Você está na página 1de 26

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Departamento de Engenharia Elétrica

Anderson Bryam da Conceição Moura

ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO DE FILTROS NA


MITIGAÇÃO DE DISTORÇÕES HARMONICAS NO
SISTEMA FOTOVOLTAICO

Contagem
2021
Anderson Bryam da Conceição Moura
2

ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO DE FILTROS NA MITIGAÇÃO DE


DISTORÇÕES HARMONICAS NO SISTEMA FOTOVOLTAICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Programa de Graduação em Engenharia Elétrica
da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais, como requisito para obtenção de título de
Graduação em Engenharia Elétrica.

Orientador: Joana D’arque da Silva Correa


Simões

Contagem
2021
Anderson Bryam da Conceição Moura
3

ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO DE FILTROS NA MITIGAÇÃO DE


DISTORÇÕES HARMONICAS NO SISTEMA FOTOVOLTAICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Programa de Graduação em Engenharia Elétrica
da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais, como requisito para obtenção de título de
Graduação em Engenharia Elétrica.

Joana D’arque da Silva Correa Simões (Orientadora) - PUC Minas


4

SUMÁRIO
FIGURAS...............................................................................................................................5

TABELAS..............................................................................................................................5

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................6

1.1 Objetivo Geral..............................................................................................................7

1.2 Objetivos Específicos...................................................................................................7

1.3 Justificativa e Relevância.............................................................................................8

1.4 Trabalhos Relacionados...............................................................................................9

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO........................................................................................11

2.1 A história da Energia Eólica.......................................................................................11

2.2 O Cenário da Energia Eólica no Brasil......................................................................13

2.3 Panorama da Energia Eólica Offshore atualmente.....................................................15

2.4 O Cenário atual da Energia Eólica Offshore no Brasil..............................................17

2.5 O Mapeamento do potencial eólico de uma região....................................................18

2.6 Plano de Descomissionamento de plataformas no Brasil...........................................19

2.7 Tipos de Geradores de Energia Eólica.......................................................................21

3. METODOLOGIA........................................................................................................24

REFERÊNCIAS...................................................................................................................25
5

FIGURAS

Figura 1 - Principais marcos do desenvolvimento da Energia Eólica no Século XX..........12


Figura 2 - Evolução dos aerogeradores desde 1985 até 2010..............................................12
Figura 3 - Evolução da capacidade instalada de geração da energia eólica no Brasil nos
últimos 15 anos....................................................................................................................14
Figura 4 - Composição da Matriz Elétrica Brasileira...........................................................15
Figura 5 - Total de instalações eólicas offshore no mundo por país....................................16
Figura 6 - Trajetória do LCOE da eólica offshore entre 2015 e 2030, incluindo estimativas
de projetos recentes..............................................................................................................17
Figura 7 - Principais componentes da Nacele de uma turbina eólica...................................22
Figura 8 - Esquema elétrico de um gerador com velocidade variável com conversor de
frequência.............................................................................................................................22

TABELAS

Tabela 1 - Unidades marítimas offshore..............................................................................20


6

1. INTRODUÇÃO
7

1.1 Objetivo Geral

Estudar a mitigação de harmônicos na rede solar fotovoltaica através de


filtros ativos e passivos.

1.2 Objetivos Específicos

 Apresentar (Pesquisar) os principais tipos de filtros ativos e passivos;


 Descrever sobre o sistema fotovoltaico;
 Porque utilizar filtros no sistema fotovoltaico;
 Simular o circuito com filtro shunt e sem o filtro mostrando a mitigação nas
distorções harmônicas.
8

