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Zona de Prote ção


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Telep roteçã o
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Nome nclatu ra ANSl/ IEC

ISBN 85-9008 53-6-8

9 788590 085362

UF SC EEL o
LabPlan
' )

Agradecimentos

)
) O autor agradece em especial
)

•!• Ao Professor Rubipiara Cavalcante Fernandes, por ler


cuidadosamente e dar importantíssimas contribuições ao texto.
)
•!• Aos engenheiros Everton Pizolatti Medeiros e Giovanni
) Baptista Fabris da ELETROSUL, pelas discussões e
) contribuições técnicas. '
)
•!• Marcos Fischborn, pela elaboração da capa e Maurício
) Sperandio pelo assessoramento de informática.

•!• Aos inúmeros alunos, da Graduação e Pós-graduação, que


contribuíram com desenhos.
)

)
Agradecimento em especial ao LABPLAN, principalmente aos
) professores, técnicos, analistas, mestrandos e doutorandos, que de um modo
ou de outro sempre estiveram presentes na motivação, contribuição e
assessoramento na elaboração do livro.

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)

Apresentação ~
)
1 O Laboratório de Planejamento de Si~temas de Energia Elétrica -
l 1 LabPlan, do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal
l
' de Santa Catarina, tem por objetivos realizar e promover o desenvolvimento )
de atividades de pesquisa, ensino e extensão na área de Sistemas de Energia )
Elétrica (SEE) com ênfase nos aspectos de planejamento e análise, nos
)
segmentos de geração, transmissão e distribuição.
A atuação dos professores do LabPlan, desde a sua constituição )
em 1992, têm envolvido uma diversidade de atividades e contribuições à )
sociedade que extrapolam em muito o escopo de atividades regulares nos
)
cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia Elétrica. Um aspecto
de destaque nesta atuação tem sido a intensa interação com os diversos )
agentes do setor elétrico brasileiro, realizada por meio de projetos de )
pesquisa e desenvolvimento, de consultorias especializadas, cLrrsos de
aperfeiçoamento e de especialização, e publicação de livros e artigos )
técnicos.
O presente livro representa mais uma contribuição do Professor
)
Geraldo KiJ1dermann para a sua extensa obra que inclui livros técnicos
envolvendo publicações específicas nas áreas engenharia de segurança,
projetos elétricos e proteção de sistemas elétricos de potência. )
Especificamente, esta obra aborda dois temas de grande relevância,
teleproteção e proteção de transformadores, devendo contribuir tanto para
fins acadêmicos como para profissionais técnicos e engenheiros.
Seguindo a tradição de suas publicações anteriores, o Professor
Kindermann apresenta o desenvolvimento dos temas coin grande riqueza
didática, sustentada por sua extensa experiência acadêmica e prática.
Tndubitavelmente, contribuíram para esse resu.lfado os inúmeros cursos
mi1ústrados cm universidades e empresas no Brasil, e em diversos países da
América Latina e Áfríca, bem como os diversos trabalhos de consultoria
técnica prestados à Agência Nacional de Energia Elétrica.

lldemar Cassana Dccker


Supervisor do LabPlan - U FSC )

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Prefácio
)
)
)

) Tendo recebido nos cursos e palestras várias manifestações de apoio


e receptividade de alunos, professores, técnicos e engenheiros, no que diz
)
respeito à aceitação dos meus livros, e devido principalmente a carência de
) bibliografia, foi o que me motivou a escrever esse livro de PROTEÇÃO
) DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA- Volume 2.
Cre.io ser este livro mais uma contribuição, principalmente para a
) graduação da Engenharia Elétrica e de técnicos que queiram se aprofundar e
) conhecer a arte e a filosofia de proteção.
)
O livro foi escrito numa seqüência lógica, em linguagem simples e
técnica, de modo a ser uma fonte de consulta acessível aos técnicos da área
) da Engenharia Elétrica. Todos os capítulos têm abra11gência que cobre e
) atende os requisitos para proporcionar um bom conhecimento na área de
)
proteção. O conteúdo desse volume 2 está focado na Teleproteção e
Proteção de Transformadores.
) Devido à complt:xidade da proteção de sistemas elétricos de
) potência, este livro cobre somente uma parte. Portanto, pretende-se dar
continuidade do conteúdo no livro de Proteção de Sistemas Elétricos de
)
Potência, 32 volume, nos assuntos referentes a Proteção <le Barras, de
) Reatores, de Capacitores, e de Máquinas Síncronas.
)
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O Autor
)

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Índice Geral

Capítulo 1 - ZONA DE PROTEÇÃO


1.1 Zona de Proteção ....................................................: ............................. l
1.2 Relé de Sobretensão ......................................... ... .................................. 7
1.3 Relé de Subtensão ............................................................................... 12
1.4 Proteção de Sobretensão para a Terra de Sistemas Isolados ...... .. ...... 17

Capítulo II - RELÉ DIFERENCIAL


2.1 Relé Diferencial ...............................~ ................. .. ....... .. ........... ..... .. .... 19
2.2 Relé Diferencial Comum .................................................................... 20
2.3 Relé Diferencial Percentual .............................. .. ................................ 22

Capítulo III - TELEPROTEÇ.4.0


3.1 Telcproteção .. .. .................................................................................... 32

)
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)
) jj
iii
)
) 3.2 Fio Piloto ............................................................................................ 33 4.3 Proteção Diferencial no Transfo1mador Monofásico ......................... 97
'~ 3.3 Fibra Óptica ........................................................................................ 37 4.4 Transformador Trifásico ................................................................... 103
) 3.4 Cabo OPGW ......................................................................... :............. 40 4.5 Proteção Diferencial do Transformador Trifásico 6 - Y ................. 104
) 3.5 Onda Portadora ................................................................................... 43 4.6 Regra de Ligação dos TCs nos Transformadores Trifásicos ............ 106
3.6 Ivficroondas ......................................................................................... 45 4.7 Transformador Trifásico sem Rotação de Fase ................................ 107
\ '
3.7 Tipos de Sistemas de Teleproteção .................................................... 46 4.8 Transformador 6 - Y ...................................................................... 109
)
3.8 Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional... ........................... 47 4.9 Ajuste do Relé Diferencial Percentual na Proteção do
)
3.9 Sistema de Desbloqueio por Comparação Direcional ........................ 5 l Transformador .................................................................................. 121
)
3.10 Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional. Variante ............. 54 4.10 Energização de Transformador ........................................................ 132
) 4.10.1 Bloqueio da Proteção Diferencial ................................................... 135
3.1. l Transferência de Disparo Direto por Subalcance ............................... 58
) 4.10.2 Proteção Diferencial com Atenuadores de Transitórios.............. .. .. 135
3.12 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance ....................... 59
) 4.10.3 Relé Diferencial com Retenção por Harmônicas ........................... 137
3.13 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance com Aceleração
) 1 de Zona ............................................................................... ................ 61 4.10.4 Relé Diferencial com uma Unidade de Bloqueio de Ham1ônicas ... 139
) ' 3.14 Transferência de Disparo Permissivo por Sobrealcance .................... 62 4.1O.5 Relé Diferencial Digital para Transformador ................................. 141
) 3.15 Lógica de Eco ............................................................... ...................... 62 4.11 Transformador com Impedância de Aterramento ............................. 142
) 3.16 Proteção de Linha Morta .................................................................... 66 4.12 Proteção Diferencial de Terra Restrita ............................................. 142
) 3.17 FracaAJimentação .............................................................................. 68 4.13 Proteção do Transformador de Aterramento ..........~ ......................... 144

) 3.18 Proteção por Seqüência Negativa ....................................................... 70 4.14 Proteção de Carcaça do Transformador............................................ 148
3.19 Falha de Disjuntor .............................................................................. 74 4.15 Relé Buchholz .................................................................................. 150
)
3.20 Fontes Intermediárias ......................................................................... 78 4.15.1 Relé Buchholz do Comutador .................................................. ....... 155
)
) . 3.21 Relé de Freqüência ............................................................................. 82
3.22 Sistemas Especiais de Proteção ........................................... ............... .85
4.16 Termô1netro ...................................................................................... 156
4.17 Relé de Imagem Ténnica .................................................................. 160
)
3.23 Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) ......................... :-:: .... 87 4.18 Transformador Hermeticamente fechado ................................... ..... 165
)
3.24 .Esquema de Controle de Emergência ................. :..................... .......... 91 4.19 Relé de Súbita Pressão .................. .................................................... 165
)
4.20 Válvula de Alívio de Prcssão ............................................................ 167
)
Capítulo IV - PROTEÇÃO DE TRANSFORMADOR 4.21 Nível do Óleo .................................................................................... 169
)
4 . .1 introdução ................. ..................... ....................................... ,............. 94 4.22 Relé de Sobre·Excitaçâo ................................................................... 170
4.2 Transformador Monofásico ............................ .................................... 95 4.23 Proteção Contra Falha de Disjuntor de Transformador .................... 173
) 4.24 Desumifícador de Ar ........................................................................ 174

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iv l

4.25 Proteção do Transformador .............................................................. 176

APÊNDICE A
NOMENCLATUR..A. DA PROTEÇÃ0 ............................................ 178

BIBLIOGRAFIA ................................................................................. 202

ZONA DE PROTEÇÃO

[ 1.1 Zona de Proteção

Conforme apresentado no item 3.33 da referência [46], a proteção de


primeira defesa é feita peia proteção principal (primária) e em segunda instància
pela proteção secundária, que pode ser local por meio da proteção cm réplica ou
remotamente por meio da proteção de retaguarda (back-up).
Dependendo da impórtância e do porte do sistema elétrico, pode-se
constituir a proteção principal em réplica (redundância), ou seja, classificada em
proteção primária e alternativa. Neste caso as proteções são idênticas, ou seja,
existem duas proteções desempenhando funções idênticas com hierarquias igLmis,
trabalhando com teleproteção. Os equipamentos da proteção primária e da
alternativa podem ser em réplica do mesmo fabricante ou de fabricantes diferentes.
No caso de haver duas proteções, em que não há redundância, ou seja, uma
trabalha com teleproteçào (proteção primária) e a outra com escalonamento pur

)
)
)
2 Capítulo I Zona de Proteção 3
)
\ zonas (proteção secundária), por exemplo. Neste caso, a proteção principal e a lª
zona da proteção secundária podem ser inclusive concorrentes.
Os relês de proteção primária constituem a primeira linha de élefcsa, caso
)
esta falhar, os relés da proteção alternativa, devem atuar, assim constituindo a
segunda linha de defesa do sistema elétrico.
) Cada proteção principal e alternativa é efetuada cobrindo linhas ou
trechos de linhas ou equipamentos do sistema, cuja cobertura é denominada
de zona de atuação ou zona de seletividade da proteção.
)
Em relação à proteção principal, deve-se efetuar a proteção
considerando:
)
• que haja superposição nas zonas de atuação dos relês da proteção
) principal;
) • cada disjuntor esteja coberto (contido) em pelo menos por duas
) zonas de atuação dos relés da proteção principal;
) • sempre entre cada elemento ou coruunto de equipamentos deve
existir pelo menos um disjuntor.
)
Para exemplificar a figura 1.1.1 mostra a zona de atuação das proteções
principais de partes de um sistema elétrico.
Note que quando ocorre um defeito dentro de uma determinada zona,
)
os relés que constituem a proteção principal, devem desligar todos os
disjuntores dentro de sua receptiva zona de atuação. Deste modo, para um
defeito localizado dentro da superposição de duas zonas, todos os
)
disjuntores das duas zonas devem ser desligados. Este esquema funciona
) adequadamente, mas tem um inconveniente que ocorre quando existir um
) defeito dentro da superposição de duas zonas, e num local onde a abertura
de alguns disjuntores é desnecessária. Por exemplo, se um defeito ocorrer no
)
ponto k do esquema da figura 1.1.1, desligaria os disjuntores l, 2, 3, 4 e 5,
) enquanto que somente o desligamento do disjuntor 1 da barra A seria o
suficiente.
) O inconveniente desse desligamento seria retirar um elemento não
defeituoso do sistema elétrico. Entretanto a probabilidade da ocorrência
desse defeito é muito pequena dado que a zona de superposição é muito
) pequena e está próxima do disjuntor.

)
4 Capítulo I

Na prática a zona de atuação da proteção principal se inicia no local Cada conjunto de TCs alimenta relés de sistemas de proteção diferentes.
Por exemplo, o disjuntor 1 está coberto pelos TCs x e y. O TC y pertence ao
da instalação do TC ou dos TCs do circuito elétrico. Nos disjuntores
esquema diferencial (87) do conjunto (transformador e gerador síncrono), o TC x
pertencentes à superposição os TCs estão entrelaçados, isto é, os ·T Cs estão
pertence a proteção diferencial (87) da Barra A.
posicionados de modo que o disjuntor fique no meio, confonne ilustrado na
figura 1.1.2. Salienta-se que os posicionamentos dos TCs apresentados na figura
1.1.2 seria o ideal em termos de entrelaçamentos de zonas de proteção, mas
Proteção
Diferencial na prática é de alto custo e as empresas por motivos econômicos utílizam o
do Ge rado r
P rotação esquema apresentado na figura 1.1.5.
D i ferenc i al do
Gera dor e
Transfotmador
Algumas vezes, como variante do esquema apresentado na figura
1.1.2, é também utilizados a instalação dos TCs como mostrado na figura
G 1.1.3.
. 1 Zona~

t- LT
..
~7

1'---+-J- ...
Barra A Zona B 1
67
Figura 1.1.3 - Cruzamento de TCs sem Abraçar o Disjuntor
Neste caso os TCs não cobrem o disjuntor, isto é, o disjuntor está
coberto só pela proteção da zona B. Note que no esquema da figura 1.1.3
está apresentado, também, 2 TCs separados, a que constitui em uma
alternativa de alto custo. Na realidade, as empresas u[ilizam apenas um TC
Proteção
O ife ren eia 1 com vários enrolamentos independentes no secundário, assim nesse caso
d& Barra
bastaria um enrolamento primário e 2 emolamentos secundários. Para este
propósito, convenciona-se que o símbolo apresentado na figura 1.1.4
corresponde a um TC com l enrolamento primário e 2 enrolamentos
secundários.

·I·- Zona A...


j•···--·-· ·~···-···; LT
· - - ·-·-·-· ..••.J

C7[
Zoná 9-I
Figura 1.1.2 - Localização dos TCs Figura 1.1.4 - TC com um Enrolamento Primário e 2 Enrolamentos
Secundári·os )

)
)
6 Capítulo l Zona de Proteção 7

) A fim de reduzir os custos e a quantidade de TCs utilizados na Note que com esta configuração economizou-se 7 TCs.
conjugação dos entrelaçamentos das proteções de barras, as empresas
)
adotam esquemas de proteções em que as ligações ficariam· como as 1.2 Relé de Sobretensão
) apresentadas na figura 1. 1.5.
Os relês de sobretensão operam quando a tensão elétrica ultrapassa
\ Proteção um valor pré-ajustado. Recebe a denominação de função 59 pela
Diferencial do
Gerador e nomenclatura ANSI. Ver apêndice A.
Transformador
Os relés de sobretensão podem ser classificados em:
' a) Aspectos construtivos

) 87 61 • Eletromecânico;
) + Eletrônico;
\ + Digital.
1 b) Tempo de al11ação
) 87 • Instantâneo ;
) + Temporizado.
o Definido;
f'l'ol~O o Tempo inverso.
O.ferencial
do Bmra O relé de sobretensão eletromecânico, em relação ao aspecto
) constmtivo, é idêntico ao relé de sobrecorrente tanto para a unidade
instantânea quanto para a unidade temporizada. A unidade instantânea e a
temporizada de tempo inverso estão apresentadas respectivamente nas
figuras l.2.1 e 1.2.2.
O conjugado (torque) do relé de sobretensão é dado pela expressão
1.2. 1.

't'Torque = kV 2 - kMola (1.2.1)


)
Em que:
)
Figurn 1.1.5 - TCs com 2 Enrolamentos no Secun<lúrios no Entrelaçamento V -+ é a tensfLo elétrica na bobina magnetizante do relé de
das Zonas <le Proteção com a Proteção de Barras. sobretensão.
)
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8 Capítulo I Zona de Proteção 9

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Figura 1.2. l - Relé de Sobretensão Instantâneo (591)


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do Relé 59T o
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Porcento do valer do Tap ajustado no 59

Figura 1.2.2-Rclé de Sobretensão Temporizado (59T) Figura l .2.3 - Curva Tempo x Tensão do relé de Sobretensão

As unidades têm taps para possibilitar a escolha do ajuste mais


indicado para a respectiva proteção instantânea e temporizada a ser adotada
para o sistema elétrico em estudo. No relé de sobretensão temporizado de
tempo inverso escolhe-se uma curva Tempo x Tensão, conforme família de •
~
curvas disponibilizadas pelo fabricante apresentadas, na figura 1.2.3, por
exemplo. •
Dependendo do porte e da importância do sistema elétrico a proteção
de elevação de tensão pode ser efetuada utilizando-se um ou mais relês de
sobretensão. Por exemplo, num sistema de grande porte, pode-se utilizar 3
relés de sobretensão, conectados entre fases ou entre fase e terra. A figura
1.2.4 mostra uma ligação com relés de sobretensão (59) entre fase e terra.
Figura 1.2.4 - Ligação dos Relés de Sobretensão Instantâneos e
J
Temporizados
)

)
)
)
)
10 Capítulo I Zona de Proteção 11

O diagrama funcional de proteção de sobretensão está apresentado digitais multifunção, em que a função 59 já está incorporada. Geralmente, a
) na figura t.2.5. função 59 no relé digital é de tempo definido.
+
~ 1 1
) Num relé de sobretensão eletromecânico é interessante obter a
)
\
S9l
591 :r: A
B
S9T =r;: 59T S9T relação de tensão de atuação (pick-up) e a tensão de desoperação (drop-ow),
conforme expressão 1.2.2.

S9l e Rel ick- u (%) = te~são de atuação_ x 100


P P tensao de desoperaçao (1.2 .2)
drop- out

52 Note que a expressão 1.2.2, deve-se principalmente ao relé


BA
)
eletromecânico, em que o fluxo magnético mínimo gerado pela sobretensão
que é suficiente para acionar a alavanca fechando os contatos é bem maior
) que o fluxo magnético gerado por uma tensão menqr que consegue soltar a
) figura 1.2.5 - Diagrama Funcional da Proteção de Sobretensão alavanca do relé, abrindo-se os seus contatos. Pela expressão 1.2.2 este valor
é sempre maior que 100%. Note que este problema intrínseco do relé
l Pelo esquema apresentado na figura 1.2.5, a proteção de sobretensão
eletromecânico leva a um valor bem superior a l 00%.
só provoca o disparo no disjuntor quando:
Quando ocorre uma sobretensão temporária que provoca a operação
) ~ Ocorre uma sobretensão nas 3 fases com a conseqüente operação
do relé de sobretensão instantâneo, pode muitas vezes permanecer o contato
das 3 unidades instantâneas. Os contatos das unidades
) fechado mesmo com o retorno da tensão nominal do sistema. Por isso, deve-
instantâneas estão em série, portanto, somente com os
se sempre ter o cuidado para que a tensão de desoperação seja maior que a
) fechamentos dos 3 contatos dos relés o disparo do disjuntor é
tensão nominal do sistema, assim garante-se o restabelecimento do relé de
efetuado. Se ocorrer, por exemplo, uma sobretensão em uma só
) sobretensão instantâneo. O relé de sobretensão digital não tem este
fase a w1idade instantânea da fase correspondente fecha o seu
)

). problema, porque a relação de tensão do pick-up e drop-out é praticamente


contato, porém não ocorre a operação do disjuntor. 100%.
~ Ocorre uma sobretensão em 1 ou 2 fases que se mantém por
A sobretensão no sistema clétiico pode provocar os seguintes
) certo tempo provocando a operação da unidade de sobretensão problemas:
temporizada. Note que os contatos das unidades temporizadas
estão em paralelo, portanto qualquer unidade que atua provoca o ® Arcos elétricos entre condutores de uma linha transmissão;
1

' l disparo do disjuntor. ® Arcos elétricos nos isoladores;


Os TPs podem também serem conectados cm ó. para a liga,ç ão dos ® Aumento d<t corrente de fuga nos pára-raios;
relés entre fases.
® Esforços maiores na isolação dos transformadores;
Apresentou-se aqui a proteção de sobretensão utilizando -~c relés de
sobrdensão eletromecânicos para possibilitar um melhor entendimento do ® Esforços maiores na isolação dos geradores síncronos;
funcionamento tisico do equipamento, mas atualmente utilizam-se relés ® Aumento dos esforços na isolação elétrica dos equipamentos.

)
)
)

12 Capítulo I Zona de Proteção 13

l 1.3 Relé de Subtensão que mantém atraída a alavanca (armadura) do relé, conforme ilustrado na
figura 1.3.2.
O relé de subtensão, função de proteção 27, opera quando a tensão
diminui abaixo de um valor pré-ajustado. Construtivamente é idêntico ao l
relé de sobretensão, mas sua operação ocorre somente quando há uma TP )
redução da tensão elétrica no circuito no qlial está instalado.
)
As características e esquemas de ligação são os mesmos da proteção
)
de sobretensão. A curva de temporização desse relé é mostrada na figura
1.3. 1.

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)
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110 1. A mola neste caso se mantém permanentemente tracionada. Quando
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·-- 5 a tensão elétrica do circuito diminui abaixo de um valor ajustado, o fluxo
a.
~ ~ ~ · ~ ~ !l · J r:: ; !"~ · J . . :I•::::f ~ magnético diminui e solta a alavanca. A mola que está tracionada puxa a
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! - alavanca de volta fechando o contado do relé, isto é, concretizando a


operação propriamente dita do relé de subtensão 27. Ver figura 1.3.3.

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o 10 20 :ao '*'O '° .-.o 'º " 90 1.00

Figura 1.3.3 - Relé de Subtensão Instantâneo (27I) Operado )


Pigw-a 1.3.1 - Curva de Temporização do Relé de Subtensão )
O relé de subtensão (27) é utilizado em várias situações na proteção
Os relés de subtcnsão são idênticos aos relés de sobretensão, do sistema elétrico, muitas vezes combinado com outros relés. Por exemplo, 1
mostrado na figura 1.2.1, com bobina magnetizante com vários faps para utiliza-se o relé de sobrecorrente com monitoramento (pennissivo) por )
possibilitar a escolha do percentual (%) da tensão ajustada para a qtral o relé subtcnsão. Isto significa qtie a atuação da proteção é combinada, isto é, o
irá atuar. A atuação é por ação da desoperação (drop-out) da alavanca. Na disjuntor só receberá disparo se houver atuação dupla, do relé de )
operação normal do sistema, a tensão nominal produz um fluxo magnético )
)
)
)
)
~- - i
..-..---~---
14 Capítulo l Zona de Proteção 15
) 1
sobrecorrente 51 e do relé de subtensão 27I. O esquema apresentado na
figura 1.3.4 mostra como se realiza a operação desta proteção.
DJ
) TC
) BARRA ou 51
) LT
BARRA '\·.-·--@
\ TP \

(--@) Figura l.3.6- Relé de Sobrecorrente com Restrição de Subtensão


O esquemático em DC está apresentado na figura 1.3. 7.

I
Figura 1.3.4- Diagrama Unifilar e Esquemático cm DC da Proteção de
)
)
Sobrecorrente com Supervisão do Relé de Subtensão (51/27)
O esquemático em DC está apresentado na figura 1.3.5.
+ I 50ou51

I ,
)
+ 52
)
I3A
)
I27I T52a
)
)
:~I Figura 1.3.7 - Esquemático em DC
O torque no relé de sobrecorrente eletromecânico, ou seja, a sua
) Figura 1.3.5 -Esquemático em DC da Proteção de Sobrecorrente com corrente de atuação depende do tap escolhido e varia cm função do valor da
Supervisão do Relé de Subtcnsão (51127) tensão elétrica aplicada. após atuação do relé 27. Isto é, a corrente de ajuste
)
do relé de sobrecorrente varia de acordo com a tensão elétrica aplicada e
) Na representação numérica da ANSI (apêndice A), o relé de pode ser dada pela expressão 1.3.l.
sobrecorrcnte temporizado com monitoramento de subtensâo é denominado
)
por 51127. Iajusre 50 ou 51 = Tap50 ou 51 · f (V27) (1.3.1)
)
Outra variaote, muito utilizada é a denominada de proteção por relé Para o relé digital ou eletrônico, a corrente de ajuste varia de acordo
) de sobrecorrente com restrição de tensão. Neste caso, o torque de atuação no com a expressão 1.3.2.
relé de sobrecorrente eletromecânico é dependente da tensão, que pode ser
Iajusce 50 oa 51 == Iaj"statlo no 50 ou SI · f (V27) ( 1.3 .2)
por subtensão ou sobretensão. Por exemplo, a figura 1 .3.6-.. mostra o
diagrama uni filar desta configuração por restrição de subtensão. Em que:

) !

\

)
Zona de Proteção 17
16 Capítulo I
)

f(V27 ) .... Representa uma função que varia de acordo com o valor da
tensão sobre o relé 27.
l Tempo
)

A corrente de ajuste do relé de sobrecorrente 50 ou 51 pode ser ·------------------------------ -----·----- - - - - - - -


visualizada, por exemplo, na figura 1.3.8.
Tempo 1' )
de
)
lajuste do relé de sobrecor1ente Atuação J,

L
Tap Ajustado Tensão

i Figura l.3.9 -Característica de Atuação do Relé de Tensão 27 e 59


.!
1

1
1.4 Proteção de Sobretensão para a Terra de Sistemas 1 )
1
~
V
lsofados j ))
Num sistema isolado ou aten-ado com uma alta impedância,
Tensão Nominal )
geralmente para a proteção de defeito à terra, utiliza-se a tensão de
Figura 1.3.8 - Curva do lajuste versus tensão V seqüência zero obtida por 3 TPs ligados em ti aberto. A figura l.4.1. ilustra )

esse esquema de ligação. )


Note-se que com o abaixamento da tensão aumenta-se a
A B C
sensibilidade do relé de sobrecorrente, esta característica é útil em vários
esquemas de proteção, principalmente os utilizados na partidas de máquinas
rotativas.
A proteção por relé de sobrecorrente com restrição (dependência) de
tensão é denominada de SOV ou 51 V. + Função
R 3v0 59 64
O relé digital de multifunção contém várias funções incorporadas,
inclusive a de subtensão 27 e a de sobretensão 59 . .A característica de
atuação com respeito à tensão e à temporização são mostradas na figura )
1.3.9.
)
Neste caso o relé opera quando a tensão sai da faixa de operação Figura 1.4.1 -- Relé de Sobretensão Conectados nos Terminais do ti Aberto )
mostrada na figura l .3.9, inclusive as temporizações podem ser diferentes
para as funções 27 e 59. Neste tipo de sistema c1étrico, quando ocorre um defeito crn relação )
à terra, haverá um desequilíbrio de tensão com a conseqüente geração de

i
!
- 1
)
18 Capítulo l 19
)
) tensão de seqüência zero. Assim, conforme descrito na referência [5}, na
) ligação em D. aberto aparecerá uma tensão de seqüência zero com o valor de
3V0 que ativa o relé de sobretensão 59. Apesar de o relé ser de sobretensão
)
esta função de proteção é denominada de 64 pela ANSI, dita também de
proteção de terra ou de contato à terra.
)
Por exemplo, no circuito de 13,8 kV dos serviços auxiliares de uma
subestação, proveniente do terciário ligado em /1 do transformador de

'
)
potência de 3 enrolamentos, utiliza-se a proteção de sobretensão mostrada
na figura 1.4.1. Note que neste caso, em funcionamento normal, a tensão no
)
secundário dos TPs é de 115 / .,/3 = 66,4 V.

) Em termos fasoriais, tem-se:


) Vª =66,4LOº V
) Vb =66,4L -120º V
) Vc = 66,4.L - 240º V RELÉ DIFERENCIAL
) A tensão sobre o relé 59 é:

VRelé59 = Va + Vb + Vc =zero

Portanto em ft.mcionamento normal do sistema elétrico a tensão no


relé 59 é nula. Havendo um defeito à terra, no sistema elétrico isolado, as
[iiRelé Diferencial
) tensões desequilibradas geram tensões de seqüência zero iguais e em fase no
O relé diferencial é um dispositivo de proteção de um equipamento
) secundário dos TPs, e o relé 59 ficará submetido a
que se baseia no princípio da comparação de corrente elét:tica de entrada e
VRclé59 = 3V0 =3x66,4=199,2 V saída, podendo haver vanas possibilidades de conexões, sendo
simboHcamente representada pela figura 2.1.1.
\
Desse modo o relé 59 deve ser ajustado com uma tensão bem menor,
por exemplo: Elemento
VAjuste do Relé 59 =Vnominal < 3Vo Protegido

) Na prática, na .figura 1.4.1, é necessário colocar em paralelo com o Figura 2.1.1 - Princípio da Proteção Diferencial
relé 59 uma resistência elétrica (R) de estabilização, principalmente para
A função de proteção fundamenta-se na l ªLei de Kirchhoff aplicada
minimizar as sobretensões advindas da própria operação do relé e também ao equipamento, isto é
para atenuar possíveis problemas de ferro-ressonância tão comum neste tipo
de circuito.

1 1
20 Capítulo 11 Relé Diferencial 21

i entrada == i,d
sa• a + ire1e· Elemento
Protegido
(2.Ll) • •
O dispositivo de -proteção vai atuar do seguinte modo:
Ísafda
a) Se i entrada =i ~a1da
. ' a corrente Í r....~i·e =O, e o relé não atua, isto é, o Íentrada (secundário)
(secundário)
Relé
elemento protegido não apresenta defeito.

b) Se í l!ntrada - i salda -< 13JUSIC::


. do rele. ' a proteção não atua porque a
Figura 2.2. l - Proteção Diferencial Comum na Operação Normal do
diferença de corrente é menor que a corrente de ajuste do relé. Sistema Elétrico
C) Se I.entrada - i satda
. > I a.1uste
. do rele. ., a .proteção arua porque a diferença No caso da figur.a 2.2.1 em que o sistema elétrico está operando
de corrente é maior que o ajuste no relé. Neste caso há um normalmente, isto é, alimentando uma carga, as con-entes de entrada e saída
defeito no elemento protegido. são iguais é o relé não opera. Note que a proteção diferencial pode ser
empregada em sistemas elétricos radiais e em anéis, sendo que sua zona
A comparação das correntes elétricas é feita por meio de TCs. seletiva de atuação é entre os dois TCs.
A proteção diferencial é largamente empregada na: A figura 2.2.2 apresenta o caso de um curto-circuito fora da zona
+ Proteção de transfo1madores de potência protegida pelos dois TCs.

+ Proteção de cabos subterrâneos Elemento i,


+ Proteção de máquinas síncronas Protegido

+ Proteção de barras deíeito


+ Proteção de cubículos metálicos lre~ Bobinaue
1·2 = 1·1
magnetização dõ
+ Proteção de linhas de transmissão curta ....__ relé de
sobrecorrente
A proteção diferencial é denotada pelo número de função 87.
Apresentam-se a seguir várias possibilidades do emprego da Figura 2.2.2 - Defeito fora ela Zona Protegida
proteção utilizando o relé 87. Supondo o sistema em anel, as correntes que suprem o curto-circuito
vêm dos dois lados como mostra figura 2.2.2, mas como o defeito ocorreu
lii:Relé Diferencial Comum fora da zona protegida pela proteção diferencial, os dois TCs vêm a mesina
corrente Í 1 , e o relé não opera.
É uma proteção cm que se uti !iza um relé de sobrecorrcnt~ ou ~ 1, ?? Já a figura 2.2.3 apresenta um curto-circuito interno à ligação )
fazendo a função 87. A figura 2.2.1 mostra o esquema genenco desta ,1
diferencial.
proteção, em que os TCs têm relação 1: 1.

>
)
)
22 Capítulo TI Relé Diferencial 23
)

) 1: 1 Este esquema de proteção utiliza um relé diferencial percentual


Elemento apresentado na figura 2.3 .1.
) Protegido
• TC
) Elemento TC
Protegido
t
.1
) i1 Írelé =i1 + Í2 Í2
) Í2
) N1 BOBTNAD!l
BOBINA DF,
Figura 2.2.3 - Defeito Dentro da Zona Protegida RESTRJÇÀO N2
OPERAÇÃO

) Se o sistema for radial a corrente L ;: O, e se for em anel a corrente


<-

) Í 2 será uma corrente de curto-circuito. A corrente que passa pela bobina


) magnetizante do relé será j 1 + i 2 e a proteção atuará.

) É importante observar que o uso das ligações anteriores é freqüente. Apesar


das ligações anteriores serem usadas, elas apresentam problemas na
) Figura 2.3.l - Relé Diferencial Percentual
ocorrência de elevado curto-circuito fora da zona seletiva, mas muito
próximo ao TC. Isto se dá devido a: Note-se que:
+ não ser perfeito o casamento dos TCs; + Se o elemento protegido for um cabo subterrâneo, uma máquina
+ saturação dos TCs; síncrona ou uma linha de transmissão curta, as correntes Í 1 e

+ carregamento (burden) nos secundários dos TCs, que causam


i 2 serão iguais.
saturação no núcleo; + Se o elemento protegido for um transformador, as correntes Í 1 e
) + outros p roblemas inerentes ao equipamento protegido. i 2 serão d eterminadas pelas relações de transfonnação do
) transformad<Jr e que deverão ser compensadas pelas relações de
As situações acima produzem erros nos TCs, podendo provocar a
) atuação indevida do relé de sobrecorrente que está fazendo a função de transformação dos TCs e, se necessário, pelo emprego de TCs
proteção 87. auxiliares.
)
Para contornar esses problemas é melhor utilizar o relé diferencial _ O esque1:na de ~roteção diferencial percentual apresentado pela
) l
percentual. figura 2.3 . l baseia-se na interação de duas bobinas, que são:
1 !
+ Bobina de restrição, que tem uma derivação central. O campo
1 2.3 Relé Diferencial Percentual magnético gerado nesta bobina de restrição atua atraindo um
êmbolo produzindo um torque negativo, isto é, contrário ao
torque de operação.

