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de Energia Elétrica
Linhas Aéreas
RUBENS DARIO FUCHS
o
LTC / EFEI
LT / 621 | 05
TRANSMISSÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA
Linhas Aéreas
Volume 1
Apêndice: Tabelas
Bibliografia.
CDD — 621.3192.
77-0337 CDU — 621.315.1 Magda
Cecília Elizabeth
Celina Dária
Direitos reservados:
LIVROS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS EDITORA S.A.
Célia Inês
Avenida Venezuela, 163 — ZC-14
20.000 — Rio de Janeiro, RJ
Annelise
1977
Impresso no Brasil
Danielle
Prefácio
RA
A bibliografia de referência consultada está indicada no final de cada capítulo. É variada
. em suas origens, na presunção de que, estando o Brasil procurando sua prépria tecnologia, deve-
mos buscar a composição das boas práticas de qualquer origem, para atingir um ótimo nosso. É
também bastante atualizada.
O tratamento dado aos diversos tópicos é aquele que se poderia chamar de clássico, pro-
Se bem que seria desejável, não foi possível estabelecer linhas divisórias nítidas, visando
a uma limitação na extensão com que os diversos tópicos deveriam ser tratados em cursos de
graduação e quais as partes que deveriam ser conservadas nos cursos de pós-graduação como
base de programa. Nestes, os conhecimentos na profundidade desejada raramente saem dos
livros-texto, e sim de artigos e obras especializadas, de estudo e interpretação obrigatória.
Aparentemente. espaço demais foi dedicado à análise da operação das linhas através da
teoria das ondas, pois para a maioria dos problemas de ordem prática, a análise de seu compor-
tamento pela teoria dos circuitos elétricos é suficiente e leva aos mesmos resultados numéricos.
Mas, em geral, não os explica nem os justifica, o que é inadmissível em Engenharia. E problemas
há em que somente um profundo conhecimento dessa teoria permite alcançar resuitados satisfa-
tórios. Este é, por exemplo, o caso do estudo das linhas extra longas que, possiveimente deverão
Simbologia e Abreviações
ser implantadas para um melhor aproveitamento do potencial energético da bacia am
aq E
ohm/km para espaçamento de Pi=3,14159...
tm
Resistividade elétrica
Reatância capacitiva em Mohm : km para espaçamento Ângulo de fator de potência
se»
de7m
7) Fluxo magnético, ângulo do fator de potência
Fator de espaçamento indutivo
e Fregiiência angular
Fator de espaçamento capacitivo
eve ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
Fator indutivo de acoplamento mútuo entre dois
AlEE American Institute of Electrical Engineers
circuitos
Eder Eletricité de France
*c Fator capacitivo de acoplamento mútuo entre dois Equipe de projeto Extra High Voltage Research
EHV
circuitos General Electric — Edison Institute
Program
Reatância indutiva total
IEE The Institute of Electrical Engineers — Londres
rs
Reatância capacitiva total
IEEE Institute Of Electrical and Electronics Enginee
Reatância indutiva de sequência nula Centrais Elétricas de Minas Gerais S. A.
CEMIG
Reatância indutiva de segúência positiva Centrais Elétricas de São Paulo S. A.
CESP
Reatância indutiva de sequência negativa Cia. Hidroelétrica do São rancisco S. A.
CHESF
Admitância por unidade de comprimento
FURNAS Centrais Elétricas de Furnas S. A,
«=
Admitância total
CPFL Companhia Paulista de Força e Luz S.A.
impedância por unidade de comprimento
NN
Impedância total
Impedância característica
NNÇN
tura
Função de fase
Ângulos
Sumário
1.1 — Introdução, A 1
1.2 — Sistemas elétricos — Estr, fra básica, 3
1.5 — Bibliografia, 14
2.71 — Introdução,- 15
2,4.2 — Dimensões das estruturas, 42 . º 4.3.4 — Constantes generalizadas de associações de quadripolos 137
2.4.3 — Classificação das estruturas das linhas de transmissão, 43 4.3.5 — Linha artificial, . 141
ao o Canções das estruturas nas linhas, 43 | 4.4 — Relações de potência nas linhas de transmissão, 142
: 2433 o Mare de resistir das estruturas, 44 ; 4.4.1 — Relações de potências no receptor, . 143
«Fedud — Materiais para estruturas, 47 - 4,4.2-— Relações de potências no transmissor, 146
2.5 — Cabos pára-raios, bo o | 4.4.3 — Perdas de potência e rendimento, 147
26- Bibliografia, 51 4.4.4 — Emprego de grandezas relativas, ' 149
' 4.5 — Modelos matemáticos de linhas trifásicas, 151
| 46 -— Exercícios, 153
3— Teoria da Transmissão da Energia Elétrica, 53 | 4.7 — Bibliografia, 177
i
3.1 — Introdução, , . 53 |
24: ma | ag . .
3.2 -— Análise qualitativa, . 54 nm
5 — Processos Gráficos de Cálculo das Linhas de Transmissão, : 179
3.2.1 — O fenômeno da energização da linha 54
3.2.2 — Relações de energia, 59 |
3.2.3 — Ondas viajantes,
64 | 5.1 — Introdução,
178
33 — Análise matemática, o . . 89 5.2 — Diagrama D'Escanglon das correntes e tensões, 180
3.3.1 — Equações diferenciais das linhas de transmissão, 69 |
3.3.2 — Solução das equações diferenciais no domínio da fregiência: 5.3 — Diagramas circulares, . 185
Linha da corrente alternada em regime permanente, 72 5.3.1 — Diagramas circulares das potências, 185
3.3.2.1 — Interpretação das equações das linhas, . 74 5.3.1.1 — Diagrama do transmissor, 186
3.3.2.2 — Linha em curto-circuito permanente, 86 5.3.1.2 — Diagrama do receptor, 187
3.3.2.3 — Operação das linhas sob-carga, 88 5.3.1.3 — Diagrama completo, 188
34- Consid = . 5.3.2 — Diagrama universal das potências [9, 10] 194
rf — Considerações gerais, . 96 5.3.3 — Diagramas circulares das perdas, 200
3.5 — Exercícios, 96 a 5.3.4 — Outros processos gráficos, 207
3.6 — Bibliografia, , . 113 . 5.4 — Exercícios, 207
5.5 — Bibliografia, 220
as ,
6.3 — Meios de controfar tensões e ângulos de uma linha. Compensação das linhas, 233
6.3.1 — Regulação do fator de potência, 233
1.1 — INTRODUÇÃO
ais
a — a possibilidade de intercâmbio de energia entre os diversos sis-
ternas de acordo com as disponibilidades e necessidades diferenciadas.
| Nesse caso, o excesso de energia disponível em um dos sistemas em certas
. wu .G T T . épocas do ano é absorvido pelo outro que se encontra transitoriamente
o oo - . com escassez, que a devolverá em seguida, quando se inverter a situação
|
, 1aE SE
D [ —-
—o- de disponibilidade hídrica;
es
O us , reef b — a possibilidade de se construírem centrais maiores e mais efi-
' O
E aa LI] --— cientes que seria economicamente viável em cada sistema, isoladamente;
a. => L - aa
A - ] nm
c — aumento da capacidade de reserva global das instalações de ge-
ração para casos de acidentes em alguma central dos sistemas compo-
1.1 — Estrutura
: e básicos transporta. Os elementos-base, responsáveis pelo transporte que
poderiam, genericamente, ser chamados eletrodutos, são representados por
|| oa o F 'Í > linhas aéreas ou cabos, subterrâneos ou submarinos. Suas designações
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a particulares distinguem o nível a que pertencem.
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A — Linhas de transmissão — São linhas que operam com as
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Fig.
r — 4 nom tu a
' tensões mais elevadas do sistema, tendo como função principal o trans-
O -
| Do E l — EE porte da energia entre centros de produção e centros de consumo, como
também a interligação de centros de produção e mesmo sistemas indepen-
| Es” dentes. Em geral, são determinadas em subestações
nais, onde a tensão é reduzida de nível para o início da distribuição a granel
abaixadoras regio-
. ar pelas linhas de subtransmissão. Em um mesmo sistema pode haver, e em
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geral há, linhas de transmissão em dois ou mais níveis de tensão.
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Qê E Ss õ| B — Linhas de subtransmissão — Normalmente operam em tensões
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wuouE E |u .s 5 inferiores àquelas dos sistemas de transmissão, não sendo, no entanto,
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incomum operarem com uma tensão também existente nestes.
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as Sua função é de distribuição » granel da energia transportada pelas
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linhas de transmissão. Nascem nos barramentos das subestações re-
z-
“ gionais e terminam em subestações abaixadoras locais. Das subesta-
õ
ções regionais, em geral, saem diversas linhas de subtransmissão tomando
“rumos diversos. Em um sistema é possível haver também dois ou mais
6 TRANSPORTES DE ENERGIA ELÉTRICA CAP. 1 1.2 — SISTEMAS ELÉTRICOS — ESTRUTURA BÁSICA 7
níveis de tensões de subtransmissão, como ainda um subnível de subtrans- - Seja no caso do transporte da energia das centrais aos centros de con-
missão, como mostra a Fig. 1.2. sumo, seja no caso de transporte entre sistemas, as instalações necessárias
para tanto assumem importância fundamental dentro dos sistemas elé-
DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA tricos, também em termos econômicos, o que pode ser avaliado pela par-
cela considerável (de 25a 30%) dos investimentos da indústria da energia
—— po - elétrica. A Fig. 1.3 mostra o distribuição relativa dos investimentos
38 kKv
13,8 KV programados no setor de energia elétrica no Brasil durante o quadriênio
230 kv pn >
40 My 1970/1973 (1)*,
200 MV
Lo
69 KV-T0 MW
TRANSMISSÃO SUB-TRANSMISSÃO | 69 KV-I0 MW
100% DISTRIBUIÇÃO DOS INVESTIMENTOS
SUB-TRANSMISSÃO EM ENERGIA ELETRICA
Fig. 1.2 — Sistema de energia elétrica. com dois níveis de subtransmissão.
ficientemente baixas para ocuparem vias públicas e suficientemente ele- 48% B- GERAÇÃO
vadas para assegurarem boa regulação, mesmo para potências razoáveis. C- TRANSMISSÃO
d — capacidade de, a qualquer momento, atender ao aumento Ce nientes e se realizaram algumas instelações, mesmo porque também os
demandas dos atuais consumidores e de novos pedidos de ligação. geradores se tornavam. mais. simples. Datam desse período duas rea-
lizações notáveis para a época:
Esses dois aspectos se inter-relacionam intimamente e não devem ser
divorciados no estudo de qualquer instalação nova ou ampliação ou re- 1886 — linha monofásica com 29,5 km na Itália, conduzindo
formulação das existentes. 2700 HP para Roma;
Os sistemas de transmissão, apesar de absorverem parcelas tão pon- 1888 — linha de 11000 V, trifásica, com um comprimento de
deráveis do investimento total, são também, pela sua própria natureza, 180 km, na Alemanha.
as partes dos sistemas: mais vulneráveis. Verificou-se que cerca de 80%
das interrupções acidentais no fornecimento da energia são originados nas À invenção, entre 1885 e 1888, dos motores a indução, devida a Fer-
linhas de transmissão, ou provocados por elas. No entanto, o emprego raris e Tesla, deu novo impulso 20s sistemas de correntes. alternada em de-
das soluções mais caras hem sempre garante o melhor desempenho: uma trimento dos sistemas de corrente contínua, que foram, pouco a pouco,
linha em estruturas de madeira bem projetadas tem condições de desem- sendo substituídos, apesar de este último sistema ter continuado a ter
penhar melhor do que ums linha com estruturas de aço face às descargas ferrenhos defensores: havia, aplicações nas quais a corrente contínua não.
atmosféricas, se ambas usarem o mesmo número de isoladores e o mesmo podia ser substituída pela corrente alternada, como no caso de processos
grau de cobertura pelos cabos pára-raios. E seu custo é consideravel- eletrolíticos, aplicações de motores que exigem velocidade variável, como
mente menor. na tração, elétrica, laminações siderúrgicas etc. As vantagens da corrente
alternada, seja na geração e no transporte, seja, principalmente, na dis-
tribuição e utilização, foram preponderantes e os sistemas cresceram con-
tinuamente,
1.3 — EVOLUÇÃO HISTÓRICA E PERSPECTIVAS FUTURAS
Mais e mais energia elétrica passou a ser utilizada, crescendo con-
tinuamente as potências das centrais elétricas; os novos locais que favo-
1.3.1 — Geral reciam aproveitamento hidroelétricos tornavam-se cada vez mais remotos,
exigindo tensões sempre mais elevadas e linhas mais longas, avolumando-
Somente no terceiro quartil do século passado é que foi possível,
se os problemas. Ássim é que, por volta de 1903, a tensão de 60 KV
graças 208 trabalhos de cientistas como Siemens, Gramme e Pacinotti, a
era atingida; em 1910, 110 kV e, em 1918, 150 KV, Por volta de 1922
produção de energia elétrica em quantidades razoáveis a partir da energia
mecânica, pois deve-se aos mesmos o desenvolvimento da máquina dina- entrou em operação a primeira linha de 230 kV; em 1936, uma linha de
287 kV. Esta somente foi suplantada em 1950, com a entrada em serviço
moelétrica. Somente em 1879-1880, porém, com a invenção da lâmpa-
de uma linha de cerca de 1000 km de comprimento e tensão de 400 kV na
da incandescente por Thomas A. Edison, é que a energia elétrica teve seu
Suécia. Por volta de 1955 se construíam as primeiras linhas em 345 KV
grande impulso. A partir de 1882, quando foi inaugurada a central elétri- nos Estados Unidos, onde se iniciaram estudos e experiências, visando à
ca de Pearl, pelo mesmo Edison, fornecendo iluminação pública e energia
implantação de linhas de 500 kV. A primeira linha nessa tensão foi
para motores em parte da cidade de Nova Iorque, começaram a surgir og
construída em 1962.
primeiros sistemas comerciais de eletricidade, em diversos países do mun-
do. Com eles também tiveram início problemas com o transporte e a Entre 1964 e 1967, no Canadá, foram projetadas e construídas. as
primeiras linhas de 735 kV, mais recentemente, também nos Estados
distribuição da energia elétrica, então gerada e consumida em corrente:
contínua. A expansão dos sistemas incipientes e o uso da energia hi- Unidos, surgiram aquelas que, no momento, são as de tensão mais ele-
dráulica eram tolhidos pelos fenômenos da queda de tensão e das per- vada em corrente alternada existentes no mundo.
das por efeito Joule. Condutores de secções maiores eram. exigidos a Essa evolução, evidentemente, é uma consegiiência do crescimento
ponto de se tornar desinteressante qualquer nova extensão, sendo neces- da demanda de energia elétrica e da extensão dos sistemas. O aumento
sário construir novas centrais, relativamente próximas umas das outras crescente do número de centrais e linhas em um mesmo sistema de cor-
O grande potencial hidroelétrico ficava fora de alcance, pois a energia era rente alternada começou, desde cedo, a trazer problemas com a sua ope-
consumida na tensão em que era produzida, não havendo solução ime- ração, e logo se verificou que muitos desses problemas poderiam ser evi-
diata à vista para os sistemas de correntes contínuas. tados pela transmissão em corrente contínua, hoje viável nas tensões ne-
cessárias.
Por volta de 1884/1885 foi inventado o transformador, que permitia
elevar e abaixar a tensão, com grande rendimento, desde que a energia No momento, tanto nos Estados Unidos como na Europa e Japão,
fosse em corrente alternada. Nessas condições, o problema de trans- ao lado dos trabalhos para a melhoria e desenvolvimento dos sistemas
missão em tensões mais elevadas, portanto com menos perda de energia, de corrente contínua, está-se procurando resolver os problemas relaci-
-estava resolvido. Para fins de iluminação não havia maiores inconve- onados com a fabricação de equipamento e a operação de sistema de
10 TRANSPORTES DE ENERGIA ELÉTRICA CAP. 1 1.3 — EVOLUÇÃO HISTÓRICA E PERSPECTIVAS FUTURAS “9
1000/1100 kV, vislumbrando-se hoje a possibilidade de sistemas em 1 500 EV A primeira linha de transmissão de que se tem registro no Brasil foi
de corrente alternada. Os problemas relacionados com linhas aéreas de construída por volta de 1883, na cidade de Diamantina, Minas Gereis.
transmissão nessas classes de tensão são, hoje, considerados resolvidos (7). Tinha por fim transportar a energia produzida em uma usina hidroelétrica,
constituída por duas rodas d'água e dois dínamos Gramme, a uma dis-
tância de 2 km, aproximadamente. A energia transportada acionava
1.3.2 — No Brasil bombas hidráulicas em uma mina de diamantes. Consta que era a linha
mais longa do mundo, na época (2).
No Brasil, onde a evolução das tensões de transmissão foi relativa- Uma rápida pesquisa na bibliografia disponível mostrou ser difícil.
mente mais lenta até o fim da primeira metade do século XX, procura-se um levantamento geral das linhas construídas no Brasil, suas datas e cara--
hoje acompanhar pari passu a evolução nos países mais desenvolvidos. cterísticas, e, no relato que se segue, haverá, por certo, omissões.
É ums consegiiência do aumento explosivo da demanda de energia e do
tipo de energia primária disponível. O parque energético hidráulico do
Brasil, com sua enorme potenciali dade, estimada em 75 (GW de potência
média contínua, dos quais cerca de 40 GW na região Centro-Sul, para 0
seu aproveitamento assim o exige. À Fig. 1.4 mostra a evolução (1) e a
previsão de aumento da potência instalada no Brasil, entre 1955 e 2000.
GW
100
so
Bo
to
so
5o
40
so
20
Sorocabana e, através desta, pela USELPA, hoje integrando o sistema 1.4 — TENSÕES DE TRANSMISSÃO — PADRONIZAÇÃO
CESP. Entre 1945 e 1947 foi construída a primeira linha de 230 kV no
Brasil, com um comprimento aproximado de 330 km, destinada a inter-
ligar os sistemas Rio Light e São Paulo Light, operando inicialmente em Mesmo tendo sido reconhecida muito cedo a conveniência da padro-
170 kV, passando, em 1950, a operar com 230 kV (Fig. 1.5). Foi também nização das tensões nas redes de distribuição, o mesmo não aconteceu com
“a primeira interligação de dois sistemas importantes realizada no Brasil (6). as tensões de transmissão, cuja escolha se basesva, normalmente, em cri-
tério estabelecido pela lei de Kelvin, que, a partir de critérios econômicos,
fixava para cada caso específico qual a tensão economicamente mais con-
veniente. Os fabricantes de equipamentos elétricos, trabalhando de for-
ma artesanal, estavam em condições de atender aos pedidos de seus eli-
entes, quaisquer que fossem as tensões, abaixo dos limites máximos da
mem
época.
O crescimento dos sistemas e o problema do equipamento de reserva
levaram à uma padronização individual; o aperfeiçoamento das técnicas
de fabricação e o reconhecimento, pelos fabricantes, da conveniência da
seriação levaram a padronização regional, nacional e mesmo multinacio-
nal. Esta última tornou-se incipiente a partir do fim dz Primeira Querra
Mundial, quando diversos países da Europa e da América do Norte ado-
taram a tensão de 220/2380 kV como padrão. Interesses nacionais e,
principalmente, dos grandes fabricantes de equipamentos ainda não per-
mitiram uma padronização efetiva e internacional, Em alguns países
“da Europa, durante a reconstrução após Segunda Guerra, foram introdu-
zidos novos padrões, originariamente norte-americanos, enquanto se man-
tiveram seus padrões originais nas tensões menores de 230 KV.
A TEC — International Electroteenical Comission — vem desen-
volvendo um esforço no sentido da padronização das tensões nas linhas de
classe extra-elevadas, recomendando: 330 até 345/362 kV: 380. até. 400/420
kV; 500/525 kV; 700 até 750/765 (800) kV (tensão nominal/tensão máxima
permissível em regime de operação permanente). Para tensões inferio-
res, essa normalização terá que continuar de forma regional ou nacional.
O Brasil que desde o início da indústria não desenvolveu sua própria
tecnologia, é talvez um dos peíses mais tumultusdos no que diz respeito
às tensões de transmissão, principalmente na faixa até 100 KV.
As empresas elétricas no Bresil, especialmente das capitais, ou eram
de origem européia ou norte-americana trazendo não só know-how como,
principalmente, equipamento de seus países de origem, com os respectivos
padrões. Por outro lado, no interior do país surgiam empresas locais,
fundadas e dirigidas por comerciantes ou fszendeiros, ficando à parte téc-
nica a cargo de entendidos, dependendo grandemente dos representantes
estrangeiros das grandes fábricas de material elétrico para assessoramento
Fig. 1.6 — Linha 500 kV do Sisiema de Furnas. técnico. Estes, evidentemente, vendiam o que lhes fosse mais conveni-
ente. Era o preço que o pioneirismo devia pagar. A unificação de em-
Seguiram-se, a partir daí, em rápida sucessão, as linhas de 230 kV presas locais em regionais em muito pouca coisa modificou o quadro até
do sistema da Cia. Hidroelétrica de S. Francisco, 161 e 345 EV da CEMIG o advento das grandes empresas, particulares ou estatais, que as abscr-
e FURNAS, 460 kV da CESP, as linhas de 500 kV do sistema de FURNAS vessem. À colcha de retalhos, no entanto, permaneceu até muito recen-
e 800 kV do sistema de Itaipu, hoje em fase de projeto. temente, quando se empreendeu um esforço sério de padronização. Nes-
14 TRANSPORTES DE ENERGIA ELÉTRICA CAP.
1
6 — São Pavto LieHr S.A. — DEPARTAMENTOS Técnicos — À Interligação Constituem os elementos ativos
São Paulo | i a propriamente ditos
— Rio. Revista do Clube de Engenharia. Rio de Janeiro, Jan. 1960. N.º aj transmissão, devendo, portanto, possuir. características das linhas de
281. Págs. 1-7. ' cy) escolha adequada representa especiais. Sua
um problema de fundamental importância
? — BazDerston Je, G. et al — UH V, AC. Transmission Line Design no dimensionamento das linha
Project UHV Test Resulis,
Based on s, pois não só depende dela
Cigré, Paris, 1972. Vol. 2, N.º 81, 24? Sessão. penho da linha, como tem impo o bom desem-
rtantes implicações de natureza
4 imica. econô-
Condutores ideais para linhas
aéreas de transmissão seriam
que pudessem apresentar as, aqueles
seguintes características:
“A— alta condutibilidade elétr
ica — para que as perdas
Joule (PR) possam ser mantidas por efeito
, economicamente dentro de
leráveis, oneram diretamente limites to-
o custo do. transporte da ener
gia;
B — baixo custo — o custo dos
Ponderável do investimento total cabos condutores absorve. parcela
de uma linha, influindo, portanto
maneira decisiva no custo do , de
transporte da energia;
16 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS LINHAS CAP. 2 2.2 — CABOS CONDUTORES . 17
C — boa resistência mecânica — a fim de assegurar integridade relação aproximada de preço entre cobre e alumínio da ordem de 2, o in-
mecânica à linha, garantindo continuidade de serviço e segurança às pro- vestimento com condutores de alumínio será aproximadamente igual a
priedades e às vidas em suas imediações; 25% do investimento necessário com condutores de cobre equivalentes.
D — baixo peso específico — as estruturas de suporte são dimen- A sua resistência mecânica, cerca de 25% inferior à do cobre, é ampla- -
sionadas para absorver os esforços mecânicos transmitidos pelos con- mente compensada com o eventual uso dos cabos de alumínio-aço, sem
dutores, um dos quais é o seu próprio peso. “que esse quadro econômico seja substancialmente alterado em virtude
Portanto, quanto maior for do menor custo do aço. Essa verificação poderá ser efetuada facilmente,
este, mais robustas e caras serão as estruturas; pelo próprio leitor, através das características mecânicas dos condutores
E — alta resistência à oxidação e à corrosão por agentes químicos po- indicadas nas tabelas do Ap. II.
luentes — a fim de que não venham sofrer redução em sua secção com o
decorrer do tempo, provocando redução na sua resistência mecânica e
eventual ruptura. Características Alumínio Cobre
T. Dura T. Dura
As condições mencionadas, um tanto conflitantes, não são atendidas
simultaneamente por nenhum material em particular e, dentre os metais
que o maior número dessas propriedades possuem, estão o cobre e o a- - Condutividade a 20º0 61% IACS 97% IACS
lumínio, bem como suas ligas, que hoje são empregados universalmente. 2. Resistividade em microhm/em a 20º0 2,828 17774
Por muito tempo, a partir das primeiras linhas de transmissão, o cobre 3. Coeficiente térmico de resistividade, em mi- :
dominou o mercado, apesar de, já em 1895, terem sido construídas as pri- crohm/cm por ºC 0,0115 0,00681
meiras linhas em cabo de alumínio (Califórnia e França), seguidas de outras 4. Coeficiente térmico de expansão linear por ºC 0,000023 0,000017
em 1898, 1899, 1902 etc. O principal motivo da limitação era o preço - 5. Densidade a 20ºC em grjem? 2,703 8,89
ainda muito elevado do alumínio comparado ao do cobre, e também sua 6. Carga de ruptura em kg/mm? — 62 35-47
menor resistência mecânica. Este último inconveniente foi satisfatoria- 7. Módulo de elasticidade, final kg/mm? 7 000 12 000
mente resolvido em 1908, com a invenção dos cabos de alumínio com alma
de aço, CCA (Aluminum Conductor Steel Reinforced — ACSR), que foram
usados com sucesso em 1913 na linha Big Creek, na Celifórnia. Foi a
IACS — International Annealed Copper Standard — 100%
nacional, medida a 20ºC, em cobre quimicamente puro.
correspondem “à condutividade — padrão inter-
cobre — baseia-se na padronização norte-americana AWG (Americam A EB-12 é complementada pela EB-1l — fios nus de cobre para fins
Wire Gauge). Esta se assenta numa unidade de área denominada cir-
elétricos.
cular mil, que corresponde à área de um a
círculo cujo diâmetro é igual a
um milésimo de polegadas, ou 0,00064516 mm?. De acordo com esse sis- No Brasil fabricam-se cabos de cobre nãs bitolas que vão desde
tema, os condutores são numerados em ordem de secção decrescente de 13,3 mm? (referência comercial n.º 6) até 645,2 mm? (referência comercial
n.º0 a n.º 36 e em secção crescente 00, 000 e 0000, mantendo-se relações cons- 1000 MCM), nas têmperas dura e semidura. O encordoamento é feito de
tantes entre diâmetros e entre secções. Cabos de secções maiores do que acordo com as classes A e AA, definidos por norma. Os encordoamentos
0000 (211 600 CM) são especificados em CM ou MÓM (mil CM). classe AA são normalmente empregados em condutores para linhas aéreas.
Em transmissão e em distribuição, a prática recomendou, e o uso es- Os condutores classe A em linhas aéreas são usados quando munidos de
tabeleceu, bitolas mínimas de condutores; para o cobre, corresponde a capa protetora ou quando se deseja maior flexibilidade.
de n.º 6, possuindo uma secção de 26 250 CM e, para os fios de cabos de As normas EB-11 e EB-12 regulam as características que os fios e
alumínio, ou cabos de alumínio com alma de aço,a bitola n.º 4, à qual cor- cabos nus de cobre devem possuir. Assim:
responde uma secção de 41740 CM.
O enecordoamento normal dos cabos condutores, quando compostos a — qualidade do material, suas características elétricas e físicas;
de fios de mesmos diâmetros, obedece à seguinte lei de formação: b — acabamento; É
c — encordoamento; passo do encordosmento;
N=8+3+1, (2.1) d — emendas;
e — variação do peso e da resistência elétrica;
na qual valem:
f — dimensões, construção e formação;
g — tolerâncias no comprimento dos cabos;
“N — número total de fios componentes; h — embalagem e marcação desta;
2 — número de camadas, ou coroas. 1 — propriedades mecânicas e elétricas;
j — ensaios de aceitação;
Teremos assim:
k — responsabilidades dos fabricantes.
— para 1 camada, 7 fios;
— para 2 camadas, 19 fios; “B— Condutores de alumínio e alumínio-aço — Suas características
— para 3 camadas, 37 fios; são especificadas no Brasil pela ABNT através das normas:
— para 4 camadas, 61 fios etc.
— EB-219 — fios de alumínio para fins elétricos;
2.2.]J.1 — Padronização Brasileira — EB-292 — fios de aço zincado para alma do cabo de alumínio;
— EB-1938 — cabos de alumínio (CA) e cabos de alumínio com alma
Às normas brasileiras elaboradas pela ABNT especificam as cara- de aço (CAA) para fins elétricos.
cterísticas exigíveis na fabricação e para o recebimento dos condutores
destinados a fins elétricos.
Sua designação deve ser feita pela área nominal da secção de alumínio,
— A — Condutores de cobre — Aplica-se a EB-12
— cabos nus de cobre. expressa em milímetros quadrados, pela formação, pelo tipo (CA ou CAA),
De-acordo com essa norma, os cabos deverão ser especificados através pela classe de encordoamento correspondente e, eventualmente, pela re-
da indicação de: ferência comercial.
