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ANÁLISE DE FAl:HAS EM
MATERIAIS UTILIZADOS
NO SETOR ELÉTRICO
SELEÇÃO DE CASOS
/ E 1/.
ANÁLISE DE FALHAS EM
MATERIAIS UTILIZADOS
NO SETOR ELÉTRICO
SELEÇÃO DE CASOS
ORGANIZADOR
EDUARDO TORRES SERRA
ANÁLISE DE FALHAS EM
MATERIAIS UTILIZADOS
NO SETOR ELÉTRICO
SELEÇÃO DE CASOS
Ili
EDITORA INTERCl~NCIA
1
Rio de Janeiro - 2015
{'
Copyright© 2015, by Ed uardo Torres Serra
Direitos Reservados em 2015 por Ed itora lnterciência Ltda.
Diagramação: Maria de Lourdes de Oliveira
Revisão Ortográfica: Lara Alves dos San tos Ferreira de Souza
Maria Helena de Aguiar Huebra
Capa: Marcella Real
A551
Análise de falhas em materiais utilizados no setor elétrico: seleção de casos/
organização Eduardo Torres Serra. - 1.cd. - Rio de Janeiro: lnterciência, 20 15.
544 p.: il.; 24 cm.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85- 7193-371-2
1. Máquinas elétricas. 2. Corrosão e anticorrosivos. 1. Serra, Eduardo T.
(Eduardo Torres), 1948-. li. Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Brasil).
15-22850. CDD: 620.1623
CDU: 621.316.1
www.editorainterciencia.com.br
Doo
Editom lntmiênda Lida.
Rua Verna Magalhães, 66 - Engenho Novo
□
Rio de Janeiro- RJ- 20710-290
Tels.: (21) 2581-9378 / 2241-6916 - Fax: (21) 2501-4760
e-mail: vendas@editorainterciencia.com.br
GLÁUCIO RIGUEIRA
Graduado em Engenharia Metalúrgica e de Ma teriais pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro - UFRJ (2000) e Mestre em Ciê ncias pela Coppe/UFRJ (2010}. É
pesquisador do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Eletrobras - CEPEL) desde
2001, atuando nas áreas de microscopia eletrôn ica de transmissão, a nálise de falhas
e avaliação de integridade estrutural em termelétricas. Coautor e reviso r dos volumes
2 e 3 do livro "Análise de Falhas em Materiais Utilizados em Equipamentos Elétricos"
(CEPEL, 2008). Também é autor de ma is de 70 trabalhos técnicos e 14 artigos científi-
cos, todos na área de Metalurgia voltada para o parque elétrico brasileiro.
área. Trabalha desde 1986 no Ce ntro de Pesquisas de Energia Elétrica - CEPEL, tendo
sido responsável pelo Laboratório de Metalografia.Atua há mais de vinte anos na área
de avaliação de integridade estrutural em plantas termelétricas, tendo sido responsá-
vel pela avaliação das principais plantas térmicas do setor elétrico brasileiro. Coa uto-
ra do primeiro, segundo e terceiro volumes do livro "Análise de Falhas em Materiais
Utilizados em Equipamentos Elétricos" (CEPEL, 2005; CEPEL 2008).
IA lN LE MAY
G1c1duado em Engenharia Mecânica na Universidade de Glasgow (1957), onde t1c1-
balhou como professore conc luiu sua tese de doutorado. Em 1963, tornou-se professor
da Universidade de Sakatchewan no Canadá. Em 1985, deixou a Universidade para for-
mar sua própria empresa, Metallurgical Consulting Services, onde atua até a presente
data como consultor. Coautor do primeiro, segundo e terceiro volumes do livro "Análise
de Falhas em Materiais Utilizados em Equipamentos Elétricos" (CEPEL, 2005; CEPEL,
2008). Membro estrangeiro da Academia Brasi leira de Ciênc ias desde 2007.
LUIZ FELIPPE
Engenheiro Mecânico graduado pela UFSC em 1982 e admitido na Eletrosul (atual
Tractebel Energia) em 1984. Atualmente gerente do Departamento de Engenharia de
Manutenção da Tractebel Energia com 30 anos de experiência em Falhas em Tubos de
Caldeiras e Avaliação de Integridade e extensão de Vida Útil. MBA em Gestão Empre-
sarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 2007, especialização na área de Turbinas
a vapor e ciclo té rmico - C.E.G.8 / NEI Parsons, Newcastle - Inglaterra, 1986 e atu-
almente cursa MBA em Gestão Estratégica de Empresas pela Fundação Dom Cabral
(FDC). Coordenador do Grupo de Trabalho de Manutenção de Usinas Térmicas - GTMT
da Associação Brasileira de Grandes Empresas Geradoras de Energia (ABRAGE} e da
implantação dos programas do EPRI (Electric Power Research lnstitute) na Tractebel
Energia na condição de METT - Mana9er EPR/ Technolo9Y Transfer relacionados ao
aumento de disponibilidade de Caldeir"'dS, de melhoria do ciclo químico da âgua/vapor
das Us inas Ténnicas, de melhoria de confiabilidade de Turbinas/Geradores e BOP, e
de eficiência térmica e redução de emissões; Consultor corporativo na Tractebe l Ener-
gia para a Norma Regulamentadora NR-13 (Caldeiras e Vasos de Pressão}; Integrante
do grupo de Avaliação de Riscos Empresariais, do Comitê de Pesquisa e Desenvolvi-
mento (P&D) ANEEL/Tractcbel Energia e Coordenador da RCM (Reliability Cen trcd
Maintenance) na Engenharia de Manutenção. Professor do curso de Pós-Graduação de
Engenharia de Segurança na UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina}.
A exem plo da ed ição dos três volumes anteriores da série, gostariamos de regis-
trar o nosso agradecimento às Diretorias do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
- CEPEL, que, desde a implantação do Centro, em 1974, apoiaram de forma efetiva os
trabalhos conduzidos nos departamentos envolvidos na análise de falhas em mate-
riais. Além dos autores, muitos deles em pregados de outras empresas dos setores elé-
trico e energético br.isileiro, e cu jos currículos resumidos encontram-se nas p,\ginas
anteriores, a realização dos trabalhos relatados não teria sido possível sem a colabo-
ração competente e dedicada de uma equ ipe de técnicos e administradores do CEPEL.
Aproveitamos para dedicar esta ed ição aos 40 anos de fundação do
CEPEL, completados em janeiro de 2014.
Prefácio
A motivação parn a elaboração deu m livro com uma coletânea de casos de análise
de fa lhas em materiais utilizados em equipamentos elétricos surgiu em 2004, quando
o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - CEPEL - completava 30 anos de fundação
Durante todos esses anos o CEPEL apoiou as concessionárias de energia elétrica no
esclarecimento das causas prováveis de falhas em materiais, ocorridas em seus equ i-
pamentos e instalações. Este trabalho, iniciado no Departamento de Ma leriais criado
em 1975, permanece nos dias de hoje, nos grupos de pesqu isa e desenvolvimento em
corrosão, metalurgia, propriedades elétricas e propriedades mecânicas dos materiais
localizados nos atuais Depa rtamento de Projetos Especiais e Departamento de Labo-
ratórios da Unidade Fundão.
O primeiro volume da série denominada Análise de Falhas em Materiais Utili-
zados em Equipamenws Elétricos, contendo 25 textos selecionados dentre inúmeros
trabalhos realizados para as concessionárias, foi editado em 2005 com o propósito de
ampliar a cultura da disseminação do conhecimento para melhoria da qualidade e da
eficiência dos projetos de engenharia. Tivemos a honra de contar com o prefácio red i-
gido pelo Prof. Dr. Walter A. Mannheimer, professor emérito d1. Universidade Federal
do Rio de Janeiro e responsável pela implantação e coordenação do Departamento
de Materiais do CEPEL desde a sua fundação até 1991. Nele o Prof. Mannheimer, com
muita propriedade, destaca: "um relatório técnico deve ser mais do que um reposi-
tório das tarefas cumpridas e sucessos colhidos: é inútil rememorar o passado, se
dele não aprendemos para o futuro. Além de ser um indicativo do muito já feito, deve
apontar para o muito que ainda há de fazer".
Cientes de que os textos selecionados para o primeiro volume do livro corres-
pondiam a uma parcela reduzida do m1balho de análise de falhas empree ndido pelo
XVI ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
CEPEL e motivados pela receptividade d aquela pub licação, ta nto no âmbito dos pro-
fissionais do se tor e létrico brasileiro qua nto pela comun idade científica e tecnoló-
gica, retomamos a ideia de dar continuidade à divulgação da atividade de análise de
falhas . O segundo e o terceiro vol umes da série fora m publicados respectivamente em
março e setembro de 2008, cada um contendo 22,tcxtos sobre análise de falhas em
materiais, mantendo-se o objetivo, qual seja, de contribuir para a melhoria da quali-
dade dos equipamentos e, também, para a melhoria da confiabilidade dos sistemas de
produção, transmissão e distribuição de energia elétrica. No segundo volume tivemos
o prazer de contar com o prefácio redigido pelo Prof. Dr. Fernando Rizzo, do Departa-
mento de Metalurgia e Ciência dos Materia is da PUC-Rio, q ue ressaltou a importância
d a pub licação tanto para os especialista s d o setor elétrico quanto como leitura suple-
mentar em cursos de análise de falh a s, ensaios, caracterização e seleção de materiais.
O terceiro volume foi prefaciado pe lo Prof. Dr. André Luiz V. da Costa e Silva, professor
associado da Escola de Engenharia Metalúrgica da UFF e Diretor Técnico do Instituto
Brasileiro de Qualidade Nuclear (IBQN) que destacou a importância do rigor metodo-
lógico apresentado nos tex tos, e a sua importância tanto pelo aspecto didático qua nto
pelo valor individual d e cada uma das análises re latad as.
Todos os exemplares dos três volumes da série for-c1m distribuídos para os pro-
fissionais atuantes nas concessionárias brasileiras de energia elétrica, professores
universitários e para as bibliotecas das unive rsid ades com cursos de engenharia me·
talúrgica e de materiais, e de engenharia elétrica, bem como para centros de formação
tecnológica.
Decorridos cerca de seis anos da edição do último vol ume da série verificamos a
exislência de uma dema nda pelos livros, originada de um público que não foi atend i-
d o pelas edições anteriores, tend o em vista que as mesmas tiveram uma d ist ri buição
dirigida e não foram colocadas à disposição do mercado nas livrarias técnicas. Desta
forma, decidimos pela elaboração de uma edição contendo casos representativos de
falhas constantes dos volumes anteriores, acrescidos de textos originais e, desta fe ita,
disponível no mercado para todos os interessados no assunto.
Conforme destacado inicialmente, os textos refletem o conhecimento existente
na época e m que foram redigidos, os recursos laboratoriais existentes e o instrumen·
tal disponível quando da exec ução da análise pericial. É pertinente ressaltar que de·
terminadas análises realizadas nas últimas décadas, se condu zidas nos d ias de hoje,
poderiam ser aprofundadas haja vista a evolução dos recursos e téc nicas experimen-
tais. Entreta nto, consideramos que o maior valor do registro d a análise das falhas
documentadas nos diversos textos é a abordagem dos problemas, a metodologia utili-
zada e a identificação das causas prováveis da ocorrência dos mesmos nas condições
específicas de trabalho dos equipamentos ou das instalações.
PREFÁCIO XV II
Perm itimo-nos encerrar este prefácio com a mesma citação atribuída ao roman-
cista Aldoux Huxley (1894-1963), incluída no primeiro volume da série de Análise de
Falhas em Materiais Utilizados em Equipamentos Elétricos: "Experiência não é o que
aconteceu com você, mas o que você faz com que aconteceu".
Eduardo T Serra
Organizador e Coautor
Julhode20H
Sumário
PREFÁCIO XV
Capítulo 1
DETERMINAÇÃO DAS CAUSAS DA CORROSÃO EM CONDUTORES DE
ALUM ÍNIO (Eduardo T. Serra; Marcelo M. d e Araújo) 1
1.1 Introdução
1.2 Ensa ios Realizados 3
1.3 Resultados
1.3.1 Inspeção Visual das Amostras de Cabo
1.3.2 Contaminação do Pa pel 4
1.3.3 Preservativos na Madeira
1.3.4 Ensaio de Sangramento do Papel
1.3.5 Análise Elementar nas Regiões Corroídas dos
Fios de Alumín io 6
1.3.6 Carac 1erísticas do Revestimento de Zinco da
Alma de Aço dos Condutores
1.3.7 Ensaios Mecânicos nos Fios do Cabo Condu tor
1.4 Discussão 7
1.5 Conclusões 9
Capítulo 2
CORROSÃO EM CONDENSADORES DE UMA USINA TERMELÉTRICA (Edt,ardo
T. Serra; Marcelo M. de Araújo) 11
2.1 Introdução 11
XX ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IAIS UTILIZADOS
Capitulo 3
FALHA PREMATURA EM ESQUEMA DE PINTURA. A PLICADO EM AÇO
GA LVANIZADO OBTIDO PELO PROCESSO CONTÍNUO DE ZINCAGEM POR
IM ERSÃO A QUENTE (Eduardo T. Serra; Femando de L. Fraga ta; Marcelo M.
de Araujo) 23
3. 1 Introdução 23
3.2 Metodologia 24
3.2.1 lnfonnações Preliminares 25
3.2.2 Resultados da Inspeção recnica Realizada no Local 26
3.2.3 Ma teriais Coletados pm-a Ensaios em Laboratório 27
3.2.4 Ensaios Realizados em Labor.itório 28
3.3 Discussão 31
3.4 Conclusões 33
3.5 Referências 33
Capít ulo 4
FRATURAS EM PA RAFUSOS DE DURA LUMÍNIO (Eduardo T. Serra; Mauro Z.