)
)
..
Capítulo TI Relé Diferencial 25
24
torque de operação é grande e o torque de restrição é nulo, ficando desse
• Bobina de operação, cujo campo magnético atrai um êmbolo que
modo, garantida a operação do relé.
produz o torque positivo.
O relé 87 irá operar se o torque positivo (r +) for superior ao torque
negativo (r _).
O funcionamento básico do relé diferencial percentual da figura
2.3. l baseia-se nos torques gerados nas bobinas de restrições e de operação.
Para analisar melhor o funcionamento, apresentam-se os itens a seguir.
a) Operação normal do sistema elétrico ou defeito fora da zona
protegida.
Este é o caso em que as correntes secundá1ias nos TCs do esquema
da figura 2.3.1 são iguais (i 1 = Í 2 ). Nota-se que a bobina de restrição é
composta de duas partes enroladas no mesmo sentido, portanto as correntes
Í 1 e Í 2 produzem um campo magnético concordante que atrai com bastante
força o êmbolo, produzindo um forte torque negativo. Já na bobina de
operação, a corrente resultante é i 1 - Í 2 =O, ou seja, o torque será nulo. Figura 2.3.2 - Defeito Interno
Assim, o forte torque negativo (restrição) garantirá a não operação do relé
Rsta é grande vantagem desse relé, que se traduz em:
87.
+ Defeitos externos, o re.lé fortifica a restrição e enfraquece a
b) Defeito interno entre os dois TCs.
operação, garantindo a não atuação elo relé.
Quando o defeito (curto-circuito) é interno, ou seja, dentro da zona
limitada pelos dois TCs, as correntes i 1 e i 2 dirigem-se ao ponto do
+ Defeitos internos, o relé enfraquece a restrição e fortifica a
operação, garantindo a atuação do relé.
defeito. Neste caso, tem-se a inversão da corrente 12 como mostra a figura
O relé diferencial percentual (87) apresentado na figura 2.3.1 é
2.3.2. representado pelo esquema da figura 2.3.3, em que aparece a bobina de
Para dar ênfase ao funcionamento deste relé, supõe-se que a corrente operação e a bobina de restrição separada em duas partes.
i i-' tenha o mesmo valor em módulo da corrente Í 1 , deste modo, o campo Passa-se a obter a expressão analítica de operação do rei.é díforencial
1
magnético gerado pela corrente i2, na meia bobina de restrição, tem sentido percentual, considerando que as correntes Í 1 e i 2 estão referenciadas de
oposto ao campo criado pela corrente 11 , assim, o campo magnético de acordo com as figuras 2.3.l e 2.3.3.
restrição resultante é nulo, conseqüentemente não existe torque de restrição.
• Na bobina de restrição, age a corrente resultante que é dada por
Já a corrente resultante i 1 + i 2 == 2i 1 , passa totalmente pela bobina de
operação, produzindo um elevado torque positivo. Note que neste caso, o I corrcme de rc~tdç:lo -1Í1+i21
-
2
)

)
)
26 Relé Diferencial 27
)
)
'r re!é 87 = Z'operação - Z' restrição
Elemento
)
Protegido
'""" ~ K,(I, - I,)' - K,(1' : I, )'
) • • (2.3.1)
)

>
No limiar (.,.,é 87 ~ O) do relé 87, tem-se:
i 1 -i 2
)
~~·
Bobina de
operação O-- K 1 (1 L - I 2 )1 -K 2 (11 + 12 )2
) 2
\ ' ~> > i2
K -~
==ff<2
_<:__d ,. -
Bobmas e res nçoes I L -I 2 2 (2.3.2)
l
) Figura 2.3 .3 - Relé Diferencial Percentual (87)
) Para simplificar, utiliza-se apenas a média dos módulos individuais, Fazendo-se, a ::::: {i(.; , tem-se
)
isto é vKi
) TL + 12 11 - I, =a. 11+ 12
JcorTente de restriç-ão = - -- - 2 (2.3.3)
)
2
cujo torque de restrição será dado por I, + l, _ ,., ...
) Fazendo-se, y =I , - I2 e x = ---- , tem-se a expressao 2..) ..),
2 2
) 2 r1+ 12 reescrita como sendo a expressão 2.3.4, que é uma equação de uma reta que
T r.Striç.'io CC ( cD resirição) CC
(
--2- )
passa pela origem dos eixos cartesian0s y _/x.

• Na bobina de operação, a corrente resultante é, y=ax (2.3.4)


I
lowação = i i - Í2I
1 Fazendo-se o gráfico da expressão 2.3.3 de T1 - 12 em função de
I +I
1 2
e para simplificar utilíza-se - --, tem-se a figura 2.3.4.
2
1operação :::::: I , -12
Em que:
cujo torque de operação é dado por
a= taga = {&,que é chamado de inclinação, ou declividade (slope) da
2
r ºPº'"''º cc (<t> operação ) oc (I 1 - I 2)2 · ~~
reta do limiar de operação do relé 87.
Portanto, desprezando-se a restrição da mola restauradora, o torque O efeito da mola de restauração do relé só aparecerá para pequenas
resultante que age no balancim do relé diferencial percentual é dado pela correntes ele defeito, neste caso, sua ação está representada na figura 2.3 .4, em que
expressão 2.3.1. a reta não passa pela origem, mas tem um pequeno desvio.
Relé Diferencial 29
'
)
28 Capítulo IT

Para isso é definido outro termo que é a percentagem da corrente


diferencial I 1 -1 2 em relação à menor das correntes de retenção I 1 ou 12 .

Supondo-se que 12 < I 1 , assim a percentagem diferencial "p" é dada


~miar de operação

OPERA
por:

Desenvolvendo-se, tem-se:
Devido ao
efeito da
mola
I
1
= 100+ p. I 2 (2.3.5)
NÃO OPERA
100
Supondo-se que 11 < 12 , tem-se

Figura 2.3.4 - Curva de Operação do Relé Diferencial Percentual


Desenvolvendo, tem-se
Para o relé diferencial percentual, devem-se fazer dois ajustes:
I == 100 . I, (2.3.6)
a) Ajuste da declividade (slope), que pode ser: ! 100+ p •
+ 5 a 25% para máquinas síncronas; Usando-se no relé diferencial percentual, o percentual "p" de 10% e
+ lO a 45% para transformadores de potência . 25%, o gráfico da zona de atuação do relé é apresentado na figura 2.3.5.
Deve-se observar que se a declividade for de 25%, que Nota-se que a reta superior da gravata é dada pela expressão 2.3.5 e a
corresponde a taga =0,25 e a = arctag0,25=14,04°. Quanto reta inferior pela expressão 2.3.6.
maior for a dec lividade, menor é a sensibilidade do relé. Assim, para qualquer operação que produza um ponto dentro da 1

rt!gião hachurada o relé 87 não atua.


b) Ajuste do valor inicial ou pick-up do relé para compensar o efeito

~,
Qualquer ponto de operação fora da gravata representa uma corrente
da mola de restauração, seu valor mínimo é limitado por

em que K 3 representa o efeito da mola. Por exemplo, o ajuste do


vK: diferencial além do ajustado no relé 87 e a proteção atua.
De uma maneira geral na proteção de transformadores ou máquinas
pick-up ou corrente mínima de atuação do relé, pode ser 0,1 A ou síncronas o relé 87 não atua diretamente no dispositivo de abertura do
0,2A, ou o valor recomendado pelo fabricante do relé. disjuntor. O relé alua ativando o relé auxiliar de bloqueio (86), que
providencia uma série de comandos, sendo um deles o disparo da abertura
Pode-se tcunbém representar o relé diferencial percentual, em um do disjuntor ou disjuntores, conforme pode ser visualizado na figura 2.3.6.
gráfico da COffCnte de retenção r1 em função da corrente de retenção 12 •

J
)
30 Capítulo II Relé Diferencial 31
)
)
)
+ - s-2A__,I_s1-Ar..,..--SIS-1-s-,l-.--r---,2s__,I-jz-o1--
, b 86 a b
69
)
125V~
) S2A
BA
)
11 =-1ºº 12
100 + a

)
Figura 2.3.7 - Esquemático em DC da Proteção Diferencial Percentual
Em que:
)
VM -+ lâmpada vcnnelha, indicando disjuntor fechado.
)
VD-+ lâmpada ver<le, indicando disjuntor abe110.
)
As notações numéricas são identificadas no apêndice A.
)
Note que na proteção de linhas de transmissão com relês 50, 51, 21,
)
12 67, 32, utilizam-se TCs com fator de sobrecorrente de 20, com classe de
) 1 2 4 6 8 1o 12 14 16 18 20 22 24 26 exatidão de 10%. Os TCs utilizados na proteção diferencial, os erros dos
{Ampére~ retençao)
) mesmos influenciam no ajuste do relé, portanto esses T Cs devem ter
Figura 2.3.5 - Zona de Atuação do Relé Diferencial Percentual em Fonna de precisão analisada para cada caso. e podem ser de classe de exatidão de
)
Gravata 2,5%, de 5% ou de 10%. Desse modo, em alguns casos, os TCs da proteção
) diferencial devem ser melhores do que os T Cs das outras proteções.
) Transformador ou

. Gerador Síncrono

'.
)

)
:.
~.......... .......
0 :.
86 .............. ~

) l.

Figura 2.3.6 - Diagrama Esquemático da Proteção Diferencial


A figura 2.3.7 apresenta o diagrama esquemático simplificado cm
DC da atuação <la proteção.
)
Teleproteção 33
32
A filosofia da teleproteção é a mesma da proteção utilizada no
sistema de energia elétrica, com o adicional que a confiabilidade da
tecnologia da comunicação é fundamental.
A teleproteção basicamente utiltza ~ processos para a ação de
desligamento do trecho em defeito. Os 2 processos são:
+ comunicação efetiva ou não entre os relês, para o bloqueio do
desligamento do disjuntor;
+ comunicação entre os 2 rclés. para o desligamento efetivo dos
disjuntores.
Na teleproteção a necessidade de se utilizar a proteção principal e
alternativa é impo1tante, possibilitando a garantia de seletividade de 100%
da linha de transmissão.
Na teleproteção as vias de comunicação, conhecida como canais
piloto, podem ser de vários tipos:
TELEPROTEÇÃO + fio piloto;
+ onda portadora (Carrier);
+ microondas;
\ 3 .1 Tele proteção • fibras ópticas do tipo:
7 cabo dielétrico de fibra óptica;
A proteção que utiliza comunicação entre os relés das barras
adjacentes de uma 1inha ele transmissão é denominada de teleproteção. O 7 cabo OPGW.
principio básico da teleprorcção é a utilização da proteção diferencial (87) a Na teleproteção é imprescindível que o meio de comunicação tenha
distâncía, em que a tra.nsmissão do sinal de um relé ao outro é feita pelas alta confiabilidade e alta velocidade. Isto porque a teleproteção é um
vias de comunicação. Do mesmo modo da proteção diferencial, o trecho componente incorporado ao sistema de proteção. Desse modo é importante
supervisionado (selecionado) para a proteção é o compreendido entre os 2 considerar a segurança do meio de comunicação, principalmente quanto à
relés. A figura 3.1.1 mostra simplíficada e esquematicamente a proteção da
sua exposição física. Geralmente em linhas de transmissão, o sistema de
linha de transmissão utilizando a teleproteção. comunicação abrange todo o comprimento da lir:ha, ficando exposto a toda
Barra A Barra B sorte de riscos, inclusive o de vandalismo.
Os mecanismos das vias de comunicação são resumidamente

. ',
-- - -- ----- -- -
Via de Comunicação
-- (~~\_____ }
\'.~,;
apresentados a seguir.

Figura 3.1.1 - Teleprotcção

)
)
.) 34 Capítulo TU Teleproteção 35

) Fio piloto é um condmor fisico utilizado para conduzir (transmitir) o Transformador


) sinal de comunicação entre os sistemas de proteção instalados em cada
terminal do elemento protegido.
)
O condutor, meio de propagação, pode dependendo do tipo de
)
proteção, ser:
)
o Fios telefônicos; - Bobina de
) Operação
o Cabos elétricos;
)
o Fios nus. \ Bobina de
) Restrição 1
A comunicação por fio piloto é feita por um par de condutores, em Restrição 2
)
que o sinal de transmissão pode ser efetivado (transmitido) por: Figura 3.2. 1 - Proteção Diferencial do Transformador
)
• Corrente continua (DC) Barra A Barra B
) Linha de Transmissão
• Corrente alternada (AC) em 60 Hz;
> • AC em sinal de áudio.
) s- Bcbina de Bobina de ~­
~ OptiraçAo 1 Operação 2---\
O esquema de proteção utilizando fio piloto é mais indicado quando
) o elemento protegido for de pequenas dimensões, tab como: Bobin~ do
.
.> \ ;,
Restrição 1 8obir.ade
) Fio Piloto Resltiçào 2
~ Transfonnador; ..
) Figura 3.2.2 - Proteção com tio Piloto
~ Gerador síncrono;
) Identicamente à proteção diferencial comum, nos relés da figura
~ Cabos elétricos, principalmente os subterrâneos;
3.2.2 as bobinas de restrições produzem ação para a não operação e as
)
~ Linha de transmissão curta. bobinas de operação produ7.em ação para a operação da proteção
) provocando o desligamento dos disjuntores.
Pode-se utilizar o fio piloto para proteção de linha de transmissão
) cu1ta de até 30 km, mas na prática não é muito usado. Simbolicamente a tclcproteção, com vias de comunicação através do
) No tipo de proteção por fio piloto, por exemplo, utiliza-se a mesma canal piloto com o uso de rclés 87 em cada terminal da linha de transmissão,
) filosofia do relé diferencial (87) adotada no transformador de potência, é representada pelo esquema da figura 3.2.3.
sendo que neste caso a proteção diferencial é feita por 2 equipamentos de Barra A Barra 8
) Linha ele Transmissão
prott::ção instalados em cada terminal da linha de transmissão. A figura 3.2.1
) mostra a proteção diferencial (87) de um transformador de potência.
Substitu indo o transfom1ador por uma linha de transmissão e
uti li7.anclo a proteção diferencial com o emprego de 2 relês em cada -.-·-· - Vl1:1 de Comunicação _........
) C;;r11:1I Piloto
terminal, tem-se a figura 3.2.2.
J ·,
Note que ao se unirem os 2 relés da extremidade da linha de Figura 3.2.3 - Esquema Básico da Teleproteção com Canal Piloto
transmissão, têm-se a constituição do relé diferencial tradicional.
)

Capítulo III T eleproteção 37


36

No esquema da figura 3.2.2, com o sistema elétrico operando em realjdade as correntes de curto-circuito proveniente das barras A e B não são
condição nonnal, as correntes no circuito secundários dos 2 TCs. são iguais e pela cablagem do canal piloto passa a diferença das correntes.
apresentadas na figura 3.2.4, que é o mesmo caso para um curto-circuito no Pode-se, também, efetuar o mesmo tipo de proteção utilizando o
ponto 1. esquema de proteção por oposição de correntes. Neste tipo de proteção, em
Barra A Barra B operação normal do sistema elétrico, não passa corrente pela cablagem do
Linha de Transmissão fio piloto, corno mostra a figura 3.2.6.
Barra A Barra B

• Linha de Transmissão

Fío Piloto

Figura 3.2.4 - Operação Normal
Nesse caso, com não há defeito na linha de transmissão, a coITcnte é
a mesma no início e no final, desse modo, as correntes secm1dárias nos TCs ,/ "~Bobina de
são as mesmas e não passa correntes pelas bobinas de operação nos 2 relés Bobina de
operação
restrição
das extremidades. As correntes passam somente pelas bobinas de restrições
garantindo a não operação dos relês. Urna característica deste tipo de Figura 3.2.6 ·· Proteção por Canal Piloto em Oposição na Operação No1mal
esquema de proteção é que na operação normal do sistema elétrico sempre Havendo um defeito na linha de transmissão, uma das correntes de
circula corrente pela cablagem do canal piloto. Assim, quando ocorre um curto-circuito inverte-se na extremidade, o que, por sua vez, determina a
defeito na cablagem do canal piloto, devidamente a proteção pode provocar condução de corrente pela cablagem do canal piloto, com mostra a figura
o desligamento do elemento protegido. 3.2.7.
A figura 3.2.5 mostra o sentido das correntes elétricas para o caso de Barra 8
curto-circuito na linha de transmissão.
• Linha de Transmissão

Barra A
Linha de Transmissão i'
Barra B
• •

i' =i
• Curto-circu ito
87

"-.;~ Bobina de
restrição operação

Fio Piloto
Figura 3.2.7 - Defeito na Linha de Transmissão
Figura 3.2.5 - Curto-circuito na Linha de Transmissão
Neste exemplo da figura 3.2.7, foi considerado que Í =i 1 .
Nesse caso de cmto-circuito na linha de transmissão, a título de
exemplo, supõe-se que as correntes I e I' são iguais em módulo. Assim,
deduz-se que não passa corrente pela cablagem do fio piloto e toda a
1 3 .3 Fibra Óptic~
corrente passa na bobina de operação de cada relé com o conseqüente
disparo dos disjuntores, em cada extremo da linha de transmissão. Na

)
)
)
)
38 Capítulo IIl Teleproteção
) 39

) No esquema apresentado na figura 3.2.3 o canal de comunicação © Rapidez na transmissão do sinal luminoso;
) pode ser feito por um cabo dielétrico de fibra óptica, como está representado
na figura 3.3.1 . © Precisão nos dados transmitidos;
)
Barra A Barra B © Disponibilização de vários canais de comunicação possibilitando
) Linha de Transmissão as realizações de outras funções, tais como: telefonia, medição,
• •
) supervisão e controle, transmissão de sinal de áudio e de vídeo,

·_d)I 1-0--J
principalmente para ações de segurança do monitoramento do
) pátio das subestações;
)
© Mudança de ajustes de relés;
) ' 1 l

) e~~ Fi~~~ Ó~i~ __


Transdutor -":.. ____
Fotoelétrico ...-· ~
--0 © Possibilidade de ações de autodiagnose na integridade do sistema
de proteção com respeito aos relês e das fibras ópticas e
transmissão do sinal;
)
) Figura 3.3.1 - Teleproteção com Cabo de Fibra Óptica © Canal de comunicação dedicado e seguro para as ações de
Este esquema de teleproteçào é similar ao de fio piloto, em que o transferência de sinal objetivando o bloqueio ou o disparo do
) disjuntor remoto;
meio fisico da via de transmissão é constituído por um cabo de fibra óptica.
)
Neste tipo de teleproteção, o sinal elétrico obtido no relé 87 é dirigido ao © Pequena atenuação do sina] transmitido cobrindo grandes
) transdutor fotoelétrico, que o transforma em um sinal luminoso equivalente. distâncias de comunicação;
) O sinal luminoso, que tem uma freqüência dentro do espectro cio
© Separação galvànica entre os circuitos elétricos do sistema de
infravermelho, é transmitido pela fibra óptica ao outro terminal, assim se
) proteção com o sistema de fibras ópticas;
estabelece à comunicação entre os rclés dos te1minais da linha de
) transmissão. © Grande largura de banda;
) Com a informação das conentes nos 2 terminais da linha de © Extremamente leves.
) transmissão, e de acordo com o esquema de proteção adotado, os rclés A fibra óptica é constituída de um núcleo de sílica, revestido com
podem: uma camada de silicone. Para con.finm ainda mais os raios luminosos dentro
)
rP não operar; do núcleo de sílica da fibra óptica, há necessidade de aumentar o índice de
refração. Com esse propósito dopa-se a fibra com Ge02 (dióxido de
{/> operar;
) germânio) e Si02 (dióxido de silício).
{/> bloquear a ação de desligamento do disjuntor remoto;
) As fibras ópticas de acordo com o tipo de transmissão e índice de
{/> permitir o desligamento de um disjuntor remoto; refração podem ser:
) ':[
{/> bloquear o religamento. • Fibra óptica monomodo, que utiliza diâmetros de 9 ~tm. e 10
·[ µm, com comp1imento de onda (Ã.) de 131 nm e 1550 nm,
As vantagens da utilização da fibra óptica no esquema de proteção
da figura 3.3.1 são: tem menor atenuação no sinal, é empregada para grandes
distâncias de transmissão;
© O cabo de fibra óptica não está sttjeito à interferência
eletromagnética e eletrostática; • Fibra óptica multimodo que se divide em:

)
Capítulo IU Teleproteção 41
40

~índice degrau que tem dois índices de refração, um Cabo OPGW (Optical Grottnd Wires) é um cabo condutor metálico,
para o núcleo e outro para a casca. São fibras grossas onde coaxialmente estão instalados os cabos de fibra óptica. Ver figura
com diâmetro de 100 µma 850 µm. Sãó empregadas 3.4. l.
em distâncias curtas. ...S-- Fibra Ótica

~ Índice gradual que apresenta índice de refração


variável, a dimensão do núcleo é de 50 µm, 62,5 µm e
100 µm, e da casca de 125 ~tm e 140 ~tm. Podem ser
usadas em maiores distâncias com atenuações de l a
6 dBíkm.
A fibra óptica multimodo, tem diftmctro do núcleo de 50 ~Lm, 62,5
µm e 200 ~Lm, com comprimento de onda da luz emitida na ordem de 650,
820 e 1300 nm. Figura 3.4.1 - Cabo OPGW
Os transdutores (conversores) fotoelétricos dos relés em cada O cabo OPGW é utilizado como cabo de cobertura (cabo pára-raios
te1minal da linha de transmissão devem ser compatíveis, isto é, devem gerar ou cabo guarda) ele uma linha de transmissão. Ver figura 3.4.2.
sinais luminosos com o mesmo comprimento de 011da. Os cabos de fibra
óptica podem ser simples ou acompanhados de um cabo (gu ia) de aço. O
cabo de fibra óptica com guia de aço possibilita lançar o cabo em maiores
vãos entre torres de transmissão e resguarda de tensiona.mcntos mecânicos
nas fibras.
A perda de sinal na fibra óptica é medida em dB. Deve-se considerar
as perdas cm dB em todo o sistema de transmissão do sinal de fibra óptica,
concernentes às emendas, às conexõe.s e os cabos propriamente dito.
Por exemplo, o cabo de fibra óptica de 9,3 µm cem perdas de:
• 0,4 dB/ km para/,:::: 131 O nm;
+ conector, perdas de 2 dl3iconeccor;
+ emenda, perda de 0,4 dB/emcnda.
A distância de comunicação direta entre relés fica limitada pela
geração de sinal no conversor e pelas atenuações de sinal no sistema de
comllnicação. Estas limitações restringem a operação direta entre relés cm
tomo de 50 km.
Figura 3.4.2 - Cabo de Cobertura do tipo OPGW
O cabo de cobertura está aterrado n.a tone de transmissão. Assim, na
l 3 .4 Cabo OPG\V J ocorrência de uma descarga atmosférica, o raio será captado pela patie
metálica do cabo de cobertura, será conduz ido até à torre mais próxima, e
)

) Teleproteção
42 Capítulo IH 43
)
) será escoado a terra pelo aterramento (contrapeso) do pé da torre. Esta © Serviços para companhias telefünicas ou de TVs não
condução do raio não afeta a transmissão do sinal luminoso dentro do pertencentes à empresa. Isto é, podem-se comercializar os canais
)
núcleo da fibra óptica. excedentes para empresas particulares.
)
O esquema da teleproteção e da via de comunicação é apresentado
)
simbolicamente pela figura 3.4.3. [ 3.5 Onda Portadora
)
Barra A Barra 8
TC 1 Linha de Transmissão
A transmissão por onda portadora é feita utilizando o meio físico,
) • • isto é, o próprio cabo condutor da linha de transmissão para a propagação do
) • • sinal de comunicação. O sinal a ser transferido é modulado na onda
portadora, é injetado na extremidade da linha de transmissão e é recebido na
outra extremidade onde é demodulado, isto é, o sinal é separado da onda
) portadora. Este sistema é conhecido por OPLAT - Onda Portadora sobre
) Linha de Alta Tensão. O esquema da figura 3.5.1 mostra os elementos
- Trans:issor 1 Transmissor básicos da teleproteção com onda portadora (Sistema Carrier).
) CaboOPGW e
Receptor i==========I Receptor Bobina de
de Canal de comunicação de
Bloqueio Canal de
Sinal Sinal Barra TC de Carrier Comunicação

J--0 1
L_y
)
)
Figura 3.4.3 - Teleproteção com Cabo OPGW 'ãOOô' l Linha de

)
)
Neste tipo de teleproteção a comunicação entre os relés é feita pela
transmissão do sinal pelas fibras ópticas contidas no cabo OPGW,
possibilitando efetuar vários esquemas de proteção. Apenas para ilustração,
Í} c, Transmissão

L
TP
) por exemplo, o cabo OPGW com 18 pares de fibras ópticas pode trafegar ;.....·~......,- _;··.....
·-;-
.___ _ __.r...; ; ---....,
l
cm cada par, 7560 canais, perfazendo no total 136.080 canais de i

r}~
) J
comunicação.
i'
)

)
A transmissão com OPGW pode cobrir grandes distâncias com a Transmissor
e
li
introdução de repetidora de sinal. Receptor :•o••••• ., • ••••..,•;

Carrier
Desse modo, pode-se utilizar a transmissão de sinal pela fibra óptica, 9
para o uso da:
Chave
© Proteção;
) © Comunicação telefônica; Figura 3 .5.1 - Teleproteçâo Onda Portadora (Carrier)
) :1 © Transmissão de sinal de TV; O sinal é transmitido por urna onda prntadora de alta freqüência na
) © Comunicação via Internet; ordem de 20 a 400 kH7., que se superpõe à corrente elétrica {60 Hz) da 1inha
1
de transmissão. Cada sinal, com sua respectiva freqüência, propaga-se
© Comunicação do sistema de supervisão e controle; independentemente como se o outro sinal não existisse, apenas seus efeitos
são somados. O receptor, no outro extremo da linha de transmissão, que está
)

)
)
)
44 Capítulo m Teleproteção 45

Rádio Navegação
sintonizado na freqüência Carrier, absorve apenas o sinal da onda portadora,
sendo que a con-espondente demodulação extrai o sinal da informação: 20kHz 3DkHz 400kHz 535kHz

Para a finalidade de usar o sistema Carrier por onda portadora na


teleproteção, há necessidade de apenas apresentar a figura 3.5. l de modo
mais simplificado, como mostra o desenho da figura 3.5.2.
~+-~f---+~~~~~~~~~~+,~~·~~-+----1-~~~-1-
16kHz 200kHz
. , __ - ------ ---- Faixa Carrier -- ---- - -- -- -- +-

Figura 3.5.3 - Faixa de Freqüência Carrier


405kHz
-
Rádio Difusão

Bobina de
Bloqueto de canal de
Barra B Freqüências menores que 20 kHz prejudicam o acoplamento com os
Barra A TC Carrlar Comcnicação TC
1-0 e~ rnõO'ó''--"T"'"" --------.--'rnõO'ó ' -•,/"'"', D--1 DCPs, e para freqüências maiores que 400 kHz as perdas de transmissão do

j_-e · l
n
Linha ce Transmissão
Capacitor
1
_,__ 8 l sinal são mais acentuadas e também começa a haver interferências com os
serviços de rádio.
! O sistema de proteção que utiliza onda portadora (Carrier) depende
l_. ... T R R T muito da incegridade dos condutores da linha de transmissão. Scmdo
prejudicados nos seguintes casos:
)
® Abertura dos condutores da linha de transmissão;
figura 3.5.2 - Sistema Carrier ® Curtos-circuitos;
Em que T representa o transmissor e R o receptor da onda portadora ® yfanobras de disjuntores;
Carrier.
® Interferências eletromagnéticas;
Os equipamentos que constituem o sistema de transmissão por onda
po1tadora podem utilizar a tecnologia digital, porém a transmissão da onda ® lnterferência eletrostática.
portadora pda linha de transmissão é feita sempre no modo analógico.
O sistema complclo da transmissão por onda portadora (Carrier), l 3.6 Microondas
sucintamente é composto pelos seguintes equipamentos:
Na transmissão por microondas o meio de propagação do sinal é pelo
• Bobina de bloqueio do Carrier; ar. O sinal é transmitido numa freqüência de 900 kHz a 20 MHz. O sinal de
alta freqüência da microonda é dirigido por antenas parabólicas de ponta a
• Divisor Capacitivo de Potencial (DCl>s);
ponta. Por este motivo as antenas parabólicas devem estar colocadas em
• Equipamento de sintonia; torres de comunicação para que sua visada tenha longo a.lcance. Ver figura
3.6.l.
• Transmissor Carrier;
A faixa de freqüência deste sistema de comunicação é:
• Receptor Carrier;
+ UHF de 300 MHz a 3 GHz;
• Filtro da ouda.
O capítulo 2 da referencia [5] foi dedicado ao equipamento DCPs • Microondas de 3 GHz a 30 GHz.
contendo o seu funcionamento e utilização. O sistema de comunicação por microondas é muito complexo e caro.
A faixa de freqüência utilizada para a propagação de sinal confinada
As antenas parnbólicas devem estar direcionadas umas em relação às
na linha de transmissão, cm comparação com outras freqüências, é mostrada
outras, de modo que o sinal seja transmitido entre as torres de comunicação
·' na figura 3.5.3.

)
)

)
46 Capítulo III Teleproteção
) 47
) até o seu destino final. Em condições favoráveis a máxima distância entre
c) Sistema de Transferência de Disparo Direto por Subalcance (Direct
) duas torres pode ser de até 60 km. Underreach Transfer Trip-DUTT);
Antena
) d) Sistema de Transferência de Disparo Permissivo Por Subalcance
Parabólica
) (Permissive Underreach Transfer Trip -: PUTT);
) e) Sistema de Transferência de Disparo por Sobreakance (Permissive
Overreach Transfer Trip- POTT).
)
) Existem vários sistemas de proteção que utilizam os esquemas
anteriores ou suas variantes, sendo que alguns serão apresentados nos itens a
) seguir. Neste tipo de esquema qualquer relé pode ser utilizado, sendo os
-.-_
........ Cabo Guia
) -~ -- de mais usuais os relês 21, 67, 50, 51 .

) Microondas
) ._3_._8_S_i_s_te_rn_a_d_e_B_l_o....'!q'-u_e_ =-1=·r.. .::.e. :.ci:. :o:.n:.:: :a:.:. l___ _J
io'""'p!Lo_r_C_o_m.. .Jp[_a_1_:-.1.::_!ç~ã....::.o-=D
) Equipamento de O sistema de bloqueio por comparação direcional (CDB), conhecido
) Transmissão e também por Blocking, utiliza o sistema de comunicação para enviar um sinal
Recepção para bloquear, isto é, para não permitir a operação de abertura do disjuntor
) remoto adjacente. Por este motivo, o sinal enviado pelo canal de
) comunicação será utilizado para impedir a operação de àesligarncnto do
Figura 3.6.1 - Torre de Comunicação de Microondas disjuntor, mesmo que a proteção local queira abrir o disjuntor. O sinal é de
Este sistema sofre inf1uência das condições atmosféricas, sendo um bloqueio ela abertura do disjuntor, daí advindo o nome sistema de bloqueio
problema para a fidelidade desse sistema de transmissão, principalmente por comparação direcional.
) para a teleproteção. A vantagem desse sistema é que a comunicação Para o caso de proteção principal e alternativa, quando se têm 2
independente dos efeitos das correntes de curtos-circuitos na linha de sistemas de proteção separados e independentes por terminal da linha de
transmissão e das interferências eletromagnéticas geradas na subestação. transmissão, é garantida a atuação da proteção local, sem preocupação com
a obrigatoriedade da atuação da proteção de retaguarda remota.
Ll3_._7_T_i~p_o_s_d_e_S_'i_st_e_1n~as~d_e_T_e_le~p~r_o_t_eç~ã_o~-.,.-~~~~~~--
)
J Pode-se utilizar o sistema ele bloqueio por compm·ação direcional
) (CBD), apresentado a seguir, Cltjo diagrama unifüar é mostrado na figura
Os sistemas complexos de proteção que utilizam a técnica de 3.8.1.
)
comunicação entre subsistemas de proteções são conhecidos genericamente
por teleproteção. As proteções e as comunicações enh·e relés podem ser
efetuadas com o emprego de várias técnicas, denominadas:
a) Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional ou Sistema de
Comparação Direcional por Bloqueio - CDB - (Blocking);
b) Sistema de Comparação Direcional por Desbloqueio - CDD -
)
(Unblocking);
Figura 3.8. l - Diagrama Unifilar do Sistema Elétrico para a Proteção C.DB
)

Capítulo m Teleproteção 49
48

No diagrama uni filar da figura 3 .8.1 está apresentado somente à 21S-+ contato do relé 218;
proteção primária da l T AB de uma configuração em anel. BA -+bobina de abertura do disjuntor;
Na barra A, o relé 21P está direcionado no sentido ·da linha de IR -+ transmissor, equípamento que envia o sinal de comunicação para
transmissão LT AB e sobrealcança a barra remota B e vai até, por exemplo, a a barra remota; .
40% da próxima linha de transmissão, LTsc, e o relé 21S (instantâneo) está
RC -+ receptor, equipamento que está sintonizado para receber o sinal
direcionado ao sentido contrárío (reverso) e alcança a bana adjacente, ban-a
de comunicação enviado pelo transmissor da barra remota. Quando o
D, como mostrado no esquema da figura 3.8.1.
receptor RC recebe o sinal de comunicação, o seu contato RC abre;
A filosofia do CDB é que sempre que o relé 21 S vê o defeito, um
Relé de Tempo-+ fecha o seu contato To quando transcorre o seu tempo
sinal de comunicação é enviado para a outra barra para não deixar que o
ajustado. O tempo de ajuste T 0 = 6 a 20 ms. O tempo de ajuste T 0 é um
disjuntor abra, isto é, o sinal é enviado para BLOQCEAR a abertura do
tempo muito baixo, mas deve ser maior que o tempo da propagação do
disjuntor da barra remota. Na proteção da figura 3.8. l, as zonas de atuação
sinal de transmissão de uma barra a outra. Ou seja, To > Tempo de
do relé 21 são designadas por P e S, em que P significa proteção piloto ou
propagação do sinal pelo sistema de telecomunicação. Este tempo To
principal e S significa Scart, ou seja, partida (disparo) do transmissor que
muitas vezes já vem incorporado no equipamento fornecido pelo
envia um sinal pelo sistema de telecomunicação para a outra barra.
fabrícante, e está fixado entre 15 a 20 ms.
O diagrama funcional em DC do sistema de bloqueio por
Passa-se a seguir a analisar a atuação da proteção para os defeitos
comparação direcional aplicado ao diagrama unitilar da figura 3.8.1 está
assinalados no diagrama unifilar da figura 3.8.1.
mostrado na figura 3.8.2.
a) Defeito no ponto F 1 da linha LT_.\B·
Relé de Relé de
+ +
As proteções das barras A e B, atuarão com ·o acionamento dos

~
Tempo Tempo
- -Q---1 seguintes contatos.