Está enraizada, na indústria da energia elétrica no Brasil, a designação
— secção em milímetros quadrados;
dos cabos de alumínio (CA) e alumínio com alma de aço (CAA) através
— composição, ou número de filamentos; do código canadense de referências comerciais. De acordo com esse có-
— classe de encordoamento. digo, há, para cada tipo de cabo, uma família de nomes através dos quais
Para cada bitola fica completamente definida. Assim, para os cabos CA, as
fins comerciais, conserva-se a designação convencional e con- palavras-código são nomes de flores, e, para os cabos CAA, aves, em ambos
sagrada pelo uso, da própria escala AWG.
os casos na língua inglesa:
| 20 CARACTERISTICAS FÍSICAS DAS LINHAS CAP. 2 2.2 — CABOS CONDUTORES 21
Código: TULIP — cabo CA de alumínio, composto de 19 filamentos, com
área total de 336 400 CM;
8 8
— diâmetro do cabo (nominal): 16,92 mm; 48
— peso do cabo (nominal): 467,3 kg/km;
-uo
— carga de ruptura: 2995 kg; 6 AL./i Aço
6 AL./| Aço 7 AL/! Ago 8 AL/I 1
Ag
Aço
| dos e Canadá nos vêm dois tipos de condutores em ligas de alumínio: tipos
AAC (all aluminum alloy cable), que são cabos homogêneos compostos de
fios iguais em ligas de alumínio, de diversas composições, e os tipos ACAR
(aluminum conductor aluminum alloy reinforced), que são cabos de cons-
trução idêntica à dos cabos CAA, exceto pela alma, que nesse caso será
composta de fios de liga de alumínio, 20 invés de aço. Esses condutores
são fabricados no Brasil.
E
linhas fizeram com que o seu uso se generalizasse:
a)
|
| —.
doom
| .
a
[OS | |
+
| GPo
B s
linhas, é iguslmente condicionado por limitações de natureza econômica. c — forças horizontais transversais, em sentido ortogonal aos eixos
Para linhas nas classes das tensões extra-elevadas, hoje o problema pode longitudinais das linhas, devidas à ação da pressão do vento sobre os pró-
ser considerado inteiramente solucionado, seja quanto 20 número de subcon- prios cabos.
dutores por feixe, seja quanto so espaçamento entre os mesmos. Nota-se
certa divergência entre a prática européia e a norte-americana nesse as- Esses esforços são transmitidos pelos isoladores às estruturas, que
pecto. Enquento que os primeiros favorecem, pars uma mesma classe devem absorvê-los.
de tensão, um número maior de subcondutores por fase, com espaçamen- As solicitações de natureza elétrica a que um isolador deve resistir
tos menores, os demais preferem um menor número de subcondutores e são as tensões mais elevadas que podem ocorrer nas linhas, e que são:
maior espaçamento, conforme se verifica na literatura (8).
Para as linhas em tensões extra-elevadas, o número máximo de con- a — tensão normal e sobretensões em fregúência industrial;
dutores é de quatro por feixe pera linhas na classe de 380/420 [kV] em dian- b — surtos de sobretensão de manobra que são de curta duração,
te, nz Europa, e 500/525 [kV] em diante nos Estados Unidos (preferen- podendo, no entanto, atingir níveis de 3 a 5 vezes a tensão normal entre
cialmente para 700/765 [kV]. O espaçamento preferencial na Europa fase e terra;
é de 400 [mm], enquanto que ne América do Norte é de 458 [mm] (18
c — sobretensões de origem atmosférica, cujas intensidades podem
polegadas). A relação espaçamento/diâmetro dos subcondutores, consi-
ser muito elevadas e variadas.
derada importante para o desempenho das linhas, varia grandemente,
desde 13, nas linhas de 735 [kV] canadenses, a mais de 30 em linhas ame- Um isolador eficiente deve ainda ser capaz de fazer o máximo uso
ricanas de 345 [kV]. do poder isolante do ar que o envolve a fim de assegurar isolamento ade-
Para es linhas em tensões ultra-elevadas, que serão normelizedas entre quedo. A falha de um isolador pode ocorrer tanto no interior do mate-
1 000 e 2 000 [kV], 29 que tudo indica, nos níveis de 1 050 [kV] e 1 300 rial (perfuração) ou pelo ar que o envolve (descarga externa). Seu desenho
[kV], inicialmente (12), desde já consideradas viáveis, seja do ponto de deve ser de forma a assegurar uma distribuição balanceada de poten-
vista técnico, seja econômico, o problema da escolha do número de subcon- ciais e, consequentemente, dos gradientes no ar, com o objetivo de asse-
dutores e seu espaçamento é ainda mais crítico. Arranjos de 6 a 10 subcon- gurar tensões de descarga adequadas. Daí suas formas peculiares. Além
dutores (12, 13) por feixe estão sendo considerados. Foi inclusive aven- desses requisitos, deve ainda satisfazer a outro não menos importante,
tada a hipótese do emprego de subcondutores divididos, isto é, consti- que é o da não produção, mesmo após longos períodos de operação, da in-
tuídos de feixes de condutores menores (14). Esta última hipótese, como desejável radiointerferência. Esta, em geral, é causada nos isoladores
também a do uso de ordens mais elevadas de número de subcondutores por minúsculos pontos de disrupção elétrica para o ar: corona. Os eflú-
(acima de 10), esbarra em dificuldades de ordem prática pars sua exe- vios assim produzidos provocam correntes de altas frequências, que ir-
cução, o que faz com que, pelo menos no momento, não mais venha me- radiam energia de maneira semelhante a um radiotransmissor. É um
recendo maior atenção. problema que deve ser eliminado pelo próprio desenho e pelo acabamento
superficial dos isoladores. Exige-se ainda dos isoladores extrema robus-
tez, de modo a poderem resistir ao manuseio, nem sempre delicado, nos
armazéns e obras. Devem ser duráveis quando em serviço, reduzindo
E — ISOLADORES E FERRAGENS a um mínimo o número de reposições no decorrer dos anos, e resistir bem
! aos choques térmicos a que estão submetidos pelas condições meteoro- .
Pu Os cabos são suportados pelas estruturas através dos isoladores, que, lógicas locais.
como seu próprio nome indica, os mantêm isolados eletricamente das
--' mesmas. Devem resistir tanto às solicitações mecânicas como às elétricas. Suas superfícies devem ter acabamento capaz de resistir bem às ex-
posições ao tempo, mesmo em atmosfera, de elevado grau de poluição em
: Os isoladores são submetidos a solicitações mecânicas que lhes são
transmitidas pelos cabos condutores. São de três tipos: que haja presença, de óxidos de enxofre e outros reagentes.
Para a sua fabricação empregam-se dois tipos de material:
a — forças verticais, devidas ao próprio peso dos condutores (nos
países de clima frio, esse peso é acrescido do peso da capa de gelo que se a — porcelana vitrificada,
pode formar em torno dos mesmos);
b — vidro temperado.
b — forças horizontais axiais, no sentido dos eixos longitudinais das
linhas, necessárias para que os condutores se mantenham suspensos sobre Encontram-se em fase de introdução isolamentos para linhas exe-
o solo; cutados com. resinas sintéticas. A associação de Epoxi com fibras de
26 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS LINHAS CAP, 2 23 — ISOLADORES E FERRAGENS 2
J
porcelana, porém é mais sujeito a danos por atos de vandalismo, pois,
NI
devido à sua têmpera, os isoladores não resistera bem a impactos, mesmo
N
leves, dependendo do local atingido (por exemplo, saias dos isoladores
de disco, que são inteiramente estraçalhados por pedras atiradas com es- Iso
tilingues).
Hm
Com o advento de transmissão nas tensões extra-elevadas, em CA e
N
em CC, condições mais severas de serviço vêm sendo impostas aos isola-
dores, devido, inclusive, à crescente intensidade da poluição atmosférica;
RN
AN
isso tem levado a grandes projetos de pesquisa em todo o mundo, visando
a aprimorar materiais e desenhos dos isoladores, no sentido de assegurar
uma crescente melhoria em seus desempenhos. Está se adotando vitri-
ficação semicondutora em isoladores antipoluição.
No Brasil há diversos fabricantes de isoladores de porcelana, que Fig. 2.4 — Isoladores de pinos de porcelana: a — monocorpo para 25 kV; b — multi-
produzem de acordo com especificações bastante rígidas. Isoladores de corpo para 69 kV.
vidro temperado -são produzidos, no momento, por apenas um fabricante,
de capital e know-how estrangeiros. Em vidro temperado é possível obtê-los de uma só peça (isolador
monocorpo).
2.3.1 — Tipos de Isoladores
B — Isoladores tipo pilar — São menos usados
entre nós em linhas
Em linhas de transmissão empregam-se de transmissão do que os isoladores de pino,
basicamente três tipos de podendo ser construídos de
isoladores: : uma única peça, também de porcelana, para tensõe
s mais elevadas. Dado -
o seu sistema de fixação, resistem a esforços
mecânicos bem mais elevados
4 -— iscladores de pino; tanto de compressão como de flexão. Nos Estados Unidos construíram-sé
B — isoladores tipo pilar; linhas com esse tipo de isolador com tensões
até 110 kV (Fig. 2.5).
C — isoladores de suspensão. OC — Isoladores de suspensão — Representam o tipo de isoladores
de maior importância, para 2s linhas de transmissão, pois, trabalhando
28 CARACTERÍSTICAS FISICAS DAS LINHAS CAP, 2 2.3 — ISOLADORES E FERRAGENS &s
a tração, condição muito favorável de solicitação tanto para o vidro como
Largamente utilizados no país de origem, não tiveram ainda
para a porcelana, ajustam-se facilmente às condições de serviço impostas aceitação fora
do mesmo, provavelmente devido às dificuldades técnicas de fabricação.
“em linhas em tensão extra-elevada e ultra-elevada. São fabricados com comprimento até 1305 mm para tensões
até 110 kV
em uma só peça, podendo ser conectada duas ou mais, em série,
para tensões
maiores:
145
1308
necidas por diversos fabricantes. As ferragens constituem-se de uma haste, 2.3.2 — Características dos Isoladores de Suspensão
fixada na parte inferior do isolador, terminada em forma de bola (boleto) As características fundamentais de isoladores de suspensão que in-
ou de lingueta (olhal), e por uma campânula terminada ou em um garfo ou
fluenciam suas aplicações são:
em uma concha. O tipo de engate bola-concha é quase adotado univer-
salmente em linhas de transmissão. 4 — Características físicas e mecânicas:
Para cadeias em v às vezes são pre-
feridos os engates garfo-olhal. a — resistência eletromecânica;
mom
b — carga máxima de trabalho; ,
Às ferragens dos isoladores de suspensão devem ser galvanizadas em
bânho quente de zinco, sendo a espessura c — resistência ao impacto;
da síimada controlada pelos
processos indicados na NB-22. Sua forma deve ser estudada de modo d — resistência aos choques térmicos.
a não possuir pontos de elevados gradientes de potencial e onde possam B — Características elétricas:
ocorrer eflúvios, provocando radiointerferência. a — tensões disruptivas a seco e sob chuva em fregiiência industrial;
É evidente que isoladores de disco podem ser fabricados em grande b — tensão disruptiva sob impulso;
variedade de diâmetros e espaçamentos (passo). No entanto, para maior
eficiência elétrica existem limites bem definidos no que diz respeito a essas
ce — tensão de perfuração;
dimensões, que devem ser consideradas em conjunto. Sec espaçamento
d — tensão de radiointerferência e Corona.
for aumentado, seu diâmetro deverá ser igualmente aumentado, a fim de
que se mantenha a eficiência geral. Por muitos anos a relação de 43/4”! 1/2
X 10” (121 X 254 mm) foi considerada ideal. Pesquisas posteriores in- 1"Êrx 40 U
dicaram 5º%/4” x 10” (146 X 254 mm) como proporções ideais (dimen- NEGATIVA
1600
sões-padrão ABNT-—145 X 250 mm). Para se chegar a essas dimen-
sões em número de fatores, deve-se considerar: o tamanho da campânula,
a distância de arco, a distância de escoamento (Fig. 2.8). 142
1400 ONDA 1 x 40 US
POSITIVA
1200
>
x
=us
1909] — 60 Hz EFICAZ
> A sEco
-
a
8oo
z
G
a
o
1
ta
600 | tulá
4
nr E
400 -
SOB CHUVA
200
Nº DE UNIDADES NA CADEI
o
o. 1 8 I2 16 20
Fig. 2.8 — Distância de arco e distância de escoamento: A — distância de descarga a seco;
B — distância de descarga sob chuva; C — distância de escoamento. Fig. 2.9 — Tensões disruptivas a 60 Hz e de impulso em cadeias de isoladores (18).
32 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS LINHAS CAP. 2 2.3 — ISOLADORES E FERRAGENS 33
Essas características devem ser indicadas pelos fabricantes e ga- buição de potencisl em unidades de isoladores e em uma cadeia de isola-
rantidas. A NB-22 e a MB-22 da ABNT regulamentam no Brasil, quais dores. A Fig. 2.10 mostra a distribuição de potenciais em uma unidade
os ensaios e sua forma de realização para verificação des garantias ofere- (16). Como é de se esperar, os gradientes mais elevados ocorrem próximos
cidas. A Fig. 2.9 mostra as tensões disruptivas a tensões de freqiiência aos pinos e à campânula, enquanto que gradientes menores ocorrem ao
industrial e a ondas de impulso de cadeias de isoladores de suspensão de longo da superfície restante. Se considerarmos uma cadeia de isoladores
588" X 10. com z elementos, teremos um circuito equivalente, como aquele indicado
na Fig. 2.11. A distribuição de potenciais do longo da cadeia poderá ser
2.3.2.1] — Distribuição de Potenciais em Isoladores e Cadeias calculada pela expressão:
de Isoladores
A fim de se obter um quadro mais exato da maneira de resistir de uma | VU, = Ma (5 senh Bn + = senhf (n — 2) + sento | (2.2)
cadeia de isoladores, convém examinar alguns aspectos básicos da distri- 8º senh Bz
na qual valem:
«
ÓQ
«L
U, [KV] — tensão a que estão submetidas n unidades a contar do
o lado aterrado (estrutura);
ã 100
« Rd
U, [KV] — tensão a que estão submetidos os z elementos;
2 MM 1]
Z 80 T
[és]
pe
de da
« ” .
a ”
o 60
o Z.
C [F] — capacitância entre campânula e pino de um isolador;
o “
0 2 4 6 8 IO I2 sen han
Ur= U=
sen haz (2.8)
Fig. 2.10 — Distribuição de potenciais ao longo de um único isolador.
EA L,
para
— ql.
2“=Nc
A Fig. 2.12 mostra a distribuição de potenciais em uma cadeia de
isoladores com z = 8 e c/C = 0,083.
As expressões indicadas são apenas aproximadas, pois, para permitir
um equacionamento simples, diversos fatores colaterais, como correntes
de escape, efeito Corona, capacitâncias entre os condutores e ferragens etc.
Ug foram desprezados. Esses fatores colaterais, em geral, atuam favo-
ravelmente para uma melhor distribuição dos potenciais. Experiências
| realizadas mostraram que o valor de c/C varia, em construções normais,
Fig. 2.11 — Circuito equivalente de uma cadeia de 2 isoladores. em torno de 0,2
34 «eus CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS LINHAS CAP.
2 2.3 — ISOLADORES E FERRAGENS
) 35
APLICADA
dt ITTT
Esses anéis distribuidores de potencial (Fig.
2.13) têm como principal
finalidade aumentar a capacitância entre
as peças metálicas dos isoladores
ad
e condutores, a qual foi desprezada na
DT
dedução anterior. Eles não pro-
TENSÃO vocam a distribuição uniforme em todos
os isoladores da cadeia, porém
AS
reduzem substancialmente o potencial
AA
L
a que fica submetido o isolador
inferior.
DA
NI
Os anéis de potencial, no entanto, reduzem
14 A a distância disruptiva da -
“7/0
o o 3 4
Com o aprimoramento da técnica de fabricação da porcelana, a me-
5 6 ? 8
NUMERO DE ISOLADORES lhoria de sua resistência dielétrica, bem
NA CADEIA como o aperfeiçoamento da quali-
dade do material para a vitrificação, e
Fig. 2.12 — Distribuição principalmente de seus desenhos,
de potenciais ao longo de uma cadeia relegaram o problema da perfuração
de 8 elementos (16). e queima das superfícies pelo arco
a um plano secundário, aconselhando-se
O aumento , hoje, o abandono do emprego dos
do comprimento dos braços
suportam os isoladores que anéis de potencial e chifres, mesmo nas tensõe
podem fazer diminuir esse valor até s elevadas e extra-eleva-
0,10, porém o aumento de peso das
es- - das (2).
truturas daí decorrente não o justifica. '
Nas linhas de tensão extra-elevadas verificam-
Esse problema é menor nas. isoladores
tipo monocorpo que são com- se no entanto, grandes
concentrações de potenciais nas angulosidades
postos apenas de dois eletrodos e um e
arestas inevitáveis das
dielétrico de grande espessura. ferragens de suspensão, de forma que são
O problema de distribuição não uniforme dos poten adotados anéis distribuidorega
ciais foi conside- chamados anéis de guarda (Corona SHIELDS)
derado muito grave quando se iniciou , colocados lateralmente
o emprego de cadeias de isoladares, aos grampos de suspensão, como mostra
observando-se perfurações do dielétrico a Fig. 2.14,
nos primeiros elementos da cadeia,
como também correntes de escape sobre
sua superfície. Procuraram-se
então, meios de se evitar esse problema.
Primeiramente se sugeriu o
emprego de discos com maiores tensões
disruptivas junto aos condutores,
Posteriormente foram" inverttados os
anéis distribuidores de potencial.
SEEN
!
= . | .
nt: ZA LL =
e
3
c c
.
1/= =p
>
E
|
TA Mr
445/=
Fig. 2.13 — Efeito da presença dos anéis de potenciar nas cadeias de isoladores,
35 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS LINHAS CAP. 2 2.3 — ISOLADORES E FERRAGENS : REU
Os anéis de guarda atuam beneficamente na distribuição dos. poten- seu desenho é de extrema importância, mesmo em detalhes mínimos, pois
ciais. As estruturas de madeira e concreto atuam também favoravelmen- podem constituir-se fontes de Corona e importantes fontes de radioin-
te na distribuição dos potenciais ao longo das cadeias, pois as capacidades terferência, mesmo com tensões relativamente baixas (19).
ec são desprezíveis face a € (valor de c/C muito baixo).
Faz-se a determinação do número de isoladores de uma cadeia de
2.3.3.1 — Cadeias de Suspensão
isoladores para uma determinada classe de tensão de linha a partir do
valor das sobretensões previstas, sejam de origem interna ou externa. As cadeias de isoladores devem suportar os condutores e transmitir
Nas linhas de tensões extra-elevadas ou ultra-elevadas, o: critério domi- aos suportes todos os esforços destes. Na parte superior devem possuir
nante se baseia nos surtos de sobretensões internas, em geral produzidas uma peça de ligação à estrutura, em geral um gancho ou uma manilha,
por faltas ou manobras, cujo valor pode ser maior do que o daquelas de e, na parte inferior, terminam em uma pinça (ou grampo de suspensão),
origem atmosférica. A Fig. 2.15 mostra o número de isoladores em fun- que abraça e fixa o cabo condutor.
ção das tensões de tinhas empregados atualmente. Para uma mesma
ra
A — Pinça de suspensão — O conjunto de solicitações que atuam
classe de tensão, observamos uma variação relativamente grande do sobre os cabos, sejam elas verticais ou horizontais, cria no condutor uma
número de isoladores, que deve ser atribuída às diferentes hipóteses ad- tensão mecânica, que é transmitida aos suportes. Nos pontos de sus-
mitidas em projeto. pensão, em virtude do peso do condutor e de sua natural rigidez, apare-
cem esforços de flexão bastante elevados. Quando a curvatura infe-
rior da calha da pinça não se amolda bem à curvatura natural dos cabos,
estes podem sofrer esmagamento dos filamentos, pois a superfície de apoio
fica bastante reduzida. Para os cabos de alumínio e alumínio-aço, esse
problema ainda é mais crítico, mesmo quando se usam armaduras antivi-
brantes (armor-rods). JE necessário que estas se amoldem perfeitamente
ao cabó e também à pinça, pois, de outra forma, o cabo poderá ainda ser
s
solicitado à compressão, com perigo de esmagamento.
A pinça de suspensão deve também ser multiarticulada, permitindo
sua livre oscilação em sentido longitudinal e transversal, a fim de que o
cabo não seja solicitado adicionalmente.
ISOLADORES
DE
NÚMERO
24.1 — Disposições dos Condutores Para linhas a circuito duplos, as disposições triangulares e verticais
são as mais usadas. A configuração horizontal, para essas linhas, implica
Nas linhas trifásicas empregam-se, ou estruturas muito largas ou a sobreposição dos circuitos.
fundamentalmente, três dispo-
sições de condutores:
(a)
te)
VAIS I=IV SJ” /=
A) LT 750 KV- CANADA B) LT 500 KV. CANADA
N
zN
les E] Do
ASSIMETRICA 69 KV + SIMÉTRICA
69 Kv é
Fic. 2.17 — Disposição triangular. - E
b — Disposição horizontal — Os condutores são fixado é
planc horizontal, donde o nome, às vezes usado,
s em um mesmo
de lençol horizontal.
—
ser simétrica ou assimétrica. Pode
Sua principal vantagem reside
em permi-
tir estruturas de menor altura para um mesmo
condutor e vão do que as é
demais disposições, porém exige estruturas mais largas.
preferida para linhas a circuito simples, para
É a disposição
tensões elevadas e extra-ele- EH ATE 138 KV
vadas (Fig. 2.18).
À
, 1 o — quanto à sua função na linha;
! “1 & o
“E ndo nao pg -— quanto à sua forma de resistir;
390/300 e
'
— Quanto ao material empregado em sua fabricação.
r —
4 4
at2 qto aP tar E A ABNT, através da NB-182 — Projeto de Linhas Aéreas de Trans-
2,00 6,00 6,00 9,00
missão e Subtransmissão de Energia Elétrica — especifica as cargas
' O a-
é é q tuantes bem como as hipóteses de carga a serem consideradas nos pro-
Bh ; Ês
[a 0]
a
o jetos e cálculos dos suportes das linhas de transmissão:
mM
& a
À — Cargas verticais
e5 ,
— componentes verticais dos esforços de tração dos cabos (condu-
tores e pára-raios);
-— peso dos acessórios de fixação dos cabos (ferragens e isoladore
PES = Ia dx —. ES = fo. Eds me Sd Dl def! s);
— peso próprio «do suporte e eventuais cargas verticais, devido
A-LT 138 KY CESP B- LT 386 KV CESP ao
estaiamento;
- —— Ssobrecargas de montagem, manutenção e/ou outras eventuais.
Fig. 2.20 — Linhas a circuito duplo.
B — Cargas horizontais transversais
2.4.2 — Dimensões 'das Estruturas — ação do vento sobre os cabos e respectivos acessórios de fixação:
— ação do vento sobre o suporte, na direção normal da linha;
As dimensões principais das estruturas são determinadas principal-
— componentes horizontais transversais dos esforços de tração dos
cabos e eventuais esforços horizontais introduzidos pelo estaiamento.
mente pelos seguintes fatores:
C — Cargas horizontais longitudinais
— tensão de nominal de exercício;
-— sobretensões previstas. — componentes horizontais longitudinais dos esforços dos cabos e
eventuais esforços introduzidos pelo estaiamento;
Como fatores secundários intervém: — ação do vento sobre o suporte, na direção da linha,
Às cargas acima relacionadas, que podem ser consideradas como
— flecha dos condutores; normais, sobrepõem-se ainda cargas anormais, ou excepcionais, às quais,
— forma de sustentação dos condutores; sob certas condições, os condutores devem resistir. São elas as cargas
— diâmetro dos condutores. provocadas pelo rompimento de um ou mais cabos.
As estruturas, além de sua função geral de suporte dos condutor
es,
Em função dos elementos acima, as normas dos diversos países fi- possuem também funções subsidiárias, cuja influência é marcante
em seu
xaram a forma de se determinarem as distancias entre condutores, altura dimensionamento. Essas funções estão relacionadas com o tipo de cargas
dos seus pontos de suspensão e distâncias destes às partes aterradas da que devem suportar.
estrutura. Essas dimensões variam grandemente de país para país, a — Estruturas de suspensão — São dimensionadas para suportar
dependendo das nórmas adotadas. No Brasil, esses elementos são fi- cargas normais verticais e cargas normais horizontais transversais devi-
xados em norma pela ABNT (15). das à ação do vento sobre os cabos e as próprias estruturas. No sentido
440 CARACTERISTICAS FÍSICAS DAS LINHAS CAP. 2 2.4 — ESTRUTURAS DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO 4.
longitudinal resistem à ação dá força do vento. Conforme 6 tipo de es- sificação das estruturas em dois grandes grupos, quanto ao seu compor-.
trutura, resistem também aos esforços excepcionais. Algumas vezes são tamento face a essas cargas:
dimensionadas para resistir a esforços horizontais transversais, resultan-
tes da composição de componentes longitudinais dos esforços de tração nos À — estruturas autoportantes,
cabos em pequenos ângulos (em geral iguais oú menores do que 5º).
b — Estruturas de ancoragem — Devem ser distinguidos dois tipos: B — estruturas estaiadas.
— ancoragem total — também chamadas estruturas de fim de linha, A — Estruturas autoportantes -— São estruturas que transmitem
são dimensionadas para resistir a todas as cargas normais e excepcionais, todos os esforços diretamente para as suas fundações, comportando-se
unilateralmente. São, portanto,
as estruturas mais reforçadas das linhas. como vigas engastadas verdadeiras, como elevados momentos fletores
— ancoragem parcial — ou ancoragem intermediária — são empre- junto à linha de solo. As estruturas autoportantes podem ser:
gadas em pontos intermediários das linhas, servindo normalmente como
pontos de tensionamento. Menos reforçadas do que as primeiras, resis- a — rígidas;
tem, em geral, aos esforços normais de tração unilateral, nas condições b — flexíveis;
diárias de operação, além dos esforços transversais e longitudinais normais,
e às cargas excepcionais. Uma vez obrigatórias em todas as linhas, com
c — mistas cu semi-rígidas.
distâncias variáveis de 5 a 10 km entre si, hoje não mais são assim con-. a — Estruturas rígidas — São dimensionadas para resistir aces es-
sideradas, podendo, inclusive, ser omitidas. forços normais e sobrecargas, sem deformações elásticas perceptíveis, e
c — Estruturas para ângulos — São aquelas dimensionadas para às cargas excepcionais, com deformações elásticas de menor importância.
resistir aos esforços normais, inclusive das forças horizontais devidas à Em seu aspecto geral, são simétricas em ambas as direções (longitudinais
presença dos ângulos. Em uma mesma linha há, em e transversais), com dimepsões relativamente grandes, e construídas em
geral, diversos tipos
de estruturas para ângulos, dependendo estruturas metálicas treliçadas (Figs. 2.184, 2.20 e 2.21).
dos valores destes. Resistem,
geralmente, às cargas excepcionais. b — Estruturas flexíveis — Resistem apenas às cargas normais e
d — Estruturas de derivação — Quando, em uma linha, se deve fazer sem deformações perceptíveis, resistindo às sobrecargas e esforços excep-
uma derivação, sem haver necessidade de interrupção ou seccionamento cionais com deformações elásticas consideráveis. São simétricas em am-
nesse ponto, a linha é simplesmente derivada de estruturas apropriadas bas as direções e se caracterizam pelo elevado grau de esbeltez; os postes
para esse fim. singelos são exemplos típicos desse tipo de estrutura, como também o são
os pórticos articulados (Figs. 2.17 e 2.21).
e — Estruturas de transposição ou rotação de fase — Como veremos
nos Caps. 7 e 8, a fim de assegurar a simetria elétrica de uma linha, é usual c — Estruturas mistas ou semi-rígidas — São rígidas em uma dire-
o emprego de rotação ou transposição de fase, feita em estruturas espe- ção e flexíveis em outra. Assim, são estruturas assimétricas, com dimen-
ciais, capazes de permitir essa rotação. sões maiores ra direção em que-são rígidas e menores na outra. É o caso
dos pórticos contraventados ou rígidos (Fig. 2.21).
B — Esiruturas estaiadas. — São normalmente estruturas flexíveis
2.4.3.2 — Forma de Resistir das Estruturas ou mistas que são enrijecides através de tirantes ou estais. Os tirantes,
conforme se verifica pela Fig. 2.25, absorvem parte dos esforços horizon-
Já vimos que as estruturas das linhas de transmissão sofrem três soli- tais, transmitindo-os diretamente ao solo através de âncoras.
citações diferentes: Outra parte
dos esforços é transmitida axislmente pela estrutura..
— solicitação axial vertical; Os tirantes são, em geral, construídos com cabos de aço galvanizado
'a fogo, do tipo HS ou SM, de 7 (sete) tentos, e diâmetros nominais variáveis,
— solicitação horizontal transversal;
Os cabos alumoweld e copperweld também têm sido bastante empregados.
— solicitação horizontal longitudinal. Às estruturas estaiadas, até há bem pouco tempo, tinham emprego
Uma estrutura pode ser, portanto, considerada como uma viga ver- limitado às linhas com estruturas de madeira ou concreto e tensões até
tical engastada no solo, com cargas verticais e cargas transversais hori- cerca de 230 kV. Mais recentemente foram introduzidas estruturas me-
zontais, concentradas na parte superior da mesma. As cargas horizon- tálicas estaiadas para tensões até 750 kV (Fig. 2.18b).
tais, que provocam momentos elevados na linha de engastamento, são, Um caso particular constituem as linhas com estruturas semi-rígidas
em geral, preponderantes no seu dimensionamento. Daí decorre a clas- no sentido transversal que obtêm sua estabilidade longitudinal através
48
CARACTERISTICAS FÍSICAS DAS LINHAS CAP. 2
2.4 — ESTRUTURAS DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO
47
| s em cada uma
L
3,50, 350.353,50 3,50
são e terminados nas estruturas das estruturas de suspen-
de amarração. A Fig. 2.22 ilustra diver-
sos tipos de estruturas estaiadas.