Sebrão; Marcelo M. De Araújo) 35
4.1 Introdução 35
4.2 Ensa ios Realizados 35
4.3 Resultados 36
4.3.1 Inspeção Visual 36
4.3.2 Análise Qu ímica 38
4.3.3 Propriedades Mecânicas 39
4.3.4 Aná lise Microscópica 41
4.4 Discussão 48
4.5 Conclusões 50
SUMÁRIO )()(1
Capítulos
Capítulo 6
6.1 Introdução 71
6.2 Ensa ios Realizados 74
6.3 Resultados 74
6.3.1 Aglomerado 74
6.3.2 Cordoalhas 75
6.4 Discussão 78
6.5 Conclusões 79
Capítulo 7
7.3.3 Espessura 86
7.3.4 Uniformidade 86
7.3.S Aná lise Micrográfica 87
7.3.6 Agressividade do Solo 90
7 .4 Discussão 92
7 .5 Conclusões 95
Capitulo 8
CORROSÃO EM SISTEMA DE D ISTRIBU IÇÃO DE ÁGUA DE USINA DE
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA (Eduardo T. Serra; Marcelo M. de
Araújo) 97
8.1 Introdução 97
8.2 EnsZtios Realizados 98
8.3 Resultados 98
8.3.1 Inspeção em Campo 98
8.3.2 Inspeções Visuais do Interior da Tubulação 100
8.3.3 Análise Qu ímica da Água 101
8.3.4 Análise Química da Tubulação 102
8.35 Aná lise dos Produtos de Corrosão 103
8.3.6 Aná lise Metalográfica 103
8.3.7 Determinação de Tax.1.s de Corrosão 1 06
8.4 Discussão 109
8.5 Conclusões 112
8.6 Referências 113
Capítulo 9
ANÁLISE DE FALHA EM TUBOS DE TROCADORES DE CALOR EM SISTEMAS
DE REFRIGERAÇÃO DE TURB INAS HID RÁULICAS (Eduardo T. Serra; Mauro Z.
Sebrâo) 115
9.1 Introdução 11 5
9.2 Ensaios Realizados 11 6
9.3 Resultados 116
9.3.1 Aná!isedaÁgua 116
9.3.2 Inspeção Visual 117
9.3.3 Aná lise Qu ímica 119
9.3.4 Análise Metalográfica 120
9.4 Discussão 12 1
SUMÁRIO XXIII
Capítulo 10
ANÁLISE DE FALHAS EM TUBOS DE CONDENSADORES DE USINA DE
GERAÇÃO TERMONUCLEAR (Edt1ardo T. Serra) 125
10.1 Introdução 125
10.2 Ensaios Realizados 126
10.3 Resultados 126
10.3.1 Inspeção Visual 126
10.3.2 Análise Química dos Tubos 129
10.3.3 Análise dos Produtos de Corrosão 129
10.3.4 Análise Metalográfica 129
10.4 Discussão 133
10.5 Conclusões 136
10.6 Referências 137
Capítulo 11
CORROSÃO PREMATURA EM TRANSFORMADORES DE DISTR IBUIÇÃO -
ANÁLISE DO ESQUEMA DE PINTURA (Fernando de L. Fragata) 139
11. 1 Introdução 139
11.2 Ensaios Realizados 140
11.3 Resultados 140
11.3.1 lnfonnações Preliminares 140
11.3.2 lnspeçãodosTransformadores 141
11.3.3 Identificação dos Componentes Básicos das Tin tas 144
11.3.4 Inspeção do Substrato Metálico 144
11.3.5 Análise do Revestimento por Pintura nos Pontos em que Houve
Escorrimento de Liquido 145
11.3.6 Análise Quant itativa do Revestimento por Pintura quanto à Retenção
de Solventes 145
11.3.7 Identificação dos Solventes Retidos no Revestimento 146
11.3.8 Resistência do Revestimento à Água 146
11.4 Discussão 147
11.5 Conclusões 149
11.6 Referências 149
XXIV ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Capitulo 12
ANÁLISE DE FALHA EM COMPONENTES DE CHAVE SECC IONADORA DE
550 kV I.Maurfcio B. Lisboa) 151
12.1 lntroducão 15 1
12.2 Ensa ios Reali zados 153
12.3 Resultados 154
12.3.1 lnspecao Visual 154
12.3.2 Análise Química 155
12.3.3 Ensaio de Dureza 155
12.3.4 EnsaiodeTração 156
12.3.5 Análise Metalográfica 157
12.3.6 Análise Fratogr.ifica 159
12.4 Discussão 161
12.5 Conclusões 162
12.6 Referê ncias 163
Capitulo 13
FALHA EM PALHETA DE TURBINA A VAPOR DE USINA TERMELÉTRICA
(Heloísa C. Furtado) 165
13.1 Introdução 165
13.2 Ensaios Realizados 166
13.3 Resultados Obtidos e Discussão 166
13.3.1 Inspeção Visual da Turbina 166
13.3.2 Inspeção Visual da Palheta Fraturada 168
13.3.3 Inspeção Visual das Palhetas Trincadas 169
13.3.4 Aná lise da Superfície de Fratura das Palhetas Trincadas 171
13.3.5 Análise Química das Palhetas Trincadas 176
13.3.6 Ensaio de Dureza nas Palhetas Trincadas 176
13.3.7 Análise Mctalográfica das Palhetas Trincadas 177
13.4 Conclusões 177
Capítulo 14
ANÁLISE DE FALHAS EM TROCA DORES DE CA LOR EM LIGAS CUPRONÍQUEL
90· 10 CAUSADAS POR CORROSÃO SOB DEPÓSITO (Eduardo T. Serra;
Antônio Alves de Araújo; Carlos Roberto S. Musso1) 179
14.1 Introdução 179
14.2 Ensaios Realizados 180
SUMÁRIO XXV
Capitulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
17.1 Introdução 2 19
17 .2 Ensaios Realizados 22 1
17 .3 Resultados Obtidos 222
17.3.1 ExameVisual 222
17.3.2 Análise Qu ímica 223
17.3.3 Dureza 225
17.3.4 EnsaiodeTração 225
17.3.5 Análise Micrográfica 228
17.3.6 Análise Fratográfica 230
17.4 Discussão 23 1
17.5 Conclusões 232
17.6 Referências 232
Capítulo 18
Capítulo 19
ANÁLISE DE FALHA EM TUBOS DO DOWNCOMERS DA CALDEIRA DE UMA
USINA TERMELÊTRICA (Jfeloisa Cunha Furtado: Maurício Barreto Lisboa:
Gláucio Rigueira; Luiz Felippe) 243
19.1 Introdução 243
19.2 Ensaios Realizados 245
19.3 Resultados Obtidos 245
19.3.1 Exame Visual 245
19.3.2 Análise por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) 252
19.3.3 An,ílise por Microscopia Ótica 254
19.3.4 Dureza 256
19.4 Discussão 256
19.5 Conclusões 257
19.6 Referências 257
Capitulo 20
ANÁLISE DE FALH A EM CABO PARA-RAIOS DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO
(Fernanda Figueiredo M. dos Santos; Maurício B. Lisboa) 259
20. 1 Introdução 259
20.2 Ensaios Realizados 259
20.3 Resultados Obtidos 260
20.3.1 Exame Visual 260
20.3.2 Análise Química 261
20.3.3 Dureza 261
20.3.4 Ensaio de Tração 262
20.3.5 Análise Micrográfica 262
20.3.6 Análise Fr.itogr-dfica 264
20.3.7 Caracterização Do Revestimento 266
20.4 Discussão 267
20.5 Conclusões 268
20.6 Referências 269
Capitulo 21
ANÁLISE PERICIAL DE PINOS DE ISOLADORES (Eduardo T. Serra; Mauro Z.
Sebrão) 271
2 1.1 Introdução 27 1
2 1.2 Ensaios Realizados 27 1
XXVIII ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTILIZADOS
Capitulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
ANÁLISE DE FALHA POR CORROSÃO EM TUBOS DE TROCADOR DE
CALOR (Heloisa Cunha Furtado; Eduardo T. Serra; Luiz Otávio De Barros
Correa) 305
Capítulo 25
FALHAS EM SOLDAS DE MATERIAIS DISSIMILARES EM SUPERAQUECEDOR E
REAQUECEDOR DE UMA CALDEIRA DE USINA TERMELÉTRICA (He/oisa Cunha
Furtado; la in Le May) 3 17
25.1 Introdução 317
25.2 Ensaios Realizados 3 18
25.3 Resultados Obtidos 3 18
25.3.1 Su peraq uecedor 318
25.3.2 Reaquecedor 321
25.4 Discussão 322
25.5 Conclusões 323
25.6 Referências 323
Capitulo 26
SOBREAQUECIMENTO EM LUVA DE EMENDA PARA CABOS DE UNHA DE
TRANSMISSÃO (Márcio Antônio Sens) 325
26.1 Introdução 325
26.2 Ensaios Realizados 326
26.3 Resultados Obtidos 326
26.3.1 Exame Visual 326
XXX ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Capítulo 27
Capítulo 28
ANÁLISE DE FALH A EM REATOR DE UMA SUBESTAÇÃO DE ENERG IA ELÉTRICA
(Maurício B. Lisboa; Wagner Ferreira Lima; Roberta Martins Santana; Heloísa
Cunha Furtado; Gfáucio Rigueira) 347
Capítulo 29
Resumo 36 1
29.1 Introdução 362
29.2 Ensaios Realizados 362
29.3 Resultados Obtidos 363
29.3.1 Exame Visual 363
29.3.2 Análise Quimka 364
29.3.3 Análise por Difração de Raios X 365
29.3.4 Ensaios de Tração 365
29.3.5 Ensaio de Dureza 366
29.3.6 Análise Micrográfica 367
29.3.7 Análise Fratogrdfica 369
29.4 Discussão 370
29.5 Conclusões 371
29.6 Referências 372
Capitulo30
Capítulo31
ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE FALHAS EM MOLAS DE BOMBAS INJETORAS
DE COMBUSTÍVEL DE MOTORES DE GERAÇÃO TERMELÉTRICA (Maurício
Barreto Lisboa; Gláucio Rigueira; Bruno Reis Cardoso; Heloisa Cunha
Furtado) 391
31.1 Introdução 39 1
3 1.2 Ensaios Realizados 392
3 1.3. Resultados Obtidos 393
31.3.1 Análise Dimensional 393
31.3.2 Análise Fr.itogrâfica 394
31.3.3. Análise Química 399
31.3.4 Ensaio de Dureza 400
31.3.5 Análise Metalogrâfica 401
31.3.6 Análise dos Esforços Mecânicos 402
3 1.4 Discussão 408
31.5 Conclusões 409
3 1.5 Referências 409
Capítulo 32
ANÁLISE DE FALHA DE GRAMPO DE SUSPENSÃO DE UNHA DE TRANSMISSÃO
(Maurício Barreto Lisboa) 411
32.1 Introdução 411
32.2 Ensaios Realizados 412
32.3 Resultados Obtidos 413
32.3.1 Análise Visual e Fratográfica 413
32.3.2 Análise Química 416
32.3.3 Dureza 418
32.3.4 Líquido Penetrante 418
32.3.5 Ensaios Mecânicos 419
32.3.6 Análise Metalográfica 420
32.3.7 Corrosão 422
32.4 Discussão 427
32.5 Conclusões 430
32.6 Referências 431
SUMÁRIO XXXI II
Capítulo 33
ANÁLISE DE FALHA EM ISOLADOR DE V IDRO DE UMA CADEIA DE
ISOLADORES (Wagner Ferreira Lima; Mauricio Barreto Lisboa; Eduardo T.
Serra) 433
33.1 Introdução 433
33.2 Ensaios Realizados 437
33.3 Resultados Obtidos 438
33.3.1 Inspeção Visual e Análise no Estereoscópio 438
33.3 .2 Microscopia Óptica 442
33.3.3 Microdureza 446
33.3.4 Microscopia Eletrônica d e Varredura e Análise por Dispersão de
Energia de Raios X (EDS) 447
33.3.5 Análise Química 450
33.3 .6 Difração por Raios X 451
33.4 Discussão 452
33.5 Conclu sões 458
33.6 Referências 458
Capít ulo 34
ANÁLISE DE FALHA NO COLETOR DE SAÍDA DO SUPERAOUECEDOR
PRIMÁRIO DA CALDEIRA DE UMA US INA TERMELÉTRICA (Maurício Barreto
Lisboa; He/oisa Cunha Furtado; Josélio Sena Buarque; Bruno Reis
Cardoso) 461
34.1 Introdução 46 1
34.2 Ensaios Realizados 463
34.3 Resultados dos Ensaios 464
34.3 .1 Ensaios Realizados em Campo 464
34.3.2 Ensaios Realizados no Laboratório 469
34.4 Discussão 478
34.5 Conclusões 483
34.6 Referências 483
Capitulo 35
ANÁLISE DO DESGASTE EM ACESSÓRIOS DE PARA-RAIOS DE LINHA DE
TRANSM ISSÃO (Mauricio Barreto Lisboa; Márcio Antônio Sens; Leonardo dos
Santos Reis Vieira) 485
35. 1 Introdução 485
XXXIV ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Eduardo T. Serra
Marcelo M. de Araújo
Foi soli citada por uma Concessionária de e nergia elétrica uma avaliação
das causas da corrosão observada em condutores de alumínio que se encon-
travam enrolados em bobinas e armazenados em um dos almoxarifados da
empresa, localizado na região su l do país.
Para a condução do estudo procedeu-se a uma visita ao local de armaze-
nagem das bobinas visando à documentação fotogrMica das condi ções locais
e à coleta de amostras para ensaios laboratoria is.
Dentre as observações feitas podem-se destacar as seguintes:
Algumas bobinas encontravam-se em avançado estado de apodreci-
mento, inclusive dificultando o manuseio das mesmas (figura 1.1).
As bobinas apresentavam grande retenção de {igua, apesar do bom
tempo no dia da visita e das informações de que não chovia na re-
gião há pelo menos dois dias.
