Você está na página 1de 64

Introdução à Mecânica dos

Fluidos

Capítulo 3
Hidrostática

Bibliografia:
Fox e MacDonald – Capítulo 3
White – Capítulo 2
Munson et al. – Capítulo 2
Porque estudar

https://www.youtube.com/watch?v=JsoE4F2Pb20
https://www.youtube.com/watch?v=yh2CzLOYvqk
Tópicos principais
As equações básicas da
hidrostática
Variação de pressão em um
fluido estático
Forças hidrostáticas em
superfícies submerses
Buyoancy
As equações básicas da
hidrostática
O objetivo é derivar uma equação para calcular o campo de pressões em um fluido
estático.
Dois tipos gerais de força agem sobre o fluido, as forças de corpo (FB) e forças de
superfície (FS).

Força de corpo (FB)


Equações básicas da hidrostática
Pressão

Constatações:
1. Não há variação de pressão na
direção horizontal;
2. Há uma variação de pressão na
vertical, proporcional a “ρ”, “g” e a
profundidade no fluido, ou seja, o
peso da coluna de fluido acima do
ponto.

Fonte: Munson et al.

No limite, se reduzirmos este elemento de fluido de modo que Δz → 0, então:


px=pz=pn=p
Ou seja, a pressão em um fluido estático é uma propriedade pontual.
Equações básicas da hidrostática
 Força de superfície
Em um fluido estático não há tensões de cisalhamento, então
a única força superficial é a pressão.
Equações básicas da hidrostática

Força superficial
Equações básicas da hidrostática

Força de superfície
Equações básicas da hidrostática

Força total
Equações básicas da hidrostática
Segunda lei de Newton
Equações básicas da hidrostática

Relação pressão-altura

Restrições:
1. Fluido estático.
2. Gravidade é a unica força de corpo.
3. O eixo z é vertical e orientado para cima.
Equações básicas da hidrostática
Equações básicas da hidrostática
Valores de pressão devem ser definidos com relação a um nível de
referência. Se o nível é o vácuo, as pressões são ditas absolutas.

A maioria dos medidores de pressão indicam a diferença entre a pressão


medida e a pressão atmosférica (ambiente).
Variação de pressão em um
fluido estático
 Fluidos incompressíveis: Líquidos e
em Manômetros
Variação de pressão em um
fluido estático

Fluido compressível: Gás Ideal

Necessita informações adicionais,


ex., T(z) para atmosfera
A atmosfera
padrão

Cientistas e engenheiros algumas


vezes precisam de um modelo
numérico ou analítico da atmosfera
terrestre.
Variação de pressão em um
fluido estático
No U.S. Standard Atmosphere a temperatura decresce linearmente com a altitude
até uma elevação de 11.0 km. Para uma variação linear da temperatura com a
altitude, dada por T =T0−mz , obtêm-se:
Exemplo 1

Par (manométrica)=30 kPa


Peso específico:
• Ar: 11,8 N/m3
• Água: 9810 N/m3

Nestas condições, determine “y”

(R. 0,626m)
Exemplo 2
Calcule “PB-PA”. Peso específico:
• Água: 9810 N/m3

Densidades:
• Mercúrio: 13,6
• SAE 30 Oil: 0,89
• Carbon Tetrachloride: 1,59

(R. 37,15 kPa)


Exercício 1
O tanque fechado está a 20ºC. Se a pressão (manométrica) no ponto
A é de 98 kPa, qual a pressão absoluta no ponto “B”? Qual erro
percentual resulta de negligenciar o peso específico do ar?

Peso específico:
• Ar: 11,8 N/m3
• Água: 9810 N/m3

(R. 78,42kPa; 0,031%)


Exercício2
O sistema está a 20ºC. Se a pressão atmosférica é 101,03kPa e a
pressão absoluta no fundo do tanque é 231,3 kPa, qual é a
densidade do óleo de oliva?

Densidade:
• SAE30: 0,89
• Mercúrio: 13,6

Peso específico:
• Água: 9810 N/m3

(R. 1,39)
Exercício3
O sistema está cheio de óleo. Determine a carga de pressão
(relativa) em A e B em metros de coluna d’água (mca).

Densidade:
• SAE30: 0,85

Peso específico:
• Água: 9810 N/m3

(R. -2,38 mca; -0,51 mca)


Exercício4
Determine a diferença de pressões entre A e B.

Densidade:
• Benzeno: 0,88
• Querosene: 0,82
• Mercúrio: 13,6

Peso específico:
• Ar: 11,8 N/m3
• Água: 9810 N/m3

(R. 10,2kPa)
Exercícios
5) O Newfound lake, um lago de água doce em New Hampshire, tem uma
profundidade máxima de 60 m, e a pressão atmosférica local de 91 kPa. Calcule
as pressões absoluta e relativa em kPa nesta profundidade máxima. Considere o
peso específico da água de 9.810 N/m3. (R. 679,6kPa; 588,6kPa).