.
2.4.3.3 — Materiais Para Estruturas
I9,50
I8,00
e
Os materiais usuais para a fabricaç
transmissão são a madeira, o concreto ão das estruturas das linhas de
e os meteis, podendo haver soluções
mistas. Resinas armadas também
têm sido empregadas (Epozi e. fibra
MEMES DESDE
de vidro) (21).
CT MEET PIPA?
Para cada tipo de material há form
x 345 KV no | . 230 KV rentes às suas possibilidades, pode as construtivas diferentes, ine-
D , USA EN "toner BR)
' . 345 KV ndo, no entanto, ser projetades com
n |
TOUT
a Concreto
[MADEIRA graus de segurança equivalentes , desde
——
: —t a USA que as hipóteses de cálculo retra-
tem as condições que são encontradas em serviço.
À — Madeira — Nos Estados
7,85 Unidos as
madeira estruturas de
encontraram sua maior aplicação, existindo linhas
KV. No de até 345
Brasil, país rico em madeiras apropria
das e carente de recursos, inexplica-
Fig. 2.21 — Estruturas velmente a madeira é relegada a um segundo plano para tensões
auloportantes: a — rígida; b — elástica; c — semi-rígida. 35 [kV], apesar dea CPFL. acima de
possuir, no Estado de São Paulo,
"em 69 [kV] e 138 [kV] operando sati extensa rede
sfatoriamente há “mais de 20 anos,
comprovando a eficiência desse material.
A madeira a ser empregada em linhas de transmissão
características especiais, deve possuir
CABOS DE AÇO | capazes de satisfazer as exigências peculiares do
serviço, quais sejam:
O alumínio e suas ligas também têm sido usados como material es- E fios
trutural para linhas de alta tensão. A redução de peso que se obtém, sem . o | '
sacrifício da resistência, é deveras notável, porém seu custo, ainda muito 2 q »e | : |
' telemedições. Isolaram-se, então, as estruturas dos cabos através de iso- ferençe Book. Westinghouse, East Pittsburg, 1950.
'ladores de baixa resistência disruptiva, o que não afetou sua eficiência | 8 — Lavancay, Ch. — Etude et Construction des Lignes Eleciriques Aériennes. J.
“como elemento de proteção, permitindo o emprego. de equipamento de A. Bailliere et Fils, Paris, 1952.
acoplamento para comunicações muito menos dispendioso. 4 — Grrkmann, K. e KoniasHorER, E. — Dic Hochspannungs Freileitungen.
Springer Verlag, Viena, 1952. 2.º edição.
52 CARACTERISTICAS FÍSICAS DAS LINHAS CAP. 2 -
14 —
Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, Belo Ho-
rizonte, 1978. :
ANDERSON, J: G. e BarrwoLD, L. O. — Design Challenges of Transmission Lines
. da Energia Elétrica
Above 765 kV. IEEE — EHV Transmisson Conference, Montreal, Canadá,
- 1968.
lô — ABNT — NB-182/1972 — Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão e Subtrans-
missão de Energia Elétrica. ABNT, Rio de Janeiro, 1972.º 3.1 — INTRODUÇÃO
16 — Prosrcr EHV — EHV Transmission Line Reference Book. Edison Electric
$
ol
Antes de tentarmos uma solução matemática “ULV]. No instante em que a chave S for ligada (t= 0) entre os terminais
e análise quantitativa,
é de toda a conveniência efetuarmos uma análise qualitativa dos 1e 1”, aparecerá a mesma, diferença de potencial U [V]. Uma vez que
fenômenos
eletromagnéticos de uma linha de transmissão. diferenças de potencial somente são possíveis' entre cargas elétricas, a co-
locação sob tensão dos terminais 1 e 1º da linha foi provocada por um des-
locamento de cargas elétricas através de S, cargas originárias da fonte.
3.2 — ANÁLISE QUALITATIVA
-— a
No presente trabalho: limitaremos nosso estudo apenas às linhas de Mo ax AxL Axl art axt 2
Do “TILT
transmissão clássicas, considerando somente aquelas constituídas por
ligações físicas entre uma fonte de energia e um elemento consumidor des-
Li Li Li == AxC€ Axc Ra
sa energia. Os termos fonte e consumidor de energia devem aqui ser [E] U
1 ax
quais circulam correntes elétricas e que são mantidos sob diferenças de
potencial,” Daí a necessidade da existência de um circuito fechado, sendo LOKm)
que, em numerosos casos, o próprio solo é utilizado como condutor de
v
retorno. t=At 1
u 1
x
mm—
s 4 —e
O o— O——— Ax
TRANSMISSOR ty tu, | Ua RECEPTOR
v
==) o o . 1
4“ 2 ,3=24t
. poa
me — —— —
U 1 .
Ê
LlKm) . x
v .
Fig. 3.1 — Linha bifilar ideal.
I . .
t=3At
nsemmnoa
transmissor ao receptor. Dizemos que esses campos se propagam do trans- :=== ——
va lohm]. Í
| o 3.4)
(3.4
e
missor ao receptor.
Podemos, pois, definir uma velocidade de propagação ou celeridade para |
tea
uma linha de comprimento | Pe: Consideremos agora um elemento de comprimento Ar [km]. A!
é o período durante o qual, em Àz, a corrente crescerá de zero para
TolA]. A FEM induzida será:
v = 7 [km/s], (8.1)
e o
e
sendo T [s] o tempo necessário para que a tensão no receptor atinja o FEM = = Ag L,
valor U [V].
4 qua SH
Consideremos um trecho de linha de comprimento unitário 1 [km] de
mn mm
linha; seja t; [5] o tempo necessário para energizar esse trecho unitário à aP o
ou, lembrando que At = 7 [s], teremos:
(Fig. 3.9). í
Tov
FEM = — Ar AxL = — Llov (V]; (3.5)
[EEE
Ê
como essa FEM deve ser neutralizada pela tensão da fonte para que 1,
possa fluir, teremos:
li
U = Il [V] (3.6)
ou
àx Í - '
zo, = + = Lo lohm]. , (3.7)
Fig. 3.3 — Energização de trecho de comprimento unitário de linha.
Vemos que Z, foi definido de duas formas diferentes, (3.4) e (3.7).
Teremos: Em ambos os casos é função da celeridade e de uma grandeza, C ou L, gue,
como sabemos, dependem apenas do meio em que a linha se encontra e de
suas dimensões físicas.
Se igualarmos (3.4) e (3.7), encontraremos:
ou seja, a quantidade de energia armazenada pelo campo elétrico é exa- — Uma vez que na terminação da linha não há campos magnéticos
tamente igua à quantidade
l de energia armazenada pelo campo mãgné- e
elétricos a armazenar energia, toda a energia fornecida pela fonte
tico. Cada um dos campos armazena, será dis-
portanto, exatamente a metade sipada na resistência R,. Logo:
da quantidade de energia que é fornecida pela fonte,
Esse processo durará indefinidamente, se a linha tiver um compri- ULAt = RAt [We] (3.20)
mento infinito. As linhas de transmissão possuem, porém, comprimentos e a corrente L, continuará com a mesma intensidade
a inicial, como se
finitos. Neste caso, ocorrerão fenômenos complexos, que procuraremos linha fosse de comprimento infinito (Fig. 3.4), independentemente
analisar. Esses fenômenos, como veremos, dependem
do valor
exclusivamente de ! [m]. Uma linha assim terminada é denominada linha de comprimento
da forma com que a linha é terminada, ou seja das condições em sua ex- infanito.
tremidade receptora. Imaginemos que a linha tenha um comprimento
! [ml e que na extremidade receptora coloquemos Quando o valor de R, for diferente do valor de Z,, o equilíbri
um dissipador de energia o. esta-
belecido pela Eq. (3.19) será altera "pois o segundo
do membro dessa, equa-
Ro» lohm], com a condição de que:
ção poGerá ser maior ou mendo
or que o primeiro, dependendo da capaci-
e
dade de dissipação de Ro. Devemos considerar, portanto,
[Rs] = |Zo L dois casos.
Teremos então: 4 — Linha com resistência terminal maior que £,
U = Lã =lRs Neste caso, a corrente 15, através da resistência
Rs, será menor que a
me
corrente 1,, ea potência dissipável (1',))2R', será igualmente
menor do que
a potência J,R,. Junto ao terminal da linha haverá um excesso de ener-
gia. Um novo estado de equilíbrio deverá ocorrer, pois esse excesso
de ener-.
gia não poderá ser destruído.
Uma redução da corrente na linha leve, também a uma redução da
energia armazenada no campo magnético. Este, por conseguinte, além
de não poder armazenar o excesso de energia devido à redução
de 1I,, deve
ainda ceder parte da energia que possui armazenada. E esses duas par-
celas só podem ter um destino: o campo elétrico. Portanto, a partir do mo-
mento em que 7; começa a fluir através de R$, 0 campo elétrico
recebe
a energia excedente, que se manifesta na forma de uma elevação
= Vo . Us e que se irá propagar 20 longo da linha, acompanhada
com a mesma velocidade v [km/s],
da redução de 1,
da tensão
ESSE
AUMENTO DE U
U'>
REDUÇÃO DE Io
VD!
lo
,
I2
2 No Ponto 3
U' x Zola
Fig. 3,4 — Equivalência entre linhas de comprimento infinito e linhas terminadas em 13
Ro = £o Fig. 3.5 — Variação de tensão e corrente em linha ideal terminada com Ra > £o.
QUALITATIVA 63
62 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3 3.2 — ANÁLISE
Vale a pena examinarmos um caso extremo, ou seja, quando k; = o, B — Linha com resistência terminal menor do que £Z,
isto é, na linha de comprimento finito, aberta junto ao receptor. Neste
A corrente 15, através da resistência, será maior que Z, e, conse-
caso observamos:
quentemente, a potência dissipável em Rs, (15)2R>, será maior do que a
a — a corrente se reduz à zero, progressivamente, do receptor ao potência 1,:R,. Junto ao terminal da linha ocorrerá um deficit de ener-
transmissor; - gia que-não poderá ser suprimido de imediato pele, fonte que alimenta o
sistema. O novo estado de equilíbrio somente poderá ser atingido se essa
b — o campo elétrico tem que armazenar toda a energia, isto é, aquela
deficiência for suprida pela própria linha, às expensas da energia armaze- .
que chega pela linha e aquela que é cedida pelo carhpo magnético.
nada por ela durante o processo de energização.
Seja U, o valor da tensão que a linha atingirá junto ao receptor. A Uma vez que há um aumento no valor da corrente que passa de 1, = 1,
energia armazenada em um Az de linha será: para I;, o campo magnético não somente-não pode ceder energia, como
também deve armazenar maior quantidade da mesma, o que faz às custas
do campo elétrico, que 2 cede. Haverá, portanto, uma redução na tensão
+ UC Az. | (3.21) U, junto ao receptor, que caminha progressivamente em direção à fonte,
como mestra a Fig. 3.7.
A linha possuía UºCAx de energia e a fonte, em -Àt (s), enviou mais
UlcAz. Logo, o campo elétrico deverá armazenar energia equivalente a;
ou : j
y AZ Ê AUMENTO NA
U, = 2U [V]. (3.23) “ 1% CORRENTE
Ia
Portanto, em uma linha ideal aberta a tensão no receptor cresce ao dobro
do valor da tensão aplicada (Fig. 3.6). Essa tensão se propaga do receptor
ao transmissor.
NO PONTO3 U'= Zg Io 21
1 lv v
AUMENTO
Vo qm u DA .
Fig. 3.7 — Variação da tensão e corrente em linha ideal germinada com Ra < Zo
yu
TENSAO
|
em Agz de linha:
E
C) Z2> Zo
Os fenômenos
Do
Ô descritos
i possuem certa semelhança com fenômenos
Ô | IozIgtIr=IgtOszIg
2odicr
encontrados em hidráulica, inclusive podem ser descritos matematicamente |
por equações diferenciais semelhantes àquelas que os hidráulicos empregam |
no estudo das chamadas “ondas progressivas” ou “ondas viajantes”. |
“Lo . E .
Tal semelhança permitiu a introdução do conceito de ondas viajantes nas .. Cc) Za< zo
2
linhas, muito útil na análise e entendimento do fenômeno. Dos hidráu- I nn | .
licos ainda tomamos emprestados a nomenclatura, empregada. |
i
po Dentro desse conceito consideramos que, ao energizarmos uma linha, u
. Vo | Ud
! partem do transmissor, simultaneamente, duas ondas, uma de tensão de 3 2 Uz=Ugt(-Ur)=Ug-u,
amplitude U [V] e uma de corrente, de amplitude 1, [A], que se deslocam !
t Vet À q
com velocidade constante v [m/s] em direção ao receptor, onde chegam
com o nome de ondas diretas ou ondas incidentes. Dependendo da forma
de terminação da linha, podem dar origem a ondas refletidas, que viajem de
« volta, do receptor para o transmissor, com a mesma, velocidade des ondas
Ir
incidentes. Tanto as ondas diretas como as refletidas são polarizadas, isto
é, atribui-se-lhes um sinal. Em cada ponto 20 longo de uma linh:, e em Io 1gt1r
qualquer instante, o valor da tensão ou o valor da corrente será sempre Ig
= ——
—4—
igual ao valor da soma algébrica das duas ondas:
Po U=Uad U, º
| e (3.26) |
I=h+L. Fig. 3.8 — Definição e sinais das ondas numa linha.
66 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP, 3 32 — ANÁLISE QUALITATIVA : , 67
Se aplicarmos esse conceito aos casos previamente examinados, ve- obtemos de (3.29), pela introdução das expressões acima:
remos que:
b — linha com R, = Z,: Os termos que relacionam as ondas diretas com as refletidas recebem
— tanto a onda refletida da tensão o nome de coeficiente de reflexão:
como a da corrente são nulas, não
havendo, portanto, alterações em seus valores;
a —. das tensões Zo— Bo
ões: kuem = SED.
Za FZ, (3.82)
c — linha com R, <Z,:
— a onda da tensão se reflete com sinal oposto ao da incidente, re-
sultando em diminuição da tensão;
b — das correntes: hem Mm
BIZ (3.38)
-— a onda da corrente se reflete com o mesmo sinal, o que leva ao
seu aumento.
Notamos, outrossim, que, em qualquer caso, as ondas refletidas da cor- As Egs. (3.30) e (3.31) podem ser, então, escritas como:
rente e da tensão têm sempre sinais contrários.
As ondas refletidas têm as mesmas propriedades das incidentês, U, = ka, Us [V] (3.300)
logo:
e
Vs UV,
novos di o. L=kala [A (8.819)
(827
não obstante, em qualquer Os coeficientes de reflexão variam de + 1a — 1, conforme se verifica
ponto de uma linha terminada em Ro, x 2,
teremos: facilmente na análise das linhas em aberto, em curto-circuito e para
Zs = £o quando são nulos.
- Até aqui examinamos somente o comportamento das ôndas da tensão
UTO Us +U, e da corrente durante o tempo em que viajem pela
LAL É Zo. (3.28) primeira vez do trans-
missor ao receptor, e o movimento e comportamento das ondas de tensão
e corrente refletidas em função das condições existentes no receptor. Essas
Conhecidos a impedância natural de uma linha e o valor da resistên- ondas refletidas, como vimos, se deslocam do receptor para o transmissor
cia terminal, é possível determinar os valores das amplitudes das ondas com a mesma velocidade com que as ondas incidentes viajaram em
refletidas em função das ondas “incidentes. Seja Z, a impedância ter- sentido contrário, sobrepondo-se a estas. Num período de tempo
minal da linha. Teremos em sua terminação:
t= + [sl as ondas refletidas no receptor chegam ao transmissor, agora
Us Usa + U, na qualidade de ondas incidentes. As condições aí existentes (no caso, uma
—— A = Zo “RAT,
=——— [ohm]; '
(3.29)
20
fonte ideal) fazem com que elas vejam uma impedância diferente de £o,
dando então origem a um novo par de ondas refletidas, que se sobrepõem
como, porém: às incidentes no transmissor (que são aquelas que partiram do receptor
como ondas refletidas). Seus sinais e valores dependem do valor relativo
L, = 0 — U. e Ja = Ua
da impedância da fonte. No caso da fonte ideal em que a resistência in-
terna é nula, temos os seguintes coeficientes de reflexão:
58 TECRIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP,3
33 — ANÁLISE MATEMÁTICA 69
a — das tensões: k,, = D-Z 0-% Vemos o caráter nitidamente
FZ 0h TT transitório
e correntes variando em torno de seus valores de regime permanente (U e
do fenômeno com tensões
1/3715), o qual, no caso de linha e fontes ideais, só seria atingido teoricamen-
A onda refletida da tensão anula inteiramente a onda inciden te após um tempo infinito.
te de mesmo
valor e sinal oposto, e a tensão no transmissor continu
ará sendo U [V]. No caso de linhas reais, como veremos, a energia dissipada na resis-
A linha toda, progressivamente, ficará com esse valor
até ocorrer nova tência dos condutores tem o caráter de um amortecimento, reduzindo
reflexão no receptor, onde chega uma onda, agora de sinal
negativo e mesma; levemente os módulos das tensões e correntes e acelerando sua entrada em
amplitude da onda que aí foi refletida 2! [s]antes. A nova onda refletida regime permanente,
terá o mesmo sinal que a onda que aí acaba de chegar (negativo), deslo-
cando-se em direção ao transmissor, onde sofrerá nova O estudo que acabamos de fazer encontra larga aplicação no estudo
reflexão, como se dos surtos de sobretensões em sistemas elétricos.
pode ver pela Fig. 3.99, e assim sucessivamente: Para facilidade de ra-
ciocínio, empregamos uma fonte de tensão constante. Se, ao invés desta,
tivéssemos empregado uma fonte de tensão qualquer, o fenômeno
não seria
b — das correntes: hp = ZIZ,
Lo — 4
= 0LZ,
£o + 0
+1. essencialmente diferente. Consideremos, por exemplo, que a fonte pro-
duza pulsos isolados da forma e(t). Esses pulsos se deslocam ao longo
da linha, partindo do transmissor em direção 20 receptor com a
mesma
A onda refletida da corrente tem o mesmo valor e amplitude velocidade v (m/s). Essa onda de tensão é acompanhada por uma onda
que a onda
que incidiu na fonte Essa onda refletida se desloca para o receptor, de corrente de mesma forma e definida por:
onde chegará no tempo t = Bo [s], sofrendo nova reflexão, como mostra
a Fig. 3.9b. 1(1) = so.
u[v] 3/2 U Tendo obtido, pela análise qualitativa, noções físicas sobre o meca-
9 nismo do aparecimento e o comportamento de ondas viajantes nas linhas
teu 33/32 U de transmissão, procuraremos mostrar como essas ondas podem ser
estu-
y DC
374 | 157 16 U 63/64 U dadas quantitativamente. Interpretando um pensamento de Lord Kelvin,
poder-se-ia afirmar: “Entender um fenômeno signífica associá-lo a números
t=A (8) .”
t>0 " sm
É o que nos propomos a fazer em seguida através da análise matemá-
st 7t 9t ut tica. Esta será feita de forma genérica, ou, mais precisamente,
consi-
derando tensões e correntes como funções genéricas do tempo.
Racioci-
nando em termos de ondas de impulso, em geral encarades pelos autores
de livros-texto de linhas de transmissão de energia elétrica como
um fe-
nômeno à parte, estaremos não só aumentando nossa flexibilidade
de ra-
ciocínio, como também lançando as bases para o estudo sistemát
472 Io ico dos
I surtos de sobretensão a qual são sujeitas as linhas de transmis
º 3g 1 são, como
Bio H/32 lo eles Lo também das linhas excitadas por correntes senoidais, em regime perma-
4
glo 174 Jo 5/16
t16 1
to nente.
4
Õ
; 4 ts —- [8]
120 1 3t st rt 9t nt
3.3.1 — Equações Diferenciais das Linhas de Transmissão
Fig. 3.9 — Variação de tensão e corrente junto ão receptor de uma linha terminada em Deixemos a linha ideal, por ora, e consideremos uma linha real,
Bo = 32 (kh = + 1/2). in-
cluindo em seu circuito equivalente elementos representativos
das perdas
70 - TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3 3.3 — ANÁLISE MATEMÁTICA o 71
nos condutores r [ohm/km] e das perdas nos dielétricos q [siemens/km], co- O primeiro termo do segundo membro representa a corrente de des-
mo mostra a Fig. 3.10, na qual representamos um elemento de, compri- locamento através do dielétrico, provocada pela aplicação da tensão u.
mento Àx da linha. O Segundo termo fornece o valor da corrente de deslocamento através da
capacitância AxC, devida à variação da tensão.
As Eos. (3.35) e (3.36) são expressões da Lei de Ohm, nas quais u e 1
são variáveis dependentes da distância x de um ponto da linha a um ponto
i(x+ Ax,t) de referência preestabelecido e de t, o instante de tempo considerado.
2
>
x
Devemos, pois, procurar funções para u(x, t) e i(x, t) capazes de resolver
nossos problemas.
Diferenciemos (3.35) com relação a x e (3.36) com relação a t:
v(x+Ax,t)
Ou di 2;
“de 2d Tod (isto
02; du. 9 2u
Fig. 3.10 — Circuito equivalente de um elemento Ax de uma linha seal. ad a O ga (8.37h)
Diferenciemos, em seguida, (3.35) com relação a te (2.36) com relação
Entre o início e o fim do elemento de linha há uma diferença de po-
tencial que podemos definir por
02u Ji 9%
EM
3x - Àg.
— ddr = "a + C a” (3.380)
02 du ôu .
A equação diferencial da tensão no elemento será: — EE = 1x + Cdr (3.38b)
— Ou
3 Ar = (Azr i + (AgD) a (3.84) Como, no entanto,
º O 9% du Ou
na qual usamos sinais negativos, pois valores positivos de à e Os/dt faze
drdt dtdz dxdt dtdz
o valor de u decrescer.
Dividindo por Ar, teremos uma indicação de como u “varia ao longo por substituição direta obtemos:
da linha:
2 Ou
du . õi e = rgu + (1C + Lo Se + LC 5a (3.39)
e
A equação diferencial das correntes tem a forma:
2: a
di du
0% gi+ (O + Lg) + Loss (3.40)
— A” = (Ar 9 u + (Axl) “ar da
g
As Eqs. (3.35) e (3.40) são as equações diferenciais gerais das linhas
que, dividida por Áx, nos dá: de transmissão. Equações desse tipo são conhecidas na Física como egua-
ções das ondas, cujas soluções representam ondas que podem viajar ao
di du longo de uma linha com velocidade », ou seja, ondas viajantes ou pro-
gressivas.
72 . TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3 3.3 — ANÁLISE MATEMÁTICA 73:
i=lesen(wt + q), (3.42) uma solução admissível para a Eq. (3.44). Se a derivarmos duas vezes
com relação a x, obteremos:
representáveis pelos fasores U e Í, respectivamente, ficando sua depen-
dência de x e de é implícita. As equações gerais das linhas podem agora PU.
ser éscritas da seguinte forma: dy?
= ul Age Vi Age vã) = iyl., (2.48)
0, CU. que confirma o acerto da escolha para a solução.
da? dê (8.43) Com o mesmo
verificar gue sua solução será:
raciocínio para a equação das correntes poderemos
PU.
mo o rg0= + (1C + Lg) jul, + LC (Gjwyl,
cuja solução simultânea nos dá: as seguintes expressões:
74 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3 3.3 — ANÁLISE MATEMÁTICA 75
Áij= Mt hvéli = ÁveW (3.49) B = Imty)= VE lasno 0) +4+V (1º + 20) (9º + w'C? 3]. (3.55)
Y=V2y = V tr + jwL) (g + jwC) = (rr jar) (g + 9d). (8.58) em que | [km] é o comprimento total da linha.
Uma outra unidade de atenuação, está empregada em telecomuni-
Elevando ambos os membros ao quadrado e separando reais e imaginá- cações, é o DECIBEL, que é obtido em função das potências P; e P» no
rios, obteremos: receptor:
P: UDbikm).
a =Rely)= ViTteo — WiLC) + V(rº + il) (9º + 0) |] (3.54) DECIBEL/km = ç 10 log po (3.58)
76 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3 33 — ANÁLISE MATEMÁTICA 77
A parte imaginária, 8, obtida de (3.55) em
radianos/km, recebe o Nas
nome de função de fase, ou constdnte de fase, pois Egs. (3.62) e (3.63) a dupla dependência da tensão e corrente
indica a forma como as do tempo
fases da tensão e da corrente variam ao longo t e da distância x ao longo da linha é claramente visível.
da linha.
Admitamos agora que os dois termos dos segund Consideremos a, onda direta da tensão, que admitimos ser representada
os membros das Egs.
(3.46) e (3.48) ou, respectivamente, (3.51) e pelo primeiro termo -do segundo membro da Eq. (3.62):
(3.52), representem as ondas
viajantes diretas e refletidas das linhas de transmissão.
dade,
Se isso for ver-
a veracidade das mesmas ficará comprovada. “a = 2 Ae sen [(wt + 8x) + Yi (3.635)
Examinemos o ra-
dical:
e admitamos que só elã exista, no momento, numa linha. Consideremos
dois pontos 4 e B ao longo da linha, distando, respectivamente, a e b qui-
VéIy = Es er =Z. [ohm]). (3.59) lômetros do receptor da linha, como mostra a Fig. 3.11.
Us = 2 Ases sen [(wt+fBa) + Yy] + 3 A, ea: sen para K=v24,e0% e d=Bd+Y (3.64b)
[ct — 8x) + vo] [V] Poderemos verificar a característica de onda viajante, que a Ea. (8.63)
(3.62) — representa, imaginando, em 4 e B, observadores devidamente instrumen-
tados, que observariam:
ie = 2 Eos sen [(wi + 8%) + Var —6]-v3
a — as tensões em 4 e B variam senoidalmente;
b — medidas dos. valores instantâneos das tensões efetuadas no mes-
= ee sen [(wt — Ba) — ya + 6] [A]. (3.630) mo instante mostrariam que a tensão em B seria maior do que a tensão
em 4, pois K, < Kb;
3.3 — ANÁLISE MATEMÁTICA 79
78 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3
c — se, em um ponto qualquer Essas três observações nos convencem de que estamos frente a on-
de fase constante da onda senoidal,
fixássemos um alvo, este seria registrado primeiramente pelo observador das senoidais viajantes e atenuadas exponencialmente.
À e, após pequeno lapso de tempo, pelo observador B. O alvo, portanto, Uma análise semelhante do segundo termo do segundo membro da
se deslocaria ao longo da linha, descrevendo uma trajetória exponencial Eq. (3.62) nos permite chegar a uma conclusão semelhante, observando,
crescente, à medida que avançasse ao longo da linha. A velocidade me- porém:
dida seria muito próxima à da luz no vácuo, a — o alvo se desloca no sentido do transmissor para o receptor;
Se considerarmos um ponto de fase constante, teremos: b — o valor da tensão também varia exponencialmente, porém de-
crescendo no sentido do receptor para o transmissor.
o (wt + 82) + y = constante
d (wt + Ba) + Yi
dê =0
1
v= Mem/s] (Eg. 8.8)
VLC
que, como vimos, nas linhas aéreas, corresponde a 3 X 105 [km/s]. Fig. 3.13 — Onda estacionária resultante da soma de duas ondas viajantes.
80 , TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP, 3 33 — ANÁLISE MATEMÁTICA 81
À coexistência dessas duas ondas, com características de ondas via- Nes linhas de energia elétrica de frequência industrial, o comprimen-
jantes diretas e refletidas, nos faz aceitar as Egs. (3.46) e (3.48) como e- to de onda é de 6 000 [km] para linhas em 50 [Hz] e de 5 000 [km] para
quações válidas para linhas de correntes alternadas senoidais em regime as linhas de:60 [Hz]. A relação comprimento de linha para comprimento
permanente. de onda desempenha papel relevante no desempenho das linhas, como
A soma dos valores instantâneos das ondas das tensões e correntes veremos. ”
diretas e refletidas em um ponto da linha nos dá os valores das tensões e A operação com carga é 2 condição normal de operação das linhas. A
correntes nesse mesmo ponto. A soma de funções senoidais, de mesma carga alimentada, que podemos representar com razoável precisão por
fregliência, resulta em nova função senoidal. Portanto, como a variação uma impedância junto ao receptor, não é constante, variando continuamen-
dos valores de tensão e correntes das ondas componentes é senoidal em te de acordo com a demanda do sistema. Nessas condições, a esta al-
cada um dos pontos da linha, sua soma também será senoidal. As ten- tura, a análise será feita de forma mais ou menos genérica para a fixação
sões e correntes resultantes não têm, pois, característica de ondas viajan- de novos cônceitos básicos. Duas condições extremas da operação em car-
tes. São ondas estacionárias, como mostra a Fig. 3.13, pelo que pode- ga, e portanto não normais, representadas pela operação da linha aberta
mos, como o fizemos no início, representá-las pelos fasores U, e J., gran- e da linha em curto-circuito junto ao receptor, serão igualmente analisadas
dezas variantes no tempo, porém com amplitudes diferentes em cada um em virtude das informações úteis que nos podem fornecer. Por conve-
dos pontos ag longo da linha. niência, iniciaremos por estas.
