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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Leonardo Luiz Peres


Rafael Kalucz

ESTUDO DE PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO TRIFÁSICAS AÉREAS


COM ÊNFASE NOS CÁLCULOS ELÉTRICOS

Curitiba
2014
1

LEONARDO LUIZ PERES


RAFAEL KALUCZ

ESTUDO DE PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO TRIFÁSICAS AÉREAS


COM ÊNFASE NOS CÁLCULOS ELÉTRICOS

Trabalho de Conclusão de Curso de


Graduação, apresentada à disciplina TE105
– Projeto de Graduação, do Curso Superior
de Engenharia Elétrica, Setor de
Tecnologia, Universidade Federal do
Paraná, como requisito para Obtenção do
titulo de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof.Dr. Clodomiro Unsihuay Vila

Curitiba
2014
1
2

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecemos aos nossos pais pelos momentos de lazer,


carinho e educação prestados desde o início de nossas vidas ate o presente
momento, nos ajudando a superar todas as dificuldades encontradas em nosso
caminho com muito amor e compreensão.
Aos Engenheiros Aurino Atsushi Sigaki, Eduardo Rodovalho de Oliveira e
Evaldo Kalucz pela ajuda com o conteúdo para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao Professor Dr. Clodomiro Unsihuay Vila por aceitar o convite e nos orientar
na realização desse trabalho.
Aos Professores do departamento de engenharia elétrica da universidade
federal do Paraná por terem contribuído de forma excepcional para a nossa
formação como profissionais e por todo o conhecimento transmitido durante a nossa
graduação.
Aos nossos amigos em geral que estiveram junto conosco durante nossa
graduação e nossa vida, em especial Paulo Vriesman da Silva, Pedro Mol, Ricardo
Schumacher, Andrey Oliveira e João T. Pilato. Ensinando-nos o verdadeiro valor de
uma amizade dando-nos apoio em momentos difíceis e de nervosismo como
também presentes em momentos de descontração e alegrias e que vão continuar
junto conosco durante toda nossa vida.
Queremos também agradecer a banca examinadora: Prof. M.Sc. Vilson R. G.
R. da Silva, Prof. Dr. Odilon L. Tortelli e Prof. Dr. Clodomiro U. Vila que cederam
parte de seu precioso tempo para nos ajudar e orientar as diretrizes de nosso TCC.
E as demais pessoas que estiveram junto conosco durante toda nossa
trajetória acadêmica direta ou indiretamente.
3

RESUMO

O desenvolvimento desse trabalho consistiu em estudar através de pesquisas


bibliográficas e entrevistas com engenheiros, como são realizados os projetos de
linhas de transmissão trifásicas aéreas atualmente no Brasil e os métodos utilizados
para efetuar os cálculos elétricos da linha. O objetivo desse trabalho é descrever
como é realizado um projeto completo de uma linha de transmissão e a criação de
uma planilha eletrônica para efetuar os cálculos elétricos da linha. Para a validação
da metodologia utilizada foi realizado comparações com estudos e projetos
existentes, onde se obteve dados referentes aos cálculos elétricos de linhas de
transmissão e implementados logo testados em uma planilha eletrônica. O conteúdo
desse trabalho pretende ser o inicio do desenvolvimento de um manual de
elaboração de projetos de linhas de transmissão e seus respectivos cálculos
elétricos em uma planilha eletrônica.

Palavras-chave: Projetos. Linhas de transmissão de energia elétrica. Cálculos


elétricos. Planilha eletrônica. Normas técnicas.
4

ABSTRACT

The development of this work was to study through bibliographical research and
interviews with engineers, as are performed projects of triphasic electricity
transmission lines aerial currently in Brazil and the methods used to make electrical
calculations of the line. The aim of this paper is to describe how we conducted a
complete project of a transmission line and creat an electronic spreadsheet to
perform calculations of the electrical line. To validate the methodology used, it was
performed comparisons with existing studies and projects, which it is obtained data
for the electrical calculations of transmission lines and tested in a spreadsheet. The
content From this work, want be the begin to perform a manual transmission lines to
develop transmission lines projects and their electrical calculations in a spreadsheet
successfully.
Keywords: Projects. Electricity transmission lines. Electrical calculations.
Spreadsheet. Technical standards.
5

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1.1: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA PROJEÇÃO DE DEMANDA DE ENERGIA DO


PDE 2023 .............................................................................................................................................. 14
FIGURA 1.2: OFERTA INTERNA DE ENERGIA ELÉTRICA POR FONTE ......................................... 14
FIGURA 1.3: MAPA DO SIN HORIZONTE 2014-2015......................................................................... 16
FIGURA 1.4: FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA.............................................................................. 18
FIGURA 2.1: PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA LT ......................................................................... 21
FIGURA 2.2: FLUXOGRAMA DE PROJETOS DE LT’S ...................................................................... 22
FIGURA 2.3: LEVANTAMENTO DE UMA POLIGONAL ...................................................................... 24
FIGURA 2.4: EXEMPLO DE ÁRVORE DE CARREGAMENTO NAS ESTRUTURAS ......................... 28
FIGURA 2.5: CADEIA DE SUSPENSÃO CONVENCIONAL ................................................................ 30
FIGURA 2.6: CADEIA DE ANCORAGEM CONVENCIONAL ............................................................... 31
FIGURA 2.7: SINALIZAÇÃO POR MEIO DE PINTURA DOS SUPORTES, INSTALAÇÃO DE PLACAS
E ESFERAS .......................................................................................................................................... 33
FIGURA 2.8: EXEMPLO DE SINALIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS ...................................................... 34
FIGURA 2.9: DETALHE DO ATERRAMENTO EM UMA TORRE DE TRANSMISSÃO ...................... 37
FIGURA 2.10: SILHUETA DE UMA TORRE S3R ................................................................................ 48
FIGURA 2.11: TRADO CAVADEIRA (a) E TRADO HELICOIDAL (b) RESPECTIVAMENTE ............. 50
FIGURA 2.12: TIPOS DE SOLO ........................................................................................................... 54
FIGURA 3.1: SISTEMA COM UM CONDUTOR POR FASE ................................................................ 57
FIGURA 3.2: SISTEMA COM CONDUTORES AGRUPADOS ............................................................. 57
FIGURA 3.3: SISTEMA COM DOIS CONDUTORES AGRUPADOS ................................................... 58
FIGURA 3.4: CONDUTORES EM UMA LINHA TRIFÁSICA DE CIRCUITO DUPLO, NAS TRÊS
PARTES DE UM CICLO DE TRANSPOSIÇÃO .................................................................................... 58
FIGURA 3.5: CORTE TRANSVERSAL DE UM CABO COM ALMA DE AÇO ..................................... 61
FIGURA 3.6: CIRCUITO TEE DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO ................................................... 64
FIGURA 3.7: CIRCUITO PI DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO ....................................................... 65
FIGURA 3.8: REPRESENTAÇÃO DE REATORES NAS EXTREMIDADES DE UMA LT ................... 66
FIGURA 5.1: TORRE DE TRANSMISSÃO ESTAIADA CROSS-ROPE TIPO CR52 ........................... 71
FIGURA 5.2: DADOS DE ENTRADA DE UMA SIMULAÇÃO .............................................................. 74
FIGURA 5.3: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO .................................................................................... 74
FIGURA 5.4: DADOS DE ENTRADA DE UMA SIMULAÇÃO .............................................................. 75
FIGURA 5.5: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO .................................................................................... 76
FIGURA 5.6: POTÊNCIA REATIVA NA TRANSMISSÃO EM FUNÇÃO DA POTÊNCIA ATIVA ......... 77
6

LISTA DE TABELAS

TABELA 1.1: CONSUMO DE ELETRICIDADE NA REDE POR CLASSE ........................................... 13


TABELA 1.2: PRODUÇÃO DE ENERGIA PRIMÁRIA POR TIPO DE FONTE .................................. 215
TABELA 1.3: PRODUÇÃO DE ENERGIA PRIMÁRIA POR FONTE (%) ............................................. 15
TABELA 2.1: COEFICIENTES DE SEGURANÇA ................................................................................ 25
TABELA 2.2: DISTÂNCIAS BÁSICAS “a” ............................................................................................. 28
TABELA 2.3: DISTÂNCIAS BÁSICAS “a1’ ........................................................................................... 39
TABELA 2.4: PARÂMENTROS GEOTÉCNICOS TÍPICOS EMPREGADOS EM PROJETOS............ 39
TABELA 5.1: CABO 954 MCM RAIL ..................................................................................................... 70
TABELA 5.2: DADOS DE ENTRADA DA TABELA............................................................................... 71
TABELA 5.3: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO E DO ESTUDO DA GLT ............................................ 72
TABELA 5.4: DADOS DE ENTRADA DA PLANILHA ........................................................................... 72
TABELA 5.5: DADOS DO PROJETO ................................................................................................... 73
TABELA 5.6: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO .................................................................................... 73
7

LISTA DE ABREVIATURAS

LT: Linha de Transmissão


CC: Corrente Contínua
CA: Corrente Alternada
PNE: Plano Nacional Energético
PDE: Plano Decenal Energético
EPE: Empresa de Pesquisa Energética
SIN: Sistema Interligado Nacional
ONS: Operador Nacional do Sistema
PLS-CADD: Power Line Sistems
NBR: Normas Brasileiras
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
EAT: Extra Alta Tensão
COPEL: Companhia Paranaense de Energia
RAS: Relatório Ambiental Simplificado
IAP: Instituto Ambiental do Paraná
RDPA: Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais
LP: Licença Prévia
LI: Licença de Instalação
LO: Licença de Operação
COD: Cadastro de Obras Diversas
ART: Anotação de Responsabilidade Técnica
RLA: Requerimento de Licenciamento Ambiental
CEMA: Conselho Estadual do Meio Ambiente
CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente
ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica
CAA: Cabo de Alumínio com alma de Aço
DUP: Declaração de utilidade Pública
SCG: Concessões e Autorizações de Geração
SCT: Concessões e Autorizações de Transmissão
SPT: Sondagem a Percussão
ELU: Estados-Limite Último
ELS: Estados-Limite de Serviço
SOMA: Serviço e Orientação Meio Ambiente
8

GLT: Grupo de Linhas de Transmissão


9

Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
1.1. CONTEXTO ................................................................................................. 12
1.2. OBJETIVOS ................................................................................................. 17
1.2.1. Objetivo geral......................................................................................... 17
1.2.2. Objetivos específicos ............................................................................. 17
1.3. JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 17
1.5. ESTADO DA ARTE ...................................................................................... 18
2. PROJETOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO NO BRASIL .............................. 21
2.1. FLUXOGRAMA ............................................................................................ 22
2.2. TOPOGRAFIA .............................................................................................. 23
2.2.1. Estudo e apresentação de três alternativas de traçado ......................... 23
2.2.2. Levantamento topográfico plani-altimétrico ........................................... 23
2.2.3. Planta do traçado................................................................................... 24
2.2.4. Planta e perfil do eixo da LT .................................................................. 24
2.3. PROJETO ELETROMECÂNICO .................................................................. 24
2.3.1. Critérios básicos de projeto ................................................................... 25
2.3.1.1. Norma a ser utilizada no projeto ......................................................... 25
2.3.1.2. Velocidade dos ventos adotada ......................................................... 25
2.3.1.3. Condições atmosféricas ..................................................................... 26
2.3.1.4. Critérios básicos de locação de suportes ........................................... 26
2.3.1.5. Definição dos esforções mecânicos ................................................... 26
2.3.2. Planta e perfil com plotação das estruturas ........................................... 27
2.3.3. Árvore de carregamento das estruturas ................................................ 27
2.3.4. Memorial descritivo ................................................................................ 28
2.3.5. Especificações de construção ............................................................... 29
2.3.6 Memorial de cálculo para a largura da faixa de servidão ....................... 29
2.3.7 Ferragens e acessórios para arranjos de ancoragem e suspensão ...... 30
2.3.8 Tipo de cabo para-raios ......................................................................... 31
2.3.9 Sinalização para inspeção aérea ........................................................... 32
2.3.10 Identificação das estruturas ................................................................... 33
2.3.11 Tabela de regulagem de cabos condutores e para-raios....................... 34
2.3.12 Lista de materiais................................................................................... 35
2.3.13 Projeto de instalação de amortecedores e vibrações dos cabos ........... 35
2.3.14 Medição da resistência do solo.............................................................. 36
10