6) Determine a relação usada para cálculo da


pressão atmosférica usando um barômetro.

7) Determine uma relação para a pressão


atmosférica em função da altitude,
considerando que a temperatura na atmosfera
varia de forma linear do nível do mar até a
altitude de 11 km, segundo T(z)≈T0-Bz, onde
T0 é a temperatura ao nível do mar e B é a
taxa de declínio.
Exercícios
8) Considerando que de z=0 a z=11km a relação g/RB=5,26, que a nível do mar,
p=101.350Pa, ρ=1,225 kg/m3, Rar=287 J/kg.Ke T=15oC, calcule a pressão a
5.000m usando as três formulações obtidas no exercício 3.

9) Um manômetro em “u” que usa mercúrio, é acoplado a um Venturi, usado para


medir a vazão de água em uma tubulação onde escoa água. Desenvolva uma
relação para o Δp (na linha de corrente central) em função de h=h1-h2 .
Exercícios
10) O manômetro B serve para medir a pressão no ponto A em um escoamento de
água. Se a pressão em B for de 87 kPa, calcule a pressão em A em kPa. Considere
que todos os fluidos estejam a 20oC. (peso específico do óleo de 8720 N/m3; da
água 9790 N/m3 e do mercúrio de 133100 N/m3). R(aprox. 96,4 kPa)
Exercícios
11) Obtenha a expressão geral para a deflexão do líquido (L) e m função da
variação da pressão, do ângulo e dos diâmetros (d e D
Força hidrostática em superfícies
submersas
Superfície submersa plana horizontal
Força hidrostática em superfícies
submersas
Superfície submersa plana vertical
Força hidrostática em superfícies
submersas

Superfície
submersa
plana

Fonte: Munson et al.


Força hidrostática em superfícies
submersas
Superfície submersa plana
Força hidrostática em superfícies
submersas
O primeiro momento de área com relação ao eixo x é
dado por:

Onde yc é o y do centróide : Fonte: Munson et al.


Definindo o centro de
pressão

A integral do numerador é o 2º momento de área (momento de inércia),


Ix, com relação ao eixo formado pela intersecção o plano contendo a
superfície e superfície livre (eixo x). Assim:

Usando o teorema dos eixos paralelos:

Onde Ixc é o 2º momento de área com respeito a um eixo passando pelo


centroide e paralelo ao eixo x.
Definindo o centro
de pressão
Desta forma:

Fonte: Munson et al.


Definindo o centro
de pressão
De forma similar para x:

Fonte: Munson et al.

Onde Ixyc é o produto de inercia com respeito a um sistema de


coordenadas ortogonais passando pelo centroide de área, e formado
pela translação do sistema de coordenadas x-y.
Força hidrostática em superfícies
submersas
 Superfícies submersas planas
• Equações algébricas – Força de pressão líquida
(resultante)
Momentos de inércia

Fonte: Munson
Força hidrostática em superfícies
submersas

Fonte: Munson
Exemplos
1) Considerando que a barragem da Fig.1 tem 20 m de comprimento, encontre a
força resultante total e a localização do centro de pressão.

Figura1 Figura 2

2) Na comporta da Fig.2, determine a força resultante total e o local do centro de


pressão.
Exemplos
3) Determine a força resultante total agindo na comporta circular da Fig. 3, e a
localização do centro de pressão.

Figura 3 Figura 4

4) Determine a força resultante total agindo na comporta triangular da Fig. 4 e a


localização do centro de pressão.
Exemplos

5) Determine a força “p” necessária para manter a comporta


circular fechada quando h=8m. O ponto B é um eixo de
rotação da comporta.
Exercícios – Esforços sobre
superfícies submersas
1) A comporta da figura tem 1,5 m de largura e está articulada no ponto “B” e
apoiada na parede no ponto “A”. Calcule a força resultante exercida pela água do
mar sobre a comporta; a força “P” exercida pela parede sobre a comporta no ponto
“A”; assim como o esforço sobre as articulações em “B”. R.(162,88kN; 124,42 kN;
130,3 kN)
Exercícios – Esforços sobre
superfícies submersas
2) Um tanque de óleo tem um painel na forma de um triângulo retângulo próximo
ao fundo, como indicado na figura. Desconsiderando a pressão atmosférica,
encontre a força hidrostática sobre este painel, e o centro de pressão. R.(2,54 MN;
0,111m em x; 0,444m em y)
Exercícios – Esforços sobre
superfícies submersas

• Determine a força da água sobre a comporta (R.588,6 kN).