3.3.3 — Análise das Linhas em Regime Permanente
Vimos anteriormente que o desempenho de uma linha depende das con- 3.3.3.1 — Linha Áberta Junto ao Receptor
dições terminais existentes junto ao receptor, em linha excitada por fonte-
de tensão constante. A análise que agora faremos para as linhas exci- É a condição em que a carga é representável por uma impedância
tadas por tensões senoidais nos mostrará que as condições terminais são
de valor infinito, Neste caso, a corrente f> junto ao receptor será nula,
igualmente importantes em seu desempenho, como também é o seu com-
As Egs. (3.51) e (3:52), para Jo = O, se tornam:
primento físico, tomado em relação ao seu comprimento de onda.
O comprimento de onda de uma linha é definido como a distância entre
dois pontos mais próximos da onda senoidal, na direção de sua propaga-
ção, cujas fases de oscilação estejam separadas de 2x. Temos
o= Ce ret)“Do.
1) go
t+B(lirN)+kb=w+Br+ ba . Da.(giz -
logo, Va
“Lo = ET)
e
ce e17) LA)
(8:70)
x = = [em]. (3.67) ou, lembrando a Eg. (3.56), poderemos colocá-las na forma seguinte:
Como
Ux, = E [ez (cosBa + sen Ba) + es: (cosfx — senBa)] [V] (3.71)
po O 5 ,
. temos lw=
Us7 [ez (cos Ba + j sen Ba) —. era (cos Ba — sen 82)] (AI. (8.72)
o 2rjf A
v “8. Af “7
Uma mudança de variável será conveniente a esta altura. Façarios
ou ainda
À = F [km], (2.68)
logo;
na qual f [Hz] é a freqiiência da fonte alimentadora.
82 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP.3 3.3 — ANÁLISE MATEMÁTICA
- 83
Substituindo az e By em (3.71) e (3.72), teremos:
que, no plano' polar, representam fasores unitários que “Fig. 3.14 — Construção dos pontos dos diagramas polares das tensões e correntes.
giram com veloei-
dade angular w constante, no sentido anti-horário, sendo simultaneamente Notamos
modulados pela expressão et, Pará cada valor de !, O fasor gira de um ainda que a expressão que define a onda refletida da cor-
ângulo ku, enquanto que seu módulo rente vem precedida do sinal negativo, o que indica que, no receptor,
é alterado pelo fator a
corrente se reflete sempre com sinal oposto ao da onda incidente,
quando
a linha opera em vazio. Nessas condições, a onda da tensão se reflete
eta, com o mesmo sinal,
O lugar geométrico descrito Na Fig. 3.15 está representado o diagrama polar das tensões de uma
é uma espiral
pois, logaritmica progressiva,
além do giro em sentido anti-horário, seus módulos cresce linha operando em vazio, de comprimento A [m]. Na mesma figura
m com o aumento também está representada, em plano cartesiano,
de yu. Os termos: a variação das tensões
ao longo da linha.
A Fig. 3.16 representa o diagrama polar das correntes em uma linha
eu (cosu — jsen u),
operando em vazio também de comprimento À [m], juntamente com o
diagrama cartesiano da variação das correntes ao longo da linha.
Por sua vez, representam fasores que giram em sentido horário, também . Se examinarmos as Fig. 3.15 e 3.16, observaremos que certos pontos
com velocidade constante w e modulados por
“ao longo da linha podem ser considerados notáveis, pois nos mesmos irão
ocorrer valores máximos ou mínimos de correntes e tensões. - Esses pontos,
eta,
correspondentes a A BA no diagrama das tensões, são denominados
descrevendo o lugar geométrico conhecido P 4" 4
por espiral logartimica regres- A
siva, pois, além de seu sentido de rotação nós, e os pontos correspondentes a 3 . o
ser horário, seus módulos de- e À são denominados antinós.
crescem com O aumento de q.
O diagrama das tensões é interpretado como segue: nos nós e nos antinós
Os valores das tensões e correntes para cada valor de yu são obtidos estão indicados os valores das tensões que devemos aplicar aos transmis-
pela soma vetorial dos fasores correspondentes a cada ângulo uz, como
nos mostra a Fig. 3.14, . . o, A SA À
sores de linhas com comprime ntos iguais a 4º4 Use À, para que
Como era de se esperar, notamos que tanto as ondas diretas
e da corrente quanto as ondas refletidas mantêm
da tensão
entre si as mesmas rela- tenhamos no receptor a tensão em vazio Us, especificada.
ções, pois:.
Se, nas Egs. (3.71) e (8.72), substituirmos x por N/4, encontraremos,
lembrando a forma exponencial das funções hiperbólicas:
= -Z [ohm). (3.75)
Dx = jUp senh sa [V] (3.76)
84 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP..3 3.3 — ANÁLISE MATEMÁTICA 85
lo=j
0 =] Z É cos h erA [A]. (8.77) |
|
. . A
De = Us cos h — [VI (3.78)
í JA ax
Lo = Ze sen h a [A]. (3.79) i
lo,
|
i
|
os
o —
lo o Ja fis Ig Is le Iv Ja ils Lo ly ig
»a Ma a »4
. Ê
| Vo , P TRANSMISSOR sx À EN x
o pin ye — <a
Vo 2 4
Ug
u o .
20 "
/ : Fig. 3.16 — Diagrama polar e diagrama de andamento das correntes em linha real, ope-
rando em vazio.
Vá
E uma condição anormal de operação que raramente deverá ocorrer, Também a linha, operando em curto-circuito, possui alguns pontos
mesmo porque os orgãos usuais de proteção provavelmente intervirão notáveis que merecem algumas considerações.
antes de ser atingido o estado permanente. Seu estudo é, no entanto, Introduzindo em (3.71) e (8.72) o valor. de y = N/4, obteremos para
a linha de um quarto de onda:
88 . TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3 33 — ANÁLISE MATEMÁTICA ' 8
De = We [V). (3:89)
Para q= > (3.86)
Em (3.52), substituindo U> por j5Z., encontraremos
permanente, é necessário uma tensão de curto-circuito relativamente ele- i=ikhet(csuy + j sen ut) [A], (3.92)
vada no transmissor para fazer circular no receptor a corrente Í>, en=
quanto que, com a linha de y = A/2, uma pequena tensão no transmissor cuja semelhança com os primeiros termos dos segundos membros das Egs.
é suficiente para a circulação no receptor de corrente relativamente eleva- (3.73) e (3.74) nos indica tratar-se de ondas diretas da tensão e da corrente,
das. como era de se esperar. Desapareceram os seus segundos termos, repre-
sentativos das ondas refletidas, e, com Isso, o transitório de energia.
Teremos:
3.3.2.3 — Operação das Linhas Sob Carga
Z.e8 = Zoe [ohm]. (3.98).
À fim de concluirmosa análise das condições de operação das linhas
em diversos regimes, analisaremos as equações através da variação de sua
impedância terminal, representativa da carga, dada a maior simplicidade Esta última expressão mostra uma das propriedades mais importantes
daí decorrente. da linha terminada em impedância igual à sua impedância característica:
Na análise qualitativa realizada, verificamos que o comportamento
da linha sob carga, depende essencialmente da relação existente entre im- em todos os pontos ao longo de uma linha homogênea que opera
pedância terminal Z> da linha e sua impedância característica, destacan- com uma impedância de carga igual à impedância característica,
do três casos: o fator de potência é constante e o defasamento entre a tensão e a
corrente é sempre igual a:
a— B= 4; ó = da.
b— Z, > 2;
A linha se comporta então como um circuito-série, cuja única impe-
dância é a sua própria resistência ôhmica. Isso significa que a linha não
Cc — Za <P.
necessita de energia reativa externa para a manutenção de seus campos elétricos
e magnéticos. A única energia absorvida pela linha é energia ativa e des-
Eixaminemos esses três casos em separado: tina-se a cobrir as perdas por efeito Joule e dispersão.
Os diagramas polares para as linhas que operam sem onda refletida
a — Linha terminada em Z = Ze são, então, simples espirais logarítmicas progressivas, tanto da onda da
tensão como da onda da corrente. Os módulos da tensão e da corrente,
Para este caso, consideremos inicialmente as relações das tensões e em qualquer ponto a uma distância z [m] do receptor, serão, rêspectiva-
correntes junto ao receptor. mente:
90 TEORIA 3.3 — ANÁLISE
DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3 MATEMÁTICA - 91
portanto,
Va = VP Z (KV). (3.99)
2
P=P = (W (3.984) A Tab. 3.1 fornece valores indicativos das impedâncias de onda e de
Ze potências naturais para linhas de transmissão trifásicas, para diversas
configurações de condutores e classe de tensão.
A potência ativa assim definida é denominada potência característica
da linha. O ângulo ô é o argumento de Z,. Tabela 3.1 — Valores Indicativos de Potências Naturais para Linhas
Seu valor, em geral, está da
entre 1 e 5º, pois é função das perdas na linha. Transmissão a Circuitos Simples
Nessas condições, cosô = 1.
Vimos também que Z.= Z,, por razões idênticas, de forma que, na prá-
tica, prefere-se definir e usar a potência natural: Potência Natural em MW
Configuração Zo o
de Fase Ohm
P,=
Up?
Z
220 kV | 345 kV | 400 kV | 500 kV | 750 kV
[WI]. (3.98)
o 400 120 300 | 40 | [on
Se considerarmos a tensão entre fases Usa em [kV], encontraremos:
oo 320 150 s70 | 500 780 —
P, = 8U, 1, = v3 Usa bL [kW];
como, porém,
2 280 170 425 570 890 1750
oo
e» 240 200 500 670 1040 2000
I, Va - Voa
Zoo V3L Nota: Em linhas a circuitos duplos, duplicar os valores de P,.
92 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3 93
3,3 — ANÁLISE MATEMÁTICA
Mvor
E
P, . Tc Za
(3.100)
100 Km
[eso +
donde
200
Zo = ro 2», (8.101)
que introduzimos nas: Eqgs. (3.51) e (3.52):
100
Ú. = a (1+ ro) E: + = (1-— reis [V] (3.102)
INDUTIVO
| e
I
CAPACITIVO
so b 3) j2 — E(r - 2) ge [A . (3.103)
l. = (1 + Tp é 2 fp ]
-1007
| D,
2 a — ro) EYE7 — conserva i
O sinal, o que “equivale
equivale aa dizer que
q a onda
Fig. 3.17 — Geração e consumo de energia reativa pelas linhas de transmissão [18]. da tensão se reflete com o mesmo sinal da onda de tensão incidente;
94 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3
33 — ANÁLISE MATEMÁTICA . 95
da (1— llr)e?: — inverte seu sinal, mostrando que a onda da Nas linhas sem perdas, « = 0, nessas condições, as espirais se trans-
2
formam em circunferências. Os diagramas das tensões e correntes, nesse
corrente se reflete com sinal oposto ao da onda de corrente. incidente; caso, serão também figuras fechadas. .
2 — quando Z, = Z, P, = P, logo, rp = 1. Nesses condições, os O ângulo de potência 8, entre a tensão no início de uma linha U, e a
segundos termos dos segundos membros tornam-se nulos, como já vimos. tensão no fim dessa linha, que, como já foi mencionado, é de sumo inte-
Não há ondas refletidas; ,
resse na manutenção da estabilidade do sistema a que pertence a linha,
pode ser determinado como mostra a Fig. 3.19, a partir dos fasores das
8 — quando Z, < Z, P, > Po logo, r > 1. Teremos: ondas diretas e refletidas da tensão.
U, . . a
2 (1 — ro) er? — inverte seu sinal, o que indica que a onda de
tensão se reflete com sinal contrário ao da onda de tensão incidente;
bo o . a.
2 (1 — 1/:;) eY: — conserva seu sinal, indicando uma onda de
corrente refletida de mesmo sinal da onda incidente.
Essas mesmas formas de reflexão foram vistas quando examinamos
a operação das linhas em vazio e em curto-circuito. A operação em carga
é, portanto, uma condição intermediária de operação entre dois extremos:
vazio e curto-circuito.
Os diagramas da Fig. 3.18 ilustram bem esse fato.
Kr
= q Vr=Ug
+41 Ugai
Pi + (ix
+ (xi Usa
Urxi
c-Zpcte B>B
Fig. 3.19 — Variação do ângulo de potência 8 com a potência ativa Pa.
Do diagrama a, temos:
Fig. 3.18 — Variação da polaridade e valor das ondas rejletidas de tensão e corrente nas
linhas de transmissão. Us," cos O; = Uaz; cos Br; = U,z; COS Ba;
de outros condutores e de cabos pára-raios somente afeta as caracterís- En = Ah [Wes]; (Eg. 3.14)
ticas de propagação de tensões e correntes de fregiiências mais elevadas e
altas fregliências, como também das endas decorrentes dos surtos de so- sendo
bretensão. U 800
==—— = — = 2
to Za 400 [A]
3.5 — EXERCÍCIOS teremos
2
1. Uma linha de transmissão bifilar aérea é suprida por uma fonte de Em = rx aa = 0,002716 [Wes];
tensão constante e igual a 800 [volt]. A indutância dos condutores é de
0,001358 [henry/km] (fluxo interno considerado), sua capacitância é igual b — energia armazenada no campo elétrico:
"a 0,008488 X 10-º [farad/km).
o 72
Tratando-se de linha sem perdas, deseja-se saber, sendo seu compri-
E. = b C [Wes]
mento igual a 100 [km]: 2
A — sua impedância natural; E, = (800)? X 0,008488. XxX 10- = 0,002716 [Ws!;
B — energia armazenada por quilômetro de linha nos campos elé-. 2
trico e magnético; |
C — velocidade de propagação; c — energia total armazenada: -
D — qual o valor da tensão no receptor no decorrido tempo
E = Em + E, = 0,0054382 [Wes].
t= BL do instante em que a linha foi energizada, para as seguintes condi-
v C — A velocidade de propagação pode ser calculada pela equação:
ções terminais no receptor:
1
v [km/s] (Eq. 3.8):
a — Za = 100 [ohm]; LC
b — Zo = 400 [ohm]; o 1
Il
Ea
Us = U=ê800 [Vl a ser:
b — os coeficientes de reflexão no receptor, de acordo com à equação Us = U a + Krus) + U Krua Kru + U Krua kru1 rua;
, 3
Em t = 0, parte do transmissor uma onda de tensão de valor U [V] que 2 = 800 (1 — 5] = 3820 [volt],
chega ao receptor em t; = Iv [s] na forma de uma onda direta Uz=U.
Nesse instante ocorre a primeira reflexão e a tensão no receptor passa — para Z, = 1600 [ohm),
a ser:
Us = Ui; + U; = a + Va Krus =U (1
U! = 800 (1 + 5) = 1280 [volt].
+ Krug) [V]
100 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENENGIA ELÉTRICA CAP. 3 . 35 — EXERCÍCIOS 101
2 Repetir a parte D do exercício anterior, admitindo que a fonte U 175720, = +7946 [A].
possua uma impedância interna igual
rar a tensão de 800 [volt] como sendo a tensão em vazio da fonte.
a 10 [ohm]. Neste caso, conside- Zoo Bi?
3. Qualo valor, em ohms, da resistência terminal de uma linha ideal A equação de continuidade das tensões junto ao ponto curto-circui-
de dois condutores de fio de alumínio n.º.6 AWG, separados entre si de tado é:
im para que não haja reflexão de onda?
Am
Vi=U-U+OU,
Solução
De acordo com o exposto no Item 3.2, devemos ter R, = Z.; logo, Neste caso, U/=0e U;=0;logo, U,= — U. É, pois, como se uma onda
pelo exercício anterior: Usa=U se refletisse nesse ponto, com sinal oposto, demandando a extre-
midade aberta com a velocidade
RB, = 60 In 2. v= T
1 =
a
= 294991,76 [km/s].
r
LC 0,007496 X 0,0153303 X 10-8
- Da Tab. 11.2 do apêndice, obtemos r = 0, 5 X 4,673 = 2, 3365 Im] ou
r = 0,0023365 [m]; logo: Essa onda de tensão é acompanhada pela onda de corrente de mesmo
valor daquela que escoa para o solo. As ondas de tensão e corrente, ao
atingirem a extremidade aberta, ao fim de t = 339,998 [usl, aí se refletem,
q com coeficientes de reflexão 1 para & tensão e — 1 para a corrente, ficando,
Bo = 60 Ln Tosa pelas equações da continuidade: t= Jijv
= Yo = 00155503 x 105 — 2b12 [ohm], Numa linha real, na qual existem perdas por efeito Joule e de dis-
persão, há dissipação da energia armazenada. Nesse caso, tensão e cor-
A carga está uniformemente distribuída ao longo da linha que se en- rente decrescem exponencialmente à medida que viajam ao longo da linha.
contra sob um potencial constante de + 175720 [V]. Somente a impe- Esse amortecimento será tanto mais eficiente quanto maiores forem
dância -Z, limita a corrente que escoa para o solo. Portanto, no ins- as perdas. Nes linhas reais R e G, em geral, elas são pequenas e 0o tempo
tante do curto-circuito, começa a escoar a corrente necessário para descarregá-las é relativamente grande.
102 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3 3.5 — EXERCÍCIOS os
Uau Too Io:o —-———. un resistência ôhmica — r = 0,0715 [Q/km] por fase;
15:50 Hoto ts ta ts to fr ta % toda
descu] | o | -— Í reatância indutiva — x; = 0,512 [Q/km] por fase;
condutibilidade de dispersão — g = 0 [3/km] por fase;
susceptância capacitiva — b = 3,165 X 10-8 [73/km] por fase.
Fig. 3.20 — Variação das tensões e correntes na linha do Exere. 8.
a — linha real
logo,
X=0T=497 [kem]
b — linha ideal
Y=arib=Vjajb=juN'LO
A=0:T=4985[km).
IB = 3 0,512 X 3,165 X 10-8
2a
Il
F — A impedância característica pode ser calculada pela Eg. (4.15):
Y = 3 N'1,62048
X 10-58
h
Y = 1,273 - 10-3€59, Dos TE order q] 0/0715 + 50,512
= vaP=vey= or; S W13,165 x 105
5B — Ainda pela Eq. (4.18):
a — linha real
Ze = 403,9 existo [ohm].
G — A impedância natural é dada por (3.11):
Re (y) = a = 0,0867 X 10º [néper/km];
b — linha ideal ma da | 0512
Ze = EC = 4º — N 53,165 X.10-8
a = 0 [néper/km].
C — As constantes de fase serão: Z, = 402 [ohm).
11. Admitindo-se que a linha do Exerc..
10 tenha um comprimento
a — linha real de = 600 [km] e opere com tensão no receptor constante igual a 380 [V],
- entre fases, determinar:.
Im (y) = 8 = 1,276 X 10º [rad/km];
a — qual deve ser a tensão no transmissor quando a linha opera em
b — linha ideal | vazio, a fim de que o valor da tensão no receptor não seja ultrapassado?
B = 1,272 X 10º [rad/km]. b — qual o valor da corrente de carga da linha quando esta opera
em vazio?
D — pela Eg. (3.56):
c — quais os valores em módulo e fase, das ondas diretas e refletidas,
ainda operando em vazio ?
d — qual e valor da tensão, em módulo e fase, no receptor, quando
v = Ss.
B 3
a linha vazia é ligada a um barramento de tensão entre fases igual a 400 000
logo [V)?
a — linha real e — caleular o valor da corrente de carga da linha nas condições do
item d.
877
= 276 X 105 = 295000 [km/s];
Solução
ea
se STO
1972
X 105 É 96000 [km/s]. U, = = (é pes) [V) (Eq. 3.69) -
106 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3 3.5 — EXERCICIOS . 207
Vi = Us (eo
A no 41
) [V];
ob
lo ==52.10
5
der (Eq.Dq. 3.70)
3.70)
ou
como:
i Cs kn
10 = senh Yi; o
—"e d+ 3 et — cos ylA == cos Ss h h (al (olà ++ 381)
jB1 =
logo, + .
= coshal cos8! + ; sen h al sen Bi, | E 380 000 +298 . () 60498 gi86.881º
teremos: | ho = 3 x 408,9 * '
U, = Us (cos hel cos BI + ; senai sen BL) Jo = 377,5039 esse [A]:
Do exercício anterior obtemos: c — as componentes da tensão serão de acordo com a Eg. (3.69):
Y = 1,279 - 1053 esstoz
Uu = Us e! bo gal gilt
para 2 2
. .
| = 600 [km], yl = 0,7674 eisto2 .
= 0,05326 + 30,76555 Em
1
1
Um =— 20
Ú Ho
=- A —ol p-3Bl
ter.
como : Introduzindo os valores numéricos:
cos h Yl = coshal cosBl + j sen h al sen Bl
380 000
sen A Yl- = sen h al cosBl + j cos kh al sen fl. Uia = ——=— eMO5s26 pilassee — 115 697,37 eitnsos
243
Portanto:
l
380 000 —— - b — condutores geminados:
ly = 63398 q 05826 q 943863 —
2/8 X 403,9 Zo = 320 ohm — U,, = 693000. [V];
c -— condutores trigeminados:
= 257,507 esses [AJ];
logo,
Z, = 2800hm — Us, = 648000 [V];
d — condutores, quadrigeminados:
ho = ha+ ly = 192,255 + 9212,348 — 197,602 + 377,469
“ Zo = 2400hm — Us, = 600-000 [V].
Lo = — 5,34665 + 4377,469 = 377,507 eisosnº [A],
As tensões normalizadas (TEC) que mais se aproximam dos valores
acima são 500 [kV] e 750 [kV], para transmitir em corrente alternada.
Da Eq. (3.69), passando U, à referência: Tudo indica que, no caso particular, o emprego de corrente contínua mere-
ce também um exame econômico criterioso.
1
Va = Ui
coshyl 13. As Eos. (3.51) e (3.52) permitem calcular as tensões é correntes
em qualquer ponto da linha, situados a uma distância x do receptor e conhe-
400000 | 1. cidas as condições neste. Determinar expressões que permitam calcular
U, = U. e 7,, quando são conhecidos U, e Í,, no transmissor, sito a uma distância
v3 0,72296 632928
| [km] do receptor.
Us = 319436,91 e-ises [V];
14. Qual o valor da corrente de curto-circuito trifásico permanen-
e — empregando “te quando, no transmissor da linha do Exerc. 10, for aplicada a tensão
400 000 [V]? O curto-circuito é junto ao receptor.
TO
ho U:
= 2%, (e AAet) == ZUz Sm hyl (Eg. 3.70) Sclução
Da Eq. (3.79), que pode ser posta sob forma hiperbólica, temos:
A —j2:928
Do == 819 436,91
403,9 e-7588
orinoe (0,69498 g7988:881)
Ve 400 000
Loco =
Z. senhyl — 4/3 X 403,9 X ei X 0,69498 eistrsst”
lo = 551,01 eisrsse [A]. operando, encontramos:
1
12. Pretende-se transportar uma potência de 1 500 [MW] a uma dis- lo = 822,72 e-081º; [A],
tância de 800 [km] através de uma linha aérea de transmissão, com cir-
cuito simples e cabos alumínio-aço. Qual a tensão normalizada mais re-
15. Qual deverá ser a tensão no transmissor da linha do Exere. 10
comendada ?
quando a tensão no barramento receptor for de 380 [kV], estando a linha
fornecendo: :
Solução
a — potência igual à potência característica;
: +
A escolha dessas tensões, bem como da composição dos condutores b — potência igual a 0,8 de sua potência característica;
de fase, deve basear-se em fatores econômicos. No entanto, para fins de
orientação preliminar, podemos lançar mãos da expressão: c — potência igual a 1,2 de sua potência característica.
10 TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA CAP. 3
35 — EXERCÍCIOS ns
Solução
Aplicando a Eq. (3.51), teremos:
a — Potência característica da linha:
2% Us + LZ, Yi U, —- od,
q"
Na, = Ult =P, +j00,= -z (cos 9.4
3 sen 6); 0, =
7 t+ 2
como:
UV, = (Cat) eat gibi + Voo lodo a is
2 2
Z. = 403,9 e+8s8 fohm] (ver Exerce. 10),
Na, = (1,192 — j0,0834) 108 [VA] Us + A 219 650 0 + 652,8 eth98 X 403,9 eins
P,= 1192 [MW] 5 2 o 2 .
-= 241 658 ed,
Qu, = — 834 [MVAN.
Igualmente:
Teremos então:
1
Domo
5 = 0;
| — No, = 119,5eisss [MVA];
2— Ny = 9560588 [MVA]; 9 Va
— Todo = 21,936 e%;
2
3— N', = 143,4 05888 [MVA]
Do Ft
Às correntes no receptor serão: | 3 — Mesão oo 008 esse.
2
119,5 X 108 eti398
1l— = OVA lCl- *+73,98
544 etinss [A]; .
88 X 104/83 Temos também, empregando as tabelas do Ap. I:
4.1 — CONSIDERAÇÕES GERAIS Os métodos de cálculo atualmente empregados podem ser resumidos
nos seguintes:
No capítulo anterior foram deduzidas as equações gerais e, portanto,
A — métodos analíticos (modelos matemáticos)
exatas das linhas de transmissão. Para tanto, consideramos os parâme-
tros elétricos das linhas como uniformemente distribuídos, o que, como a — manuais;
veremos, mesmo não sendo rigorosamente exato, não invalida as expres-
sões obtidas. Nos cálculos das linhas de transmissão procura-se, em geral, b — por computadores digitais;
obter valores de tensões, correntes, potências etc. com erros inferiores a
B — gráficos;
0,5%, e é essa precisão que dita, geralmente, a necessidade de emprego
de processos mais ou menos exatos e, por conseguinte, mais ou menos tra- € — modelos elétricos analógicos.
balhosos. Esses processos, veremos, todos deriváveis do processo ana-
lítico rigoroso, apenas admitem hipóteses simplificativas quanto à neces- A eficiência de uns e outros baseia-se na nossa habilidade na escolha
dos cireuitos equivalentes adequados a cada caso.
sidade ou não de se considerarem todos os parâmetros distribuídos ou não.
A relação entre o comprimento real da linha e o seu comprimento de onda,
é fundamental na escolha dos processos de cálculo: quanto maior essa re- 4.2 — RELAÇÕES ENTRE TENSÕES E CORRENTES'
lação, mais rigoroso deverá ser o processo de cálculo.
Linhas de transmissão de energia elétrica normalmente fazem parte As equações gerais das linhas de transmissão, (3.51) e (3.52), podem
de sistemas elétricos mais ou menos complexos e, como tal, devem ser re- ser remanejadas e postas na forma abaixo. Nos cálculos de desempenho,
presentáveis através de seus circuitos equivalentes ou modelos matemá- normalmente o comprimento das linhas já está especificado entre transmis-
ticos, donde a necessidade de fazê-lo de forma mais simples e racional, sor e receptor, o que nos permite, igualmente, uma ligeira mudança de no-
compatível com o grau de precisão almejado. tação.
As equações, conforme foram deduzidas no capítulo anterior se apre- , - y 1 .. SL EA
sentam de forma pouco prática para uso em cálculos correntes. Prova UV, = U, (O + LZ. (50) [V] (4.1)
disso tivemos através de alguns dos exercícios apresentados. Veremos
agora, através de hipóteses simplificativas devidamente justificadas,
como poderemos representar as linhas através de circuitos elétricos equi-
valentes e os respectivos modelos matemáticos.
A partir de agora, a não ser que venha expressamente especificado : [ret Vs [ men
l= 4h (O) + Z. (o) (A). (4.2)
de modo diferente, trataremos exclusivamente de linhas aéreas trifásicas.
DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CAP. 4 117
116 CÁLCULO PRÁTICO 4.2 — RELAÇÕES ENTRE TENSÕES E CORRENTES
Es
4 2
4.2.1 — Linhas Curtas
Fig. 4.1 — Circuito equivalente de uma linha curta.
É o nome genérico dado àquelas linhas cujo comprimento e caracte-
rísticas sejam tais que somente os primeiros termos de cada série Vemos que, além de estarmos representando seus parâmetros de
tenham forma
valor significativo. Isso depende principalmente do comprimento 1 [km] concentrada, ainda podemos desprezar inteiramente os efeitos da
da linha, como também do valor absoluto de Yl, em menor condu-
grau. Este tibilidade G e da capacitância €.
último aumenta com o aumento da tensão nas linhas. Se, em (4.3) e (4.4), O diagrama vetorial correspondente está indicado na Fig. 4.2.
substituirmos os cosh Yl e senh y1, respectivamente, pelo primeir
o termo
da série (4.9) e (4.10), teremos:
ou
I, = A + VoY [A].
Fig. 4.2 — Diagrama vetorial da linha curta em carga. o
Como, nos casos desse tipo, o produto U,Y é muito pequeno, comparado
com o valor de 7,, ele pode ser desprezado. O ângulo de potência 8 entre as tensões Une 0, é de grande impor-
Neste caso, a equação das cor-
rentes será: tância em estudos de estabilidade. Seu valor pode ser obtido, para linhas
curtas, diretamente da Eq. (4.15), deduzível da Fig. 4.2:
h = io[4] (4.13)
amy
Ú, G mo 8 y
4.2.2 — Linhas Médias
“ 2
Tab
Quando os comprimentos ou as tensões das linhas ultrapassam os
limites acima estabelecidos, tudo indica que dois ou mais termos das séries 4
:2
devam, ser usados. Quando o segundo termo não for insignificante peran-.
te o primeiro termo, mas se o terceiro o for, a linha poderá ser classificada
como linha média, ainda dentro desse critério clássico. As Egs. (4.3) e Fig. 4.3 — Circuito Tee de uma linha de transmissão.