2.3.15 Projeto de instalação de contrapeso ...................................................... 36


2.3.16 Projeto de aterramento .......................................................................... 36
2.3.17 Projeto de travessias ............................................................................. 38
2.3.18 Solicitação de aprovação e autorização das travessias ........................ 40
2.3.19 Emissão de “as built” ............................................................................. 40
2.4. LICENCIAMENTO AMBIENTAL .................................................................. 41
2.4.1 Requisitos para solicitação de licença prévia ........................................ 42
2.4.2 Licença de instalação ............................................................................ 42
2.4.3 Licença de operação ............................................................................. 43
2.5 LIBERAÇÃO FUNDIÁRIA ............................................................................ 44
2.5.1 Anuência dos proprietários .................................................................... 44
2.5.2 Pesquisa cartorial .................................................................................. 45
2.5.3 Avalição dos imóveis ............................................................................. 45
2.5.4 Indenizações.......................................................................................... 46
2.6 DUP.............................................................................................................. 46
2.7 PROJETO DE TORRES .............................................................................. 47
2.7.1 Projeto de série de torres ...................................................................... 47
2.8 SONDAGENS GEOLÓGICAS ..................................................................... 48
2.8.1 Programa de sondagens (NBR8036)..................................................... 49
2.8.2 Sondagens geológicas a trado .............................................................. 49
2.8.3 Relatório das sondagens ....................................................................... 50
2.9 PROJETO CIVIL DAS FUNDAÇÕES........................................................... 52
2.9.1 Definições dos critérios das fundações ................................................. 52
2.9.2 Tipo de fundação ................................................................................... 53
2.9.3 Elaboração do projeto das fundações ................................................... 54
3 CÁLCULOS ELÉTRICOS .................................................................................. 56
3.1. RESISTÊNCIA, INDUTÂNCIA E CAPACITÂNCIA ....................................... 56
3.1.1. Indutância .............................................................................................. 56
3.1.2. Capacitância .......................................................................................... 59
3.1.3. Resistência ............................................................................................ 60
3.2. CÁLCULOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO ............................................. 62
3.3. COMPENSAÇÕES DE TENSÕES E ÂNGULOS NA LINHA DE
TRANSMISSÃO ..................................................................................................... 65
3.3.1. Compensação em derivação ................................................................. 66
3.3.2. Compensação-série............................................................................... 67
11

4. PLANILHA ELETRÔNICA ................................................................................. 68


5. TESTES E RESULTADOS ................................................................................. 70
5.1. VALIDAÇÃO DA PLANILHA ........................................................................ 70
5.2. SIMULAÇÕES .............................................................................................. 74
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 78
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 79
12

1. INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTO

A energia elétrica se tornou uma das principais fontes de luz, calor e força
utilizada no mundo moderno, proporcionando uma melhor qualidade de vida à
população, alimentando máquinas que ativam as indústrias e movimentando o
comércio. Grande parte dos avanços tecnológicos que alcançamos se deve à
energia elétrica, que é gerada em diferentes regiões, e transportada em longas
distâncias para alimentar os centros consumidores, em complexos sistemas de
transmissão (ELETROBRAS, 2014).
As Linhas de Transmissão (LT’s) são um dos principais elementos do sistema
elétrico brasileiro, pois fazem a interligação entre a geração e distribuição ou entre
linhas existentes para interligação dos sistemas, elementos normalmente separados
por uma razoável distância. Por isso faz-se necessário um sistema de transmissão
estável e com uma grande capacidade de transporte de energia (LUSTOSA, 2009).
Em 1882 foi inaugurada por Thomas Edson a central elétrica de Pearl, para
fornecimento de iluminação publica em Nova York. Começaram a surgir os primeiros
problemas de transporte de energia, pois a energia era gerada e consumida em
Corrente Contínua (CC). As perdas no transporte de energia elétrica eram por efeito
joule e queda de tensão pela resistividade dos condutores. Para sanar esse
problema eram necessários condutores de secção maiores, tornando-se inviável sua
implantação, fazendo com que as novas centrais de energia estivessem próximas
dos centros de consumo. Naquele tempo as maiores fontes produtoras de energia
ficavam fora de alcance, pois não havia como transportar esses blocos de energia a
grandes distâncias, uma vez que a eletricidade era consumida na tensão em que era
produzida (FUCHS, 1979).
O transformador foi inventado por volta dos anos 1884/1885, possibilitando a
elevação e o abaixamento de tensão, facilitando o transporte de energia e
diminuindo as perdas por queda de tensão. A invenção dos motores de indução por
Ferraris e Tesla, entre os anos de 1885 e 1888, foi o que deu uma grande vantagem
da corrente alternada para a corrente contínua. Aos poucos foram trocando os
sistemas de CC por CA, no entanto não foi completamente substituído, pois para
algumas aplicações específicas a CC era mais vantajosa (FUCHS, 1979).
13

Com essa vantagem no transporte de energia os sistemas em CA foram


crescendo continuamente e assim os grandes potenciais elétricos poderiam ser
acessados, transportando a energia a longas distâncias. A primeira LT de 230KV foi
construída no ano de 1936 e somente 26 anos depois a primeira LT de 500KV
entrou em operação. No Brasil a primeira linha de transmissão a entrar em operação
foi no ano de 1883, constando como a linha mais longa do mundo na época,
somente em 1945 foi construída a primeira linha de 230KV (FUCHS, 1979).
O plano nacional de energia (PNE) mostra um panorama dos estudos
realizados e das perspectivas futuras dos recursos disponíveis, tem como objetivo o
planejamento do desenvolvimento energético do país, orientando as tendências
futuras da expansão do setor energético. O PNE é dividido em PNE 2030 e PNE
2050, onde mostram as prospectivas futuras da expansão do setor energético
nacional (EPE, 2008).
O plano decenal de energia (PDE) 2023 mostra uma perspectiva futura da
demanda e oferta de recursos em um período de 10 anos. Tanto o PDE quanto o
PNE são instrumentos de suma importância para o planejamento do setor energético
brasileiro, para que se possa desenvolver uma estratégia que acompanhe o
crescimento do país (EPE, 2014).
Os estudos do PDE 2023 são realizados com base em que a economia
mundial tem um fraco crescimento ao longo dos próximos anos, onde os países
desenvolvidos tentam se reestruturar economicamente, influenciando o comércio
mundial com a estagnação. Os estudos baseiam-se também nos leilões de energia
realizados até o final de 2013 com um total de 7.200 MW e tendo sido licitado em
2013 um total de 10.000 km de linhas de transmissão (EPE, 2014).

TABELA 1.1: CONSUMO DE ELETRICIDADE NA REDE POR CLASSE

FONTE: EPE, 2014.


14

FIGURA 1.1: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA PROJEÇÃO DE DEMANDA DE ENERGIA DO


PDE 2023
FONTE: EPE, 2014.

A matriz energética brasileira é composta principalmente de fontes


renováveis, com notoriedade a geração hidráulica, com 64,9% de toda a oferta de
energia. A energia gerada através de fontes renováveis representam quase 80% de
toda a oferta de energia no Brasil, sendo ela gerada internamente e importada de
fontes de origem renovável. O setor energético cresceu 12,6% em relação a 2012,
com uma ligeira alta no setor industrial e uma alta de 6,2% no consumo residencial e
4,8% nos demais setores (EPE, 2014).

FIGURA 1.2: OFERTA INTERNA DE ENERGIA ELÉTRICA POR FONTE


FONTE: EPE, 2014.
15

A geração de energia elétrica no ano de 2013 teve um aumento de 3,2% em


relação ao ano anterior, a principal fonte de energia primária do Brasil continua
sendo a energia hidráulica, porém houve uma diminuição na geração de 5,9% em
relação a 2012. Houve o incremento das energias eólicas, biodiesel e cana-de-
açúcar, todas com um aumento superior a 7,4% com um destaque a eólica que teve
um aumento de 16,5% em sua produção (EPE, 2014).

TABELA 1.2: PRODUÇÃO DE ENERGIA PRIMÁRIA POR TIPO DE FONTE


FONTE: EPE, 2014.

TABELA 1.3: PRODUÇÃO DE ENERGIA PRIMÁRIA POR FONTE (%)


FONTE: EPE, 2014.
16

O sistema interligado nacional (SIN) do Brasil é um dos únicos no mundo


desse porte. Vale ressaltar que esse sistema interliga todas as regiões brasileiras
conforme a figura abaixo, e somente 1,7% da energia nacional encontrasse fora do
SIN em regiões de difícil acesso na Amazônia (ONS, 2014). Vemos que os sistemas
de transmissão de energia do Brasil variam de 138KV ate 750KV em corrente
alternada, salvo as linhas de 600KV e 800 KV em corrente contínua. Temos hoje um
total de mais de 106.000 km de linhas já construídas e em operação no SIN, sendo
45% dessas linhas em 230KV (ONS, 2012).

FIGURA 1.3: MAPA DO SIN HORIZONTE 2014-2015


FONTE: ONS, 2014.
17

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo geral

O objetivo desse trabalho é realizar um estudo das etapas necessárias para


conceber projetos de linhas de transmissão trifásicas aéreas com ênfase no cálculo
dos parâmetros elétricos das linhas, utilizando uma planilha eletrônica de cálculo
para verificação dos parâmetros com base em um projeto de LT real.

1.2.2. Objetivos específicos

Os objetivos específicos são:


 Desenvolver um documento que seja o início de um manual que
contenha as etapas necessárias para realizar projetos de linhas de
transmissão trifásicas aéreas no Brasil;
 Desenvolver uma planilha eletrônica capaz de calcular os parâmetros
elétricos de linhas de transmissão trifásicas;
 Realizar comparações entre os valores calculados pela planilha e
projetos ou informações existentes de linhas de transmissão.

1.3. JUSTIFICATIVA

O trabalho tem como diferencial o desenvolvimento de um estudo para a


elaboração de projetos de linhas de transmissão de corrente alternada e a utilização
de uma planilha eletrônica simples, que pode ser utilizada facilmente para calcular
os parâmetros elétricos de uma linha de transmissão trifásica aérea. Tal planilha
contará com especificações e procedimentos técnicos destinados a segurança e
eficácia no cálculo de modo simples e barato, sendo que supostamente os
aplicativos relacionados são caros e sofisticados.
Pretende-se que este trabalho represente um marco inicial que permitirá a
elaboração de um manual para projetos de linhas de transmissão trifásicas, pois
facilita na disseminação do estado da arte sobre o desenvolvimento de projetos de
linhas de transmissão.
18

1.4. METODOLOGIA

As etapas empregadas no desenvolvimento do trabalho são apresentadas no


fluxograma da figura 1.4.

FIGURA 1.4: FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA


FONTE: AUTOR.

1.5. ESTADO DA ARTE

Nesta subdivisão será apresentada uma breve revisão sobre a bibliografia já


encontrada sobre manuais de projetos de linhas de transmissão e sobre o cálculo de
parâmetros elétricos. Conforme realizamos pesquisas não encontramos nenhum
manual completo sobre todas as etapas necessárias para a realização de um projeto
executivo de linhas de transmissão, apenas encontramos esse material fracionado.
O instrumento mais utilizado por projetistas de linhas de transmissão nos dias
de hoje é um software chamado PLS-CADD, com ele é possível realizar um projeto
completo com dados como velocidades dos ventos, temperaturas e cargas nas
estruturas, utilizando o pacote completo dele é possível:
 realizar a plotação de estruturas;
 mudar o tipo de estrutura visando um menor custo;
19

 calcular flechas;
 cálculo do terreno;
 calcular distância de segurança;
 tensões;
 cargas;
 desenho completo de um projeto de linha de transmissão.
As normas técnicas têm como objetivo a padronização da execução de
diversos tipos de serviços e produtos, garantindo ao consumidor satisfação e
segurança. Tanto para projetos quanto para construção de linhas de transmissão no
Brasil, o que garante a qualidade dos serviços são as Normas Brasileiras (NBR’s),
criadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A NBR que rege os projetos de LT’s é a NBR5422 – Projeto de linhas aéreas
de transmissão de energia elétrica. Nela contém:
 normas complementares – relação de normas para a correta
padronização de serviços e materiais de uma LT;
 definições – linguagem mais utilizada por engenheiros;
 parâmetros meteorológicos – todas as definições assim como tabelas e
fatores para correção;
 cabos condutores e para-raios -- define os padrões e as normas relativas
que os condutores e para-raios devem se enquadrar, como carga,
temperatura e flecha dos cabos;
 isoladores e ferragens – especificações para a elaboração do projeto bem
como as normas complementares;
 suportes e fundação – cita as normas que o projeto de fundação e os
suportes devem seguir, e uma breve descrição das hipóteses de carga e
tipo de fundação;
 esforços mecânicos – cita os esforços a que toda a estrutura esta
submetida e todo o método de cálculo destes esforços;
 aterramento – apenas recomendações sobre o aterramento, pois o
mesmo deve ser feito de acordo com o projetista da linha;
 distância de segurança – demonstra como calcular a distância de
segurança;
 travessias – cita todos os tipos de travessias e os critérios a serem
utilizados;
20

 faixa de segurança – método de cálculo para uma ou mais linhas;


 sinalização – indica quais NBR’s devem ser consultadas.
A apostila de FURNAS(FURNAS, 2006) contém uma breve descrição sobre
os procedimentos para a construção de linhas de transmissão, ela relata sobre
noções de eletricidade e do sistema elétrico brasileiro até as fases de projeto e
construção de LT’s. Descreve de uma forma bem sucinta as principais etapas para
estudos ambientais e a elaboração dos projetos básico e executivo. Considera o
meio em questão onde será implantada a LT, citando como realizar um
levantamento de campo para a escolha do traçado.
Além disso, encontramos muitas dissertações sobre aspectos bem
específicos tanto do projeto como da construção da LT, como topografia, cálculos
dos parâmetros elétricos através de tensões e correntes nos terminais, projeto
eletromecânico.
A bibliografia utilizada ainda nos dias de hoje é o livro transmissão de energia
elétrica – linhas aéreas do Rubens Dario Fuchs, uma edição de 1979. Outro livro
utilizado é do Willian D. Stevenson “Análise de Sistemas de Potência” de 1986, que
aborda temas como: transformadores, maquinas elétricas, linhas de transmissão
trifásicas.
21

2. PROJETOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO NO BRASIL

Para o desenvolvimento desse capitulo, foram realizadas algumas entrevistas


com especialistas na área de projetos elétricos de linhas de transmissão áreas, no
apêndice do trabalha é comentado sobre a realização dessas entrevistas. Outro
ponto a se comentar desse capitulo, é que não é comentado sobre segurança da
parte de projeto.
De acordo com uma entrevista realizada com o engenheiro projetista de
linhas de transmissão Aurino Atsushi Sigaki (Sigaki, 2014) as etapas para a
realização de um projeto de uma LT são as seguintes:

FIGURA 2.1: PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA LT


FONTE: P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992.
22

2.1. FLUXOGRAMA

Na figura 2.2 é apresentado um fluxograma que descreve as etapas de um


projeto de linhas de transmissão aéreas, sendo que as etapas estão organizadas em
ordem cronológica.