1.3 Justificativa e Relevância


9

1.4 Trabalhos Relacionados


10

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 Tipos de Filtros

{Filtros passivos são arranjos compostos por componentes passivos:


capacitor, indutor, e em alguns casos, resistor. O filtro passivo pode ser série ou
paralelo. O filtro série é composto por um indutor e um capacitor em paralelo, e o
conjunto em série com a rede. O objetivo desse filtro é barrar a passagem de
harmônicas da carga para a fonte. O problema desta topologia é que, além de
oneroso, o filtro fica submetido a toda potência que flui entre a carga e a fonte.
O filtro paralelo, ou shunt, é composto por um indutor em série com o
capacitor, e o conjunto em paralelo com a fonte, do ponto de vista da carga. Esta
topologia é mais usual na prática, porque o filtro ficará submetido apenas ao fluxo
da corrente harmônica, para qual ele foi projetado, tornando esta topologia mais
barata [6].
Os filtros ativos são circuitos compostos por componentes ativos que
tem a capacidade de injetar um conteúdo harmônico, anulando o já
existente na rede devido à carga não-linear [6]. Os filtros ativos podem ser
usados na configuração série ou paralela. Estes circuitos monitoram
constantemente a rede, gerando sinais distorcidos iguais em forma e
opostos em 180º aos gerados pelas cargas não-lineares, eliminando os
harmônicos produzidos por estas cargas [5].} ( Ref. 1 – Ernande Campelo)

CRIAR AS MINHAS FIGURAS DE FILTROS, MESMO SENDO


BASICOS

2.1.1 Filtros Passivos

Passivo Série - Desenvolvimento

Passivo Paralelo – Desenvolvimento

2.1.2 Filtros Ativos

Ativo Série – Desenvolvimento


11

Ativo Paralelo – Desenvolvimento

2.2 Sistema Solar Fotovoltaico

No Brasil, o desenvolvimento da geração de energia elétrica por fonte eólica


teve início em 1992, quando no arquipélago de Fernando de Noronha, entrou em
operação o primeiro aerogerador instalado no Brasil, resultado de uma parceria
entre o Centro Brasileiro de Energia Eólica (CBEE) e a Companhia Energética de
Pernambuco (CELPE), com financiamento do instituto de pesquisas dinamarquês
Folkecenter (ABEEOLICA, 2020).
Desde então e no decorrer dos dez anos seguintes, não houve um
crescimento expressivo da energia eólica. Esta estagnação se deu pela falta de
políticas de incentivo a implantação deste modelo de geração de energia, mas
principalmente pelo alto custo da tecnologia (ABEEOLICA, 2020).
Em 2001, devido à crise energética que ocorreu no país, foi criado o
Programa Emergencial de Energia Eólica (PROEÓLICA) com o intuito de
incentivar a contratação de empreendimentos de geração de energia eólica e com o
objetivo de contratar 1.050 MW de projetos de energia eólica em dois anos. No
entanto, esse programa foi substituído pelo Programa de Incentivo às Fontes
Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), devido ao fato de não obter os
resultados esperados (ABEEOLICA, 2020).
Criado pela Lei nº 10.438/2002, além de incentivar o desenvolvimento das
fontes renováveis na matriz energética, o PROINFA abriu caminho para a fixação
da indústria de componentes e turbinas eólicas no Brasil com exigências de
conteúdo nacional para os aerogeradores fruto desse programa e proporcionou o
aumento na participação de fontes alternativas renováveis (pequenas centrais
hidrelétricas, usinas eólicas e empreendimentos termelétricos a biomassa) na
produção de energia elétrica, beneficiando empreendedores que não tinham
vínculos societários com concessionárias de geração, transmissão ou distribuição
(ANEEL, 2015).
Quando foi criado o PROINFA, a tecnologia de geração de energia eólica
ainda era muito cara, inviabilizando o desenvolvimento de geração de energia
12

elétrica por fonte eólica. No final de 2009, ocorreu o primeiro leilão de


comercialização de energia voltado exclusivamente para a fonte eólica. O Leilão de
Energia de Reserva (LER), obteve um bom resultado, com a contratação de 1,8 GW
e abriu portas para novos leilões que ocorreram nos anos seguintes. O 2º LER
ocorreu em dezembro de 2009 e contratou usinas eólicas com início do suprimento
em 2012 e cujo prazo dos contratos era de 20 anos (ABEEOLICA, 2020). Na
Figura 3 podemos verificar este crescimento ao longo dos últimos 15 anos.

Figura 1 - Evolução da capacidade instalada de geração da energia eólica no Brasil nos


últimos 15 anos.

Fonte: Adaptado de ABEEÓLICA, 2019.