(4.4), nas quais as funções hiperbólicas foram substituídas pelos dois pri-
meiros termos das séries, se tornam:
Suas equações, cuja dedução deixamos de fazer, uma vez que pode
ser encontrada na maioria dos textos básicos de circuitos elétricos, são
as seguintes:
Vi= 0, (1+ vir) + 1d. (vz7 + (Zip)
Tabela 4.2 —- Resultados Comparativos dos Valores Calculados para uma Linha
Típica Média 4
Circuito A h
nto
mi
Eqs. (4.20) e (4.21) 83500 /6,7º 205,145 /— 11,402º
Eqgs. (4.16) e (4.17) 83493 /6,692º 205,305 /— 11,524º Fig. 4.5 — Dijerenças entre circuitos Tee e Pi para efeito de inclusão das linhas em sis-
temas de energia elétrica.
— para linhas entre 150 [kV] e 400 [kV] e comprimentos até 200 [kV];
os modelos matemáticos de grandes sistemas, o circuito Tee obrigaria o
estabelecimento de mais uma barra ou nó por linha de transmissão incluída, — para linhas acima de 400 [kV] e comprimentos inferiores a 100 [KV].
o que se traduz em um aumento correspondente do número de equações no + :
L =n(Ési).
0, = da (Er 15) L
Vi = hs (Us ld)
= ho (Us, h) ÉS 0] (4.32)
Essas equações possuem, cada qual, duas variáveis independentes Igualmente, se considerarmos U, e 1; as variáveis independentes e
e duas variáveis dependentes relacionadas entre si pelos parâmetros dos U, e 1, as variáveis dependentes, a solução de (4.30) e (4.31) nos dará: ..
respectivos circuitos, aos quais as seguintes restrições são impostas:
a — devem possuir apenas uma entrada e uma saída, representadas Us = DU, — BhI[V] (4.33)
por dois pares de terminais, podendo um deles ser comum a ambos;
b — devem ser passivos, o que exclui a presença de fontes de tensão;
Il, = — CU, + ÁisA) (4.34)
c — devem ser lineares, a fim de que a sua saída (resposta) tenha a que correspondem ao par:
mesma forma que o estimulo aplicado à entrada, exigindo pois, impedân-
cias e admitâncias de valores constantes independentes do valor da cor- 0, = b; (Us, 1) (4.35)
rente e da tensão a elas aplicados. Estão excluídos, portanto, reatores
de núcleo de ferro, podendo incluir transformadores, desde que sua cor- Io = ba (Unl)) (4.36)
rente de magnetização seja considerada linear, ou mesmo desprezada;
CJ)
ou .
d — devem ser bilaterais, significando que sua resposta a um estí-
mulo aplicado a um par de terminais é a mesma que a um estímulo apli- D-BIrÚ
cado ao outro. Essa exigência exclui os retificadores de corrente.
L -CA] Li,
Se UV, e h, do quadripolo da Fig. 4.6 forem consideradas variáveis
sendo necessário lembrar que, em circuitos simétricos, temos sempre:
independentes U,e 1, serão suas variáveis dependentes, relacionadas com
as primeiras através da impedância Z e a admitância Y do circuito; ele Tg
CA = DO ,
( o QU
x o generalizadas das linhas de transmissão. A facilidade com que diversos
quadripolos podem ser associados, para sua representação por um medelo
1 2.5 N
, matemático único, constitui uma vantagem adicional na análise de pro-
blemas que envolvem linhas e equipamento terminal ou de compensação,
U, ! N Ú 2 )
como um todo.
As constantes generalizadas das linhas serão definidas da seguin-
Oem q 2 o te forma:
A — Linhas curtas — Se compararmos a Eq. (4.30) com a Eg. (4.12),
Fig. 4.6 — Quadripolo típico. encontraremos:
128 CÁLCULO PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CAP, 4 4.3 — LINHAS DE TRANSMISSÃO COMO QUADRIPOLOS - 129
4=1,B=2Z (4.40) ou
Us] [coshyl — Z.senhyily [U,
“e, comparando (4.31) com (4.13), teremos: (4.50)
I, | ; senhyi coshyl I |
C=0
e (4.41) ou, se desejarmos representar o circuito Pi equivalente, as equações serão
D=1. (4.45) e (4.46), com os valores de Z e Y/2 corrigidos para representar a dis-
tribuição dos parâmetros, como foi visto no Item 4.2.4,
À equação na forma: matricial será:
[1-6]
1) lou lgz, (4.49) 4.3.1 — Interpretação do Significado das Constantes das Linhas de
Transmissão
B — Linhas médias — Os valores das constantes generalizadas, se
compararmos-as Eqs. (4.12) e (4.13) com as equações correspondentes As constantes generalizadas das linhas de transmissão em corrente
aplicáveis aos circuitos Tee nominal e Pi nominal, serão: alternada são geralmente números complexos. Nessas condições, pode-
remos defini-las como:
a — Circuito Tee. nominal
A=a' +ja” = Á ejba (4.510)
dor ZE, poi) (4.43) B=b'+jb'= Beta (4.51)
ô- 1d; b=14 (4.44) C = cC+je! = É eibc (4.51c)
Teremos então:
Us coshyl Z.senhyl7 [ Us
(4.49)
[ ;| o [ senhyl cs A
Fig. 4,7 — Diagrama fasorial do quadripolo em carga.
130 CÁLCULO PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CAP. 4 4.3 — LINHAS DE TRANSMISSÃO COMO QUADRIPOLOS 131
Ui
: ==
Á s
4,54 No caso de um circuito simétrico À = D, basta então realizar as me-
Lo C 13c ( )
didas no transmissor. Neste caso, a Eq. (4.55) se torna:
, B
b— com CU, = 0 (curto-circuito)
Zu, = "1 (4.59)
Úro Bo; então:
ho ==SD
ce
fI.
Zn 4.55
(4.55) À B Áº—AC BO =
1
AO
Zu, — Zu. ER =
D : .
s Uso
Zoo, ==
Too C 2 o ( 4,56 )
4.3.3 — Quadripolos Representativos de Outros Componentes
dos Sistemas de Potência
b — para U, = O (curto-circuito)
Muitas vezes, é interessante incluir no estudo de uma linha de trans-
Ure B E missão também a influência de seu equipamento terminal e mesmo das
Zoo Ts 4 (4,57) cargas supridas. Nesse caso, dentro das mesmas restrições apresentadas
no Item 4.3, esses mesmos elementos podem ser representados como qua-
dripolos. São os principais:
4 — impedâncias em série — de acordo com a Fig. 4.1, à semelhança
da linha curta, valem as expressões (4.40) e (4.41), sendo sua matriz:
tm du= EB Db “CD
taa] = = [60117 : 4.61
.
(4.61)
igualmente:
B — admitância em paralelo — neste caso, temos:
Zi,
, Za,
Ls = o x LC = E = U,
CDOD o Dº
h = 1 = U, FY;
logo,
logo, . o . o
do pg A=l; B=00C=YcoD=1, (4.62)
(4.58)
sendo sua matriz:
:4
to) tb)
Zt,o Et,
Fig. 4.9 — Conexões gama de transformadores.
Us = Us + LZ, (4.65)
D=1
B= Z,
136 CÁLCULO PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CAP. 4 4.3 — LINHAS DE TRANSMISSÃO COMO QUADRIPOLOS 137
A determinação das impedâncias e admitâncias dos transformadores 4.3.4 — Constantes Generalizadas de Associações de Quadripolos
: à partir de seus dados de placa e dog resultados de ensaios encontra-se nor-
malmente nos textos sobre transformadores. Lembramos, no entanto,
as seguintes relações: É de toda a conveniência, ao se analisar o comportamento de uma linha
longa em vazio, incluir o efeito dos transformadores terminais cuja cor-
rente de magnetização esteja em oposição à corrente de carga da linha,
Z, = R, +IX, [ohm] (4.720) influenciando os resultados. Devem-se considerar tanto a presença dos
transformadores elevadores sozinhos como também a atuação simultânea
dos transformadores elevadores e abaixadores. Essa análise fica faci-
Y.= G. — ;B, [ohm), (4.72) litada com o uso dos quadripolos.
Há basicamente cinco formas de associação de quadripolos, a saber:
sendo:
a — em cascata;
AP. b — em paralelo;
R= “po fohm] (4.720)
c— em série;
d — em série-paralelo;
U:
X=s X N lohm] (4.72b) e — em paralelo-série.
E rolamentos;
AP. [W] — perdas no cobre, com corrente nominal, por fase; Fig. 4,10 — Dois quadripolos em ctscata.
mn
Yu=|->—
FÊ
- —
o
admitância
a «
de entrada para
umas
curto-circuito em .
.= (Arda. + BiC5)
o.
(AiBo. + BiDo)
.
] 0+]
a E 4.73
Jdus=0 0 9:
(Cds + Dilo) (CB, + D;Do, 1 « )
va
o
Á U, = 0— B h
No início deste item foi mencionada a possibilidade de se definir o
quadripolo através de seis pares de equações inter-relacionadas. Atéo ” » e. . 4
logo,
b
' b
I —
,
Í 1
Yu = To = (4.82)
e e
A Eq. (4.76) torna-se então:
R
1 'b 1 0:
BB
meme
1 A .
fa é TE Va
ou
= FI]. (4.83)
Uma vez que [7] = [Y][U]e [7] = [Y'"] [U], no caso dos quadripo-
los em paralelo nós temos que:
h= if +h' e L= bo! + dy
= (4.84b)
” - 1 1 Ás: Ao JF
“o ? B) Bo B, Bo ?
E
DD D
Fu = = + 2 = ——
:
B; Bs B
ou
mio
o à o
Á == AsBo + Bis (4.854)
B, + B,
sense
FRANSMISSÃO CAP. 4
(4.82) - -
: 2 ADMITANCIA EM DERIVAÇÃO u, Y Us 1 o Y 4
. f Zy Yr ZrYr z Y
DU. 3 | TRANSFORMADOR- CIRCUITO ——— Ut! Y 5
T T
. 3a | TRANSFORMADOR
- CIRCUITO (q) t ZT Yr 1+ 27 YT
Us
“ecosh ZY= -
- - zy 22 y2 Sa, [É semzys .
4 | LINHA DE TRANSMISSÃO HOMOGÊNEA LS tam to ev ll, 2x2 |VZ 1 gey2 COMO “A”
. 6 I20 arte + 20 +"
7
[U] (4.844)
«
5 | CASO GERAL (NETWORK)
u u
t 2 A 8 e 2
. - U — U .
6 | REDE EM SÉRIE COM IMPEDÂNCIA fa ac bp —Zo | A 8,+AZp C D/+ €4 22
U, - . Uí nm Us
7 | IMPEDÂNCIA EM SÉRIE COM REDE ——Lz |——a
Br dC] are z B1+ D,Z; Ca da
(4.84b) REDE EM SÉRIE COM TRANSFORMADORES EM | y, = ua Br AZT2 + DZr1+
. 8 | AMBAS AS EXTREMIDADES-IMPEDÊNCIAS REFE-|—— [4,8 DHT E ane zm Cro? G Dytc Zr,
Us 1 RIDAS AO LADO DA AT. 1, To Rn
x REDE EM SÉRIE COM TRANSFORMADORES EM 7 LB +AZyo +
AMBAS AS EXTREMIDADES- TRANSFORMADORES T
A BE REM cz Ton do
9 | TENDO RELAÇÕES DE TRANSFORMAÇÃO To E 3 18,044 To (A SZT) ei Ta T To (Dt SsZra)
Tr REFERIDAS AO LADO DA BT. z ZtTo + DiZ7, +CiZra Za)
(4.854)
Tabela 4.3b — Constantes Ceneralizadas de Associações de Quadripolos
AB, C, D
C1+ Diva D|
REDE GERAL E ADMITÂNCIA EM DERIVAÇÃO A+BY2
1* By 8
10 | unTO AO RECEPTOR. U
LA
CjtAY* DD Vat
a - A+ BY
REDE GERAL E ADMITÂNGIAS E DERIVAÇÃO oct t2 8, + B,Y5Y
B,Y2% D+ Bj Y4
t2 EM AMBAS AS EXTREMIDADES
Bj Ao + Dj Ba AjCo + CG Da B C2 + D, Da
Ao B2 C2 D2|JA, B, €; Dy AjÃo + €4 Ba
13 | DUAS REDES EM CASCATA.
. , Day
DUAS REDES EM SÉRIE COM ADMITÂNCIA | Az* D/B2*+ By BoY|AsCo +C/D2? Ay DaY |BiC2*+D Da+8
AAo*C,B9* A Bo Y
15 | NTERMEDIÁRIA.
(A Agtt;
As3 !tAj Bo)+
Ao+C, Po Aa(B/A 5+D,My 02
Bo)+ | CalA/A ZtcC;B
31h, Az tc, B2)+ | C3ib, Aa5+0D,8 2)+
Ca(B,A>
-
3tB,Ã2* ! t
16 | TRÊS REDES EM CASCATA. C,D2) |+ BslByCat Di Dao) | +DalAjCa+C Da) |+ D; (ByC2+Dy Do)
uy va) + Bs (AjC+2
c;+ cat R
[A, 8, C4D4] Bo
Be Tas aca)Ao 1D2-D1) Bida + D Bo |
E
Ay Bo+ By 42 2- Ds
17 7 | DUAS AS REDES
RE EM PARALE LO.
B,+ B2 B, + Ba
- A282C2D
| : l.
Cc. o
B= Br Bo (4.85b)
B;+ B;
1 1
| Ya =
= (5 + =)
Ta
t
ou
B;+ Bo,
: À | À Á
-=o— (& pá) =0— =."
Vos
B. B; B
ou
e D — DB: + DaBy . . (4.85d)
;
|
| B; + B,
E| lo o em sistemas de
As demais conexões apresentam menor valor prátic
as. Na Tab. (4.3) en-
|| | energia, de forma que deixaremos de recapitulá-l
s das constantes dos qua-
| | contram-se expressões para o cálculo de valore
| " dripolos compostos.
d;= £n e pe,
: a n
entar de 20 a 25 [km] de
cada célula, neste caso, será calculada para repres ;
linha.
143
PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CAP. 4 4.4 — RELAÇÕES DE POTÊNCIA
142 CÁLCULO
Zan Zn zy, Z Za Zn Fan Na prática da indústria da energia elétrica, as cargas são especificadas
s apa-
em termos de demandas em potências ativas e reativas, ou potência
ra correspondentes. Essas demandas,
k rentes e seus fatores de potência
&n vo mDizo variam também com o valor da tensão aplicada, porém,
u rn Yn £n 0n 2]n evidentemente,
são especificadas em correspondência às tensões
para efeito de cálculo,
t dos sistemas.
pa | nominais
os obter
A partir das equações anteriormente desenvolvidas, poderem
LZn
Fig. 4.12 — Circuito de linha artificial. Q [VAR] — potência reativa por fase;
O conjugado da corrente: será: Neste último caso, sendo fixados valores para U:, P» e Q., podemos
empregar a expressão (4.95) obtida pela eliminação de 6 entre as Egs.
(4.91) e (4.92), a fim de obter o valor de Us:
L = e cibBA) — AU: eBB-BA), (4.89)
2 AU3 &
De acordo com a definição adotada:
E ás cos (8a — 84) | + [o + B sen 3-8] =
ou
Essa equação pode ser posta sob a seguinte forma:
U;U. AU3
P, = B ? cos (Bz — 0) — B cos (Be — Ba) [W] (4.91) 2 2 2B —
UZ + U2 - A Po cos (8 — Ba) + Qu sen (Bs — 84)
U,U AU
' para que o problema tenha solução aceitável, é preciso que:
Pomss =" E 2. B cos (Bs — Ba) [kW], (4:93)
b? — 4, >0.
à qual corresponde uma potência reativa: Das raízes reais deve ser aceita a maior.
A Fig. 4.13 mostra as curvas de variação das tensões no receptor de uma,
a - linha em função da variação das potências ativas e reativas no receptor,
Qomax = — dr sen (Bs — Ba) [EVAr]. (4.94) alimentado no transmissor por um barramento de tensão constante. Às
curvas demonstram claramente a possibilidade de existência de duas raízes
' para uma- mesma potência ativa transmitida, bem como os limites máxi-
A condição de operação na qual se fixam os valores de U, é Us. ocorre, mos de transmissão. A raiz menor não possui significado prático, pois
em geral, nas linhas de interligação de sistemas ou partes destes. No a operação com tensões baixas envolveria correntes elevadas e perdas
caso de linhas radiais, geralmente apenas U, é prefixado. inadmissíveis (ver Cap. 6).
146 CÁLCULO PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CAP. 4 4.4 — RELAÇÕES DE POTÊNCIA “447
to a go 2 e ag
Sa r ESõS Verificamos que os valores máximos ocorrem
se Pa [mw] para Bs + 0 = 180º:
t24,2
e
96,2
8
(aro
o, 5 o
0,4 “Às perdas de potência na transmissão serão, evidentemente, P, — P,.
o 2 up = 138 [kv]
s,2 e Q1 — Q», respectivamente.
' 5
ss Np= 104,2 4 Quando se trata de examinar um número maior de condições de
0.2 E. 76
ope-
ração de uma linha, variando-se os valores Pa, Q», U/ ou U,,
01 Os processos
s 3,8 analíticos tornam-se um tanto onerosos, pelo tempo emprega
do. Auti-.
lização de computadores digitais, ou de modelos elétricos,
o
é de grande valia
T 8 [P>| na solução desses problemas. Processos gráficos representam uma forma
o
4.4.2 — Relações de Potências no O rendimento de uma linha é definido como a relação porcentual da
Transmissor
diferença entre a potência ativa P, [kW], absorvida pela linha -no trans-
Da Eq. (4.38), da qual extraímos o valor missor, e a potência ativa P, [kW], por ela entregue no receptor com
de 1, após dividirmos todos re-
os Seus membros por B, obtemos: lação à potência P::
| bi .
li = + — z = DU; ep-8B) — 2 er Bt) nr = Ê — ds | 100 [%). (4.103)
. 1
ou
A diferença AP = P, — P, representa as perdas de potência duran-
h= DU, cibe-8p) — a ciento, te a transmissão, que são fundamentais na apreciação econômica da trans-
(4.97) missão. O rendimento poderá também ser definido como:.
logo,
a . . 2 7 = ( — Se) 100%. (4.1030)
s Ni= Ui = a eiêB-n) — “ah esto) [VA] (4.98) P) ,
e Às perdas de potência numa linha de transmissão podem ser consi-
deradas como sendo compostas de:
DU?
cos (Bs — Bp) — “UU
| — perdas
Pi= > — Bcos(Bs +60) [W) (4.99)
por efeito Joule nos condutores;
2 — perdas no dielétrico' entre condutores;
3 — perdas causadas por correntes de Foucault, e por histerese mag-
DUB UUD
(4.10- 0)
nética, na alma de aço de condutores e em peças metálica
Q = sen (8e— Bp)— sen (Br + 6) [VAr] linhas;
s próximas às
As perdas por efeito Joule estão presentes tanto nas linhas aéreas como As perdas de potência na transmissão serão:
nas linhas em cabos subterrâneos. Nestes, o cfeito de proximidade tende
a afetar significantemente seu valor. Elas representam a maior parcela AP = Re[N, — No] = Re [Ny] — ReINj] = P;— P,
das perdas nas linhas.
As perdas nos dielétricos entre condutores são encontrados tanto nas AQ = Im [N, — No) = ImIN)-— ImiN]=Q- q
linhas aéreas como nas subterrâneas. Nas primeiras, elas se restringem
quase exclusivamente às perdas devidas ao efeito Corona, podendo ser logo,
acrescidas das perdas dielétricas dos isoladores. Nas linhas subterrâneas, 2
além das perdas por efeito Corona, há ainda as perdas provocadas pelas 12
AP=P-P,=
correntes de escape ou de absorção do dielétrico. B
UiD cos (8p — Bp) + Vad
B
As perdas do terceiro grupo são predominantes nos cabos subterrâneos,
porém nas linhas aéreas ocorrem também, principalmente na alma dos oU
cabos ACSR. cos (Bz — Ba) — se cosfz cosó (4.107)
O cálculo das perdas por Corona e nos isoladores será discutido minu-
ciosamente no Cap. 10. Cabem aqui, no entanto, alguns esclarecimentos
acerca das perdas por efeito: Joule. AQ = Q—- Qu =
UID Ê
B sen (8 — Bp) + Usa.
Nas linhas em que podemos considerar o valor da corrente constante B
ao longo de todo o seu comprimento, as perdas por efeito Joule podem se
calculadas por: 2
sen (Ss — 84) — oa cosfs senê.
(4.108)
AP =3-:1085 Pri [kW], (4.104)
AQ [VAR] representa a energia de que a linha necessita para a manu-
na qual 7 [A] é a corrente que percorre a linha, r [ohm/km], a resistência tenção de seus campos elétricos e magnéticos. Pode ser positivo, o que
efetiva dos condutores e ? [km], o seu comprimento. (O cálculo r é dis- significa que a energia reativa necessária ao seu funcionamento provém
cutido no Cap. 9.) dos sistemas interligados pela linha. Pode ser também negativo, o que
No entanto, conforme vimos, o valor da corrente nas linhas varia de indica que a linha está gerando energia reativa, que fornece aos sistemas.
ponto a ponto. Em linhas longas, essa variação pode comprometer a Somente será nulo em caso de operação com potência característica.
precisão desejada se a Eq. (4.104) for usada.
“Nesses casos é preferível efetuar os cálculos partindo-se das Egs. (4.90)
4.4.4 — Emprego de Grandezas Relativas
e (4.98), e nestas também o efeito- das perdas por dispersão é implícito nos
valores calculados das constantes 4, Be D (através de Z. ey). Separan-
do reais e imaginários nessas equações, teremos: O emprego das grandezas relativas, em particular o sistema Por Uni-
dade, é bastante vantajoso nos cálculos de linhas de transmissão em,
geral,
e em particular para o emprego das equações das potências desde
1D UU | bases sejam convenientemente escolhidas.
que as
Ni= Phi = 5 cos (Bs
— fp) — A cos (Ba
+ 6) +
Aconselham-se as seguintes bases:
2 a — das tensões Us = U, [V];
+34 | o sen (8e — BD) — e sen (8 + 0)| (4.105)
b — das impedâncias Zs = B [9].
Nessas condições, a base das potências será:
, USA UU
No = PrthjiQo= — a cos (Bs — 84) + 5”
B
U2
Np = B [VA]. (4109
cos (Ba + 0) — j [US sen (9a + 8a) + SDS
2 7
Dividindo as equações anteriormente deduzidas, teremos, para 4.5 — MODELOS MATEMÁTICOS DE LINHAS TRIFÁSICAS
Us = U qualquer:
[Pol = [Url | Usl cos (8a — 6) — A [Us]? cos (Bs — 89) pu Para a análise de determinados fenômenos relacionados com as linhas
de transmissão, nos quais o desequilíbrio elétrico e magnético existente ao
|O» elsen (Bs — 0) — A |Uo|2sen (Bs — 84) pu longo das linhas é fator importante, surge a necessidade da representação
das linhas por seus modelos matemáticos trifásicos, ou seja, sua configu-.
|Pomás| = [Us [U,] — A |Us|? cos (Bs — 84) pu ração trifásica deve ser evidenciada,
Os modelos anteriormente desenvolvidos pressupunham equilíbrio ..av
|Qomes| = — A | Us]? sen (Bs =— Ba) pu
eletromagnético tal que as três fases de um circuito podiam ser represen-”
[Pil=D|Ui|? cos(Bs — 85) pu tadas por um circuito unipolar. Os mesmos modelos, desde que conve-
nientemente adaptados, podem ser usados nas representações trifásicas.
[Qu = D|Us|2? sen (Bs — 85) — [Us | | Uslsen (85 +60) pu Como veremos mais adiante, os parâmetros elétricos e magnéticos
das linhas de um sistema de vários condutores podem ser definidos atra-
|Pimás| = D| Ui]? cos (Bz — 8») — [Ui | | Us| pu vés de um par de matrizes de ordem 3 X 3:
|Omsz| = D|Ui|?
sen (Bs — 8p) pu a — matriz das impedâncias:
|AP| = D| Us]? cos (Bs — Bp) + AlUa|? cos (Bs — B4) — E] = [+ je) e [2] = [RI + jIXO:
— 2]U;| |U,| cosês cosê pu b — matriz das admitâncias:
140|= D|U:|? sen (85 — 8») + A] Us]? sen (Bs — 84) — [1 = [9] +j [b] e [Y] = [G] + [B]
- 2]Ui;||V.] cosz senf pu.
Nessas condições, poderemos, por exemplo, representar uma linha
Se especificarmos a tensão no receptor como a tensão entre fases Uas média por seu cireuito Pi nominal, como na Fig. 4.14.
E
e escolhermos essa tensão como a base das tensões, teremos:
2 AVBI Ua
Ne = Zs — 82 IVA] -—— [4] [n] [x] [e]
uu
— (Ua9?
3N'B Ze | [VAL
“As constantes generalizadas das linhas serão, nesse caso, matrizes de | [A] [8] |
constantes. O modelo matemático da linha trifásica, em termos de cons- U, Us
tantes generalizadas, será: Lo dt] [Dto os
[VU]
|, | = ls
[Lá [8]
1 [ti |
[IUA
(4.114)
res tm) = ico tó) é liês 15 a [6
[ABI]
15. (4.116)
Nessas equações, [4], [B], [0] e [D] são matrizes 8 X 3 € [Ui], [Us], 4.6 — EXERCÍCIOS
[7] e [7,5] são vetores. Para o circuito Pi temos:
r 0,107 [ohm/km]:
h
[B] = [Z] (4.115)
L 1,355 ImH/km];
C = 0,00845 [uF/km];
[É] = | + [É mà ES! (4.1150)
f =60 [Hz].
Temos, portanto:
Aa,
k
+ 213,826 e182º . 52,19 e7817º (0,0995812 +:50,00085)
Fig. 4.17 — Circuito w nominal.
U, = 82858,47 + j9 749 |
2. Sendo a tensão no barramento receptor igual a 135 [kV], quando UV, = 83430 een [v].
a carga no sistema é de 50 MVA sob cosé = 0,95 (IND), calcular
a ten-
são no barramento do transmissor, bem como a potência entregue A tensão no barramento no transmissor será:
à linha,
empregando os métodos Pi; nominal e Tee nominal. Calcular a regula-
ção e o rendimento da transmissão. Comparar os resultados. US = 144505 [V] entre fases;
I — Método
a regulação da linha será:
Tee Nominal
Pela Eq. (4.19), temos: A tensão entre fases no barramento do transmissor será:
UÊ = 144587,61 [VI]:
h=dirh(+ 2) [A]
a regulação da linha será de:
1, = 77942€º - 0,8186 - 103 eis9º + 213,826 e-182 (0,991625 + 0,0017) 100 (U, — Us) o
Reg = T;
h = 201 541 — j41 048
1/ 83476,98 — 77 942
h = 205679 its TA), Reg = 100( SEIS S Tr oa) = 7,10%.
“Ni= Uh = 83430 87º . 205 679 etitteis li= UsY ( + ) +1, (1 +) [4] (Eq. 4.21)
Ny = 17 159,8 els2z2sº [EVA]
L = 77 942.€ . 0,8186 + 10º e'% (0,995812 + ;0,00085) +
ou
Nº = 51 508,62 [kVA];
V= 0; (1 «) +Z1 [V]. (Eq. 4.20)
P3 = 48 910,65 [kW]:
Qi = 16 151,20 [EVAr]).
i
Temos:
Comentário
Us = 77 942 e? (0,991865 + 70,0017) + 52,19 MSI. 213,896 e 182º
Através dos resultados numéricos obtidos, verificamos que ambos
U,= 82 901,0 +79 789,287 [V] os circuitos podem representar a mesma linha, pois são mínimas as dife-
renças entre os valores encontrados. Observamos também que a linha
Ú; 83 476,98 eos [V] necessita de 542,2 [kVAr] do sistema alimentador para o seu funciona-
h
Doo
158 CÁLCULO PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CAP. 4
4.6 — EXERCICIOS
AB9
mento. Está, portanto, operando com carga maior do que a sua potência
natural. Essa corrente, ao atravessar a impedância, provoca a queda de tensão,
Z1Ja», representada pelo triângulo rst, que é adicionada vetorialmente a
é 3. Determinar o rendimento da transmissão do exercício anterior. U, para que obtenhamos:
“Eemos:
Ui = Us + Zlo = 7794200 + 59,19 61817. 910,270 gatos
n o= 100 (1 - 25)
P;- fe) %
U, = 82 892,71 + 79 794,37 = 83 469,342 81º [V].
1 — Circuito Tee Nominal
No ponto a, uma corrente em derivação: . e
48 898 — 47 500
= 100 (1- 48 808 ); = 0 + = 83 469,342 eis . 10,1598 - 103 = 13,364 eita
1 = 97,14%.
2 — Circuito P; Nominal
Lo=— 1,568 +713,272 = 13,364 eso [4]
n = 100 (1 — 48 910,65 — 47 o | . atravessa
DN
a admitância
4
2" Essa corrente,
.
somada a Ia; nos dá o
48 910,65 t
valor da corrente no transmissor:
7 = 97,12%.
dy = La + UsY, = 208,129 — 54,369 — 1,586 + 713,272
4. Construir, sem escala, os diagramas vetoriais da linha do Exerc. 2.
Solução Íy = 201,548 — 41,097 = 205,69 esttseº [A],
Para cada um dos circuitos equivalentes o diagrama vetorial será
diferente. Desenvolveremos,
A Fig. 4.17 mostra o diagrama vetorial obtido dessa forma. A so-
a título de exercício, o diagrama do cir- lução literal do problema, na mesma ordem acima indicada, para a obten-
cuito Pz; nominal, deixando para o estudante o desenvolvimento do dia-
ção dos valores U; e 15, nos permitiria chegar às Egs. (4.20) e (4.21).
grama do circuito Tee nominal.
