistência de aterramento
A resistência oferecida à passagem da corrente elétrica através de um
eletrodo para o solo tem três componentes principais:

 Resistência própria do eletrodo e das ligações elétricas ao mesmo;


 Resistência de contato entre o eletrodo e a terra adjacente ao mesmo;
 Resistência da terra circunvizinha  parcela que efetivamente determina
o valor da resistência de aterramento.

R1

R2

R3
R T =R1 + R 2 + R 3 + + Rn
...

R1 > R 2 > R 3 > Rn


Rn
Rn  0
3 – Resistência de Aterramento
3.1 – Natureza da resistência de aterramento
 Quem efetivamente determina o valor da resistência de
aterramento é a terra mais próxima do eletrodo, sendo muito
reduzida a contribuição das fatias do solo mais distante.

Perfil de potencial no solo


Potencial (V)

VT = RT  I

Distância (m)

VT = R T  I =  R1 + R 2 + R 3 + + Rn   I

I  R1 > I  R 2 > I  R 3 > I  Rn


3 – Resistência de Aterramento
3.1 – Natureza da resistência de aterramento
 O mesmo tipo de estilização em fatias é válido para outros
arranjos de aterramento (hastes, eletrodos horizontais, etc.). Nesse
caso, a forma das equipotenciais na região próxima ao eletrodo é
semelhante à forma deste, o mesmo ocorrendo com o formato das
fatias;

 Contudo, à medida que nos afastamos do eletrodo, a forma das


equipotenciais, assim como das fatias, tende a se abaular,
aproximando-se daquela do eletrodo hemisférico;

 A diferença no formato das primeiras fatias implica valores


diferentes de resistência de aterramento para configurações
distintas.
3 – Resistência de Aterramento
3.2 – Cálculo da resistência de aterramento
 O cálculo “exato” da resistência de aterramento requer a
realização de desenvolvimentos analíticos/numéricos, que podem
ser mais simples ou complexos dependendo da configuração de
eletrodos.

 Como já definido anteriormente, a resistência de aterramento


corresponde à relação entre a elevação de potencial no aterramento
em relação ao infinito e a corrente que a gerou.

 Para o caso da configuração de eletrodo hemisférico:

rH

  E  dl
VT ρ
RT   

I I 2πrH
3 – Resistência de Aterramento
3.2 – Cálculo da resistência de aterramento
 A determinação da resistência de aterramento de outros arranjos
segue o mesmo procedimento. A diferença básica reside na
distribuição de corrente, que depende da forma e da dimensão do
arranjo e que determina uma formulação específica para o campo
elétrico.

 Para expressões aproximadas para outros arranjos de eletrodos,


consultar bibliografia específica. Aquelas de uso mais consagrado
são as propostas em: E. D. Sunde, Earth conduction effects in
transmission systems, Dover publications, Inc., Nova York, 1949.
3 – Resistência de Aterramento
3.2 – Cálculo da resistência de aterramento
3 – Resistência de Aterramento
3.2 – Cálculo da resistência de aterramento
 Note que todas as expressões para cálculo da resistência de
aterramento possuem a forma RT = K, em que a constante K é
determinada pela geometria do arranjo que, por sua vez, determina
a forma e a dimensão (ou seja, a área) da primeira camada (fatia) de
solo que vai ser atravessada pela corrente.
Referências Bibliográficas
1. S. Visacro, Aterramentos elétricos, Artliber, São Paulo, 2002.

2. G. F. Tagg, Earth Resistances, London, U.K.: Newnes, 1964.

3. G. Kindermann, J. M. Campagnolo, Aterramento elétrico, Sagra Luzzatto, 4ª


Ed, Porto Alegre, 2002.

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