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Bauru
2012
LAÉRCIO PEREIRA CARDOSO
Bauru
2012
Cardoso, Laércio Pereira.
Estudo sobre automação de redes de distribuição de
energia elétrica classe 15 kV, visando a qualidade de
energia / Laércio Pereira Cardoso, 2012
71 f. : il.
Nowadays, electrical utilities face higher demands from their customers and from
Brazilian Electricity Regulatory Agency (ANEEL - National Energy Agency) as well,
concerning the energy quality levels, continuity and reliability on electrical services. To reach
those issues, the utilities have been investing in automation of their operations, seeking
greater operational flexibility with alternatives to supply energy in case of failures, lower
operational costs and reducing the restart time of failure occurrences that have a great impact
in fines payment by passing the indicators established by ANEEL. This monograph presents
the concepts about the structure of electric power distribution in Brazil, quality of energy,
requirements and information about configuration, protection and automation of 15 kV
distribution grids. This work also presents an essay about the evolution of automation of
distribution grid, the SCADA systems used for operating the distribution grids and the
communication protocols used inside them.
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 10
1.1 MATERIAL E MÉTODO .............................................................................................. 11
2 SERVIÇO DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ............................................. 12
2.1 INFORMAÇÕES BÁSICAS .......................................................................................... 12
2.2 QUALIDADE DA ENERGIA ....................................................................................... 14
2.2.1 Qualidade do Produto .............................................................................................. 14
2.2.2 Qualidade do Serviço............................................................................................... 21
3 SISTEMA ELÉTRICO DE DISTRIBUIÇÃO ...................................................................... 24
3.1 ALIMENTADOR RADIAL ........................................................................................... 27
3.2 ALIMENTADOR RADIAL COM RECURSO ............................................................. 27
3.3 CONFIGURAÇÃO EM ANEL FECHADO .................................................................. 29
4 PROTEÇÃO DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO ......................................................... 30
4.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO........................................................................................... 30
4.1.1 Seletividade ............................................................................................................. 31
4.1.2 Sensibilidade............................................................................................................ 32
4.1.3 Confiabilidade ......................................................................................................... 32
4.1.4 Zonas de Proteção .................................................................................................... 32
4.2 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO ................................................................................. 33
4.2.1 Disjuntor .................................................................................................................. 33
4.2.2 Religadores .............................................................................................................. 36
4.2.3 Seccionalizadores .................................................................................................... 39
4.2.4 Chaves-fusíveis ........................................................................................................ 40
5 AUTOMAÇÃO DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO .................................................... 42
5.1 AUTOMAÇÃO DOS CENTROS DE OPERAÇÃO ..................................................... 42
5.1.1 Histórico .................................................................................................................. 43
5.1.2 Sistema SCADA ...................................................................................................... 44
5.2 PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO ........................................................................ 52
5.2.1 DNP3 ....................................................................................................................... 53
5.2.2 IEC 60870-5-101/104 .............................................................................................. 54
5.2.3 MODBUS ................................................................................................................ 55
5.2.4 IEC 61850 ................................................................................................................ 56
5.2.5 ICCP ........................................................................................................................ 60
5.2.6 IEC 62351 Parts 1-8 (Padrão de Segurança em Operações de Controle) ................ 62
5.3 CAMINHOS DA AUTOMAÇÃO ................................................................................. 63
5.4 ASPECTO DE MANUTENÇÃO E MONITORAÇÃO DE EQUIPAMENTOS .......... 65
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 68
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1 INTRODUÇÃO
As distribuidoras são empresas que funcionam como elo entre o setor de energia
elétrica e a sociedade, visto que suas instalações recebem das companhias de transmissão todo
o suprimento destinado ao abastecimento no país. Nas redes de transmissão, após deixar a
usina, a energia elétrica trafega em tensão que varia de 88 kV a 750 kV, ao chegar às
subestações das distribuidoras, a tensão é abaixada e, por meio de um sistema composto por
fios, postes e transformadores, chega à unidade final em 127 volts ou 220 volts. Exceção a
essa regra são algumas unidades industriais que operam com tensões mais elevadas (de 2,3 kV
a 88 kV) em suas linhas de produção e recebem energia elétrica diretamente da subestação da
distribuidora pela chamada rede de subtransmissão (ANEEL, 2011).