O fasor de referência será U, = Up, e. Para a construção do mesmo,
iniciamos colocando sobre o papel U, e 1, = 1,eit2. Observando seu
circuito equivalente na Fig. 4.4, desde o receptor, verificamos que no
I2,416 e 190
j9674*
ponto b temos. uma corrente através da admitância 2:
3,3646
Características da linha:
Us, = 80 343 eiooss? [V],
a — tensão no receptor Us, = 218 [kV]; ,
2 — Empregamos a Eg. (4.21) na linha em vazio; temos .=0.
A Eq. (4.21) se torna: b — comprimento | = 180 [km];
c — parâmetros elétricos: r = 0,107 [Q/km];
º — Iy= UaY (1 +20) [A]. L 1,355 + 103 [H/km]; x1> Às
d— frequência, f = 60 [Hg];
ho = 79 670 e? - 0,9186 - 10-3 e7º - (0,995812 + 40,00085),
Comentar os resultados.
ou seja:
ho = 25,276 eis00s [A]. 9. Uma linha de transmissão de 138 [kV] radial tem um comprimento
de 50 [km]. É alimentada por um barramento de tensão
3 — Na Eq. (4.20), se fizermos Us, = 0, teremos a corrente de curto- constante e
igual a 132 [kV]. Sendo a demanda do sistema receptor igual a 50 MVA
-cireuito no receptor: sob cos &s= 0,80, qual a tensão no receptor e a corrente na linha?
162 CÁLCULO PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CAP. 4 4.6 — EXERCÍCIOS X
Não lançaremos mão das equações deduzidas no Item 4.4.1 (Eq. 4.96)
(e + xp (a) 8,
2
para resolver este caso, que é bastante simples, por sc tratar de linha curta. cos da
Retomemos o diagrama vetorial da linha curta — Fig. 42 — e vamos
desenhá-lo da forma indicada na Fig. 4.18, isto é, tomando 1 como fasor a equação se torna:
de referência.
Ui -AUS+B=O,
cuja solução será:
U, = + qAddxd(A? ct,
— 4B.
º A =- (15)
8 - 9 o 09, +30 : 24,6)
3 = 5060
Do diagrama, obtemos:
P
N 50 000 e-388:57º e? 7º TA].
[4]
Ingo, cosa = TU; e sendo = (e
70,862 - 3 = 235,20 38
'2 Us, o
164 “CÁLCULO PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CAP. 4 4.6 — EXERCÍCIOS o 165
Uj= Us + IZ = 70862,00 + 285,20 estos . 26,41 cissos Uma solução rigorosa para este caso só é possível através de processos
iterativos, como, por exemplo, aqueles usados em técnicas de estudos
0, = 76 210,1 eitss, de fluxos de carga. Uma forma de solução viável é a seguinte:
a — consideram-se as cargas concentradas em a acrescidas das per-
O ângulo de potência na linha será 6 = 2,46º. das IºR nos trechos a — be & — c, caleulando-se então a tensão em a; as
O ângulo do fator de potência no transmissor será: perdas são calculadas em função das correntes nos dois trechos, admitin-
do-se tensão nominal;
di= db =0=gj36,87-+ 2,46º=39,33º. b — repete-se o mesmo processo, concentrando as cargas de b ce «
em b, acrescidas das perdas entre b — c, e determina-se o valor da tensão
10. Uma linha radial de 230 [kV] é alimentada através de um bar- em b, usando como U, a tensão calculada em a;
ramento de tensão constante e igual a 223 [kV]. Ela alimenta três cargas,
respectivamente de 35, 40 e 42 [MW], cujos fatores de potência são 85% e — com a tensão calculada em b determina-se a tensão em c;
80% e 90%, Como mostra a Fig. 4.20, na qual estão indicadas as distân- d — com as tensões assim calculadas, calculam-se as correntes nos
cias entre subestações. São as seguintes as características da linha: dois trechos de linhas e as perdas correspondentes;
e — havendo divergências entre as perdas calculadas e aquelas ado- |
r = 0,107 [Q/km]; tadas, repetem-se os itens q, b, c e d, com as perdas calculadas em d, até
que haja razoável convergência.
L = 1,355 10º [H/km];
1. Para que a tensão no barramento « do Exerce. 10 possa ser man-
C = 0,00845 - 10-8 [E/km]; tida a 215 [kV], qual deverá ser a tensão no transmissor?
f = 60 [Hal. 12. Uma linha dé transmissão da classe de 230 [kV] tem um com-
primento de 362 [km] e entrega no receptor uma potência de 150 [MVA]
sob fator de potência de 90% (IND) com a tensão de 200 [kV] entre fases.
Freqiiência 60 [Hz]. Pelo processo exato, determinar U, 1, Ni, bem
como o rendimento na transmissão. São dados:
=
S 25 Km 28 Km 47 Km
p 0,107 [ohm/km];
l
L 1,855 X 103 [H/km];
t
q , "
Up = 223 KV
Í 60 [Hz].
Il
Solução
35 MW 40 MW 42 MW
Empregaremos as expressões:
Fig. 4.20 — Linha do Exerce. 10.
Uj= Us cosh Yl + I,Z. senh Yl (Eg. 4.3)
.
L 7
Determinar:
Í, = 1, cosh Yi + senh Yi. (Eq. 4.4)
a — tensões em: cada um dos barramentos alimentados;
b — correntes na linha em cada um dos trechos;
Temos:
ce — perdas de energia em cada um dos trechos;
“4 — fator de potência no transmissor. Ze=NVZY e Y=v'ZY
166 CÁLCULO PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO 4.6 — EXERCÍCIOS . 167
CAP. 4
Yl = 362 40,522 782 X 3,185 X 105 650 “|, = 887,492 2442 4 198,356 604º
“ Pi = 158318,59 [kW];
L = 150 000 erizséo = 488 —325,80 .
20 3200 — te LAI. Qi = 83485,17 [kVAr),
Temos | ainda: o rendimento da transmissão é:
cosh *yl = cos h(0,0481 + 30,465) = 0,8949 + 50,0215 = 0,895 eilst 153 313,59 — 135 000
7 = 100 (1 — T 158313,59 )
senh Yl = senh(0,0481 + 0,465) = 0,0429 + j0,449 = 0,451 eit4s;
logo,
n = 88,05%.
Reativo consumido pela linha:
0, = 115470 eº X 0,895 eibis 4
-s .
== 3109x10 Tim 31,09x10?
230 000
base Z: 3 2510 = 52,905 [ohm];
4 a!
b — admitindo que se deseje realizar um modelo elétrico da refe- b' 2
XL = 8,8813 -.100 = 338,13 [ohm] 17. Qual a corrente em curto-circuito no receptor e no transmissor
da linha do Exere. 15, quando a tensão no transmissor for de 380 [EV]
entre fases e qual a potência complexa trifásica absorvida?
+ = 81,09 - 10-53 X oo = 31,09 - 10º [siemens].
18. Construir um modelo elétrico da linha acima, para operar em
c — Comoo modelo funcionará com 400 [Hz], temos: 400 [Hz], com 100 [V] e 1 [A] como tensões e correntes-base.
19. Uma linha de transmissão trifásica de 345 [kV], de 500 [km] de - .
comprimento,
XL=WJL v. L aê = o = 013454 [8] um barramento
operando
de tensão
com a fregiiência de 60 [Hz],
340 [kV].
é alimentada por:
Seus parâmetros são: e
r = 0,08 [ohm/km]
A
= =22[0 0. C= = = TO = 0,01237 - 10-* [F). L 1,336 X 10º [H/km]
C = 86:10 [uF/km]
Comentário
g = 83,75 - 10º [siemens/km].
Este será um modelo unipolar de uma linha longa do tipo daqueles
que são usados nos analisadores de rede de corrente alternada para estu- Para uma potência entregue no receptor de 300 000 [kW] e cosg = 1,
dos de linhas em regime permanente. O uso de fregiiências mais elevadas determinar:
é necessário para se reduzir o tamanho físico dos componentes L e €. — corrente em módulo e argumento no receptor;
15. Uma linha de transmissão de 380/420 [kV] tem um comprimento — tensão e corrente, em módulo e argumento, no transmissor;
de 570 [km], operando com dois circuitos em paralelo, com a fregiiência
de 60 [Hz]. A impedância característica da linha (considerando os dois — ângulo de potência da linha;
circuitos operando em paralelo) é igual a: -— rendimento da linha;
— queda de tensão.
118,4 erissst
20, Calcular as constantes generalizadas para a linha do Exerc. 1.
e a sua função de propagação Yl = 0,745 e87s3º. Pelo processo exato, I — Cireuito Tee Nominal
determinar:
a — tensão e corrente no transmissor quando a linha opera com
uma potência no receptor igual a 1 200 000 [kVA] sob cosg = 0,95 (IND),
Á=1+ + = 1 + 52,19 "87. 0,8186 - 103 eso. -
sendo a tensão no transmissor de 400 [kV], entre fases;
A = 0,9919625 + j0,00170 = 0,991964 eioss2º
b — qual a tensão, corrente e potência monofásica no receptor,
quando no transmissor vigoram as seguintes condições: aos ZY
im,
B=Z(1+5—) = 52,19e"87(1 — 0,004188 + 50,00085)
U, = 222 [kV] entre fase e neutro;
B = 52,19 e7818 (0,995812 + ;0,00085)
I, =.1 700 eslzsº [A], B = 51,9714 e7812º [ohm]
e
16. Qual a tensão em vazio no receptor e qual a potência de carga
quando a linha do Exerc. 4.6.15 é alimentada de um barramento cuja
C = Y = 0,3186 - 10-1e5%0 [siemens]
tensão é de 420 [kV] entre fases? o D=Á,
Elie
172 CÁLCULO PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CAP. 4 4.6 — EXERCÍCIOS o 173
22. Determinar as constantes generalizadas da linha do Exerce. 12. 25. Qual deve ser o valor da tensão U; e da potência complexa no
transmissor, quando o sistema acima entrega no receptor 750 [IMVA] sob
Solução cosgz = 0,95 (IND) sob 380 [kV] entre fases?
26. Uma linha de transmissão de interligação de sistema, da classe
À = coshyl = 0,895 eib38
de 380/420 [kV], possui as seguintes constantes generalizadas:
B = 2. senhyl = 404,774 5º . 0,451 6/45 = 182,553 788 [ohm]
À =D = ,7363et"
B = 160,76 esto”.
. 784,5
+ A (Eq. 4.96)
29. Qual será a potência complexa transmissíve
l se a tensão no
barramento do receptor for mantida igual
Aquela do receptor e igual a
Temos: 400 [kV] entre fases na linhã do Exerce.
19?
A = 0,7363
30. Uma linha de transmissão trifásica a circuito
uma. carga de 1000 [MVA] duplo opera com
B = 160,76 cos qo = 0,8 (IND), alimentada por um bar-
ramento de 450 [kV]. Qual o valor da tensão no receptor?
4.7 — BIBLIOGRAFIA Vo NT
176 CÁLCULO PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CAP. 4
32. Qual o valor da tensão em vazio no receptor da linha descrita Potências ativas 1074,38º 1282,80º 1091,03º
no Exerce. 30 e qual o valor da corrente de curto-circuito permanente da [BIW] :
mesma, para um curto-circuito metálico no barramento do receptor? Potências reativas — 188,31º —39,68º 123,26º
DMVAR]
33. Uma linha de transmissão de 735 [kV] tem um comprimento de
Correntes nas fases 2570,39/+9,94º 3024,40/—118,30º 2587,40/113,55º
100 [km] e serve de interligação entre dois grandes sistemas que mantêm,
nos pontos de interligação, tensões constantes equilibradas e iguais a
735 [kV]. Admitindo que a linha esteja operando com 3 448 [MW] no Correntes segiiência 2709,85/1, 74º 2709,85/—118,26º | 2709,85/121,74º
receptor, determinar o vetor das potências no receptor. Determinar igual- positiva [A]
mente o vetor das correntes no receptor e as suas componentes simétricas, Correntes sequência 369,52/.22,63º | 369,52/--117,37º | 369,52/+2,63º
Admitir os cabos pára-raios isolados. Foram dadas (ver Caps. 7 e 8): negativa
- q — Matriz das impedâncias (linha trifásica equivalente sem cabos Correntes sequência 55,07/65,94º 55,07/65,94º 55,07/65,940
pára-raios): nula [A]
Zn = 0,0051264 + 70,3069234
Observação: Os resultados acima mostram o grau de desequilíbrio
Z12 = 0, 0045902 + 70,0982764 = Zo provocado pela ausência de transposições; em 100 km da linha, é bastante
Zas = 0, 0050558 + j0,0603318 = Z3 pequeno, com correntes. de sequência nula da ordem de 2% da corrente
[obm/km] na linha.
0, 0041399 + 70,2944889
NS NS
b — Matriz das admitâncias 1— VIDMAR, M. — Die Gestalt der Elektrischen Freileitung. Verlag Birkhâuser, Ba-
siléia, Suíça, 1952.
2 — Breamans, J. — Energiciibertragung auf Grosse Enifernungen. Verlag G. Braun,
= 4,219 : 10º = Voss
Karlsruhe, 1949.
8 — Srevenson, W. D. — Elements of Power System Analysis. McGraw-Hill —
= —40,784 « 10º Kogakusha, Tóquio, 1962, 2.º edição, ê
e
1
5.1 — INTRODUÇÃO
BA = Us — Zolo;
portanto:
Aplica-se às linhas homogêneas. Permite determinar graficamente a
variação das tensões e correntes ao longo das linhas através de elegante — Lo . .
construção gráfica, bascada nas cquações fundamentais dessas linhas.
BM = 7 (Uso — Zola) = As o (5.3).
pm
“
Johnson [1] apresenta o mesmo diagrama sob a denominação de Crank
Diagram e Vidmar [2], sob o nome de Diagrama de Koselj. Seu interesse b— Sepor0e M passarios a linha, OC de forma que
é primordialmente didático, servindo, no entanto, para resolver também
problemas práticos. OC = Us + Zoo logo OM = MC = 1/2 (Us + Zoly) = Àr
Retomemos as Eqs. (3.51) e (3.52), colocando-as sob a seguinte forma: ec — Com centro em M e raio AM = MB, tracemos o círeulo d'Es-
VU, = Ajet + Aseir [V] (Eq. 3.514) canglon. :
Zel.= Ajéir — Ager [A], (Eq. 3.520) d — Tracemos um outro diâmetro A'B” escolhido de forma que o
ângulo AMA! = — 28x. Será então:
sendo A, e Ad, como vimos:
A,o = Cetlade
Us+ bd q
D& = À + droits = Doi
2 OB = À; — Ápebs = Z, ei
Us = BA + Zoo
Fig. 5.1 — Diagrama dEscanglon da linha ideal,
182 PROCESSOS GRÁFICOS DE CÁLCULO CAP. 5 5.2 — DIAGRAMA D'ESCANGLON DAS CORRENTES E TENSÕES » 183
2Ba = 28 5 = am.
Udit = À + À, es (5.6)
Zl. E = Ás — Ao go Fig. 5.2 — Diagrama d'Escanglon para q linha real.
(5.7)
, Neste caso, o produto 2.1» terá argumento próprio, diferente daquele Os valores de U, e Z.l. são obtidos imprimindo-se aos vetores 04'
de 1, .0 .qual deverá ser usado no diagrama. Traçamos então os fasores e OB' a rotação +8x e multiplicando-os simultaneamente por es,
Us e 1aZ., com o ângulo (&, + 8) entre ambos, e traçamos o círculo d'Es-
canglon da forma anteriormente descrita
O diagrama d'Escanglon se presta também para a análise das linhas
(Fig. 5.9).
homogêneas operando em vazio e em curto-circuito.
» Para um comprimento de linha z[km] devemos determinar o ângulo
AMA”, de maneira que as perdas sejam incluídas, o que é possível através - C — Linha real sem carga — Para operação sem carga, temos:
“da expressão: f
1 2=0;
Agi = û eat ib)z = Ã, gaz gt2bz,
da pe çõoo Dcro —
DZ.
o — 20
ho uizya
on = VU aee
a
er (5.11)
U, Us
5 — o CP = Zd,cÃo,
o Z + js
(5.9) — Jide | dade ja to doeho, (5.12)
2 2
O centro M estará sobre 04 = Up e o círculo: passará por O e por 4,
O ponto 4 coincide com O, portanto:
Traçando A'; B',, fazendo o ângulo — 28x com Us, marcaremos:
pao den do
e
logo,
Às equações se tornam:
186 PROCESSOS GRÁFICOS DE CÁLCULO CAP. 5 5.3 — DIAGRAMAS CIRCULARES 187
' H
Ctx,.y,) º
complexas N; e N>, como também as suas duas componentes. / 1 4']4 Le
Pl
Se considerarmos que frequentemente as linhas de transmissão são . , “E
Z;0
operadas com ambas as tensões U, e U» constantes, a única variável que A o N,=:K 9%
o!
e 8 >
relativo entre as tensões U, e U, conhecido como ângulo de potência. B a8
Q
Isso significa que os valores representados pelos primeiros termos dos
segundos membros das equações permanecem constantes em módulo e
8B+o e
9
1”
fase, enquanto que os segundos termos, mesmo mantendo constantes os
.
- “e
€,
pv
9
seus módulos, podem variar de fase. Nessas condições, as extremidades
dos vetores representados pelos segundos termos do segundo membro
podem descrever círculos de raios constantes, tendo como centros as +P
extremidades dos vetores representados pelos primeiros membros.
UA
= C0.. (5.19)
B
ao
Ta = B
UiUs
(5.20) b — Se, pela origem O, traçarmos um eixo fazendo um ângulo Bs
com o eixo real +?, veremos que, entre esse eixo e OC, haverá um ân-
gulo Bp. Entre esse mesmo eixo e OC», aparecerá então o ângulo Ba
de argumento variável.
Com centro em Cu(xa, y2) e raio rs, pode-se
confirmando os argumentos
O círculo de desses vetores.
traçar o círculo de Ui: Us.» = constantes no receptor.
Na = constante é traçado com centro em O. c— Com os raios m = U,U3/B e 17 = U,Us/B e com centros em C,
e Ca, respectivamente, traçamos os círculos dos produtos U, - U, constantes
5.3.1.3 — Diagrama Completo no transmissor e no receptor. Esses círculos representam os lugares geo-
+jo /
. - QuSTA N '
euee hão /
cincuto o Ro.
no peceo TOR T+
Eigo /
DE REFERÊNCIA
Lol
Í
2
UCA
2 ctg 8)
7
B 3
cat teh
CalXao) |-ja
Fig. 5.5 — Diagrama circular das potências no receptor para Us = k. Fig. 5.6 — Diagrama circular das potências conjugado para Us = k.
190 - PROCESSOS GRÁFICOS DE CÁLCULO CAP. 5
5.3 — DIAGRAMAS CIRCULARES 191
UU,» ci)
[je
arco de círculo correspondente a 8.
Ora, o ângulo 8 é o elemento variável comum a ambas as equações
Portanto, se por €: também for traçado um eixo de referência, que cortar
esse círculo em R;, medindo a partir de R, o mesmo arco de círculo cor- -.
respondente a 8 encontraremos o ponto 81. O vetor CS, fará com o
eixo de referência o ângulo 0, representando o termo:
UjU, Fig. 5.7 — Diagramas circulares das potências com Us» = variável.
eilBB+*)
B
da Eq. (4.98). Si será, pois, o ponto de operação, no círculo do trans- B — Diagrama circular das potências para U, variável e VU; = k
missor, correspondente a S2 no receptor. OS representa a potência apa-
rente no transmissor, necessária para entregar no receptor a potência a — No círculo do receptor — Variando U, « mantendo Us constante,
aparente N.» sob cosga. as Egs. (5.17) e (5.18) se mantêm inalteradas. O raio, definido pela
Como já: descrevemos, o diagrama circular das potências tem seu Eq. (5.20), sofrerá alterações, apresentando um valor para cada valor de
emprego limitado a valores de U, e Us constantes e prefixados. U.». Poderá ser então traçada uma família de círculos com centro em
Poderemos, no entanto, completá-lo, alterando os valores de UV; e Us Ca (ver. Fig. 5.8).
individual ou simultaneamente. b — No círculo do transmissor — Ao variarmos Ui, conforme se ve-
A — Diagrama circular das potências para U, variável e Uj= k rifica pelas Eqgs. (5.13) e (5.14), encontraremos para cada valor de U;
um centro C diferente, enquanto que, para cada valor de Ui, também
a — No etrculo receptor — Variando Us e mantendo constante Us, haverá um raio r; diferente,
para cada valor de U> haverá um novo centro (> e um novo valor para
o raio ra (ver Fig. 5.7), conforme se verifica pelas Egs. (5.19) e (5.20). C — Diagrama circular das potências com U, e U, variáveis
Será possível traçar uma família de círculos não concêntricos.
b — No ctreulo do transmissor — Conforme se verifica pelas Egs. (5.15) a — No círculo do receptor — Os centros C» terão uma nova posição
e (5.16), somente os raios dos círculos €4 serão alterados. Uma família para cada valor de Us, enquanto que os valores dos raios 1 variarão
de círculos concêntricos poderá ser traçada, uma para cada valor de Us. tanto para a variação de U, como também de Ui. Para cada um dos
centros Cs, poderá, então, haver uma família de círculos.
192 PROCESSOS GRÁFICOS DE CÁLCULO CAP. 5 5.3 — DIAGRAMAS CIRCULARES 193
a — Círculo do transmissor
1 AUÍ UI.
Im] = UL CB Ss (Bs — Bo) = ATE cos (Bz — 8») pu (5.21)
B
I
pod AUÍ Ui
ln] = UÊ B Sen (Bs — BD) = A vz sem (Bs — BD) pu (5.22)
BB: .
+Poo
b — Círculo do receptor
ez
o AU Us
Fig. 5.8 — Diagrama circular das potências com Us = variável, lxz| = TU B “Ss (Bs —-Ba)=-—A VE cos (Bs—B4) pu (5.24)
B
b — No círculo de transmissor — Os centros C4 variarão de posição,
para cada valor de U,, enquanto que cs valores de r; variam tanto com
Iyal = — E
1 AU —u
U, como também com Us. Para cada centro Ci, poderá, portanto, Cp Sn (Be — Ba) = A 03 Sn (Bs — Ba) (5.25)
haver uma família de círculos, como valores varláveis. , B
ou
Não é preciso muita imaginação para se perceber que o diagrama
construído para este último caso se torna demasiadamente complicado, [ra
l=77
| — 1 UU»
08
—
/-
Us0a
5 pu. (5.26)
dado o número muito grande de círculos intervenientes.
= A construção dos diagramas circulares das potências é realizável B
com valores em grandeza real, porém, também nesse caso, devem-se pre-
- ferir valores por unidade. Uma simplificação.
de notação, a esta altura, é bastante conveniente.
Empregamos:
Escolhem-se como grandezas-base:
U
a — uma tensão-base Up [kV], que tanto poderá ser na fase ou vs - lpu U;= [UU]
entre fases, de preferência a tensão nominal do sistema;
“b — uma impedância-base Zz [ohm], que é, por conveniência, esco- U
lhida igual a B. As bases para as potências serão escolhidas de acordo; “Tg = 1 pu Uj= [Uil. (5.27
(base U)? | As coordenadas e raios dos centros dos círculos serão então
ce — base N = B = Ng; definidos
por:
194 , PROCESSOS GRÁFICOS DE CÁLCULO CAP. 5 5.3 — DIAGRAMAS CIRCULARES : 195
b — Círculo do receptor
4. quais! 1
fre) = [Ui] |Usl. : (5.204)
“ro
Os diagramas circulares das potências na forma analisada, que po-
deríamos chamar de clássica, pecam por falta de simplicidade quando
sc descja a variação simultânea das tensões no início e no fim da linha,
c deveriam limitar-se à análise de umas poucas situações. Essa desvanta-
gem levou R. D. Goodrich Jr. a idealizar sua modificação, dando-lhe
um caráter de universalidade.
e os raios dos círculos serão: Fig. 5.9 — Construção do diagrama universal das potências no receptor.
Com isso obtivemos duas famílias de círculos dê. raios iguais, dois
a dois, porém com centros C, e Cs diferentes com uma origem de coor-
denadas O, comum.
Se fizermos o centro C“, deslizar sobre o vetor 050, até coincidir
com C» (Fig. 5.9b), observaremos o seguinte:
Se associarmos os diagramas universais do transmissor e do receptor, Para determinar o triângulo das potências no transmissor, devemos
obteremos a Fig. 5.12. Haverá apenas uma família de círculos concên- proceder do seguinte modo:
tricos, cada qual com um raio:
à — marcamos o centro de operação O, A partir do eixo de refe-
rência, marcamos o ângulo de potência 6, traçamos o eixo CSy, estando o
ri= [Ui] |U. ponto de operação do transmissor na intersecção desse eixo e o círculo de
raio [UZ| |UsI;
O eixo de referência é único, passando pela origem C, enquanto que
os eixos CO; e CO, dos centros de operação, no caso dos quadripolos b — ligando O, e Si, teremos em pu o valor de Ni, cujas projeções.
gi- sobre os eixos P e Q definem P, e Q1. O ângulo q; fica determinado
métricos como as linhas de transmissão, estão também alinhados,
entre 0,8, e o eixo das potências reais. “o
Ra Finalmente, se rebatermos o 8.º e 4.º quadrantes sobre o 1.º eo 2.º
quadrantes, os semicírculos se sobreporão, enquanto que os eixos de refe-
rência e dos centros de operação do transmissor irão para o 2.º quadrante,
como na Fig. 5.18.
-je jja
£,
9 2
aa
(C
/
/
AP
Cos(Ba-pal+
Cost2B- PA)
U 22A
u,D
8
2
-Q
(AP) 9 VaUo
7 2 cosfê a senô = 0 Fig. 5.15 — Círculos de perdas constantes nos diagramas de potência.
“202 PROCESSOS GRÁFICOS DE CÁLCULO CAP. 5 5.3 — DIAGRAMAS CIRCULARES
o 203
Verificamos que as perdas mínimas ocorrem para: a — centros dos círculos: de perdas:
1-—- 8=0;
U3LDO.
cosb
2 — quando a relação dos módulos
e 1 =>— = AP, cosBe:; (5.320)
das tensões for tal que: nC2! = X BDcos(Bs — Bp)
Eq.
Podemos
(5.28) na Eq.
calcular as perdas
(4.107), obtendo:
mínimas, introduzindo os termos da Car = y = lh,
B (5.82b)
c — raio do círculo das perdas, com centro em Cy:
AP, = dd cos(Bs — 84) — mo ; (5.29)
R= VAPiAP— AP). (5.820)
designemos:
Os pontos sobre o círculo das perdas são lugares geométricos para
2 AP = constante, com U; = constante.
AP, = Datas
Representam P, e Q» para va-
(5.30) lores constantes de U, e AP,
Pontos como o ponto r, na intersecção dos círculos R com os círculos
U,Us/B, fornecem valores para P> e Q» para valores fixos de Ui, Use
Teremos, dividindo a Eq. (5.29) pela Eq. (5.30): AP...
Pontos como »” dãó a mesma informação quando o fluxo das
potências
é invertido.
a = AD cos(Bs — 8») cos (Bs — Ba) — cos? Bs (5.81a) Para a construção do diagrama, convém colocar as expressões
nas
seguintes formas:
ou
; AP AP,
Ro = AP, AP,” AP, (5.324)
AP, = AP. [AD cos(8s — 85) cos (Bs — 84) — cos?8 2]. (5.81b)
- A Eg. (4.107) também pode ser representada no diagrama circular AP,
AP, — AD cos(ôz — Bp)cos(8s — 84) — costs (5.810)
das potências. Para tanto, calculemos APi(AP — AP,), em que AP 20 .
representa as perdas em determinado regime de operação, usando as
Egs. (4.107), (5.29) e (5.81): UZ
ÁP; = —— El .
*” BDcos(Bs — Bp) 66:80)
o UicosBs / UsUs y
CaC"» = AP» cosbp. (5.320)
.
205
4 — sobre o eixo de referência marcamos C20'», calculando essa dis-
tância pela Eq. (5.320); oz]
nm
5 — admitimos uma série de valores para AP, dentro do campo
provável de variação das perdas (por exemplo: 0,01 Ps; 0,05 Ps; 0,10 Ps
etc.), calculando os valores correspondentes de R> pela Eg. (5.320);
6 — com centro em C'., traçamos os círculos de perdas com raios
calculados no item anterior;
7 — a partir de O traçamos as linhas de carga para os diversos fatores
de potência considerados;
8 — na intersecção de uma linha de carga e um círculo de tensões
(ponto de operação) passa também em círculo de perdas constantes, o
que determina as perdas naquele ponto de operação — pónto r. luy]= 1,35
0,02 Sis Thin
luj= 130
Cabem as observações que se seguem.
Por construção, temos: » o q Po s 0sN+ [Pa]
OC < Co0'; ,
0045 : ate q e ju,]
U,|:105
0,050 [03 “ /
fe lu]: 1,00
portanto, o ponto C% ficará acima do eixo das potências reais, de um
valor +Q>, como mostra a Fig. 5.15. A linha +Q> = constante (C:0% 04 Z Jus] 0,95
corta os círculos P em pontos como o ponto s, que, projetado sobre o eixo e |Uy]= 0,90
das potências, indica a potência ativa máxima (P»,) que se pode trans- | os lug: 0,85
mitir, com um valor determinado de perdas ÀP. O raio OS define o , luy]s o,8
valor da potência dessa transmissão (cos Qa;) e o círculo ras, que passa | h Jus]: ors
por s o valor de U,Us/B necessário a essa condição, como também mos- +06 ju: 0”
tra 'a Fig. 5.16. / A
AP, = B
o:
cosBz (5.300)
No= 104,2 [MvA]
Cato1985;0,783)/ [22]
Dergeme
e como:
: 2
CaC4 = AP, coss = É ,
Fig. 5.16 — Diagrama circular de perdas para Us = k de uma linha longa (Exerc. 10).
teremos
9,
+|
fêz NS Ui
4 ! o?