A corrosão dos condutores era mais intensa no contato do cabo com
as laterais da bobina, sendo que também havia pontos de corrosão
em algumas regiões de contato do cabo com o papel da emba lagem.
2 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
1 678 Sã Madeira
8S9 Sã Cabo
1 363 Sã Cabo
1.3 RESULTADOS
Nas regiões onde se observava corrosão, o ataque era profundo com re-
dução da seção reta do fio de alumínio. Em alguns loca is a redução de diâ-
metro do fio de alumínio era da ordem de 10 %, sempre acompanhada de
aderência do papel sobre a superfície metálica.
Os fios de aço galvanizado da alma dos condutores apresentavam sinais de
corrosão branca, sendo esta mais intensa nos cabos provenientes das bobinas
apodrecidas. A figura 1.3 mostra o aspecto típico dos fios de aço galvanizado das
bobinas nllli 1 635 e 859, respectivamente, com e sem sinais de apodrecimento.
ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
ASTM B-498
Bobina n<> Corpos de prova Massa de Zn (g/m 2)
(classe B) (g Zn/m 2)
CPI 686
CP3 528
518 (mínimo)
CPI 660
1 635 CP2 805
CP3 707
1.4 DISCUSSÃO
Eduardo T. Serra
Marcelo M. d e A ra újo
2.1 INTRODUÇÃO
2.3 RESULTADOS
e" Zn AI As Fe Pb Sn Sb
78.5 19. 4 1.9 0.06 0.02 0,03 0.0 1 0.00 1
76.4 2 1.6 1.8 0.05 0,05 0 .02 0.03 <0,00 1
78.8 19.6 1.6 0.03 0.03 0.03 0.03 0.003
77 .6 20.0 2.3 0.02 0,03 0.03 0.02 <0,00 1
ASTM
76-79 Sa l 1.8-2,5 0.02-0,1 0.06 máx 0.06 máx .
B 111 (•)
A
Figura 2.5 Metalografia dos tubos provenientes das unidades 3 e 4 (amostra 1):
a) estrutura metalogrâlica com presença de segunda fase, 750 X:
b) corrosão intergranular a partir da superfície interna, 150 X.
16 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Figura 2.8 Microscopia elet rônica de varredura dos tubos provenientes das unidades
3 e 4 (amostra 1): a) superfície interna com pontos de corrosão localizada:
b) mapeamento do e lemento zinco na região
Figura 2.9 Ampliação dc1 área mostrada na fi gurn 2.8a. fora da região de corr osõo
localizada. com corrosão preferencial nos contornos de grão.
2.4 DISCUSSÃO
As falhas por corrosão loca lizada perfurante observadas nos tubos dos
co nde nsadores das unidades 3 e 4 da usina decorreram de deficiências mi-
croestrutura is dos tubos, evidenciadas pela heterogeneidade dos grãos e pela
presença de uma segunda fase nos contornos.
As deficiências foram agravadas por condições adversas do meio (forma-
ção de depósitos por estagnação da água de refrigeração e pela presença de
íons cloreto).
Nos tubos dos conde nsadores das unidades 1 e 2, bem como das unida-
des 3 e 4, que apresentam uma estrutura metalog ráfica monofásica com gra-
nulometria homogênea, observou-se um fenômeno de corrosão localizada por
pites, ainda de pequena extensão, devido ao acúmulo de depós itos no interior
dos tubos e às características do meio agress ivo .
A presença de arsênio na composição latão-alumínio utilizado na fabrica-
ção dos tubos não é capaz de inibir o processo de corrosão seletiva do zinco no
material com presença de segunda fase nos contornos de grão.
Capítulo 3
Eduardo T. Serra
Fern ando de L. Fragata
Marcelo M. d e Araujo
3.1 INTRODUÇÃO
sobre os equipam entos que es tavam no interior da casa de força, deco rrente
do processo de corrosão, que culminou com a perfuração das chapas em algu-
mas regiões.
Na figura 3.1 mostra-se uma vista parcial da cobertura metálica apre-
sentando corrosão do aço (ferrugem). Logo, verifica-se que o revestimento de
zinco foi, prati camente, todo consumido no processo, mostrando assim que,
sob o revestimento, ocorreu um severo processo de corrosão.
3.2 METODOLOGIA
Figura 3.3 Uma outra região da cobertura que apresentava severo processo de
corrosão. Na área circu lar, o revestimento apresentava-se totalmente empolado.
Espessura (µ m)
Camada de wash-primer
Presença de fosfato
IV Zn. P Óxido e hidróxido de zinco
(ver nota)
Nota: 1,m foce do presenço de fosforo nesw omoscro. o mesmo emioio foi rea/iwdo numo ourro região do
chopogo/vo11iwdosempi11curoeíse11todeproduwsbro11ros.Oresultodoobiidofoi11egolivo,ousejo,estovo
ise1110 de fosfato. Isto indico que os produtos broncos, existentes 110 região e~edfiro de onde foi retirado o
omoscro IV.foram decorremesde rontoW eventual oo de respill!JOS do produto desengordurante, que cominho
ácidofosfárlco,duronceoprocessodepincuro
Capítul o 3 • Falha Prematura em Esquema de Pintura, Aplicado... 31
3.3 DISCUSSÃO
Com relação aos produtos utilizados na aplica ção do esquema de pintu-
ra, aquele que mais chamou a atenção durante a realização dos ensaios foi o
desengordurante utilizado na etapa de preparação de superfície. Através da
aná li se química veríficou-se que o mesmo não possuía qualquer sim ilaridade
com aquele que havia sido inicialmente especificado. Na realidade, tratam-se
de produtos totalmente distintos e com características de aplicação comple-
tamente diferentes.
O desengordurante especificado foi um diluente comercial que, de acor-
do com as informações de seu fabricante, é constituído de uma mistura de
hidrocarbonetos aromáticos e a lifáticos. Entretanto, o produto aplicado era
à base de ácido fosfórico, o que exigiria, após a sua aplicação, uma lavagem
da superfície com água desmineralizada para a remoção dos resíduos quími-
cos deixados sobre a mesma. Tal procedimento não foi feito, pois a aplicação
seguiu a mesma metodo logia do desengorduramento por meio de solventes.
Com re lação às falhas prematuras observa das no revestim ento por
pintura, as espessas camadas de produtos de corrosão e a severidade do
processo, sob o mesmo, fazem crer que algum agente químico agressivo tenha
contribuído para que e las oco rresse m num tempo de exposição relativamente
curto.
Mesmo reconhecendo-se que a espessura especificada do revestimento
por pintura não era adequada para as condições de serviço, o fato é que isto
não seria suficiente para explicar o severo processo prematuro de corrosão.
Pela anál ise dos produtos de corrosão corresponde ntes às amostras 1, li e Ili
(tabe la 3.2 ), constata-se que todos eles possuíam a presença de fosfato. Em
princípio, ela poderia ser atribuída à tinta wash-primer que, como se sabe,
possui ácido fosfórico em sua composição. Entretanto, a quantidade deste
na tinta é bastante baixa (cerca de 4 %) e, além disso, ele é consumido na
reação com o revestimento de zinco do aço galvanizado e, portanto, também
não se ria suficiente para explicar o ocorrido. Deve-se ressaltar também que
o wash-primer é uma tinta con di cionadora de aderência bastante conhecida
e não há citações em que ele tenha contribuído para a ocorrência de falhas
semelhantes àquelas em questão.
Em face do exposto, verifica-se que a fonte que deu origem ao apareci-
mento de fosfato nos produtos de corrosão foi o produto desengordurante
utilizado na etapa de preparação de superfície. Isto fica ainda mais claro pela
análise dos produtos de corrosão da amostra IV. Como explicado anterior-
32 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Com base no que foi exposto, verifica-se que, na rea lidad e, a utilização
inadequada do produ to químico ácido, utili zado como desengorduran te, foi
a razão básica das falhas observadas. Convém ressaltar ainda que, embora
não tivesse si do a causa das mesmas, a espessura baixa do esquema de
pintura, certamente, contribuiu de alguma forma para acelerar o processo
Capítulo 3 • Falha Prematura em Esquema de Pintura, Aplicado... 33
3.4 CONCLUSÕES
3.5 REFERÊNCIAS
Fraturas em Parafusos de
Duralumínio
Eduardo T. Serra
Mauro Z. Sebrão
Marcelo M. de Araújo
4.1 INTRODUÇÃO
O trabalho foi conduzi do com o objetivo de identificar as causas prováveis
das fraturas observadas em parafusos de dura lumí ni o utilizados em conecto-
res elétricos de subestações de energia elétrica. De acordo com o usuário os
parafusos rompiam tanto no aperto do co nector como decorrido algum tempo
da sua insta lação. Ainda de acordo com o usuário os parafusos eram monta-
dos com o torque recomendado pelo fabricante (3 kg- m).
Conforme informação do fornecedor dos conectores, os parafusos são fa-
bricados com a liga AA 2024 e tratamento térmico de solubilização e precipita-
ção natural (T4). As porcas são fabricadas tanto na liga AA 2014 como na liga
AA 6061 com tratamento de solubilização e precipitação artificial. No presente
caso o usuário solicitou fornecimento de parafusos e porcas na liga AA 2014.
4.3 RESULTADOS
Figura 4.3 Aspecto típico da fratura d útil observada na rosca dos parafusos, 6 X.
Local Cu SI Fe Mo Mg e, lo
A lmox. 0.02 1.12 0,26 0,32 0,73 0.003 0.02
~ SEI 0.02 1.06 0,27 0,27 0,71 0.003 0.02
'1:ê SE2 0,02 1.10 0,29 0.29 0,74 0.003 0.02
ê
I'.
SEI
SE2
0.01
0.01
1,00
1.04
0,31
0,25
0.27
0.26
0,74
0,77
0,004
0.004
0.02
0.02
AA 2014 3,8-----4,9 0.5milx. 0.5 mclx. 0.3-0,9 1.2-1.8 0,1 mclx. 0.25máx.
Capítulo 4 • Fraturas em Parafusos de Duralumínio 39
5E1 64
-§ SE2 66
~
SE3 61
]
Porca 36
Parafusos curtos - lote 1 22
5 Parafusos longos - lote 1 44
E
a: Parafusos longos - lote 2 31
AA 2014 T4 69-83
40 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Tensão (kg/mm 2)
Torque (kg, m)
Parafuso curto Parafuso longo
'·'
2.6
17.3
19,2 19, 1
3,0 20. 5 21.5
3.2 21.0 23.5
3,4 21,2 24.5
3.6 ro mpeu 24,7
3.8 25 .0
4.0 romp eu
Microdureza (HV2.J
D(mm)
Linha 1- 1 Unha 2-2 Linha 3-3 Li nha 4-4
12.0 46,8
ç., _ __ _
.....,, -MMC
4.4 DISCUSSÃO
A/do C. Outra
Eduardo T. Serra
Marcelo M. d e Araúj o
5 .1 INTRODUÇÃO
Potencial M vs Cu/CuSO 4
UHE Tomada d·água Vertedora
UHE
Determinação
Curuá-Una Moxotó
pH 5.0 7,5
Resistividade (O.cm) 56000 18000
Mg 2• (mg/L) 0. 4 1,7
sO~ 2- (mg/U , 1 12
5.3.4. 1. 1 Turbin a
Foram examinadas todas as superfícies em contato com a água, tanto das
partes móveis como das estáticas, incluindo vertedores, condutos e compo-
nentes da turbina. A observação da turbina e dos dutos foi extremamente fa-
cilitada devido à turbina e as pa lhetas do distribuidor terem sido removidas
para reparo. A figura 5.3 apresenta a turbina removida para manutenção, na
qual não foram verificados danos no rotor; erosão jun to aos bordos das ca-
vidades existe ntes na estrutura (figura 5.4), alguns pontos com erosão por
cavitação na região de variação do ângulo das pás (figura 5.5) e nos bordos
su periores destas (figura 5.6).
As pás móveis do rotor foram recuperadas por soldagem com eletrodo de
aço inoxidável austenítico 316L.
5.3.4.2. 1 Turbina
Ao contrário da situação encontrada na UHE Curuá-Una a turbina encon-
trava-se montada, o que dificultou em parte as observações. Não foram ob-
servad os danos significativos no rotor, e os ligeiros danos po r cavitação eram
visíveis apenas junto aos bordos dos orifícios para os parafusos e na região de
mudança de ângulo das pás. Estas, por sua vez, possuem uma aba lateral, fa-
bricada em aço inoxidável austenítico, situada na região próxima à parede do
canal de descarga, e que tem a finalidad e de evita r a cavitação. As á reas com
cavitação situavam-se na aba e na raiz das pás. As figuras 5.12 e 5.13 ilustram
estes locais já submetidos ao processo de recuperação com solda de aço ino-
xidável austenítico. Na parte superior do bordo das pás móveis identificou-se,
pelo tato, uma pequena região com cavitação semelhante à observada na UHE
Curuá-Una, mas de menor intensidad e.
Figura 5.13 Área com cavitaçào na raiz da pá do rotor da turbina da UHE Moxoló.
5.3.4.2.2 Dutos
O anel de descarga apresentava regiões isoladas com cavitação nas áreas
de variação do ângulo das pás da turbina. Estas regiões es tavam regularmen-
te espaçadas e eram de intensidade muito baixa quando comparadas com o
observado na UHE Curuá-Una. As regiões com cavitação são recuperadas com
solda de aço inoxidável austenítico. As palhetas do distribuidor não apresen-
tavam problemas de corrosão, cavi tação ou erosão.
5.3.4.2.3 Comportas
No vertedor observou-se deterioração na pintura das comportas stop-log
apenas nas regiões onde ocorria empoçamento de água. As comportas nunca
foram repintadas, e pelo tempo de operação o sistema está se mostrando efi-
ciente, salvo onde há acúmulo e retenção de água. Ao contrário do observado
na UHE Curuá-Una não foi sentido, junto ao ve rtedor, o odo r característico da
presença de H2 S mesmo com várias comportas abertas e com alta t urbulência.