No Brasil, pela Constituição Federal, competem à UNIÃO os serviços e instalações de
energia elétrica. Através de contratos de concessão, a exploração destes serviços é transferida
às concessionárias, e órgãos reguladores fiscalizam e regulam os serviços explorados pelas
concessionárias. A ANEEL é o órgão regulador responsável pela elaboração, aplicação e
atualização dos Procedimentos de Distribuição (PRODIST) que são um conjunto de regras
com vistas a subsidiar os agentes e consumidores do sistema elétrico nacional na identificação
e classificação de suas necessidades para o acesso ao sistema de distribuição, disciplinando
formas, condições, responsabilidades e penalidades relativas à conexão, planejamento da
expansão, operação e medição da energia elétrica, sistematizando a troca de informações entre
as partes, além de estabelecer critérios e indicadores de qualidade (ANEEL, 2011).
Através do cálculo de indicadores de Qualidade do Serviço determinados pelo
PRODIST as concessionárias são obrigadas ao pagamento automático de compensações aos
clientes que sofrem interrupção no fornecimento. Os indicadores de Qualidade do Serviço que
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podem gerar pagamento de compensações das distribuidoras aos consumidores estão descritos
no capítulo 3. Para reduzir os gastos com compensações e manter o funcionamento da rede
elétrica, dentro de um nível satisfatório para os clientes, o restabelecimento do fornecimento
deve ocorrer o mais rápido possível.
Na figura 1 pode ser observada a relação entre os agentes operadores do setor elétrico e
os consumidores, que segundo a ANEEL são classificados em: Consumidor livre é aquele
que tenha exercido a opção de compra de energia elétrica na modalidade de contratação livre,
conforme disposto nos artigos 15 e 16 da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995; Consumidor
cativo é o consumidor ao qual só é permitido comprar energia da distribuidora detentora da
concessão ou permissão na área onde se localizam as instalações do acessante, e, por isso, não
participa do mercado livre e é atendido sob condições reguladas.
Entre as variáveis reguladas pela Agência estão as tarifas. O valor final a ser pago pelo
cliente corresponde à soma de três componentes: o resultado da multiplicação do volume
consumido pela tarifa (valor do kWh, expresso em reais); os encargos do setor elétrico e os
tributos determinados por lei. Os encargos do setor elétrico, embutidos na tarifa – e, portanto,
transparentes ao consumidor – têm aplicação específica. Os tributos são destinados ao
governo. Já a parcela que fica com a distribuidora, é utilizada para os investimentos em
expansão e manutenção da rede, remuneração dos acionistas e cobertura de seus custos. Entre
estes últimos está a compra de suprimento. Desta maneira, a tarifa praticada remunera não
apenas as atividades de distribuição, mas também de transmissão e geração de energia elétrica
(ANEEL, 2011).
A tarifa de uso do sistema de distribuição (TUSD) é a tarifa estabelecida pela ANEEL,
destinada ao pagamento pelo uso do sistema de distribuição em determinado ponto de
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De acordo com o PRODIST, para tensões inferiores a 230 kV o fator de potência deve
situar-se entre 0,92 e 1 indutivo ou 1 e 0,92 capacitivo. Os registros dos valores reativos
deverão ser feitos por instrumentos de medição adequados, preferencialmente eletrônicos,
empregando o princípio da amostragem digital e aprovados pelo órgão responsável pela
conformidade metrológica (ANEEL, 2012).
O valor do fator de potência deverá ser calculado a partir dos valores registrados das
potências ativa e reativa (P, Q) ou das respectivas energias ativa e reativa (EA, ER),
utilizando-se as fórmulas da equação 1.
(1)
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2.2.1.3 Harmônicas
(2)
(3)
Onde:
DITh% = Distorção harmônica individual de tensão de ordem h.
DTT % = Distorção harmônica total de tensão.
Vh = Tensão harmônica de ordem h.
H = Ordem harmônica.
Hmáx = Ordem harmônica máxima.
Hmin = Ordem harmônica mínima.
V1 = Tensão fundamental medida.
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(4)
(5)
Onde:
FD = Fator de desequilíbrio
V- = Magnitude da tensão de sequência negativa (RMS)
V+ = Magnitude da tensão de sequência positiva (RMS)
Vab, Vbc e Vca = Magnitudes das tensões trifásicas de linha (RMS)
18
(6)
(7)
Onde:
Pi (i = 0,1; 1; 3; 10; 50) corresponde ao nível de sensação de cintilação que foi ultrapassado
durante i % do tempo, obtido a partir da função de distribuição acumulada complementar, de
acordo com o procedimento estabelecido nas Normas IEC (International Electrotechnical
Commission): IEC 61000-4-15. Flickermeter – Functional and Design Specifications, 2003.
