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ELETRICIDADE APLICADA

Unidade 3 - Resistência elétrica e Lei


de Ohm

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Unidade 3

Resistência elétrica e Lei de Ohm


Resistência elétrica e
Lei de Ohm

Apresentação
Nesta unidade você será apresentado(a) aos conceitos sobre resistência elétrica e
a lei de Ohm, conhecendo os tipos de resistências, os efeitos da temperatura sobre
esta propriedade e os instrumentos de medida da resistência elétrica.

3.1 Conceito de resistência elétrica


A resistência elétrica é a capacidade dos materiais de resistir ao fluxo de corrente
elétrica. Essa propriedade física é medida em ohms (Ω) e representada pelo símbolo
R.

A resistência elétrica de qualquer material é devida a quatro fatores: área da seção


transversal (A), resistividade do material (ρ), comprimento (l) e o coeficiente de
temperatura (α).

Os três primeiros se relacionam com a resistência através da seguinte equação:


. Onde l e A são expressas em metro (m) e ρ é expressa em Ω·m. A relação
resistência e temperatura (T) será apresentada posteriormente nesta unidade.

Em circuitos elétricos, o elemento que modela a resistência de um material é


denominado resistor, este é um elemento passivo do circuito e é encontrado em
praticamente todos os circuitos elétricos. Para fins práticos e gerais, os resistores
tem duas funções em um circuito: fazer com que a energia elétrica seja transformada
em energia térmica (efeito Joule) e agir como um limitador de corrente elétrica.

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1.1.1 Condutores, semicondutores e isolantes

Materiais com baixa resistividade são ditos condutores,


pois permitem mais facilmente a passagem de corrente
elétrica, são exemplos de bons condutores: ouro, alumínio,
cobre e prata.
Já os materiais com alta resistividade são denominados
isolantes, entre os materiais isolante estão teflon, vidro,
papel e mica. Há ainda materiais que são classificados
como semicondutores, que apresentam uma resistividade
um pouco mais alta em relação aos condutores, aqui
podemos destacar: silício, germânio e carbono.

1.1.2 Efeitos da temperatura sobre a resistência


O coeficiente de temperatura (α) tem como unidade de medida ºC-1 e mostra como a
resistividade varia de acordo com a temperatura, por consequência, vemos como a
resistência varia com a temperatura.

A resistividade do material (ρ) em função da temperatura (T), expressa em ºC,


é expressa por . Onde ρ é a resistividade do material, à
temperatura T; ρ0 é resistividade do material, à temperatura de referência T0;
é a variação de temperatura e α é o coeficiente de temperatura.

Deste modo a expressão da resistência pode ser reescrita como


a fim de expressar de maneira direta a relação entre
resistência e temperatura.

Os materiais condutores possuem coeficiente de temperatura positivo, os


semicondutores e isolantes possuem coeficiente de temperatura negativos.

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1.2 Tipos de resistores
Resistores apresentam diversas formas, porém podem ser separados em dois tipos:
resistores fixos e resistores variáveis.

1.2.1 Resistores fixos


Os resistores fixos são aqueles que a resistência permanece constante, em
condições normais. Podemos encontrar diversos tipos de resistor de acordo com sua
fabricação: filme metálico, filme de carbono, fio e SMD.

Existem duas características dos resistores que valem a pena destacar: potência
e tolerância. A potência é pertinente ao aquecimento provocado pela passagem de
corrente no resistor (efeito Joule), é importante que seja informado pelo fabricante a
potência máxima suportada pelo resistor sem que haja alteração do seu valor ou que
seja danificado. Os resistores comerciais não são componentes com valores ideais
e, portanto, os fabricantes apresentam uma margem percentual de erro dos valores
para eles, esta é a tolerância do resistor.

Em resistores de alta potência é possível anexar ao corpo do mesmo informações


nominais e de tolerância, pois possuem grandes dimensões se comparados aos de
baixa potência. Os resistores de baixa potência possuem corpos muito pequenos,
impossibilitando que seus dados sejam gravados. Deste modo, são anexados anéis
coloridos ao corpo do mesmo e através de um código de cores padrão é possível
obter informações de valor nominal e tolerância.

A ilustração abaixo nos apresenta (a) resistor; (b) símbolo de resistor fixo em
circuitos; (c) símbolo de resistor variável em circuitos (d) circuito resistivo básico (e)
código de cores de resistores.

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Figura 1: Resistores, Circuito e Código de Cores

Fonte: Adaptado de Boylestad (2012).

1.2.1 Resistores variáveis


Os resistores variáveis têm sua resistência ajustável. São elementos de três
terminais e um cursor móvel. Ao deslizar o cursor entre os terminais do contato e os
terminais fixos a resistência varia.

Da mesma forma que resistores fixos , os resistores variáveis podem ser de fio,
compostos ou SMD. Apesar de possuírem três terminais, resistores variáveis
também são como dispositivos bipolo, já que, após a realização do ajuste, eles
apresentam o mesmo comportamento de um resistor de dois terminais.

Os resistores variáveis são divididos em potenciômetro, trimpot, reostato e década


resistiva. Cada um deles é melhor aplicado em circuitos e funções diferentes.