FIGURA 2.2: FLUXOGRAMA DE PROJETO DE LT’S


FONTE: SIGAKI, 2014.
23

2.2. TOPOGRAFIA

Tem como objetivo realizar o levantamento do terreno, medindo desníveis,


ângulos e distâncias onde será implantado a LT para que assim possam ser
representadas em uma escala adequada todas as imperfeições do terreno que
possam gerar possíveis alterações de projeto. Utiliza-se de medidas lineares para
calcular: áreas e coordenadas para posteriormente serem passadas para as plantas
do traçado e do perfil, onde no caso de linhas de transmissão auxiliam para a correta
localização de estruturas (VEIGA, ZANETTI, FAGGION, 2012).

2.2.1. Estudo e apresentação de três alternativas de traçado

Para a escolha do traçado utilizam-se cartas geográficas, imagens de satélite


e visitações “in loco”, visando o conhecimento de possíveis projetos futuros que
possam estar interferindo com o traçado da LT, podendo gerar conflitos. Os estudos
de traçado consideram além de aspectos técnicos, econômicos e ambientais o tipo
de solo, desapropriações, travessias, proximidade a áreas densamente populosas,
entre outros (FURNAS, 2006).
É conveniente afastar as LT’s de áreas populosas, estradas e principalmente
rotas turísticas, pois para quem a projeta ela pode ser considerada uma obra de
arte, porém para as demais pessoas pode ser considerada uma poluição visual (P.
R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).
Definido as três melhores hipóteses de traçado é realizado um estudo com o
intuito de determinar qual teria o menor custo com o menor impacto ambiental, para
implantar o traçado escolhido e elaborar a planta e perfil desse corredor preferencial
(FURNAS, 2006).

2.2.2. Levantamento topográfico plani-altimétrico

No levantamento topográfico planialtimétrico são localizados os pontos de


vértices visando representar os desníveis entre elas. Para realizar o levantamento
topográfico são utilizados equipamentos como estações totais, laser scanner 3D e
receptores RTK para cálculo de coordenadas e altitudes (SIGAKI, 2014):
 Para cálculo de coordenadas x, y e z;
24

A técnica utilizada para o levantamento planialtimétrico consiste em obter uma


sequência de pontos sucessivos no eixo do traçado escolhido, interferências como
redes de distribuição, cercas, estradas, matas, arvores, rios. E quando o desnível
lateral for significativo é necessário fazer o levantamento do perfil lateral (SIGAKI,
2014).

FIGURA 2.3: LEVANTAMENTO DO TRAÇADO


FONTE: VEIGA, ZANETTI, FAGGION, 2012.

2.2.3. Planta do traçado

Representação gráfica do traçado da LT, revelando as interferências


existentes, vértices e alinhamento das estruturas. Nessa etapa que são fornecidos
os quadros de coordenadas dos vértices (OLIVEIRA, 2014).

2.2.4. Planta e perfil do eixo da LT

Representação gráfica onde são indicados os limites das propriedades


atravessadas pela LT, os obstáculos na faixa de servidão, as travessias que
obstruem a LT e a representação do relevo (OLIVEIRA, 2014).

2.3. PROJETO ELETROMECÂNICO

O projeto eletromecânico compreende todos os cálculos para o correto


dimensionamento de estruturas, memoriais de cálculo, dimensionamento de cabos
condutores e para-raios, lista de materiais, entre outros (SIGAKI, 2014).
25

2.3.1. Critérios básicos de projeto

2.3.1.1. Norma a ser utilizada no projeto

A norma utilizada para projetos depende sempre da concessionária para


quem a linha será construída. Ela quem determina os critérios que devem ser
respeitados para a realização do projeto. Normalmente utiliza-se para projetos de LT
a NBR5422 – Projetos de linhas de transmissão aéreas de energia elétrica, que
oferece para uso comum as regras e diretrizes para a realização de projetos de LT
reconhecido por um órgão público (SIGAKI, 2014).

2.3.1.2. Velocidade dos ventos adotada

A velocidade dos ventos nas estruturas é retirada através de dados


meteorológicos da região de implantação da linha, caso não haja dados disponíveis
esse cálculo é feito utilizando-se normas técnicas (ABNT NBR5422, 1985).
Utiliza-se a fórmula:

2.1
Onde:
Vp - Velocidade do vento de projeto.
Kr - Coeficiente de rugosidade do terreno.
Kd - Relação entre os valores médios de vento a 10 metros de altura do solo, para diferentes
períodos de integração e rugosidade do terreno.
H - Altura da estrutura.
n - Coeficiente para correção da velocidade dos ventos em função da altura.
Vt - Velocidade do vento referido a um período de retorno T.

TABELA 2.1: COEFICIENTE DE RUGOZIDADE DO TERRENO


FONTE: ABNT NBR5422, 1985.
26

2.3.1.3. Condições atmosféricas

Realiza-se a coleta de dados meteorológicos no local da implantação da LT,


como: temperaturas máximas e mínimas, nível isoceráunico, velocidade média e
máxima dos ventos, entre outros (FURNAS, 2006).
Todos esses fatores são necessários para definição do tipo dos isoladores
utilizados, limites térmicos dos condutores, cálculo probabilístico do número de
saídas de operação, nível de isolamento e condições de lançamento do para-raios e
condutor. Caso não haja dados meteorológicos confiáveis, esses fatores podem ser
obtidos através das normas técnicas ABNT NBR5422 (FURNAS, 2006).

2.3.1.4. Critérios básicos de locação de suportes

Para a definição do projeto de fundação é realizado a locação de cada


estrutura para a realização da sondagem geológica de modo a se escolher o projeto
de fundação adequado para cada tipo de solo. Obtêm-se ainda as seções diagonais
para definição das pernas das estruturas, quando exigido poderá ser realizado a
medição da resistividade do solo (SIGAKI, 2014).

2.3.1.5. Definição dos esforções mecânicos

Os esforços mecânicos a que os cabos de uma LT estão submetidos e devem


ser dimensionados para suportar, são os seguintes (ABNT NBR5422, 1985):
 Cargas de ventos – São as cargas atuantes devido a ação do vento,
sobre estruturas, cadeias de isoladores e cabos;
 Cargas permanentes – Atuam sobre toda a LT e não variam durante toda
sua vida útil, como: peso dos componentes da linha e esforços
transversais a que estão submetidos os cabos nas estruturas devido às
configurações de suspensão e ancoragem;
 Cargas especiais – Cargas que aparecem durante a construção da linha e
manutenção dela, como: peso dos trabalhadores, fenômeno de cascata
(queda sucessiva das estruturas).
Para maiores informações sobre os métodos de cálculo das cargas em LT’s, o
leitor pode consultar a norma NBR5422 (ABNT NBR5422, 1985).
27

2.3.2. Planta e perfil com plotação das estruturas

Uma L.T é composta por vários projetos, e a “planta e perfil”, do ponto de


vista construtivo, seria o projeto que reúne a maior quantidade de informações
necessárias para as atividades de campo, pois este projeto tem como função
principal representar o perfil da linha com as estruturas plotadas e mostrar todo o
meio ambiente local, as características do terreno, seus elementos, e indica também
o nome dos proprietários dos locais onde a linha passa (OLIVEIRA, 2014).
Como o nome diz, ela é dividida em duas partes, a planta e o perfil do terreno,
na primeira parte são inseridos todos os elementos que cruzam com a linha,
exemplo, rede de distribuição, cercas de arame, rios, rios rodovias, outras L.T e
mostram as deflexões da L.T com seus respectivos ângulos e sentidos, na segunda
parte têm o perfil da linha, com os desníveis do terreno, as alturas das torres e a
representação da catenária dos cabos (KALUCZ, 2014).
A primeira atividade quando se vai construir uma L.T e a conferência do perfil,
atividade que consiste em conferir em campo as informações contidas na planta e
perfil, sendo as principais conferências: alinhamento, distância entre os vãos e
desnível entre as estruturas (OLIVEIRA 2014).

2.3.3. Árvore de carregamento das estruturas

A árvore de carregamento das estruturas é um diagrama da estrutura com as


hipóteses de cálculo de carregamento, ou seja, as forças atuantes na estrutura.
Normalmente utiliza-se um software específico para esse tipo de cálculo (P. R.
LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).
Os esforços atuantes nas estruturas são divididos em três tipos:
 esforços verticais – devido ao peso dos componentes da LT e sua
manutenção;
 esforços transversais – devido a tração nos cabos e a ação do vento;
 esforços longitudinais – devido a tração de um condutor rompido na
hipótese de vento reduzido.
28

FIGURA 2.4: EXEMPLO DE ÁRVORE DE CARREGAMENTO NAS ESTRUTURAS


FONTE: (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).

Depois de elaborada a árvore de carregamento das estruturas os valores de


carga devem ser recalculados utilizando coeficientes de segurança e assim montar
uma nova árvore de carregamentos. Utilizam-se os seguintes fatores de segurança
para cada tipo de carga conforme a tabela a seguir (P. R. LABEGALINI, J. A.
LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992):

TABELA 2.2: COEFICIENTES DE SEGURANÇA


FONTE: (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).

2.3.4. Memorial descritivo

É um documento que tem como objetivo fornecer informações sobre a


construção da LT. Nele são contidas informações como (CAVASSIN, 2013):
 características da LT: nível de tensão utilizado, comprimento da LT, tipo
de condutor e para-raios, cabo auxiliar, aterramento, isolamento, tipo de
estruturas e disposição dos condutores;
 serviços a serem realizados: descreve brevemente como executar todos
os serviços para a construção da LT, tais como: mobilização, corte de
árvores, execução das fundações, montagem das estruturas, lançamento
e regulagem de cabos, entre outros;
 materiais: descreve os materiais que serão utilizados na LT;
29

 inspeção: descreve os critérios e ensaios utilizados para a inspeção dos


materiais a serem utilizados na construção da LT;
 relação de desenhos: fornece todos os documentos e desenhos que
serão utilizados na construção da LT.

2.3.5. Especificações de construção

É considerado por todos os engenheiros de obras a “bíblia” da construção,


pois consta a maneira que todas as atividades de construção devem ser executadas,
de forma objetiva este texto tem a função de orientar o construtor da maneira a
proceder durante a construção da L.T (OLIVEIRA, 2014).

2.3.6 Memorial de cálculo para a largura da faixa de servidão

A largura mínima da faixa de servidão é calculada levando-se em conta o


balanço dos cabos condutores de energia elétrica devido à ação dos ventos, efeitos
elétricos e o local da fundação de suportes e estais, e é dada pela fórmula (SIGAKI,
2008):
2.2
Onde:
L - Largura mínima da faixa de segurança;
b - Distância horizontal do eixo de suporte ao ponto de fixação do condutor mais afastado
desse eixo;
d - Soma das projeções horizontais da flecha do condutor e do comprimento da cadeia de
isoladores, após seu deslocamento angular β devido à ação dos ventos;
D – Du/150, em metros;
Β - Ângulo de balanço da cadeia e do condutor.

A determinação do ângulo de balanço β é calculado por:


2.3

Onde:
K - parâmetro obtido da Figura 7 da NBR – 5422
2
q0 - pressão dinâmica de referência (kgf/m )
d - diâmetro do condutor (m)
p - peso unitário do condutor (kg/m)
30

Vg - vão gravante (m)


Vm - vão médio (m).

Para tensões superiores a 230KV, a faixa de servidão deve ser verificada


quanto a aspectos como: ignição de combustíveis, níveis de radio interferência,
ruído audível e interferência na recepção da TV(ABNT NBR5422, 1985).

2.3.7 Ferragens e acessórios para arranjos de ancoragem e suspensão

As ferragens e acessórios são o conjunto de peças utilizadas para dar


sustentação aos cabos nos arranjos de ancoragem e suspensão. Seu projeto e de
suma importância dentro da construção de uma LT, pois o mau dimensionamento do
mesmo pode reduzir a vida útil da LT e causar vários estragos (P. R. LABEGALINI,
J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).
Atualmente essas peças são projetadas para não ter nenhum tipo de
rugosidade e ponta, pois podem causar rádio interferência e diminuem a vida útil da
mesma pelo efeito corona. Outro ponto importante no projeto é que os materiais
tenham afinidade eletroquímica entre si para que não ocorra uma corrosão galvânica
(P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).
As cadeias de suspensão devem ser projetadas para sustentar os condutores
e transmitir para a estrutura toda essa carga, na parte superior normalmente utiliza-
se um conector bola garfo em conjunto com uma manilha e na parte inferior utiliza-
se grampos (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).