Ao longo de 24 horas de medição deve ser obtido um conjunto de valores de Pst que,
devidamente tratado, conduzirá ao PstD95%. Ao final de uma semana de medição considera-
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se como indicador final o maior valor dentre os sete valores encontrados. De modo análogo,
obtém-se ao longo de uma semana de registro um conjunto de valores representativos de Plt, o
qual, tratado estatisticamente, deve ser conduzido ao valor de PltS95%.
A Tabela 3 fornece os valores de referência a serem utilizados para a avaliação do
desempenho do sistema de distribuição quanto às flutuações de tensão. Observa-se a
delimitação de três faixas para classificação dos indicadores estabelecidos: valor adequado,
valor precário e valor crítico. Esses valores servem para referência do planejamento elétrico
em termos de QEE e que, regulatoriamente, serão estabelecidos em resolução específica, após
período experimental de coleta de dados.
O Fator de Transferência (FT) deve ser calculado pela relação entre o valor do
PltS95% do barramento do sistema de distribuição e o valor do PltS95% do barramento da
tensão secundária de baixa tensão de distribuição eletricamente mais próximo. Para os casos
em que os FT entre os barramentos envolvidos não sejam conhecidos através de medição, a
Tabela 4 fornece valores típicos a serem aplicados para a avaliação da flutuação de tensão nos
barramentos do sistema de distribuição.
(8)
(9)
Onde:
DEC = duração equivalente de interrupção por unidade consumidora, expressa em horas e
centésimos de hora;
FEC = frequência equivalente de interrupção por unidade consumidora, expressa em número
de interrupções e centésimos do número de interrupções;
22
(10)
(11)
(12)
Onde:
DIC = duração de interrupção individual por unidade consumidora ou por ponto de conexão,
expressa em horas e centésimos de hora;
FIC = frequência de interrupção individual por unidade consumidora ou ponto de conexão,
expressa em número de interrupções;
DMIC = duração máxima de interrupção contínua por unidade consumidora ou por ponto de
conexão, expressa em horas e centésimos de hora;
i = índice de interrupções da unidade consumidora, no período de apuração, variando de 1 a n;
n = número de interrupções da unidade consumidora considerada, no período de apuração;
t(i) = tempo de duração da interrupção (i) da unidade consumidora considerada ou ponto de
conexão, no período de apuração;
t(i) max = valor correspondente ao tempo da máxima duração de interrupção contínua (i), no
período de apuração, verificada na unidade consumidora considerada, expresso em horas e
centésimos de horas.
No caso de violação do limite de continuidade dos indicadores DIC, FIC e DMIC,
estabelecidos pela ANEEL, a concessionária deverá calcular a compensação ao consumidor e
efetuar o crédito do valor diretamente na fatura.
Segundo a ANEEL os consumidores de energia elétrica receberam R$ 360,24 milhões
em compensação por interrupções no fornecimento de energia elétrica em 2010. Foram pagas
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regulação. A figura 4 mostra a foto de um circuito de alimentador classe 15 kV, onde existe
uma chave religadora (1) e um banco regulador de tensão (2).
Figura 4 - Alimentador 15 kV, com (1) chave religadora, (2) - regulador de tensão
Fonte: Elaboração própria.
• Rede de distribuição secundária (BT) – Circuitos em baixa tensão que leva energia
dos transformadores até consumidores atendidos em baixa tensão. A figura 5 mostra uma rede
de distribuição secundária típica 220V-127V.
aumenta a confiabilidade da rede com várias alternativas de fornecimento para uma mesma
carga, pois possibilita a transferência de carga de um alimentador para outro ou até mesmo de
uma subestação para outra. As quantidades de interligações dependem do nível de
confiabilidade exigido para cada alimentador e dos custos envolvidos para aumentar essa
confiabilidade.
Na figura 8 é apresentado o diagrama unifilar simplificado de dois alimentadores 15
kV radiais com recurso, onde a chave 43362, chave a óleo de operação com carga, permite a
interligação de um alimentador da subestação A, com um alimentador da subestação B. Caso
ocorra algum defeito ou seja necessário isolar algum trecho de um dos alimentadores, a carga
a frente do trecho isolado pode ser transferida para o outro alimentador. Por exemplo um
defeito entre a chave 529729 e a chave 489594, a carga a frente da chave 489594 pode ser
transferida para o alimentador da subestação B com o fechamento da chave 43362, ficando
interrompidos apenas os clientes no trecho entre a chave 529729 e a chave 489594.