Na curva de desenvolvimento e instalação da fonte eólica ao longo dos anos,


é possível visualizar a trajetória supracitada e como a fonte eólica começa seu
efetivo crescimento a partir do leilão ocorrido em 2009, sendo que as instalações
começaram a se intensificar a partir de 2011. (ABEEÓLICA, 2020).
Até 2019, a utilização de energia elétrica através de fontes eólicas no Brasil
era de 15,45 GW, o que representava 9,1% da matriz elétrica Brasileira
13

(ABEEÓLICA, 2019). Vale destacar que toda geração de energia elétrica eólica
advém de usinas eólicas terrestre. Na Figura 4 é possível verificar as informações
apresentadas, bem como observar graficamente a proporção de utilização deste tipo
de energia.

Figura 2 - Composição da Matriz Elétrica Brasileira.

Fonte: Adaptado de ABEEÓLICA, 2019.

Outro dado importante, é que o Brasil atualmente é o oitavo país com maior
capacidade eólica instalada, e é um dos nove países com mais de 10 GW. Estima-se
que até 2023 se atinja aproximadamente 18 GW de capacidade instalada (SILVA,
2019).

2.3 Panorama da Energia Eólica Offshore atualmente

Em 1991, foi construído na Dinamarca o Vindeby Offshore Wind Park, o


primeiro parque eólico offshore, que se tratava de um projeto piloto com o intuito
de verificar a viabilidade de gerar energia eólica no mar (SILVA, 2019). Desde
então este modelo de geração se desenvolveu consideravelmente na Europa. Os
14

países que mais se destacaram no desenvolvimento deste modelo de geração foram


o Reino Unido, a Alemanha e a China. Apenas estes três países em 2018
concentravam 90% da geração eólica offshore do mundo (EPE, 2019).
No final de 2019, a geração de energia elétrica eólica offshore superou a
marca de 29,1 GW, o que representava 5% da capacidade eólica global (GWEC,
2020). Entre os países com maior capacidade de geração eólica offshore na
atualidade, o Reino Unido se destaca com 33%, seguido da Alemanha com 26%,
China com 24%, Dinamarca 6%, Bélgica 5% e Holanda 4%. Os outros 2% se
divide entre os demais países pelo mundo como é possível observar na Figura 5.

Figura 3 - Total de instalações eólicas offshore no mundo por país.

Total de instalações eólicas offshore no mundo por país


2%

4%
5%
6% 33% Reino Unido
Alemanha
China
29,1 GW Dinamarca
24% Bélgica
Holanda
Outros

26%

Fonte: Adaptado de GWEC, 2020.

De uma de forma geral, os custos de implantação de novos projetos de


geração de energia eólica offshore têm diminuído cada vez mais, como é possível
observar na Figura 6, onde mostra a queda nos valores do LCOE (Levelized Cost of
Energy) na Europa. O LCOE é um padrão utilizado pelo setor para comparar o
custo de diferentes fontes de energia (SILVA, 2019).
15

Figura 4 - Trajetória do LCOE da eólica offshore entre 2015 e 2030, incluindo estimativas de
projetos recentes.

Fonte: Adaptado de Hundleby e Freeman (2017).

O gráfico apresentado na Figura 6 mostra uma projeção de queda da LCOE


entre 2015 e 2030 e uma seleção de projetos que ganharam recentemente leilões
competitivos na Europa. A maior redução individual virá de custos de
financiamento mais baixos devido a uma redução no risco percebido e seguido do
esforço da indústria na busca de inovações tecnológicas (HUNDLEBY et. al.,
2017).
A introdução de estruturas que possibilitem a instalação em águas mais
profundas e que suportem turbinas maiores e o uso da expertise do setor de óleo e
gás offshore, são outros fatores que tem contribuído para diminuição dos custos de
implantação de parques eólicos offshore (SILVA,2019).