FIGURA 2.5: CADEIA DE SUSPENSÃO CONVENCIONAL


FONTE: (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).
31

As cadeias de ancoragem são mais solicitadas mecanicamente, pois ficam


praticamente na posição horizontal e devem suportar todos os esforços axiais
causados pelos cabos condutores. Os cabos são presos aos isoladores através de
grampos de tensão, utilizam-se também grampos de passagem, permitindo assim a
passagem do cabo por eles sem o seu corte. Devido ao seu modelo não são muito
empregados em extra-alta tensões (EAT), pois não são considerados anti corona (P.
R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).

FIGURA 2.6: CADEIA DE ANCORAGEM CONVENCIONAL


FONTE: (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).

2.3.8 Tipo de cabo para-raios

O cabo para-raios ou cabo guarda tem como função proteger as instalações


de uma L.T contra as descargas atmosféricas. Todas as estruturas que compõem
uma L.T são aterradas e a medida da resistência do aterramento deve ficar abaixo
de 20Ω, o para-raios é conectado em todas as estruturas criando um circuito
paralelo (KALUCZ, 2014).
Normalmente, o cabo utilizado como para-raios é o cabo de aço na bitola 3/8,
porém nas chegadas e saídas das S.E tem sido usados cabos CAA (cabos de
alumínio com alma de aço) para melhor proteção destas instalações e também o
cabo OPGW, que possui fibras óptica em seu interior, e por isso reúne duas
funções, proteger as instalações e de telecomunicação (KALUCZ, 2014).
32

2.3.9 Sinalização para inspeção aérea

A pintura dos suportes é realizada nas cores laranja e vermelha, onde o


laranja representa uma advertência ao piloto de aeronave para se colocar a uma
distância segura, e a cor vermelha representa obstáculo iminente, devendo todas as
linhas serem pintadas para os dois sentidos de voo da aeronave (ABNT NBR6535,
2005).
No cruzamento de linhas devem ser pintados os suportes da linha inferior,
obedecendo aos seguintes critérios:
 Pintar no mínimo dois suportes adjacentes ao cruzamento;
 O trecho de linha antes e depois do cruzamento deve ser numericamente
igual a oito vezes a diferença das alturas dos cabos mais elevados das
duas linhas no ponto de cruzamento devem ser pintados;
 É pintada no mínimo à metade superior dos suportes;
 O suporte adjacente ao cruzamento é pintado na cor vermelha e os
demais são pintados na cor laranja, segundo os padrões de cores da
tabela A.1 presente na NBR 6535;
 Não devem ser pintados dispositivos de escalada;
 Se o numero de suportes entre cruzamentos consecutivos for menor ou
igual a três, todos os suportes devem ser pintados de vermelho.
A sinalização por placas de advertência deve ser utilizada em complemento
ou substituição da pintura dos suportes. Devem-se instalar as placas sempre na
parte superior do suporte acima do último condutor. Deve ser localizada sempre que
possível o mais a direita para a melhor visualização para o piloto de aeronave
(ABNT NBR6535, 2005).
A sinalização por placas e feita sempre dois suportes anterior ao obstáculo.
Quando houver o paralelismo de duas LT’s serão sempre sinalizadas as duas, dois
suportes antes do inicio do paralelismo (ABNT NBR6535, 2005).
A sinalização por esferas é realizada com esferas de diâmetro 600mm e de
cores vermelha ou laranja conforme o tipo de sinalização. São sinalizados os
cruzamentos de linhas, onde as esferas ficarão no ultimo condutor e espaçadas de
30m uma da outra. Se houver mais de um condutor de maior altura ou para-raios as
esferas são distribuídas de forma alternada entre eles, sendo a intermediária
33

colocada no ponto de cruzamento com o eixo da linha inferior (ABNT NBR6535,


2005).

FIGURA 2.7: SINALIZAÇÃO POR MEIO DE PINTURA DOS SUPORTES, INSTALAÇÃO DE PLACAS
E ESFERAS
FONTE: ABNT NBR6535, 2005.

Para maiores informações sobre sinalização aérea de linhas de transmissão


consultar NBR 6535.

2.3.10 Identificação das estruturas

A sinalização da LT para identificação de ramal é feita antes do início e do


termino do ramal da LT, nas estruturas da LT adjacentes aos pontos de derivação do
ramal, na saída e entrada das subestações, nos suportes adjacentes onde houver
uma melhor visibilidade para as travessias, em zonas urbanas, onde houver
dificuldade para identificar a LT e nos suportes comuns a mais de uma LT (ABNT
NBR8664, 1984).
Deve ser colocado na parte superior dos suportes, o mais próximo da LT
correspondente para que possa ser visualizado durante uma inspeção aérea.
Também se deve colocar uma placa para identificação na parte inferior do suporte
para que possa ser visto por um terceiro ou alguma equipe que realize a
manutenção da linha, estando situada ao nível do solo a uma distância de 5m do
suporte. Na parte superior dos suportes na saída de chegada da LT voltada para a
aérea externa da subestação (ABNT NBR8664, 1984).
34

A identificação das fases é feita no início e término da LT, no pórtico da


subestação, nos suportes adjacentes a transposição e no suporte do ramal
adjacente ao ponto de derivação. A localização dessa identificação deve ser feita na
saída dos pórticos o mais perto possível da fase correspondente na parte superior
dos pórticos (ABNT NBR8664, 1984).
Todos os suportes da LT são identificados com placas. Também são
identificadas as faixas de acesso por meio de sinalizações nas extremidades da
faixa espaçadas de forma que não haja a invasões de terceiros e para que a turma
de manutenção possa visualizar com facilidade, para uma melhor garantia de
visualização pode ser instalada na parte inferior dos suportes. Locais onde passam
rodovias federais, estaduais e bifurcações onde tem acesso aos suportes deve ser
feita a sinalização conforme orientação dos órgãos competentes (ABNT NBR8664,
1984).

FIGURA 2.8: EXEMPLO DE SINALIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS


FONTE: FUCHS, 1992.

2.3.11 Tabela de regulagem de cabos condutores e para-raios

Os cabos condutores e para-raios são instalados e tensionados seguindo os


valores de projetos, porém esta tração varia de acordo com a temperatura, quanto
maior a temperatura menor a tração, então é construída uma tabela com valores de
temperatura e suas respectivas trações, de modo que, quando os cabos forem
regulados, verifica-se a temperatura naquele instante e aplica-se a tração correta, de
35

acordo com a norma NBR 5422 o cabo deve permanecer com a tração EDS de 20%
da tração de ruptura para cabos CAA (KALUCZ, 2014).

2.3.12 Lista de materiais

Lista que contém todos os materiais necessários para a construção da L.T,


desenvolvida juntamente com o projeto, é uma lista extensa e detalhada, pois deve
conter de forma esmiuçada todos os itens que compõem a L.T, esta lista será
referência para a aquisição dos materiais no mercado (OLIVEIRA, 2014).

2.3.13 Projeto de instalação de amortecedores e vibrações dos cabos

A ação dos ventos sobre as L.T’s provoca oscilações dos condutores, as


quais, se não forem amortecidas, poderão chegar a valores críticos, culminando com
o rompimento dos cabos, seja pela fadiga, seja pelo efeito de grande amplitude, e
até podendo afetar seriamente os suportes. A intensidade de vibrações dos
condutores depende essencialmente da tensão mecânica a que os mesmos estão
sujeitos e das características topográficas das regiões atravessadas pela linha de
transmissão (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).
Como dispositivos, recomendam-se, pela eficácia, os amortecedores
Stockbridges e as pontes antivibratórias tipo festão. As linhas de transmissão podem
ser afetadas diferentemente por vibrações, dependendo da topografia do terreno e
da classe de tensões dos condutores. Os amortecedores Stockbridge,
extensivamente usados no Brasil, tem sido bastante eficazes, quando são colocados
dois amortecedores por vão, um em cada terminal, para vãos em torno de 500 m (P.
R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).
As medidas efetuadas por Furnas mostraram que a amplitude de vibração foi
amenizada em dez vezes e, consequentemente, o ângulo característico de vibração
ficou abaixo de 5’, proporcionando uma vida segura aos condutores. Contudo, para
as seções de linha onde a tendência de vibrações é pequena e os ângulos de
vibração não excedem 20’ uma redução de três quatro vezes na amplitude é
totalmente adequada para excluir o perigo de danos para os condutores (P. R.
LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).
36

Os amortecedores devem ser, na medida do possível, posicionados de forma


a atingirem a máxima eficácia numa ampla faixa de condições ambientes
compreendendo diferentes frequências, comprimentos de ondas e velocidades do
vento (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).

2.3.14 Medição da resistência do solo

Há duas formas básicas de se medir a resistividade do solo, uma é realizada


analisando amostras do solo em laboratório e localmente com a utilização de
eletrodos (VISACRO, 2002).
A forma local de medir a resistividade pode ser feita com o método de Frank
Wenner, que utiliza quatro hastes em linha cravadas no solo, aplicasse corrente nas
hastes das extremidades e mede-se a queda de tensão nas hastes internas. Outra
forma é o método da haste vertical, que é menos usual (VISACRO, 2002).
A medição da resistividade do solo se da com o uso de um aparelho com
quatro terminais, dois de correntes e dois de tensões (VISACRO, 2002).

2.3.15 Projeto de instalação de contrapeso

O contrapeso é dividido em fases, normalmente de 1 a 5, cada fase


corresponde ao tamanho do cabo que será aterrado no solo, sendo que a fase 5 o
aterramento de uma estrutura se liga ao aterramento da outra estrutura adjacente,
ou seja, a tamanho do aterramento o próprio vão entre as estruturas (OLIVEIRA,
2014).

2.3.16 Projeto de aterramento

Em uma LT, as torres de transmissão devem ser aterradas para proteção


contra a energização das estruturas e também contra descargas atmosféricas. Os
cabos para-raios devem ser ligados ao aterramento de cada estrutura (NOGUEIRA,
2002).
Conforme a norma NBR5422, o aterramento das LTs fica a critério do
projetista. A figura 2.9 apresenta uma configuração utilizando cabo de cobre nú em
cada pé da estrutura da torre, a utilização do aterramento como na figura apresenta
proteção contra tensão de passo (COPEL, 2012).
37

FIGURA 2.9: DETALHE DO ATERRAMENTO EM UMA TORRE DE TRANSMISSÃO


FONTE: COPEL, 2012.

Em geral um aterramento possui resistência, capacitância e indutância, que


resultam na impedância de aterramento. A impedância de aterramento pode ser
conceituada como a oposição á corrente elétrica oferecida pelo solo. Nos sistemas
de baixa frequência as influências reativas são pequenas, podendo ser
desconsideradas (VISACRO, 2002).
Considerando o aterramento da figura 2.9, pode ser utilizado cabo de cobre
nú em cada pé da torre. Considerando o cabo um eletrodo horizontal, a resistência
de terra pode ser calculada pela equação 2.4 (VISACRO, 2002).

2.4

– Resistência de terra
ρ – Resistividade do solo
– Comprimento do cabo
– Raio do cabo
– Profundidade do cabo

Considerando os cabos em cada pé das torres iguais e afastados um do


outro, a resistência de terra é calculada pelo comprimento total dos cabos.
38

2.3.17 Projeto de travessias

O projeto de travessias é realizado utilizando-se a NBR 5422 capitulo 11.


As travessias citadas na norma são sobre: outras linhas de energia, linhas de
telecomunicações, edificações, florestas, vias de transporte e demais vegetações
presentes no traçado da LT (ABNT NBR 5422, 1985).
Primeiramente é solicitada uma licença ao órgão competente para o caso de
travessia sobre e sob outras linhas de transmissão e vias de transporte. Nas
travessias sobre linhas de telecomunicação e sobre grandes tubulações metálicas
devem-se observar os efeitos causados pela linha de transmissão, tais como,
influencia eletromagnética da linha, distância segura para os efeitos dos ventos nos
cabos. Nas travessias sobre vegetações devem-se obedecer às disposições legais
vigentes. Nas travessias de hidrovias, ferrovias, rodovia, oleodutos e linhas de
transmissão deve-se seguir os decretos correspondentes (ABNT NBR 5422, 1985).
No caso de travessias sobre outras linhas energizadas e ferrovias
eletrificadas deve ser mantida a distância de segurança de Du/150 onde Du é o valor
da tensão da linha que permanece energizada. Travessias sobre linhas de energia
de tensão menor ou igual a 34,5kV não necessitam de projeto de travessias, apenas
deve ser indicado na planta e perfil da linha a altura dos cabos em relação as outras
linhas de energia (ABNT NBR 5422, 1985).
Todos os requisitos para a condição normal de transporte e energia e de
emergência são descritos na NBR 5422 item 11.
A distância segura do condutor ao solo ou a outros obstáculos em condições
normais de operação é dada segundo a fórmula:

2.5

e
2.6

Du – tensão mais elevada das duas linhas consideradas


A – distancia básica
39

TABELA 2.3: DISTÂNCIAS BÁSICAS “a”


FONTE: ABNT NBR 5422, 1985.