-~~ -L-=i
! RC 1 21P Terminal A

BA T 1
• Fecha o contato 21P que energiza o relé de tempo;
D 1
• Transcorrido o tempo To, o relé de tempo fecha o seu contato T 0:

_J_ • O disjuntor A é desligado.
- I RC 1 Terminal B
218
.! TR-r--j f-- • Fecha o contato 21P que energiza o relé de tempo;
• Transcorrido o tempo T 0, o relé de tempo fecha o seu contato T 0;
Figura 3.8.2 - Diagrama Funcional em DC do CDB
• O disjuntor B é desligado.
Em que:
Note que neste caso, nenhuma proteção 218 viu o defeito, portanto
21 -+ relé de distância. Poder-se-ia utilizar um outro relé no lugar do nenhum sinal de comunicação foi enviado.
relé 21, por exemplo, o relé 50 ou o relé 67;
b) Defeito no ponto F 2 •
21P -+ contato do relé 21P;

)
), ~"·

) 50 Capítulo III Telep1·oteção 51


)
) Este defeito é fora da LTAB, portanto nenhum disjuntor deve ser promove a abertura do contato RC. Esta função é feita por um relé 85
desligado.
) auxiliar. O funcionamento baseia-se no esquema mostrado na figura 3.8.3.
)
A seqüência de atuação da proteção é a que segue:
RC
)
Terminal B --~~-

• Fecha instantaneamente o contato 21S;


l
)
)
1
1 • Ativa-se o transmissor B, que envia um sinal pelo sistema de é
~-~
telecomunicação para o receptor A da barra A.
·[
Terminal A
Sistema de

~/
) • Fecha instantaneamente o contato do relé 21P; Telecomunicação
) • O receptor A recebe o sinal do transmissor B e abre o seu contato
1 RC. Note que o contato RC estando agora aberto, não será mais
) Figura 3.8.3 - Relé 85
1 possível efetuar a operação de abertura do disjuntor A, isto é, o
1
) disjuntor A está bloqueado; Quando o receptor recebe um sinal de comunicação, ativa o relé 85
l
l
que promove a abertura do contato RC. O relé 85 tem também outros
) + O relé de tempo fecha o seu contato To no tempo To. Note que o contatos auxiliares NA e Nf, para realizar outras funções. Geralmente,
) 1 tempo To> tempo da propagação do sinal de comunicação entre provoca-se um retardo intencional no tempo de rearme do relé 85, a fim de
) l' as barras;
evitar problemas na proteção de linhas operando em paral~lo.
• O disjuntor A permanece fochado, em operação normal. No esquema de proteção apresentado, a seletividade é de 100% da
O probiema neste tipo de sistema de proteção de bloqueio por linha de transmissão com um tempo de atuação de To.
comparação direcional é que:
)
® Se houver um defeito no sistema de telecomunicação, de modo l 3.9 Sistema de Desbloqueio por Comparação Direcional
que o sinal seja emitido indevidamente, a abertura do disjuntor
fica bloqueada, independente da atuação da proteção local. Sistema ele proteção de desbloqueio por comparação direcional
(Unblocking) será analisado em relação ao diagrama unifüar da figura 3.9.1.
) ® Se houver uma falha no sístema de telecomunicação, de modo
) que o sinal transmitido não chegar no receptor remoto, poderá
• 1
haver atuação indevida da proteção local para defeito fora da D A -' F, p .._._ B F 2,. C
l ..-ofo~~~~~~=~~~~5~6~+~~~~~~r
)

)
! linha de transmissão. Fato este que geralmente ocorre neste tipo
de esquema de proteção. 0 é ~ ~ ~- é
) Como não se sabe se há defeito no sistema de telecomunicação, há p
necessidade de uma constante vigilância no sistema para garantir o seu
desempenho. fiaura
o 3.9.1 - Diagrama Unifilar
Os relés de proteção de cada barra têm direcional idade para a linha
O esquema funcional apresentado na figura 3.8.2 é simplificado, na
de transmissão com sobrealcance da linha adjacente.
realidade o esquema é mais complexo e, pode-se citar que o receptor não
)

_e_l~ep~r_o_
_T ã_
te_ç_ _____________________ ___________________~~S::.::.,3
o '
52 Capítulo III

A filosofia do sistema de proteção de desbloqueio por Se o sinal guarda está em funcionamento é porque o sistema de
comparação direcional (CDD) é manter um canal de comunicação sempre telecomunicação está em funcionamento normal.
ativo e mantido numa freqüência chamada de guarda Portanto, o sinal A seguir apresenta-se a atuação das proteções para os defeitos
permanente no canal é indicativo que o canal de transmissão de assinai ades no diagrama w1ifilar da figura 3. 9.1 .
telecomunicação está funcionando cm perfeito estado, isto é importante
a) Defeito no ponto 1?1 dentro da L TA.B.
porque é uma garantia de que quando houver defeito no sistema elétrico o
canal de comunicação está pronto para enviar um novo sinal de desbloqueio Os relés operam na seguinte seqüência:
em uma nova freqüência, diferente da freqüência do canal guarda. O sinal de Terminal A
desbloqueio é sempre no sentido de promover o desligamento do disjuntor.
• Fecha o contato P do relé da barra A;
Na operação normal do sistema elétrico, no sistema de proteção
CDD, é sempre enviado. permanentemente, um sinal de guarda (na • Ativa-se o transmissor A, que muda a freqüência do sinal de
freqüência guarda) entre os sistemas de proteção da barra A e B, que comunicação transmitido. A freqü~ncia do sinal é comutada da
mantém aberto o contato que está em série com a bobina de abertura do freqüência de guarda para a freqüência de desbloqueio;
disjuntor. Havendo defeito no sistema elétrico a proteção troca a freqüência
• O receptor A recebe o sinal de comunicação na freqüência de
do canal de comunicação para freqüência de desbloqueio, que será enviada
desbloqueio que foi enviada pelo transmissor B. O receptor A
para a outra barra, no sentido de permitir o desligamento do disjuntor
fecha o seu contato RC;
remoto.
• Ariva-se a bobina de abertura BA que promove o desligamento
Portanto a lógica do CDD é:
do disjuntor A .
7 Freqüência de guarda significa operação normal do sistema e os
Terminal B
disjuntores devem pem1anecem fechados;
Seqüência igual a do terminal A.
7 Freqüência de desbloqueio significa defeito no sistema elétrico e

l os disjuntores devem ser desligados.


O esquema funcional do diagrama unitilar apresentado na figura
Observa-se que o sinal na freqüência de desbloqueio provoca o
desbloqueio (permissão) de operação de des ligamento do disjuntor.
3.9.1 está mostrado na figura 3.9.2. b) Defeito no ponto F 2 fora da LT All·
1 +
+ A seqüência de atuação dos relés é:
1
1

P BA BA P Terminal B
-O RC ~ .. ~
~ ~ ~ o RCo--· --"PllY'-
A proteção deste terminal não vê o defeito em F2, portanto nada

·~ Sistema de
.,-4r 1
acontece.
• O receptor B recebe o sinal do transmissor A na freqüência ele
desbl oqueio e fecha o seu contato RC, mas não há operação do
"'- ~I
1
Telecomunicação
disjun tor B porque o contato P permanece ahe1to.
Te1minal A
F igura 3.9.2 - Funcional cm DC do CDD
A proteção deste terminal vê o defeito F2 e:

)
-
54 Capítulo HI Teleproteção 55
)

) • Fecha o contato P do relé A; reverso que deverá cobrir todo o circuito da linha de transmissão reversa
(anterior). O esquema füncional em DC de cada sistema de proteção está
) + Ativa-se o transmissor A, que permuta a freqüência do sinal que apresentado na figura 3.10.2.
) é enviado para a bana B.
+ Relé de _ Relé de
) 1 Note que não há operação do disjuntor A. porque o receptor A não FD Tempo
+

)
recebe sinal na freqüência de desbloqueio.
1
) 11 Observação: Este sistema de proteção de desbloqueio por
J comparação direcional (CDD) é mais simples que o CDB, é mais confiável
) ! devido à existência pcmmnente do sinal guarda. Normalmente o tempo de
) comutação do sinal de comunicação dá-se em 5 ms.
1

)
) 1 3 .1 O Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional -
) 1'
1 Variante
i'
) . 1
Este esquema é utilizado na proteção tradicional com relés de
l distância que usufmi do sistema de comunicação.
1 Para assimilar com mais propriedade estes fundamentos, o diagrama :Figura 3.10.2 - Esquema Funciona em DC do Sistema de Proteção por
)
unifilar da figura 3.10.1 mostra as zonas de atuação do sistema de proteção Bloqueio por Comparação Direcional
1
)
)
1 !'
l '
.1
1
instalado nas barras A e B com sentido direcional para dentro da linha de
transmissão, isto é, como indicado pelas setas sobre os TCs.
Em que:
Z1 _.contatos NA e ~F da 1ª zona (instantânea) do relé de distância 21;
) ! 1 FD Direcional 67A

i '. ZR
Z2 _. contato da 2ª zona (temporizada = T 2) do relé de distância 21;
Z3 _. contato da 3ª zona (temporizada= T 3 ) do relé de distância 21;
1:
1 ;. z, ZR - contato da zona reversa de atuação (instantânea) do relé de
l il A -+ F F ,.. ~ B F C
l r-.cA; d.istância 21R;
)
t i.•


l
1,

1
50%
'A_'C>
\::.) - - J L' - 0' s.
21
ZO%
1 1
80% é '
,y-, (~~' ,1.~fu----+
03150% ~
TR -+ Transmissor do sinal Carrier para a barra remota;
} z, 1
1 ,,l1· 1
- RC -+ Receptor do sinal Carrier proveniente da barra remota. Quando o
ZR
) ir ? Receptor RC recebe um sinal Carrier o seu contato RC abre
í
------ instantaneamente;
11

1'
l 1 - - - ------
' FD Direcional 67B
1
FD-+ contato da unidade direcional 67;
1
i
i Figura 3.10.1 - Alcance das Zonas dos Relés 21 To -+ é um tempo mui to baixo, porém maior que o tempo da propagação
)
;
'
! Neste esquema os relés de distancia 21 têm seus ajustes de zonas de l do sinal de transmissão Carrier de uma barra a outra. Ou seja, Tu >
Tempo de propagação do sinal Carrier;
)
1 atuação e suas correspondes temporizações indicadas no item 5.8 da
~ 1
i T2 = 0,4 a O,Ss-+ temporização da 2ª zona do relé de distância 21;
referencia [46]. Alimentado pelo mesmo TC, há um relé de distância
) i
)
) j
56

T 3 = ls-+ temporização da 3ª zona do relé de distância 21.


-
Capítulo lil Teleproteção

Terminal B:
57

Passa-se a analisar o funcionamento da proccção de açordo com seu 7 fecham simultaneamen te os contatos FD, Z2 e Z3;
diagrama funcional para alguns pontos assinalados na figura 3.10.1. 7 Ativa-se o relé de tempo, que transcorrido o tempo To fecha o
a) Defeito no ponto F 1 do diagrama unifilar da figura 3.10.1. contato To, provocando o disparo do disjuntor B.

Os relés de proteção atuam do seguinte modo: O tenninal A da linha de transmissão LT.w foi desligado
instantaneamen te pelo disjuntor A e o tenninal B foi aberto no tempo To que
Terminal A: é muito baixo. Note que aqui também não houve necessidade do sistema de
7 Fecham simultaneamen te os contatos FD, Z1, Z2 e Z3 e o contato telecomunicaçã o.
z, NF abre-se; e) Defeito no ponto F3 do diagrama unifilar da figura 3.10.1.
7 Através dos fechamentos dos contatos FD e 2 1 ocorre a ativação Os relés de proteção atuam do seguinte modo:
da bobina de abertura BA e o desligamento do disjuncor A.
Terminal B:
Jerminal B:
7 Fecha instantaneamen te o contato ZR;
7 Fecham simultaneamen te os contatos FD, Zi, Z2 e Z3 e o contato
Z1 NF abre-se; 7 Ativa-se o transmissor TR que envia um sinal Carrier para o
receptor A da barra A.
7 Através dos fechamentos dos contatos fD e z, ocorre a acivação
da bobina de abertura BA e o desligamento do disjuntor B. Terminal A :

Neste caso os 2 disjuntores A e B da LT,,a foram desligados 7 fecham simultaneamem c os contatos FD, Z2 ~ Z3;
(abertos) instantaneamen te. Note que para este tipo de defeito dentro da 7 Ativa-se o relé de tempo;
linha de transmissão, na qual é visto pela lª zona dos 2 relés tenninais,
nenhum sinal de comunicação foi ativado pelo transmissor TR, porque
7 O receptor RC recebe sinal Carrier do transmissor TR da Barra
B. Ao receber o sinal Carrier, o receptor RC abre o seu contato
mmhum relé de distância reverso viu o defeito e os contatos ZR
permaneceram abertos e ainda os contatos Z 1 NF foram abettos. Note que RC;
pelo esquema do diagrama funcional da figura 3.10.2, quando o defeito está 7 O relé de tempo no tempo To fecha o seu contato To. Note que
dencro da lj zona, o relé de di~tância atua prioritariament e e agora não há desligamento do disjuntor porque o sinal Carricr
instantaneamen te no disparo do disjuntor, não havendo necessidade do sina1 recebido pelo receptor abriu o contato RC antes do fechamento
1
1
1 de comunicação do Carrier. do contato T 0. Esta ação 6 que dá o nome deste esquema· de
! 1
proteção, ou seja, o sinal Carrier transmitido bloqueou o disparo
1
b) Defeito no ponto }~ 2 do diagrama unifilar da figura 3.10.J.
do disjuntor A. Observa-se aqui há necessidade de ter-se To >
Os relês de proteção atuam do seguinte modo: Tempo de propagação do sinal Carricr da barra H até a barra A,
Terminal A: isto é, o receptor da barra A deve receber o sinal Carrier e abrir o
contato RC antes que o relé de tempo feche o seu contato To.
7 Fecham simultaneamen te os contatos FD, Z1, Z2 e Z3 e o contato Além do mais, o tempo To deve ser o menor pos::;ivcl, porque
1 z, NF abre-se; quando o relé da outra bruTa vê o defoito dentro de sua lª zona,
·1
7 Ocorre a ativação da bobina de abertura BA e o desligamento do esta informação é imediatamente passada via Carricr para que o
·1
disj umor A.
1
i

'1 1
.1 )
}
58 Capítulo III TeleEroteção 59

relé da barra adjacente abra com certeza o seu disjuntor no tempo

z~~~;';
Relé de Z1
) To. Tempo
FD Z2 T2 z2 FD
) 1 Observação l: Para o defeito no ponto F 3 , a proteção da l ª zona do relé lJ da
) L T se deve atuar instantaneamente, somente em caso de defeito desta H H
proteção, deve atuar a 2ª zona do relé 21 da barra A no tempo T 2. z Z3

!e~
H
l ·:
Observação 2: No esquema de bloqueio por comparação direcional (CDB),
o sistema de telecomunicação dedicado à proteção nunca promove o disparo
BA RC

do disjuntor, atuando somente no sentido de bloquear o disparo do disjuntor. + +


'
~)
~
) ' Portanto, quando há um defeito no sistema de telecomunicação a proteção
torna-se a convencional.
)
Apresenta-se a seguir outro tipo de proteção de bloqueio por Sistema de
} comparação direcional (CDB) para um sistema de proteção primária e Telecomunicação
) alternativa, com zona de seletividade de 100% da linha de transmissão e não
há risco de disparo do disjuntor, porque a ação do receptor não consegue de Figura 3.11. l - Esquema Funcional do Sistema de Transferência de Disparo
modo algum provocar o disparo do disjuntor. Direto por Subalcance
}

)
l 3.11 Transferência de Disparo Direto por Subalcance Barra A Barra 6

Transferência de disparo direto por subalcance aplicado a um


j
sistema elétrico é quando o sinal de comunicação é utilizado para efetuar a l ______ _2"r:n.:'.~~i:_d_: ~is~~ ~r:'~ ____ ~e!to<
) operação de desligamento direto do disjuntor. Este tipo de proteção também Via de Comunicação
é conhecido por DUTT ·- Direct Underreach Transfer Trip.
figura 3.11.2 - Transferência de Disparo para a Barra Remota
O diagrama unifilar e a zona de atuação dos relés é o mesmo
Se ocorrer defeito no reator os 2 disjuntores deverão ser desligados,
apresentado na figura 3.10.l, sendo que o esquema funcional em DC é
scnd,o que o disjuntor remoto da barra A é disparado diretamente pelo sinal
mostrado na figura 3 .11.1.
i
env.i~do pelo sistema de comunicação da bana B.
Note que o sinal de transferência provoca o disparo do disjuntor.
A figura 3.11.3 mostra uma fotografia de um reator de linha
Neste esquema caso haja um defeito no sistema ele comunicação qLtC manobrável com disjuntor no terminal do aterramento.
provoque uma transmissão indevida de sinal, o disjuntor da barra remota
será desligado.
J
1 1
Uma variante deste esquema é a utilização do disparo direto do
disjuntor da barra remota, quando é necessário o desligamento de um
l 3.12 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance
Este sistema de proteção também é conhecido por PU1T -
l equipamento que não tenha disjuntor próprio. Por exemplo, é o caso do Permissive Underreach Trunsfer Trip.
reator de linha não manobrável (figura 3.11.2) ou q_ue tenha disjuntor
próprio no lado terminal do aterramente. O sistema elétrico é o mesmo da figura 3.10.1 e o diagrama
funcional está apresentado na figura 3.12.1.
)
' 1

60 Capítulo IU r elepro teção 61

será possível se a unidade direcional permitir. Apesar da introdução deste


pequeno detalhe, já se produz mais segurança no esquema de proteção
associada à teleproteçâo. Isto porque, se o sistema de comunicação enviar
por falha, engano ou erro humano, um sinal de disparo, o disjuntor não será
acionado porque a unidade direcional não permite.

3.13 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance


com Aceleração de Zona
O seu esquema funcional está apresentado na figura 3 .13 .1, em
relação ao diagrama uni filar da figura 3.10.1.