2.4 O Cenário atual da Energia Eólica Offshore no Brasil

Embora em vários países a energia eólica offshore tem se mostrado uma


opção cada vez mais viável para geração de energia renovável, no Brasil, ainda não
há parques eólicos offshore instalados (SILVA, 2019).
Porém, com o crescente aumento da utilização de fontes eólicas offshore
pelo mundo, agentes tanto do setor elétrico como também da indústria de petróleo e
gás no Brasil, têm buscado entender melhor o potencial e outras características
referentes a essa fonte de energia elétrica (EPE, 2019).
16

No Plano Nacional de Energia - PNE 20501 elaborado pelo Ministério de


Minas e Energia por meio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) trouxe um
estudo contendo o mapeamento dos recursos energéticos disponíveis no país no
horizonte de longo prazo, onde consta o mapeamento do recurso eólico offshore ao
longo do litoral brasileiro. Além disso, a fonte eólica offshore foi considerada pela
primeira vez como fonte candidata à expansão nas análises conduzidas no âmbito
do Plano Decenal de Expansão de Energia - PDE 20292 (EPE, 2020).
Atualmente, a Petrobras que detém grande Know how na exploração de
petróleo offshore (em alto mar), tem desenvolvido estudos para implantação de
parques eólicos offshore na costa do nordeste brasileiro, aproveitando sua
experiência em Exploração e Produção (PETROBRAS 2018). Além disso, há
indicativos de elevado potencial para exploração offshore da energia eólica nos
litorais do Nordeste, do Rio de Janeiro e do Sul do Brasil (PETROBRAS 2018).
Outro aspecto a ser observado é a questão da regulamentação ambiental, que
hoje no Brasil ainda não é tratado de forma clara e objetiva. De fato, o quadro
legislativo ambiental brasileiro ainda não oferece dispositivo legal que oriente o
licenciamento de tal atividade, como ocorre por exemplo para projetos eólicos
localizados em superfície terrestre, objeto da Resolução Conama nº 462/2014 (COX
et. al. 2018).

2.5 O Mapeamento do potencial eólico de uma região

Alguns aspectos devem ser considerados ao se analisar um projeto de


implantação de geração de energia eólica offshore. Um deles, é desenvolver um
mapeamento do potencial eólico de uma região, para se obter uma boa estimativa
da velocidade do vento dentro desta região (EPE, 2019).

1
O Plano Nacional de Energia (PNE) é um conjunto de estudos que dão suporte ao desenho da
estratégia de longo prazo do governo em relação à expansão do setor de energia.
2
O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) é um documento informativo elaborado
anualmente pela EPE sob as diretrizes e o apoio da equipe da Secretaria de Planejamento e
Desenvolvimento Energético (SPE/MME) e da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (SPG/MME).
17

A intensidade dos ventos em determinada região não é constante,


principalmente devido às grandes variações decorrentes das mudanças das estações
do ano. Por isso, para se determinar o potencial eólico em um certo intervalo de
tempo é de suma importância realizar uma análise criteriosa dos dados disponíveis
(SILVA, GUEDES, ARAÚJO, 1999). Essa análise é ainda mais importante quando
o objetivo é determinar a viabilidade técnica e econômica de um novo sistema:

Para se realizar análises da viabilidade técnico-


econômica da implantação de sistemas eólicos, é
necessário conhecer as características do vento local.
Para um correto dimensionamento do sistema eólico
(rotor, sistema de estocagem etc.) e para a escolha
do local mais apropriado para a instalação dos
mesmos, é importante o preciso conhecimento da
velocidade média do vento, além de outras
grandezas que definem a distribuição desta
velocidade no tempo e no espaço. (SILVA,
GUESES, ARAÚJO, 1999, p.02).

Existem algumas pesquisas e ferramentas que auxiliam a descrever o


potencial eólico e o comportamento dos ventos, sendo que a mais utilizada é a
Distribuição de Weibull (FONTANET, 2012). A expressão matemática é:

()
k
k−1 − v
f ( v )= ()
k v
c v
e c

em que:
v :velocidade do vento (m/s);
c : fator de escala (m/s);
k : fator de forma (adimensional).

Os históricos dos diversos casos já estudados de levantamento de potencial


eólico têm mostrado que a Distribuição de Weibull se ajusta de forma satisfatória
para determinados locais e períodos do ano ao registro de velocidades (DUTRA,
2001).