Os equipam entos próximos ao vertedor não apresentavam sinais de degrada-
ção do sistema de pintura nem de corrosão.
64 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
5.4 DISCUSSÃO
A região amazônica é sabidamente muito extensa, abrangendo vários
estados brasileiros e regiões do Equador, da Bolívia, do Peru, da Venezuela,
da Colômbia e das três Guianas, entretanto, o seu potencial energético só co-
meçou a ser efetivamente explorado recentemente. Poucas usinas hidrelé-
tricas encontram-se em operação nesta região, mais várias outras, de porte
bem superio1; já se encontram em estudo. A escassez de informações sobre o
comportamento de reservatórios, em que uma densa vegetação foi submersa
durante seu enchimento, tem acarretado preocupações a respeito dos efei-
tos econômicos e ecológicos que poderão advir da construção de usinas com
grandes reservatórios naquela região.
Paival 1 l menciona um estudo realizado na Usina de Brokopondo, no Su-
riname, onde a região do reservatório era originalmente ocupada por uma
densa floresta equatorial, que não foi desmatada, e mostrou nos anos seguin-
tes à formação do seu lago problemas de mo rtandade de peixes, crescimento
de grandes colônias de macrófitas flutuantes, evolução de H2 S no vertedor,
dentre outros.
Na UHE Curuá-Una, apesar de não existirem muitos dados anteriores à
construção, têm sido realizados trabalhos de acompanhamento das caracte-
rísticas da represa.
Capítul o 5 • Estudo Com pa rati vo de Corrosão pela Ação da Água... 65
Sobre out ras UHE já instaladas na Amazôn ia, como as de Coa racy Nunes
(Paredão) no Amapá e Rio Casca, em Mato Grosso, pouca informação foi obtida.
En tretanto, sabe-se que, antevendo-se os problemas já citad os, a bacia de
acumulação da UHE Coaracy Nunes foi desmatada em 50 % da sua extensão.m
No presente t raba lho aborda-se a infl uência que a água das represas des-
matada e não desmatada poderia ter nos danos por corrosão, erosão porca-
vitação e, consequenteme nte, nos cus tos de man utenção das UHE. Não foram
considerados os efeitos ecológicos, embora os mesmos não possam ser igno-
rados em uma avaliação global, dadas as consequências para o equilíbrio dos
ecoss iste mas.
Os resu ltados das aná lises das águas recolhidas nos do is reservatórios
(tabe la 5.4) evidencia m clara mente a diferença na qualidade das mesmas. O
pH da água da UHE Curuá- Una é ligei ra mente ácido o que é uma característica
das águas claras da regiãoamazônica Pl Já o pH da água da UHE Moxotó varia
de neutro a ligeiramen te alcalino. Os teores de Ca 2 • e Mg 2 • , como em quase
toda a Amazônia,P,4 J são muito baixos na UHE Curuá-Una, indicando uma água
extremame nte "mole': confirmado pela baixa dureza total. Na UH E Moxotó os
teores de sais dissolvidos e d ureza são bem superiores, indicando uma água
de "média dureza''. O teor de sí lica é semelha nte em ambos os reservatórios,
enquanto o de cloreto é muito baixo nos dois reservatórios e o de sulfato é
maior na UHE Moxotó. A alcalinidade tota l na UHE Moxotó é superior à da
UHE Curuá-uma, o que era esperado, devido ao maior pH da água, e a acidez
total encontrada na amostra retirada na UHE Moxotó era nula.
Excetuando-se o baixo teor de oxigênio e a evolução de H2 S, a água do
reservatório da UHE Curuá-Una tem características bem semelhantes às dos
rios da região. Cabe lembrar que na Amazônia é freq u entemente mencionada
a presença de ácidos húmicos e fúlvicos em rios e igarapés. A ação destes
ácidos na fa una subaquática tem si do relatada,(51 pode ndo-se também
esperar alguma infl uência no processo de corrosão. Os baixos teores de sais
dissolvid os, particularmente de cálcio e magnésio, encontrados na água da
UHE Curu{i -Una, fazem com que ela seja muito agressiva aos metais. Em meios
aerados, com pH próximo à neutralidade, a reação catódica do processo de
co rrosão é predominantemente a representada pela equação 5.1.
(Eq. 5.1)
66 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
....... __
--- ..... t, •
Corm<3n
li ... - ... i(.c::~
.'·'
Figura 5. 14 Faixa de variação do potencial eletroquímico e do pH da água sobre o
Diagrama de Pourbaix.
5.5 CONCLUSÕES
Em face do que foi dado observar ín loco e nos ensaios realizados em
campo e em laboratório, chega-se às seguintes conclusões:
A água do reservatório da UHE Curuá-Una é mais agressiva do que a
água do reservatório da UHE Moxotó devido à menor concentração
de sais dissolvidos e ao seu cará ter ácido.
Capítul o 5 • Estudo Comparativo de Corrosão pela Ação da Água... 69
Eduardo T. Serra
Marcelo M. de Araújo
Foi solicitada por uma concessionária de energia elétrica uma análise pe-
ricial de cordoa\has de aço galvanizado com corrosão, que se encontravam
armazenadas em dois almoxarifados da empresa. As cordoalhas, de diferentes
diâmetros, são utilizadas em cabos para- raios e em estais de torres de trans-
missão.
Segundo as informações disponíveis, as cordoa lhas encontrav-.:1m-se emba-
ladas em bobinas estocadas a céu aberto por períodos que variav.:1m de seis a
12 meses. A inspeção de recebimento das bobinas é feita nas instalações do for-
necedm~ e uma vez aceita, a bobi na somente é aberta na data da sua utilização.
Os almoxarifados da Concessionária, doravante identificados por Almo-
xarifado I e Almoxarifado li, foram visitados com o objetivo de verificação das
condições de armazenagem e de coleta de amostras para ensaios laborato-
riais.
Dentre as observações feitas durante as visitas podem ser destacadas as
seguintes:
O Almoxarifado I está localizado em uma região de atmosfera ur-
bana, eventualmente sujeita à presença de poluentes industriais
72 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
A
Figura 6. 1 Vista das bobinas armazenadas ao tem po: a) Almoxarifado 1: b)
Alm oxa rifado li.
Na época das ocorrências. a usina termelétrica encon trava-se inoperante. não ha-
vendo, portanto. queima de combustível e em anações de com postos agressivos
para a atm osfera.
Capítulo 6 • Análise Pericial de Cordoolhas de Aço Galvanizado... 73
Figura 6.3 Bobina selecionada para abertura na data da visita de ca mfX): a) parte
inferior da bobina voltada para cima: b) detalhe da em balagem sob re a cordoalha.
74 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Figu ra 6.4 Aspecto da primeira c,imada da bob ina: a) resíduos de papel aderido e
corrosc"i o branca: b) corrosão bmnca e ac úmulo de água.
6 .3 RESULTADOS
6.3.1 Aglomerado
juta) efetuou-se uma extração em meio aquoso das amos tras disponíveis (co-
letada em campo e fornecida pelo fabricante) com posterior análise do teor
de cloretos e sulfatos e determinação da condutividade. Os resultados obtidos
co nstam da tabela 6.1, na qua l também foi incluída a determinação do teor de
umidade em ambas as amostras.
Amostra
Ensaio Fornecida p elo
Coleta e m campo
fabri ca nte
6.3.2 Cordoalhas
f igura 6.5 Inspeção visual das cordoalhas: a) aspecto típico de amostra removida de
bobina armazenada no Almoxarifado 1: b) idem. no almoxarifado li. comparando-a com
uma amostra sem oxidação do zinco.
150002 403
e
Figura 6.6 Microscopia ótica de amostras removidas da lx>bina 134027 (Almoxarifado
1) , 320
X: a} sem ataq ue: b) ataque parcial da ca mada de zinco puro: e) ataque total da
camada de zinco puro.
e
Figura 6.7 Microscopia ótica de amostras removidas da bobina 150 002
(Almoxarifado lll. 320 X: a) sem ataque : b) ataque parcial da camada de zinco puro:
d ataque total da camada de zinco puro.
78 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILI ZAD OS
6.4 DISCUSSÃO
A inspeção mostrou que, nas condições existentes de emba lagem, ocorre
retenção de água da chuva no interior das bobinas, e confirmou a informação
dos técnicos da Concessionária, de que a incidência de corrosão do revestimen-
to de zinco das cordoalhas ocorre em 100 % das bobinas naquela condição.
Duas formas de ataq ue do revestimento de zinco das cordoalhas pude-
ram ser observadas na inspeção de campo e nas amostras analisadas em la-
boratório: oxidação do zinco e oxidação do zinco com adesão simultânea do
papel do aglomerado utilizado na embalagem. Ambas as formas resultam em
consumo do zinco do revestimento com a consequente redução da sua capaci-
dade de proteção a nticorrosiva.
A util ização de revestimentos de zinco como proteção anticorrosiva de
substratos ferrosos está baseada em dois meca nismos: a proteção catódica
conferida pelo zinco e a formação de produtos de corrosão aderentes e imper-
Capítul o 6 • Análise Pericial de Cordoolhas de Aço Galvanizado... 79
me{1veis. O primeiro mecanismo atua nos locais em que ocorre falha do reves-
timento, com a formação de uma pilha galvânica em presença de um ele trólito.
Nesta pilha o zinco se oxida, funcionando como anodo e protegendo catodica-
mente o aço. O outro mecanismo, que atua simultaneamente com o primeiro,
corresponde à propriedade do zinco de formar, quando exposto a uma atmos-
fera não poluída, produtos de corrosão com características protetoras. O zinco
se oxida dando origem a uma fina camada de óxido de zinco (ZnO), o qual, em
presença de umidade e do dióxido de carbono (C0 2) da atmosfera, é converti-
do em ca rbonato básico de zinco (ZnC0 3.3Zn(OH)J. Este produto confere ao
zinco propriedades de autoproteção.
A formação de películas protetoras na superfície do zinco pode ser im-
pedida tanto pela presença de íons agressivos no ambiente, principalmente
cloretos e sulfatos, como pela exposição em ambientes confinados e saturados
com umidade. No caso das cordoalhas submetidas à análise, não foi constata-
da a presença de íons agressivos que pudessem ser originados do ambiente
existente nos almoxarifados da Concessionária ou prove nientes do extrato
aquoso do aglomerado utilizad o na embalagem.
O processo de corrosão observado nas cordoalhas é, portanto, devido à
presença de água no interior das bobinas e às regiões confinadas que, pos-
su indo diferentes graus de aeração, permitem a formação de pilhas de aera-
ção diferencial. Os pontos de contato da cordoalha com o papel da embalagem,
nas condições de retenção de água, são particularmente sujeitos ao processo
de corrosão por aeração diferencial.
A análise micrográfica dos fios das cordoalhas, de todas as bobinas
selecionadas para amostragem, revelou que existem regiões com consumo
total da camada de zinco puro do revestimento, deixando apenas as camadas
de ligas Fe-Zn. A presença destas camadas ainda confere características de
proteção anticorrosiva ao revestimento, mas este tem a sua vi da útil redu:óda
pela diminuição localizada da espessura total. A espess ura das camadas de
liga Fe-Zn, no caso das cordoalhas analisadas, corresponde a cerca de 30 % a
40 % da espessura original total do revestimento.
6 .5 CONC LUSÕES
Eduardo T. Serra
Marcelo M. d e Araújo
7 .1 INTRODUÇÃO
7 .2 ENSAIOS REALIZADOS
A figura 7.1 apresenta uma grelha ainda montada com duas formas dis-
tintas de ataque corrosivo. Nos perfis justapostos indicados pela letra ''A': a
corrosão se deu cm áreas quase circulares e nas extremidades das abas dos
perfis. No perfil em "U", indicado pe la letra "B", o ataque corrosivo desenvol-
veu-se apenas na extremidade do mesmo. Em ambos os casos o ataque estava
concentrado na posição mais inferior da grelha. As duas formas de corrosão
encontram-se apresentadas em detalhe nas figu ras 7.2a e 7.2b.
Capítulo 7 • Análise de Falhas por Corrosão em Perfi s de Aço... 83
Figura 7.4 f und<1ção em gre lha re,i lçando per fis justa postos sem corrosão (A) e com
amarelecimento decorrente d a corrosão das ligas Fe-Zn do revestimento (B).
Capítulo 7 • Análise de Falhas por Corro são em Perfi s de Aço... 85
7 .3.2 Aderência
7 .3.3 Espessura
7 .3.4 Uniformidade
A construçiio da linha de transmissiio foi divid ida em três trechos adjudicados a três
empreiteiras. Os problemas de corrosão foram observados em todos os trechos.
Capítulo 7 • Análise de Falhas por Corrosão em Perfis de Aço... 87
aço, o mesmo não foi atingido pelo process o de corrosão, ocorrendo apenas
uma ligeira redução de espessura do revestimento. O amarelecimento obser-
vado é típico da corrosão das camadas de liga Fe-Zn presentes no revestimen-
to. Na figura 7.7b apresen ta-se a micrografia de um corte transversal em uma
região do perfil que conti nha esfoliação do revestimento de zinco. Pode-se
notar que o destacamento parcial do revestimento ocorre entre as camadas
de liga, permanecendo uma película residual aderida ao substrato. A presença
de trincas internas longitudinais no revestimento de zinco foi observada em
diversos outros pontos, mesmo em locais em que superficialmente não ha-
via indícios de defei tos. As figuras 7.8a e 7.8b correspondem a micrografias
de uma seção transversal do revestimento de zinco, obtidas em microscópio
eletrônico de varredura (MEV), ressaltando a presença de uma trinca longitu-
dinal e as camadas de liga do revestimento.