z, Relé de
Tempo

Figura 3.11.3 - Reator de Linha Manobrável BA


-o-- -ü---z
H
1

Z, P.elé de Ralé de ' +

~~~ --1b~· Temp0 Temp0 ~Twtz, .11~~


Z, T3 "í3
Sistema de
- -1H HI-- ·
BA BA Telecomunicação
--v RC 0 ~ ---0 RC ~

- (~!
'abi!U"- _

,!1~ - +
Figura 3.13.1 - Funcional cm DC
E ste esquema apresenta mais segurança porque a permissividade é
z,
_, ~ -~ r
.
l': Sistema de
Telecomunicação ~ ~
·~---i~
Z, feira pela unidade direcional e pela 2ª zona. Porcanto só haverá disparo do
disjuntor, se 3 condições forem satisfeitas:
Figura 3.12. l - Funcional do Sistema com Transferência por Disparo + Recebimento do sinal de comunicação emitido pelo transmissor
Permissivo de Subalcance da barra remota;
1 É quase idêntico ao anterior, só que no esquema apresentado na + Defeito na dirc<;ão da ljnha de transmissão protegida;
i figura 3.12.l o dis paro do disjuntor só ocorrerá com a permissão da unidade
+ Defeito dentro da 2" zona.
direcional que tem contato em série com o contato RC. Assim, o nome
l permissivo, neste caso, é dado pela unidade direcional, isto é, o disparo só
Este esquema é utilizado em linhas de transmissão média e long;;i
distância.

lJ
. _,·1
PR ''~
)
)
62

3.14 Transferência de Disparo Permissivo por Sobrcalcance


-T
Capítulo III Teleproteção

Na utilização do sistema de proteção do tipo desbloqueio por


63

) comparação direcional (CDD), como apresentado no item 3.9 a abertura do


Este tipo de sistema de proteção também é conhecido por POTT - disjuntor só ocorre se houver recebimento do sinal de transmissão enviado
) Permissive Overreach Tranfer Trip. pela proteção de linha de transmissão da barra remota. Devido a esca
)
Para o mesmo sistema elétrico apresentado na figura 3 .10. 1, cujo filosofia do sistema CDD, este esquema de proteção fica prejudicado
) diagrama funcional pode, por exemplo, ser o da figura 3.14.1. quando o disjuntor ou a chave seccionadora estiver aberta em um terminal
remoto de uma linha de transmissão de um sistema elétrico conectado em
z, anel. Por exemplo, no esquema do diagrama unifilar da figura 3.15.1, em
Relê de que um terminal da linha de transmissão está aberto.
Tempo
FD Z3 T3

)
-i H PA

Barra A

)
BA
)
+ .... ~
,,~ .

PS
® ---
)

) Figura 3.15.1 - Terminal B da Linha de Transmissão Aberta


Sistema de
) Z2 Neste caso com o tcm1inal B aberto e se ocorrer um curto-circuito no
Telecomunicação
) ponto F, na lógica do CDD o disjuntor A só abrirá se receber um sinal de
desbloqueio do terminal B. M as como o terminal B não vê o defeito,
) Figura 3.14. l - Funcional em DC do Esquema de Transforência de Disparo nenhum sinal de desbloqueio será enviado ao terminal A. Ver figura 3.9.2.
Permissivo àe Sobrealcance Por esse motivo, para possibilitar a abe1tura do disjuntor A, há necessidade
)
Este esquema é idêntico ao anterior, com a diferença de que o de se efetuar a lógica de eco. A lóg1ca de eco já está incorporada no
disparo do sinal de comunicação é feito pela unidade distância da 2º zona esquema de proteção CDD atual.
cujo alcance vai até 50% da linha de transmissão remota. Esta lógica se baseia no princípio do eco, ou seja, o sinal de
) É utilizado ern linha de transmissão curta, dada a dificuldade de transmissão enviado pelo canal A ao terminal B deverá retornar
) acionar o sinal de comunicação pela 1'• zona devido à imprecisão de se fazer instantaneamente ou após certo tempo ao terminal A.
u ajuste para 80% da linha. É adequado neste caso ajustar a l'' zona para Por exemplo, no esquema de proteção da figura 3.15.2, utiliza-se um
)
50% da linha. relé de tempo, para enviar o sinal de volta ao terminal A.
Observação: Muitas empresas utilizam um sistema de proteção, em Em que:
que o POTT tem zona de sobrealcance independente da 211 zona da proteção
nonnal. S -4 contato auxiliar NF da chave seccionadora;
52 -4 contato auxili.ar NF do disjuntor;
l 3.15 Lógica de Eco T 0 -4 contato do relé de tempo.
)
1.
65
64

s
CaEítulo II1

s
- Teleproteção

das chaves seccionadoras que ativam diretamente o transmissor para enviar


o sinal de retorno para a barra remota. A lógica de eco só será ativada se o
disjuntor ou a chave seccionadora estiver aberto, o diagrama unífilar de
52 52 proteção da figura 3.15.3 apresenta esta condição.
--fp p
1-

Sistema de
To
Telecomunicação

Figura 3.15.2 - Esquema Funcional do CDO com Lógica do Eco Sistema de


Telecomunicação
Em relação ao esquema de proteção da figura 3.15.2, na ocorrência
de um cuito-circuito crn F, a seqüência de atuação da proteção é:
Figura 3.15.3 - Lógica de Eco Ativada pelos Contatos Auxiliares da Chave
~ Fecha o contato P do terminal A; Se<:cionadora ou do Disjuntor
~ Ativa-se o transmissor A que envia um sinal de desbloqueio
Neste caso, não há necessidade de se utilizar o relé de tempo, e para
para o receptor B;
um curto-circuito em J<, a seqüência da atuação da proteção é:
~ O receptor B recebe o sinal transmitido pelo transmissor A. O
• O relé do terminal A vê o defeito e fecha o seu contato P;
receptor B fecha o seus contatos RCs que ativa o relé de
tempo do terminal B; • Ativa-se o transmissor A que envia um sinal de desbloqueio ao
terminal B;
~ Transcorrido o tempo o relé ele tempo fecha o seu contato To;
• O receptor B recebe o sinal enviado pelo transmissor A. O receptor
~ Com o fechamento do contato To ativa-se o transmissor B
B fecha o seu contato RC;
que envia um sinal de desbloqueio ao terminal A. Este sinal
enviado é o eco; • Com o fechamento do contato RC do terminal B, ativa-se o
transmissor B que envia um sinal de volta ao terminal A (lógica de
~ O receptor A recebe o sinal transmitido por B e fecha o seu
eco);
contato RC;
• O receptor A recebe o sinal enviado pelo terminal B e fecha o seu
~ Com o fechamento do contaco RC, ativa-se a BA que
contato RC;
promove a abertura do disjuntor A.
+ Ativa-se a BA com a conseqüente abertura do disjuntor A.
Nota-se que o tempo To ajustado no relé de tempo é maior que os
tempos de operação das prott:çõcs normais com o disjuntor ou scccionadora A lógica de eco, apresentada na figura 3.15.3 é melhor que a da
local fechadas. Este tempo To atrasa a abertura do disjuntor, sendo o figura 3.15.2, porque atua muito rápido e só é ativada quando o disjuntor ou
principal problema d a lógica de eco deste tipo de esquema da figura 3 .15 .2. a chave seccionadora remota estiver aberto. Existem também outras lógicas
Para contornar o problema apresentado e acelerar a abertura do de ecos utilizadas nos esquemas de proteção CDl>.
disjuntor, na lógica de eco, utilizam-se os contatos auxiliares do disjuntor e
}

66 CapítuloHl Teleproteção 67

)
1 3 .16 Proteção de Linha Morta J 27 estiver operado. Esta proteção do relé de sobreco1Tente supervisionado
pelo relé 27 é mostrada na figura 3 .16.1.
')
)
O relé 21 utiliza a medição de Yi para a sua lógica de atuação, Nos . Barra A Barra B

)
casos de curtos-circuitos muito próximos da barra, isto é, próximo do relé, a
medição/{ fica prejudicada, porque o valor de tensão é muito baixo. Para
)
)
contornar este problema, o relé 21 dispõe do recurso da ação de memória,
que garante uma tensão residual no relé quando a tensão cai a zero ou
próxima de zero. Esta ação de memória possibilita a anmção do relé 21 para
curtos-circuitos muito próximos à barra. A ação da memória no relé 21 só é Figura 3.16.1 - Relé 50 para Fechamento sob Falta de uma Linha de
efetiva quando a linha de transmissão está energizada, isto é, com tensão Transmissão Morta
)
normal pré-falta. Quando uma linha de transmissão é desligada, o relé O esquemático em DC é mostrado na figura 3.16.2.
) digital 21 mantém a ação de memória por um tempo de O, 1 a 2s.
A ação de memória no relé 21 não é efetiva, quando a linha ele + 50tSf
transmissão estiver sem tensão (linha morta), que é o caso da linha que está
aberta ou desenergizada. Se a Linha estiver desenergiza<la, a ação de 27
memória no relé 21 é nula. Se a linha de transmissão aberta estiver com
) defeito do tipo curto-circuito, durante a cnergização, ou seja, durante o · -------------------.. Relé de
) fechamento do disjuntor, o relé 21 ficará prejudicado porque sua ação de Tempo
memória está desativada. Saliente-se ainda, que durante a energização de
uma linha de transmissão sob curto-circuito, o gradiente de crescimento da
52a
corrente elétrica de curto-circuito é grande e o da tensão é muito baixo,
prejudicando ainda mais a lógica Yx do relé 21. Deste modo, os relés que I
tenham a lógica de atuação por comparação por tensão elétrica para este tipo figura 3 .16.2 -- Esquema Funcional em DC
) defeito não são adequados. Na figura 3.16.1 não estão apresentadas as outras proteções de linha
Para este tipo de defeito de curto-circuito em linha morta (dead fine) de transmissão. Note que no esquema apresentado o relé de subtensâo não é
)
que está sendo energizada, o relé de sobrecorrente 50 é o mais indicado. necessátio na proteção de linha morta. Também, não foi apresentado aqui a
) direcionalidade da atuação da proteção.
A proteção de fechamento sob falta de uma linha de transmissão
) Sempre que ocorrer a atuação da proteção de linha morta, a função
desencrgizada, só entra em operação quando o disjuntor é fechado, e é
) efetuada por um relé ele sob recorrente 50 supervisionado pelo relé 27, e é de religamento (79) do disjuntor deve ser bloqueada.
desativada após um certo tempo, geralmente de 500ms. Portanto, quando a Salienta-se que várias são as causas de defeitos em linhas mortas,
linha está morta, o relé 27 já está operado, e durante o fechamento do mas a mais comum e a pior delas, é o esquecimento do aterramemo
disjuntor, o relé de sobrccorrentc 50 está em prontidão para operar ou não, temporário que foi utilizado pda equipe de manutenção na execução de um
dependendo se há ou não defeito na linha de transmissão. O relé de serviço na linha de transmissão. A energização de uma linha de transmissão
sobrecorrente Süfsf (sobrccorrente de fechamento sob falta) só atua se a com o aterramento temporário conectado provoca um curto-circuito trifásico
tensão na linha de transmissão sob falta estiver baixa, isto é, enquanto o relé de grande intensidade.
)

68 Capítulo UI Teleproteção 69

1 3 .1 7 Fraca Alimentação J Na ocorrência de um defeito em F, pela lógica do CDD apresentado


na figura 3.9.2, a atuação dos relés é:
O sistema elétrico sofre contingências, em que Linhas de transrrtissão
são retiradas de operação, mudando-se a configuração da topologia da rede. Terminal A:
Devido a esta estratégia, muita vezes, alguns trechos ou linhas de • O relé 2 l vê o defeito em F e fecha o seu contato P;
transmissão ficam debilitadas quanto ao fornecimento de corrente elétrica
para suprir um curto-circuito na nova configuração da rede elétrica. Nesse • O transmissor A é acionado, um sinal de comunicação é enviado
caso, a ocorrência de um defeito provoca queda de tensão e a corrente de ao terminal B.
curto-circuito não são suficientes para provocar a atuação do relé 21 que Terminal B:
está ajustado para as condições de pré-contigência. Isto é conhecido por
• O receptor B recebe o sinal de comunicação enviado pelo
fraca alimentação ( weak infeed). A fraca alimentação ocorre também
tenninal A e fecham os seus contatos RC.
quando algum gerador ele pequeno po1te, devido a contingências, fica
alimentando setores isoiados do sistema elétrico. Note que o relé 21B não vê o defeito em F, portanto nenhum sinal de
comunicação é enviado ao terminal A. Assim, embora a proteção da linha de
Assim, quando o weak infeed está presente em alguma linha de
transmissão conectada à barra A [enha atuado, o seu contato RC permanece
transmissão do sistema elétrico, o emprego do sistema de desbloqueio por
aberto porque nenhum sinal de comunicação foi enviado da barra B,
comparação direcional (CDD) é prejudicado.
po1tanto o disjuntor A não será aberto. Portanto, devido ao weak infeed a
Conforme item 3.9, no sistema de proteção do tipo CDD, o disjuntor linha de transmissão sob defeito, não será desligada.
de um terminal só será aberto se receber sinal de comunicação do outro
Para contornar este problema em linha de transmissão que por
te1miuat, e como neste caso, o tenninal fraco (weak infeed) não vê o defeito,
motivo operacional venha a ficar com weak Ü!feed, utiliza-se uma variante
nenhum sinal de comunicação será enviado. Portanto nenhwn disjuntor será
no esquema de proteção CDD com o emprego do relé de subtensão 27.
aberto.
Assim, quando ocorre um defeito tipo curto-circuito, a tensão na barra
A figura 3.17.1 mostra uma linha de transmissão integrante do
sofrerá um afundamento da tensão elétrica com a atuação do relé de
sistema elétrico sob contingência e que tenha weak infeed da barra B para a
subtcnsão 27.
barra A.
i~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~----
No terminal fraco, que no caso é o terminal B, utiliza-se o relé de
BarraA ! PA subtensão 27, conforme item 1.3 e que está aqui apresentado na figura

~,_C\O,,,_é+:,___,i. . . -------iR--ê-r~-a~r~B~~~
A -0::''-!1"'"1-F
3 .17. l, cujo diagrama esquemático em DC é o da figura 3 .17 .2.
Para um defeito que ocorre cm F no esquema da figura 3 .17 .1, a
P8(weak infeed) V lógica da atuação da proteção e:
PB(original) Terminal A:
• O relé 21 vê o defeito em F e fecha o seu contato P;
Figura 3.17.1 - Terminal B com weak infeed
• Com o fechamento do contato P, ativa-se o transmissor A que
Antes da contingência o relé 21B tem o alcance PB(original) e com envia um sinal de comunicação ao terminal B;
contingência, por exemplo, devido ao weak infeed, o alcance mudou para
• O receptor A recebe o sinal de comcmicação enviado pelo
PB( weak infeed).
transmissor B e fecha o seu contato RC;
70 Capítulo IlI Teleprotcção 71

\ + Com o fechamento do contato RC, a bobina de abertura BA é Quando o sistema opera fora da normalidade a componente de
ativada provocando o desligamento do disjuntor A. seqüência negativa está sempre presente. Os estudos e as análises
\
envolvendo a seqüência positiva, negativa e zero estão apresentados na
referência [5]. A componente de seqüência negativa é dada pela expressão
) 3.18.1.
) . 1 (· . 2. . . )
Ia 2 = - T3 +a lb +ale (3.18.1)
3
Desenvolvendo a expressão 3.18.l como indicado a seguir, chega-se
na expressão 3.18.2.

Sistema de ia 2 =~(ia +á 2 ib +âÍc +ic - ic)


_..,.. Telecomunicação
)
ia2 =!(ia - Te +à 2ib +áÍc +ic}
) Figura 3.17.2 - Esquema DC para a Proteção de Terminal Fraco 3
) TerminalB:
Ía2 =![ia - Íc +à 2ib +(l+á)ic ]
) + O relé 21 não vê o defeito em F; 3
) + O receptor B recebe o sinal de comunicação enviado pelo
) transmissor A e fecham os seus contatos RCs;
) + Ocorre o afundamento da tensão elétrica e o relé de subtensão é
(3 .18.2)
) operado fechando o seu contato 27;
Deve-se utilizar conexões com TCs e TCs auxiliares, para se
) • Com o fechamento dos contatos RC e 27 ativa-se:
1
conseguir obter fisicamence a expressão 3.18.2, para que o relé
• a bobina de abertura BA e o disjuntor H é desliga.do; eletromecânico (46) seja sensibilizado pela seqüência negativa. Assim, por
1 exemplo, um desses esquemas é o apresentado na figura 3.18. l.
• o transmissor B que envia um sinal de comunicação
·1 ao receptor A. Neste esquema para que o relé de sobretensão 59 opere fazendo a
função 46, é necessário que seja sensibilizado pela componente de
Salienta-se que atualmente com os recursos rnodemos das
)
tecnologias dos relés digitais, que está integrada ao sistema de supervisão e seqüência negativa. Assim, a impedância Z =R' + jX d eve ter módulo
) controle do sistema elétrico, é possível com programação adequada efetivar igual a R e ângulo de 60°, e tem-se
automaticamente a mudança do ajuste de alcance do relé 21 do termi nal
weak infeed, quando da ocorrência de determinada contingência. Deste Z =R' + jX = ZL60° = RL'.'.60°
l '
modo, a proteção de weak infeed com o re lé de subtensão apresentada no
esquema da figura 3.17.3 não é necessária. R'=R
2

l 3.18 Proteção por Seqüência Negativa X=JJ·R


2

J
~-;,
)

72 Capítulo UI Teleproteção 73

A B C
Nos relés eletromecânicos, a função 46 não é utilizada devido a
necessidade de se construir um relé próprio para esta função, inclusive com
filtros adequados para se obter somente a componente de seqüência negativa
do sistema elétrico sob defeito.
Para os atuais relés digitais rnultifunçãÓ, a incorporação da função
46, isto é, da seqüência negativa é facilitada e disponibilizada.
O algoritmo interno do relé digital processa o módulo da expressão
1 i - · - - -- -- - - - - 3.18.1, obtendo-se a expressão 3.18.4.

~-' l'----t~
r
1
ib Ireté46 =l±6a +â +à()I
2
Íb (3.18.4)

O valor da I relé 46 é somente seqüência negativa e se for maior que o

.
1 Íc valor ajustado, o relé 46 digital atua. Esta proteção é própria para defeito do

r~.
tipo alta impedância, inclusive para auxiliar ou funcionar como redundância
L-c====:::J* • _: para defeito à terra de alta impedância.

De todos os danos que a presença da seqüência negativa provoca no


* TC auxiliar com
dois primários sistema elétrico, por exemplo, os mais críticos são os nos equipamentos que
utilizam núcleo de material fenomagnético no seu interior, tais como
\ jX R' R
motores de indução e máquinas síncronas. A corrente de-seqüência negativa
cria um fluxo magnético que gira ao contrário do fluxo magnético original
;_ --(~~\:,_- --
'-.._/ de seqüência positiva, atuando como freio magnético, provocando corrente
Função 46 induzida na freqüência de 120 Hz, aquecendo os enrolamentos e o material
Figura 3.18.l - Esquema para o Relé Eletromecânico de Seqüência do núcleo magnético do equipamento.
Negativa Assim, a corrente de seqüência negativa na annadura da máquina
síncrona irá dar origem a um campo girante, com a mesma velocidade,
Pelo esquema da figura 3 .18 .1, o relé 46 vê porém contrário ao campo criado pelo rotor, induzindo correntes parasitas
Relé46 =R(ia - ic}+ (êc - Í 0 )R.L60º de freqüência dupla na massa metálica do rotor. Da mesma forma, uma
componente de seqüência zero na annaclura irá induzir uma corrente na
Rclé46 = Rl(ia - ()+ (ic -ib)L6oº J freqüência fundamental no rotor. Posto que estas correntes vão circular
pelos anéis ele retenção cm ambas as extremidades, estabelecendo um
Considerando a expressão 3.18.2, tem-se: caminho de baixa resistência, toda a superfície do rotor e seus componentes
estarão sujeitos a uma forte elevação de temperatura. As correntes ele
·'
li Relé46=3RÍa2 111 (3.18.3)
seqüência negativa produzirão vibrações no rotor que é pernicioso aos
mancais.
O enrolamento do rotor da máquina síncrona é extremamente
Portanto, de acordo com a expressão 3 .18 .3 o relé 46 é sensibilizado sensível às componentes de seqüência negativa e zero, oriunch:~s da operação
pela componente de seqüência negativa. desequilibrada ou de defeitos à terra.
)

)
)

l
)
74 Capítulo IU [ Teleproteção 75

l3_._19~F_al_h_a_d_e_D_i~~~ju_n_to_r~~~~~~~~~~~~~-J
~ 3
)
Sempre se apresentou que a atuação do esquema de proteção finaliza Barra B 6
com a abe1iura do disjuntor, deste modo, diz-se que a proteção atuou com
sucesso. Porém, muitas vezes toda a proteção atua adequadamente, mas por
algum motivo a corrente de curto-circuito não é extinta, diz-se então que F
)
houve falha do disjuntor (Breaker Failure).
50/62BF 50/628F
A falha do disj untor pode ocorrer de dois modos:
Figura 3.19. l -Falha do Disjuntor
a) Falha mecânica: ocorre quando os contatos mecânicos do disjuntor não
foram abertos e a corrente de curto-circuito continua alimentando o defeito. Na figura 3.19.1 a proteção para a falha do disjuntor é denominada
Vários motivos causam falhas mecânicas, tais como: de 50/62BF (ver apêndic·e A), que é executada pelo relé de sobrecorrente 50
associado com o relé de tempo 62.
) ® Soldaduras dos contatos;
Na ocorrência de um curto-circuito em F, com a atuação normal da
) . ® Defeito no dispositivo de liberação dos mecanismos de abertura proteção os dois disjuntores l e 2 deverão ser abertos de modo a retirar de
dos contatos móveis do disjuntor; operação a linha de transmissão.
}
)
® 'Falha na pressão do ar comprimido em disjuntores pneumáticos> Se o disjuntor 2 atuar e o disjuntor 1 falhar, a proteção contra falha
ou perda de óleo nos disjuntores hidráulicos ou problema na
) de disjuntor deve atuar e enviar um sinal de abertura (trip) para os
mola do disjuntor;
disjuntores 3, 4 e 5, ou seja, a batTa A deverá ser desconectada do sistema
) ® Problema na bobina de abertura do disjuntor. elétrico. Isto ocorrendo, perde-se a seletividade da proteção e vários
) elementos serão desligados, inclusive bloqueando-se os respectivos
t b) Falha elétrica: As falhas de origem elétricas podem ser:
religamentos.
) j ® Falha na bobina de abertura do disjuntor;
)
! Se, entretanto, o disjuntor 1 abrir e ocorrer a falha do disjuntor 2, a
~ ® Falha no meío físico, isto é, na rigidez dielétrica entre os proteção de falha do disjuntor 2 deverá desligar os d[sjuntores 6 e 7, ou s~ja,
) .i contatos principais do disjuntor. Embora os contatos mecânicos a barra B será desconectada.
do disjuntor estejam abertos, há condução da corrente do curto-
Apresenta-se na figura 3.19.2 um esquema simplificado da proteção
circuito pelo arco elétrico entre os contatos. Isto ocmre devido a
de falha do disjuntor.
um defeito na câmara de extinção do arco elétrico.
)
Portanto, deve-se prever no esquema de proteção, uma proteção +
) adicional para falha do disjuntor, que deverá acionar a abertura de todos os 50BF
disjuntores mais próximos de modo a isolar o trecho sob curto-circuito do 62X 62BF
sistema elétrico. Os disjuntores mais próximos são geralmente os da barra
) ' na qual houve a falha do disjuntor.
Por exemplo, a figura 3 .19. 1, mostra um diagrama uni filar de um
sistema elétrico que pertence a um sistema em anel.

Figura 3.19.2 - Proteção ele Falha do Disjuntor para Linha de Transmissão


I

_ __,, <-:~
76 Capítulo III Teleproteção 77

Se ocorrer um defeito em F e, por exemplo, o disjuntor 1 falhar, a


seqüência de atuação da proteção na barra A é:
l 62YI l 62xl 162BF

~
7 Atuação instantânea do relé de sobrecorrcnte 50BF;
7 Atuação da proteção de linha de transmissão que energiza
simultaneamente a bobina de aberrura BA e o relé auxiliar 62X;
7 O relé auxiliar 62X fecha o seu contaco 62X;
BA11 ô2X 62Y
l3A2

7 Com o fechamento do contato 62X, ativa-se o relé de tempo _s2a T 52a

62BF;
7 Se o defeito não for eliminado depois de transconido o tempo Figura 3.19.3 -Esquemático em OC da Falha .do Disjuntor
ajustado no relé de tempo 62BF, o seu contato 62Bf será Supondo que houve falha do disjuntor a seqüência de atuação da proteção é:
fechado;
• As proteções principais e alternativas fecham os contatos 21 P e
7 Com o fechamento do contato 62BF, ativa-se o relé de bloqueio 21 A e o relé ele sobrecorrente 50BF opera fechando o contato
86 da Ban-a A, que abrirá de acordo com sua programação os 50B.F;
disjuntores 3, 4 e 5.
• Atjvam-se a bobina de abertura BA 1 e BA2 do disjuntor e
Salienta-se que o tempo ajustado no relé de tempo 62DF é menor ativam-se também os relés auxiliares 62X e 62Y que fecham os
que o tempo das proteções de retaguarda remota para evitar maiores seus contatos 62X e 62Y;
desl igamentos. Exjstem vários esquemas de proteção contra falha de
disjuntor, o apresentado na figura 3 .19 .2 é um deles. • Ativa-se o relé de tempo 62BF;
Note-se que pelo esquema da figura 3.19.2, a atuação do relé de • Como o disjuntor falhou, o curto-circuito não é eliminado e
sobrccorrcnte SOBF não garante a atuação do relé de tempo 62Bf. A transcorrido o tempo de ajuste elo relé de tempo 62BF o seu
atuação do relé de tempo 62Bf só é possível com a atuação do 50Bf e da contato é fechado;
·' proteção específica de linha. Geralmente o ajuste do 50BF é muito baixo, às • Com o fechamento do contato 62BF, ativa-se o relé de bloqueio
vezes menor que a corrente de carga, portanto já opera atuado com a 86 que provoca o disparo (Jrip) dos respectivos disjuntores de
corrente normal de carga. Daí à necessidade de sua atuação ser monitorada modo a isolar o defeito (culto-circuito).
pela proteção de linha.
Quando a proteção contra falha do disjtmtor é acionada, perde-se a
Muitas vezes, dependendo da configuração do sistema elétrico, a seletividade com vários desligamentos de linhas ou cargas elétricas não
proteção contra falha do disjuntor, além de desligar os disjuntores envolvidas pelo defeito. De todas as configurações de barras existentes, a
adjacentes, deve também provocar a abe1tura de disjuntores remotos. A configurnçào de barramentos de disjuntor e meio é a que menos sofre com a
abertura de disjuntor remoto deve ser feita via comunicação de sinal por perda de seletividade.
1 transfert:ncia direta de disparo.
Em um sistema de potência, o sistema de proteção terá sucesso se
Caso a subestação tenha proteção principal e alLcmaliva com 2 operar adequadamente, finalizando com a abertura do disjuntor. Desse
bobinas de abertura do disjuntor, o esquemático em DC de falha do modo, todos os componentes do sistema de proteção devem operar sem
disjuntor pode, por exemplo, ser o apresentado na figura 3.19.3. defeitos. Na realidade os componentes do sistema de proteção apresentam

)
78

defeitos. A seguir, apresenta-se na tabela 3. l 9 .1 as taxas de falha dos


Capítulo III
l
i
Teleproteção 79

componentes do sistema de proteção. (3.20.2)

Sistema de Proteção
) Na expressão 3.20.2, a variável x representa o valor percentual na
Equipamento Taxa de falha base unitária correspondente ao ponto de defeito na linha de transmissão.
·I Disjuntor 47,16% Se houver resistência de contato no local do defeito, a impedância
1
vista pelo relé 21 será:
1
TCeTP 0,47%

i Relé ' 4,74% z , = Vrelé _ (X Z LT + R contato )Idefeito _


1
rele 2 1 l - - X Z LT + R contato
deleito I defeito
l Bateria 47,16%
Fiação 0,47% Portanto, pode-se verificar que a presença de resistência de contato
)
produz um subalcancc do relé de distância 21, dando uma incerteza da real
) Tabela 3.19.1 - Taxas de Falha do Sistema de Proteção zona de atuação da proteção.
) Verifica-se que os elementos com maiores taxas de falha são o No sistema elétrico em anel, figura 3.20.2, as correntes de curtos-
disjuntor e o sistema de alimentação. circuitos que alimentam o defeito vêm das barras adjacentes, e considerando
a resistência de contato no local de defeito, a impedância vista pelo relé de
) distancia é:
) 11 3.20 Fontes Intermediárias
Barra A
Barra B
O relé de distância 21 opera efetuando a medição da impedância que
é obtida pela <li visão da tensão pela corrente elétrica, de acordo com a
TC x--1' TC

expressão 3.20.1.
)
~ vrelb Í defeitn = l A + Í B
Zrelé21 = - - (3.20.1)
) 1n:lé
) No caso de um sistema radial apresentado na figura 3.20.l, e Figura 3.20.2 - Sistema em Anel
considerando que o defeito em F é ideal, isto é, sem resistência de contato, a
)
impedância vista pelo relé é proporcional ao comprimento da linha de
) transmissão e é dada por:
)
Barra A
TC X-- --
zrelé 21 A =:X ZLT + Rcontato + Rcontato ( ~:) (3.20.3)
Linha de Transmissão

~
Barra B Note que pela expressão 3.20.3, quando ocorre um defeito no local a
) '\\ Defeito x porcento da linha de transmissão, na verdade o relé 21 não está vendo a
. :
)
.
impe(l~anc1a. X Z LT . x Z LT + Rcontato + Rcontato ( -I B-)
mas sim , que para o
figura 3.20.1 - Diagrama Unifilar de um Sistema Radial IA
relé, o ponto de defeito parece estar mais distante. A parcela de impedância
)

Capitulo III Teleproteção 81


80
Neste caso a impedância vista pelo relé A é:
R contato ( ~: ) aparece devido ao infeed, isto é, da alimentação do curto-
ZretéA =~A = ZABil +x ~scCÍ1 + i2)
circu ito pela barra remota B, isto provoca um subalcance no relé, 11 11
diminuindo a real zona de atuação do mesmo. Portanto. devido à resistência
. . . . i,
de contato e do infeed, não se tem certeza da real zona de atuação do relé. Zreté A = ZAs + x Zsc + x Zsc ~
11
Resumindo pode-se concluir que a zona de atuação do relé é
influenciada pelos seguintes erros devido a: O relé D vê
® lnfeed de corrente das barras remotas adjacentes do sistema . . . . il
elétrico; zretéD =ZoB +xZac +:><.ZRc-.-
12
® Erros dos TCs;
Desse modo as 2ª e 3ª zonas dos relés de distâncias, terão seus
® Erws dos TPs; alcances prejudicados pela ai imentação dos curtos-circuitos pelas fontes
® Erros intrínsecos do próprio relé; intermediárias (infeed) .

® Erros devido às correntes e às tensões transiiórias no momento Exemplo: Dado o diagrama unifilar da figura 3.20.4 ct0o defeito ocorre no
do defeito; p onto F sem resistência de contato.

® Presença da componente DC no momento do curto-circuito; B e


A
® No caso de DCPs, erros devido aos efeitos transitórios gerados
por esses eq uipamcntos. Í1 = 2000 Á

O problema de subalcance, produzido pelo infeed, ocorre também na F


zona de retaguarda dos relês <le distância no sistema em anel, como mostra a
figura 3.20.3.
A
8
1' - -x---- e
i:08 =tOL10° n
.·~~l----.....----~~~~~------~--.....- -r;;. .v
iJ
Curto-
circuito
--- D

Figura 3.20.4 - Diagrama Uni filar cio Exemplo


·'
Os relés das Barras A e D têm os ajustes de 2" zona em:
+ Z2zonaA = 12,5 0 (ajuste at6 50% ela linha de transmissão