2.6 Plano de Descomissionamento de plataformas no Brasil


18

A maior parte da exploração e produção de Óleo & Gás no Brasil ocorre no


ambiente offshore, isto é, em alto mar. Em agosto de 2020 os campos marítimos
foram responsáveis por 96,9% da produção de petróleo e 85,5% da produção de gás
natural (ANP, 2020).
Ao passo que a exploração do petróleo avança, o volume das reservas
diminui até uma quantidade onde a atividade exploratória passa a ser inviável.
Ocorrem então, a partir desse momento, os processos de desativação e
descomissionamento das instalações marítimas, que têm como objetivo garantir a
correta destinação das estruturas offshore (CRUZ; SANTOS, 2019).
Atualmente existem 182 unidades marítimas offshore no Brasil, que estão
instaladas nas bacias do Ceará, Potiguar, Sergipe/Alagoas, Camamu, Espírito Santo,
Campos e Santos. Desse total, 103 unidades estão em operação e 79 estão fora de
operação (MARINHA DO BRASIL, 2020). A Tabela 1 a seguir apresenta a lista
com a distribuição dessas unidades em suas respectivas bacias:

Tabela 1 - Unidades marítimas offshore.

Bacia Em operação Fora de operação Total


Ceará 0 9 9
Potiguar 4 25 29
Sergipe/Alagoas 3 24 27
Camamu 1 0 1
Espírito Santo 7 1 8
Campos 52 19 71
Santos 36 1 37
Subtotal 103 79 182

Fonte: Adaptado de Marinha do Brasil, 2020.

As 79 plataformas que estão fora de operação poderão ser


descomissionadas, caracterizando assim a grande demanda para os próximos anos.

Descomissionamento é o processo que ocorre no


final da vida útil das instalações de exploração e
produção de petróleo e gás. Refere-se ao
desmantelamento e, na maioria dos casos, na
remoção dos equipamentos. Pode ser descrito como
a melhor maneira de encerrar a operação de
produção no final da vida produtiva do campo
(RUIVO, 2001, p.20).
19

Existem algumas possibilidades já permitidas do ponto de vista legal, como


a remoção completa, remoção parcial, tombamento no local e a utilização
alternativa. Entre as utilizações alternativas, pode-se destacar a modificação da
unidade marítima em centros de pesquisa, local de pesca esportiva e, ainda, o
reaproveitamento das estruturas como bases para instalação de sistemas eólicos
(LUZ et. al., 2019).
Da perspectiva técnica, a indicação para deixar a instalação offshore intacta
no local ou reaproveita-la tem relação direta com o seu tamanho e profundidade no
mar: quanto maior e mais profunda, mais apropriada é a permanência. Essa
indicação se deve aos fatos de que a complexidade das operações aumenta, os
custos são mais expressivos e a remoção pode causar impactos ambientais no
habitat marinho. Assim, nesse contexto onde a remoção pode acarretar diversos
impactos ambientais e financeiros, a alternativa de reutilização das estruturas das
unidades marítimas pode se apresentar como uma opção atrativa (COSTA, 2018).

2.7 Tipos de Geradores de Energia Eólica

Os modelos de aerogeradores mais utilizado em um sistema de geração


eólicas são os aerogeradores de eixo horizontal e grande parte da experiência
mundial está voltada para a sua utilização (CRESESB, 2008). Os principais
componentes do aerogerador de eixo horizontal são basicamente a torre, a nacele e
o rotor.
A nacele é a carcaça montada sobre a torre, onde são instalados o gerador, a
caixa de engrenagens, o sistema de controle, medição do vento e motores para
rotação do sistema para o melhor posicionamento em relação ao vento e o Sistema
Elétrico de um aerogerador (CRESESB, 2008). A Figura 7 ilustra os principais
componentes instalados em uma naceles.
20

Figura 5 - Principais componentes da Nacele de uma turbina eólica.

Fonte: CRESESB, 2008.

Aerogeradores com velocidade variável podem usar geradores síncronos ou


assíncronos como mostra a Figura 8.

Figura 6 - Esquema elétrico de um gerador com velocidade variável com conversor de frequência.

Fonte: CRESESB, 2008.