— 2? AP, = BAcos(Bs — BA) (5.88)
e
AP,
AP. — AD cos(8s — B4) cos(Bs — Bb) — cosBs (5.34)
i
5.4 — EXERCÍCIOS
Up: t38-[xv]
1. Uma linha de transmissão trifásica, operando em 60 [Hz] e 380 [XV]
N, 2670 [MW] no receptor, possui as seguintes características:
1 = 569 [km];
Z. = 236,76 — 59,6 [ohm]:
|cato,2045,0,97891)
- [92]
Yyl = 0,03125 + j0,744.
Através do diagrama d'Escanglon, determinar:
Fig. 5.17 — Diagrama circular de perdas para Us = k de uma linha curtia (Exerce. 11). | a — tensão g corrente no transmissor para operação com carga,
sendo: No = 500 [MVA]; cosde = 0,8 IND);
Por um procedimento semelhante, no qual é considerado constante, b — tensão e corrente no transmissor para operação em vazio;
um círculo de perdas AP constante no diagrama do transmissor pode ser c — tensão e corrente no transmissor, em operação em curto-circuito,
obtido. As equações de construção são as seguintes: com corrente de curto-circuito igual a 1 pu;
208 PROCESSOS GRÁFICOS DE CÁLCULO CAP. 5 5.4 — EXERCICIOS 209
b — em vazio: Uyw= 161,5e% [kV] a — tensão U, e os ângulos de potência 0, quando a linha opera
com a carga de 1000 IMVAI], cosga = 0,8 (IND);
Lo = 684e802º [A]: -b — idem, porém com cosga = 0,9 (IND);
c — idem, porém com cosgs = 1,0.
e — em curto-circuito: Ur, = 128 el [kV] ;
Solução
he = 516e2º TA], O diagrama circular das potências correspondentes pode ser cons- A
truído tanto para valores em verdadeira grandeza como para valores por
o que indica um razoável grau de precisão: unidade. Escolhemos valores por unidade.
Seja:
2. Através dos diagramas d'Escanglon, determinar Us, Ty Ui, Ty,
Vc 6 Tio Pr Pio, Pi, O e O, para uma linha homogênea com as seguin-
tes características: [UB] = 400 [kV];
9g=0 Ne o= UP
B (40?
“80,38 O 1990 [MW].
na,
o
>
a
jual us! 0,9, 9 e Ç de
100 [MW] e cos = 0,9, determinar q, 0, P, e Q1. Empregar
sistema
al 0,873 sz2 por unidades.
juzllutos 1/4
5 Quais as potências N,, P; e Q1, bem como os fatores de potência
no transmissor da linha do problema anterior, calculadas pelo diagrama
circular (clássico) das potências?
cos Po:1
6 E [pu]
Solução
Sobre os eixos dos fatores de potência marcamos: Ta”! = DI[Ui] cos(8z — Bp) =
cur = 0,7363 [0,992] cos(86,715-1,65) = 0,0538
q” = D [Ui] sen(Bs — Bp) ='
= 0,7363 [0,92]? sen(86,715-1,65) = 0,622
para encontrar os pontos de operação Si, 8 e Ss, cujas projeções sobre
os eixos P e jQ nos dão os valores em pu P,, Py e P;, bem como Qo!, Os pontos de operação das três condições
Qo” e Qo”. de carga devem estar sobre
os círculos: - “o
214 PROCESSOS GRÁFICOS DE CÁLCULO CAP, 5 5.4 — EXERCICIOS 215
"= [UZ |U.| = 1,072; No diagrama da Fig. 5.19 lemos os seguintes valores.
N
o
Ni = 0,480 Ni = 0,430 - 1990 = 855 [MVA]
LUZ] [Us] = 1,022;
po
H
INi| = 0,485 Nh 0,485 - 1990 = 970 [MVA]
ri= [Ui Us] = 0,878.
INT = 0,485 Ma 2 0,548 1990 =1 090 [M VA]
m—«
[Pi = 0,428 0,423 - 1990 = 842 [MW]
0,874
3 =
= 0,92;
Ui] 0,95
logo,
=
Coe foz!
COj= A [UZ|? = 0,7363 [1,072] = 0,848
À
N N
Coi= A |Uil?= 0,7363/0,92]º = 0,624.
Traçamos por C os ângulos 84, 8» e 05, localizando os pontos de ope-
ração no transmissor. 81, Si, Si, sobre os círculos que passam respectiva-
mente por S,, 83 e 8%. Ligando Oi e Si, encontraremos Ni; ligando 0%
e 83, teremos N?, e ligando 0% e S%,. encontraremos N3.
[Nil = 0,430 pu .. Ni=0,480:1 990 = 855 [MVA]
INi| = 0,490 pu .. Ni=0,490:-1990= 975 [MVA]
INTL = 0,550 pu .. Ni=0,550-199 = 1092 [MVA].
Fig. 5.20 — Solução do Exerc. 6.
Igualmente:
Traçamos os eixos dos fatores de potência cos4i IPil = 0,425 pu .. Pi=0,425:1990= 845 [MW]
sobre estes marcamos, , cosgã e cosgi e
a partir de C: IPil =0,480 pu .'. Pi=0,480:1990= 955 [MW]
1 000 [P$| = 0,588 pu .. Pi= 0,538 - 1990 = 1070 [MW]
Pu:
= To = 0,51 pu
cosqi 0,987
E 1 q?
encontrando os pontos Si, Sê e Sê, a
que estão cosp? = 0,980
sobre os círculos de raios:
A = 108; rê= 1,080 e 13 = 0,88 cosdi = 0,977
IQil = 0,08 pu (cap) Qi = 0,08 - 1990 = 159 [MVAr]
IQil = 0,09 pu (cap) Qi = 0,09 - 1990 = 179 [MVAr]
mi = 1075
[Ui] = 095 — b132 [Qi = 1,10 pu (cap) .'. Q8=1,10-1990 = 219 IMVAr]
O = 22º
1,020 Oo = 26,3º
il02) == bO20
os =À LO72 O = 87,4º.
218 PROCESSOS GRÁFICOS DE CÁLCULO CAP. 5
5.4 — EXERCÍCIOS .219
Il
das escalas.
Empregando como bases:
H
em 210 [kV]. Qual a potência ativa e o fator de potência que podem
ser recebidos no receptor nessas condições? = [1]? - 0,895 - sen77,2º = 0,873
0 = og»,
9, Se a linha acima fosse operada com 230 [kV]. no [0Co] = [Ua|?4 = |1|2- 0,895 = 0,895.
receptor, qual
"a potência ativa que poderia ser recebida pelo receptor?
Os raios dos círculos no receptor serão:
10. A linha de transmissão do Exerc. 4 será operada com
à tensão ral = [Ui] |U,| = |Ui| para [U,| = 1 = constante.
constante no receptor igual a 138 [kV], com diversos fatores
de potência
ho receptor. Deseja-se saber:
Traçaremos uma família de círculos para:
o a —a variação do valor da tensão no transmissor, em re = 0,75; 0,80; 0,85; 0,90; 0,95; 1,00; 1,05; 1,10; 1,15; 1,20; 1,25 pu.
função da po-
tência ativa da carga, com esses fatores de potência;
Traçaremos os lugares geométricos das potências aparentes de mesmo
b — a variação das perdas na transmissão, em função da potência fator de potência na forma das retas que irradiam de O, para cosd; =
ativa do receptor para os fatores de potência especifitados. = 0,80;0,85;0,90:0,95 indutivos e capacitivos, bem como para cosg = 1,00,
que coincide com o eixo das potências ativas. Suas intersecções com
Solução os círeulos das potências no receptor definem as potências aparentes trans-
missíveis sob cada. um dos fatores de potências e relações de tensões.
Uma análise desse tipo muito bem poderia ser realizada analiticamente,
como também por qualquer dos processos gráficos apresentados. - No diagrama circular das potências, obtemos os valores de |P;i em
Reco- função de [Ui] |Us! e cosga, que levamos ao gráfico da Fig. 64. O dia-
ne
220 PROCESSOS GRÁFICOS DE CÁLCULO CAP. 5
| IRo] = |AP+|
|AP| JAP]
[AP AP]
[ÃP,| AP,
AP, = AD cos(8z — 84) cos(8p — BD) — costa:
sselaer Bookstores, Troy, Nova Iorque, 1969. Vol. 1. do necessário ferramental matemático para podermos realizar estudos
6 — Poroxsaporr, M. — The Escanglon Diagram for Voltage and Current along Trans-
quantitativos do desempenho das linhas de transmissão como elementos
mission Line. IEEE, Spectrum, fev. 1971. dos sistemas elétricos.
7 — Cmarman, R. À. — Transmission Line. McGraw-Hill, Nova Iorque, 1968, série
Neste capítulo, preocupar-nos-emos com seu desempenho em ope-
Schaum's, ração em regime permanente, dentro dos vários esquemas básicos em que
8 — DaLta VERDE, À. — Le Grandi Linee di Transmissione
são encontradas nos sistemas elétricos comerciais. Estudaremos também
d'Energia. — Calcula- as influências
zione Electrica. Cesare Tamburine, Milano, 1947. das características dos sistemas alimentados, bem como de
sua adaptação a um desempenho desejado através da alteração de seus
9 — Srevenson, W. D. — Elemenis of Power System Analysis. MaGraw-Hill — Ko- parâmetros elétricos, ou compensação, .
gakusha, Tóquio. Reimpressão da edição de 1962.
10 — Goopricx, Tr., R. W. — A Universal Power Circle Diagram. AIEE — Tran-
sactions, Nova Iorque, 1951. Vol. 70, Parte III, págs. 2 042 a 2 049.
6.2 — MODO DE OPERAÇÃO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO
Dentro dos sistemas elétricos, de acordo com a função específica que
lhes é reservada como elemento básico para o transporte de energia elé-
trica, as linhas de transmissão podem ser operadas em vários' esquemas
básicos distintos. Estes, bem como as características do transporte de
energia em cada um deles, serão examinados a seguir.
Os receptores das linhas de transmissão constituem-se normalmente
de sistemas elétricos que podem compor-se de:
a — sistemas de cargas passivas;
b — sistemas que, além de cargas passivas, contêm fontes de energia
com capacidade igual ou maior do que a do sistema alimentador.
222 “OPERAÇÃO DAS LINHAS CAP. 6
6.2 - MODO DE OPERAÇÃO DAS LINHAS » 222
É uma das formas clássicas de operação das linhas para efeito de es-
tudos. Na prática, encontra-se, geralmente, apenas em sistemas em es-
tágios iniciais de desenvolvimento. No Brasil, constitui uma notável
exceção o sistema da CHESF, no qual, neste momento, a partir da Usina
Hidroelétrica de Paulo Afonso, linhas com centenas de quilômetros de
comprimento demandam as zonas de consumo do Nordeste brasileiro
(Fig. 6.1).
Neste tipo de transmissão, cabe à central alimentadora a manuten-
ção da freqiiência do sistema. Às linhas de transmissão cabe o trans-
porte da energia ativa produzida na central alimentadora, cuja capacidade:
limita o valor da potência ativa disponível no transmissor da linha. Ela BAHIA
- deverá ser suficiente para atender às demandas do sistema receptor, cuja
"capacidade de absorção de energia é limitada por suas características
peculiares, como também para suprir as perdas de energia ativa na trans-
missão.
Em sistemas pequenos, geralmente, também cabe à central geradora
o suprimento de energia reativa necessária ao sistema alimentado e à
linha do transmissão. Nos sistemas maiores, a energia reativa necessária
ao sistema alimentado é, em geral, produzida junto “ko mesmo, evitando-se
seu transporte através das linhas, pois este, além de perdas adicionais de
energia, pode ainda trazer problemas de regulação de tensão. Esse fato
é claramente visível na Fig. 6.2, na qual estão reproduzidas as curvas de
regulação de uma linha de 138 [kV]. Estas nos mostram que, por exemrlo,
Fig. 6.1 — Sistema da Cia. Hidroelétrica de São Francisco (CHESF).
224 OPERAÇÃO DAS LINHAS CAP. 6 6.2 —- MODO DE OPERAÇÃO DAS LINHAS - - 225
.
LIMITE TERMICO DO CONDUTOR (%) missão. Verifica-se claramente o aumento das perdas com o aumento
25 50 100 200 300 400 soo [Mw] de energia reativa entregue ao transmissor.
ju So
135
a)cuRVAS Uj=
( Fa] Cos f2)] S4 a ur[Kv] q
Po [MW]
1,30
juil uixv]
1 178,0 a)cu Ss U=r( Pai
1,25 PARA Up= 179
1,20 1722 -
1,20 72,2
1415 165,5
1 165,5
110 152 o 152
138
100 138 100
.9s 131
0,95 13
124
90
0,80 124
85 n7,2
Fig. 6.2 — Variação das tensões no transmissor para tensão constante no receptor de uma Fig. 64 — Variação da tensão no transmissor para tensão constante no receptor de uma
linha curta, linha longa.
0,008
5
0,007 2,605
0,006 4
0,005 2,084
3
0,004
Up: 138 E
0,00 up= 138[kv] 2 0.015 Np5 104,2 [MW 1.563
Np= 670[Mw] Po|= 000981
0,002 aPç= 0
8 Po: 1,02
1
9,001
0,005 1,042
Pp Pa o ol o os [Pa]
o 01
Fig. 6.3 — Variação das perdas em função da variação da energia reativa no receptor Fig. 6.5 — Variação das perdas em junção da variação da energia relativa no receptor
de uma linha longa. .
” de uma linha curta.
226
OPERAÇÃO DAS LINHAS CAP. 6 6.2 —- MODO DE OPERAÇÃO DAS LINHAS 227
E
62,52
79,94
s210
o o -— na
o q » 4 Po [MW]
c — nas linhas longas, a regulação de tensão e as perdas
são, em geral, os fatores limitantes em sua capaci
de potência Uz
dade de transmissão, en- luz
quanto que, nas linhas curtas, o aquecimento dos Kv]
condutores, causado pela 110 -
corrente transportada, pode ser o fator limitan 151,8
te principal (ver Item 6.6).
1,00
138,0
6.2.1.1 — Operação Com Tensão Constante no 124,2
Transmissor
o,8 K
uo,2
Admitamos que a central que alimenta o sistema
tensão mantenha
“constante junto ao transmissor, ou que o sistem
a seja alimentado por um os
barramento de um grande sistema, capaz de aí s2,8
manter a tensão constante,
como pode ocorrer em casos de linhas radiais de subtransmissão. 0,5
forme vimos no Cap. 4, a equação U; = f(No, Con-
U:) admite quatro raízes. 0,4
Esse fator é reconhecível na Fig. 6.6, que aprese
nta as curvas de regulação U,= 138 [kV]
de uma linha longa operada nessas condições.“
9.3 Np= 104,2 [Mva]
Observamos: “a 0,2
+0,9
O ponto de equilíbrio ocorre com um valor de U, para o qual a linha trans- 6.3— MEIOS DE CONTROLAR TENSÕES E ÂNGULOS DE
fere para o transmissor o reativo recebido no receptor (ponto 4 na Fig. 6.8), UMA LINHA. COMPENSAÇÃO DAS LINHAS
quando a linha não gera e não absorve reativo. :
Conforme vimos nog itens anteriores, o transporte de energia através
de uma linha de transmissão depende da diferença em módulo e fase, das
6.2.3 — Linha de Interligação de Sistemas tensões no transmissor e no receptor. Depende, outrossim, das caracte-
rísticas das linhas e das cargas alimentadas. Atuando sobre qualquer
desses elementos, alteraremos suas condições de funcionamento. Nas
Neste caso, a central é substituída por um novo sistema, de caracte- linhas de transmissão ou subtransmissão radiais, que alimentam cargas
rísticas semelhantes às do sistema alimentado. As tensões, nos. pontos passivas, é, em geral, relativamente simples a regulação das tensões, den-
de interligação, podem ser consideradas constantes e ambos os sistemas tro de limites razoáveis. Assim, por exemplo, se uma linha é alimentada
possuem características de sistemas infinitos. Ambos podem absorver ou por uma central elétrica e tem características tais que a variação de tensão
fornecer energia ativa e reativa e a linha poderá transportar energia em, em seu receptor é relativamente pequena, os reguladores automáticos de
ambos os sentidos. tensão dos geradores podem regular a tensão no transmissor, dentro de
O fluxo- das potências ativas poderá ser controlado através de um pequenos limites, de forma a manter a variação da tensão junto do re-
controle diferenciado das gerações em cada um dos sistemas interligados. ceptor dentro de limites razoáveis. Para tanto, eles devem ser equipados
O sistema fornecedor atuará sobre as máquinas primárias, em uma ou em com controles baseados nas potências ou nas correntes transmitidas. Nas
várias de suas centrais, aumentando a sua potência, enquanto que o sis- linhas de subtransmissão, essa compensação se realiza nos próprios trans-
tema receptor manterá sua geração constante, durante um aumento de formadores elevadores, equipados com comutadores automáticos sob
sua própria demanda ou, em caso de demanda constante, reduzirá a gera- carga, ou através de reguladores indutivos de tensão. A regulação de
ção própria. tensão, nelas, é obtida pela variação do fator de potência no receptor,
O fluxo das potências reativas será controlado através do controle das como também pela alteração dos parâmetros das linhas. Nas linhas que
tensões nos transmissores e receptores. Esse controle poderá ser realizado interligam centrais com sistemas contendo geração, ou linhas de interliga-
de várias maneiras, como, por exemplo, através de transformadores regu- ção de sistemas, ou mesmo de interligação entre pontos de um sistema,
ladores de tensão junto aos terminais da linha. a regulação das tensões está, em geral, associada também à regulação das
Uma vez que a geração de energia reativa próxima aos locais de uso potências. Examinaremos inicialmente a influência dos meios externos de
é mais econômica do que sua geração remota e consequente transporte regulação e, em seguida, a influência naa modificação dos parâmetros das
por linhas de transmissão, esse tipo de linha deve operar, como em geral linhas.
o faz, com fator de potência unitário no receptor.
6.3.1 — Regulação do Fator de Potência
6.2.4 — Linha de Interligação Entre Dois Pontos de um Mesmo Vimos, ao analisar a operação das linhas que alimentam cargas pas-
Sistema sivas, que o seu desempenho elétrico, ou seja, sua regulação e seu rendi-
mento dependem grandemente do fator de potência do sistema Teceptor,
dependência essa que se torna mais marcante quanto mais longaé a linha.
São linhas que normalmente se destinam a aumentar a segurança e a Dependendo do valor da potência ativa a ser entregue no receptor,
- flexibilidade de operação de um sistema, facilitando a circulação das po- a linha poderá ou não dispor de reativo suficiente para não só atender à
tências e melhorando a sua regulação geral. Através de criteriosa escolha demanda desse tipo de energia pelo sistema alimentado, como também
dessas interligações, pode-se conseguir o fluxo ótimo das potências. O para consumo próprio, necessário para manter o valor de tensão desejada
projeto de uma linha de interligação deve ser precedido de um estudo geral no receptor. Poderá, outrossim, dispor de excosso de reativo, obrigan-
do sistema (estudo de fluxos de carga) que estabeleça as condições de ope- do-a a manter tensões indesejavelmente altas junto ao receptor. O trans-
ração da linha mais conveniente, como também os pontos mais indicados porte de reativos pela linha, por outro lado, dá origem a correntes mais
a serem interligados. Nesse tipo de linha, as tensões nos pontos de inter- elevadas, portanto a maiores perdas de energia,
ligação variam de acordo com as condições de carga no sistema e os ân- A necessidade do controle das potências reativas junto aos recepto-
gulos de potência são função do próprio sistema. Transformadores regu- res é, pois, de importância primordial nesse tipo de transmissãc. As em-
ladores de tensão e de fase podem ser empregados para regular os fluxos presas concessionárias, dentro de certos limites, usam mesmo de medidas
de potências ativas e reativas nessas linhas. coercitivas contra consumidores cujos fatores de potência são considerados
234 OPERAÇÃO DAS LINHAS CAP. 6 6.3 — MEIOS DE CONTROLAR TENSÕES E ÂNGULOS , A
235
baixos, empregando tarifas diversificadas. Essas tarifas são fixadas magnéticas e mecânicas.
de Aumentando-se a excitação, a máquina passa
forma, a compensar quaisquer investimentos que o consumi a fornecer energia reativa, que vem a possuir
dor venha a em excesso em seu sistema
ter que fazer para reduzir suas necessidades de energia reativa. de excitação. Nessas condições, comporta-se como se fosse um capacitor,
Nos receptores das linhas, por outro lado, os problemas podem donde a denominação usual de condensadores síncronos. no
ser de
dois tipos: necessidade de geração de reativo para o sistema Reduzindo-se a excitação a um.valor 1. < OA, a energia magnética
alimentado,
e eventualmente para a linha, bem como de absorção do excesso torna-se insuficiente para o seu funcionamento, pelo que, então, absorve
de ener-
gia reativa da linha. Para tanto, equipamento adequado deverá. ser ins- da rede a diferença de energia necessária, passando a se comportar como
talado junto aos terminais das linhas. Em outras palavras, é necessário um reator indutivo. Nessas condições, um simples ajuste no valor da .-
que haja compensação de energia reativa junto aos terminai corrente de excitação da máquina que se encontra junto ao receptor da
s das linhas.
. Há, basicamente, dois tipos de equipamento de compensação:
rota-
linha permite regular o fluxo da potência reativa na linha, entre regimes
tivos e estáticos. Os primeiros são construídos principalmente por mo- de operação em vazio 1. = OD e plena carga (1, = 05). º
tores síncronos, enquanto que, os segundos, por bancos Os compensadores síncronos possuem ainda uma outra propriedade
de capacitores
e reatores indutivos, associados ou separados. importante, que é a sua capacidade de auto-regulação: admitamos que a
4 — Compensadores Sincronos — São motores síncronos de constru- máquina esteja operando com a excitação OB e tensão U, e que a tensão
ção especial para essa finalidade. seja reduzida para 0,9 U,. Imediatamente, passa a fornecer uma po-
Não fornecem, ordinariamente, po- tência reativa BC”, o que provoca uma redução na queda de tensão na
'tências mecânicas em seus eixos. Representam, sem dúvida nenhuma,
a forma mais eficiente para a realização da compensação do fator linha e um aumento na tensão terminal da máquina, reduzindo novamente
de po- a potência reativa, vindo a se estabelecero equilíbrio entre BC e BC".
tência, apesar de seu custo relativamente elevado. Seu funcionamento
baseia-se Também se a máquina estiver funcionando com a excitação OD, ela es-
na conhecida propriedade dos motores síncronos, de absorver
energia reativa ou de fornecer esse mesmo tipo de energia ao sistema a tará absorvendo a potência reativa DE. Se a tensão diminuir para 0,9 Us,
que haverá uma redução na queda de tensão, o que virá aumentar novamente
estão ligados, dependendo do seu grau de excitação.
a tensão nos terminais da máquina, encontrando-se um ponto de equili-
brio com a potência reativa entre OE e OF”.
- Os modernos compensadores síncronos são construídos com o máximo
requinte a fim de que seu rendimento seja o mais alto possível, hoje em
torno de 99%, quando refrigerados a hidrogênio em circuito fechado.
Podem ser construídos com potências individuais superiores a 500 MW.
-B — Compensadores Estáticos — De custo inferior, são bastante
utilizados, apesar de apresentarem algumas desvantagens com relação à
máquina síncrona, principalmente devido ao fato de que equipamentos
diferentes são necessários para a produção ou absorção de energia reativa.
a — Capacitores estáticos ligados em derivação — Têm a capacidade
de gerar energia reativa de cuja falta o sistema se ressente. São larga-
mente usados em todos os níveis dos sistemas elétricos, pois os benefícios
de sua presença são numerosos. Para efeito de regulação do fator de
potência das linhas de: transmissão, devem ser instalados junto ao seu
receptor, empregando-se para isso, em geral, transformadores abaixadores
com terciários, se as tensões primárias e secundárias forem muito elevadas.
A fim de se obter a capacidade necessária e para que operem sob deter-
minadas tensões, é necessária a formação de bancos de capacitores, por
g associação série-paralelo.
Fig. 6.9 — Característica O = J(I,) de um condensador síncrono. A potência reativa instalada não deve ser constante, pois a compen-
- Sação necessária varia, como vimos, com a carga. Daí sér preciso dividir
Como mostra a Fig. 6.9, 04 é o valor da corrente de excitação para "a capacidade necessária para a compensação, quando a linha opera em
o funcionamento de um motor sínerono em vazio, quando ele absorve cargas menores. A capacidade total dos bancos é subdividida em blocos,
exclusivamente potência ativa para cobrir suas perdas internas elétricas, “que podem ser colocados e retirados de serviço independentemente, au-
OPERAÇÃO DAS LINHAS CAP. 6 6.4 — COMPENSAÇÃO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO Vo 237
236 .
L= 4Xc— |+ | [A], (6.1) . Nos capítulos e itens anteriores, verificamos que em uma determinada
Xz Xz
linha de transmissão, com seus parâmetros elétricos fixos e definidos
equipamentos vários podem ser usados para regular os fluxos das potências
na qual U [V] é a tensão fase e neutro; ativas e reativas e as relações entre as tensões terminais. O elemento
sendo
Xc [ohm] é reatância capacitiva por fase do estágio que está
aparentemente menos flexível é a própria linha, cujos parâmetros são
função de suas características físicas, rígidas para uma determinada, cons-
ligado ; trução. . Sua alteração seria, evidentemente, um meio de reduzir e mesmo
“ Xy [ohm] é reatância indutiva interposta entre as fontes e os capa- anular certos efeitos indesejáveis em sua operação. Estes, como vimos,
citores. são tão mais acentuados quanto maior o seu comprimento, como, por
o valor inicial exemplo, o efeito Ferranti ou as excessivas quedas de tensão em regime
Ao serem energizados sucessivamente outros estágios, de cargas elevadas.
pela carga instant ânea dos ca-
da corrente é determinado principalmente
ram em serviço, a qual se sobrepõ e àquela oTi- Felizmente, para a técnica das transmissões a longa distância, sem
pacitores que já se encont
Os disjuntores que entram em serviço sucessi vamente alterarmos as características físicas das linhas, possuímos meios para al-
ginária do sistema.
o que deve
são cada vez mais solicitados, sendo aquele que liga O último e des-
terar suas características de transmissão, atuando sobre o seu circuito
Se os capacitores estiverem completament elétrico. Nessas condições, é possível neutralizar o efeito do excesso de
ligar a maior corrente.
máximo da corrente poderá ser calculado pela ex- reatância capacitiva, ou o excesso de reatância indutiva, ou mesmo ambos.
carrega dos, o valor
pressão [1]: Também é possível alterar artificialmente o comprimento elétrico da Ii-
nha. O grau de compensação em cada um dos casos é, antes de tudo, um
º Inéx = 12V2U VXolX [A). | (6.2) problema técnico-econômico, e como tal deve ser encarado.
238 OPERAÇÃO DAS LINHAS CAP. 6 6.4 — COMPENSAÇÃO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO ”
. 239
k — As .
— -. [siemens/fase), (6.4b)
Bi:
b—a!
y" = = H .
sen Bs — a cos 8» [siemens/fase)« (6.5) Uz
= Uso
que a potência natural é diretamente proporcional ao quadrado. da tensão A aplicação dos capacitores-série apresenta ainda algumas dificul-
e inversamente proporcional à impedância natural. A reatância indu- dades e também inconvenientes, dentre os quais vale a pena mencionar:
tiva de uma linha compensada com capacitores-série será menor do que
aquela de uma linha não compensada, exatamente de valor igual à reatân- a — os capacitores-série são normalmente solicitados por uma dife-
cia dos capacitores de compensação. Sua indutância decresce na mesma rença de potencial equivalente à queda de tensão que a corrente da linha
proporção; a impedância natural, consequentemente, também é bem me- provoca ao atravessá-los (1; - Xe). Ela representa apenas alguns por-
nor, o que faz com que a potência natural aumente. Um aumento desta, centos da tensão de operação entre fase e neutro da linha. Ao ocor-
para uma mesma distância de transmissão, traz um aumento na potência rer, porém, um curto-circuito no sistema, a corrente de falta que poderá
transmissível com mesmo ângulo 8. fluir na linha poderá alcançar valores muito elevados, provocando dife-
renças de potencial muito elevadas nos terminais dos capacitores. Não
é econômico projetar o isolamento e o dielétrico dos capacitores para
o
o
tensões dessa ordem, pois o preço dos capacitores aumenta com o quadrado
aaa
md,
p=
aeee
“da tensão, o que obriga a procura de soluções mais econômicas e, ao
a.
mesmo tempo, igualmente eficientes. Tem sido empregado com relati-
vo Sucesso o esquema de proteção esquematizado na Fig. 6.15. Um cen-
telhador para descarregar com uma tensão inferior à .de isolamento do
capacitor é colocado em paralelo com o mesmo e dá passagem à corrente
de curto-circuito, tão logo a tensão através dos terminais atinja o valor
suficiente.