Figura 7.8 Corte transversal do revestimento com destaque para a presença de trinca
longitudinal. MEV. sem ataque: a) 200 X: b) 1 100 X.
Tabela 7 .1 Análise Química do Extrato Aquoso dos Solos (mg•eq/ 100 g de solo)
Acid ez
Solo/trecho e,- (504)2- s'- (HCOJ-
total
pH
7 .4 DISCUSSÃO
dos EUA e pelo British lron and Stee/ lnstitute, na Inglaterra. As principais con~
clusões obtidas nestes estudos foram que a vida útil do revestimento de zin-
co depende da natureza do solo, sendo que revestimentos com 610 Zn/m 2 são
capazes de proporcionar uma proteção anticorrosiva adeq uada por pelo menos
10 anos em solos inorgânicos oxidantes, e que nos solos inorgânicos redu tores
seria necessário o emprego de revestimentos com pelo menos 915 Zn/m2, para
a mesma vida útil. Nos solos altamente redutores, orgânicos ou inorgânicos, ou
naqueles contendo cinzas, o revestimento seria rapidamente destruído.
A taxa de consumo dos revestimentos de zinco em solos se encontra na
faixa de 1,5 a 275 gZn/m 2 ·ano.Como se pode verificar, a fa ixa é bastante am-
pla, e a velocidade de consumo do revestimento depende de vários fatores,
como teor de água presente no solo, teor de sais, pH e grau de aeração. As
amostras de solo removidas dos locais onde fora m detectados os problemas
de corrosão descritos anteriormente possuem característica argilosa com ele-
vada capacidade de retenção de água, porém, com baixos teores de sais solú-
veis, conforme pode ser constata do pelos resu ltados da análise química do
extrato aquoso (tabela 7 .1).
O levantamento da resistividade do solo ao longo da linha de transmis-
são, nos trechos em que estavam previstas fundações metálicas, indicou varia-
ções desde 40 !1 · m até 5 000 !1 · m. Estas variações são normais e ressaltam
a heterogeneidade dos solos e as condições climáticas locais na data das me-
dições ou nos dias anteriores.
As determinações de resistividade conduzidas em laboratório com adi-
ções de 15 % de água destilada ao solo seco indicaram em alguns casos redu-
ções substanciais na resistividade. Aquantidade de 15 % de água foi escolhida
por proporcionar um umedecimento completo do solo e permitir compacta-
ção na caixa de solo. Mesmo nesta condição, a maioria dos solos apresentou
resistividade elevada, com exceção dos so los coletados junto às estruturas 157
do trecho A, 227 do trecho B, e 32, 44 e 149 do trecho C, que apresentaram
baixa resistividade. Nestes locais, a agressividade poderia ser, potencialmen-
te, elevada se existissem condições de acúmulo de água, seja pela presença
de lençóis de baixa profundidade como por empoçamento durante a época
das chuvas. Convém ressaltar, no entanto, que mesmo nestas con dições a taxa
de co rrosão do revestimento de zinco não deveria ser tal que proporcionasse
o fenômeno de corrosão observado em diversas localidades. Para efeito de
comparação, lembramos que em água do mar, porta nto um meio muito mais
agressivo do que o solo saturado, as taxas de corrosão esperadas para o aço
galvanizado são da ordem de 50 a 650 gZn/m 2 • ano.
94 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
obse rvada nas extrem idades dos perfis nos leva a sup or que a aderência entre
as camadas do revestimento não era suficiente para resistir ao transporte, ao
manuseio e às operações de montagem das grelhas. Como a esfoliação deixou
o revestimento corn urna espessura relativamente baixa, esta se mostrou inca-
paz de resistir à agressividade do solo saturado, e o processo de corrosão se
propagou a partir daquelas regiões.
7 .5 CONCLUSÕES
Eduardo T. Serra
Marcelo M. d e Araújo
8.1 INTRODUÇÃO
Duranle a inspeção dos trechos aé reos de um conj unto de dutos através
do qual é fei ta a distribuição de água doce para um com plexo de usinas de ge-
ração de energia elétrica, foram localizados diversos pontos com vazamentos.
A água doce é captada em dois rios da região, bombeada para um reservatório
de acumulação, a partir do qual é distri buída através de três tub ulações de aço
carbono, com costura, com diâmetros variando de 152,4 mm (6") a 406,4 mm
(16"). As tubulações não possuem qualquer s istema de proteção interna con-
tra a corrosão, recebendo na parte externa uma pro teção an ti co rrosiva por
pintura nos t rechos aéreos e pintura associada a proteção catódica nos trechos
enterrados
Vazamentos no sistema de d istribuição de água não deveriam ocorrer du-
rante a vida útil das usinas, e o processo de corrosão no sistema de distribuição
de água tem im plicações graves na operação das usinas.
A análise pericial teve a fina li dade de determ inar as causas do processo de
corrosão e de pro por sistemas de proteção anticorrosiva
98 ANÁLISE DE FA LH AS EM MATERI A IS UTILIZAD OS
A
Figura 8.5 Aspecto típico da superfíci e inte rna da tubulação após a
re moção dos produtos de corrosão: a) em um<1 região com alta dens id<1de
de tubérculos: b) após a remoção dos prod utos de corrosão em uma
região com meno r densidade de tubérculos.
Para realização dos ensaios de perda de massa e dos ensa ios eletroquí-
micos foram coletadas amostras de água bruta na captação, após o tratamento
da água e após a passagem pelo sistema de filtragem por carvão ativado, esta
já no interior da usina.
A tabela 8.1 apresenta os resultados da análise química da água do sis-
tema de distribuição. Adicionalmente, foi solicitada a um laboratório especia-
lizado em análise de água a realização de análise microbiologia de amostras
coletadas no sistema de distribuição de água. Nesta análi se foi constatada a
presença de ferrobactér ias e bactérias redutoras de sulfato. A análise micro-
biológica foi reproduzida em outro laboratório, entretan to, o resultado foi ne-
gativo tanto para bactérias oxidantes do ferro como para redutoras de sulfato.
Consideran do-se que as análises microbiológicas são muito se nsíveis à forma
de coleta, transporte e manuseio, admitiu-se como mais confiável o resultado
realizado em um laboratório especializado neste tipo de análise.
102 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTILIZADOS
Localização
Característica Casa de Estação de Após
bombas trat amento filtragem
Carbonato (ppm C0 3 - )
Elementos (% em peso)
Materi al
Segmento com
diâmetro- 16" 0.1 5 1 1.27 1 0.41 1 0.002 1 0.10 1 0.004
Figura 8.6 Corte trnnsversal da tubulação na região de corrosão alveolar. micros cópio
ótico. aumento indicado pela escala na fotografia
Capítulo 8 • Corrosão em Sistema de Distribuição de Água ... 105
e
Figura 8.9 Estrutura melalográfic,1 do material da tubulação: a) em uma região
afastada da linha de soldagem: b) na região da linha de soldagem; e) na região
termicamenle afetada. microscópio ótico. 500 X.
(Eq. 8.1)
onde:
TC = taxa de corrosão, em mdd
TSD = teor de sólidos dissolvidos, em ppm
0D = oxigênio dissolvido, em ppm
IL = Índice de Langelier
= temp o, em dias
Capítulo 8 • Corrosão em Sistema de Distribuição de Água ... 109
Tabela 8.5 Taxas de corrosiío do aço carbono. estimada pela equação 8. 1rn
8.4 DISCUSSÃO
A inspeção visual do segmento de tubulação enviado para a análise peri-
cial indicou a presença de corrosão alveolar com profundidade de até 3 mm,
a qual corresponde a cerca de 50 o/o da espessura da parede da tubulação. A
distribuição dos alvéolos na superfície interna da tubulação não era uniforme,
sendo que aqueles que possuíam maior profundidade localizavam-se na re-
gião com menor densidade de tubérculos.
Considerando-se que o processo de corrosão da superfície interna da tu-
bulação era decorrente de um fenômeno de aeração diferencial ocorrendo sob
depósitos, na região com maior densidade de tubérculos (parte inferior nos
trechos horizontais) o processo de corrosão por aeração diferencial seria di-
ficultado devido ao recobrimento das áreas disponíveis para a ocorrência das
reações catódicas. Tal fato explicaria a menor profundidade dos alvéolos na
região com maior densidade de tubérculos.
O material utilizado na fabricação da tubulação foi um aço com baixo
teor de carbono e adição de manganês para atender às propriedades mecâ-
nicas exigidas para o material. A estrutura metalográfica observada fora da
região afetada pela soldagem é típica de um material laminado, não tendo
sido constatada a presença de inclusões ou defeitos de fabricação. Na região
da soldagem o material sofreu mod ificações estruturais devido ao aqueci-
mento localizado, o qual provocou crescimento de grão e descarbonetação.
As modificações estrutura is em si não são responsáveis pela ocorrência das
perfurações ocorridas na tubu lação, conforme comprovado pelos ensaios ele-
troquímicos.
110 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILI ZADOS
se precipita formando os tubérculos. Estes, por sua vez, dão origem às pilhas
de aeração diferencial, nas quais as regiões mais internas dos tubérculos (me-
nos oxigenadas) constituem áreas anódicas, e as regiões externas (mais oxige-
nadas), as áreas catódicas. A análise dos produtos de corrosão, identificando
apenas hidróxidos de fe rro e magnetita, reforça a hipótese da atuação desta
bactéria.
As bactérias redutoras de su lfato, também identificadas na análise
microbiológica, não poderiam, em princípio, ter influência no processo de
corrosão observado, visto que são anaeróbicas e, consequentemente, não
se desenvolveriam em meios aerados. Entretanto, é comum encon trar-se
a atuação conjun ta de bactérias aeróbicas e anaeróbicas. Mesmo em meios
aerados, quando ocorre a formação de tubérculos, a parte interna destes,
pobre em oxigênio, pode propiciar o desenvolvimento de bactérias redutoras
de sulfatos, cujo metabolismo acelera o processo de corrosão sob tubérculos.
Esta hipótese foi desconsiderada, pois seu metabolismo implicaria a formação
de sulfetos, os quais não foram identifi cados em nenh um dos tubérculos
analisados. Poder-se-ia supor que estes sulfetos de ferro não foram
identificados devido ao alto grau de instabilidade dos mesmos em meios
aerados, o acarretaria a formação de sulfatos de ferro. De fato, a literatura(2.3J
cita que produtos de corrosão decorrentes da ação destas bactérias se oxidam
facilmente, podendo induzir a resultados errôneos. Esta oxidação acarretaria
a formação de sulfato ferroso, que é solúvel em água, mas também formaria
sulfato básico de fe rro, que é insolúvel. Assim, a análise dos produtos de
corrosão, mesmo não identificando sulfetos, deveria indicar a presença de
sulfatos, ainda que em pequenas quantidades. Estes compostos não foram
identificados nas aná lises por difração de ra ios X.
A morfologia dos pites também reforça a hipótese da ação exclusiva de
ferrobacté rias. Os tubérculos possuíam uma cobertura amarela de hidróxido
férrico e presença de magnetita nas regiões menos oxigenadas, morfologia
esta típica da atuação de ferrobactérias. (4 J Quando a corrosão é influenciada
por bactérias reduto ras de sulfatos os pites formados encontram-se preenchi-
dos com um produto de corrosão preta, com forte odor de sulfeto, e abaixo dos
quais aparece o meta l brilhante.f1 J
As determ inações da taxa de corrosão do aço da tubulação em amostras
de água do sistema de distribuição, quando transformadas em taxas de
penetração, indicaram taxas variando de 80 a 120 □ m/ano na condição
aerada, dependendo da metodologia utilizada para a sua determinação.
Adotando-se um valor médio de 100 □ m/ano e um tempo de operação de
112 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTILIZADOS
8.5 CONCLUSÕES
8.6 REFERÊNCIAS
(1) PISIGAN ]R., R. A.; SINGLEY, ]. E. Evaluation ofwater corrosivity us ing Lan-
geli er índex and relative corrosion rate models. Materiais Performance, 24 (4),
p. 26-36, 1985.
(2) UHLIG, H. H. Corrosion 1-/andbook. NewYork: John Wil ey& Sons lnc., 1948.
(3) SHREIR, L L. Corrosion. London: Newnes - Butteworths, p. 279, 1976.
(4) TIL LER, A. K. Aspects of microbial corrosion, Corrosion Processes. London:
Ed. R. N. Parkins, Applied Science Publishers, p. 115-159, 1982.
Capítulo 9
Eduardo T. Serra
Mauro Z. Sebrão
9.1 INTRODUÇÃO
Algumas turbinas hidráulicas necessitam trocadores de calor para refri-
geração do óleo utilizado nos reguladores de velocidade e nos mancais de es-
cora. Os trocadores de calor utilizam água como fluido refrigerante circulando
no interior dos tubos e o óleo a ser refrigerado no casco. A água é captada di-
retamente do reservatório da usina, sendo submetida somente a um processo
de filtragem an tes de ser admitida nos trocadorcs de calor.
No caso analisado, os tubos dos cond ensadores, fab ricados com uma liga
cobre-zinco (l atão), após cinco anos de operação encontravam-se em está-
gio avançado de corrosão, já tendo sido observados vazamentos com a con-
sequente contam inação do óleo. O trocador de calor dos mancais de esco ra
da turbina possuía 348 tubos com 2 m de comprimento, 10 mm de diâmetro
e operava com uma vazão de 1,5 m/s. O trocado r de calor dos reguladores
de velocidade era constituído por 188 tu bos com 1,25 m de comprimento,
8,8 mm de diâmetro e operava com uma vazão de 1,0 m/s. Em ambos os tro-
cadores de ca lor o casco e os espelhos foram fabricados com aço carbono. As
116 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
Localização
Característica Entrada dos
Reservatório
trocadores
pH 7.8 7,9
Na supe rfície externa dos tubos foram identificados pontos que, quando
observados em microscópio de baixo aumento, correspondiam a perfurações
na parede (figura 9.3) .