21

É possível observar no esquema elétrico da Figura 8 que a conexão ao


sistema elétrico é feita por meio de um sistema inversor composto por um conjunto
retificador/inversor. No caso do gerador síncrono, modelo mais utilizado nos
sistemas de geração eólica, a tensão produzida pelo gerador é retificada e a corrente
contínua resultante é invertida, com o controle da frequência de saída sendo feito
eletronicamente através de tiristores. Considerando que a frequência produzida pelo
gerador depende de sua rotação, e esta será variável em função da variação da
rotação da turbina eólica, a frequência da energia elétrica fornecida pelo
aerogerador será sincronizada com o sistema elétrico por meio do conversor se
mantendo constante (CRESESB, 2008).
22

3. METODOLOGIA

A principal ferramenta de investigação será a pesquisa bibliográfica em


trabalhos técnicos e científicos, inclusive internacionais, pois esse tipo de sistema
eólico offshore ainda não foi implantado no Brasil.
A primeira etapa do levantamento bibliográfico permitirá identificar a
relação de unidades marítimas offshore instaladas no Brasil, bem como os seus
respectivos status, isto é, se estão em operação ou fora de operação. Após
identificar as plataformas que poderão ser consideradas no estudo, será feita uma
pesquisa em catálogos e sites dos fabricantes de turbinas e geradores eólicos para
identificar os produtos disponíveis no mercado, suas principais características
técnicas e, ainda, os custos para aquisição, instalação e manutenção. Será feito
ainda uma análise do potencial eólico nas regiões das unidades marítimas que estão
fora de operação. Essa análise será realizada por meio do cálculo da distribuição de
probabilidade contínua de Weibull.
Por fim, será realizado um estudo de caso para definir a viabilidade do
projeto, em que serão comparados os custos para implantação do sistema em
conjunto com o reaproveitamento das estruturas das unidades marítimas com os
custos para implantação completa.
23

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA EÓLICA. Eólica: energia para um


futuro inovador. [S.l.]: ABEEólica 2020. Disponível em:
<http://abeeolica.org.br/energia-eolica-o-setor/>. Acesso em: 25 outubro 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA EÓLICA. Números ABEEólica -


Fevereiro de 2019. [S.l.]: ABEEólica 2020. Disponível em: <
http://abeeolica.org.br/wp-content/uploads/2019/02/N%C3%BAmeros-ABEE
%C3%B3lica-02.2019.pdf>. Acesso em: 07 de novembro 2020.

BOLETIM DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL. Agência


Nacional do Petróleo, Gás Natual e Biocombustíveis, v. 120, 2020. Mensal.
Disponível em:
<http://www.anp.gov.br/arquivos/publicacoes/boletins-anp/producao/2020-08-
boletim.pdf>. Acesso em: 11 de novembro 2020.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia; AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA


ELÉTRICA. Programa de Incentivo às Fontes Alternativas. [S.l.]: ANEEL
2020. Disponível em: <https://www.aneel.gov.br/proinfa>. Acesso em 08 de
novembro de 2020.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia; EMPRESA DE PESQUISA


ENERGÉTICA. Plano Decenal de Expansão de energia 2029. [S.l.]: EPE 2020.
Disponível em:
<https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/
Documents/PDE%202029.pdf>. Acesso em 18 de novembro de 2020.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia; EMPRESA DE PESQUISA


ENERGÉTICA. Plano Nacional de Energia
2050. [S.l.]: EPE 2020. Disponível em:
<https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/
PublicacoesArquivos/publicacao-227/topico-523/
24

PNE_2050___Relat_rio___Consulta_P_blica_.pdf>. Acesso em 18 de novembro de


2020.
CASTRO, Nivalde de; LIMA, Antônio; HIDD, Gabriel; VARDIERO, Pedro.
Perspectivas da Energia Eólica offshore. Agência Canal Energia. Rio de Janeiro,
2018.

COX, Roberta et al. Desafios no Licenciamento Ambiental Federal de Parques


Eólicos Offshore no Brasil. In: Conferência Brazil Wind Power 2018. Rio de
Janeiro, 2018.