• Determine o ponto de aplicação da força (R.6,22m).

Obs.Profundidade (w) da comporta é de 5m


Exercícios – Esforços sobre
superfícies submersas
Dois portões de seção quadrada fecham duas aberturas em um conduto, conectados a
um tanque aberto conforme mostra a figura. Quando a água no tanque atinge uma
altura (h) de 5 m é desejável que ambos os portões abram ao mesmo tempo. Para que
isto ocorra determine:
1. o peso do portão horizontal (homogêneo) (R. 314kN); e
2. a força horizontal R que atua no portão vertical (R. 497 kN) .
Obs. desconsiderar o peso do portão vertical.
Exercícios – Esforços sobre
superfícies submersas
A comporta rígida OAB, mostrada na Fig. 8 é articulada em “O” e apoiada em um
suporte rígido no ponto B. Pergunta-se qual a mínima força horizontal P requerida
para manter a comporta fechada. Considerar que a comporta tem 3 m e que sua parte
de trás está em contato com a atmosfera. Desconsiderar o peso da comporta. (R.436
kN).
Força hidrostática em superfícies
submersas
Superfícies submersas curvas

A força de pressão é normal a superfície em cada ponto, mas aqui


os elementos infinitesimais de área apontam em várias direções.
Força hidrostática em superfícies
submersas
 Superfície submersa curva
• Força Horizontal = Força plana vertical equivalente
• Força Vertical = Peso do fluido diretamente acima
(+ Força de pressão da superfície livre)
Exemplos

1) A comporta de seção semi circular AB, de raio 6m tem comprimento 10 m.


Determine a quantidade e localização das forças horizontais e verticais e a força
resultante total agindo na comporta.
Exemplos
2) Determine a magnitude e localização das forças horizontais e verticais e a força
resultante total agindo na superfície curva abaixo.
Buoyancy

Se um objeto está imerso em um fluido, ou boiando em sua superfície, a


força vertical líquida agindo neste objeto devido a pressão líquida é
chamada buoyancy.
Buoyancy

Para um corpo submerso a força de empuxo do fluido


é igual ao peso do fluido deslocado.
Buoyancy
Aplicação da força:

1. A força de empuxo é aplicada no “centro de empuxo”

2. O centro de empuxo é o centro de volume do fluido deslocado, ou seja, o


centro de massa calculado como se tivesse densidade uniforme
Buoyancy
Corpos
Flutuantes

Fonte: White
Buoyancy - Exemplo
1) Determine o quão submerso está um cubo de ferro de 0,30 m de lado, boiando em
mercúrio. As densidades do ferro e mercúrio são 7,8 e 13,6 respectivamente.

2) Um cubo de concreto de 0,5 m de lado é mantido em equilíbrio mergulhado na


água pelo uso de uma bóia de isopor. Qual o volume mínimo de isopor requerido? Os
pesos específicos do concreto e do isopor são 23,58 kN/m3 e 0,79 kN/m3
respectivamente.

3) O tijolo submerso é mantido em equilíbrio por um peso de massa 2,54 kg. Qual o
peso específico do tijolo se ele desloca 2,197 l de água ao ser mergulhado?
Buoyancy - Exemplo
4) Determine a tensão no cabo do balão de gás Hélio pressurizado a 111 kPa e 20oC.
A pressão atmosférica é de 101 kPa.

5) Um bloco de ferro (d=7,85) boia em uma interface água-mercúrio. Determine a


razão entre as distâncias a e b para esta condição.

6) Qual o peso carregado pela barca da figura, sabendo que sua largura é de 7m?
Buoyancy - Exemplo
Um bloco de madeira de volume 0,034m3 e peso 300N está nas condições
mostradas na Figura. Uma barra de madeira de 3,4 m de comprimento liga o peso
à parede. Se a barra de madeira pesa 16N, qual o ângulo θ do equilíbrio?
Buoyancy - Exemplo
Um cubo de pedra de 280 mm de lado e pesando 425N está submerso
em um tanque contendo uma camada de água e uma de mercúrio.
Determine a posição do bloco quando atinge o equilíbrio.
Referências Bibliográficas
Slides adaptados na apresentação disponibilizada pela
editora LTC, baseado no livro “Introdução à mecânica
dos fluidos”, dos autores Fox, McDonald e Pritchard.

Fox, R.W.; McDonald, A.T.; Pritchard, P.J. Introdução à


mecânica dos fluidos. Ed. LTC.

White, F. Mecânica dos Fluidos. Ed.McGraw Hill. 7e Ed.


USA: Ed. John Wiley & Sons, 2013.

Munson, B.R.; Okiishi, T.H.; Huebsch, W.W. and


Rothmayer, A.P. Fluid Mecnics

Você também pode gostar