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1.3 Lei de Ohm
Em 1826, o físico alemão Georg Simon Ohm descobriu experimentalmente a relação
entre tensão e corrente para resistores. Tal descoberta ficou denominada a lei de
Ohm e é uma das mais importantes leis quando se trata de circuitos elétricos.

A lei de Ohm nos diz que a tensão (v) em um resistor é diretamente proporcional
à corrente (i) e para um resistor de resistência R, R será a constante de
proporcionalidade entre tais grandezas.

Matematicamente, a lei de Ohm é da forma . Manipulando a sua formula


v v
obtemos as variantes i = e R = .
R i
Anteriormente nesta unidade vimos que a resistência (R) é medida em ohms (Ω).
A tensão (v) é medida em volts (V) e a corrente é medida em amperes (A). Deste
modo vemos que .

Outra característica dos materiais é a condutância (G) e ao contrário da resistência


ela representa a facilidade de o fluxo de corrente passar pelos corpos. A condutância
1 i A
é medida em Siemens (S). Matematicamente, G = = . E, portanto, S = .
R v v
Figura 2: Placa de circuito eletrônico com resistores comuns e de precisão

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

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Para a aplicação da lei de Ohm como descrita você deve se atentar para o sentido
da corrente (i) e para a polaridade da tensão (v). Por ser um elemento passivo,
convencionalmente, a corrente flui do potencial mais alto (+) para o mais baixo (-),
como a apresentado na figura 1: Resistores, Circuito e Código de Cores (d). Se
adotar a corrente fluindo do potencial mais baixo para o mais alto, deverá adotar
.

O valor da resistência (R) pode adotar valores entre zero e infinito, assim é
importante que você considere estes dois valores extremos de resistência.

Para fins práticos é chamado curto-circuito um componente com resistência próxima


de zero, onde a tensão é zero para qualquer valor de corrente. De maneira geral, é
um fio, que seria um condutor perfeito.

E é denominado circuito aberto um elemento com resistência infinita, apresenta


corrente igual a zero para qualquer valor de tensão.

Devemos ressaltar que não são todos os resistores que obedecem a lei de Ohm. Os
que obedecem são denominados resistores lineares, são aqueles que apresentam
uma resistência constante. Aqueles que não obedecem a lei de Ohm são chamados
de resistores não lineares, sua resistência varia com a corrente.

Saiba mais
A impedância elétrica dos tecidos biológicos pode variar com o
gênero, devido às diferenças na composição corporal, e com a
idade, especialmente no que se refere à hidratação cutânea. Para
saber mais sobre esse assunto, leia o artigo: “Comportamento da
impedância elétrica dos tecidos biológicos durante estimulação elétrica
transcutânea”, disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-35552007000200011&lang=pt.

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1.4 Ohmímetro
O instrumento utilizado para medir resistência elétrica é denominado ohmímetro.
Este equipamento é aplicado também para verificar a detecção de curto-circuito e de
circuito aberto, verificar continuidade de conexões em circuitos elétricos e também
para testar dispositivos semicondutores.

Para realizar a medida da resistência elétrica de um dispositivo ou circuito é


necessário conectar as pontas de prova do ohmímetro aos terminais do mesmo,
ou seja, deverá ser ligado em paralelo ao elemento. Não há a necessidade de
saber qual ponta conectar a qual extremidade, pois a resistência medida será a
mesma, você deverá observar apenas se a escala de medição do equipamento está
adequada para a realização da medida. É muito importante que as medições sejam
realizadas com o circuito desenergizado.

Figura 3: Realizando medições em placa

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Para realizar testes de continuidade em um circuito basta ligar as pontas de prova


do ohmímetro aos dois lados da conexão. Se o aparelho acusar resistência zero
a conexão é segura, se o valor for diferente de zero a conexão não está boa o
suficiente e se a medida for infinita não há conexão entre os terminais medidos
(circuito aberto).

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Fechamento
Nesta unidade você aprendeu os conceitos básicos de resistência elétrica, como
diferenciar isolantes, condutores e semicondutores e as relações entre temperatura
e resistência elétrica, o que são resistores fixos e variáveis. Foi apresentado(a) à
lei de Ohm, que uma das leis mais importantes no estudo de circuitos elétricos.
Pôde também conhecer o funcionamento básico de um ohmímetro e como realizar
medições com este instrumento.

Palavras-chave
Lei de Ohm; Resistência; Resistor

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Referências
MARKUS, Otávio. Circuitos elétricos: corrente contínua e corrente alternada, teoria
e exercícios. Editora Érica, 2011.

BOYLESTAD, Robert L., e José Lucimar do Nascimento. Introdução à análise de


circuitos. Pearson, 2004.

ALEXANDER, Charles K., and Matthew NO Sadiku. Fundamentos de circuitos


elétricos. AMGH Editora, 2013.

BOLFE, VJ et al. Comportamento da impedância elétrica dos tecidos biológicos


durante estimulação elétrica transcutânea. Rev. bras. fisioter, São Carlos, v. 11, n.
2, p. 153-159, Abr. 2007 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-35552007000200011&lang=pt. Acesso em: 27 de fevereiro de 2020.

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