remota L Tgç)

--- D

Figura 3.20.3 - Alimentação Intenne<liária

)
1

l .)
82 Capítulo III Te1eproteção 83

• Z2 zona 0 =14,5.Q (ajuste até 50% da linha de transmissão


...
remota L T BC)
)
Para o curto-circuito em F, os relés 21 das barras A e D, verão na 2ª
) zona as seguintes impedâncias:
Figura 3 .21. l - Relé de Freqüência
3000
zvisia A ;:; 8 + 3 + 3( ) =8+ 3+4,5=15,SQ Quanto ao princípio de funcionamento o relé de freqüência pode ser
·I 2000 de:
1

" (2000) =1Ü + 3 + 2 = 15 n


Z vi•ta D = l Ü + -' + 3 - -
• freqüência absoluta. O relé opera quando a freqüência do
sistema elétrico fica aquém (relé de subfreqüência) ou além
. \3000
(relé de sobrefreqüência) de um valor ajustado;
) .
Assim, as impedâncias vistas são maiores que os ajustes da 2ª zona
) nos relés 21, ou seja, o defeito que ocorreu dentro do alcance da linha de
• taxa de variação da freqüência. O relé opera quando a taxa de
variação da freqüência medida no relé ultrapassar um valor
) transmissão BC, não foi vista, este fato foi devido às alimentações
pré-ajustado. Na realidade o relé só fica habilitado para medir
intermediárias provenientes das barras A e D.
) a variação da freqüência, quando a freqüência absoluta
As contribuições das fontes intermediárias vão depender da ultrapassar um valor determinado (ajustado). No relé digital a
)
configuração do sistema elétrico e do local do defeito. Esse efeito só
) ocorrerá se a proteção da 1ª zona da linha adjacente falhar, assim as variação da freqüência é obtida utilizando-se a lógica àf
ôt'
)
proteções das 2ª e 3ª zonas dos relés remotos serão afetadas pelas medida após a freqüência ultrapassar um valor ajustado.
alimentações (fontes) intermediárias (infeeds) .
} • Híbri_do, quando o relé atua utilizando os 2 paràmetros
) anteriores.
) [I21 Relé de Freqüência . -~ c~ractelistica do rel~ de freqüência, que utiliza a taxa de variação

~ frequenc~ para sua ~per~çaçn;;;:32 l .2.

1
) Relé de freqiiência (81) é um equipamento com sensibilidade na
grandeza freqüência da rede elétrica, e que opera quando a freqüência
}
ultrapassar o valor ajustado.
)
O relé de freqüência pode ser de 2 tipos:
)
~ Relé de subfreqüência, denominado de 81 u (under frequen- - óf - f2 -f,
) cy);
"'ª ·' "'d-----
\ ªJ"· º t1t T
'· -------------·-----r··------------------------
.. rP' Relé de sobrefreqüênci a, denominado ele 81 o (o ver frequen-
cy).
O relé de freqüência é conectado ao sistema elétrico via TP, como
mostra a figura 3.21.l.
!
T
Figura 3.21.2 - Característica de Atuação do Relé de Freqüência por Taxa
de Variação da Freqüência
Capítulo lI1 Teleproteção 85
84

Em que: b) defeito C0ffi ª~l<ttm3 < ().UJU.lttdO

f 1 ..... freqüência ajustada no relé de freqüência, que se fo_r ultrapassada Nesse caso a freqüência cresce com uma taxa menor que a ajustada
passa-se a medir a taxa da variação da freqüência; no relé de freqüência e a atuação da proteção é:
T _. tempo ajustado no relé de tempo; ,P Quando a freqüência alcançar o valor f 1 o relé de freqüência
fecha o seu o contado f 1;
a =-M f' - f1
=---- -+
.
ajuste . ão da firequenc1a;
da taxa de vanaç ..
A •

aju.<iado Ôt T ,P Ativa-se o relé de tempo;

f2 ..... freqüência ajustada no relé de freqüência, correspondente ao ª•iu.•1a,1o # Transcorrido o tempo T ajustado no relé de tempo, abre-se o
contato T, que a partir desse instante impossibilita a operação do
no tempo Ta partir de f2. relé 86. Note-se que, atê esse momento, a freqüência ainda não
O diagrama esquemático em DC da figura 3.21.3, m ostra a lógica de alcançou a freqüência fi. Po1ianto, a partir desse ponto mesmo
atuação do relé de freqüência por taxa de variação da freqüência. que a freqüência venha a ultrapassar f2 o relé 86 estará
desativado.
+ Mostrou-se, no exemplo anterior, só a operação do relé de freqüência
T com atuação por taxa de variação da freqüênci a. Na realidade na proteção
do sistema elétrico, utiliza-se mais um ajuste de freqüência absoluta f, > f2.
Rele de Assim, se no item b, a freqüência crescer além do valor f3 o relé 86 será
Tempo ativado.
Geralmente as empresas do setor elétrico, utilizam os seguintes
valores para os ajustes:
Figura 3.21.3 - Esquemático em DC
f 1 = 62 Hz e fi = 62,5 Hz
A seguir descreve a atuação da proteção, considerando-se:
T = 0,5s e f3 = 65 l.[z
a) defeito co1n a.,;.,0 ,110 > a. .\iu•tado
Hz
., o. ajl!Madn = 1- S
Considerando-se as figuras 3.21.l, 3.21.2 e 3.21.3, e nesse caso,
como a freqüência no sistema elétrico cresce com uma caxa maior que o
O relé de freqüência é utilizado nos Esquemas Especiais de Proteção
valor ajustado no relé de freqüência, a seqüência de atuação da proteção é:
(descrito no item seguinte).
9> Quando a freqüência alcançar o valor f1 o relé de freqüência
fecha o seu o contado f1;
rl> Ativa-se o relé de tempo;
l 3.22 Sistemas Especiais de P.roteç_ã_o_ __ _ _ __ ___._ _,1

"to Quando a freqüência alcançar o valor f2 o relé de freqüência Os Sistemas Especiais de Proteção (SEPs), são sistemas automáticos
fecha o seu o contado f 2 . Note-se que o contato f2 fecha antes da de controle imphmlados na geração, transmissão e distribuição ele energia
1
atuação do rdé de tempo; elétrica que, devido a uma ocorrência de uma ação forçada ou não, agem
9> Ativa-se o relé de bloqueio 86, que efetivará as suas ações com o objetivo de:

. J
,.,,,
.1 '
progra ma<las .

-
86 Capitulo UI Teleproteção 87
\
) © Restaurar as condições operativas da geração do sistema elétrico; © · prover proteção adicional a componentes do sistema
) elétrico;
© Restaurar as condições operativas do sistema elétrico;
© melhorar a segurança do sistema, evitando tanto a
© Restaurar os limites operativos de equipamentos do sistema
propagação de desligamentos em cascata quanto de
) elétrico;
distúrbios de grande porte; .
) © Evitar blecaute parcial ou total do sistema elétrico.
© melhorar a qualidade de operação do sistema elétrico
A aplicação dos SEPs, baseiam-se em: interligado.
7 Esquemas de Controle de Emergências (ECEs);
7 Esquemas de Controle de Segurança (ECSs). [ 3.23 Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC)
Os SEPs, para fazer a ação de controle, necessitam dependendo da O sistema elétrico opera atingindo um estado de equilíbrio de
) estratégia de ação, ele: potência gerada e potência consumida, estabelecendo uma operação em
regime permanente cm uma dada freqüência. Se o objetivo é estabelecer
) ~ informações de grandezas elétricas de transformadores
uma freqüência de operação fixa, por exemplo, a de 60 Hertz, a geração
) para instrumentos (TP e TC);
sempre deverá suprir a demanda nessa freqüência. Assim, na operação do
~ inf01mações de grandezas não elétricas; sistema elétrico em regime pemrnnente em 60 Hertz, a potência gerada é
~ da topologia (configuração) da rede elétrica; igual à potência consumida, isto é
)
) ~ estados (abertosífechados) dos disjuntores, seccionadoras, pgorada 60 Hertz =poonsumida 60 Hertz (3.23.l)
chaves seletoras e outros dispositivos.
)
Para manter o sistema elétrico operando na freqüência nominal, por
)
Os SEPs intervêm no sistema eléh·ico por meio do comandando de:
exemplo, na de 60 Hertz, há necessidade de ações de controle, porque várias
)
• abertura/fechamento de linhas de transmissão, geradores, são as causas que podem mudar o equi1íbrio de potência na freqüência
transformadores, reatores, capacitores e outros; desejada. Estas causas são:
)
• reduçãoíckvação de potência de geradores; ® Variação da carga conectada na rede elétrica;
• permuta de compensadores e geradores síncronos; ® Mudança na configuração da rede elétrica, devido à retirada
)
súbita de linhas de transmissão, transfo1madores ou de outros
• alívio/restauração de cargas;
) equipamentos pela ação da proteção;
1 • outras ações.
) j ® Perda de geração.
·1 A utilização dos esquemas SEPs, auferem ao sistema elétricos
O acompanhamento das cargas, da geração e do sistema elétrico, é
outras vantagens, q1te são:
monitorado pelos centros de operação das empresas de energia elétrica. As
© permitir maior utilização dos sistemas de geração, variações na freqüência são constantemente monitoradas e as ações de
transmissão e distribuição; controle dos reguladores de velocidade na potência primária, procuram
© aumentar a confiabilidade da operação do sistema sempre estabelecer a operação do sistema elétrico na freqüênda nominal.
interligado; Na operação normal do sistema elétrico, se ocorrer, por exemplo,
perda de geração, e se a geração remanescente não for suficiente para suprir
)

Teleproteção 89
Capítulo ITI
88
1
Para atender esse objetivo, utiliza-se o Esquema Regional de Alívio
a demanda na freqüência de 60 Hertz, o novo balanço de potência se dará
de Carga (ERAC), que é fundamentalmente uma lógica seqüencial de corte
numa freqüência inferior a nominal.
de carga, pa:ra assegurar a estabilidade e recuperar o equilíbrio de potência
O funcionamento do sistema elétrico numa freqüência diferente da 1
de geração e carga na freqüência mais próxima da nominal. O ERAC é um
í
freqüência nominal produz os seguintes efeitos: sistema especial de proteção (SEP), constituido de um esquema estratégico
1
® O balanço de potência em 60 Hertz não é conseguido; de rejeição de cargas, aplicado em decorrência de uma contingência que
deixa a região com déficit de geração. O ERAC faz parte das ações de
® As cargas operam fora das suas características de projeto; controle primário da freqüência do sistema elétrico.
® Alteram as características intrínsecas dos equipamentos de A lógica do ERAC pode ser efetuada por meio das seguintes
medição, controle e proteção. grandezas:
® Podem provocam danos nas pás das turbinas térmicas a vapor + Freqüência elétrica;
das unidades geradoras.
+ Tensão elétrica.
Durante a operação normal de um sistema elétrico, pode ocorrer Em relação à freqüência, a lógica do ERA.C pode ser efetuada por
perda de geração. A perda de geração pode ser: um relé de freqüência absoluta, constituído de vários estágios (ajustes de
a) Perda de pequena geração. freqüência).
Se ocorrer a perda de uma pequena geração, mas a geração remanescente Supor, por exemplo, que um ERAC, é programado para atuar
tem capacidade de suprir a carga, nesse caso, as ações dos reguladores abrindo os disjuntores 1, 2, e 3 da subestação apresentada no diagrama
automáticos de velocidade das unidades geradoras e do Controle unifilar da figura 3.23. l, na seqüência dos estágios dos ajustes de freqüência
Automútico de Geração (CAG), estabelecem as novas contribuições dos de acordo com o esquema funcional em DC da figura 3.23.2.
geradores para suprir a carga n a freqüência de 60 Hertz. Como a ação dos
reguladores de velocidade é lenta, em alguns casos pode haver necessidade
de um corte temporário de cargas, com o objetivo de controlar a variação da
freqüência, após então, a recomposição das cargas pode ser restabelecida. 2

b) Perda de grande bloco de geração. 3

': [ No caso de perda de grande bloco <le geração, em que a capacidade de 4


geração remanescente não consiga suprir a demanda, haverá urna
·1 Figura 3.23. l - Diagrama Unifilar da Subestação
1
diminuição da freqüência do sistema elétrico, isto é
+
f1l T1 l f2l T2l f3j_ T3_j_
Deste modo para restaurar (recuperar) a freqüência nominal (60 Hertz) será
necessário diminuir a carga conectad<t ao sistema elétrico. Nesse caso, o
'· Relêce
Dj 1 Relê de Dj 2 Dj3
corte de carga (load shedding) deverá ser o menor possível. As cargas a Tempo 1 T~mpo 2

serem desconectadas são decididas pelas empresas pertencentes ao Sistema


Interligado Nacional (SlN), obtidas através de critérios de priorização da
carga, dos riscos devidos às contingências de perdas ele geração e do déficit Figura 3.23.2 - Esquemático em DC do .ERAC
l
de geração na região.
1

1 1

.=lil 1 .J
90

Supor, por exemplo, que uma perda de geração faz o sistema operar
-
Capítulo III Teleproteção

1
91

na freqüência entre f 2 e f 3• Assim, pelo esquema apresentado na figura


3.23.2, atua o relé de freqüência no 1 e II estágios, isto é, os contatos f 1 e f 2
2
serão fechados, ativando-se os relês de tempo T 1 e T2. Após transcorrido o
tempo ajustado, os relés de tempo fecham os seus contados T 1 e T 2, 3
desligando os disjuntores l e 2. Este corte diminui a carga no sistema
) 4
. 1 elétrico, de modo que a geração remanescente possa suprir a carga ativa na
) freqüência de 60 Hertz ou próxima dela. Figw-a 3.23.3 - ERRC das Cargas 1, 2 e 3
Muitas empresas adotam os ajustes apresentado na tabela 3.23.1, na
lógica do ERAC, com 5° estágios de rejeição de cargas. +8Hl T1l T2l T3l
) ERAC Relé de Bobina de Bobina :Je
Tempo Dj 1 Fechamento Fechamento
) Freqüência Corte de carga em%
Estágio Temporização
) Ajustada da carga total
)
Figura 3.23.4 - EnRC de Recomposição de Cargas 1, 2 e 3
1º 58,SHz 0,35s 7,5
2º 58,2Hz 0,35s 7,5 Nesse caso, quando a freqüência volta para o valor normal, o relé de
) freqüência do ERRC opera, fechando o contato 8lf, ativando o relé de
3º 57,9Hz 0,35s 10 tempo. O relé de tempo é constituído de, por exemplo, 3(1 estágios, que
)
4º 57,6Hz 0;35s 15 fecha sucessivamente os seus contatos de acordo ,com o ajuste de
) temporização (Tl, T2 e T3). Cada estágio promove o fechamento do
5º 57,3Hz 0,35s 15 disjuntor, religando a respectiva carga.
)
Tabela 3.23.1 - Ajustes do ERi\.C Quando ocorre uma perturbação do tipo perda de grande bloco de
Além da lógica de ajustes apresentada na tabela 3 .23 .1 , pode-se
carga, o excesso de geração provoca aumento da freqüência e elevação da
adicionalmente utilizar a taxa de variação da freqüência. Para maiores tensão no sistema elén·ico, neste caso, há necessidade de uma estratégia de
detalhes, consultar a referência (47]. corte de geração, conhecida por Sistema de Alívio de Geração (SAGE).

J Restabelecido o equilíbrio de carga e geração, isto é, a normalidade


l 3.24 Esquema de Co~trolc de Emergência (ECE)
) elo sistema elétrico, as recomposições das cargas podem serem feitas,
)
1
manualmente ou por processo automatizado.
O Esquema de Controle de Emergência (ECE) é um Sistema
Se o sistema elétrico nomializou e voltou a operar em uma Especial de Proteção (SEP), com uma estratégica de ação de recuperação
freqüência dentro de uma estreita faixa estabelecida em tomo da freqüência das condições operativas de um equipamento ou do s.ístema elétrico,
nominal, pode-se restabelecer as cargas, por meio de um Esquema decorrente de uma contingênc ia ou perturbação.
Automático de Restauração de Cargas (ERRC), como, por exemplo, o
apresentado no diagrama unifilar da figura 3.23.3, cujo esquemático em DC O ERAC é um esquema aplicado, essencialmente, com petiurbação
é mostrado na figura 3.23.4. do tipo perda de geraç~o, já o ECE é um esquema estratégico aplicado a

l
i
~ - l'· I
)

Teleproteção 93
92 Capítulo III

qualquer tipo de perturbação, podendo ser, inclusive até a provocada por


perda de geração.
2
O ECE é geralmente aplicado com as seguintes estratégias:
3
7 Corte de cargas seqüenciais, com o objetivo de aliviai: o
sobrecarregamento de um equipamento, q1te pode ser, por 4
exemplo, urna linha de transmissão ou um transformador. Nesse Figura 3.24. l - Diagrama Unifilar
'' caso, o monitoramento pode ser feito por um relé de
sobrecorrente (50, 51) ou pelo monitoramento da potência ativa. O esquemático em DC, da atuação do relé 27 do ECE está
apresentado na figura 2.24.2.
7 Corte de cargas seqüenciais ou ligações de capacitares (ou
compensadores síncronos), com o objetivo de eliminar ou aliviar -3-i--
+-2-7-i--T-1-i--T2-i---T
o afundamento da tensão na região. Nesse caso, o monitoramento
pode ser feito por um relé de subtensão (27).
7 Corte de capacitares, compensadores síncronos capacitivos ou de
outras ações, com o objetivo de eliminar ou aliviar a sobretensão
Relé de
Tempo '
Dj 1 Oi 3 I'""'"
Abertura

na região. Nesse caso, o monitoramento pode ser feito por um Figura 3.24.2 - Esquemático do .ECE por Meio do Relé de Subtensão (27)
relé de sobretensão (59). >íote que a sobretensão no sistema, é
prejudicial as: cargas, capacitares, pára-raios, transformadores e Em decorrência de uma contingência. a atuação do relé de subtensào
a isolação em geral. (27) ativa um relé de tempo, que de acordo com os scus~ajusres de tempo e
fechamentos de seus contatos, vai sucessivamente desligando os disjuntores
7 Retirada de transformadores, linhas de transmissão ou outros
correspondentes.
equipamentos que venham, em decorrência de uma contingência
ou ação, a operarem a vazio. O monitoramento pelo ECE pode
ser feito utilizando os contatos auxiliares dos disjuntores,
scccionadoras ou por meio da programação de CLPs.
7 Mudança na operação do compensador síncrono para gerador
síncrono, com o objetivo de eliminar ou aliviar o déficit de
geração na região. A aç.ão do ECE pode ser feito pelo relé de
freqüência.
7 Outras ....
. '
i· Para exemplificar, apresenta-se um ECE aplicado na configuração
do diagrama unifilar ela figura 3.24.1, programado para efetuar, pelo relé de
subtensão (27), o corte de carga 1, 2 e 3, decorrente do afundamento da
tensão no local.

. 1 :

111 1 .J.:. - -- -
)
) 94 Proteção de Transformador 95
)
) • Proteção diferencial (87)
) + Proteção de terra restringida
) 1 + Proteção de gás (63) (por exemplo, o relé Buchholz)
) • Válvula de alívio de pressão (20)
) + Proteção ténnica (26, 49)
)
+ Proteção de baixo nível de óleo (7 1)
)
+ Proteção de sobrecorrente (50, 51)
)
+ Proteção de sobrcexcitação (24)
)
+ Outras....
)
4.2 Transformador Monofásico
)
) PROTEÇÃO DE TRANSFORMADOR A figura 4.2. l mostra um transfo1mador monofásico alimentando
) uma carga.

)
) ip • • is
) 4. 1 Introdução + H1 x. +
)
vp NP Ns vs
)
Em geral os transformadores têm baixos índices de fal has, porém,
quando estas ocorrem, inevitavelmente levam a desligamentos, forçados ou
) não, implicando em substituições, paralisações, manobras, riscos e
manutenções corretivas demoradas. Hi X2
) Núcleo
Para este equipamento tão importante que possibilita acoplar
)
sistemas elétricos com tensões di.ferentes, empregam-se proteções Figura 4.2. l - Transformador Monofásico
específicas, também conhecidas como proteções intrínsecas do
) As marcas de polaridade identificam como as bobinas plimárias e
transformador. A proteção é mais complexa quando o transformador de
potência for de maior porte. secundárias estão acopladas magneticamente. Pode-se também, adotar
)· outras convenções, para a marca de polaridade, como por exemplo, as letras:
) As proteções utilizadas no transformador de potê ncia podem ser do
tipo: 11 +- para a bobina primária, onde H 1 representa o início da_bobina
) na mesma posição da marca da polaridade e lh é o seu final.
)

) . .
1
-~
)

96 Capítulo TV Proteção de Transformador 97

X • para a bobina secundária, sendo que X1 representa o início da [ 4.3 Proteção Diferencial no Transformador l\tlonofásico
bobina que está acoplada magneticamente com o H l da bobina
primária e X2 é o seu final.
Na utilização da proteção diferencial os TCs devem compensar as
diferenças numcneas das correntes primárias e secundárias do
Assim. a posição das marcas de polaridade é identificada por H1 e
transformador.
Considerando as características normais de operação do A figura 4.3.l mostra um esquema de proteção util izando uma
transformador, vale a expressão: proteção diferencial percentual.

N jl vpN l <.'1 is
a= - = - - = -·=-.-= -=--
vp ( 4.2.1) .Tru11sformador
....--........
~
TCs
N$ vsN I p~ V, 1p ---1!..........,
~-.....---~-+....+--+ ...---+++-~---~--.
--~,~

• VNpl ~P N,l Vr-.s • Carga


Em que:
----~--t~~-+--~'--' ._~i----+-~~i--~-----'
a • é a relação de transformação do transformador L-·············-i
Pelas convenções representadas na figura 4.2. l, tem-se que:
• As tensões Vr e V. estão em FASE, e estão relacionadas por

v p =aV• ( 4.2.2)
FigW'a 4.3.l - Proteção Diferencial Percentual no Transformador
• As correntes Ír e i. estão em FASE, e são dadas por Monofásico

ls = al I' ( 4.2.3) No esquema da figura 4.3.1 deve-se observar as regras para a ligação
O circuito da figura 4.2. l pode ser representado pelos circuitos das dos TCs :
figuras 4.2.2 e 4.2.3. J) As ligações dos TCs devem seguir as mesmas seqüências das
marcas de polaridade das bobinas primárias e sernndárias do
_ _ _ _1_· P,.__ _ _-._;_____is- -.. .
,r_·_·~_···.....····--·-~·-·- transformador.
+
...
2) Os terminais dos TCs com marcas de polaridade devem se conectar
N, Carga as bobinas de restrições do relé 87.
3) Dimensionar os TCs de modo que as correntes secundárias que
L...... ____.........J passam pelas bobinas de restrições sejam iguais cm módulo e
Figura 4.2.2 - Transformador Monofásico
ângulo, ou seja Tps = ts..

As regras l e 2 fazem com que as correntes que passam nas bobinas


de restríções estejam cm FASE, e para garantir que os módulos sejam
iguais, deve-se fazer:

l
~ :i
)
)
98 Capítulo IV
1 Proteção de Transformador 99
1
)

)
Transformador
138113.8 kV
\
) !0 a IP • Carga
-·-=--
) RTCP RTCS .
)
RTC s =a · RTC p (4.3.l)
i
~
Em que:
) !.
)
+ RTCP é a relação de transformação do TC conectado no primário i. . . . . . _·~...._..... . . -··".
do transfonnador; ! T
)

)
+ RTCs é a relação de transformação do TC conectado no secundário L-·······-···-·...·······-·-··-····--G
do transformador.
) Figura 4.3.2 - Circuito da Proteção Diferencial
Assim, desconsiderando-se os erros de cada TC, na operação normal
) S=Vl
do transfonnador e em caso de defeitos fora da zona protegida pelos dois
) TCs, a corrente que passa na bobina de operação do relé 87 é nula. 8280k = 138k · 11
Apresentam-se a seguir alguns exemplos dessa proteção diferencial 11 = 60A
)
no transformador monofásico.
b.2) Pela relação de transformação do transformador
) Exemplo 4.3.l: Seja o diagrama unifilar apresentado na figura 4.3.2 o
circuito de um transformador monofásico de 1O MV A que alimenta uma a= VpNurnioal ::::;:2_38k =10
)
carga de 8280 kVA com fator de potência de 0,8 atrasado. VsNominal 13,8k
) 1 Calcular:
1
a) A corrente elétrica na carga.
1

S= Vl
1
' 11 =60A
8280k = 13,8k · I 2
) 1 c) A relação de transformação élo TC 2, de modo a se adequar a
" 12 = 600A proteção diferencial percentual.
)
1
b) A corrente no lado primário do transformador. Pela expressão 4.3.1 , tem-se que:
Há dois modos: RTC 2 == a· RTC 1
'·'
b.1) No lado primário
I primário do TC2 = l O. I primário do TCI
5 5
l
l
)
j
.,
Proteção de Transformador 101
1
I 00

Nesse caso, a corrente nominal do primário do TC1 é um dado


-
Capítulo IV

25
informado na figura 4.3 .2, isto é, l primario 00 rei = l 00 A. Assim 1 a= arctga
a = 25% =
100
= O 25
'
=arctg 0,25 =14,03°
· ár:o· do TC'-
RTC, = l pr:m l 000
- 5 5
1
1 d) A corrente no secundário do TC1 •
1
1
= II - 12 = lo - o = ~ = 2 = 200%
l adcfeito 1 +I 2
_ 1_ _
10+0
--
5
5 2 2
e) A corrente no secundário do TC 2 • adcfdio = arctg 2 = 63,4°
T, 600 Sendo que:
I,z = Isccundário do TC2 = RTC = l 000 = 3 A
2
5
o relé atua
t) A conente que passa na bobina. de operação do relé 87.

Tcp<:raçii.o do relé 87 =J si - l s2 =O
A figura 4.3.3 mostra graficamente as correntes e suas inclinações
Como a I "pcr:içlodurcté 87 = O o relé não opera. (slope).
g) O que acontece com um relé 87 que tem ajuste de 2A e
declividade de 25%, na ocorrência de um defeito interno de 200%
200A no transformador operando a vazio.
Neste caso, os cálculos são os apresentados a seguir

.:
I1 =200A
200
e
:_./~
10A ---.-......-....

.1 T, 1 = JOO = 1OA e
t
2A ~-~ ·

1 5 .
1
l!..----1---L------'-----~ 1restrição
1 5A
J 1
. ', 1 1
1
1
Figura 4.3.3 - Correntes e suas lnclinaçõcs
10+0
1 ! restrição = - - = 5A A figura 4.3.4 apresenta a situação final do item g.
2
1

1
:

___J_ __ )
102 Capítulo IV Proteção de Transformador 103
)
) i 1 = 200 A Transformador É importante observar que na proteção de linhas de transmissão com
138/13,8 kV
·: _ _ _-+H----~-
'·······,...··....
1---1---~---.:.......
i2 =o relés 50, 51, 21, 67, 32, utilizam-se TCs com fator de sobrecorrente de 20,
com classe de exatidão de l 0%. Já os TCs para a proteção diferencial, os
) • • erros dos mesmos influenciam no ajuste do relé. Assim, os TCs mais
) ... adequados deveriam ser o de classe de exatidão de 2,5%. Ou seja, os TCs da
proteção diferencial deveriam ter classe de exatidão melhor do que os TCs
)
) +.. das outras proteções. Mesmo assim, os TCs de classe de exatidão de 10%
são utilizados na proteção diferencial, nesse caso, se a corrente elétrica do
..
: .... ....
·................. _:-··········
defeito for pequena, o erro dos TCs será pequeno, mas para um curto-
circuito de grande intensidade o erro poderá ficar em 10% para cada TC.
: y Assim, um TC pode ter erro de +l 0% e o outro de -10%, o que acarreta
)
i.........--· ---.. -······------------·@ para o relé 87, uma corrente diferencial com erro de até 20%.
)
Figura 4.3.4 - Defeito Interno no Transformador Monofási<.:o
) 4.4 Transformador Tr ifásico
A figura 4.3.5 apresenta o esquema simpl ificado em DC da atuação
) da proteção. O transformador trifásico opera como se fosse 3 transformadores
) monofásicos, podendo ser constituído por:
+
87 l • Banco de transformadores monofásicos;
)
69
+ Transformador trifásico, montado sobre um mesmo núcleo
} magnético, que pode ser:
• Núcleo envolvido;
• Núcleo envolvente.
A forma de ligação do transformador trifásico, em cada lado do
) enrolamento, pode ser:
) • Em estrela (Y);
Figura 4.3.5 - Esquemático em DC da Proteção Diferencial
) + Em delta (D.) ;
Em que:
) + Em zig-zag.
VM--. lâmpada ve1mclha, indicando disjunlor fechado
Destas ligações resultam as mais diversas combinações que
VD --. lâmpada verde indicando disjuntor aberto dependem do sistema elétrico adotado.
) Para outras notações numéricas ver apêndice A. Em relação ao número de enrolamentos podem ser de:

j
)

104 Capítulo IV Proteção de Transformador 105

• Dois enrolamentos, chamados de primário e secundário, ou de Nos enrolamentos do lado primário ou secundário dos transfor-
alta e baixa tensão. madores de potência ou dos TCs, ligados em 6, as con-entes na linha estão
defasadas de ± 30° e tem módulo J3 vezes maior que as correntes na fase
+ Três enrolamentos, chamados de primário, secundário e terciário,
ou de alta, média e baixa tensão. do 6. A figura 4.5.1, ilustra esse caso.
. r;; o.
+ Ou de mais enrolamentos. l tlLinha =V 3 · L ±30 l,~i'asc

@ roteção Diferencial do Transformador Trifásico 6. - Y J


A proteção d iferencial 87 no transformador trifásico efetua-se fase a
fase do mesmo modo como está apresentado no item 4.3. Pode-se adotar
qualquer ligação 6. ou Y nos secundários dos TCs da proteção diferencial.
Entretanto, o mais utilizado é a ligação em Y quando os transformadores de
potência não produzem rotação angular nas suas correntes de entrada e
Figura 4.5 .1 - Correntes de Linha e de Fase no Enrolamento em 6
saída.
No caso da fi gura 4.5 .l, sempre na operação balanceada as correntes
Cuidado em especial deve-se ter no transformador trifásico
de linha e de fase são dada pela expressão 4.5.1.
conectado em 6. - Y , porque às correntes de linha no lado 6 estão
adiantadas ou atrasadas de 30°, 60°, 120°, 150° e 180° em relação as ( 4.5.1)
correntes de linhas no lado Y. As correntes estão adiantadas ou atrasadas
dependendo da forma de ligação dos enrolamentos do lado 6 do As ligações dos TCs devem seguir a mesma regra do item 4.3 , o
transformador de potência. importante é que as correntes que fluem pelas bobinas de restrições do relé
87 sejam as mesmas.
O deslocamento angular produz dois problemas:
A regra fundamental para o func ionamento do relé 87 é que na
• Diferenças nas correntes no relé diferencial 87, que
condição normal de operação ou de curtos-circuitos trifásicos, fora da zona
dependendo do seu ajuste pode operar para as condições de
de proteção, seja atendida a expressão 4.5 .2.
carga do transformador.
• Defasamento nas correntes das bobinas de restrição do relé
87, prejudicando a sua característica de desempenho. Í Uobinade Restrição! = i BobinadcRcstrição2 ( 4.5.2)

Na operação normal do sistema elétrico, as correntes nas bobinas de


restrição do relé dife rencial devem estar em fase, com mesmo módulo e Se a condição da expressão 4.5.2, não for satisfeita o sistema de
ângulo, desse modo os TCs devem compensar a: proteção diferencial tem erro, isto é, existe corrente passando na bobina dt:
operação do relé 87, que deve ser compensada pelo ajuste da sensibilidade
• Relação de transfom1ação do transformador.
do relé.
+ Rotação angular provocada pelo transfonnador 6 - Y.

l
106 Capítulo IV Proteção de Transformador 107

) 4.6 Regra de Ligação dos TCs nos Transformadores Transfom1ador


Trifásicos o
TCs
(V"\ ro- - - - ---"ISUn'----.-1
- - -o,
~~~~-;---;;..+.;.+._~~......:.l..;..._'IRlllO"--
TCs
.........._-:~~~~
~~-_.-+co
)
A seguir apresentam-se os passos genéricos das conexões dos TCs ~~~~~!:i::.+-0?1.+.-...._~~-J.1~ª:.......~
a
~..__º~l---~~-1-rV"t.:_._~ª~~~-
~e::
) para as ligações mais simples de transformadores trifásicos de 2
) enrolamentos que pode ser estendidos a transformadores com n- ~~~~-.....
~m 1• .1
~.+.l-~,_~~_..:.L_:__'ll!W'----_~~~~Jt--~~=1-~~~:~~~-
f"V'I ª
enrolamentos.