A distância mínima do condutor ao solo ou a obstáculos em situações de


emergência e dada pela formula:
2.7
Onde:
a1- distância básicas
Lcad - comprimento da peça de isoladores (metros)
D - distância de segurança

TABELA 2.4: DISTÂNCIAS BÁSICAS “a1’


FONTE: ABNT NBR 5422, 1985.
40

Para maiores informações sobre distâncias entre condutores e demais


situações consultar NBR5422 capitulo 11.

2.3.18 Solicitação de aprovação e autorização das travessias

Para conseguir a aprovação das travessias deve-se apresentar ao órgão


competente o projeto de travessias contendo (NBR5422, 1985):
 Planta da travessia em uma escala mínima de 1:2500. Contendo o nome
da via de transporte, a posição do local da travessia e os nomes das
localidades mais próximas da travessia, o ângulo formado pelos eixos no
ponto da travessia, posição dos suportes do vão de travessia, limites da
faixa de segurança e linhas de telecomunicação existentes;
 Perfil da travessia ao longo da linha projetada com escala mínima de
1:500. Contendo a catenária do condutor nas condições mais
desfavoráveis, a distância do condutor aos objetos atravessados nas
condições críticas, cercas existentes e eixo dos suportes do vão de
travessia;
 Detalhes dos suportes utilizados, contendo o tipo e as dimensões;
 Detalhes da fixação dos condutores e dos cabos para-raios aos suportes
de travessias, indicando suas características;
 Detalhes sobre as características mecânicas dos cabos condutores e
para-raios;
 Características elétricas da linha projetada.
Para maiores informações sobre que tipos de detalhes e características que
devem ser apresentadas consultar NBR5422 Capitulo 11, seção 11.5.1 a 11.5.6.

2.3.19 Emissão de “as built”

Após a construção da L.T, o projetista confecciona o “as built”, “como


construído”, numa tradução livre, aonde será inserido no projeto todas as
modificações realizadas em campo e se caracteriza como a consolidação do projeto.
41

2.4. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O licenciamento ambiental para cada LT é realizado junto ao órgão


competente de seu estado, no caso do Paraná o Instituto Ambiental do Paraná (IAP)
(SIGAKI, 2014).
Segundo a SOMA (Serviço e Orientação Meio Ambiente) Ambiente as etapas
básicas para receber a licença ambiental são:
 Realização de estudos ambientais – os estudos que irão compor o
Relatório Ambiental Simplificado (RAS) subsidiarão o processo, no que
diz respeito ao diagnóstico e prognóstico da região em relação ao
empreendimento, bem como balizá-la no processo de negociação
fundiária e licenciamento junto aos órgãos ambientais competentes. Essa
fase será composta pelas seguintes tarefas: identificação do
empreendimento / descrição do projeto, definição de Traçado, campanhas
de campo, compilação dos dados resultantes dos estudos e legislação
ambiental pertinente;
 Elaboração do RAS – para compor o RAS é feita uma consolidação dos
Estudos Ambientais realizados e uma avaliação dos impactos das
alternativas de trajeto de forma a proporcionar o embasamento técnico
para a escolha do traçado ideal da LT. Após a sua consolidação final tanto
o RAS como os processos dele decorrentes, permitirão elaboração do
Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais (RDPA) e a
continuidade do Licenciamento do empreendimento. Os aspectos a serem
avaliados no RAS são apresentados juntamente com gráficos, imagens e
fotos;
 Elaboração do RDPA - o RDPA será estruturado por meio da descrição
executiva de todas as medidas, programas e planos, contidos na Licença
Prévia (LP), adotando todos os procedimentos para a plena execução do
empreendimento com seus respectivos Cronogramas de implantação;
 Condução do processo de licenciamento junto ao IAP.
42

2.4.1 Requisitos para solicitação de licença prévia

Segundo o IAP a licença prévia é concedida na fase


preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade
aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade
ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes
a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação.
Segundo a SOMA os requisitos básicos para se obter a licença prévia são:
 Requerimento de Licenciamento Ambiental (RLA);
 Memorial Descritivo do Empreendimento;
 Anuência Prévia do Município em relação ao empreendimento,
declarando expressamente a inexistência de óbices quanto à lei de uso e
ocupação do solo e a legislação de proteção do meio ambiente municipal,
conforme modelo disposto na Resolução CEMA nº 065/2008;
 Viabilizar a publicação de súmula do pedido de Licença Prévia em jornal
de circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo
aprovado pela Resolução CONAMA nº 006/86;
 Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental de acordo com as
Tabela I (procedimentos administrativos) e Tabela III (análise técnica dos
estudos) da Lei Estadual nº 10.233/92;
 Apresentação de cópia da(s) respectivas ART(s) - Anotação(s) de
Responsabilidade Técnica dos profissionais habilitados.
 Cadastro de Obras Diversas – COD;
 Relatório Ambiental Simplificado - RAS;
 Apresentação, do pedido (protocolo) de outorga prévia dos recursos
hídricos ao órgão competente, caso se aplique.

2.4.2 Licença de instalação

Segundo o IAP a licença de instalação autoriza a


instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos
aprovados, incluindo as medidas de controle ambientais e demais
condicionantes, da qual constituem motivos determinantes.
Segundo a SOMA os requisitos básicos para se obter a licença de instalação
são:
43

 Requerimento de Licenciamento Ambiental - RLA;


 Cópia do Ato Constitutivo ou do Contrato Social;
 Anuência(s) do(s) proprietário(s) envolvido(s) pela implantação do
empreendimento, registradas em cartório ou Decreto de Utilidade Pública
- DUP;
 Cópia(s) da(s) matrícula(s) do(s) imóvel(is) afetado(s) pelo
empreendimento, contendo a averbação da reserva legal ou Celebração
de Termo de Compromisso para regularização da reserva legal;
 Cópia da Licença Prévia e de sua respectiva publicação em jornal de
circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo
aprovado pela Resolução CONAMA nº 006/86;
 Prova de publicação de súmula do pedido de Licença de Instalação em
jornal de circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme
modelo aprovado pela Resolução CONAMA nº 006/86;
 Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental ;
 Apresentação de cópia da(s) respectivas ART(s) - Anotação(s) de
Responsabilidade Técnica dos profissionais habilitados.
 Cadastro de Obras Diversas – COD;
 Autorização / Concessão da ANEEL para o empreendimento, quando se
tratar de empreendimentos com tensão igual ou superior a 230kV;
 Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais - RDPA;
 Apresentação da outorga prévia dos recursos hídricos, caso se aplique;
 Apresentação do pedido (protocolo) de autorização para supressão
vegetal emitido pelo órgão competente, caso se aplique;
 Apresentação do pedido (protocolo) de autorização para manejo (estudos
e resgate) da fauna emitida pelo órgão competente, caso se aplique.

2.4.3 Licença de operação

Segundo o IAP a licença de operação autoriza a


operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com
as medidas de controle ambientais e condicionantes determinados
para a operação;
44

Segundo a SOMA os requisitos básicos para se obter a licença de operação


são:
 Requerimento de Licenciamento Ambiental - RLA;
 Cópia da Licença de Instalação e de sua respectiva publicação em jornal
de circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo
aprovado pela Resolução CONAMA nº 006/86;
 Cópia(s) da(s) matrícula(s) do(s) imóvel(is) afetado(s) pelo
empreendimento, contendo a averbação da reserva legal;
 Prova de publicação de súmula do pedido de Licença de Operação ou de
sua respectiva renovação em jornal de circulação regional e no Diário
Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA
nº 006/86;
 Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental de acordo com a
Tabela I (procedimentos administrativos) da Lei Estadual nº 10.233/92;
 Apresentação de cópia da(s) respectivas ART(s) - Anotação(s) de
Responsabilidade Técnica dos profissionais habilitados.
 Cadastro de Obras Diversas – COD;
 Apresentação da outorga de direito dos recursos hídricos, caso se
aplique.

2.5 LIBERAÇÃO FUNDIÁRIA

Segundo a COPEL são os processos para execução


de serviços técnicos especializados da engenharia de avaliação,
referente à liberação da faixa de segurança de LT’s, e instituição
da faixa de passagem ou desapropriação.
Para cada estado as normas que regem são diferentes, nesse caso citaremos
o estado do Paraná e as normas da COPEL.

2.5.1 Anuência dos proprietários

Segundo a ANEEL o consentimento dos proprietários para a passagem da LT


em suas terras dá-se por meio de tratativas, divididas em 5:
45

 Em negociação – quando há a aceitação do proprietário a instituição de


servidão de passagem em sua terra para a passagem da LT, nessa fase
ainda esta ocorrendo a negociação da forma de pagamento e o valor;
 Negociada - quando há a aceitação por parte do proprietário a instituição
de servidão de passagem em sua terra para a passagem da LT e acordo
de valores, porem ainda não é averbada em cartório;
 Sem acordo – o proprietário não aceita a passagem da LT por suas
terras, a indenização proposta ou alega outros embargos;
 Indenizada – valores acordados devidamente pagos devido a instituição
da faixa de servidão;
 Adquirida – Valores acordados devidamente pagos a aquisição amigável;

2.5.2 Pesquisa cartorial

Inicialmente é realizada uma análise preliminar nas plantas, memoriais


descritivos e matrículas de propriedades registradas, de modo a identificar
inconsistências e atualizações de: nome, prováveis proprietários, número da
matrícula, confrontantes, áreas, entre outros (COPEL).
Após essa análise técnica e documental preliminar, deve ser feita uma visita a
cada propriedade, confirmando todos os dados analisados e realizar o levantamento
de reserva legal (COPEL).
A vistoria permitirá que o projetista verifique todas as informações obtidas em
cartório, além de verificar a receptividade do proprietário quanto a passagem da LT,
verificar informações atuais para o pagamento, além de possibilitar esclarecimento
com o proprietário quanto a obra, indenizações, documentos pessoais necessários
para a elaboração da escritura da servidão de passagem, usos permissíveis e
restrições, entre outros (COPEL).

2.5.3 Avalição dos imóveis

A avaliação dos imóveis é realizada conforme a NBR 14653, que rege o


assunto. Deverá ser elaborada uma pauta de valores para cada região da linha,
dividida conforme suas características, a ser analisada, discutida, complementada e
aprovada. Após a aprovação da pauta de valores, segue a elaboração dos laudos
individuais.
46

2.5.4 Indenizações

Após o acordo de valores, o pagamento aos beneficiários dos imóveis é


realizado no ato da assinatura da escritura de constituição de servidão de
passagem. É necessário elaborar toda a documentação dessa escritura, bem como
o efetivo registro no cartório de oficio de registros de imóveis da comarca
competente e realizar o acompanhamento da efetivação da faixa de servidão em
cartório (COPEL).
Deve-se também fazer um levantamento e avaliação de danos causados
durante os estudos e implantação da obra nas propriedades atingidas, elaborando
assim um laudo de danos para cada propriedade, contendo (COPEL):
 Identificação da obra;
 Nome do proprietário;
 Nome do arrendatário;
 Identificação da propriedade;
 Numero da matricula;
 Levantamento de danos agrícolas;
 Levantamento de danos florestais;
 Levantamento das edificações/construções.
As indenizações dos danos são feitas após a assinatura do recibo, com firma
reconhecida em cartório. Caso o proprietário se recuse a assinar o recibo baseado
na discordância nos valores dos levantamentos físicos efetuados, deve-se revisar os
levantamentos a fim de dirimir controvérsias (COPEL).

2.6 DUP

Segundo a ANEEL a emissão de Declaração de


Utilidade Pública (DUP) para fins de desapropriação e de
instituição de servidão administrativa, de áreas de terras
necessárias à implantação de instalações de geração, transmissão
e distribuição de energia elétrica, por concessionários,
permissionários e autorizados é uma competência delegada à
ANEEL, desempenhada pelas Superintendências de Concessões
e Autorizações de Geração – SCG e de Transmissão e
Distribuição – SCT.
47

Segundo a ANEEL ao requerer a DUP, o outorgado


deverá encaminhar à ANEEL, o Quadro-Resumo do Levantamento
e Situação das Áreas Objeto da DUP, devidamente preenchido e
assinado pelo representante legal pelo empreendimento, o qual
será dado publicidade no endereço eletrônico da ANEEL , a partir
do recebimento da solicitação, que permanecerá disponível até
180 (cento e oitenta) dias após a publicação da Resolução
Autorizativa de DUP, nos termos do Anexo I da Resolução
Normativa nº 560, de 2 de julho de 2013.

2.7 PROJETO DE TORRES

Após definido todas as características da linha, como, classe de tensão,


corrente alternada ou contínua, numero de cabos por fase, entre outros. É a hora da
escolha do tipo de estrutura a ser implantada, normalmente o critério utilizado para
escolher o tipo da estrutura é o técnico-econômico, após essa decisão define-se o
projeto mecânico das estruturas, ou seja, define-se a família de torres para
sustentação da carga da LT(P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS,
ALMEIDA, 1992).