“
Ice 2 1 *ee 1
: ce
Hi
b Te
N / Ice
o pm
- Ice
cr
ma descrito atue, curto-circuitando por pouco tempo o capacito Um e outro processo possuem seus defensores. Essas técnicas podem pro-
r. Após
seu religamento, não reaparecem. Os subarmônicos assim gerados var ser bastante úteis no Brasil em um futuro não muito remoto, pois
refle-
tem-se sobre os geradores, nos quais podem criar oscilações subsíncr poderão permitir a transmissão, de ponto a ponto, da energia que poderá
onas,
com ressonâncias-série entre O e 60 Hz, criando torques oscilant - ser produzida na região amazônica, cujo potencial é enorme.
es e vi-
brações torsionais que podem, eventualmente, conduzir a
danos mecâni-
cos das máquinas [9], como também, sob certas condições,
mm
comprometer
a estabilidade do sistema [8, 9]. 6.5.1 — Linha com Compensação Total
c— À presença de capacitores-série nos terminais das linhas egui- Se compensarmos toda a reatância indutiva por meio de capacitores-
padas com compensadores síncronos pode apresentar alguns problemas
com oscilações permanentes em torno da velocidade síncrona -série da forma indicada no Item 6.4.2 e toda a reatância capacitiva por
, principal- reatores indutivos em derivação, a linha se comportará como um cireuito
mente se a relação resistência/reatância da linha for elevada
(nas linhas resistivo, possuindo resistência-série e resistência em derivação. A queda
modernas, é em geral em torno de 1/8 ou 1/10, não causando maiores
pro- de tensão em módulo será função da corrente na linha e do valor de sua
blemas). Em linhas parcialmente compensadas, o fenômeno de hunting resistência, e sua fase dependerá exclusivamente do fator de potência do
pode ocorrer.
receptor da linha.
d — Dificuldades em conseguir uma coordenação da proteção efi-
ciente das linhas.
Xce Xcc
e — O custo de instalação dos capacitores-série é bastante elevado /0 vw lg 1
polá | syU
que tem ainda limitado o seu emprego. A pequena. diferença de poten-
cial entre seus: terminais, que se encontram no mesmo potencial dos
con-
dutores da linha, exige um nível de isolamento compatível. Dessa forma, Xe Xe
cada grupo monofásico de capacitores é montado sobre plataformas iso-
ladas do solo e entre si, o que acarreta certos problemas com relação
ao
suprimento de energia para o equipamento de proteção e disjuntor q) .
es.
Uz
6.5 — VARIAÇÃO. ARTIFICIAL DO COMPRIMENTO DAS
LINHAS
Us
No Cap. 3 estudamos a influência do comprimento das linhas sobre I>
o seu desempenho, tendo verificado que as piores condições ocorrem
quando
as linhas alcançam comprimentos próximos ao comprimento Fig. 6.16 — Linha compensada: a) circuito equivalente; b) diagrama vetorial.
de 1/4 de
onda, melhorando a seguir, para se comportarem de maneira ótima
ao
atingirem comprimento equivalente ao comprimento de meia Na Fig. 6.16 está indicado o seu cireuito unipolar e o diagrama vetorial
onda. As
linhas em 60 [Hz], cujo comprimento de onda é de cerca de 4 800 [km], “correspondente. Neste caso, a linha' não nécessita de energia reativa,
hoje já alcançam, em algumas partes do mundo, valores bem próximos exceto durante o transitório de energização.
a 1/4
de onda, enquanto que se vislumbra a possibilidade de umas poucas linhas
Em geral, não se visa à compensação total, contentando-se com com-
chegarem a um meio comprimento de onda, apesar da competitividade da
pensação parcial, com o objetivo de assegurar condições ótimas de funcio-
transmissão em corrente contínua para a transmissão de grandes blocos namento, tanto sob o ponto de vista da estabilidade do sistema, como da
de energia a distâncias acima de 700 [km].
regulação de tensões, como de potências reativas. - Em um trabalho [5]
Admitindo, entretanto, a possibilidade da conveniência da constru- publicado em 1962, o problema técnico-econômico da, compensação das
ção de linhas com mais de 1/5 de comprimento de onda, a possibilidade linhas extralongas, que se tornou uma referência clássica sobre o assunto,
de alterar o seu comprimento artificialmente é também economicamente foi muito bem exposto.
viável, como mostraram vários estudos. Verificam-se duas possibilidades:
seu encurtamento, pela compensação integral dos elementos Nesse artigo, os autores verificaram, entre outras coisas, o seguinte:
reativos,
reduzindo-se a um circuito resistivo, ou seu prolongamento no sentido a — o esquema de secção de compensação que melhores resultados
de
seu comprimento elétrico se tornar equivalente a uma linha de meia onda. econômicos apresentou é a secção Pi (Fig. 6.17);
248 . OPERAÇÃO DAS LINHAS CAP. 6 6.5 —- VARIAÇÃO ARTIFICIAL DO COMPRIMENTO 249
b — o custo total do transporte da energia praticamente não é afe- a — o efeito Ferranti desaparece de seu receptor;
tado pelo número de secções intermediárias de compensação, sendo o seu b — a corrente de carga da linha é pequena, desaparecendo também
número ditado mais por considerações sobre os valores das tensões em o problema da auto-excitação dos geradores.
pontos ao longo da linha. Sua distribuição uniforme é a mais conve-
niente; Além desses efeitos favoráveis, devemos acrescentar ainda o não
menos importante fato de que o ângulo 8, nas linhas de meia onda, atinge
180º, o que, sob o ponto de vista de estabilidade, equivale a um ângulo
+ Xce + 2 B Cc õpD -
de 0º, como se verifica em estudos de estabilidade de sistemas.
ee f | o
u U2 Nessas condições, pelo que se refére à transmissão a distância muito
grande (em torno de 1/4 de comprimento de onda) em tensões extra-ele- -
L
vadas, a transmissão em meia onda abre novas perspectivas para a trans-
x
Ss o 9 missão em CA, .em sua competição com a transmissão em CC. -
* x
O aumento artificial do comprimento elétrico das linhas pode ser feito
de duas maneiras.
Conforme vimos no Cap. 3, para uma linha ideal:
Fig. 6.17 — Esquema II de compensação total.
À = of [mi];
c — a compensação-série mais conveniente é da ordem de 80% ou por sua vez,
mais. Nessas condições, o valor da potência ativa mais econômico em
uma linha é praticamente independente do seu comprimento, sendo
tado mais pelo valor do ângulo 8, por considerações de estabilidade;
limi- v=—>
VLC
[em];
d— o grau de compensação em derivação é ditado por problemas de
regulação das tensões e pelo isolamento das linhas. portanto,
8 = 81 frad]
ou
Fig. 6.18 — Linha compensada em meia onda.
0 = 57,881 [graus]; (6.16) Para calcular o valor da compensação total necessária, devemos co-'
como: nhecer o comprimento elétrico da linha compensada para um valor pre-
estabelecido de 9. Da Eq. (6.16) obtemos:
B=Imtvya) = TO, 9
k = 27
5730; Ueml. 6.17
(6.17)
logo,
PORCENTO
Verificações em analisadores de circuitos mostram também que, por
ocasião da ocorrência de faltas, as correntes de curto-circuito e sobreten-
G
no
sões estão dentro de limites considerados normais. Sua estabilidade
o
dinâmica é também muito boa.
EM
v
o
Estudos econômicos comparativos mostraram que, para comprimen-
REMANESCENTE
tos de 1 450 [km] (aproximadamente 900 milhas) ou maiores, a transfor-
e
q
mação da linha em linha de meia onda é mais econômica do que a sua
o
o
compensação por capacitores-série e reatores em derivação (6).
[E
sq
RESISTÊNCIA
6.6 — LIMITES TÉRMICOS DE CAPACIDADE DE TRANSPORTE
Wu
o
o
o
Como veremos no próximo capítulo, as secções dos cabos condutores
dc custo da 2 3 0.S6789 2 3456789 2 SA4SGI89 2 3 4.56789 2 .3 4.556.789
são fixadas normalmente, através de um equacionamento 1 10 100 1000 10000
instalação, dimensionada para operação nas condições desejadas e as perdas
o
de energia que ocorrem nessas condições de operação. Às restrições im- TEMPO-HORAS
= 23% para. condutores novos de alumínio; Valores conservadores de 75 a 85ºC de temperaturas máximas são
stty
será a sua demanda quando a tensão no receptor da linha variar de + 10%? logo,
Admitir que a carga possa, ser representada por uma impedância de valor
constante Z.
| “ar (0,9 - 188)
= 7,04
e
64599
eitsto
Na 2192,61
Solução
ou
A impedância representativa da carga será: cos Pa = 0,69.
[kVA] sob
Na = 7040
IR]
Variando-se a tensão junto ao receptor, teremos: Ixu]
pu
NoTo o= AUD!
Zs
Sa
-
Vo (QI1-188? = 12,10 estes [MVA].
nos .
N Tt a (0,9 . 138)
= 8,10 ess [MVA].
20 1904,4 53687
1 41 |U2] pu
Lo 0,9
Comentário
Verificamos, pois, uma variação de 19% no valor da potência aparente, Variação da impedância de uma carga com q tensão.
Fig. 6.21 —
sem alteração no fator de potência do receptor.
2. Admitamos que a carga do sistema do exercício anterior varie de
acordo com a lei indicada na Fig. 6.21. Qual será o valor da demanda
com a mesma variação de tensões no receptor ocorrida na linha do exer- b — Aumento de tensão:
“cício anterior ?
Com tensão nominal, a impedância é: Z: = 1.523,52 - 1,0 491 142,64 * 0,74
Zi = 1 523,52 + j845,55
Zo = 1 904,4 e38587 = 1 523,52 4 71 142,64 [ohm).
Za 1 742,48 e2903 [ohm],
l
a — Redução da tensão:
logo,
Z: 1523,52 - 1,0 4 71 142,64 - 1,38
n
Nç=
Z; 1528,52 +71576,84 = 2192,61 eitoso lobms]; 1 742,43 072908
h
258 OPERAÇÃO DAS LINHAS CAP. 6 6.7 — EXERCICIOS 259
ou
138 000
Du = 0,9919 eos . eo +
No = 13 220 [kVA] sob cos q; = 0,87 (IND). v3
A lei de variação de X; = f(U) foi escolhida arbitrária e exagerada- Vim = 87,5815 essi [kV]. Uai = 151,6091 [kV]
mente, porém reflete bem as tendências observadas em sistemas reais.
Portanto, uma carga elétrica só poderá ser representada corretamente em 138 000
Uy 0,9919 esnnose . + 52,18 emsis . 209,18 e?
um modelo se suas características P= f(U) e Q = f(U) forem conhecidas. v3
3. Uma linha de transmissão entre uma central e uma carga passiva
possui as características abaixo, operando em 60 [Hz], com uma tensão Us» = 81,9871 ess [kV] Usar = 142,0058 [kY]
de 138 [kV] no receptor. Determinar o valor da tensão e potências no
138 000
transmissor quando ela fornece no receptor: Ui = 0,9919 einoose + 52,18 ess. 209,18 eitos
v3.
a — 50 MVA sob cos d; = 0,8 (IND);
Di = 75,0978 eso [EV]. Uai = 180,0781 [kV].
b— 50 MVA sob cos &; = 1,0;
Às potências no transmissor serão:
c — 50 MVA sob cos do = 0,8 (CAP).
H
Consideremos as cargas como impedâncias de valor constante. Tere- Ni = 51,4894 + 50,4712 = 51,4916 ejosas
mos as seguintes correntes no receptor:
Ni = 41,5412 — j28,4365 = 50,3419'e-sssaom
: 50 000 .
Toa = VG 138 e 36,80º 209,18e -;3880 [4]
[A " Os rendimentos na transmissão serão:
50000 | — 41808541,3065
— 40,000 | - 100 = 96,8371%
To = 3 188 e = 209,18
Bi ei? 0 [A]
TA Na
- =
50000 a
736,80 = 200,18 09368 [Al.1 51,8065 —. 50,000
Loc v3 138 e . e [
7 = [1 | + 100 = 97,4535
51,3065 | ê o
As tensões no transmissor serão:
41,5412 —— 40000
40,000 | 06 | = 96,28999%.
0Ú, = AU, + BI,
te = [1
[1 — &dtlt41,5412 ] 100 %
260 OPERAÇÃO DAS LINHAS CAP. 6 6.7 — EXERCICIOS 261
Analisando os resultados acima, verifica-se que, nesse tipo de trans- A demanda da carga é de O, = 72 - 0,44 = 31,38 IMVAr]; portanto, a
missão, o fator de potência no receptor exerce influência marcante, tanto linha não tem condições de atender a essa parte da demanda. Será ne-
na regulação da linha como em seus rendimentos. cessário gerar junto ac receptor:
Q. = 81,38 — 2,64 = 28,74 [MVaAr),
4 Uma linha de 138 [KV] entre uma central e uma carga passiva
possui as seguintes constantes generalizadas: o que será possível mediante a instalação de banco de capacitores dessa
capacidade. Uma tensão menor no transmissor exigirá uma compensa-
ção maior, como também será o caso para uma tensão menor no receptor.
A = D= 0,992 e
8. Determinar o valor da regulação na linha do exercício acima.
B = 52,18 eitsas
6. Admitindo que a linha acima seja empregada para transmitir a
C = 0,8173 : 103 eso”, potência máxima de 70 [MW] da central a um barramento infinito, cuja
- tensão é de 135 [KV], enquanto que na central a tensão é de 138 [kVI,
A demanda máxima da carga é de 72 [MVA] sob cos &a = 0,90 (IND), qual o valor da potência complexa entregue no receptor ?
enquanto que a tensão no receptor deve ser mantida igual a 135 [kV].
A tensão do transmissor é mantida entre os limites de 132 + 10%
[kV]. Verificar se a transmissão é possível. Caso não seja, quais as pro- Solução
vidências recomendadas ?
Das condições no transmissor obtemos o ângulo 0: |
Solução
DU1 UijUs
P;= BS (Bs — Bp) — ps (Bs + 0)
a — Verificação da possibilidade de transmissão. Empregamos a
equação:
o 0,992 - (138)? 135 - 138
P,= 52,18 cos (78,05) “Bs cos (78,15 + 8)
Pp= Lit cos (Bs
UU
— 6) — AU2
Ué cos (Bs
— Ba)
P, = 74,96 — 357,08 cos (78,15 +- 0) = 70;
para
U, = 132 + 18,2 = 142,2 [kV] logo,
357,08 cos (78,15 + 6) = 4,96
64,8
—= Caos
1422-185 cos (78,15 — 9)
992 52/18
- (135)? cos 78,05º.
, cos (78,15 + 8) = 0,0139
= 89,204 — 78,15
so “Operando, obtemos: 0 = 11,054º.
0 = 9,94º, No receptor teremos, portanto:
o que mostra que é possível entregar a potência ativa requerida. A potência . 2
reativa acompanhante será: No = Mada eiBp) — AUS eles [MVA]
c — 1340,37 [MW].
70,0 — 67,1998
7= ( — Doado ) 100
Os ângulos de potência poderão ser calculados pela expressão abaixo,
n = 96%. obtida da equação de Ps:
com
nos
7. Verificar sob qual valor de tensão no transmissor a linha operará
cos &, = 1, mantidas constantes as admissões de todas as máquinas
sistemas interligados, ou seja, com 8 = 11,054º.
9 = Bs — are cos ao
B
[p.+ 12
Ao cos (Be — 8a | ;
o que significa que será necessária uma compensação parcial. Pela Eq.
12. A linha do Exerce. 9 está operando com U, = 480 [kV] e Us =
= 460 [kV], transmitindo para o receptor P> = 500 [MW]. Uma con- (6.5), a admitância dos reatores a serem colocados em cada uma das extre-
midades da linha será:
tingência no transmissor requer que haja uma inversão do fluxo das po-
tências ativas, sem que sejam alteradas as tensões nos pontos de inter- y! = k— a
Bo aí cos Bs,
sen BB, — Bo .
ligação. Determinar os fluxos de potências ativas em 4 (transmissor no [siémens/fase ] (Eg. 6.5)
1.º caso) e em..B (receptor no 1.º caso) e reativas, antes e depois da inversão
dos fluxos. Quais os ângulos de potência? mn 0,9583 — 0,8947 me go 0,0216 o
= 18185 sen 78,6 181,85 cos 78,6
13. Uma linha de 230 [kV] muito longa possui as seguintes caracte-
y” = 0,00034 — 0,00002 = 0,00032 [siemens].
rísticas:
À, = 0,895 els | A capacidade total dos reatores em cada extremidade será:
Bj= 181,85 186º Qe= Uº.y= (230) -0,00032
C = 1,108- 105% eis04º. Q. = 16,93 [MVAr).
Ela é alimentada por um barramento de tensão constante e igual a ce — À linha assim compensada terá as seguintes constantes generali-
230 [kV] e supre um sistema de cargas passivas. Pergunta-se: zadas:
a — qual o valor da tensão no receptor quando a linha opera em
 = Ai + BY = D
vazio ?
b — admitindo que, em operação em vazio, a tensão no receptor deva B=B,
ser mantida no máximo igual a 240 [kV], qual deveria ser a compen-
sação a ger acrescida à linha?
c — quais as constantes da linha compensada? Introduzindo os valores numéricos, encontraremos:
logo, Comentário
o 1 — A compensação é levemente menor que a desejada, pois só com-
pensamos a parte imaginária de À.
Us = Ã,
2 — A admitância
da linha ficou grandemente reduzida,
ou .
14. Qual será a tensão no receptor da linha do exercício anterior se
Us = Us 280 ela estiver suprindo uma carga cuja demanda é de 50 [MW] e + 10 [MVAr),
AC A 0,895 após sua compensação ?
266 OPERAÇÃO DAS LINHAS CAP. 6
6.7 — EXERCÍCIOS 267
Solução
Empregamos a equação das linhas radiais: - 15. Determinar, para a linha da classe de 138 [kV], cujas constantes
generalizadas seguem abaixo, a capacidade de compensação necessária
para que a tensão no receptor, em vazio, não seja maior do que 135 [kV],
quando, no transmissor, mantemos 138 [kV]. Calcular as constantes da
Vs= + Tb bidim dode linha compensada. São constantes da linha:
2
As D; = 0,816 eitss?
2B |
b = ZE [pa cos (8 | Bi = 2272 eim?
N
— 84) + Qo sen (Bs — Ba)
C, = 15,7: 10-testao
- 55]
2. 181,85
bo
16. Admitindo que a linha acima, depois de compensada, deva ali-
mentar um sistema de cargas passivas cuja demanda máxima é de 45 + 410
2 - 0,95150 - 181,85
IMVA], verificar sua regulação no receptor. Caso sua regulação seja
excessiva, sugerir medidas para sua redução.
b= — 49 049,6765
17. Calcular a corrente de carga da linha do Exerc. 14, antes e após
uma eventual compensação.
C =NB 2 600-33 069,42 18. Uma linha de 230 [kV] possui as constantes generalizadas abaixo
A? TT 0,90535 — 94969 - 10º relacionadas. Ela alimenta uma carga passiva de 35 +95 [MVAr], com
tensão de 220 [kV] no receptor Qual o valor da tensão que deve ser
mantida no transmissor? São dados:
b* — 40 = 2 867,88 108 >0,
A = 0,8068 eis”
logo, há solução:
B = 325,5115 e718.98º
C = 1,991 X 103 eis
U, = y 49 049,6765 + +/2 367,883 - 105
Solução
2
Us = AU, + Bio,
U, = 221,082 [kV]
sendo:
Comentário : — DD —35360 is
eras
to 220: 43 *
A regulação da linha será:
1 = 92,80 est (A)
240 — Dt
221,032
R eg = ( “240 CtO ) 100 == 7,9%. U, = 0,6068 683º . 127 020 + 325,5115 6758 . 92,80 efbisº
Us = 77075,746'819º + 30 207,47 estas?
Essa regulação, que se reflete sobre os consumidores, é, em geral, 0 93 897,14 e:2875º [V]
considerada, alta, de forma que'os reatores deveriam ser reguláveis dimi-
nuindo sua reatância com o aumento da carga. ou
Esta linha, evidentemente, é excessivamente longa para a potência Àj= 0,895 citas
que deve transmitir, sem considerarmos o fato de que também o efeito
Ferranti é muito elevado
B; = 181,85 618º
— a tensão em vazio do receptor é cerca de 40% +,
mais elevada que a do transmissor. Uma compensação por reatores indu- C4 =" 1,991 - 1053 giszssse,
tivos pode ser aconselhável. Admitindo uma tensão no transmissor de
230 [KV] e no receptor, em vazio, de igual valor, a compensação deverá ser De acordo com a linha 10 da Tab. 4.2, teremos, considerando a com-
integral. Logo: pensação junto ao receptor e o trecho da linha que vai de seu centro ao
receptor: -
to —»
l-— a;
*enôs =
a”!
“os Ba A=A+BY
B= B;
wo 1 0,60254 0 O,07174 , logo,
sen 79,98 325,5115 cos 79,98
325,5115
À = 1,10239 estos
y” = 0,001164 [siemens). B = 181,85 0718.8º,
Os reatores, um para cada terminal da linha, deverão ter a potência de: a — Linha operando em vazio, com Us = 235,776 [kV] corresponden-
te a 230 [kV] no transmissor:
Q: = 0,001164 (220)? = 56,34 [MVAr].
À linha compensada terá as seguintes constantes: Uomeio = À Uso
Uomeio = 259,917 [kV]
Ac = 0,9755 eidasor
b — Sob carga, com 220 [kV] no receptor:
B. = 325,5115 eres?
Umcio = AUo + Bio = 1,10239 est . 127 017,06 +
Assim: . + 181,85 em. 92,8 g798,13º
a — tensão da linha em vazio, para Uj=230 kV, Ux = 285,776 [kV]; Use = 146 248,67 eis23º [V]
b — tensão da linha no transmissor operando em carga, para manter ou
220 [kV] no receptor:
Uameio = 253,81 [kV].
Us = 123 905,1 elnssor” 4 30 207,47 eit1,85º Comentário
DU, = 136 52487ei2s [kv] Em ambos os casos, as tensões no meio da linha são excessivamente
elevadas, acima do nível de isolamento normal da linha.
VU, = 136 524,87eiusº [key] mediante estatuto econômico, optar por:
Aconselha-se,
b — após a compensação.
ou
23. Vimos que a linha descrita no Exerce. 9 não tinha condições de A = D = 0,86992 eilses88º
transmitir 1 340,37 [MW] sob U, = U, = 460 [kV], pois essa potência
ultrapassaria seu limite estático de transmissão. Devemos, no entanto, B = 73,89423 eisLiso,
insistir: vejamos o que ocorrerá se ela for compensada por meio de capaci-
tores-série! A linha assim compensada operará com um ângulo de potência:
Solução
73,89423
Dados: A = õ0,7363e11º = Ã= 0,7360 + 70,0218 8 e= 81,106
3 —— arcar cos (460)? a | 1 340,37
3 +
Resolvendo: Á 2
— 8) — Us sen (8 — BA)
Q. = UrUa sen (Bs
xa = 607,116 [ohm]; B B
.
29,79) — 08699Bos(460)? Sen (81,106-1,5)
Sn, SM (81,106 — 5979)
O: -= ago
go = — 92,431 [ohm].
Uma análise dos resultados mostra que, nessas condições, a linha  1,0042192 e-stts ts?
h
opera com ângulo de potência satisfatório e rendimento razoável. º
Há,
no entanto, um considerável fluxo de potência reativa do receptor para o B = 25,147 e-ilso 133
transmissor, cuja viabilidade depende das características dos sistemas in- c 0,000336 g-5176,813º
terligados. Esse fluxo poderá ser reduzido e mesmo anulado, elevando-se
a tensão no transmissor. Sugerimos ao estudante que investigue essa Com esses elementos podemos verificar suas operações:
possibilidade, como também a conveniência de variar o grau de compen-
sação, ou mesmo a duplicação do circuito, para tornar viável a trans- 4 — Em vazio, com UA, = 525 [kV]:
missão proposta.
525 ejlra,ara?
. 24. Investigar a linha do Exerc. 23, admitindo uma compensação U, = AD, .. U, =
3 - 1,004212
de 65% e que a tensão no barramento receptor seja mantida a 430 [kV].
25. Verificar o efeito da compensação da linha descrita no Exerc. 17 Us = 301,887 lan [kV]
por meio de “tapacitores-série:
Us: = 522,80 [kV] |
q — com compensação em suas extremidades;
U neto = ÁjUs = 0,04778 ei106,86º 801,837 eitts,473º
b — com uma única compensação no meio da linha (constantes da
metade da linha foram dadas no Exerc. 18). [kV]
| Úneio = 14,422 ei285,8º
26. Investigar a possibilidade de operação de uma linha de 500 [kV],
[kV].
com um comprimento físico igual a 2 500 [km], para operar em 60 Ha, U ameio = 24,980
sendo suas características elétricas:
B — Em carga:
a = 0,0867-10-º [N/km!;
a — Operando com 0,5 P, no receptor, cos Qy = 1:
8 = 1,2673: 10º [rad/km];
Ze = 2737 ese [ohm]. p - 60 913,41 [MW] .'. 0,5 Po = 456,70 [MW]
Solução º 273,7º
O modelo . 456,70
rificar a variação
adequado será o da linha longa. Como
das tensões no meio da linha, é de toda convehiência
é interessante ve- = SD 597,86 60º0º [AJ
determinar as constantes dos dois quadrípolos correspondentes à metade
de seu comprimento, portanto, de 1 250 [km]. Logo: No transmissor:
Potências reativas no trans- 27. Repetir o estudo anterior para a linha de 750
missor [MV Ar]
[kV] descrito no
+7,22 +17,73 — 31,610 — 46,678 r Exerce. 10.
Y "(0,0132
+ ;0,31637) (55,05689 - 10-9)
l
1,2654 - 10-3 ef8880= (0,02638 + 71,26512) 10-3 sendo z [ohm] as impedâncias dos elementos T e y [siemens] suas admi-
i tâncias.
Z. = 28982eis [ohm].
l
Para uma linha operar bem em meia onda, seu comprimento elétrico z z z z zo z z z z
deveria corresponder a 8 = 190º. Uma vez que a compensação será feita Nu | Ê 4 ros | LINHA | Uuê | UUU UU | di
somente sobrê os termos imaginários, podemos considerar a linha ideal,
Teremos, quando ela operar com potência natural:
: T IT |»
= Bl = 1650 - 1,26512 - 105
Fig. 6.22 — Linha compensada em meia onda.
= 81 = 2,08745rad = 119,602º.
Portanto, a compensação a ser introduzida deveria compensar para Da equação anterior, podemos determinar o valor das admitâncias:
8 = 100º, ou seja, deveria introduzir um aumento de 70,398º no ângulo
de potência da linha. Isso pode ser conseguido através de elementos com- 1
pensadores em conexão T ou 7 em qualquer ponto ao longo da linha,
Para um ângulo de 190º, devemos ter:
=
2 Y
=fl= 190
-
180 = 3,91613 ,
ou
1 .
yTED
= Jal À 0,001388 [siemens].
A linha possui 0=Bl=1"b-a= vã 650 -b-xz- b; alterando o
valor de x; para EL na condição de que:
TAN o 4
Substancial economia em capacidade de reatores-série pode ser con-
= 1650 -b-zi-l, seguida, incluindo-se nas compensações a reatância de dispersão dos trans-
formadores elevadores e abaixadores.
podemos obter o valor da reatância indutiva que a linha deveria, ter para
que tivesse um comprimento elétrico de 190º. Logo: 29, Verificar o comportamento da linha compensada do exercício
anterior, quando ela opera em vazio, 50%, 100% e 150% da potência na-
1 - (81681? - 10º [ohml
tural, em regime permanente.
“505689 -1650 — 19179
3
H
l
no receptor, autotransformadores de 500/230 [kV] com uma
reatância de E = 0,97; 7 100 + 273 = 378 [ºN];
dispersão de 7%. Determinar:
H
À — tensões de 300, 600, 750, 900, 1 200 e. 1 500 [km] obteremos:
para os se-
guintes regimes de operação:
q = 0,394839 [W/pol.
a — em vazio,
b — com potência característica; Da mesma forma, se na Eg. (6.21) fizermos V = O, teremos:
c — com 1, 2P,;
7,654 - 104. At(0,32)
B — corrente de curto-circuito
ocorre no barramento alimentado:
trifásica simétrica quando o curto FS Do
Introduzindo os valores:
a — no receptor;
b — no transmissor;
G =
7,6541119598
O
- 104. 60(0,32) ,
= 0,0122875 [W/pol 1,
c — ângulo de torque para as condições de carga do item a,
o
7 — JankE, G. e outros — Series Capacitors in Power Systems. IEEE Transactions,
Nova Jorque, 1975. PAS, Vol. 94, n.º 3 págs. 915-919,
8 — BawLer, €. E. J. e outros — Self-excited Torsional Frequency Oscillations with
Series '“Capacitors. IEEE Transsottoço Nova Iorque, 1973. PAS, Vol. 92,n.º 5.
Pág. 1 688.
— BaLLANCE, J. W. e GoLDBERG 8. — Subsynchronous Ressonance in Series —
Compensated Transmission Lines. IEEE Transactions, Nova Iorque, 19783.
Vol. PAS, 92, n.º 5. Pág. 1 649.
10 — Discussões de Fischer, Quay e Winhester na referência [8).
“tt — FRIEDLANDER, E. — Siatic Network Stabilization in Reactive Power Control. GEC
Journal of Science und' Technology. Londres, 1966. Vol. 33, n.º 2,
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