) 1° Passo: Desenham-se os enrolamentos primários e secundários de modo


que as bobinas acopladas fiquem alinhadas, com as marcas de polaridades
para fora, como mostra a figura 4.6. l
)
Transformador
)

) :
0
'0001P--- -"oolRI •
0
1
) ~~
) 1. •1
._ _:11~º'="' _ -'l!Ooll' 1
)
Figura 4.6. l - Transformador Trifásico de 2 Enrolamentos Figura 4.6.3 - TCs no mesmo Sentido dos Enrolamentos do Transformador
}
2° Passo: Conecta-se a linha de transmissão externa nos terminais com
4° Passo: Em cada lado, conectar as marcas de polaridades do secundário
)
dos TCs nas respectivas bobinas de restrição do relé 87. Ver figura 4.6.4.
)
marcas de polaridades. conforme figura 4.6.2.
Transformador Até este passo, tem-se a ligação genérica dos terminais do
) transformador e dos TCs. As próximas conexões apresentadas a seguir
.1 ~~-LT_s~~~~~~f._o_,.,.,.,.,.... --,,..::._-0 1
I
LTs
) :i ·vu~~ ~uwv,__·~,~~~~~~~- dependerão das ligações do transformador.
~~~~~~~~--1-1-º~"m!J'-- ~.__º~1--~~~~~~~~
.j

) ,I ~~~~~~~~~~~·--~_~.......·~~,....__~~~~~~~-
[ 4.7 Transformador Trifásico sem Rotação de Fase
) Nos casos de transformadores trifásicos em que as correntes de linha
Figura 4.6.2- LTs Conectada ao Transfom1adorTrifásico
) do lado primário e secundário, não apresentam deslocamento angular de
3° Passo: Conecta-se os TCs de modo que suas marcas de polaridade fase, ou seja, têm deslocamento de oº, as ligações dos TCs devem ser
) '
acompanhem as marcas de polaridade dos enrolamentos do transforrnador. preferencialmente em Y nos dois lados. A ligação cm Y é preferencial, mas,
Neste passo já se colocam os 3 relés diferencial percentual, conforme se houver problema de atuação da proteção diferencial para defeito
ilustrado na figura 4.6.3 . 1y?- terra fora da zona protegida, deve-se então utilizar outra ligação.

.,
··:i(«
! ·1
1 i'
·1.
)

108 Capítulo IV Pi-oteção de Transformador 109

Transformador Transformador
TC's TC's

1
º'
1
1
• •'
'-------- '---------------·

87

figura 4.6.4 - Conexões dos TCs


figura 4.7.1 - Transformador Y - Y com Deslocamento Angular de oº
1
1 Os transformadores que tem deslocamento angular de Oº são:
O aterramenlo apresentado na figura 4.7.1 é feito _por dois motivos:
j + Y-Y • Provocar um curto-circuito franco, caso haja defeito na isolação
• b..-b.. interna dos TCs, deste modo garanle-sc a atuação da proteção do
1 local.
+ D.. - zig-zag
• Segurança, para garantir que esta fiação e as carcaças dos TCs
· 1 sº Passo: Conectar os TCs em ambos lados cm Y ou em !::,., e fechar as estejam no mesmo potencial referenciada a terra.
bobinas de operação dos relés 87 em Y. Ver figura 4.7.1 para o caso de
·1 transformador em Y - Y.
.,1 4.8 Transformador .6 - Y
No lugar do transformador Y -- Y da figura 4.7.l poderia ser outro
1
i tipo de transformador, porém, com deslocamento angular de oº. No transformador 6 - Y, as correntes de linha no lado !::,. estão
O esquema de proteção da figura 4.7.1 não se aplica para defasadas (adiancadas ou atrasadas) de 30°, 60°, 120°, 150° e 180° em
transformadores Y - Y aterrados, dado que para um defeito monofásico a relação às correntes de linha do lado Y, a Labcla 4.8.1 apresenta os detalhes
terra, fora da zona de proteção dos dois TCs, a proteção diferencial 87 dessas 1igações.
amaria. Nesse caso, se os TCs forem ligados em /.:::,. a proteção seria odeslocamento angular de 30°, 60l), 120º, Jsoº e 180º depende de
adequada. como os enrolamentos cio/.:::,.. e do Y estão ligados.

- 1
)
•~if(
,;
J )
)r.
l t 110 Capítulo IV Proteção de Transformador 111
)f
) .1 Os TCs deverão ser dimensionados e conectados de modo que suas Transformador
ligações no secundário compensem as relações de transfo1mações diferentes
) TC's
e os deslocamentos angulares, de modo que nas bobinas de restrições do relé TC's
87 cheguem correntes elétricas em fase.
Para atender estas condições, segue-se a regra:
a) Os secundários dos TCs deverão estar conectados em Y no lado
6. do transformador de potência. , _________ J

b) Os secundários dos TCs deverão estar conectados em. 6. no lado


Y do transformador de potência. 87

)
Os secundários dos TCs em 6. deverão estar conectados do mesmo
modo que o 6. do transformador de potência, isto é, as ligações nas marcas
) de polaridade serão as mesmas. 87

} Na figura 4.8.1, apresenta-se o diagrama unifilar da proteção


diferencial do transformador de potência 6. - Y.
) y ó.
Figura 4.8.2 - Transfom1ador 6 - Y
--:::::::1-t:::::--[J,- ~ 11, ~
1---= Transformador
} 1 1

>
1
~-----0- ____ 1
J

)
+
) .·.1!
) ·• i! l _________ J
Figura 4.8.1 - Diagrama Uni filar da Proteção Diferencial do Transformador l\

)
f:li<;
6-Y
Assim continuando os passos do item 4.6, tem-se o sº Passo.
~!
)
5° Passo: Fazer a conexão do transformador de potência, sendo um lado em
) 6. e o outro em Y. Ver figura 4.8.2. 87
)
A figura 4.8.2 foi construída a partir da figura 4.6.4 seguindo a
regra deste item, os TCs do lado 6. do transformador deverão ser
conectados em Y, exatamente como está apresentado na figura 4.8.3.
Figura 4.8.3 - Lígações dos TCs no Transformador 6. - Y
Capítulo IV Proteção de Transformador 113
Ll2
mostra a mesma ligação feita na figura 4.8.2, com os seus respectivos
Na figura 4.8.3 apresentam-se também as conexões dos secundários
dos TCs no lado Y do transformador, que deverão estar conectados em 6. sentidos das correntes de cada lado.
seguindo a mesma seqüência das suas marcas de polaridade. Assim, as Transformador
bobinas secundárias dos TCs devem ser uma réplica dos enrolamentos do
lado ~ do transformador.
Observa-se que em todos os esquemas das figuras 4.7. l e 4.8.2, as
bobinas de operação dos relés 87 estão conectadas em Y.
Outra maneira de efetuar as conexões dos TCs no transformador ~ -
__ b
;~-l:~----i:-:3-.
l _________ J
--::-1
Y é seguir os sentidos das correntes de acordo com suas marcas de
polaridade, tendo como objetivo de atender a expressão 4.5.2, ou seja, as figura 4.8.5 - Conexão do transformador 6. - Y
correntes nas bobinas de restrições devem ser iguais cm fase e em módulo. No lado 6, aplicando-se a lª Lei de Kirchhoff, tem-se as correntes:
O procedimento apresentado a seguir é geral, aplicado a qualquer
ia = i A+ tb jA =i 0
- lb
tipo de conexão do transformador 6. - Y.
No procedimento apresentado na fi gura 4.8.4, leva-se em conta ib = Ís + Íc t 0 =i"-(
somente as ligações dos TCs e os sentidos das correntes, sem levar em
consideração a relação de transfonnação do transfonnador. Íc = lc + Ía Te =ic -i.
As correntes no primário e secundário de qualquer transformador de Os TCs na figura 4.8.5 podem ser colocados de qualquer modo,
potência ou nos TCs estão sempre de acordo <.:om as apresentadas nas apenas os conjuntos de cada lado devem ser iguais e eoc~cntes, por exemplo,
figuras 4.2. l, 4.2.2 e 4.3.l, isto é, quando em um enrolamento a corrente os TCs foram colocados no mesmo sentido do da figura 4.6.3, na qual se
elétrica entra na marca de polaridade no outro tmrolamento a corrente sai repete aqui na figura 4.8 .6, indicando os respectivos sentidos das correntes.
pela marca de polaridade, de acordo com a figura 4.8.4.
Note que as correntes nos secundários dos TCs nos lado de alta e de
Transfonnador baixa do transfc)lmador não são iguais, pode-s~ adequar as correntes de 2
r--------:--
º I~ 1 0
...............
modos:
~~-11·~~~~~41----'~ ~~- 1~~~~~~ a) Ligando os TCs em 6 no lado Y do transformador.
~~i-b~)~~~~~_,_l_a_,~ ~~ª~'b-•...._l~~~~~~- b) ULilizando outro conjunto de TCs auxiliares intermediários em
qualquer lado no sentido de adequar as correntes nas bobinas de
lc
~~--1•.._~~~~-t-1-
1 •
·_.~ ~........:.~-• ,~~~~~~-
lc
.......1 restrições dos relés 87.
1 _________ J
Primeiramente, em atenção a regra, deve-se conectar os secundários
fígura 4.8.4 - Senlido das Correntes no Primário e Secundário no dos TCs em Y no lado 6. do transformador e conectar sua saídas nas
Transformador respectivas bobinas de restrições dos relés 87, conforme ilustra a figura
Os enrolamenlos do transformador de potência podem ser 4.8.7.
conectados de qualquer modo, como o exemplificado na figura 4.8.5, que

l
}
) 114 Capítulo lV Proteção de Transformador 11 s
)
) Transfonnador As correntes nas bobinas de restríções dos relés 87 devem ser iguais,
deste modo a figura 4.8.7 mostra estas correntes.
) ia TC'$
Ía - ib . TC's
o o Deve-se conectar os secundários dos TCs do lado Y do
)
ib lo
o
Íb - ic • transformador de potência de modo a se obter as mesmas correntes nas
a
}
a a
bobinas de restrições. Fazendo deste modo, obtém-se o diagrama da figura
ic ib • Íc -ia 4.8.8.
1
Íc
• l _________ J • Transformador
)
i,
Ía
1
TC's r---------1
o Y ó o ia
TC'•

)
ih
Íc ib
)
l _________ J
ó.

87
ic -ia Íc -i 3

87
ib - i. ib -iç
) Figura 4.8.6 - TCs Colocados nas Linhas do Transformador 6. - Y
87
TC's TC's i. - ib i;-ib
itt

) ib la •
a
Figura 4.8.8 - Conexões dos TCs no Lado Y do Transformador de Potência
a
} Íc ib • Como apresentado neste item e no item 4.4, os transformadores
Íc l _________ J
trifásicos podem ser conectados de modo que suas bobinas primária e
secundária tenham diversas combinações que produzam deslocamentos
angulares nas correntes de linha no lado primário e secundário.
Íc - ia
) Nos relés diferenciais convencionais as ligações dos TCs devem
compensar a rotação angLtlar produzida, podendo-se até utilizar TCs
jb - ic auxiliares para compensar as discrepâncias de relação de transformação e
compensação adicional de rotação angular.
Já no caso de relé digital multifunção, a única conexão dos TCs é
i. - ib utilizada para suprir as diversas função do relé, e neste caso não há
Figura 4.8.7 - TCs cm Y no Lado 6. <lo Transfonnador de Polência necessidade de se fazer as ligações físicas da mesma conexão do

1
t 1
116 Capítulo IV Proteção de Transformador l 17

transformador protegido. Portanto, no relé digital deve-se entrar com a Transformador - Conexões e Deslocamento Angular
informação do transfo1mador, especificando o tipo de conexão de suas
bobinas primária e secundária.
Desloca-
mento Conexões
Para verificar as conexões e o deslocamento angular das correntes de Angular 1
entrada e saída de um transformador, deve-se considerar o modelo DdO YyO DzO .
apresentado na figura 4.8.9, onde as correntes de linha entram no lado '
primário e saem no lado secundário ou vice-versa.
IDJjº

[[ili· w· ..
:l l
D l•
~

.....
o
"O
ro
E
...._
.2
rn
e
Bobinas
Primárias

Bobinas
l

ITTro.
'!
m. t

l
u,. a
L

l

1
1
C'O
~ Secundárias Dyl


Yd l Yzl
r··rl· ......... - 1:·· . TJ.Terminal do -


: '
a b
·1.. ............................ e ! Secundário

ruUJ
~ _.. ........................
- -
F igura 4.8.9 - Ligação Genérica do Transformador 30°

m. li.
i
l 1


a I•
A seqüência de fase é A, B e C, sendo que os respectivos fasores das
correntes elétricas giram no sentido anti-horário. Os terminais A, B e C 1 - -
podem também, serem denominados de n 1, H2 e H3, e os terminais a, b e e ~1 l l
de Xl, X2 e X3.
,.' D .
Para a seqüência de fase, apresentada na figura 4.8.9, as correntes de
linha no lado primário estão adiantadas em relação as correntes <le linha no
lado secundário. Assim, todas as conexões e deslocamentos angulares estão
60° Dd2 J)72

apresentados na tabela 4.8.1. ---

)
_j__
r
~ .
1
·1
) 118 ...
Capítulo IV Proteção de Transformador 119
' ~
) 1 Dd6 Yy6 Dz6
)
l
)

)
i

180° fil]j' mn·


1

~ l

• ti •

) i \
) ' Dd4 Dz4
}

mn·

Dy7 · Yd7 Yz7
)

'
J
120°
)
-150°
)

}
)
)
Dd8


) Dy5 Yd5 Yz5 Dz8

}
)
150° w· -120°

. !
!
1
1
1

1
m
]
1
)
120 Capítulo IV Proteção de Transformador 121

DdIO DzlO + Y -+ primário em estrela (Y)

-60°
[[li' [[ll'
l•
f
+ Z -+primário em zig-zag
,/ Segunda letra, minúscula, representa o secundário do transformador,
que pode ser:
7 d -+ secundário em !!..
l1 l a

m
'--'
7 y -+ secundário cm Y
~

7 z secundário em zig-zag
• ii l
. .a ,/ Número, variando de zero até 11 , que representa o deslocamemo
angular das correntes de linha no lado primário em relação às do
Ydll


Dyl 1 Yzl 1 lado secundário, cujo valor é dado pela expressão:

[[li' w·
Deslocamento Angular = 30° · Númcr
~ ~

Por exemplo, um transformador trifásico tem uma conexão de suas


-30° bobinas primárias e secundárias com a denominação de DyS. lsto significa
I•
i a f que o primário do transfonnador está ligado cm li e o secundário em Y, e as

m. m J 1
-
~• djo 1•
Tabela 4.8.1 - Conexões e Dcslo<.:amento Angular das Correntes de Linha
-
correntes de linha no lado!:!,, estão adiantadas de 30° x 5 = 150° em relação
às correntes de linha no lado Y.

4.9 Ajuste do Relé Diferencial Percentual na Proteção do


Transformador .~~~~~~~~- -~~~~~~~~~--'

no lado Primário em Relação às Correntes de Linha no lado Secundário de


T ransfonnadores Trifásicos. No esquema de proteção diferencial do transformador de potência as
correntes secundárias dos TCs devem alimentar o relé 87 de modo que as
Os desenhos da tabela 4.8.1 estão associados ao modelo da figura correntes nas bobinas de restrições sejam iguais. 1\a realidade, as correntes
4.8.9. que chegam ao relé 87, estão associadas a erros causados por:
Na tabela 4.8.1, as duas letras associadas a um número, têm a a) Discrepância no casamento dos TCs do lado de alta e baixa do
seguinte convenção: transformador. Como os TCs estão vin<.:Ulados aos que são
disponibilizados pelos fabricantes, deve-s~ escolher aqueles que
,/ Primeira letra, maiúscula, representa o primário cio transformador,
mais se ajustam de acordo com as relaçfü;s de transformação dos
que pode ser:
transformadores de potência.
• D -+primário em Delta (Li)

j )
)
'!~

"P

l'i
~· ;;; 122

b) Erro dos TCs dado pela sua classe de exatidão de 2,5%, 5% ou


-
Capítulo IV Proteção de Transformador

pelo fabricante. A figura


123

4.9.l mostra os taps na bobina de


'•
10% principalmente no momento de correntes de curto-Circuito restrição do relé 87.
d elevadas de acordo com o seu fator de sobrecorrerite (FS = 20).
·1
)
Este erro é devido à saturação do núcleo magnético do TC.
'
: ~· Como o erro do TC é de ± 2,5%, ± 5,0% ou ± 10,0%, se os dois
I~
) TCs da mesma linha da proteção diferencial operarem na pior
1 condição, isto é, um TC está com erro de
1
) ' + 2,5%, + 5,0% ou+ 10,0% e o outro com erro de '--.,.-...' '-v--'
) - 2,5%, - 5,0% ou - 10,0%, tem-se no relé 8 7 um erro total de Tap's Tap's

5%, 10% ou 20%. Figura 4.9 .1 - Tups do Relé 87


) c) Erros associados com a comutação dos taps dos transformadores Os taps são nominados em Amperes que produzem a mesma
) de potência, efetuados sem carga ou com carga, de modo manual força magnetomotriz e o mesmo fluxo magnético de restrição. Por
ou, com controle pela supervisão local ou remota ou, regulação exemplo, um relé tem os taps disponíveis nas bobinas de restrição
)
automática pelo relé 90. Para o relé 87, o ajuste deve ser feito na de: 2,9 - 3,2 - 3,5 - 3,8 - 4,2 - 4,6 - 5,0 - 8,7 A, escolhendo-se os
) condição de operação normal do transforn1ador de potência, ou taps de 5 A e 3,5 A, tem-se o torquc de restrição nonimal do relé
) seja, com o tap do comutador na posição central. Qualquer 87 e se as correntes forem opostas o torque de restrição será nulo.
mudança de tap produz erro nas correntes diferenciais injetadas Essa situação está apresentada na figura 4.9.2.
)
no relé 87. O máximo erro será quando o comutador está com o
) seu tap na posição limite de máximo ou mínimo. Geralmente, os
) taps da comutação têm variações de ± J 0,0% em relação à tensão
nominal do transformador de potência. Assjm, o ajuste da
sensibilidade ou da declividade do relé 87 deve ser além do erro
) introduzido pela comutação no seu maior limite.
5A 3,5A
) d) Discrepância dos taps nas bobinas de restrições do relé 87. Este
Tap"'5A Tap'"'3,5A
) erro, devido às diferenças nas correntes que chegam às bobinas
de restrições, pode ser minimizado de dois modos: Figura 4.9.2 - Taps na Bobina de Restrição do Relé 87
)
d. l) Uso de TC auxiliar intermediário. Este TC ajusta a Se as correntes que fluem pelo sistema elétrico forem maiores que
)
corrente antes de entrar na bobina de restrição do relé 87. os taps, por exemplo, como mostradas na figura 4.9 .3.
)
d.2) Uso de taps no próprio relé 87. O múltiplo do tap na bobina de restrição é dado pela expressão
) 4.9.1.
No caso do item d.2, deve-se escolher os iaps nas bobinas de
) ·,
restrições os mais próximos das condições de operações do M l llobiua do tes1riç~o
transformador de potência. Os taps disponíveis são determinados Restrição ::: ( 4.9.l)
Tap

. ; .~· ·,
li
1
1
Proteção de Transformador 125
124 Capítulo IV
1
1
eTcs • Erro devido à discrepância das relações de transformação
1
dos dois TCs adjacentes da mesma fase do lado de alta e de baixa do
1
transformador.
sciassc cxslidão • En-o devido à classe de exatidão dos TCs.

5,5A 4A eC1>mutaçõo • Erro introduzido pela comutac,ão máxima do

M = l,l Tap=5A Tap=3,5A M =l,l43 transformador.


eTaps • Erro devido à discrepância dos taps no relé.
Figura 4.9.3 - Correntes maiores que os taps
Assim, para o caso apresentado na figura 4.9.3, tem-se os &s..gurunç• + Erro introduzido como margem de segurança.
seguintes múltiplos para as bobinas de restrições:
No fina l verifica-se na operação nominal do transformador de
5,5 10 potência, com o objetivo de preservar as condições térmicas das bobinas de
= --- = l ,
1
M Restrição!
) restrições e operações do relé 87, as seguintes condições:
• A corrente na bobina de operação do relé 87 não deve ultrapassar
J ,S =1143
M i<e$tri,:io2 =_i,_ • de 5 A.
• J\ corrente na bobina de restrição do relé 87 não deve ultrapassar
O múltiplo médio será:
de 10 ou 12 A, d~pendendo do fabricante.
MMtdio = l,lO~l,l 4 J = 1,1215
Exemplo 4 .9.l : Apresenta-se o diagrama unitilar da figura 4.9.4.
Isso significa que a restrição é 12,15% maior que a sua restrição 10MVA
nominal.
e) Margem de segurança. Feitas as considerações (cálculos) dos
erros, deve-se, ainda, deixar uma margem de segurança para
garantir a seletividade da atuação do relé diferencial dentro da
sua zona de proteção. A margem de segurança. é geralmente de
5%.
Assim o erro total (mismatch) é dado pela expressão 4.9 .2 .
• 1

1 F.erro total =8 TCs +Gelasse .:xaiitlão + cc:omutação + ~;Taps do relé 87 + l::segurnnça


figura 4.9.4 - Diagrama Unifilar
( 4.9.2)_
Dados:
Em que:
126 Capítulo IV Proteção de Transformador 127

, . d { 60x 120-5A~ Classe 2,5H200 120


Tes dispomve1s e TC AT = -~- ~ classe 2,5H200
) i· 200 x 400 - 5 A~ Classe 2,5H200 )

t
Relé 87 com taps disponíveis de: 2,9 - 3,2 - 3,5 - 3,8 - 4,2 - 4,6 - 5,0 - 8,7 A e) Corrente no secundário do TC do lado de D, do transformador.
i1
) '~
F
lp 87,477 .
) '
a) Fazer a ligação trifilar do esquema de proteção. ls(TCAT) = - - = JIQ = 3,645A
RTC ..
A ligação está apresentada na figura 4.9.5. 5
. Transformador
) Estes TCs estão conectados em Y, portanto, esta é a coITente que
/J. y chega oa bobina de restiição do relé 87.

)
t) Escolher o TC no lado Y do transformador.

)
A corrente na bobina de restrição do relé é de 3,645 A. Esta corrente
é a de saída do TC em .6. no lado Y do transformador de potência. Desse
) modo, a corrente dentro do ~ é:
3,645 .
)
87
l demro do A = J3 = 2,104 A
~
) 87
!: Portanto o TC ideal seria aquele que passa para o secundário
)
t 87
2, 104A, portanto a relação de transformação seria de:
)

)
RTC = 262 •432 = l 24 73 =124 73 X~= 623•65
Figura 4.9.5 - Diagrama Trifilar 2 104 ' ' 5 5
'
) b) A corrente nominal na alta tensão do transformador de potência. Este seria o TC ideal, mas dentro da disponibilidade ofertada pelo
) fabricante neste exemplo, deve-se escolher o mais próximo, no caso o
SNominal = .fJVNIN
) 400
TC =e - ~ classe 2,5H200
) I = l OM ~ 87 477 A 5
NA r J3·66k '
) g) Corrente secundária do TC no lado BT do transformador.
e) A corrente nominal na baixa tensão do transformador de potência.
) = 262,432 =
I S.rc:nT 3 28 A
lOM 400 '
) IN = r;:; == 262,432A (no tap central)
OT v3 •22k 5
~
.1
d) Escolher o TC no lado 6 do transfo.rmador. Como os secundários destes TCs estão conectados em 6 a corrente
li de saída (ou entrada) é de:
~
1
,., '
!
_1_2_s_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ o..;.I..;_Y..
C_ap.._í_tu_l-., l
l
Proteção de Transformador

1,314 1,429 2,486


129

I~aída do 6 = .J?, · 3,28 =5,68A 3,5 1 1.000 1,086 1,200


3,8 l,000 1,105 1,211 1,316 2,289
É esta corrente que passa na outra bobina de restrição do relé 87 . l ,000 1,095 l ,190 2,071
4,2
h) Taps no relé 87. 4,6 1,000 1,087 1,890
No relé 87, na operação nominal do transformador, chegam nas 5,0 1,000 1,740
bobinas de restrições as seguintes correntes, que estão apresentadas na 8,7
i
1,000 1
i
figura 4.9.6.
Tabela 4.9. l - Combinações dos Taps do Relé 87
Deve-se escolher a relação de Taps mais próxima da expressão 4.9.4,
tal que as correntes nas bobinas de restrições sejam as maiores e mais
próxima possível dos Taps escolhidos.

5,68 A Comparando-se o valor da expressão 4.9.4 com os valores da Tabela


4.9.1, chega-se em:
Figura 4.9.6 - 1'aps do Relé 87 Tap2 = 5,0 =l 563
Note que as correntes verdadeiras não são exatamente iguais aos taps Tapl 3,2 '
disponíveis pelo fabricante, portanto, deve-se escolher os taps para que as l ri~wiçooz = 5,68 A > Tap 2 = 5 A
bobinas de restrições fiquem equilibradas em termos de fluxo magnético, lrie.iriçt10 l = 3,645 A> Tap l = 3,2A
isto é, tenham o mesmo múltiplo em ambos os lados, ou seja:

Portanto, a escolha definitiva nas bobinas de rcstdções é Tapl


( 4.9.3)
Tapl Tap2 3,2A e Tap 2 = 5,0A.

3,645 5,68 Note que os Taps não foram exatamente obtidos pela relação da
--=-- expressão 4.9.4, isto produz erro no relé 87, que deverá ser coberto peio
l Tapl Tap2
ajuste da sensibilidade do relé.
·1
Tap2 = 5,68 = l 558
( 4.9.4)
Tap1 3,645 ' i) Erro total das correntes diferenciais.
1
'l i.l) Erro da classe de exatidão dos TCs.
1 Dos 'fops disponíveis: 2,9 - 3,2 - 3,5 - 3,8 - 4,2 - 4,6 - 5,0 · 8,7 /\,no
relé 87, deve-se fazer todas as combinações possíveis de Taps, obtendo-se a 6c1a,sc do e:cati~ao = 2,5% + 2,5% == 5,0%
relação Tap2/Tap L, que está apresentada na Tabela 4.9.1.
,,... ·- -· - -- i.2) Erro de comutação do transformador de potência.
Taps 2,9 3,2 3,5 3,8 1l 4,2 4,6 5,0 8,7
2,9 1,000 1,103 1,207 1,3 lo 1,448 1,586 1,724 3,000
8 (;omutaçno =10%
3,2 1,000 l,094 l,188 1,313 1,438 1,:563 2,719 i.3) Erro da discrepância dos Taps no relé 87.
)

130 Capítulo IV Prote.ção de Transformador 131

k) Relé sem Taps disponíveis.


MI = lR~s11içâol = 3,645= 1139 Se o relé 87 não tem Taps disponíveis, deve-se ajustar as correntes
Tap1 3,2 ' nas bobinas de restrição pelo uso de TCs auxiliares intermediários. Pode-se
)
posicionar os TCs auxiliares em qua1quer lado. Geralmente os TCs
) M = 1Resrrição2 = 5,68 = 1136 auxiliares são autotransfo1madores de corrente. Neste item, por exemplo,
2
) Tap2 5,0 ' emprega-se TCs auxiliares do tipo autotransformador ligados em Y, como
Portanto, M1 > Mz mostra a figura 4.9.7.
Transformador
_M 1 -M 2
ETaps do relé - X 100
M2
) . - 1,139 - 1,136 00 - 6º
E faps do relé - X l - 0,2 ~
) 1,136
) i.4) Erro total das correntes diferenciais no relé 87.
8 erro total =E: c lasse exatidão +E comutação + ETaps do relé 87 + Escgurança 87 86A
)
serro cotai = 5% + 10% + 0,26% + 5%
) 67 5.86 A

) 8 erro tutal = 20,26%


)
j) Ajuste do relé 87.
.
3, 45A!
.!
87 .86A

) :...... ........ TCs avxiltares


O ajuste da sensibilidade percentual do relé 87 deve ser maior que o
) erro total das correntes diferenciais, isto é: Figura 4.9.7 - TCs Auxiliares do Tipo Autotransfonnadores
) Deve-se ajustar os TCs auxiliares para adaptar as correntes exatas
Sensibüidadc > 20,26% nas bobinas de restrições dos relês 87. Geralmente os TCs tipo
Escolher o ajuste de sensibilidade disponível pelo fabricante do relé. autotransfom1adores tem 100 espiras, como mostra a figura 4.9.8.
)
3, 5A
) Geralmente os ajustes de sensibilidade são de: 25%, 30% e 45%.
1
1
~6A
Portanto o ajuste de p = 25% no relé 87 está adequado, caso o relé
': venha a atuar indevidamente pode-se passar o ajuste para 30%.
Se o relé for digital, o ajuste de "p", dependendo do fabricante, pode,
por exemplo, ser escolhido em uma faixa de 15 a 80% em degraus de O, 1%.
Figura 4.9 ..8 - TC Auxiliar Tipo Autotransformador
' l'f
·n!['1 .1 133
- Proteção de Transformador
1 1
.. i 132 Capítulo lV
'
liF
1
1 .
~ i. Assim, no TC tipo autotransfo1mador, tem-se: 3° harmônica 26,8%
:· :' 1

Is 100 4° harmôníca i 5,1%


-::::- 1

1 1
5º harmônica 4,1% 1

I ·' 5,68 100 '


6° hannônica 3,7%
~ ; ;! - -=-- 7º harrnonica 2,4%
1 ; 3,645 n
~ .• j

i: Tabela 4.10.1-Corrente de Inrush


1 n == 64,17%
Nota-se na energização a predominância da 2° harmônica. O
Desse modo, deve-se posicionar o cursor no secundário do TC tipo primeiro pico máximo de corrente de inrush pode atingir de .8 a 12 vez~s o
autotransforrnador em 64,17% do total de espiras, deste modo o erro do relé valor da corrente nominal do transformador, sendo que os picos sucessivos
87 é zero. Na realidade o secundário do autotransformador é constituído de caem rapidamente num tempo efetivo de O, l segundos= 6 ciclos elétricos.
uma série de taps, portanto escolhç-se o tap disponível mais próximo
Interessante é fazer uma comparação, para distinguir, a corrente de
possível de 64, 17%, a pequena diferença será o erro no relé.
curto-circuito da corrente de magnetização do transformador. As
características dessas duas correntes de curto-circuito e a de magnetização
4.10 Energização de 'fransformador do transformador são apresentadas a seguir:
a) corrente de cmto-circuito, ocorre numa freqüência industrial de 60
Na energização ou magnetização de um transformador de potência Hz com algum conteúdo de harmônicas não proeminentes. A figura 4.10.2
(figura 4.10.1) a corrente transitória de magnetização máxima pode atingir
mostra uma con-ente senoidal em 60 Hz.
valores de 8 a 12 vezes a corrente nominal.
Transformador
t- 8,33 ms4
1 1
F~' {
.., Ímru~h ~llH 1 1
1
1
t=O 1
i 1
1
. 11
-. !" Figura 4.1 O. l - Energização do Transformador
J l! A corrente de magnetização (inrush) vai depender <la posição da
1
tensão senoidal no instante do fechamento do disjuntor. A corrente de
-. 1
1 i magnetização ou de inrush tem um alto conteúdo de harmônicas,
Figura 4.10.2 - Corrente Elétrica Senoidal
distribuídas conforme a Tabela 4.10.1.
Na realidade, a corrente de curto-circuito é senoidal, Cltjos picos
Corrente de !nrush (valores máximos) vão decrescendo na forma exponencial [5], mas a
Harmônicas % em relação a fundamental djsrância entre dois picos consecutivos se mantém em 8,33 ms, como mostra
2° hannônica 63% a figura 4.10.2.
. ..; _

)
) r'
\ 134 Capítulo TV Proteção de Transformador 135

Outra característica fundamental é que as correntes de curtos- lado fonte são submetidos a estas correntes, podendo fazer a proteção
circuitos só aparecem nas fases envolvidas no defeito. diferencial atuar.
b) a corrente de inrush ou de magnetização do transformador possui Para evitar que a proteção diferencial atue no instante de energização
forte conteúdo de harmônicas, conforme apresentado na tabela 4 .1 O. 1, com do transformador, pode-se:
predomínio da 2° harmônica e o aspecto dessa corrente é variado, mas em
a) Bloquear a operação do relé diferencial por O, 1 segundo durante a
geral é o mostrado na fig ura 4.10.3.
energização do tran sformador;
b) Usar atenuadores de transitórios;
c) Utilizar relés diferenciais com retenção de harmônicas;
)
d) Utilizar relés digitais com lógicas de detenção de harmõnicas.
)
É importante observar que no caso de transformadores elevadores,
) acoplados a geradores síncronos, a corrente de inrush não é considerada,
) isto porque a energização do transformador é feita de modo gradual.
Figura 4.10.3 - Corrente de lnrush
)
Esta corrente nos primeiros 6 ciclos (O, 1 segundos) apresenta-se bem 4.10.1 Bloqueio da Proteção Diferencial
distorcida em decorrência do alto conteúdo de harmônicas, com
predominância de 63% da 2° harmônica. Para o caso de encrgização de transformador de pequeno porte ou de
No primeiro ciclo o pico inicial pode atingir valores elevados, ·transformadores distantes dos geradores síncronos, pode-_se simplesmente
). variando de 8 a 12 vezes da corrente nominal de transformador. Este valor utilizar relé diferencial temporizados.
inicial depende do(a): Se em transformadores de grande porte ou localizados próximos à
)
• Porte do transformador; geração, as proteções diferenciais utilizadas são instantâneas e
temporizadas. Nesse caso, durante a energização pode ocorrer a atuação da
• Porte do sistema elétrico; proteção instantânea. Pode-se, então, bloquear a proteção instantânea
• Impedância equivalente até o ponto da instalação do transfonnador; durante a encrgízação. Note-se que o recurso de bloquear a atuação
diferencial instantânea é um problema, no caso, da energização ocorrer em
+ Tipo de material ferromagnético do núcleo do transformador; um transformador que tenha defeito interno do tipo curto-circuito. Porque,
+ fluxo magnético remanente no núcleo do transformador no instante neste caso, a energização ocorrerá simultaneamente com o cmio-cin.:uito, e
de energ i7.ação; o tempo de bloqueio da proteção instantânea, apesar de ser pequeno, já é o
)
suficiente para produzir danos no transformador. Então para contornar o
) • Valor da tensão elétrica no instante de energização. problema apresentado, pode-se adotar a proteção diferencial propostas a
) As correntes de inrush ocorrem nas 3 fases do lado <la fonte de seguir.
) alimentação do transformador, portanto na proteção diferencial, os TCs do
~10.2 Proteção Dif~i:_enci_al com Atenuadores de Transitórios 1

·i
a.d r
136

No caso b do item 4.1 O, o uso de atenuadores de transitórios tem


-
Capítulo IV Proteção de Transformador

a) Supor disjuntores abertos e sem tensão no lado BT;


137

como base derivar a co1Tente na bobina de operação do relé 87 durante o


b) Com tensão nominal no lado AT, opera o relé 27 fechando seu
período de energização do transformador.
contato 27 AT;
A corrente de inrush não passa totalmente pela bobina de operação,
e) Fechando-se o disjuntor 52 AT, energiza-se o transformador, ao
deste modo, está se dessensibilizando temporariamente o rdé 87. Existem
mesmo tempo o contato auxiliar do disjuntor 52aAT fecha,
vários esquemas de proteção que utilizam a dessensibilização do relé 87. A
ativando o relé auxiliar 87X. Durante a energização do
título de exemplificação, apresenta-se o esquema da figura 4.10.4.
transformador, o contato 87X está fechado e ocorre a derivação
AT BT de conente na bobina de operação do relé 87, dessensibilizando-
se o relé de 2 a 3 vezes do seu valor ajustado;
d) Transcorrido o tempo ajustado no relé auxiliar 87X, o seu
contato se abre, voltando ao ajuste original de sensibilidade do
relé 87. Assim, durante o transitório de energização do
transfonnador, o relé 87 ficou sensibilizado com um ajuste maior
e não atuou para a corrente de inrush;
e) O relé 87X permanecendo ativado mantém o seu contato 87X
Figura 4.10.4- Esquema de Energízação do Transformador com aberto;
Atenuador de Transitório
f) Pode-se fechar o disjuntor 52 BT nom1almente.
O esquema funcional em DC está apresentado na figura 4.10.5.
Este esquema de proteção, também pode apresentar- problemas, caso
+ _L a energização ocorra juntamente com um curto-circuito no transformador.

t
27.'\Tl 27BT

S2'BT
4.10.3 Relé Diferencial com Retenção por Harmônicas
'------.~,-·--···____.·"# 87X

87X r···· Es·te relé possui um filtro que separa a corrente de 60 Hz das outras
freqüências. Assim, o relé pode distinguir o tipo de ocorrência no
transformador, nos casos:
FigLtra 4.10.5 - Esquema funcional em DC da Proteção da Figura 4.10.4
• Se houver um eurto-círcuito, tem-se a predominância da
O relé 87X é um relé auxil.iar temporizado, este, quando desativado, fundamental em 60 Hz e poucas harn1ônicas. Nesse caso o relé
tem o seu contato geralmente fechado. Quando o relé 87X é ativado, ele diferencial deve operar nonnaimcnte.
abre o seu contato depois de transcorrído o tempo ajustado e mantém o
• Se for uma cncrgizaç:ão nonnal do transformador, haverá um
contato aberto enquanto permanecer ativado.
grande conteúdo de harmônicas. Nesse caso a proteção
-' O funcionamento elo esquema da figura 4.10.4 dá-se do seguinte diferencial não deverá atuar.
modo:

.i
:

1
)

138
-
Capítulo lV Proteção de Transformador

+ A corrente de inrush secundária do TC de operação do relé


139

diferencial terá dois caminhos:


• A componente fundamental de 60Hz passará pelo
filtro correspondente alimentando a bobina de
)
operação resultante, que cria um torque positivo(+);
)
• O restante da corrente de inrush, sem a parcela de
60Hz, passará pelo filtro de bloqueio de 60Hz, e será
retificada na ponte de diodo e passará (alimentará) na
bobina de restrição resultante, produzindo um torque
negativo ( -).
)
Assim, na bobina de operaç.ão resultante e restrição resultante, tem-
) se:
) Joperação resullan te = Ifundaineu1al 60Hz

I restriç!lo rcsul tan te =(2Iinrush - lfundanténlal Jc 60Hz )retificada


cestriç.ão O torque de restrição é composto de duas parcelas:
Figura 4.10.6- Relé Diferencial com Restrições por Harmônicas
't restrição == 'tinrush + t (rir.ru:n - lfu.t<laoc<;!ut:J)
O esquema da figura 4.10.6 é simbólico, representando uma fase do
transformador monofásico ou trifásico. Assim, r rescrição >> r operação, e o relé não opera na encrgização do
) transformador.
Para entender o funcionamento da proteção diferencial com restrição
por harmônicas, considera-se que o transformador está fora de operação, ou
seja, os dois disjuntores estão abertos. Na energização fecha-se somente um
4.10.4 Relé Diferencial com uma Unidade de Bloqueio de
) Harmônica
disjuntor, por exemplo, o do lado AT.
Assim a seqüência de operação é: Para monitorar o transformador no período de cnergização, pode-se
)
+ Haverá corrente de inrush só no lado de AT do transformador; acoplar uma unidade de bloqueio por harmônica oo relé diferencial (87). No
) relé diferencial eletromecânico será adicionada uma unidade de supervisão
)
+ A corrente de inrush secundária do TC de alta passará pela da 2ª harmônica para bloquear a operação de proteção no caso de
bobina de restrição 1 e pela bobina primária do TC de operação energização elo transformador. Este esquema está o apresentado na figura
do relé diferencial; 4.10.7.
+ No secundário da bobina de restrição 1, a corrente de inrush será A proteção diferencial (87) é mostrada só para a fase A, já a unidade
retificada e passará totalmente na bobina de rest1ição resultante, de bloqueio de 2ª harmônica é trifásica, onde apenas as chegadas das fases
criando um torque negativo; B e C estão indicadas.
140 Capítulo IV 1 Proteção de Transformador 141

+ Quando a corrente de inrush no secundário do TC intermediário,


tiver um conteúdo de 2ª hannônica > 15% da fundamental, a
restrição desoperarão, abrindo o contato (URH), bloqueando a
atuação do relé 87, portanto o transformador de potencia não será
desligado durante a sua encrgização.
A unidade instantânea mostrada no esquema de proteção da figura
4.10.7 é um relé de sobrccorrente (50) que opera quando ocon-e falta de
grandes proporções no transformador, seu ajuste é l O a l 2 vezes o Tap do
relé 87.

4.10.5 Relé Diferencial Digital para Transformador


Uf1idade i•'5l<l111Anéa
oa i<1se 8

Os relés digitais para transformador podem funcionar por meio de


Unidade ;11stsnt.ànea
d(I fase e algoritmos que processam as informações das con-entes na entrada e na
saída do transformador. Observar as diferenças das correntes de curcos-
rc 1r.1e-m1edlâtio circuitos e das correntes de inrush no transformador, descrita no item 4.1 O.
figura 4.10.7 - Unidade de Bloqueio por 2ª Harmônica Acoplado ao Relé Para não operar indevidamente no período de energização do
Diferencial (87) transformador, os rclés digitais utilizam algoritmos internos, baseados nas
diferenças das correntes de curtos-circuitos e correntes de inrush, aiém do
O esquema em DC está apresentado na figura 4.10.8.
parâmetro de ajuste.
+ Unidade l
::--::= Relé 87 Pode-se. por exemplo, adotar um dos processos a seguir. efetuados
instantânea~ ' URH
na corrente diferencial da operação:

j 86 • O relé digital mede o conteúdo da 2ª harmônica, que comparada com


fundamental, processa a sua lógica de atuação.
Figura 4.10.8 - Esquema Funcional em DC do Esquema de Proteção da + O relé diferencial digital mede o tempo decon-ido entre os picos
Figura 4.10.7 sucessivos da corrente diferencial da operação, para fazer a lógica de
A tmidade de restrição por 2ª harmônica funciona do seguinte modo: sua atuação.

• Quando sem corrente ou cm operação mantém o seu contato • O relé digital diferencial utiliza a transformada de Fourier sobre a
(UlU:I) fechado. A operação ocorre quando a corrente de 120 Hz correnlc diferencial de operação, obtendo-o a fundamental e a 2ª
na bobina de restrição for ~ 15% da corrente fundamental desse harmonica. Se a 2ª harmônica for relativamente grande comparada
circuito. com a fundamental , o relé não opera na energização do
transformador.

..J
)
142
-
Capítulo TV 1 Proteção de Transformador 143

4.11 Transformador com Impedância de Aterramento 1 Transformador


l ..-~~~~~~~~~~~-
)
No sistema elétrico, com transformador em Y aterrado, as ·co1Tentes J
j

de curto-circuito l<t> - terra são elevadas, produzindo danos no equipa-


mento. Assim, para abaixar as correntes de curto-circuito l<;p - terra a
valores aceitáveis de modo a não danificar o transformador, é comum inserir
Curto 1<j>-terra
uma resistência elétrica no ateirnrnento do Y. Ver figura 4.11.1.
)' 1
Transformador

)
- - _.... -- /

Figura 4.11.2 - Corrente de Curto-Circuito no Sistema com Terra Restrita


)
) O esquema diferencial de terra restrita em um transformador ti - Y
aterrado é mostrado na figura 4.12. l.
Transformador •
) Figura 4.11. l - Resistência de Aterramento .-~~~~-r1-~~-;::====t:::!~.~.:=:=,-~-

) Se houver em curto-circuito l<P - terra, por exemplo, como mostra a


) figura 4. 11.2, a resistência (R) limitará a corrente: de defeito ao valor
projetado, ou seja, a resistência (R) está restringindo a corrente de defeito,
por isso, esta técnica é também conhecida por terra restrita ou terra
) restringida. R
*
>: A utilização da técnica de terra restringida no transformador de
), potência prejudica o desempenho da proteção diferencial percentual (87)
para os casos de defeitos monofásicos internos no transfÓrmador. O relé 87
}
pode ficar insensível para estes defeitos. Para contornar este problema,
). utiliza-se adicionalmente, a proteção normal (87), o esquema conhecido
Figura 4.12.1 - Proteção Diferencial de Terra Restrita
como proteção diferencial de terra restringida.
)
Note que na saída do lado Y os 3 TCs estão conectados em paralelo,
} como demonstrado em [5] as correntes de saída do conjunto de TCs em
) 4.12 Proteção Diferencial de Terra Restrita paralelo é constituída de corrente ele seqüência zero, que é a mesma corrente
elo terra do Y. Desse modo, na operação normal o relé 87 não atua.
j

r"
i

1
f
~-
1

_J
144 l
- j
Capítulo IV
f
!roteção de Transformador
145

Note que neste esquema não há necessidade do relé ser diferencial • Y-~. com ou sem resistência de aterramento.
percentual, pode simplesmente ser um relé de sobrecon-ente, que neste caso ! As proteções utilizadas podem ser dos seguintes tipos:
está fazendo a função diferencial (87). · !. - dºfi c·a1 das fases à terra é do mesmo tipo .utilizado
a) Proteçao 1 eren 1 c ·
iJ . A figura 4. 12.2, mostra a circulação de corrente no caso de defeito 41 ? \ Afürura 4.13.l apresentaaproteçãod11ercnc1a1
na fiigura . -· . 1::> •
1<l> - terra , no transformador. no transformador de aterramento em z1g-zag.
Transformador

••
• •

,!j
TCs
• *

Disjuntor

Figura 4.12.2 - Defeito l<P - terra no Transformador


Note que a corrente de defeito passa totalmente pela bobina de Transforma<lo.r
operação do relé 87, e o mesmo atua. de .A.terrnrnenco

Neste transformador existe a proteção diferencial percentual normal


não apresentada na figura 4.12. 1, os 3 TCs de proteção diferencial de terra
'"11: restrita podem ser os próprios TCs da medição.
i
1'
. -~1 ' .

·.! 4.13 Proteção do Transformador de Aterramento J . . 4 13 1 - Proteção Diferencial do Transformador de Atcrramento em


f 1gura . - .
1 z1g-zag
O funcionamento do transformador de aterramento, conectado a um
:1: sistema elétrico isolado, pode ser visto com mais propriedade em (5]. b) Proteção meio-diferencial é efetuada por rclés de sobrccorrent~
ligados na saida dos secundários dos TCs conectados em 6. Ve1
i O transfonnador de atenamento conectado ao sistema pode também