2.7.1 Projeto de série de torres

O projeto de torres segue uma sequência no projeto de uma LT, o projetista


de estruturas necessita de alguns pré-requisitos antes de realizar o projeto das
estruturas metálicas, como (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS,
ALMEIDA, 1992):
 Árvore de carregamento das estruturas;
 Esquema do tipo de estrutura a ser utilizado;
 Características da linha (numero de condutores, para-raios, cabos por
fase);
 Detalhes das peças de conexão dos cabos no suporte;
 Hipótese de ventos;
Com a posse desse tipo de informações o projetista fara um pré-
dimensionamento da torre. Um exemplo de uma silhueta de uma torre S3R é
apresentada conforme a Figura 2.10.
48

FIGURA 2.10: SILHUETA DE UMA TORRE S3R


FONTE: (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992)

Há ainda duas forças que são muito importantes na determinação do tipo de


estrutura e suas características. A forca do vento e o peso da própria estrutura, a
primeira é estudada dividindo a estrutura em blocos menores, para um estudo
pormenorizado de cada parte da torre e da influencia do vento, calcula-se assim a
força aplicada à estrutura (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS,
ALMEIDA, 1992).

2.8 SONDAGENS GEOLÓGICAS

Segundo a NBR 6484 as sondagens geológicas têm como objetivo o


reconhecimento do solo, cuja sua finalidade para a construção de linhas de
transmissão são:
 Determinação do solo e sua respectiva profundidade de ocorrência;
 Posição do nível de agua;
49

 Índices de resistência à penetração a cada metro;


De acordo com a NBR 6122 os critérios básicos para o inicio do programa de
sondagens são:
 Visita “in loco”;
 Aspectos topográficos e indícios de instabilidade do declive do terreno;
 Observas a presença de aterros na área em questão;
 Observar se há indícios de contaminação no subsolo por material lançado
nele ou por ocupações anteriores;
 Prática local de projeto e execução das fundações;

2.8.1 Programa de sondagens (NBR8036)

O programa de sondagens é preparado analisando-se dois fatores básicos:


quantidade e localização dos furos e profundidade mínima (ABNT NBR8036, 1983).
O numero de sondagens e sua localização depende do tipo da estrutura a ser
empregada e do tipo do solo encontrado, esse numero de sondagens deve ser
suficiente para fornecer o mais preciso possível a mudança do tipo de solo do local
em estudo (ABNT NBR8036, 1983).
A locação para o furo da sondagem deve ser demarcada com um piquete de
madeira, este piquete deve estar devidamente marcado com a identificação do furo
e cravado no solo para que posteriormente quando estiverem executando a
sondagem não haja duvidas sobre a sua localização nem a perda de piquetes
(ABNT NBR8036, 1983).

2.8.2 Sondagens geológicas a trado

As sondagens geológicas a trado são feitas utilizando dois tipos de trados, o


trado cavadeira e o trado helicoidal. Toda sondagem deve ser inicialmente feita
utilizando o trado cavadeira e a medida que for difícil o prosseguimento da
sondagem deve-se utilizar o trado helicoidal. Todo o material retirado da sondagem
deve ser devidamente armazenado em algum local para não contaminação do
terreno superficial e devidamente agrupado em montes dispostos segundo sua
profundidade a cada metro perfurado, indicando a profundidade em que foi
encontrada a mudança de solo (ABNT NBR9603, 1988).
50

À distância perfurada deve respeitar a diferença entre o comprimento total das


hastes e a sobra em relação a boca do furo, com precisão de 10mm. Pode ser
utilizada água para ajudar na perfuração da sondagem (ABNT NBR9603, 1988).
A sondagem e dada por terminada quando:
 Atingir a profundidade especificada na programação dos serviços;
 Ocorrer desmoronamentos sucessivos no furo;
 Quando o avanço do trado for inferior a 50mm em 10 minutos de
operação continua;
As amostras devem ser retiradas do solo a cada metro se o mesmo for
homogêneo e a cada mudança de tipo de solo se for diferente e devem ser
devidamente armazenadas em recipientes de 100 gramas hermeticamente fechado
para a manutenção da umidade (ABNT NBR9603, 1988).

FIGURA 2.11: TRADO CAVADEIRA (a) E TRADO HELICOIDAL (b) RESPECTIVAMENTE


FONTE: (ABNT NBR9603, 1988).

2.8.3 Relatório das sondagens

Segundo a NBR 6484 (ABNT NBR 6484, 2001) o relatório de sondagens deve
ser devidamente elaborado por um profissional licenciado no CREA. O relatório deve
conter:
 Nome do interessado;
 Local e natureza da obra;
 Descrição dos métodos e equipamentos utilizados para realização das
sondagens;
 Total perfurado em metros;
51

 Declaração de que foram obedecidas as NBRs;


 Comentários e observações que se julgarem importantes;
 Referencia aos desenhos constantes no relatório.
Anexo ao relatório deve conter a planta do local da obra com a localização de
cada sondagem amarradas com elementos físicos e bem definidos no terreno. O
relatório de sondagem deve conter os perfis individuais de cada sondagem na forma
de boletim descritivos (ABNT NBR 6484, 2001).
 Nome da empresa que executou as sondagens, o nome do contratante,
local da obra, indicação do número do trabalho e os vistos do responsável
pelo trabalho;
 Diâmetro dos aparelhos utilizados na execução das sondagens;
 Número das sondagens;
 Diâmetro dos furos de sondagem, com precisão centimétrica;
 Linhas horizontais cotadas a cada 5 m em relação à referência de nível;
 Local das amostras colhidas, devendo ser indicadas as amostras não
recuperadas e os detritos colhidos na circulação de água;
 A profundidade em relação ao nível do solo, das transições das camadas
e do final das sondagens;
 Índice de resistência à penetração ou relações do número de golpes pela
penetração (expressa em centímetros) do amostrador;
 Identificação dos solos amostrados e convenção gráfica dos mesmos
conforme a NBR 13441;
 A posição do(s) nível(is) d’água encontrado(s) e a(s) respectiva(s) data(s)
de observação(ões), indicando se houve pressão ou perda de água
durante a perfuração;
 Indicação da não ocorrência de nível de água, quando não encontrado;
 Datas de início e término de cada sondagem;
 Indicação dos processos de perfuração empregados (TH trado helicoidal,
CA - circulação de água) e respectivos trechos, bem como as posições
sucessivas do tubo de revestimento e uso de lama de estabilização
quando utilizada;
 Procedimentos especiais utilizados, previstos nesta Norma;
 Resultado dos ensaios de avanço de perfuração por circulação d’água.
52

2.9 PROJETO CIVIL DAS FUNDAÇÕES

A norma brasileira que rege o projeto civil das fundações de linhas de


transmissão no brasil é a NBR6122 (ABNT NBR 6122, 2010), que estabelece os
requisitos para elaboração do projeto e da execução de fundações.

2.9.1 Definições dos critérios das fundações

Para a definição do tipo de fundação deve-se analisar o tipo de solo onde


será implantada a LT, através de investigações geológicas e geotécnicas, para
verificar os limites de ruptura da fundação, a carga que ela será submetida. A
investigação geológica é realizada por empresas especializadas em função do porte
da obra ou de condições do terreno especificas. A investigação geotécnica é
realizada no mínimo por uma sondagem a percussão (SPT), para posterior
classificação do solo, sua estratigrafia, posição do nível de água e índice de
resistência a penetração. Se necessário após a verificação dos resultados são
realizadas sondagens adicionais, sendo indicados outros ensaios de campo e
laboratório, sempre que forem verificadas condições diferentes do esperado nas
sondagens preliminares devem ser realizadas as investigações geotécnicas
complementares (ABNT NBR6122, 2010).
Os ensaios realizados nas sondagens de campo visam determinar a
resistência do solo, deformabilidade e outros parâmetros correlacionados. Os
ensaios mais usuais são (ABNT NBR6122, 2010):
 Sondagens mistas e rotativas;
 Sondagem a percussão com medida de torque;
 Ensaio de cone;
 Ensaio de placa;
 Ensaio pressiometrico;
 Ensaio dilatometrico;
 Ensaios sísmicos;
 Ensaios de permeabilidade;
 Ensaios de perda d’agua em rocha.
Após os ensaios de campo são realizados os ensaios em laboratório, sendo
compreendido por:
53

 Ensaios de caracterização;
 Ensaio de cisalhamento direto;
 Ensaio triaxial;
 Ensaio de adensamento;
 Ensaio de colapsibilidade;
 Ensaio de permeabilidade;
 Ensaios químicos.
Os critérios normalmente são vários utilizados para definir os tipos de
fundações vem de esforços provenientes das estruturas, onde os dados obtidos são
repassados para o projetista que visa verificar os esforços dos estados-limites
últimos (ELU) e o conjunto para verificação dos estados-limites de serviço (ELS)
esses dados devem ser repassados em valores de projeto conforme contam na NBR
8681, sendo divididos em 3 esforços básicos (ABNT NBR6122, 2010):
 Ações permanentes (Peso das estruturas, cabos, sobrecargas
permanentes etc);
 Ações variáveis;
 Ações excepcionais.

2.9.2 Tipo de fundação

Os cálculos para cada tipo de fundação são baseados pela carga admissível,
essas cargas tem que obedecer aos valores de projeto ELU e ELS para cada
elemento isolado e conjunto (ROSA, 2009).
As torres metálicas treliçadas são os principais tipos de estrutura empregados
para linhas de transmissão rural e a grandes distâncias. São chamadas de torres
auto-portantes, que não necessitam de nenhum tipo de suporte exceto as fundações
de seus pés, os principais tipos de fundação são (ROSA, 2009):
 Tubulão;
 Sapata;
 Estaca;
 Bloco;
 Grelha;
 Helicoidal.
54

2.9.3 Elaboração do projeto das fundações

O projeto de fundações é normalmente a ultima fase do projeto estrutural de


uma LT, ele somente pode ser feito após (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI,
FUCHS, ALMEIDA, 1992):
 Cálculos de todas as cargas possíveis a serem suportadas pelas
estruturas;
 Estudo das características geotécnicas do terreno.
Tendo posse desses dados da-se o prosseguimento ao projeto de fundação,
vale lembrar que cada torre deve ter um estudo especifico para sua fundação em
virtude que pode mudar o terreno ao longo do trecho (P. R. LABEGALINI, J. A.
LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).
O projeto propriamente dito leva em consideração alguns fatores como:
 Esforços nas fundações – São as cargas que a fundação deve sustentar
provenientes do peso natural das estruturas, peso dos cabos, esforços
durante sua montagem e atuação dos fenômenos naturais são algum
deles. Os esforços mais comuns em fundações são: Compressão, tração,
flexão, torção, cisalhamento e empuxo.
 Geologia do terreno – Durante o projeto de uma LT todos os níveis de
profundidade do terreno são solicitados, tendo fundações profundas ou
rasas, sendo assim cabe ao projetista de fundação elaborar um projeto
consistente para que o solo suporte todos os esforços das estruturas. Os
tipos mais comuns de terreno são: Rochas, solos (decomposição das
rochas), turfas, betonitas e aterros, tal como e mostrado na Figura 2.12.

FIGURA 2.12: TIPOS DE SOLO


FONTE: (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992).
55

 Sondagem – Um estudo de qualidade do solo oferece ao projetista


oferece uma melhor visão de onde ele vai trabalhar, facilitando o
dimensionamento das estruturas. Os métodos mais usuais para realizar a
sondagem são os métodos manuais e mecânicos, onde ambos retiram
uma amostra do solo para posteriormente classificação.
56

3 CÁLCULOS ELÉTRICOS

Os parâmetros elétricos são elementos de suma importância a serem


considerados em um projeto de linha de transmissão, portanto nesse capitulo é
mostrado o que são e como são calculados os parâmetros elétricos de linhas de
transmissão trifásicas.
Com os cálculos elétricos, que são apresentados a seguir, é possível
perceber que eles determinam fatores importantes na configuração da estrutura da
linha de transmissão, pois determina parâmetros como a tensão, que impacta na
isolação da linha. Um fator importante é configuração e o tipo dos condutores da
linha, que impacta nos esforços nas estruturas.

3.1. RESISTÊNCIA, INDUTÂNCIA E CAPACITÂNCIA

No presente trabalho serão estudadas cinco distribuições de condutores nas


linhas de transmissão trifásicas, sendo que cada uma apresenta suas equações
para os cálculos de resistência, indutância e capacitância.

3.1.1. Indutância

 Um condutor por fase

A indutância por fase em uma linha trifásica com um condutor pode ser
calculada com a seguinte equação (STEVENSON, 1986):

[Henrys/km] 3.1

Onde:
L – Indutância por fase
– Distância média geométrica entre os condutores
– Raio médio geométrico do condutor
Sendo que,
[m] 3.2
r – Raio do condutor
e
3.3
- Distância média geométrica
57

– Distâncias conforme Figura 3.1

FIGURA 3.1: SISTEMA COM UM CONDUTOR POR FASE


FONTE: STEVENON, 1986.

As fórmulas apresentadas são usadas para linhas trifásicas com um condutor


por fase, devendo os cabos estarem posicionados com espaçamentos iguais entre
eles. As fórmulas também podem ser aplicadas quando o espaçamento entre os
condutores forem diferentes, porém ocorrendo obrigatoriamente a transposição de
fases (STEVENSON, 1986).
A transposição de fases é a troca de posição dos condutores em intervalos
regulares na linha de transmissão, é utilizado para manter o circuito equilibrado
(STEVENSON, 1986).

 Condutores agrupados

As linhas de transmissão também utilizam condutores agrupados em paralelo


nas fases (STEVENSON, 1986). No trabalho serão apresentados os sistemas com
dois, três e quatro cabos agrupados em cada fase.