Capítul o 9 • Análise de Falha em Tubos de Trocadores de Calor... 119
~
- - -
-·... -••?
Composição (% p eso)
Cu Zn Pb Fe As Sb
Figura 9.5 Microgmfi a ótica d a seçfio tra nsversal do tubo. aumento 125 X
Capítulo 9 • Análise de Falha em Tubos de Trocadores de Calor... 121
9.4 DISCUSSÃO
A inspeção visual e a análise metalográfica indicaram claramente que os
tubos dos trocadores de calor sofreram um processo de corrosão seletiva de-
nominado dezinci ficação, no caso das ligas cobre-zinco. A dezincificação do
latão corresponde à remoção seletiva do zinco pelo processo de corrosão, dei-
xando uma camada de cobre e óxido de cobre re lativamente poroso e de baixa
res istên cia mecâ nica.
O fenôme no de dezincificação ocorre basicamente de duas formas: uni-
forme e localizado. A dezincificação uniforme ocorre preferencialmente nos
latões com teores elevados de zinco e em meios ácidos. A forma localizada,
122 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
por sua vez, é característica dos latões com teores mais baixos de zinco e em
con tato com eletrólitos neutros ou alcalinos. Estas considerações são, no en-
tanto de caráter geral, encontrando-se na literatura diversas exceções.!!)
A dezincificação depende de diversos fatores dentre os quais se desta-
cam a estrutura do material, a composição química e a temperatura do meio.
Os latões bifásicos (D + D) ou monofásicos (D), que contenham áreas ricas
em zinco em decorrência de tratamentos térmicos inadequados, são particu-
larmente sensíveis ao fenômeno de dezincificação. A fase (O), rica em zinco,
é atacada primeiro e a dezincificação alastra-se pela matriz (D) . Adições de
arsênio, antimônio ou fósforo aos latões com até 37 o/o de zinco inibem o pro-
cesso de dezincificação. Estas adições, contudo, não protegem a fase (O) dos
latões bifás icos (D + O).
A dezincificação aumenta com o aumento da temperatura, sendo que a
influência desta variável é mais acentuada nos latões mais ricos em zinco.
Os mecanismos da dezincificação não estão perfe itamente es clarecidos,
embora existam duas teorias pa ra explicar o fenômeno: corrosão preferencial
do zinco e corrosão da liga com redeposição do cobre. Esta última tem sido
mais aceita em função da impossibilidade de ocorrência de camadas d ezinci-
ficadas espessas, devido à dificuldade de difusão do zinco através da camada
porosa de cobre, caso se admitisse somente a corrosão do zinco.
A maior incidência de casos de dezincificação tem sido relatada em situa-
ções em que o eletrólito é água do mar ou água salobra. Este fato tem induzido
a suposição equivocada de que o fenômeno é exclusivo destes sistemas, pois
tem-se co nhecimento de falhas em sistemas de água potáve!P, 2J ou d e água
com baixa concentração de íons cloreto.PJ No presente caso, a água utilizada
nos trocadores de calor é captada diretamente do reservatório da usina, pos-
sui baixo teor de íons cloreto e resistividade relativamente alta devido à baixa
concentração de sais presentes. Estas condições e a temperatura da água de
refrigeração facilitariam a ocorrência do tipo de dezincificação uniforme,! 4 J
como de fato foi observado. A análi se da água mostrou também que ames-
ma possui Índ ice de Langelie r negativo, indicando a impossibilidade de pre-
cipitação de carbonatos e a tendência de dissolução daqueles eventualmente
formados. O índice de estabilidade (Ryzner) superior a oito sugere uma pro-
babilidade de corrosão elevada.
De acordo com informações coletadas com o operador dos trocadores de
calor havia uma incidência maior do processo de co rrosão nos tubos do tro-
cador de calor dos mancais de escora. Considerando-se q ue os materiais dos
Capítulo 9 • Análise de Falha em Tubos de Trocadores de Calor... 123
9.6 REFERÊNCIAS
Eduardo T. Serra
10.1 INTRODUÇÃO
10.3 RESULTADOS
J ., ' 04
1 -..-.~ •
•~'!I :-11- - -
A
Figura 10.1 Superfície interna do tubo F5T8 no estado como recebido. A seta
corresponde ao sentido do fluxo de água de refrigeração: a) região corroída P<•ra a
qual havia indicação de redução de espessura da parede; b) região com piles e áreas
com corrosão. Os produtos de corrosão foram identificados como cloreto cúprico.
figura 10 .3 Superfície interna do tubo F5T8 após remoção dos produtos de corrosão:
a) regiões com e sem atélque corrosivo e com presença de pites: b) região do tubo
onde havia uma cmca aderida. apresentando corrosão mais intensa na periferia da
incrustação.
Cn Zn AI As
Amostra analisada 77.3 Bal 2.1 0.03
--
Figura 10.9
- -- -- --
Corte transversal do tubo F15T23 na região de ataque
a partir da superfície externa. 30 X.
10.4 DI SCUSSÃO
As usi nas termonuc\eares comerciais requerem grandes volumes de água
de refrigeração have ndo uma tendência de, quando possível, instalá-las junto
à costa onde o mar possibilita uma fonte de água abundante e limpa. Entretan-
to, quando comparada com as águas limpas de rios e lagos, a água salgada do
mar é sensivelmente mais corrosiva e rica em organismos vivos.
As ligas de cobre são tradicionalmente utilizadas em condensadores
resfriados com água do mar, em decorrência de suas boas propriedades de
transferência térmica, assim como de resistência à corrosão e às incrustações
(biofouling). Dentre as ligas mais utilizadas encontra-se em primeiro lugar o
latão-alumínio, e a seguir as ligas cobre-níquel. A liga latão-a lumínio contém
cerca de 2 % de alumínio com a fina lidade de conferir à liga base cobre-zinco
(latão) uma excelen te resistência ao impingimento e adições (traços) de arsê-
nio para impedir o processo de dezincificação do latão.
Apesar de mundialmente uti lizadas em condensadores resfriados com
{1gua do ma1~ o latão-alumínio não apresenta um bom desempenho à corro-
são em águas po luídas.11.21 Os mesmos autorest 2J indicam que a frequência de
falhas pode ser minimizada através da adição de sulfato ferroso na água de
refrigeração, pois aceleraria a formação de uma camada proteto ra de sulfato
férrico . HeatonPt entretanto, investigando o efeito da injeção de sulfa to ferro-
so como prevenção ao impingimento, conclu iu que apenas a injeção contínua
se mostrava eficiente, não sendo, portan to, adequada a injeção intermitente.
Outro problema normalmente encontrado é ofoulin9, que, além de redu-
zir a capacidade de troca térmica dos tubos, pode causar corrosão sob depó-
sito ou co rrosão po r ação de micro-organismos. O biofoulín9 é um problema
que ocorre apenas em água com baixo grau de poluição ou em água do mar,
manifestando-se na forma de proliferação de espécies aquáticas, como as cra-
cas, que aderem aos tubos ou aos espelhos dos conde nsadores bloqueando
em parte o fluxo de água e acarretando regiões de alta velocidade do fluido de
resfriamento. A forma mais comum de ataque resultante é a conjunção dos fe-
nômenos de corrosão e erosão. O cobre e as suas ligas, geralmente, fornecem
boa resistência ao biofoulin9, devido à presença de íons de cobre na interface
óxido-água que di fi culta a aderência dos micro-organismos. A inoculação de
cloro na água de resfriamento tem sido utilizada como forma de imped ir a
presença de incrustações.(11
Outra forma de ataque corrosivo encontrada em alguns tipos de latões é
a dezincificação. Trata-se de um ataque preferencial do zinco com o apareci-
134 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
mento de regiões ricas em cobre. Sabe-se que a presença de arsênio nos latões
monofásicos impede o processo de dezincificação.15>
Nas amost ras analisadas considerou-se como hipóteses iniciais três pos-
sibilidades para a causa da corrosão obse rvada na superfície interna dos tu-
bos: dezinci fi cação; corrosão-erosão e corrosão por formação de célu las de
concentração.
A análise metalográfica do material nas regiões adjacentes ao ataque cor-
rosivo mostro u que não ocorreu ataque seletivo do zinco, e a análise química do
material dos tubos indicou que os mesmos foram fab ri cados com latão-alumí-
nio arsenioso, o qual é resistente a esta forma de ataque. Serra etafii.C61 mostra-
ram que a dezincificação também podia ocorrer no latão-alumínio arsenioso,
porém tratava-se de uma situação específica onde se verificava um material
com defeitos microestruturais na presença de água de resfriamento contendo
poluentes. Esta situação não se assemelha ao presente caso.
A corrosão-erosão dos tubos é causada pela rápida e repeti da destruição
dos óxidos protetores que se formam na superfície metálica, podendo ser de-
corrente da alta velocidade do tluido, da fragi li dade do fil me de óxido ou do
bloqueio parcial do escoamento do fluido, com o consequente aumento loca-
lizado da sua velocidade. O latão-al umín io é naturalm ente bastante resistente
à corrosão-erosão, permitindo velocidades de tluido de até 2,7 m/s. Como a
velocidade de circulação da água de resfriamento no condensador é de 2 m/s,
a hipótese de corrosão-erosão se torna improvável. Adicionalmente, este tipo
de ataque é gera lmente caracterizado pela formação de pites com forma to
de "patas de cavalo" (horseshoe-shaped pitting) no se ntido do escoamento do
tluido e sem produtos de corrosão no interior dos pites. A inspeção visual
mostrou que as marcas do ataque estão direcionadas no sentido contrário ao
escoamento do tluido, e foram observados pites preenchidos com produtos de
corrosão (cloreto cúprico). Entretanto, a corrosão-erosão também pode ser
decorrente do bloqueio parcial do tluxo de água de resfriamento devid o ao
crescimento de incrustações no interior d o t ubo. Neste caso, a corrosão-ero-
são geralmente ocorre na região posterior próxima ao bloqueio, devido;\ for-
mação de um fluxo turbulento. Observando-se as marcas de cracas deixadas
nos tubos e nas regiões atacadas, não foi notada qualquer relação entre elas.
Em regiões onde a nteriormente se formara m cracas não se observava qual-
quer ataque do ti po mencionado, e vá rias regiões bastante atacadas estavam
d istantes de qualq uer marca d e craca. Portanto, no presente caso a prese nça e
a fo rmação de cracas no interior dos tubos não co nsti tui a causa principal dos
problemas de corrosão.
Capítul o 10 • Análise de Falhas em Tubos de Condensadores... 135
10.5 CONCLUSÕES
10.6 REFERÊNCIAS
(1) MICHELS, H. T.; KIRK, W. W.; TUTHILL, A. A. The role of corrosion and
fouling in steam condenser performance. Nucler Energy, 17 (4), p. 335 -342,
1978.
(2) SATO, S.; NAGATA, K. Factors affecting corrosion and fouling of condenser
tuber of cop per alloys and titanium. Sumi moto light Metais Technical Reports,
19 (3/4),p.83-94, 1978.
(3) HEATON, W. E.British Corrosion]ournal, 12 (1), p. 15, 1977.
(4) KAWAB E, A.; IKUS HIMA, Y.; IIJUMA, S.; SATO, S.; NAGATA, K.; YAMAUCHI, S.
Sumimoto Light Metais Technical Reports, 18 (3/4), p. 1, 1977.
(5) PRYOR, M. J.; GIAM, K. The effect of arscnic on the dea ll oying of a-brass.
Journa/ o[ the Electrochemica/ Society, 129 (10), p. 2.157-2.163, 1982.
(6) SERRA, E. T.; ARAÚ JO, M. M. Caso típico de corrosão em tubos de
condensadores. Anais: 22 Seminário de Inspeção de Equipamentos, Salvador,
p. 187-202, 1983.
(7) SATO, S.; NOSETANI, T. Comparative corrosion test on the protection of
aluminum brass condenser tubes by continous and intermittent injection of
ferrous ion. Sumimoto light Metais Technical Reports, 15 (1), p. 11-19, 1974.
(8) SATO, S.; NAGATA, K.; YAMAUCHI, S. Evaluati on of various preventive
measures against corrosion of copper al\oy condenser tubes by sea water.
Proceedings: Corrosion/81, Toronto, 1981.
Capítulo 11
Corrosã o Prematu ra em
Tran sform adores de Distribui ção
Análise do Esquema de Pintura
11.1 INTRODUÇÃO
Uma importante empresa do setor elétrico brasileiro solicitou a realiza-
ção de um estudo para identificar as causas prováveis dos processos de em-
polamento e de corrosão, ocorridos de fo rma prematura no revestimento por
pintura de cerca de mil transformadores de distribuição, com classe de tensão
de 15 kV, os quais foram importados de um país europe u.
Os referidos transformadores foram transportados de navio dentro de
suportes de madeira e envolvidos com um plástico preto. Os problemas de
empolamento e de corrosão no revestimento por pintura foram observados
após, aproximadamente, seis meses da chegada ao Brasil. Vale ressaltar que a
empresa que adquiriu os t ransformadores não realizou qua lquer tipo de ins-
peção ou fisca lização com relação à execução dos serviços de pintura. Tam-
bém não participou da elaboração da especificação técnica do esquema de
pintura aplicado aos transformadores.
No presente trabalho apresentam-se os resultados da inspeção técnica,
dos ensaios realizados em laboratório e as considerações técnicas a respeito
das causas prováveis que deram origem às falhas prematuras no revestimen-
to por pintura. Do estudo realizado, foi possível concluir que o empolamento
140 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
11.3 RESULTADOS
vam-se estouradas e secas. Mesmo assim, foi possível observar que havia si-
nais de escorrimento de líquido de dentro das bolhas.
Sob as bol has observou-se que, justo nestes locais onde elas se for-
maram, o substra to metálico apresentava-se com corrosão, co nfor-
me pode ser observado na figura 11.3. Este aspecto foi constatado
em todas as áreas analisadas dos transformadores.