figura 4.13.2.
ficar sujeito a defeitos, e o disjuntor próprio deste circuito deve atuar.
Conforme [5], os transformadores de aterramente mais utilizados são do No lugar de 3 relês pode-se utilizar somente 2. Os relés 50i51 atuam
tipo:
no disjuntor do transfonnador de aterramento.
+· Zíg-zag, com ou sem resistência de aterramento;

)
)
). ' 146
)'
) J\.
-
Capítulo IV Proteção de Transformador

i.
A~*""~--~.~----.------------------~~~~--------~
147

)
)
l:' B
e B~----~-1·~----t,__------.----------------------~--~
c-----------.-.-+--+--------+--------.---.------._.,,____~---
3 fu
)
11
.i t ~·
21., J,1

Curto-circuito
•• •• * *
Fase-terra

n,jFl~.L
) TCs !:::..
TCs f:::..
y '.d
~ J'

,·t::.
t
,,, ·1
·I ·"
Disjuntor Disjuntor

)
;;r
l !
1
1
.
lo
)
i.
i ' Transformador
'f .
1
Transformador
de i\terramemo de 1\terramento
f.
•I
) :j !
·1'
;: r:
)
) Figura 4.13.2 - Proteção Meio-Diferencial do Transformador de
Aterramento
Figura 4.13.3 - Defeito tcI) - terra no Sistema Elétrico
) i,I Para compreender com mais propriedade o funcionamento desta
proteção é necessário analisar o fluxo de corrente para diversos tipos de Pode-se, verificar que as correntes nos secundários dos TCs fluem
i
J : ''i
.. '! falhas, como por exemplo: dentro do /1 e nenhuma COU"ente passa pelos relés 50/51, po1tanto a proteção
) não atua.
a) defeito 1<t> - terra no sistema elétrico;
) Com neste caso o defeito não é no transformador de aterramento e
1 b) defoito l<l> - terra no transformador de aterramento;
' sua proteção não deve atuar, outros relês no sistema deverão eliminar o
)
e) defeito 2<!> no transformador de atcrramento. defeito.
) !
Para um defeito l<l> - terra no sistema elétrico, o fluxo de corrente A figura 4.13.4 mostra os sentidos das correntes para um cmto-
)
está apresentado na figura 4.13.3. circuito l <D - terra no circuito do transformador de aterramento.
")
148
.
lo
-
Capítulo lV Proteção de Transformador

defeito interno no transfonnador envolvendo a sua carcaça, a corrente de


149

A~+-~~.~~--..-~~~~~~~~~~~~~~~­
. defeito total ou parcial flui para a terra.
B~~~+-1~"~~~~~~--,.--~~~~~~~~~~~~~
c~~~~~~~+-~~~-l---~~~-r-~~~~~~~~
Transformador
2 i.

f

TCs~

Disjuntor
Curto-circuito
ISQl;ldotl'.S$
0o.t:.Íl3
/ ,_ ____ .,.____.,

,____§
.lu
Fas.; terra
TC (

Figura 4.14.1 - Proteção de Carcaça do Transformador


Como mostra a figura 4.14.1, todo o circuito elétrico conecta-se ao
Transformador transfonnador pelo isolador de bucha, inclusive o cabo de descida do
de Aterramenro
aten-amcnto do neutro da ligação cm Y. O relé de sobrecotTente pode ser o
50 ou 51, mas que neste tipo de ligação está fazendo a funçãq 64.
Quando houver qualquer defeito interno envolvendo a carcaça do
transformador, a corrente passará à terra através do TC, ciij a corrente
secundária fará atuar o relé 64. Ver figura 4.14.2.
Figura 4.13.4-Dcfeito lCD-terra no Transformador de Atcrramento T ransiormador

Neste caso dois relés irão atuar, promovendo a abertura do disjuntor


do transformador de atenamento. Essa proteção também é adequada para
atuar nos defeitos 2ct> e 3<P no circuito do transformador de aterramento.

. 4.:....::._P.:..
L.....:4:..:..:.1=- ro .::...t:.:e..!.ç.ão
.:. :. .::......::d;:.:e_C.::...:.:..ar=-c=-·a.:.2ç_a_d_o_T_r_an
__s_f_o_r_m_a._d_o_r_ _ ___ o=] h11)&\!u<:J.:i / '------......---....
Para viabilizar esta proicção todo o circuito elétrico primário e
"'""
secundário do transformador deve estar isolado da sua carcaça, como mostra
a figura 4.14.1, e na conexão da carcaça à terra, instala-se um TC ' , ..... __.,,, ./'
conectado ao seu relé de sobrecorrentc. Desse modo, quando oco1Te um
Figura 4.14.2 - Defeito Interno no Transfo1mador

-_J _ L
150 Capítulo lV Proteção de Transformador 151
• 1

). ' ! Caso o defeito ocorra fora do transformador, por exemplo, um curto O relé Buchholz é instalado no duto que liga o transfomlador ao
)
1
circuito 1ct>-terra na linha de saída da ligação em Y, a figura 4.14.3 mos.t ra reservatório, ou seja, ao tangue de expansão na sua parte supe1ior. Ver
.,, o trajeto das correntes de defeito, que no caso não será percebido pelo relé figura 4.15.1.
64.
) . Transtormador

)
Tanque de Óleo

Relé Buchholz

I
/

------
:Figura 4. 14.3 - Defeito Fora do Transformador
Tranformador

4.15 Relé Buchholz

Pequenas falhas no isolamento das bobinas e nas conexões internas


do transformador provocam formação de arcos elétricos e aquecimento
local, causando a decomposição do óleo com a formação de bolhas de gás
que se deslocam para a parte superior do transformador. Calço de± 1Omm -,,..·~-------..,.l._.1

Estes e outros defeitos incipientes podem, com o decom~r do


~(
funcionamento do transformador, evoluir para defeitos mais graves, tal
como curto-circuito interno. Portanto, há necessidade de se detectar estes Figura 4.15. l - Instalação do Relé Buchholz
pequenos defeitos incipientes, para que a equipe técnica da subestação possa O tanque de expansão tem a finalidade de suprir pequenos
programar a sua manutenção. vazamentos de óleo no transformador, de acomodar as dilatações do óleo
)
O relé mais apropriado para detectar a presença de gás e rápida produzido pela variação da temperatura ambiente e as provocadas pelo
) movimentação de óleo no transfom1ador é o relé à gás conhecido como relé aquecimento da operação do próprio transfonnador. O nível de óleo no
Buchholz, função 63. tanque de expansão é indicado pelo medi.dor de níve.l, função 71. O tanque
de expansão mantém o tanque do transfonnador sempre cheio de óleo.
A figura 4.15. l mostra em detalhes as partes internas do relé
Buchholz.
)

1-
rn Capítulo TV Proteção de Transformador 153

r
152

!: G
O gás recolhido é examinado por meio de processos físicos, químicos e
i· pela cromatografia, a fim de indicar o tipo de problema que esta
ocorrendo internamente no transformador. A análise do gás indica, por
,.il exemplo, se houve a presença de:
01 I

<r1
-1
1) I-h (hidrogênio) e C2H2 (hidrocarbonetó) indicam arco entre
1 partes construtivas, através do óleo.
Ao conSEIVOdor
. I' ~- 2) H 2 , C2H2 e CH4 indicam arco com alguma deterioração do
isolamento fenólico, isto é faltas no comutador de tapes.
3) H2 , CH.i e C2 H4 indicam um ponto quente nas juntas do núcleo.
Figura 4.15.2 - Relé Buchholz 4) H 2 , C2I-Li, C0 2 e C3 H 6 indicam ponto quente no enrolamento.
Defeito no interior no transformador ocorre sempre com a presença Apesar de não ser recomendado, os técnicos de manutenção, através de
' ~
1
de arco elétrico, que pode decompor lentamente ou rapidamente o óleo processo empírico mais simples, utilizam a pratica de colocar fogo no
mineral e o material isolante com pequena ou grande fom1ação de gases. Os gás recolhido. Se o gás for inflamável, pegará fogo, indicando que há
gases formados sobem e passam através do relé Buchholz dirigindo-se ao defeito interno no transformador. Neste caso uma análise cromatográfica
tanque de expansão do transformador. do gás do relé Buchholz e do óleo do transformador, cm laboratório, se
faz necessário.
A seguir analisa-se o funcionamento para os dois tipos de defeitos dentro do
transfonnador: Se o gás não for inflamável, não pegará fogo, neste caso o gás pode ser
fonnado pelo ar ou pelo vapor da umidade comida no óleo. Indicando
J' a) defeitos pequenos. neste caso que há uma entrada de ar no transfonnador ou que a sílica-gel

. .'
Nos casos de defeitos internos incipientes, a decomposição do óleo é
lenta e é pequena a fo1mação de gás, deste modo, lentamente as bolhas
de gás sobem e se alojam no pequeno compartimento G do relé
esteja saturada.
Se a atuação do primeiro estágio do relé 63 está ocorrendo com mais
freqüência e em tempos menores, isto é um indicador que o defeito
Buchholz. Com a deposição de gás no compartimento G, a bóia B irá
interno está progredindo e a manutenção corretiva se faz necessária.
descer lentamente. A ampola D que contém mercútio (Hg) t:stá
articulada com a bóia B. Quando os gases no compartimento G atingem
b) defeitos de grande porte.
certo volume, a bóia B desce inclinando a ampola D. O mercúrio banha
os contatos internos da ampola D, fechando os contatos 3 e 4. Com o Defeito de grande porte é caracterizado por um curto-circuito interno,
fechamento dos contatos 3 e 4, o relé Buchholz atua o alarme sonoro e devido à falha de isolação, neste caso o curto-circuito ocorre juntamente
visual, sendo este passo denominado de Tº estágio. O primeiro estágio com um arco elétrico de grande intensidade, provocando um rápido
não provoca o disparo (abertura) do disjuntor. aquecimento do óleo no local e formação de grandes bolhas de gás.
Geralmente na decomposição do óleo, gera-se aproximadamenk 90
A equipe de manutenção, através da torneira A, recolhe o gás rearmando t:rn3/s de gás por 1kW liberado pelo arco elétrico do curto-circuito.
(restabelecendo) o (elé.
As bolhas de gás juntamente com o óleo sobem e passam no relé
Buchholz, deflcxionando a palheta F, curto-circuitando os contatos 1 e

::! "1 1 )
!i 1
)

154 Capítulo IV Proteção de Transformador 155


r
1
2, acionando o circuito do disparo do disjuntor. O IIº estágio é 1 ® Falhas com pequenos arcos-elétricos, que ocorrem devido a um
caracterizado pelo fechamento dos contatos 1 e 2. pequeno defeito, ou devido à evolução das constantes descargas
A figura 4.15.3 mostra o esquema funcional em DC da proteção dó parciais que causaram comprometimento localizado na isolação
transformador envolvendo o relé 63. do material do transformador. Os pequenos arcos elétricos
) decompõem o material isolante e o óleo no local. Esses arcos dão
+ l 631°
Estágio
6311º·
Estágio
origem aos cwtos-circuitos no transformador.
A figura 4.15.4 mostra a fotografia um relé Buchholz de um
transfo1mador de potência.
) '
Alarme

luminoso

)
'i
!
) '
Figura 4.15 .3 - Esquema Funcional em DC da Proteção 63
1
) O relé Buchholz ainda tem mais uma função de proteção
1.: complementar, que se por algum motivo ocorrer uma grande perda de óleo
)
no transformador. Neste caso, quando o nível de óleo abaixa além da
posição do relé Buchholz, a bóia B e a palheta F atuam, disparando a
) abertura do disjuntor. Esta ocorrência se dará primeiro com a atuação do
' ' dispositivo de indicação do nível de óleo (71), ver item 4.21, e só depois
) f haverá a atuação do relé (63).
)
Salienta-se que as falhas incipientes é uma grande preocupação para
)! 1
a conservação dos materiais componentes da fabricação do transformador. Fotografia 4.15.4-Relé Buchholz
'
) 1; i Portanto, geralmente falhas incipientes no transformador, pode ser
' ! diagnosticada com mais precisão com uma análise cromatográfica do óleo e
) ' '1 4J 5.1 Relé Buchholz do Comutador
dos gases recolhidos no relé Buchholz. As pequenas falhas incipientes
Hi
' v. podem ser motivadas por: Os transfo1madores com regulação de tensão dispõem de comutação
)' ::jil @ Sobreaquecimento do óleo do transfom1ador que pode ser total automática sob carga (Load Tap Changing = LTC) que é controlado pela
)
r'
ou localizada em um ponto de aquecimento; função (90) que efetua motorizadamente a mudança de Tap do
!~
;
transformador. O controle da mudança de tap também pode ser feito pela
)' @ Descargas parciais (corona), que são descargas elétricas que
' 1 programação lógica digital de comando a distância. Cada mudança de tap
} 1 ocorrem sem dar origem a descargas disrnptiva no local, ou seja,
acrescenta ou retira espiras da bobina de regulação do transfonnador. A
elas aparecem e desaparecem sem provocar a formação de arco
mudança do tap pode ser efetuada na bobina primária ou secundária.
elétrico permanente. As descargas parciais podem ocorrer de
forma isolada ou de fom1a intennitente.

L '
.'j
l
157
156 Capítulo IV J Proteção de Transformador

Como o dispositivo de comutação opera processando muitos


ventilação forçada ou da refrigeração do óleo forçado, e até o desaime do
movimentos mecânicos para efetuar a permuta de taps, podem ocÓITer disjuntor.
muitos defeitos de pequenas ou grandes proporções, decompondo o óleo Dependendo do tipo de fabricação o termômetro pode ser dos tipos:
gerando o gás. Por esse motivo, o mecanismo de comutação é instalado num
• Arraste do ponteiro e cursor feito pela expansão do merctLrio
reservatório ( comprutimento), à parte, dentro do tanque do transformador.
Deste modo os defeitos no comutador não danificam os elementos do líquido.
transformador e a equipe de manutenção somente agirá na área do tanque de • Arraste do ponteiro e C'l.ll'SOt feito pela expansão do fole acionado
comutação. pela dilatação do gás ou líquido.
Portanto, somente para o óleo do tanque do comutador, será + Acionado pelo galvanômetro, proporcionado pela p~q~cna
colocado um relé Buchholz (63). Este relé Buchholz (63) é ligeiramente diferença de potencial gerada pelos 2 metais (termopar) dlstrntos
diferente do relé Buchoolz da figura 4.15.2, porque não tem a càmara G e a colocados em temperaturas diforentes.
bóia B.
+ Digital, cuja medida da temperatura é. feita pela p~q~ena
Deste modo o transformador de potência provido de comutação diferença de potencial gerada pelos 2 metais (termopar) distintos
automática, tem dois relés Buchholz: colocados em temperaturas diferentes.
•um relé Buchholz para o transformador; A fi oura 4.16. l mostra um termômetro com bulbo, tubo capi.lar e
•um relé Buchholz para o compartimento de comutação. fole. movid~ com o princípio da dilatação do gás ou líquido.
. o
1
1ºestágio
\,l
4.16 Termômetro
! 1':" 2º -estágio
O termômetro, função 26, é utilizado para medir a temperatura no
local da sua instalação dentro do transformador.
esca!a em
Em relação ao tipo de :funcionamento o termômetro pode ser de 3 temperatura ºC
tipos:
; .
• A mercúrio líquido;
'l'
.!
. 1 + A gás ou líquido que é linearmente e altamente expansivo com a
r . temperatura;

.i
+ A termopar, que gera uma tensão elétrica, que aciona um
1· galvanômetro, cuja deflexão indica a temperatura ou, no caso de figura 4 .16.1 - Termômetro a Gás ou Líquido
termômetro digital, a tensão elétrica gerada é utilizada para a Atualmente com a tecnologia digital, pode-se utilizar um dispositívo
.l medição da temperatura. com sensores do tipo tem1 opar em vários pomos do transformador, desse
No caso de aquecimento acentuado do óleo, o termômetro aciona
i. contatos auxiliares de 12 e IIQ estágios, para sinalização, acionamento da

)
}
158 Capítulo N
1.1 :
modo pode-se ter as medidas diretas ou indiretas de temperatura nos
- Proteção de Transformador 159

'í seguintes pontos:


ÓI.eo Isolante do Transformador
) 1; • Ponto mais quente do óleo do transformador; Temperatura Vida Útil
)
• Ponto mais quente na bobina primária do transformador; do Óleo do Óleo
) i
• Ponto mais quente na bobina secundária do transformador; 60°C 20 anos
) ' '
• Temperatura média do óleo do transformador; 70ºC 10 anos
• Temperatura ambiente. 80ºC 6 anos
90°C 2,5 anos
Geralmente no transformador o que detennina a capacidade de
transmissão de potência, isto é a sua potência nominal, é a limitação de lOOºC 1,25 anos
) temperatura da classe do material da isolação e do óleo utilizado.
l lO"C 7 meses
) O nível de temperatura é estabelecido pelo grau de dissipação da
energia ténnica gerada como perdas nos diversos componentes do Tabela 4.16. l - Vida Útil do Óleo do Transfonnad.or
)
transformador, de acordo com as exigências operativas do sistema elétrico. Estas são as temperaturas que pode ser atingidas nos pontos ma~s
)
Temperaturas altas que se mantêm por muito tempo, produzem os quentes do material isolant~ do t:ansfonn~dor. Geralmente, o ponto mais
} seguintes problemas: quente no transformador esta localizado cm.
) ~ No óleo no ponto superioE! também conhecido por "Top Oi!";
® Decompõe o óleo, formando sobre o núcleo e sobre os
) enrolamento primário e secundário uma bon-a ácida que ~ No enrolamento nas primeiras espiras na parte superior do
) prejudica a refrigeração e ataca o material isolante. E a cada transfonnador, conhecida por "IIot Spot".
) 1:, l OºC acima de 60ºC, reduz aproximadamente à metade a vida
Devido às dificuldades de medição de temperaturas nos pon;os 1:1ª!s
útil do óleo do transformador. A tabela 4.16.1 mostra a vida útil
quentes ajusta-se por segurança os termômetros ~26) a operar no 11 estag10
do óleo em relação à temperatura de serviço do transformador.
a uma t~mperatura lüºC menor que o limite máximo (tabela 4.16.2) da sua
)
)
® Carbonização lenta do material isolante, mudando suas isolação mais frar.c;:a=.=====-==-=-=-=---~--U
características físicas e químicas e conseqüentemente diminuindo
) a vida útil do transfotmador. ,.
T26ajustcll 0 ;:stag10 = T·maxima
, .. -10ºc 1
) Assim, deve-se ter um cuidado, cm especial no acompanhamento,
controle e monitoramento da temperatura do óleo, dos enrolamentos No TIº estágio, 0 relé 26, deve provocar o desligamento do disjuntor.
) primário e sccundálio do transformador. Salienta-se que no transformador de grande porte, o r:ionit~ramento
De acordo com as normas, a temperatura máxima admissível em da temperatura deve ser rigoroso de modo a preservar a mtegndade do
regime pem1anente do material isolante utilizado no transformador é dada transformador.
na tabela 4.16.2.
)
)

) ·'l

rllt.'I·'--~~~~~'--.~~~~-
161
160 Capítulo IV Proteção de Transformador
O relé de imagem térmica, função 49, é um relé que detecta a
Classe de Exemplos de materiais da Temperatura temperatura do ponto mais quente do transformador, operando em regime
isolação classe máxima permanente, mas em sobrecarga. o aquecimento nos enrolamentos do
Al.godão, seda e papel não transformador é provocado pela corrente elétrica proveniente da sobrecarga
o 1more1mados em óleo.
90°C e os sensores para captar esta temperatura deveriam ser colocados no ponto
mais quente do enrolamento. Devido a problemas de encapsulamento do
. Algodão, seda e papel material do isolamento na bobina do transfonnador, a colocação de sensores
A impregnados ou imersos em 1osºc térmicos neste ponto fica impossibilitada. Deste modo, procura-se obter a
óleo.
temperatura do ponto mais quente do enrolamento de modo indireto, daí o
Mica, fibra de vidro e asbestos nome de imagem té1mica. Existem várias maneiras do emprego desta
B com alguma substancia 13oºc prática. Uma delas que é muito utilizada, usa um TC na bucha de entrada do
aglutinantes. .. transformador, e a corrente elétrica secundária reflete as características da
Mica, fibra de _vidro e asbestos 1
sobrecarga no transformador. Faz-se esta corrente passar por uma resistência
1
com substancias aglutinantes elétrica que seja uma réplica do aquecimento gerado pelos enrolamentos do
F 155°C
para a temperatura 1 transformador. Deste modo há vá1ios tipos de esquema que atendem esta
correspondente. ! função, um deles está apresentado na figura 4.17 .1 .
. Elastômeros de silicatos,
mica, fibra de vidro e asbestos
1
1
H com substancias aglutinantes 1
isoºc
adequadas à temperatura desta 1
1
~
classe. ! Isolador
de
Materiais puros de mica, Bucha
"-,1'1'
porcelanas, vidro, quartzo e
e materiais inorgânicos
> 180ºC
adecmados.
Is
Tabela 4 . 16.2 - Classrficação c_~emperatura Máxima Admissível cios
Matena1s Isolantes
O aquecimento acentuado no transform d . .
matérias isolantes, estão 1igados ao r~-, . Ih ª. or, mais propnamcnte nos
Bobina Primária
do
envelhecimento da is l · - d p en~e ec1~ento do transformador. O Transformador

perda da vida útil doº t~~~~f:o e 1ser iiagnost.1~ado pelas normas como
produzidos em dias distintos rr;1ª~or. s a~u~c1mentos no transfonnador Figura 4.17.1 - Relé de lmagem Térmica
acumulados. erao seus cit:itos de perdas de vida útil
Basicamente o princípio de füncionamento do re\6 de imagem
térmica 49 da figura 4.17 .1, baseia-se na variação da resistência elétrica com
a variação da corrente de carga. Quando há uma sobrecarga no
[i17 Relé de Imagem T;;-e:z:,r=m:-=-:i=-:-c-a--------~-----

)
162 Capítulo IV Proteção de Transformador 163

transformador o TC injeta no secundário u ma corrente correspondente, que o


gás
passando pela resistência 1, produz por dissipação térmica um aquecimento
2· es!àgio
equivalente, elevando a temperatura do ambiente 3. Esta temperatura mais lp Isolador ""'
elevada que o normal provoca variação no valor da resistência 2, que _s-;: de
Bucha escala em
Parodo superio<
desequilibra a ponte com bobinas cruzadas (4), fazendo defletir o seu do Transfamador temperatua ·e
ponteiro marcador. O relé 49 é constituído de 2 cursores de arraste, quando
a sobrecarga atinge somente o l!! cursor, isto é o l!! estágio, a sinalização é
indicada por meio de alarme sonoro, luminoso ou enviado sinal ao sistema
de supervisão, sinalizando a existência da sobrecarga. No 12 estágio não é
acionado a abertura do disj untor. Bobina Primária
~ j • 1 do
11 Transformador Bu1bo
'1 Ocorrendo uma forte sobrecarga no transformador, o desequilíbrio
:.1 da ponte é mais acentuado, levando o cursor a ating ir o U2 estágio, que
.'
depende ndo da fil osofia empregada pela empresa de energia e létrica, pode Figura 4.17.3 - Relé de Imagem Térmica com Bulbo Sensor de
!
apenas sinalizar ou liberar a abertura do disjuntor, tirando o transformador Temperatura
!
[ 1
de serviço. O diagrama esquemático da atuação do relé de imagem térmica O termômetro de bulbo pode ser de mercúiio ou a gás altamente
está apresentado na figura 4.17 .2. expansivo com a temperatura. O funcionamento é simples, ou seja, a
corrente secundá1ia aquece a resistênc ia equivalente ao enrolamento do
+ :e l
1
transformador, o calor gerado e leva a temperatura do rccipit;;nte que será
49
1° estágio
49 detectada pelo termômetro. O termômetro, dependendo do. tipo de
II° estágio fabiicação poderá arrastar um cursor ou estender um fole, registrando a
86 '
temperatura . .
atual, e em caso de sobrecarga atuara• o 1-o ou o 11°- estagio,
69
exatamente como está apresentado na figura 4.17 .2.
52 O TC pode ser instalado com mostra as figuras 4 .1 7.1 e 4 .17 .3 ou
Al arme
)! BA estar localiz ado na bucha isolan te ou fora do transformador.
Em transformadores de grande porte, pode-se levantar por meio ele
. '
1 dados de fabricação, da operação, históricos e ensaios, todas as
1
) características do comportamento térmico dos enrolamentos primários e
!
) secundários com respeito à sua operação, isto é, a sua corrente de carga, de
Figura 4.17.2 - Esquema de Atuação do Relé de Imagem Ténnica
sobrecarga e períodos operativos de emergência. Neste estudo investigativo
)
O utro esquema mais simples é apresentado na figura 4. 17.3. é levantada a curva exponencial ele aquecimento que é semelhante a
qualquer corpo que sofre aquecimento. Assim, o.btêm-se os par~metros
Este esquema é idêntico ao da figura 4.1 7.1, apenas fo i colocado um fündamentais que caracterizam a CLUva de aquecimento das bobinas do
)
sensor (termômetro) no lugar da resistência elétrica equivalente ao transformador.
) aqueci mento do enrolamento do transformador.
Nos modernos relés digitais (49) tem-se o recurso de parametrização
)
para a modelagem da respectiva curva do aquecimento das bobinas do

'1

1
Proteção de Transformador 165
164 Capítulo IV

t:ransfo1mador. Deste modo, ajusta-se o relé digital ( 49) para atuar em vários ~ Acompanhamento da real perda de vida útil do material iso1ante
estágios de alarme, inclusive na abertura do disjuntor, se desejado. . do transformador.
. Deve-se salientar que esta técnica de parametrizar no relé digital,
para simulação do desempenho de aquecimento do qualquer equipamento é 4.18 Transformador Hermeticamente Fechado
bem mais fácil em equipamentos que não utilizam óleo como líquido
refrigerante e isolante, tais como: Transfonnadores que tenham o tanque hermeticamente fechado não
possuem tanque de expansão, portanto não é possível a utilização do relé
© Transformador a seco;
Buchholz. A utilização de tanque hermeticamente enclausurado tem como
© Reator a núcleo de ar; objetivo principal evitar a contaminação por umidade no óleo. mineral,
utilizado na isolação e refrigeração do transformador. Neste transformador,
© Banco de capacitores;
pode haver ou não, na parte superior uma camada de gás neutro sob pressão.
© Barras e linhas aéreas de transmissão; Geralmente o gás utilizado é o nitrogênio.
© Cabos com isolamento a seco. Como o óleo está confinado no tanque do transformador e seu grau
Nos transformadores de grande porte a parametrização é mais de expansão é muito limitado, quando da ocorrência ele um defeito e para
complicada, devido à existência de: evitar danos no tanque do transformador, utiliza-se à proteção por:

© Comutação sob carga; + Relé de súbita pressão;


© Recursos de refrigeração do transformaàor, tais como: + Válvula de alívio de pressão.
o Ventilação forçada cm vários estágios;
o Refrigeração forçada a óleo; \ 4.19 Relé de Súbita Pressão
o Refrigeração direcionada forçada a óleo. Na figura 4.19.1 mostra-se o local da instalação do relé de súbita
© Envelhecimento do material da isolação; pressão que é colocado na parede do tanque do transformador.

© Degradação do óleo. A corrente elétrica que passa pelo transformador depende àa


operação do sistema elétrico. Assim, as variações pequenas ou lentas das
Apesar destas dificuldades, a tendência é de se consolidar cada vez coITentes provocam aquecimento do óleo que produz pressões lentas, as
mais esta prática, porque produz as seguintes vantagens e benefícios: quais passam pelo orifício equalizador e mantêm a mesma pressão em
ambos os lados do diafragma do relé de subida pressão, e este não atua.
~ Possibilita a proteção do transformador;
Havendo um súbito curto-circuito num ponto interno do
~ Acompanhamento do desempenho do transformador pela equipe transformador, que sempre se processa juntamente com um arco elétrico,
de supervisão e melhor controle da manutenção; oera-se neste ponto elevada energia calorífica que faz o óleo no local se
~ Monitoramento da operação cm sobrecarga, após as eventuais :xpandir violentamente provocando ondas mecânicas de pressão que se
contingências; propagam rapidamente pelo líquido (óleo) do transfo~ador. A ond~ de
pressão gerada chega primeiro na parede interna do diafragma do rele de

)
166 Capítulo IV Proteção de Transformador 167

súbita pressão que o empurra fechando o contato do relé, provocando 0 Salienta-se que quando relé de súbita pressão opera, ativa-se o relé
desligamento do disjuntor. de bloqueio (86) que provoca a abe1tura do disjuntor e ao mesmo tempo
Parede do
desativa a operação de religamento do disjuntor.
Circuito DC Transformador

/
··~
)
4.20 Válvula de Alívio de Pressão
)

'l
' --

u 1 _,----

',,,,..->
Oiafragmado
Relé de
Súbita Pressão

Lado interno
Quando ocon-e cmto-circuito de grandes proporções no interior do
transfonnador com líquido isolante a base de óleo mineral, pressões internas
do
de altíssima intensidade podem danificar, estufar ou até explodir o tanque,
\, 'I Transformador causando sérios riscos ao redor e ao ser humano. O risco ao redor, significa,
) Óleo
por exemplo, que pode danificar outros equipamentos da subestação, por
este motivo colocam-se barreiras de concreto de proteção (parede corta-
) óleo
fogo).
)
1: Há vários tipos de processos para evitar que violentíssimas pressões
) internas no óleo e no gás geradas no transformador venham danificar os seus
!" r ~Orifíclo
!..::====:-:.-_:_·=-=-=-=-·~ ''"'"~""
) componentes, todos eles utilizam válvulas de escape do óleo sob pressão. Os
'1
principais métodos são:
l. Válvula de alívio de pressão por mola;
Figura 4.19. l - Relé de Súbita Pressão (20) 2. Tipo tubo protetor com diafragma (vidro);
O esquema funcional em DC da proteção com relé de súbita pressão 3. Tipo alavanca articulada.
está apresentado na figura 4.19.2.
A figura 4.20.1 mostra a válvula de alívio de pressão por mola
(63VS).
+
20l
86
86
1 ,,AI ,,AI a b

52A
DA

Figma 4.20.1 - Válvula de Alívio de Pressão por Mola


Figura 4.19.2 - Esquema Funcional em DC do Relé de Súbita Pressão

j
Capítulo IV Proteção de Transformador 169
168

Esta válvula tem um diafragma, controlada por uma mola, que tampa ?'lo final do tubo tem um diafragma ou um vidro que se rompe
2
um orifício na parte superior do transformador. Dentro do transformador quando a pressão ultrapassa 0,7 kg/cm , liberando o óleo do transformador.
cm caso de defeito de grandes proporções, principalmente os originado; Neste caso o óleo sai pelo tubo protetor, podendo colocar em risco a
pel~ arco elétrico, pressões de altíssima intensidade no óleo e no gás são segurança humana.
rapidamente geradas, e quando a pressão ultrapassar a força de fechamento

- -_J
da mola, abre-se o oriflcio, liberando óleo e gás na atmosfera. Esta situação 4.21 Nível do Óleo
representa um risco em potencial, porque a válvula àe alívio de pressão é, na L-------- - --
ver~ade, uma válvula de escape. Com a liberação do óleo. a pressão interna O dispositivo do nível de óleo (71) indica a posição do nivel de óleo
abaixa, quando ficar menor que a pressão da mola, o orifício de escape é dentro do tanque de expansão (reservatório) do transformador e também
fechado. Este fechamento é importante para garantir a estanqueidade do contêm contatos auxiliares que atuarão se o nível do óleo atingir certo limite
transformador, principalmente quando a penetração de umidade. A válvula mínimo especificado pelo fabricante ou pela empresa. A atuação do
d_c a~ívio de pressão é constituída de contatos auxiliares que produzem dispositivo de nível (7 L) sinaliza à equípe técnica de manutenção q11e o nível
smalizaçào e fecham o circuito do relé 86. O relé 86 acionado providencia a de óleo está baixo e uma vistoria se faz necessádo. Nesta vistoria vcrificam-
abertura do disjuntor, desconectando o transformador da rede de energia se os possíveis vazamentos de óleo no transformador. Geralmente, os
elétrica. O rearme só é feito manualmente. vazamentos são pequenos e ocorrem principalmente nas juntas, flanges e
, ~este tipo de proteção quando a válvula de alívio de pressão opera, o válvulas, que são monitoradas pelas equipes de manutenção da empresa.
oleo sai e escoa pela canaleta ou por dentro de tubulação, e é levado à caixa Em caso de vazamentos grandes, que acontecem repentinamente, o
de contenção do transformador. indicador de nível de óleo e o relé Buchholz devem sinalizar e podem até
• A proteção com tubo protetor com diafragma está apresentada na
promover a abertura do disjuntor.
figura 4.20.2.
Tubo protetor
Há vários dispositivos indicadores do uivei de óleo, sendo que o
mais utilizado é o do tipo indicador magnético de imã permanente que está
Diagrama (vidro)
1
f apresentado na figura 4.21. l.
1
-~
t Para garantir a estangueidade do tanque de expansão, para evitar
t . possível penetração de umidade, utilizam-se entre a parede do tanque 2 imãs
!:
Transformador permanentes. O ímã 1 está imerso no óleo dentro do tanque de expansão e o
ímã 2 está no lado de fora. O acoplamento magnético é garantido pelos 2
ímãs. Quando o nível do óleo abaixa, a bóia desce, girando o eixo, fazendo o
ímã 1 defkxionar. Pelo lado de fora do tanque o imã 2 deflexiona
Óleo
acompanhando o ímã 1. Solidário ao ímã 2 o eixo gira deflexionando o seu
.' ponteiro que marca na escala calibrada o corresponde nível do óleo. O
indicador de nível de óleo fica localizado no alto do transformador junto ao
tanque de expansão, portanto sua leitura é feita à distância. De acordo com a
figura 4.21.l, quando o nível de óleo desce além de certo nível ajustado, o
Figura 4.20.2 - Proteção com Tubo Protetor ponteiro aciona um cursor que fecha um contato elétrico, que ativa um
·.1
circuito de alarme sonoro e visual na sala de control.e da subestação. Em

)
170 Capítulo IV Proteção d e Transformador 171

subestação digitalizada o sinal de alarme é enviado pelas vias de


comunicação para o centro de operação da empresa. • •
+

Nfveldo
Cur$(11'
Bóia /V Óleo Nivel Mlnimo

-fyv:?VVW1', r
....\ Eacela Nlvel
.x-1- -1 - 1-1 do Ôleo Núcleo
~X
Haste \ ---·-······- ······-·--··--··············· ···· Figura 4.22. l - Núcleo do Transformador Monofásico
) i :f'
'"'- / --·

)
v (t) = N. d<j>(t) =N d(<l>máximosenrot)
p p dt p dt
Eixo Mancai

fmãs vp(t) =Np<l>máximoIDCOSIDt ( 4 .22.2)

O valor máximo da tensão v P (t) será:


Parede
Tanque do
de
) Expansão
Cujo valor eficaz será:
Figura 4.21.1-Indicador de Nível de Óleo
) V= V máximop = 2rtfNp<l>máximo
p .fi. ...f2
4.22 R elé de Sobreexcitação
.fi.vP
1
A figura 4.22. l ap resenta um transformador monofásico, que quando <l>máximo = 27t N p f
' operando com carga normal, o fluxo magnético dentro núcleo é
) praticamente senoidal e q11ando operando a vaz]o é quase senoidal. Portanto o fluxo m agnético dentro do núcleo do transformador é
),
Dentro do núcleo magnético do transformador, o fluxo magnético V
diretamente proporcional ao termo _P como está expresso na 4.22.3.
) senoidal, pode ser dado pela expressão 4.22.1. f
'
· :·
<!>(t) = ~Máximosen wt ( 4.22.1) V
Desse modo, a tensão no terminal da bobina primária é obtida por:
~máximo o:: f ( 4.22.3)
1! Proteção de Transformador 173
172

Portanto, pela expressão 4.22.3, sob freqüência nominal, um


-
Capítulo IV

20%. A figura 4.22.3 ·mostra a curva de atuação do relé de sobree:xcitação

f
j,
aumento .na tensão na bobina provoca um aumento no fluxo magnétieo
produzindo um aquecimento não desejado no núcleo do transfonnaaor. '
• 1
(24), deslocada, e que acompanha a curva de dano do transfom1ador.
Tempo
! (minuto)
O relé que mede a relação V/Hz é chamado de relé de
l sobreexcitaçào, função 24. 100 f·········...
Curva de dano
do transformador
1
1 Todos transformadores estão sujeitos a aquecimentos no núcleo /V
provocados pelo excesso de fluxo magnético, mas o maior cuidado deve-se
ter no transformador de grande porte, principalmente os acoplados a
unidades geradoras. Esses transformadores estão mais sujeitos a 1 j ~
0.1 r··..········j··-··>··----
sobn:tensões, provocadas principalmente por problemas na excitação das
máquinas síncronas ou por perda súbita de geração ou de cargas Essa L. [CurvadoR~lé24 _. _ _ _ _ L_.. Volts%
sobretensão aplicada às bobinas podem elevar excessivamente o fluxo 100 110 160 Hz
magnético do núcleo do transformador, provocando aquecimento com
figura 4.22.3 - Curva de Atuação do Relé de Sobreexcitação
elevação acentuada da temperatüra, comprometendo o núcleo e
principalmente os materiais componentes da isolação. Deste modo, para evitar o excesso de fluxo magnético no núcleo do
transformador, utiliza-se o relé digital (24) que processa a relação V/IT.z,
Dependendo da tecnologia e dos materiais empregados na fabricação
quando o valor atinje a curva de atuação do relé de sob.reexcitação, o mesmo
do transfo1mador, o mesmo tem uma curva de danos em relação ao excesso
opera promovendo o desligamento do disjuntor.
de fluxo magnético, ou seja, da relação de VíRz, que pode, por exemplo, ser
a mostrada na figura 4.22.2.
Tempo
4.23 Proteção. Contra Falha de Disjuntor do Transformado~]
! (minuto)
Curva de dano
Na proteção contra falha de disjuntor do transfomlador não se pode
100 contar com o relé de sobrecorrente 50BF, porque o seu ajuste não cobre
do transformador
todos os tipos de defeitos no transformador. Ou seja, pequenos defeitos
/V internos no transformador não provocarão sensibilidade no relé ele
sobrecorrente SOBF.
·-·-r··-.............................: -..: .. ----
O, 1 1;.... 1
~·-·""
Deste modo, o relé de bloqueio 86 faz a função do relé de

U ____ _ j ~_v_'o_lt_s %
sobrecorrente como mostra a figura 4.23. l.
Como mostra a figura 4.23.l, o relé de bloqueio 86 só será ativado
100 110 160 Hz
pela atuação de alguma proteção do transfonuador. Com o fechamento do
Figura 4.22.2 - Curva de Dano do Transformador em Função de V/Hz contato do relé de bloqueio, a bobina de abertura será ativada com a
conseqüente abertura do disjuntor. Se o disjuntor falhar, isto é, não
Como os modernos relés digitais têm o recurso de personalizar
conseguir eliminar o defeito interno no transformador, a proteção de falha
curvas de atuação, pode-se ajustar urna curva de atuação que seja uma
réplica da curva de dano do transformador deslocada para baixa em torno de do disjuntor deverá atuar.

)
,
)
)

)
174 Capítulo JV
- Proteção de Transformador

• Desumificador do ar pelos cristais de sílica gel;


175

) I 86 • Selagem com gás e óleo;


l 62X 62BF • Selagem com gás inercc sob pressão;
)
• Sistema de selagem com bolsa e célula de ar.
)
Apresenta-se aqui, apenas o método de desumificação do ar pela·
sílica gel, conforme mostra a figura 4.24. l.
Ar
Figura 4.23.1 - Falha do Disjuntor em Transformador
A atuação da proteção de falha do disjuntor ocorre na seguinte
seqüência:
~ A proteção do transformador atua ativando o relé de bloqueio 86;
)
~ O relé de bloqueio 86 fecha o seu contato 86, ativando a bobina
) de abertura do disjuntor e ativando também o relé auxiliar 62X· Transformador
' Cristais de
) ~ O relé auxiliar 62X fecha o seu contato 62X; Sllica Gel

~ Como o disjuntor falha, o defeito no transformador continua a


Óleo
existir e com o fechamento do contato 62X, o relé de tempo 62BF
é ativado;
)
~ Transcorrido o tempo ajustado no relé de tempo 62BF o seu
)
contato é fechado;
)
~ Com o fechamento do contato 628F ativa-se o relé de bloqueio Figura 4.24.1 - Desumificador de Ar pela Sílica Gel
86BF que promove a seqüência programada de abertura dos Quando o nível do óleo do transformador desce, a câmara de ar,
disjuntores de modo a limpar o defeito. aspira o ar externo, que é obrigado a passar pelo desumificador gue contém
Salienta-se a não utilização de religamento para defeito cm cristais de sílica gel. Os cristais de sílica gel têm a propriedade de absorver a
transformadores. umidade do ar. Portanto, quando o ar passa, sua umidade é absorvida pela
sílica gel, assim o ar que chega no tanque de expansão está livre da
umidade.
4.24 Dcsumiticador de Ar
Com a quantidade de umidade absorvida os grãos de cristais de sílica
gel vão mudando a sua coloração. Por exemplo, a tabela 4.24. l mostra a
Há vários métodos para manter a integridade do óleo do
transfonnador, principalmente quanto ao seu grau de contaminação por mudança na coloração de alguns cristais de sílicas gel utilizados na câmara
umidade. Os principais processos de preservação do óleo isolante do dcsumificadora de ar do transformador.
transformador são:
177
176
-
Capítulo IV Proteção de Transformador

Apresenta-se na figma 4.25.1, a proteção de um transformador de


1
Sílica Gel potência, feita com um relé digital multifunção, complementada com as
1
proteções típicas do equipamento.
Cor com 100%
r............-L.-...-...-..,-.(0-.26_@..,...3-~·63-c-@
49--,@
1
Cor normal Cor com 20%
de umidade
sem de umidade
absorvida

~I 11~1
umidade absorvida
(saturada)
-.---t
1
Laranja
1 1
Amarelo 1Amarelo-claro j
1

1
Azul Azul-claro Branca
11 11 1

1 Azul 1 1
Rosa fraco !' 1
Rosa
1

Tabela 4,24,l - Coloração dos Grãos dos Cristais da Sílica Gel com o Grau
de Absorção de Umidade
A equipe de inspeção da manutenção da subestação deve
acompanhar o grau de coloração dos grãos de sílica gel, para conrrolar o
grau de umidade do ar que está entrando no transforn1ador. Quando a sílica
gel estiver saturada, de ve ser substituída. A sílica gel pode ser regenerada
colocando-se os cristais em uma estufa com temperatura de até 120°C por
um período de 2 a 4 horas. Relé Digital
Multifunção

4.25 'P roteção do Transformador


fiqura
o
4,25 , l - Proteção do Transformador com Relé Digital e outras
,. Na proteção tradicional do transformador, os relés são tinidades
'· eletromecânicas, que ocupam painéis extensos na sala de operação das As funções de proteção podem ou não serem habilitadas no relé
' ;;j subestações, digital, na .figura 4.25.1 a proteção 59G não está habilitac.~a, ~\ tlm~ão ;59G
:::
!
:
poderá ser usada se o transformador for aterrado por uma a.ta m1pedanc. a.
Atualmente, com a tecnologia digital [46, 47], os relés incorporam
J'}
na mesma unidade, várias funções de proteção e adicionalmente outras
.1
facilidades increntes à supervisão, medição, controle, comando, localização
de defeitos, sincronização de tempo, oscilogrnfia, auto supervisão, etc.,.
Desse modo, o relé digital é um equipamento pequeno, ocupando pouco
espaço no painel da sala de comando da subestação,
1 r
178 1
1. Apêndice A
'
) 179
') J
sistemas elétricos: A IEC (lnternational Electrotechnical Cornmission)
através da resolução IEC 60617 utiliza o modo gráfico em vez do numérico
para representar a função exercida. A seguir apresenta-se o modo numérico
da ANSI e de algumas representações por símbolo gráficos da IEC 60617.
)
1. Elemento principal