FIGURA 3.2: SISTEMA COM CONDUTORES AGRUPADOS


FONTE: STEVENON, 1986.

A equação para o raio médio geométrico para dois condutores por fase:
3.4
Para três condutores por fase
58

3.5

e para quatro condutores por fase


3.6

A distância média geométrica é calculada com a equação 3.3. A Figura 3.3


mostra as distâncias entre as fases de uma linha de transmissão de dois condutores
por fase.

FIGURA 3.3: SISTEMA COM DOIS CONDUTORES AGRUPADOS


FONTE: STEVENON, 1986.

 Circuito duplo

Outra configuração de uma LT trifásica é o circuito duplo onde é utilizado


condutores em paralelo com uma distribuição de condutores conforme a Figura 3.4,
caso em que a distância entre os condutores de mesma fase será a maior possível,
diminuindo assim o valor indutância do circuito, pois o valor de vai ser maior
(STEVENSON, 1986).

FIGURA 3.4: CONDUTORES EM UMA LINHA TRIFÁSICA DE CIRCUITO DUPLO, NAS TRÊS
PARTES DE UM CICLO DE TRANSPOSIÇÃO.
FONTE: STEVENON, 1986.
59

Sendo feita a transposição de fases, as equações para calcular a indutância,


deve-se considerar as seguintes equações:
3.7

3.8

- Raio do condutor

As distâncias são representadas na Figura 3.4.

3.1.2. Capacitância

Do mesmo modo que para a indutância, a capacitância vai ser trabalhada em


5 distribuições, sendo que para condutores agrupados são utilizadas as mesmas
equações de 3.1.1. No livro de Stevenson é discutida a influência da terra na
capacitância, mas neste trabalho por razões de simplicidade essa influência é
desconsiderada.
Com os valores de capacitância é possível determinar a susceptância em
derivação ou shunt (Bsh) do cabo (NEXANS, 2013):
3.9

Bsh – Susceptância capacitiva ou shunt


Xc – Reatância capacitiva
– Velocidade angular
C - Capacitância

 Um condutor por fase

Para uma LT trifásica com um condutor por fase, as equações para o cálculo
de capacitância em uma fase ao neutro ficam (STEVENSON, 1986):
3.10

C – Capacitância por fase ao neutro

– Distância média geométrica

– Raio externo do condutor

Sendo,
60

3.11

 Circuito duplo

Para calcular a capacitância de uma linha trifásica em um sistema duplo,


como na figura 3.4, é utilizada a equação de capacitância 3.10, com os seguintes
valores de e :
3.12

3.13

3.1.3. Resistência

No trabalho desenvolvido neste TCC são utilizados condutores de alta tensão


de alumínio com alma de aço (CAA).
Segundo Phelps Dodge (pag 7) o cabo CAA é um
condutor encordoado, concêntrico, composto de uma ou mais
camadas (coroas) de fios de alumínio 1350, têmpera dura (H19) e
um núcleo (alma) de aço galvanizado de alta resistência
mecânica. Conforme a dimensão do cabo, o núcleo pode ser
constituído por um único fio de aço ou por vários fios de aço
encordoados. Devido às numerosas combinações possíveis de
fios de alumínio e aço, pode-se variar a proporção desses fios a
fim de se obter relação entre capacidade de transporte de corrente
e resistência mecânica para cada aplicação.
Os cabos de alumínio com alma de aço aplicados a linhas de transmissão
apresentam determinadas características elétricas. Segundo Fuchs, a resistência em
corrente alternada pode ser diferente da resistência em corrente contínua, por isso o
livro trabalha com seu valor efetivo. A causa dessa diferença é o efeito pelicular, que
é causado pela desuniformidade da corrente na secção do condutor com o aumento
da frequência (FUCHS, 1977). A equação para a resistência em corrente contínua é
apresentada a seguir.
[ohms] 3.14

– Resistividade do condutor
61

- Comprimento do condutor
A – Área da secção transversal
A Figura 3.5 mostra o corte transversal de um cabo com alma de aço. Para o
cálculo da resistência do condutor será considerado somente a área da secção
transversal com alumínio, sendo desprezado o efeito do aço no valor por apresentar
a resistividade maior que do alumínio.

FIGURA 3.5: CORTE TRANSVERSAL DE UM CABO COM ALMA DE AÇO


FONTE: QUINTAS CONDUTORES.

Para calcular a resistência em corrente alternada considerando o efeito


pelicular são utilizadas equações de termos reais e imaginarias na forma da função
de Bessel, sendo o termo “ber” correspondente a “Bessel real” e “bei” a “Bessel
imaginária” (STEVENSON, 1975). A equações são apresentadas a seguir:
3.15

e
3.16

Sendo
3.17

– fator m
– raio resultante do condutor
– frequência angular
– permeabilidade
– resistividade do material
Para o cálculo da resistência é preciso derivar as funções real e imaginaria de
Bessel em relação a (STEVENSON, 1986):
62

3.18

e
3.19

A resistência efetiva pode ser calculada com a equação:


3.20

Além do efeito pelicular, a temperatura afeta a resistência dos condutores. O


aumento da resistência com a temperatura é praticamente linear, e pode ser
calculada utilizando a equação (STEVENSON, 1975):
3.21

Como estão sendo utilizados cabos de alumínio, o valor de T é 228 e o valor


de é calculado pela equação 3.20 na temperatura de 20°C. Também é feito um
acréscimo de 2% no valor de resistência pela utilização de condutores trançados
(STEVENSON, 1975).

3.2. CÁLCULOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

Para linhas de transmissão de média tensão, considerando nesse caso linhas


com tensão até 240 [kV] e comprimento até 200 [km], pode ser utilizado o método
geral ou simplificado para cálculos dos parâmetros elétricos (FUCHS, 1977).
As equações gerais são:
3.22

e
3.23

sendo,
3.24

e
63

3.25

3.26

– Impedância natural da linha


– Impedância característica da linha
L – Indutância
C – Capacitância
Os termos das equações podem ser divididos em constantes generalizadas
(FUCHS, 1977):

; 3.27

; 3.28

Calculando os parâmetros apresentados acima, é possível calcular a


regulação da LT.
De acordo com Fuchs (1977, pag 117) Regulação de
tensão de uma linha, em um determinado regime de carga, é a
variação porcentual entre os módulos das tensões entre
transmissor e receptor, com relação a esta ultima:”
3.29

Reg – Regulação
– Tensão no transmissor
– Tensão no receptor
Com os valores de tensão e corrente é possível calcular a potência no
receptor e o rendimento, que é a relação entre a potência ativa no transmissor e no
receptor (FUCHS, 1977):
[%] 3.30

– Rendimento
– Potência ativa no transmissor
– Potência ativa no receptor
Como no livro do Fuchs, é possível representar as linhas de média tensão em
dois tipos circuitos equivalentes, circuito “Tee” e circuito “Pi”.
64

 Circuito “T”

FIGURA 3.6: CIRCUITO TEE DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO


FONTE: FUCHS, 1977.
As equações são as seguintes:
3.31

3.32

– Impedância
– Admitância
– Corrente no transmissor
– Corrente no receptor
Os termos das equações podem ser divididos em constantes generalizadas:

; 3.33

; 3.34
65

 Circuito “Pi”

FIGURA 3.7: CIRCUITO PI DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO


FONTE: FUCHS, 1977.

As equações são as seguintes:


3.35

e
3.36

Do mesmo modo que o circuito Tee, as equações são divididas em


constantes generalizadas:

; 3.37

; 3.38

3.3. COMPENSAÇÕES DE TENSÕES E ÂNGULOS NA LINHA DE


TRANSMISSÃO

O transporte de energia em uma linha de transmissão depende das tensões


do transmissor e receptor, de características da LT e das cargas. Para melhorar o
desempenho da linha é feito a compensação (FUCHS, 1977).
A compensação de uma linha pode ser feita de diferentes maneiras.
Dependendo das características e situação a compensação pode ser realizada no
gerador, atuando no regulador automático de tensão, em outros casos pode ser feito
nos transformadores, com comutadores automáticos sob cargas ou reguladores
66

indutivos. Além dessas formas, a compensação pode ser feita na linha de


transmissão (FUCHS, 1977).
As LTs, principalmente as longas, podem se comportar de forma capacitiva,
se estiverem operando com pouca carga, ou de forma indutiva, se operar com uma
carga grande, portanto a compensação é feita analisando as características das
linhas e sua operação (FUCHS, 1977). No trabalho será analisado somente a
compensação na linha de transmissão, com banco de capacitores e reatores
indutivos.
Para os cálculos de compensação é preciso definir as equações
generalizadas da seguinte forma:
3.39
3.40
3.41

3.3.1. Compensação em derivação

Tem como objetivo neutralizar o efeito das reatâncias em derivação na LT,


sendo utilizados reatores indutivos de indutância variável nas extremidades da linha
para compensar os efeitos capacitivos (FUCHS, 1977). A figura 3.8 representa os
reatores nas extremidades da LT.

FIGURA 3.8: REPRESENTAÇÃO DE REATORES NAS EXTREMIDADES DE UMA LT


FONTE: FUCHS, 1977.

Para calcular a compensação é utilizado:


3.42

Sendo
67

3.43
e
3.44
A potência trifásica dos reatores a serem instalados em cada extremidade
da linha é calculada com a equação:
3.45
– tensão nominal entre fases
A compensação em derivação resolve o problema de tensão nas
extremidades da linha mais não impede o aumento da tensão no meio da LT
(FUCHS, 1977).

3.3.2. Compensação-série

Para compensar o efeito das reatâncias indutivas na linha de transmissão são


utilizados capacitores ligados em série ao longo da linha ou por questões
econômicas nas extremidades. A compensação melhora a estabilidade estática, a
regulação, a distribuição de cargas e as perdas do sistema (FUCHS, 1977).
Para os bancos de capacitores instalados nas extremidades da linha são
utilizadas as seguintes equações (FUCHS, 1977):
3.46

sendo
3.47
e
3.48
A potência do banco de capacitores será:
3.49
– Corrente em regime permanente da linha
A raiz a ser utilizada deve ser a negativa.
68

4. PLANILHA ELETRÔNICA

No capitulo três foram apresentadas as principais equações para calcular os


parâmetros elétricos de linhas de transmissão trifásicas. Utilizando essas equações
foi desenvolvida uma planilha eletrônica no Excel, sendo utilizados três métodos
para os cálculos: método geral, com o circuito equivalente “Pi” e com o circuito
equivalente “T”. A utilização desses três métodos foi escolhida porque com planilha
é possível ver as diferenças dos valores encontrados nos circuitos “Pi” e “T” em
relação ao método geral.
A planilha de cálculo é desenvolvida para as cinco distribuições de condutores
apresentados no capitulo três: um condutor por fase, dois condutores por fase, três
condutores e o circuito duplo. Algumas considerações são feitas para facilitar os
cálculos:
 Os cálculos feitos na planilha são considerando linhas transpostas;
 Para sistemas com condutores em paralelo, os condutores são iguais e a
resistência a ser considerada é a de um condutor dividido pelo numero de
condutores em paralelo;
 A permeabilidade relativa é igual a um;
 Os efeitos da terra e do cabo para-raio são desconsiderados para o
cálculo da capacitância e indutância.
Para cada sistema estudado na planilha é preciso entrar com valores iniciais,
sendo que alguns valores são comuns para todos os sistemas, são eles:
 Raio total do condutor ( r );
 Secção transversal do alumínio ( A );
 Resistividade do material ( ρ );
 Temperatura de operação do condutor ( T );
 Frequência ( f );
 Comprimento da linha ( l );
 Tensão de linha na carga ( V2 );
 Potência ativa na carga ( P );
 Potência reativa na carga ( Pi );
 Porcentagem da compensação de reativo ( k ).
Os parâmetros diferentes para cada sistema são os valores de distâncias
entre condutores, que impactam na indutância e capacitância, e também a
69

quantidade de condutores. Já os parâmetros de saída escolhidos para serem


calculados são iguais para todos os sistemas.
Parâmetros de saída (resultados):
 Resistência por fase ( R );
 Indutância por fase ( I );
 Capacitância para o neutro ( C );
 Tensão de linha na transmissão ( U1 );
 Ângulo da tensão de linha na transmissão ( θ );
 Potência ativa entregue ( P1 );
 Potência reativa entregue ( Pr1 );
 Corrente de linha na transmissão ( I1 );
 Regulação ( reg );
 Rendimento da linha ( η );
 Potência dos reatores indutivos ( Qc’ );
 Potência dos bancos de capacitores ( Qc’’ );
 Potência natural da linha ( P ).
Os valores calculados para a potência dos reatores indutivos são para
compensar a linha quando está operando em vazio, já os bancos de capacitores são
calculados para a carga que a LT alimenta. A potência dos reatores indutivos
mostrados na planilha é referente a uma extremidade da LT, na outra extremidade
também devem ser instalados os reatores com a mesma potência. No caso dos
capacitores, o valor apresentado na planilha é a potência total a ser instalada.
70

5. TESTES E RESULTADOS

Para análise da planilha eletrônica são realizadas comparações com estudos


e projetos de linhas de transmissão para validar a ferramenta de cálculo e também
algumas simulações na planilha para estudar o comportamento das LTs.