4.1.1 Seletividade
4.1.2 Sensibilidade
4.1.3 Confiabilidade
4.2.1 Disjuntor
Uma operação por proteção do disjuntor ocorre quando um relé é sensibilizado por
uma corrente de defeito, este relé acionará o disjuntor, após o tempo especificado pela sua
curva característica o disjuntor abrirá o circuito interrompendo a corrente de defeito. Após a
passagem de um período de tempo igual ao primeiro intervalo de religamento, o relé de
religamento fechará o disjuntor. Se a corrente de defeito não mais existir, o disjuntor
permanecerá fechado. Caso a corrente de defeito ainda exista, o relé de sobrecorrente tornará
a acionar a abertura do disjuntor, então, o relé de religamento esperará pelo segundo intervalo
de religamento e fechará novamente o disjuntor. Uma vez mais, se a corrente de defeito
continuar, o relé de sobrecorrente abrirá o disjuntor, entretanto, após esta terceira abertura, o
disjuntor permanecerá aberto até a intervenção de um operador. A figura 12 mostra as
correntes durante um ciclo completo de operações de um disjuntor (CPFL, 2006).
36
4.2.2 Religadores
São dispositivos utilizados tanto para a proteção da saída de alimentadores, como para
a proteção de linhas ao longo do alimentador. A figura 13 mostra um religador instalado em
um alimentador rural classe 15 kV.
4.2.3 Seccionalizadores
4.2.4 Chaves-fusíveis
seção faltosa. Os fusíveis são posicionados ao longo do alimentador de modo que a menor
seção seja interrompida na ocorrência de uma falta. A figura 18 mostra uma chave fusível
classe 15 kV.
5.1.1 Histórico
5.2.1 DNP3
5.2.3 MODBUS
O IEC 61850 é um padrão internacional desenvolvido pelo IEC TC 57, propondo uma
solução unificada para automação tanto em subestações quanto a interoperabilidade com
57
IEDs. O IEC 61850 pavimenta o caminho para integrar sistemas como controle, medição,
monitoramento e proteção dividem-se em partes, sendo o IEC 61850-5 (Communication
Requirements for Functions and Device Models) o padrão que estabelece requisitos de
comunicação. A figura 33 mostra as partes componentes do IEC 61850 (ARAÚJO, 2011).
O IEC 61850 foi criado a partir da Utility Communications Architecture version 2.0
(UCA 2.0), defendendo o conceito de automação a partir de um conjunto de funções
distribuídas, em alternativa aos sistemas SCADA centralizados, apresenta as seguintes
características:
Capacidade de representação de dados orientada a objeto;
Possibilita facilitar a aplicações de terceiros o acesso a informações de IEDS de
múltiplos fornecedores, garantindo a interoperabilidade entre dispositivos de diferentes
fabricantes;
Minimiza o esforço do desenvolvedor de aplicação, que não terá mais que se
preocupar com representações individuais de fabricantes;
Permite a auto-reconfiguração de partes de interfaces e aplicações.
No modelo de dados definido pelo padrão IEC 61850 o Server é o componente mais
alto da hierarquia, agindo como ponto de ligação com dispositivos físicos conforme figura 34.
Teoricamente, um IED pode abrigar uma ou mais instâncias do Server, embora na prática
apenas uma instância execute no IED, que pode conter um ou mais pontos de acesso. Cada
Server hospeda um ou mais arquivos ou Logical Devices (que é a correspondência lógica de
58
um dispositivo físico), cada qual constituído de um grupo de Logical Nodes (LNs). Cada LN
contém um ou mais Data Objects, compostos por atributos (Data Attributes). Múltiplas
instâncias de diferentes LNs tornam-se componentes de diferentes funções da subestação,
como p. ex. proteção, controle e monitoramento. O IEC 61850 define classes padronizadas de
LNs para a maioria dos dispositivos básicos encontrados em sistemas de automação de
subestações (ARAÚJO, 2011).
Os modelos de dados definidos pelo IEC 61850 podem ser mapeados em diversos
perfis de comunicação visando a troca de dados entre dispositivos (IEDs) e aplicações. Em
especial, são mapeados no Generic Object Oriented Substation Events (GOOSE), com
comunicação horizontal, e no Manufacturing Message Specification (MMS: ISO/IEC 9506-1:
Service Specification; ISO/IEC 9506-2: Protocol Specification), com comunicação vertical,
Conforme apresentado na figura35 (ARAÚJO, 2011).
59
5.2.5 ICCP
Sob o aspecto da manutenção ou, de forma mais abrangente, da gestão dos ativos das
concessionárias de distribuição, a automação pode assumir um papel fundamental e cada vez
mais determinante da confiabilidade e segurança dos sistemas de distribuição.