Elemento principal ou mestre é o dispositivo inicial que serve, seja
diretamente ou por intermédio de outros dispositivos admissíveis, para
por um equipamento em operação ou fora de serviço.
)

) 2. Relé de partida ou fechamento temporizado (time~delay starting, or


closfog~relay)

Também chamado de relé de tempo de partida ou fechamento. É um


dispositivo que funciona de modo a proporcionar um retardamento
'
) proposital de tempo antes ou após qualquer instante. Pode ser usado
durante a operação, numa seqüência de intervalos de chaves ou no
)
sistema de relés de proteção, exceto os especificamente assinalados
quanto às funções já consagradas dos números 48, 62 e 79.
)
3. Relé de controle ou interbloqueio (checking or interlocking relay)
) É um relé que opera em consonância à situação de certo número de
) outros dispositivos (ou a um certo número de condições
predeterminadas) num equipamento, para franquear o prosseg1limento ou
NOMENCLATURA DA PROTEÇÃO a cessação de uma seqüência operacional, ou possibilitar um controle de
situação desses dispositivos ou dessas condições, para qualquer
)
finalidade.

)
4. Contactor principal (master contactor)
A numeração a seguir representa a designação ela função exercida Contactor principal ou mestre é um dispositivo geralmente controlado
)
pelos elementos, aparelhos e dispositivos utilizados nos circuitos elétricos por outro de função 1 ou equivalente, e que serve para ligar os circuitos
de acordo com a padronização da antiga ASA e na atual C37-2 da de controle necess<1rios para pôr em funcionamento um equipamento sob
) IEEE/ANSI (American National Standarts Institute). A numeração é as condições desejadas e desliga-lo sob outras condições ou
) importante porque simbolicamente representa simplificadamente a funç~o anormalidades.
dos elementos, equipamentos e dispositivos que são utilizados em manuais,
relatórios, diagramas unifilares e trifilares de esquemas de proteção de 5. Dispositivo de interrupção (stoping tlevice)
Nomenclatura da Proteção Apêndice A 181
180
Também chamado de dispositivo de paralisação, é um dispositivo de É um dispositivo que quando a velocidade rotacional ultrapassa um certo
controle utilizado principalmente para desativar um equipamento e valor ajustado opera, abrindo ou fechando um contato. Por exemplo, é o
mantê-lo fora de operação. Este dispositivo pode ser operado caso. do dispo:itivo, também conhecido por chave centrífuga que
manualmente ou eletricamente de modo local ou remoto. Em proteção no func10na por açao da força centrífuga, fechando ou abrindo um contato,
caso de desligamento anorma.l, utiliza-se a função 86. caso a velocidade da máquina ultrapasse um valor determinado. Pela IEC
60617 esta função é representada pelo símbolo 1ro >!.
6. Disjuntor de partida (starting circuit breaker)
Disjuntor de partida é um dispositivo cuja função é de ligar uma máquina 13. pispositivo de rotação síncrona (synchronous-speed device)
à sua fonte de tensão de partida. E qualquer dispositivo que opera aproximadamente à velocidade síncrona
da máquina síncrona. Por exemplo, tal dispositivo pode ser:
7. Disjuntor do circuito anódico (anode circuit breaker) • um inte1TUptor de velocidade centrífugo;
É um disjuntor empregado nos circuitos anódicos de um retificador de • um relé de tensão;
potência, com a finalidade de interromper o circuito do retificador caso • um relé de mínima corrente.
haja um curto-circuito ou um arco elétrico de retorno.
14. _Dispositivo de subveloddadc (u.nderspeed device)
8. Dispositivo de desligamento da energia de controle (controi power E um dispositivo que funciona quando a velocidade rotacional de urna
disconnecting device) máquina caí abaixo de um valor predeterminado. Pela IEC 60617 é
É um dispositivo de desligamento, tal como um intem1ptor de faca, ou representado pelo símbolo 1 ffi < 1.
um conjunto de chaves fusíveis , utilizados com a finalidade de,
respectivamente, ligar e desligar a fonte de energia de controle do
15. Dispositivo de ajuste ou comparação de velocidade ou freqüência
equipamento ou das ba1Tas gerais de comando.
(speed or frequency, matching device)
E um dispositivo que tem a finalidade de alcançar e de manter a
9. Dispositivo de revers:ão
velocidade e ou a freqüênát de uma máquina ou de um sistema elétrico
É um dispositivo empregado com a finalidade de inverter o campo de
igual à ou aproximadamente igual à, de outra máquina ou sistema.
mna máquina ou para possibilitar quaisquer outras funções de reversão.
l 6. Dispositivo de controle de carga para bateria
10. Chave comutadora de seqüência das unidades (unit sequence switch)
Dispositivo que tem a finalidade de controlar e manter a carna da bateria
É uma chave comutadora utilizada, em equipamentos de unidades ou banco de baterias. ~
múltiplas, para modificar a seqüência na qual as unidades pos~am ser
colocadas em operação ou desligadas.
17. _Chave de derivação ou de descarga (shunting, or discharge, switch)
E um :interruptor que serve para abrír ou fechar um circuito derivado dos
11. Transformador de controle (potência)
••
1
1 terminais de qualquer peça ou aparelho (exceto um resistor), tal com
p É o transformador utilizado para o circuito de controle.
emolamento de induzido de máquina, um capacitar, um reator, etc ...
Observação: Excluem-se os dispositivos que desempenham operações
12. Dispositivo de sobrcvelocidade (over-speed device)
de derivações tais que possam torna-se necessários no processo de

.!
t. 1
)
• _j
)
) 182 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 183

partida de máquinas pelos dispositivos de função número 6 ou 42, ou 22. Disjuntor equalizador (equalizer circuit breaker) ou disjuntor do
seus equivalentes, e também excluí a função do dispositivo número 73 , circuito de balanceamento
que serve para a inserção e desinserção de resistores. É um disjuntor que serve para controlar ou ligar e desligar o igualador ou
o circuito de balanceamento de corrente para o campo de uma máquina,
18. Dispositivo de aceleração ou desaceleração (accelerating or ou para o equipamento de regulação, numa instalação de unidades
deceletating device) múltiplas.
É um dispositivo que tem a função de fechar ou provocar a mudança de
circuitos utilizados para aumentar ou diminuir a velocidade de uma 23. ,Dispositivo de controle de temperatura (temperture control desian)
-1 máquina. E um dispositivo regulador da temperatura, ou seja, funciona para clevar
ou abaixar a temperah1ra de uma máquina e/ou outros aparelhos, ou de
19. Contactor de transição de partida-marcha (starting-to running qualquer outro meio, quando a respectiva temperatura cai abaixo ou se
transition contactor) eleva acima de um valor predeterminado (ajustado).
)
É um dispositivo que tem a finalidade de dar partida e causar Observação: Um exemplo deste caso é o tennostato que liga um
) automaticamente sucessivas transferências de modo a levar a máquina a aquecedor de um ambiente de um quadro elétrico, ou um painel de um
) sua velocidade normal sob tensão nominal da rede elétrica de conjunto de chaves elét1icas, quando a temperatura cai para um valor
alimentação. determinado; já nos casos em que se deseja que o aparelho funcione com
uma temperatura bem estabelecida e ajustada, o dispositivo de controle
20. Válvula operada eletricamente (electrically opertated valve) ou de temperamra recebe a designação da função 90T, que, por exemplo, é o
válvula de alívio de pressão caso do termostato da geladeira, do freezer, de câmaras frigoríficas e dos
É uma válvula elétrica, operada localmente ou remotamente, que ambientes climatizados.
)
fechando ou abrindo, controla a passagem do fluxo em uma tubulação.
) Esta válvula é empregada em: 24. Disjuntor contactor ou seccionadora de intertravamento de barras
) + tubulação de vácuo; ou relé contra sobre-excitação ou Volts por Hertz
+ tubulação de ar comprimido; Dependendo da função esta numeração pode designar um dos elementos
)
+ tubulação de gás; aci'.11ª· No caso da proteção contra sobre-excitação em Volts por Hertz, o
+ tubulação de óleo, etc .. rele opera quando a tensão vai além de um valor pré-ajustado maior que
Observação: Esta numeração também é utilizada para designar a válvula a nominal ou quando a tensão for menor ou igual a nominal a uma
de alívio de pressão, principalmente as utilizadas cm transformador de freqüência inferior a nominal, é utilizada principalmente para prevenir
)
força. excesso de fluxo magnético no núcleo do transformador elevador do
gerador síncrono.
) 21. Relé de distância (distance relay)
É um relé que opera quando a impedância, admítância ou a reatância, 25. Dispositivo de sincronização ou de conferência (com provação) de
) t
vista pelo relé, diminui ou aumenta além dos limites predeterminados ~incronismo (synchronizing, or sytichronism-check, device)

(ajustados). Pela IEC 60617 é representado pelo sí mholo ~. E um dispositivo que opera quando dois circuitos cm CA estiverem
)
dentro dos limites desejados de freqüência, ângulos de fase ou tensão,
para pcnnitir ou provocar à conexão desses dois circuitos.

)
)
,.
)
184 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 185

29. Contactor de isolamento (secciona~ora) (isolator contacto1·)


26. Dispositivo térmico ele proteção do equipamento (temperatura do Seccionadora de isolamento é uma chave utilizada para desconectar um
enrolamento ou do óleo do transformador) (apparatas themial device circuito, principalmente nos casos de manutenção, testes, emergências ou
or overtemperatura relay) desligamentos prolongados. Nas subestações, estas seccionadoras,
É um dispositivo que funciona quando a temperatura exceder um valor operam sem ser motorizada com abertura sem carga, isto é, com processo
predeterminado (ajustado) ou dependendo do caso quando a temperatura de abertura mecânica no local e totalmente manual.
cair abaixo de um valor ajustado. O dispositivo térmico de proteção pode
ao mesmo tempo medir a temperatura atual e ter de l, 2 ou 3 estágios de 30. Relé anunciador (annunciator relay)
atuação. É um dispositivo de reposicionamento não-automático que fornece um
Estes dispositivos são ntilizados em diversas aplicações, tais como: certo número de indicações visuais a respeito do funcionamento de
•!• Termômetro do enrolamento primário do dispositivos de proteção e que pode também desempenhar (sinalizar)
transformador uma função de colocação fora de operação de um equipamento. Por
•!• Termômetro do enrolamento secundário do exemplo, a bandeirola de sinalização.
transformador
•!• TeITTlômetro do óleo do transformador 31. Dispositivo de excitação separada (separate excitation device)
•!• T ennômetro do enrolamento amortecedor de uma É um dispositivo que liga um circuito, tal como o campo de derivação de
máquina síncrona um gerador de corrente contínua para a excitação do campo de uma
•!• Dispositivo térmico do resístor de limitação de carga máquina síncrona, ou que energiza os circuitos de excitação e de ignição
•!• Dispositivo térmico de proteção de um meio líquido de um Tetificador de potencia.
qualquer, tanto no aquecimento como no
resfriamento. 32. Relé direcional de potência (<lirectional power device)
Pela lEC 60617 é representado pelo símbolo 1 O > \. É um relé que opera num valor desejado do fluxo de energia numa dada
direção, ou no caso de retificador de potência opera por efeito de energia
27. Relé de subtensão (under vo/tage relay) reversa resultante de arco inverso nos circuitos anódicos ou catódicos.
E um relé que opera quando a tensão elétrica abaixa ~lém de um valor ii=+=l
Pela TEC 60617 é representado pelo símbolo ~.
· ajustado. Pela lEC 60617 é representado pelo símbolo [U < 1.
33. Chave de posição (position switch)
28. Detector de chamas É um interruptor que liga (ativa) ou desliga (desativa) um contato quando
É um dispositivo que sinaliza a presença de uma chama piloto ou chama o dispositivo ou peça principal de wn aparelho (que não tiver número de
principal em aparelho, painéis ou ambiente. Com aplicação função) atinge dctcnninada posição.
principalmente em:
+ Turbina a gás 34. Chave de seqüência-mestre (motor-operated sequence switch)
+ Caldeira a vapor É um dispositivo tal como uma chave de contatos múltiplos, ou
'
+ Detector de fumaça equivalente, ou um dispositivo de programação, tal como um
+ Detector de raios infravermelho computador, que estabelece ou determina a seqüência operativa dos

)
1

- _:....:.f - - -- - - ·~----....-'., L_-


)
1
11
186 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 187

principais dispositivos num equipamento, durante a partida ou parada ou É um relé que opera com a ocorrência de falha (curto-circuito) ou com
durante outras operações de ligações e desligamentos em seqüência. um valor anormalmente baixo da corrente de campo de uma máquina
síncrona, ou por um valor excessivo da componente reativa da corrente
' 35. Dispositivo de manobra das escovas ou para curto-circuitar os anéis de armadura da máquina síncrona, que provoca a subexcitação da
!' ~o coletor (brush-operating, or slip-ring short-circuiting device) máquina no caso capacitivo e superexcitação no caso indutivo.
E um dispositivo utilizado para manobrar as escovas, com o objetivo de O relé 40 é colocado nos tenninais da máquina síncrona, em caso de
.'"
; levantar, abaixar ou deslocar os anéis coletores de uma máquina, ou com
o objetivo de curto-circuitar seus anéis coletores, ou de engatar ou
perda da excitação, a impedância do enrolamento da armadura varia e
entra dentro da zona de atuação do relé de admitância (21) direcionado
ili
desengatar os contatos de um retificador mecânico. para o interior da máquina e com um deslocamento (off set) de xd"/2.
J Neste caso, o relé 21 com este posicionamento está fazendo a função 40,
1-': ou seja, proteção contra perda da excitação.
1: " 36. ))ispositivo de polaridade ou polarização (pnlarity device)
,, E um dispositivo que opera ou permite a operação de outro dispositivo
t_:
) l •;·" somente se estiver de acordo com urna polaridade predeterminada ou 41. Disjuntor ou chave d e campo ifield circuit breaker)
) '.! verifica a presença de uma tensão de po larização nu m equipamento. É um dispositivo que funciona para ligar ou desligar a corrente de campo
'I de uma máquina síncrona.
" 37. ReJé ele mínima corrente ou de mínima potência (undercurrent or
,!!
) under power relay) 42. Disjuntor ou chave d e operação normal (rimning circuit breaker)
É um relé que opera quando a corrente ou o fluxo potência decresce Também conhecido corno disjuntor de marcha é um dispositivo cuja
abaixo de um valor pré-ajustado. Pela IEC 60617 são representados principal função é o de ligar definitivamente uma máquina à sua fonte de
}
respectivamente pelos símbolos [L;:] e [B. tensão de alimentação ou à sua tensão operacional de funcionamento.
)
38. Dispositivo de proteção de sobretemperatura de mancai 43. Dispositivo de transferência manual ou seletor (chave comutador a)
É um dispositivo que funciona quando a temperatura do mancai do eixo (manual tramfer or selector device)
da máquina for excessiva ou sob outras condições mecânicas anormais, É um dispositivo operado manualmente ou por via computacional
associadas ao mancai, tais como desgaste indevido, que resulta em (localmente ou remotamente) que comuta os circuitos de controle a fim
1 excessivo aumento da temperatura do mancal. de modificar a ação do plano de operação do equipamento. Em relação a
esta função cita-se, por exemplo:
39. Sinalizador de condição mecânica ./ Operação do disjuntor com ou sem religamento
É um dispositivo que funciona quando da ocorrência de uma condição automático
mecânica anormal (exceto a associada com mancais na forma abrangida ./ Regulação de tensão do transformador de modo manual
.'· pela função 38), tal como excessiva vibração, excentricidade, expansão, ou automático
choque, inclinação Otl falha de vedação. ./ Ventilação forçada do transformador em modo manual ou
automático
40. R elé de campo, proteção contra subcxcitação ou perda de campo ./ Bloqueio ou desbloqueio do esquema de rej eição de carga
(fie/d relay)
188 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 189

../ Mudança de disparo para o disjuntor de transferência de Relé de seqüência de operação incompleta é wn relé que geralmente faz
barra proveniente do sistema de proteção da linha de o equipamento retornar a sua posição normal, bloqueando o
transmissão que tem o disjuntor fora de operaçãó. funcionamento se a seqüência normal de partida, marcha e parada não for
adequadamente completada dentro de um tempo predeterminado.
44. Relé de partida seqüencial de unidade (unit sequence starting relay) Caso este dispositivo seja utilizado apenas para alanne, o mesmo poderá
É um relé que funciona para dar partida a próxima unidade disponível de ser designado por 48A.
um conjunto de equipamentos de unidades múltiplas, quando da
ocorrência de falha em urna unidade que deveria entrar em 49. Relé térmico de máquina ou transformador. (machine, or
funcionamento. transformer, thcrmal relay)
É um relé que opera quando a temperatura do enrolamento da armadura,
45. Sinalizador de condições atmosféricas anormais de outro enrolamento ou elemento da máquina, sujeito à sobrecarga de
É um dispositivo que funciona quando da ocorrência de condições uma máquina, excede um valor. predeteiminado. Ou a temperatura de um
atmosféricas anormais, tal como presença de emanações daninhas, retificador de potência ou dos enrohtmentos um transformador de força,
misturas explosivas, fumaça, ou fogo. Por exemplo, a subestação ficou exceder um valor predeterminado, decorrente do um aumento de carga.
imersa em fumaça decorrente de um incêndio na proximidade, assim o No transformador de força este relé é conhecido por relé de imagem
dispositivo com a função 45 deverá providenciar a sinalização local ou térmica. Esta funç ão 49 é própria para sinalizar o n[vel de sobrecarga de
remota para o sistema de supervisão. um equipamento elélrico. Pode ser designado por:
+ 49AT- lmagem térmica do enrolamento de AT do transfonnador;
46. Relé de inversão de fases ou desequilíbrio das correntes de fase • 49MT - Imagem térmica do enrolamento de MT do transformador;
(reverse phase, or phase balance, current relay) • 49BT- Imagem térmica do enrolamento de BT do tr.ansfonna<lor.
É um re lé que opera quando as correntes polifásicas estiverem em
1

!~,
Pela l EC 606 17 é representado pelo símbolo [}J.
seqüência de fase inversa, ou quando as correntes pol ifásicas forem
li desequilibradas ou contiverem componentes de seqüência negativas
rj acima de um certo valor ajustado. Por exemplo, no caso de
50. Relé de sohrccorrcnte instantâneo (instantaneous over current, or
rate-of-ri8e relay) _ .
sobrecorrentes instantâneas ou temporizadas de seqüência negativa, pode
j É um relé que opera instantaneamente se a corrente de curto-circu1to
', ser representado por 50/5 1Q (46). Pela lEC 60617 é representado pelo
decorrente de um defeito, no sistema elétrico ou no equipamento,
símbolo [h2]. ultrapassar um valor pré-ajustado.
Esta função é explicitada por várias nominações, tais como:
47. Relé de tensão de seqüência de fas e (plwse-sequence voltage relay) 7 50N - relé de sobrccorrente instantâneo de neutro;
É um relé que funciona quando o valor da seqüência de fase das tensões 7 500 - relé de sobrecorrente instantâneo de terra, também
polifásicas ultrapassa um determinado valor ajustado. Opera também chamado de 50GS (Ground Sensor);
quando ocorre inversão de fase, subtensão ou perda de fase. Pela lEC 7 50BF - relé de proteção contra fa lha do disjuntor, também
60617 é representado pelo símbolo [ U2 > 1. chamado 50/62BF (Breakcr Failu re);

48. Relé de seqüência incompleta (incomplete sequem:e relay)


_,

.)
)
190 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 191

7 50V - _:elé de. sobrecorrente instantâneo com restrição (controle) • 52L-disjuntor de linha;
de tensao. O ajuste do relé 50 é variável com o valor da tensão V • 52G-disjuntor do gerador;
podendo ser para subtensão ou para sobretensão; . ' + 52T - disjuntor de transferência de barras.
7 50Q - relé de sobreco1Tente instantâneo de seqüência negativa.
Pela lEC 60617 é representado pelo símbolo lii'.iJ.,' 53. Relé excitador ou relé de gerador CC (e.xcitér or ti-e generator relay)
É um relé que na sua operação altera sucessivamente o campo da
51. Relé de ~ob~·.ecorrente temporizad~ em. CA (a-e time over current excitação de uma máquina de corrente continua para que sua partida se
relay) · · · ·. · · · · · _. ·, · · desenvolva gradualmente.
É um r~~é }~e.. atua_ ?.º m ..~ re.ta'rd~. inten_c_iórtaf de tempo, quando a
_corrente eletncâ alt~mada erri .ü m cii-ctiitó eX~ecfo:r um'valot pré-ajustado. 54. Disjuntor de corrente contínua de alta velocidade (high-speed ti-e
)
O retardo de t~il?Pó do reté 51 ·pode ser: · circuit brealcer)
+ de tempo definido; É um disjuntor de corrente contínua desenvolvido para que sua operação
}
+ de tempo inverso. de abertura e fechamento seja extremamente rápida.
) Esta função é também explicitada por várias nominações, tais como:
•!• 51 N - relé de sobrecorrente temporizado de neutro, pela IEC 55. Relé de fator de potência (power factor relay)
)
É um relé que atua quando o fator de potência de um circuito de corrente
) 60617 é representado pelo símbolo ~; alternada cai abaixo de um valor pré-ajustado. Pela IEC 60617 é
) •!• 51 G - relé de sobrecorrente temporizado de terra, também representado pelo símbolo 1cos <p > 1.
chamado de 5 l GS, pela lEC 60617 é representado pelo símbolo

~; 56. Relé de aplicação de campo (field application relay)-


É um relé que controla automaticamente a aplicação de excitação de
•!• ~ l Q - rei~ de sobrecorrente temporizado de seqüência negativa; campo de um motor de corrente alternada em um ceito ponto
•!• ) l V - :_ele de ~obrecorrente temporizado com restrição (controle) detenninado no ciclo de operação.
de tensao. O ajuste elo relé 51 é variável com o valor da tensão V
podendo s~r. para subtensão ou para sobretensão. Esta restriçã~ 57. Dispositivo de colocação em curto-circuito ou de ligação a terra
pode permitir ou não a operação do relé 51, pela IEC 60617 é (shorl-circuiting or grounding device)
representado pelo símbolo~; É um dispositivo que quando em operação comuta a posição normal de
um circuito para a posição de curto-circuito. Tendo a função de ligação a
) •!• 51 C - relé de sobrecorrentc temporizado com controle de torq ue. terra, o dispositivo provoca o aterramento das fases selecionadas. O
) Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo~. comando desta operação pode ser manual no local, automático ou via
remota pelo sistema de supervisão e controle.
52. pisjun_t~r de corrente alternada (a-e circuit breaker) Na função ligação a terra, é nas empresas de energia elétrica,
E um d1s1untor de CA utilizado para fechar ou abrir um circuito elétrico denominada de seccíonadora de ateiTamento de LT, que providencia o
sob condições noanais ou anormais. Sob condições anormais, entendem- aterramento da L T com os seguintes objetivos:
se as de emergências e as de falhas, principalmente as de curtos-circuitos • curto-circuitar a LT a terra;
no sistema elétrico. Por exemplo: + descarregar as possíveis cargas elétricas estáticas acumuladas;
)
)
Apêndice A 193
192 Nomenclatura da Proteção
É um relé temporizado que opera em conjunto com o dispositivo que dá
• garantir o potencial nulo na LT; início à operação de fechamento, paralisação ou abertura de uma
• adequar a LT para os serviços de manutenção, com re:speito à seqüência automática de um sistema de relés de pr~t~ção. P~r e~emplo, a
segurança humana. função conjunta 50/62BF, denominada falha do dtsJuntor, e ativada por
um cu1to-circuito com a atuação do relé 50, que energiza o relé 62, se
58. Relé de falha de retificação (power rectifier misfire relay) transcorrido o tempo ajustado no relé 62, o mesmo opera, detonando uma
É um relé que funciona se um ou mais ânodos de um retificador de força seqüência pré-estabelecida de operação de outros relés de proteç~o,
falhar em acender-se, ou se detectar um arco elétrico de retomo, ou se objetivando a abertura dos disjuntores do local ou remoto. Observaçao:
houver a falha de um diodo em conduzir ou bloquear adequadamente. BF é abreviatura de Breaker Failure.

59. Relé de sobretensão (overvoltage relay) 63. ReJé de pressão, ou de nível, ou de tluxo de liquido ou gás (liquid or
É um relé que opera quando a tensão elétrica ultrapassa um valor gazp1·essure, levei, or jlow relay) .
previamente estabelecido (aju.stado). É um relé que opera de acordo com o seu elemento ativo. ~or ~x~m~lo, o
Esta função pode também ser designada por: relé de pressão opera quando a pressão do líquido ou gas dunmu:r ou
7 59Q - relé de sobretensão de seqüência negativa; ultrapassar um valor pré-ajustado. Já o relé de nível ou de fluxo de gas ou
7 59N - relé de sobretensão residual ou relé de sobretensão de líquido, opera de dois modos: com ,ªc~mulo d~ gás. em uma câmara ~-u
neutro (também chamado de 64G). Pela IEC 60617 é representado com wna taxa de fluxo passante de ltqUido ou gas acima de um valor pre-
pelo símbolo 1Ursd > 1. ajustado.
Pela lEC 60617 é representado pelo símbolo ~. o relé Buchholz, função 63, também conhecido como relé de gás, é o
relé que opera com nível de gás acumulado ou com um fluxo de gás
60. Relé de balanceamento de tensão (voltage balance relay) passante acentuado. É um importante relé ~sadO na proteção de
É um relé que opera quando a diferença de tensão de dois circuitos transformadores de potência, cuja função vem designada por:
ultrapassar um valor pré-ajustado. Este relé é usando principalmente para • 63T - Relé Buchholz do transfo1mador;
detectar a perda do sinal de tensão dos circuitos de proteção ou controle • 63C - Relé Buchholz do comutador do transformador.
alimentados por TPs, que podem ser causados por: Já 0 relé de pressão 63, usado nos compartimentos encapsulados e
../ queima de elo fusível; pressurizados de gás SF6 das subestações blindadas, opera quando a
../ abertura ou problema de contato no circuito; pressão diminui abaixo de um valor ajustado. . ,.
../ falha no enrolamento do TP. No transformador a função 63VS, representa o rele de \; alvula de
Segurança que dispara quando a pressão interna ultrapassa o valor
61. Relé de balauçeamento de corrente (current balance relay) estabelecido pela sua mola de retenção.
É um relé que opera quando uma dada diferença de corrente de entrada
ou saída de dois circuitos, ultrapassar um valor pré-ajustado. Esta função 64. Relé de proteção de terra (groundprotective relay)
é muito utilizada na proteção de banco de capacitores e em enrolamentos É um relé que opera quando da ocorrência de uma falha do i~olamento
de mesma fase de geradores síncronos. contra a terra de uma máquina, transformador, ou de outro equ1pamento,
ou sob efeito de arco elétrico a terra de uma máquina de CC. Estes relés
62. Relé de fechamento ou de abertura temporizada (time-tlelay podem ser por corrente ou por tensão, para a sua identificação, os
stopping, or opening, relay)
)

)
194 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 195
~ diagramas unifilares devem indicar se são alimentados por corrente via É um relé que opera, somente quando, .a corrente elétrica alternada flui
) TC ou por tensão via TP. em uma determinada direção, com valor maior do que o seu pré-ajustado.
Observação: Este relé ·não produz diretamente disparo do disjuntor, mas apenas
)
7 Se o relé for alimentado por TC, também pode ser utilizado como monitora a operação de outros relés.
) uma unidade 51 ou 61. Esta função 67 recebe várias designações, tais como:
7 Se o relé for alimentado por TP, também pode ser utilizado como •:• 67N - relé de sobrecorrente direcional de neutro (instantâneo ou
uma unidade 59N ou 64G. temporizado), pela IEC 60617 é representado pelo símbolo
)
7 A função 64, também pode ser designada para proteção de
carcaça, massa-cuba ou tanque, sendo utilizada em 1~1.
transformadores de força de até 5MVA. •!• 670 -' relé de sobrecorrente direcional de tena, (instantâneo ou
7 A função 64R (ou 64F) designa proteção à tena do rotor, ou 64G temporizado);
) •!• 67Q - relé de sobrecorrente direcional de seqüência negativa.
(ou 64S) designa proteção à terra da bopina da armadura da
) máquina síncrona.
Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo]' t> 1.
) t>1.
Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo 1 1
) 68. Relé de bloqueio (blocking relay) (Relé de bloqueio por oscilação de
65. Regulador (governor) potência)
) Regulador é um conjunto de equipamentos com controle elétrico ou É um relé de dá partida a um sinal piloto para bloquear o desligamento
) me9ânico, utilizado para a regu1agem do fluxo de água, vapor ou outro em defeitos externos a uma linha de transmissão ou em outro aparelho
)
meio da máquina motriz para finalidades de prover a partida, a sob determinadas condições, ou coopera com outros dispositivos para
mamitenção ela velocidade, à carga constante ou a parada. bloquear o desligamento ou bloquear o religamento quando não há
Por exemplo, o regulador de velocidade de Watts, tem esta função. sincronismo ou quando há oscilação de potência. Por exemplo, esta
designação pode ser a do relé de bloqueio (68) que é usado no esquema
66. Dispositivo limitador do número de operações ou dos intervalos de de proteção denominado de Sistema de Bloqueio com Comparação
t,cmpo em que se efetuam as operações (110tching, or jogging, device) Direcional (Blocking), neste caso, quando ocorre um curto-circuito
E um dispositivo contador do número de operações com a finalidade de externo a LT, o relé 21 que está direcionado para fora da LT vê o defeito
pennitir somente um níunero de operações especificado no equipamento, e ativa o relé 68, este envia através do sistema de telecomunicação um
ou um número específico de operações sucessivas dentro de um intervalo sinal de bloqueio para não permitir a abertura do disjuntor da barra
de tempo especificado. Também pode ser um dispositivo que funciona oposta.
para acionar um circuito periodicamente ou em frações de intervalos de Já, por exemplo, o relé 68P tem a função de relé de bloqueio por
tempo específicos para permitir intermitente aceleração ou avanço de oscilação de potência, isto é, quando ocone uma rápida oscilaçâo de
uma máquina a baixas ve.lociclades, para se obter o adequado potência no sistema elétrico, o relé de proteção (por exemplo, o relé 21)
posicionamento mecânico. pode operar indevidamente, neste caso o relé 68P bloqueia a abertura do
disjuntor.
67. Relé de sobrecorrcnte direcional em CA (a-e directional overcurrent
". relay) 69. Dispositivo de controle permissivo (pemiissive control device)

>
196 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 197

Também denominado de dispositivo de consenso, é geralmente um É um mecanismo empregado para realizar uma mudança de um
comutador de duas posições, operável manualmente ou remotamente e dispositivo principal de uma posição para outra num equipamento. Por
que, numa posição, permite o fechamento de um disjuntor ou a colocação exemplo, o mecanismo de comutação de um disjuntor para as posições:
de um equipamento em operação e, na outra, evita que o disjuntor ou o ligado, desligado, posição de teste ou removível.
equipamento sejam postos em operação.
76. Relé de sobrecorrente em CC (d-e overcurrent relay)
70. Reostato eletricamente operado (electrically operated rheostat) É um relé que atua quando a intensidade da corrente de um circuito
É uma resistência variável cujo valor é controlado eletricamente. Este contínua excede um valor de ajuste.
controle pode ser contínuo ou discreto, efetuado por contactar auxiliar,
ou de posição, ou de limite. 77. Transmissor de impulsos (pulse transmitter)
Transmissor de impulsos é empregado para gerar e transmitir impulsos
71. R elé de nível de líquido ou gás via sistema de telecomunicação, como o objetivo transferir o sinal ao
É um relé que opera por um dado valor do nível do líquido ou gás, ou aparelho receptor remoto.
opera por uma dada taxa de variação deste valor.
A função 71 também é utilizada para a indicação do nível do óleo no 78. Relé de medição de ângulo de fase, ou de proteção fora de fase
reservatório do transformador de potência. (phase angle measuring, or out-of-step protective rel<ty)
É um relé que atua quando o ângulo de fase, entre duas tensões ou entre
72. lJisjuntor de corrente contínua (d-e circuit breaker) duas correntes ou entre tensão e corrente, excede um valor
É um disjuntor para ser utilizado e.m um circuito de força de corrente predeterminado. Este relé é utilizado na proteção contra falha de
contínua. sincronismo de máquina síncrona. No sistema elétrico_é utilizado para a
proteção contra oscilação de potência principalmente em elos de vital
73. Contactor de r esistor de carga (load-resistor contactor) importância e que neste caso o relé 78 provoca o desligamento do
É um contactor usado para inserir uma determinada resistência, em série disjuntor. Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo ~·
ou em paralelo, para produzir um degrau de variação de carga, ou uma
determinada variação de carga num circuito de potência, ou para ligar e 79. Relé de religamento em C A (a-e reclosillg relay)
desligar um circuito de resistência elétrica de aquecimento de ambiente, É um relé temporizado que efetua o religamento do disjuntor em um
ou para acender ou apagar uma lâmpada, ou ligar e desligar o resistor de circuito de corrente alternada. Pela IEC 60617 é representado pelo
carga regenerativa de um retificador de potência ou de outra máquina, no ~
seu circuito ou fora dele. símbolo l!:=:::l.

74. Relé de alarme (alarm relay) 80. Relé de subtensão cm CC


É um relé diferente do de um relé anunciador (como o abrangido pela É um relé que opera quando a tensão de um circuito em CC cai abaixo de
função 30), utilizado para operar diretamente, ou em conjunção com um um valor predeterminado.
alarme visual ou acústico. Observa.ção: A função 80 é também empregada para relé de fluxo ele líquido
ou gás, que controla o fluxo de líquido ou gás, ou em dados indiccs de
75. Mecanismo de mudan ça de posição (position clwnging m echanism) mudança desses valores.
198 Nomenclatura da Proteção Apêndice A 199
86. Relé de bloqueio de religamento (locking-out relay)
81. Relé de freqüência (frequency relay) É um relé auxiliar que opera no sentido de desligar um equipamento ou
É um relé que atua quando a freqüência elétrica se desvia da nominal e, circuitos, seu reanne pode ser manual ou elétrico, mas somente pela
se mantém por certo tempo, aquém ou além de certo valor intervenção humana. O relé de bloqueio é acionado quando a proteção
predeterminado (por exemplo, 810/u (over/under)) ou por uma que atuou foi classificada como impeditiva, daí a necessidade do rearme
preestabelecida taxa de mudança da freqüência. ser cuidadoso, somente ser feito após a investigação do defeito. A
O relé desta função pode ser assim denominado: função do relé de bloqueio pode ser assim apresentada:
7 8lu - relé de subfreqüência, pela IEC 60617 é representado pelo + 86M - relé de bloqueio mecânico
símbolo [I;J. + 86E - relé de bloqueio elétrico
7 81 o - relé de sobrefreqüência, pela IEC 60617 é representado Geralmente o relé de bloqueio, promove a abertura dos disjuntores,
)
pelo símbolo ~. efetua o alarme, sinalização e outras funções. O relé auxiliar 86, quando
energizado opera muito rápido, ou seja, fecha os seus contatos em 1 ciclo
) elétrico (aproximadamente em l 7 ms).
82. Relé de religamento em CC (d-e reclosing relay)
) É um relé temporizado que efetua o religamento do disjuntor em um
circuito de corrente contínua. 87. Relé de proteção diferencial (dif.ferencial protective relay)
É um relé de proteção que funciona por uma percentagem ou ângulo de
83. Relé de transferência automática ou de controle automático seletivo fase ou outra diferença quantitativa de conentes elétricas ou de outras
(automatic selective control, or transfer, relay) grandezas elétricas.
É um relé que promove a transferência automática de uma operação, de Podem ter várias designações:
um comando ou da proteção, ou efetua o controle automático seletivo de ./ 87T - relé diferencial do transformador de 2 ou 3 enrolamentos.
algumas funções pré-estabelecidas. ./ 87G - relé diferencial do gerador síncrono.
) ./ 87GT - relé diferencial do grnpo gerador-transformador.
84. Mecanismo operacional (operating mechanism) ./ 87B - relé diferencial de barras, pode ser de baixa, média ou alta
)
É uma função que designa um completo mecanismo ou servo-mecanismo impedância.
) elétrico, inclusive o motor operacional, os solenóides, as chaves de ./ 87M- relé diferencial de moto-res, pode ser do tipo percentual ou
) posição, etc. para um comutador de derivações, um regulador de tensão, autobalancea<lo.
)
ou qualquer outra peça ou aparelho similar que, de outra forma, não Pela IEC 60617 é representado pelo símbolo [ IdiJ-
possui número de função.
) 88. l\'Iotor auxiliar ou motor gerador (auxiliary motor, or motor
) 85. Relé receptor de onda portadora ou de fio-piloto (carrier, or pilot- generator)
wire, receiver relay) São dispositivos empregados como equipamento auxiliar, tais como
É um relé que é operado ou bloqueado por um sinal de onda portadora bombas, ventiladores, excitadores, amplificadores magnéticos rotativos,
emítido remotamente pelo relé 77 da outra baiTa, no caso de relé com fio- etc ...
piloto o sinal é recebido diretamente pelo circuito elétrico fisico
constituído de um par de condutores. 89. Chave separadora ou chave secionadora (line switch)
)
')

1 1
)
) j
l
Nomenclatura da Proteção
Apêndice A 201
200
desligamento · tem geralmente vanos contatos auxiliares, e após a
É um intem1ptor do tipo chave seccionadora, que só é operável sem operação o mesmo se rearma automaticamente (auto resct) para a sua
carga, utilizada para possibílitar manobras com o objetivo de mudança na posição normal. Este relé é semelhante ao relé 86, com a diferença que o
configuração do sistema elétrico. A operação desta secciorÍadora é
relé 94 se auto rearma e o relé 86 só será rearmado com a intervenção
motorizada com controle local ou remoto.
humana.
90. Dispositivo de regulação (regulation device) 95. Usados para aplicações específicas em instalações individuais, não
É um dispositivo que funciona para regular uma quantidade ou cobertos pelos números antetiores. Por exemplo: A utilização da medida
quantidades, tais como tensão, corrente, força, velocidade, freqüência,
Volts/Hertz, esta provisoriamente saindo da função 24 e esta sendo
temperatura e carga, a um certo valor ou entre cenos limites (geralmente
utilizada como função 95.
próximos) para rnáquinas, linhas de interligação ou outros aparelhos.
Exemplo, a função relé 90 efetua no comutador o controle de mudanças
98. Oscilografia
de Taps do transfom1ador de potência. Dispositivo oscilógrafo, para possibilitar o diagnóstico pós-perturbação
de ocorrência de defe-itos no sistema elétrico. Por exemplo, tem-se o
91. _Relé direcional de tensão (voltage directional reltly) Registrador Digital de Perturbação (RDP).
E um relé que opera quando a tensão, através de um disjuntor abe1to, ou
contactar, excede certo valor em uma dada direção. 101. Chave de transferência
É urna chave seccionadora utilizada especialmente para efetuar as
92. Relé direcional de tensão e potência (voltage and power directional
manobras de transferência, principalmente as de transferência de barras.
relay)
É um relé que permite ou causa a interliga.ção de dois circuitos quando a
diferença de tensão entre eles exceder um dado valor numa
predeterminada direção e faz com que esses dois circuitos sejam
desligados entre si quando o fluxo de potência entre eles exceder um
dado valor na direção oposta.

93. Contacto1· de mudança de campo (fleld changing contactor)


É um contactar que fu~ciona no sentido de incrementar ou diminuir, de
um passo, o valor do campo de excitação numa máquina.

94. Relé de desligamento, ou de disparo livre, ou permissão de


~csligamento (tripping, or trip~free, relay)
E um relé que funciona para provocar o disparo de um disjuntor ou de
um contactor ou equipamento, ou para permitir o seu imediato disparo
por outros dispositivos, ou evitar o imediato re-fechamento de um
interruptor de um circuito se o mesmo deveria abrir automaticamente,
mesmo se seu circuito de fechamento for mantido fechado. O relé de

).
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