5.1. VALIDAÇÃO DA PLANILHA

Para realizar a validação da planilha eletrônica é utilizado um estudo de linhas


de transmissão feito pelo GLT (Grupo de Linhas de Transmissão, 2007), onde foi
retirada a Figura 5.1, que apresenta uma torre de transmissão de energia elétrica
com um circuito com quatro condutores agrupados por fase, os condutores são do
tipo 954 MCM RAIL (Tabela 5.1). Pela tabela é possível calcular o raio total do
condutor: o raio total é 14,81 mm.

Área Diâmetro Resistência Capacidade


Cabo MCM
AL AÇO TOTAL do cabo elétrica CC a 20°C de corrente
Rail 954 483,84 33,54 517,38 29,61 0,06 980
TABELA 5.1: CABO 954 MCM RAIL
FONTE: ALUBAR CABOS.

Na Figura 5.1 são mostrados os valores das distâncias entre os cabos para
entrar com os valores na tabela de cálculo. Esses valores são apresentados na
Tabela 5.2.
71

FIGURA 5.1: TORRE DE TRANSMISSÃO ESTAIADA CROSS-ROPE TIPO CR52


FONTE: GLT, 2013.

No estudo do GLT não é apresento os dados da temperatura do cabo


condutor, então será utilizado o valor de 60°C, pois vários projetos trabalham com
essa temperatura. Na Tabela 5.2 são apresentados os dados de entrada da planilha.
Definição Valor Unidade
Raio total do condutor ( r ): 0,01481 m
Secção transversal do alumínio ( A ): 0,00048384 m²
Resistividade do material ( ρ ): 2,82E-08 Ω/m
Temperatura do condutor ( T ): 60 C°
Primeira distância entre os condutores ( d1 ): 5,5 m
Segunda distância entre os condutores ( d2 ): 11 m
Terceira distância entre os condutores ( d3 ): 5,5 m
Distância entre os condutores da mesma fase ( d ): 0,457 m
Frequência ( f ): 60 Hz
Tensão de linha na carga ( V2 ): 500 kV
TABELA 5.2: DADOS DE ENTRADA DA TABELA
FONTE: GLT, 2007.

Os dados de entrada da planilha de cálculo pedem o comprimento, tensão,


potência, comprimento da linha e porcentagem de compensação que não se aplicam
72

neste caso, pois no estudo das linhas de transmissão do GLT, somente é


apresentado como dados de saída os valores de resistência, reatância e
susceptância.
Entrando com esses valores na planilha e simulando, são encontrados os
parâmetros de saída, apresentados na Tabela 5.3 junto com os valores encontrados
no estudo do GLT.
Planilha de cálculo
Estudo - GLT
neste trabalho
Definição Valor – 60°C Valor Unidade
Resistência ôhmica 0,017845 0.0178596 Ω/km
Reatância indutiva 0,267855 0,266596 Ω/km
Susceptânica 5,9002081 6,11665 μs/km
Potência natural da linha ( P ): 1173,34 1200 MW
TABELA 5.3: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO E DO ESTUDO DA GLT.
FONTE: AUTOR, BASEADO NO ESTUDO DO GLT, 2007.

Os valores do estudo GLT são para a sequência positiva, que também


apresentam os valores de sequência zero que não são considerados neste trabalho.
Os valores de resistência e reatância indutivas calculados ficaram bem próximos de
estudo do GLT, somente a susceptância apresentou uma pequena diferença, porém
pode ser considerado aceitável.
Também é considerado para validação deste trabalho os valores de um
projeto de linha de transmissão da Marte Engenharia, da LT 230kV Candiota –
Presidente Médici, em que apresenta alguns parâmetros elétricos. Com as
informações do projeto foi feito uma simulação na planilha de cálculo. Na tabela 5.4
são exibidos os parâmetros de entrada encontrados.
Definição Valor Unidade
Resistência ôhmica 0,05029 Ω/km
Reatância indutiva 0,3512 Ω/km
Susceptânica 4,67124 μs/km
Frequência ( f ): 60 Hz
Comprimento da linha ( l ): 9 km
Tensão de linha na carga ( V2 ): 230 kV
Potência da carga, parte real ( P ): 188,811 MW
Potência da carga, parte imaginaria ( Pi ): 8,45 MVAr
TABELA 5.4: DADOS DE ENTRADA DA PLANILHA.
FONTE: MARTE ENGENHARIA, 2010.
73

Os valores do projeto da Marte Engenharia são para a sequência positiva,


que também apresentam os valores de sequência zero que não são considerados. O
projeto da Marte Engenharia é para uma linha de apenas 9km e não prevê
transposição da linha. Os parâmetros da LT do projeto são apresentados na tabela
5.5.
Definição Valor Unidade
Regulação ( Reg ) 0,1 %
Perdas 0,05 %
TABELA 5.5: DADOS DO PROJETO.
Fonte: MARTE ENGENHARIA, 2010.

Os valores encontrados com a simulação da planilha são mostrados na tabela


5.6 com a utilização do método geral.
Definição Valor Unidade
Tensão de linha na transmissão ( U1 ) 230,49 V
Ângulo da tensão de linha na transmissão ( Ѳ ) 0,64 °
Potência ativa entregue ( P1 ) 189,12 MW
Potência reativa entregue ( Pr ) 8,35 MVAr
Corrente de linha na transmissão ( I1 ) 474,18 A
Regulação ( reg ) 0,21 %
Rendimento da linha ( ƞ ): 99,84 %
TABELA 5.6: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO.
FONTE: AUTOR.

Comparando os dados do projeto (Tabela 5.5) com os dados da simulação


(Tabela 5.6), é possível perceber que os valores de regulação e das perdas
apresentam uma pequena diferença, entretanto a linha estuda é muito pequena para
tirar grandes conclusões.
74

5.2. SIMULAÇÕES

A Figura 5.2 apresenta um exemplo contendo dados de entrada de uma


simulação usando a planilha eletrônica desenvolvida neste trabalho.

FIGURA 5.2: DADOS DE ENTRADA DE UMA SIMULAÇÃO


FONTE: AUTOR.

Os valores apresentados são para uma LT com um condutor por fase. Na


Figura 5.3 são apresentados os resultados da simulação.

FIGURA 5.3: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO


FONTE: AUTOR.
75

Como a simulação da Figura 5.3 é referente a uma linha de transmissão


média, é possível perceber que os valores cálculos em cada modelo (Pi, Tee e
geral) são quase iguais. Também nota-se que a linha está absorvendo energia
reativa, pois a potência reativa na transmissão está maior que na recepção.
No caso acima, pode-se realizar a compensação de reativos instalando
capacitores, reatores indutivos ou ambos. Para o caso de reatores indutivos, a
planilha calculou a compensação de 100%, nesse caso significa que a potência dos
reatores a serem colocados nas extremidades da LT calculados pretendem deixar a
relação de tensão no transmissor pela tensão no receptor igual a 1, quando a linha
está operando em vazio.
Para o caso de capacitores, a planilha também calculou a Compensação de
100%, mais nesse caso diz respeito ao quanto a parte imaginaria da constante do
quadripolo será zerada, sendo que a potência dos capacitores vai depender da
carga a ser alimentada, porque depende da corrente na LT.
Em uma nova simulação são colocados valores maiores de tensão,
comprimento da linha e potência da carga (Figura 5.4).

FIGURA 5.4: DADOS DE ENTRADA DE UMA SIMULAÇÃO


FONTE: AUTOR.
76

Os resultados são apresentados são estão exibidos na Figura 5.5.

FIGURA 5.5: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO


FONTE: AUTOR.

Comparando os resultados da Figura 5.5, percebe-se que os valores de cada


modelo de LT (Tee, Pi e modelo geral) apresentam diferenças um em relação outro,
principalmente na regulação. Essa diferença acontece, pois os modelos Pi e Tee são
elaborados para linhas de transmissão médias (em torno de 200km e 230kV) e a LT
desta simulação possui distância e tensão elevadas.
Para a LT com os dados de entrada da Figura 5.2 são realizadas outras
simulações variando a carga com potência ativa de 10MW em 10MW, partindo de
20MW e deixando a potência reativa em zero. Os resultados dessas simulações são
apresentados no gráfico da Figura 5.6.
77

FIGURA 5.6: POTÊNCIA REATIVA NA TRANSMISSÃO EM FUNÇÃO DA POTÊNCIA ATIVA


FONTE: AUTOR.

A Figura 5.6 mostra que uma linha de transmissão pode absorver ou gerar
potência reativa, dependendo da carga que ela alimenta. Quando a potência a ser
transmitida é baixa, a linha absorve menos energia reativa para operar, se
comportando de forma capacitiva. Quanto maior vai ficando a carga que a LT
alimenta mais energia reativa a linha terá que absorver, se comportando de forma
indutiva.
78

6. CONCLUSÃO

O trabalho abordou de uma maneira resumida as etapas necessárias para o


desenvolvimento de projetos de linhas de transmissão aéreas, sendo que grande
parte do conteúdo é encontrado em normas e outras informações foram através de
entrevistas com especialistas na área.
O desenvolvimento da planilha eletrônica para realizar cálculos elétricos
apresentou bons resultados, apresentando uma planilha simples e com cálculos
importantes. Foram realizadas simulações e testes com a planilha que apresentaram
ótimos resultados.
Os resultados mostram que quando comparado com o estudo do GLT, os
resultados da planilha se mostraram muito eficientes. Somente houve uma pequena
diferença em relação à susceptância, porém provavelmente seja porque o efeito da
terra e dos cabos para-raios foi desconsiderado, interferindo no valor da
capacitância da linha.
Quando realizada a comparação de um projeto de uma LT com os cálculos da
planilha, os valores ficaram próximos. Nesse caso o projeto comparado é referente a
uma linha curta e sem transposição, que não era o ideal, mais mostrou que é
possível calcular parâmetros elétricos de forma simples.
Algumas simulações feitas mostraram que os modelos Pi e Tee devem ser
aplicados até linhas médias, para as longas os valores apresentam diferenças
consideráveis em relação ao modelo geral. Também foi mostrado como uma LT
pode absorver ou gerar energia reativa. Uma dificuldade no trabalho, é a falta de
informações para realizar comparações referentes a compensação de reativos.
A planilha se mostrou uma boa forma de calcular parâmetros elétricos de LTs,
também mostrou a capacidade de estudos que a planilha oferece, pois é possível
realizar varias simulações verificando como as linhas de transmissão se comportam
em diferentes situações e configurações.
79

7. REFERÊNCIAS

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80

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84

APÊNDICE 1

PASSOS PARA REALIZAR SIMULAÇÕES NA PLANILHA


A planilha apresenta a seguinte pagina inicial, onde os diferentes sistemas a serem
estudados. Para realizar simulações deve-se:
a) Escolher o sistema a ser estudado e clicar na opção desejada;

b) Preencher os valores dos dados de entrada no local indicado


c) Clicar em salvar;
d) Clicar em calcular;

e) Clicar no botão de calcular posicionado mais abaixo;


85

f) Verificar os resultados;

g) Caso queira mudar algum dado de entrada, volte ao item b;


h) Caso queira apagar todos os valores, clicar em limpar;
i) Você pode clicar em voltar e escolher outro sistema de distribuição de
condutores.
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APÊNDICE 2

ENTREVISTAS

As entrevistas realizadas com os engenheiros Aurino Sigaki Atsushi, Eduardo


Rodovalho de Oliveira e Evaldo Kalucz foram entrevistas informais, de forma que
todas as perguntas e respostas foram incluídas no corpo deste trabalho, não houve
um roteiro com perguntas especificas, mas sim uma conversa informal, onde o
entrevistado nos ajudou a construir este trabalho. A única dificuldade encontrada foi
a distância percorrida para encontrar cada entrevistado, realizando as entrevistas
em Maringá-PR, Cascavel-PR e Pitanga-PR. Não houve nenhum tipo de
constrangimento durante a realização das entrevistas, pois os entrevistados já eram
conhecidos.
A entrevista com o engenheiro Aurino foi realizada no inicio do trabalho, para
construir a composição de um projeto de linhas de transmissão, nos reunimos na
sede da empresa PROJEMAR, empresa especializada em projetos de linhas de
transmissão aérea e fizemos uma única e simples pergunta: Quais são as etapas
necessárias para a realização de um projeto completo de linhas de transmissão. A
resposta foram todo os subitens contidos no capitulo 2 desse trabalho.
A segunda entrevista foi realizada com o engenheiro Eduardo, onde nos
ajudou a dirimir duvidas sobre os seguintes tópicos:
 Planta do traçado;
 Planta e perfil do eixo da LT;
 Planta e perfil com plotação das estruturas;
 Especificação de construção;
 Lista de materiais;
 Projeto de instalação de contrapeso;

A terceira entrevista foi realizada com o engenheiro Evaldo que nos ajudou a
completar os últimos tópicos faltantes em nosso TCC, que são:
 Planta e perfil com plotação das estruturas;
 Tipo de cabo para-raios;
 Tabela de regulagem de cabos condutores e para-raios;
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Por fim o trabalho foi revisado pelo engenheiro Aurino especialista em


projetos de linhas de transmissão, onde foram ajustados alguns tópicos como:
 Levantamento topográfico plani-altimétrico;
 Projeto eletromecânico;
 Norma a ser utilizada nos projetos;
 Critério básico de locação de suportes;
 Memorial de cálculo para largura da faixa de servidão;

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