Superfície externa d o
80a 100(-) 60 a 140(•) 5A
tanque (B)
Tampa do tanque (A) 100a 140 60 5A
Superfície externa d o
radiador (D)
100 60 5A
Diipcn.1tode Eni:ff,LI
1teve,1ifflCl"lla+OM1Titrlienla
2'JPV
res. Fez-se então uma anúlise quantitativa do revestimento para avaliar o teor
de material volátil retido no interior do mesmo. O ensaio foi realizado calcu-
lando-se a perda de massa, sob duas condições, a saber: três horas a 105 ºC,
uma hora a 120 ºC.
Os resultados médi os da perda de massa nas duas condições citadas fo-
ram os seguintes:
3 horas a 105 ºC: 4,4 o/o
1 hora a 120 ºC: 5,5 o/o
11.4 DISCUSSÃO
O empolamento em revestimentos por pintura é um tipo de falha que
pode ser decorrente de uma série de fatores. As bolhas podem variar de ta-
manho e de frequência, bem como podem apresentar- se secas ou contendo
um líquido em seu interior. O tamanho das bolhas, em geral, depend e do grau
de aderência do revestimento e da pressão exercida pelo gás ou líquido no
interior das mesmas.li) Em geral, o empolamento osmótico está associado à
penetração de umidade através do revestimento por pintura. Isto não implica
necessariamente que o aço esteja sofrendo corrosão no interior das bolhas.
Como se sabe,m a corrosão do aço pintado não é função apenas da permea-
bilidade ao vapor d'água mas também da permeação do oxigêni o (0 2) através
do revestimento. Como, em geral, as bolhas tendem a se romper, a corrosão do
aço é, praticamente, inevitável.
Existem várias causas que podem ocasionar o empolamento ou formação
de bolhas nos revestimentos por pintura. Para facilitar a co mpreensão do pre-
sente trabalho, serão apresentadas a seguir algumas das mais importantes:
Empolamento devido à presença de pigmento s solúveis na tinta de
fundo (exs .: croma to de zinco e potássio): Este tipo de empolamen to
ocorre quando o esquema de pintura é exposto a uma condição de
imersão em água ou de alta umidade relativa. Neste caso, a água ao
atravessar a película do revestimento dissolve a fração solúvel do
pigmento, dando origem a uma so lução mais concentrada em solu-
to no interior da película, estabelecendo-se assim um gradiente de
concentração. Como a tendência de todo sistema é entrar em eq ui-
líbrio, a água ou umidade do ambiente externo, por processo osmó-
tico, é forçada para dentro do revestimento a fim de diluir a solução
e equilibrar a concentração. A água vai se acumulando na interface
metal/pintura nas regiões de menor aderência. O volume de água
atingirá um ponto crítico em que o revestimento não mais será ca-
paz de contê-lo. Nestes pontos, perde-se a aderência e a película do
revestimento desprende-se do substrato dando origem à formação
de bolhas. Quando ocorre o rompimento destas bolhas, o processo
de corrosão é inevitável nestes locais.
Empolamento devido à retenção de solventes: isto pode ocorrer
quando uma certa quantidade de solventes permanece retida nas
camadas internas dos esquemas de pintura. No caso de aumento da
temperatura, a pressão de vapor dos solventes poderá ocasionar o
emp olamento da pintura.
148 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
11.5 CONCLUSÕES
11.6 REFERÊNCIAS
Maurício B. Lisboa
12.1 INTRODUÇÃO
I_
11
Foi so licitada uma análise pericial das fal has por ruptura dos componen-
tes para identificação das causas e proposição de sol uções.
Capítul o 12 • Análise de Falha em Componen tes de Chave ... 153
Figura 12.4 Vista gemi de duas seções fra turadas do "' pé de pato" (PDP)
12.3 RESULTADOS
Rea lizo u-se análise química quantita tiva por espectrofotometria de ab-
sorção atômica dos elemen tos: Si, Fe, Cu, Mn, Mg e Zn em seções de um pé de
pato novo- PDP-2 e no terminal Tl . Os resultados obti dos estão apresentados
na tabela 12.1.
Segundo a norma ASTM 826, item 11.3, o valor da ten são limite de resis-
tência não deve ser inferior a 75 % do especificado e o valor do alongamen-
to percentual não dever ser inferior a 25 % do especificado . Pela norma DIN
EN 1 706, item 6.3.3.2, este valor de tolerância é de 70 o/o para a tensão limite
de resistência e de 50 % para o alo nga mento percentual.
Capítulo 12 • Análise de Falha em Componen tes de Chave ... 157
e
Figura 12.5 Estrutura metalográfi ca das amostras ana lisadas.
Eutélico interdendrítico AI-Si. Ataque Keller. 100 X: (a) T fraturado:
(b) PDP fraturado. fase b (setas): e) PDP intacto.
e
Figura 12 .6 Defeitos de fundição. Ataque Keller. Aumento 50 X·
(a) T fraturado: (b) ror fraturado: (e) PDP intacto.
e
f igura 12 .7 Deta lhes de trincas. Ataque Keller: (a) trinca na superfície latera l do PDP
fraturado. Aumento 100 X: (b) trinca na superfície lateral do PDP intacto. 100 X:
(e) superfície de fratura do terminal. 275 X.
Capítul o 12 • Análise d e Falha em Com ponen tes de Chave ... 159
A
Figura 12.8 Imagem de e létro ns secundários indicand o fratura
frágil - aspecto de cl ivagem: (a) vista gemi. 200 X: (b) detalhe de
cl ivagem em partículas de segunda fa se, 500 X.
Figura 12.9 Imagem de elétr ons secundári os ind icando vazios ao longo da superfíci e
de fratura: (a) v ista geral, 40 X: (b) detalh e de vazio de encolhimento (shrinkage), 200 X
12.4 DISCUSSÃO
onde:
V = velocidade de alimen tação;
K = permeabilidade;
f 1 = fração de líquido;
1-1 = viscosidade;
ll P = pressão;
p = densidade;
g = aceleração da gravidade.
12.5 CONCLUSÕES
12.6 REFERÊNCIAS
Heloísa C. Furtado
13. 1 INTRODUÇÃO
Foi observada uma súbita elevação nos níveis de vibração dos mancais
do turbo alternador de uma usina termelétrica, atingindo valores de 250 µm
(pico a pico), medido no eixo, acima dos lim ites toleráveis recomendados pelo
fabricante (150 µm pico a pico), implicando a redução da carga e o bloqueio
da turbina.
A turbina em ques tão é de ação e de condensação, com ciclo de reaque-
cimento e três estágios de pressão (alta, média e baixa), fabricada em 1984. A
potência nom inal deste equipamento é de 363 MW e a rotação é de 3 600 rpm,
e apresentava no momento da ocorrência cerca de 43 mil horas equiva lentes
de operação.
Após a abertura da turbina de baixa pressão, em cujos mancais foram ob-
servad os os maiores níveis de vibração, constatou-se a quebra de uma palheta
e a presença de trincas em outras 38 palhetas do quinto estágio do lado fron-
tal. A palheta fraturada foi enviada para análise pelo fabricante da turbina.
O laboratório foi contratado pelo operador da usina para realizar uma
análise, de modo a identificar as causas prováveis da ruptura da palheta. En-
tretanto, naquele momento, a palheta que rompeu em serviço já havia sido en-
viada para o fabricante da mesma, e o operador da usina dispunha a penas das
166 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
--
figura 13. 1 Desenho esquemático do loca l de ruptura da pa lheta da turbina.
"----- :-'
~ - ----
---- \ --- ---
figura 13.2 Fotografias mostrando. sob d iferentes ângulos.
a palheta fraturada em serviço
168 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
•i1J> \ L _:__
~~ -~-'
' '
P~es d<>
corrosão
A região 3, ressaltada na fig ura 13.18, correspo nde à área que foi rom-
pida por sobretensão em laboratório. Se u aspecto é bril han te por tratar-se
de uma ruptura rece nte, não tendo sofrido oxidação. A ruptura nesta região é
dúctil com a presença de microporos ("dimples"). Entretanto, a região 3 não
é relevante para o presente estudo, por se tratar de uma fra tura obtida em
laboratório.
e 1 Ma 1
e, 1 Mo s;
Nominal 0.10-0,1510.25-0,651 11.2s-13.0 1 0.20máx. 0.Smáx.
Palheta 0.15 1 0,59 1 11,4 1 0.10
Composição química (% em peso)
Cu 1 AI 1 1
Dureza (HB)
Nominal 207-241
Palheta 1 239± 2
Palheta 2 227 ± 5
Capítul o 13 • falha em Palheta de Turbina a Vapor de Usina... 177
13.4 CONCLUSÕES
Eduardo T. Serra
An tônio Alves d e Araújo
Carlos Roberto S. Mussoi
Figura 14.4 Trecho de um tubo após limpeza química. revelando a presença de piles.
Tabela 14.1 Composição química típica dos depósitos no interior dos tubos
Carbono 7. 1 % 7.9%
Composição (% peso)
Fe 1
N; 1
Zn 1
Mn 1
Cu
Tubo 1.4 1 11.0 1
0, 1 1
0,7 1
86,8
Tabela 14.3 Resultado típico de urna análise por EDS no exterior e no interior de um
pile
Composição (% peso)
Fe 1
N; 1
Cu
Exterior do pite 1,4
1
11.2 1
87,0
""""~ - - - -- -
Cu - - - - - -
2000
1500
1000 N
10
f igura 14.5 Espect ro de EDS da liga Cu-Ni 90- 10. em região externa ao pite.
Counu
500
400
300
200
100
e, Si
14.4 DISCUSSÃO
14.5 CONCLUSÕES
Constataram-se em várias UHE's brasileiras problemas nos sistemas
de resfriamento dos geradores causados pela proliferação de depó-
sitos de origem microbiológica no interior dos tubos dos trocadores
de calor.
Os depósitos causavam perda de troca térmica e corrosão seletiva e
loca lizada na liga utilizada ( cuproníquel 90-10).
Um tratamento à base de hipoc\orito de cálcio (cloração) mostrou-se
efetivo no controle dos depósitos e, consequente mente, no co ntrole
do processo de corrosão loca lizada dos tubos.
Capítulo 14 • Análi se de Falhas em Trocadores de Calor e m Ligas... 187
14.6 REFERÊNCIAS
Maurício B. Lisboa
Eduardo T. Serra
15. 1 INTRODUÇÃO
Durante a manutenção corretiva realizada em uma comporta de adução
de uma Usina Hidrelétrica (UHE), foi observada a ruptura de talas de conexão
das lagartas, fabricadas com o aço AIS! 420, responsáveis pelo deslizamento e
apoio das comportas. A ruptura destas talas impede a movimentação das com-
portas represen tando alto comprometimento de segurança e custo elevado da
mão de obra utilizada para a difícil substituição das peças comprometi das.
Neste trabalho são discutidas as causas prováve is de ocorrência da fratu-
ra dos componentes e os resultados dos ensaios de corrosão por frestas e por
pites do aço UNS S32760, proposto como substituto da liga utilizada .
A
Figura 15. 1 (a) Tubérculos (setas). lama e óxido encontrados ao longo de Ioda a
cadeia de lagartas (talas e roleles): (b) Vista geral de duas lagartas montadas. Os
ângulos de curvatura das lagartas, observados na foto. são inadequados (90°).
e
Figura 15.2 (a): {e) Tubérculos o bservados nos ro letes e na escada de acesso à
comporia : (b): (d) regiões abaixo dos depósitos. respectivamente no rolete e na tala de
lngartn. apresentando estágios avançados de co rrosão.
figura 15 .3 (a) Vista geral de uma tala de lagarla-TL 1; (b) detalhe da corrosão
localizada na borda da superfície de fratura.
A
Figura 15.4 (a) Detalhe do avançado grau de corrosão observado na amostm TL-5:
(b) lixamento da superfície da amostra TL-5 onde se observa o grau de
penetração dos piles de corrosão
Amostra
Umidade Matéria
(%) volátil (%)
,.
A
·- --
·- --
'* ..,.
--_
: 1,
D -
lt1
~
-•
M
•
1
* ......... _ ..... =
o~......--~--..--... ...... -,-•-~
,....,...,..111u ...-.,...--.. pn(-----..
Figura 15.6 Diagrama que correlaciona propriedades mecâ ni cas
com a temperatura de revenido. 1~1
A
Figura 15.7 Secionamen\o das talas de lagarta: (a) piles: (b) piles e tri ncas.
196 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILI ZADOS
As amostras de aço inoxidável AISI 420, removidas das talas e do aço ino-
xidável duplex UNS S 32760, foram submetidas aos segui ntes ensaios:
a) Ensaio de suscetibi li dade ao ataque intergranular em aços inoxidá-
veis austeníticos, segundo a norma ASTM A 262 Práti ca C.
b) Ensaio de imersão com frestas artificiais, segundo procedimento
descrito por Serra et alii.C 51
c) Ensaio de reativação ele troquími ca potenciocinética (DL-EPR) , se-
gundo Giraldo et alii.! 6 J
Tensão de
Tensão de Alongam ento Dureza
escoamento
ruptura (MPa) (%) (Rockwell C)
0,2 % lMPa)
Tabela 15.5 Resultado do Ensaio do Aço UNSS 32760 Segundo a ASTM G-48
Am ostra Massa inicial (g) Massa final (g) Diferença de massa (g)
15.4 DISCUSSÃO
410 Martensítico 12
304 L Austenitico 18
316L Austenitico 24
o, o, o,
(> o,
(>
(>
ÁGUA AERA DA
ff10 :;: H"•OH-
g
(>
(> º• o,
o,
o,
g
o,
01 o, 01
1 1 IL_----'"""'=
OH"OH"OH-
M!TAL
Tabela 15 .7 Propriedades Mecânicas dos Aços AISI 420 UNS S32750 e UNS S32760.