A realidade dos gestores das distribuidoras é diferente da realidade vivida pelos
gestores de ativos da rede básica, a adoção de sistemas de monitoramento com vistas à
manutenção em sistemas de distribuição ainda encontra grande resistência pelo fato de, em
geral, seu custo ser proporcionalmente mais alto em relação ao dos equipamentos a serem
monitorados e a quantidade destes ser bem maior que a encontrada na rede básica. A
justificativa para sua adoção, entretanto, não pode ser pautada apenas pela necessidade de se
evitar o risco intrínseco de perda do equipamento eventualmente monitorado, mas também, e
principalmente, por riscos extrínsecos representados pela perda de receita com energia não
suprida, multas aplicadas pelo órgão regulador e danos à imagem da empresa (ANEEL,
2011).
Além disso, a própria dinâmica de atuação das equipes de manutenção das redes
aéreas e subterrâneas seria positivamente impactada, na medida em que fosse possível, por
meio de técnicas preditivas suportadas por uma infraestrutura automatizada, identificar
aqueles equipamentos ou trechos da rede sob maior risco de falha ou já com falhas
incipientes, o que permitiria melhor dimensionar e localizar tais equipes dentro da área
geográfica sob sua responsabilidade.
66
6 CONCLUSÃO
O Capítulo 1 apenas mostrou uma visão dos assuntos relativos aos capítulos
subsequentes, onde surgiram as ideias, conceitos e formulações que motivaram este trabalho.
O Capítulo 2 abordou os conceitos básicos sobre distribuição de energia elétrica, regulação e
relação entre agentes e consumidores; apresentou o conceito de qualidade de energia elétrica e
procedimentos estabelecidos pela ANEEL, no PRODIST Módulo 8, relativos à qualidade da
energia elétrica (QEE) e qualidade do produto. O Capítulo 3, contemplou a descrição dos
sistemas de distribuição, apresentou as configurações típicas de alimentadores de redes de
distribuição classe 15 kV. O Capítulo 4, contemplou os requisitos de funcionamento de
proteção dos sistemas de distribuição para garantir um fornecimento de energia elétrica com a
qualidade, visando evitar danos aos componentes que constituem o sistema e garantir a
segurança das pessoas que direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas. O
Capítulo 5, contemplou as diversas formas que a automação está presente nos Sistemas de
Distribuição, como iniciou a automação dos Centros de Operação, as funcionalidades do
Sistema SCADA, os protocolos de comunicação utilizados na automação das redes de
distribuição e como a automação influencia na manutenção dos equipamentos.
Para as distribuidoras, o principal objetivo da Automação da Distribuição é melhorar a
eficiência operacional, com maior confiabilidade do serviço e melhor qualidade da energia
entregue aos seus clientes. Embora estes objetivos não sejam novos, os investimentos em
automação dos circuitos alimentadores, cujos problemas afetam grande número de clientes,
são consideradas economicamente viáveis devido ao valor dos equipamentos monitorados,
redução dos tempos de manobra e consequentemente do tempo de reparo.
Aliada à eficiência operacional, outras funções podem ser implementadas de acordo
com as necessidades das distribuidoras, seus benefícios não podem ser avaliados
isoladamente, sendo necessário um conjunto maior de aplicações para ser justificada
financeiramente. Entretanto, podem ser destacados alguns benefícios decorrentes da
Automação da Distribuição:
Confiabilidade e Qualidade de Energia: diminuição do tempo e frequência das
interrupções do fornecimento de energia, com melhoria dos indicadores DEC, FEC, DIC, FIC
e DMIC.
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REFERÊNCIAS
CAMINHA, A. C. Introdução à proteção dos sistemas elétricos. 9.ed. São Paulo: Editora
Edgard Blucher, 2004.
______. Orientação Técnica 2901: IHM – Manual do Usuário. Versão 1.25, 2012.
______. IEC/TR 60870-6-505. Telecontrol equipment and systems - Part 6-505: Telecontrol
protocols compatible with ISO standards and ITU-T recommendations - TASE.2 User guide.
2002.
______. IEC 61850-8-1. Communication Networks and Systems in Substation, Part 8-1:
Specific Communication Service Mapping (SCSM) - Mappings to MMS (ISO 9506-1 and
ISO 9506-2) amd tp OSP/IEC 8802-3. 2004.
70
______. IEC 62351. Power System Management and Associated Information Exchange -
Data and Communications Security. 2007.
______. IEC 62351-3. Power System Management and Associated Information Exchange -
Data and Communication Security - Part 3: Communication Network and Sustem Security -
Profiles Including TCP/IP. 2007.