CRUZ, Daniel Souza; SANTOS, José Vitor Martins. Tendência do


descomissionamento de plataformas marítimas no brasil. 2019. 61 f. TCC
(Graduação) - Curso de Engenharia de Petróleo, Departamento de Engenharia
Química e de Petróleo, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019. Disponível
em: >https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/10421/1/TCC-DANIEL-E-VITOR.pdf.>
Acesso em: 08 de novembro 2020.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia; EMPRESA DE PESQUISA


ENERGÉTICA. Roadmap Eólica Offshore Brasil. [S.l.]: EPE 2020. Disponível
em: <https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/
PublicacoesArquivos/publicacao-456/
Roadmap_Eolica_Offshore_EPE_versao_R2.pdf >. Acesso em 22 de agosto de
2020.

DIVONE, Louis Vuitton. Evolution of Modern Wind Turbines. In: SPERA, S.A.
Wind Turbine Technology - Fundamental Concepts of Wind Turbine Engineering.
New York: ASME Press, 1994.

DUTRA, Ricardo Marques. Viabilidade técnico-econômica da energia eólica


face ao novo marco regulatório do setor elétrico brasileiro. 2001. Tese de
Mestrado (Mestrando em Ciências em planejamento energético) - Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001.
25

ELETROBRAS; CEPEL; CENTRO DE REFERÊNCIA PARA ENERGIA SOLAR


E EÓLICA SÉRGIO DE SALVO BRITO. Energia Eólica: Princípios e
Tecnologias. [S.l.]: CRESESB 2020. Disponível em:
<http://www.cresesb.cepel.br/download/tutorial/tutorial_eolica_2008_e-book.pdf>.
Acesso em 08 de novembro de 2020.

FONTANET, Flavia Aguiar. Avaliação de uma opção de espera de um parque


eólico pelo método de opções reais. 2012. Dissertação de Mestrado - Engenharia
Elétrica - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.

GLOBAL WIND ENERGY COUNCIL. Global Offshore Wind Report 2020.


[S.l.]: GWEC 2020. Disponível em:
<https://gwec.net/wp-content/uploads/dlm_uploads/2020/08/GWEC-offshore-wind-
2020-5.pdf>. Acesso em 17 novembro de 2020.

HUNDLEBY, Giles et al. Unleashing Europe’s offshore wind potential. [S.l.]:


Wind Europe e BVG Associates, 2017. Disponível em:
<https://windeurope.org/wp-content/uploads/files/about-wind/reports/Unleashing-
Europes-offshore-wind-potential.pdf>. Acesso em 17 novembro de 2020.

LUZ, Rafael Nunes da et al. DESCOMISSIONAMENTO DE INSTALAÇÕES:


desafios frente à demanda futura. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS, 5., 2019, Sergipe.
Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Núcleo de Competência em Petróleo e
Gás, Universidade Federal de Sergipe, 2019.

MARINHA DO BRASIL. Diretoria de Portos e Costas. Distribuição das


Plataformas de Petróleo por Bacias. In: Distribuição das Plataformas de Petróleo
por Bacias. [S. l.], 10 nov. 2020. Disponível em:
<https://www.marinha.mil.br/dpc/node/4646>. Acesso em: 10 de novembro 2020.
26

PETROBRAS. Estamos desenvolvendo o primeiro projeto piloto de energia


eólica offshore do Brasil. [S.l.]: PETROBRAS 2020. Disponível em:
<https://petrobras.com.br/fatos-e-dados/estamos-desenvolvendo-o-primeiro-
projeto-piloto-de-energia-eolica-offshore-do-brasil.htm >. Acesso em: 25 out. 2020.

SHEFHERD, D.G. Historical Development of the Windmill. In: SPERA, S.A.


Wind Turbine Technology - Fundamental Concepts of Wind Turbine
Engineering, New York,: ASME Press, 1994.

SILVA, Amanda Jorge Vinhoza de Carvalho. Potencial eólico offshore no brasil:


localização de áreas nobres através de análise multicritério. 2019. Dissertação
de Mestrado (Mestrando em Planejamento Energético) - Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.

SILVA, Patrícia de Castro et al. Otimização dos parâmetros da distribuição de


Weibull. In: XV Congresso Brasileiro de Engenharia Mecânica. Águas de Lindóia,
1999.

Você também pode gostar