15.5 CONCLUSÕES
15.6 REFERÊNCIAS
(1) LULA, R. A. Stainless Steel. American Society for Metais. USA: Ed. Carnes
Pub\ication Services, 160 p., 1986.
(2) SEDRIKS, A. J. Corros ion of Stainless Steels. New York: Ed. John Wiley &
Sons, 260 p., 1979.
(3) LEFFLER, B. Stainless Steels and their Properties, www.avesta polarit.
com/upload/documents/technical/ STAINLESS20.pdf, 2000.
(4) Aços lnoxidáveis Martesíticos, www.favorit.com .br/produtos/inox/
martensiticos/aisi_ 420 .html, 2002.
(5) SERRA, E.'!'.; ARAÚJO, M. M.; REIS, L. R. B. Efeito da temperatura derevenido
na corrosão localizada por frestas em um aço inoxidável martensítico. Anais,
V Congresso Brasileiro de Enge nharia e Ciência dos Materiais. Porto Alegre,
1982.
(6) GIRALDO, C. A. S.; MANGNABOSCO, R.; ALONSO-FALLEIROS, N. Avaliação
da resistê ncia à corrosão intergranular do aço UNS S43000 após tratamento
térmico a 600 ºC. Anais, 58º Congresso Anual da ABM. Rio de Janeiro, 2003.
(7) KOVACH, C. W.; REDMONO, /. D. High Performance Stainless Stee\s and
Microbiologically lnfluenced Corrosion, www.avestapolarit.com/acom/
acom97 _l.pdf, 1997.
(8) BROWN, R. S. Stainless Steel - What is it? Why do we use it?.Bonezone,
spring 2003 .
(9) Stainless Steel Grade Selection Gui delines, www.azom.com/Details.
asp?Article!D=l 146, 2003.
(1 O) Martensitic Stain less Steels, Technical Data Blue Sheet, www.
allegheny lud lum.com, 2003.
(11) BROWN, R. Selecting New Stainless Steel for Unique Applications, www.
crswnew.cartech.com/wnew/techartic\es/TA00023.html. 2000.
(12) Bacteria Related to MIC, www.corrosion-doctors.org/Microbial/
Bacteria.htm, 2003.
(13) VIDELA, H. A. Corrosão Microbiológica. São Paulo: Ed. Edgard Blücher
Ltda., 60 p., 1981.
206 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
16. 1 INTRODUÇÃO
De uma forma geral, as concessionárias de energia elétrica têm observa-
do problemas de vazamento de óleo em seus capacitares de potência. Estes
vazamentos, evidenciados pelo descascamento da pintura da carcaça dos ca-
pacitares nas regiões solda das, provocam a retirada de operação destes dis-
pos itivos, devido a defe itos provenientes da redução do nível de óleo.
Com o intuito de melho rar o desempe nho dos seus bancos de capacita-
res, no que se refere à durabilidade das un idades, foi con duzido para uma
concessionária de distribuição de energia elétrica um projeto de pesquisa e
desenvolvimen to com o objetivo de identificar as possíve is causas de falhas
destas unidades.
Este projeto teve caráter multidisciplinar e, também uma amplitude
maior do que o estudo das causas de falhas nos materiais e processos cons-
trutivos dos capacitares. Entretanto, o presente trabalho tem como obje tivo
identificar as possíveis ca usas e apontar soluções, visando a reduzir os vaza-
mentos nas carcaças dos capacitares.
208 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
Figura 16. 1 Vista gera l da carcaça de um capacitar com e sem vaza mento.
e Mn e,
Fabr. A 0.04 0.26 0.56 16.4
Outros
0.41 Nb
Fabr. C 0.032 0.040 OJ 9 < 0.01Ti
<0.01 AI
Nb (6X % C) m in.
ASTM 409 0.045 máx. 0.045 máx. 0.S0máx .
Ti 0.76máx.
A figura 16.4 apresenta a junta soldada que une a lateral e a base da car-
caça do capacitar do fabricante A Na micrografia, identifica-se a solda, a zona
afetada pelo calor, o metal de base e as suas respectivas variações microestru-
212 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
A 260 :t 20 209± 8 95 :t 2
Fabrican te B 380 ± 60 127±7 87±2
e 200 ± 10 189± 8 9 1 :t 2
409 80 máx.
ASTM A 176
430 80 rnáx .
16.4 DISCUSSÃO
16.5 CONCLUSÕES
16.6 REFERÊNCIAS
(1) American Society for Testing and Mate riais, ASTM 176. Stainless and heat
resisting chromium stee\ plate, sheet and strip. Volt 01.03, p. 17, 1985.
(2) LULA, R. A. Stainfess steef. Oh io: ASM, p. 107, 1985.
(3) Apostila da PETROBRÁS, Aços inoxidáveis, p. 87, 1982.
(4) Metais Handbook, Properties and Selections: Stainless steels, too\ materiais
and special -purpose metais. 9,h ed. vol. 3, p. 52, 1980.
(5) MetafsHandbook. Welding, brazing and soldering. 9,h ed . vol. 6, p. 346,
1983.
(6) Source Book on Stainless Steels. 3rn ed. ASM, p. 229, 1977.
(7) SERRA, E. T. Aspectos de corrosão em tubulações e vasos de pressão em
aço inoxidável , 3g Semin ário Brasileiro sobre tubulações e vasos de pressão.
Sa lvador, outubro 1984.
(8) SEABRA, A. V. Metalurgia Geral. Lisboa: Labo ratório de Engenharia Civil,
p. 334, 1981.
Capítulo 17
17.1 INTRODUÇÃO
Figura 17 .5 Ex.ame visual do parafuso C3. most rando: (a) trincas na raiz
da rosca no engastamento com a porca de fixação: (b) trincas
na raiz das roscas do corpo do parafuso.
Figura 17.6 Ex.ame visual da superfície de frat ura dos parafusos C2 (a) e C4 (b).
...... ....
,.,,
.. .""",....
,
' O S !O
.....,...,,
15 :l)
.' "
Figura 17. 7 Espectros típicos da análise por dispersão de energia dos
parafusos C 1 e A3: (a) superfície externa : {b ) núcleo.
17.3.3 Dureza
Foram executadas 10 medições de dureza Rockwell em ca da uma das
amostra s, conforme procedimento descrito na no rma ASTM E 384-4.fll A ta-
bela 17.2 apresenta o resultado médio da dureza juntamente com a conversão
para dureza Brinell e os valores típicos para os aços SAE 4135 e SAE 4140,
forjados ou lamina dos e tratados termicamen te.
Limite de Limite de
Elongam ento
Amos t ra resistência escoamento
(%)
(MPa) (MPa)
Cl 1 048 917 14
C2 1 039 868 15
C3 1 058 9 11 17
1
1 1 072 941 15
A3
1
2 1 065 9 11 16
e
Figura 17 .9 Aspecto típico da fratura dos corpos de prova retirados do parafuso C 1.
submetidos a ensaio de tração: (a) 10 X; (b) 26 X: (d 100 X: (d) 1 000 X.
228 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
e
Figura 17 . 10 Aspecto ti pico d a fratura dos corpos de prova retirados do parafuso A3.
submetidos a ensa io de tra ção: {a) 10 X: (b) 26 X: (e) 100 X: (d) 1 000 X.
A
Figura 17 . 13 Micrografia de cortes longitudinais próximos à regi5o de fratura.
300 X e ataque por nita l 2 %: (a) parafuso C2: (b) parafuso C4 .
17.4 DISCUSSÃO
17.5 CONCLUSÕES
17.6 REFERÊNCIAS
(1) ASTM E-18, Standa rd test methods for rockwe ll hardness and Rockwell
superficial hardness of metal\ic materiais, 1984.
(2) ASTM E-BM, Standard methods for tension testing of metallic materiais,
1984.
Capítulo 18
18. 1 INTRODUÇÃO
Figura 18.1 Vista geral dos contatos elétricos dos disjuntores PK que falharam em
serviço em duas subestações da concessionária: (a) SE A e (b) SE B.
Figura 18.2 (a} Vista geral do contato elétrico fixo do disjuntor PK que fa lhou em
serviço na SE A e (b) local de onde foi retirada a amostra para análise por microscopia
eletrónica de varred ura (MEV).
Figura 18.4 (a) Trincas longitudinais nucleadas nos vales do lilete da rosca
e (b) detalhe de trincas transversais nucleadas no filete da rosca do bocal
de tungstênio do contato elétrico que falhou em serviço.
Figura 18.7 Deta lhe da trinca no fil ete da rosca sobre a superfície
de fratura do bocal. com aumento de 100 X.
Capítulo 18 • Análise de Fal ha em Con tato Elétrico d e Di sjuntor... 239
Amostra e, w
Boca l de tungstênio 18 82
18.4 DISCUSSÃO
O exame visual com lupa da superfície de fratura do contato móvel in d i-
co u que a mesma encontrava-se bastante des truída, apresentando sinais de
fusão em várias regiões, denotando que a temperatura a ti ngiu níveis elevados.
A observação do estado da su perfície não contribu iu para a identificação de
possíveis causas da falha.
As observações realizadas em MEV, por sua vez, indicaram a presença
de um número elevado de trincas transve rsais e longi tudinais originadas na
crista e na raiz dos filetes da rosca de acoplamento. A presença de trincas em
filetes inferiores, não acoplados ao contato móvel e que não sofreram defor-
mações em decorrência da explosão, denota a natureza frágil da liga W-Cu
sinterizada. É importan te ressaltar que a raiz de filetes de rosca são pontos de
concentração de tensões, o que favorece a nucleação de trincas.
Capítul o 18 • Análise de Fal ha em Contato Elétrico de Disjuntor... 241
18.5 CONCLUSÃO
18.6 REFERÊNCIAS
(1) ASM Metais Handbook 9,h vol. 2 - Properties and Selection: Nonferrous
Alloys and Specia l - Purpose Materiais, 1990.
(2) Norma ASTM B 702 - 93, Standard Specification fo r Copper-Tungsten
E/ectric Contact Material, 1993.
(3) Site internet: www.matweb.com - The Online Materiais Database.
Capítulo 19
19. 1 INTRODUÇÃO
Em 2006, ocorreu uma explosão em uma caldeira de geração de energia
de 50 MW de potência nomina l. A análise das equipes de manutenção e de en-
genharia da concessionária proprietária da usina termelétrica (UTE) identifi-
cou a ruptura simultânea de dois tubos de interligação dos tubos de descida
(downcomers) aos coletores inferiores d o evaporador, conforme mostrado es-
quematicamente na figura 19.1. A figura 19.2 mostra uma vista geral do local
do acidente.
244 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Figura 19.1 Desenho esquemático dos downcomers e dos tubos de inte rli gação dos
downcomersaos coletores inferiores do eva porador.
, -
t",
··/- ~- .~ .
~:\
~ ·
: . . -~
A
Figura 19.5 Curva que rompeu em serviço do lado 13 (lado direito do do wncomer).
A
Figura 19.7 Vista da curva 131, apresentando detalhe de marcas
longitudinais na camada de óxido.
figura 19.8 Vista geral da curva B7. na qual se observam pites grnndes
e profundos na superfície interna do tubo.
Capítulo 19 Análise de Fal ha em Tubos d o Downcomers ... 249
A
Figura 19.9 (a) Vista geral e (b) detalhe da superfície interna da curva B 8,
em que se observam piles grandes e profundos.
e
Figura 19.1 O (a) Curva B 1. na qual se observava urna marca longitudinal na lateral
da curva: (b) e (e) são imagens da amostra depois de escovada, mostrando piles
alinhados sob a camada de óxido.
e
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Figura 19. 11 (a) e (b) Detalhes da superfície da amostra 2 (CP2): (e). (d). (e) e (fl
mostram piles alinhados, nos quais se iniciaram trincas.
Capítulo 19 • Análi se de Fal ha e m Tubos d o Downcom ers ... 25 1
..--
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e
Figura 19.12 (a) Detalhe da superfície da amostra 3 (CP3): (b). (e) e (d) mostram
corros.:"10 superficial generalizada. piles e trincas grandes. sendo algumas passantes
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' A
Figura 19.13 Deta lhe da superfície da amostra 5 (CPS) analisada
em laboratório. Observa-se (a) corrosão superficial generalizada e
(b) piles alinhados, nos quais se iniciaram trincas.
252 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
Foram selecionadas e cortadas regiões com pites das amostras CPl, CP2,
CP3, CP4 e CPS para observação no microscópio eletrônico de varredura
(M EV), cujos resultados são mostrados nas figuras 19.14 a 19.16. Foi possível
observar o interior dos pites e identificar a presença de trincas.
e
Figura 19. 14 Imagens das observações por MEV: (a) piles profundos
e arredondados. 25 X: (b) pile profundo e <1longado. 35 X: (e) pite profundo e
along<1do com trincas no inte rior, 150 X e (d) detalhe de uma trinc<1. 25 X.
Capítulo 19 • Análise de Fal ha em Tubos d o Downcomers ... 253
Figura 19. 15 Imagens de MEV mostrando piles alongados com trincas em seu
interior. (a) 45 X e (b) 100 X
e
Figura 19. 16 Imagens de MEV mostrando piles alongados. alinhados
com trincas em seu interior. (a) 25 X. (b) 50 X e (e) e (d) 100 X
254 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
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1
A
Figura 19.17 Estrut ura m etalográfica das am ostras : (a) CP2. que apresenta ferrita
acicular, 200 X e (b) CP3. q ue apresenta ferri ta e perlita. com au mento de 500 X.
Ambas sofreram ataque por nital 2 %.
As demais amostras, CPl, CP3, CP4 e CPS, retiradas do tubo que rompeu
no lado 8 da caldeira, apresen tam estrutura metalográfica composta de ferrita
e perlita, indicando que o material praticamente não sofreu degradação tér-
mi ca. A estrutura metalográfica típica destas amostras encontra-se na figura
19.17 (b). Este resultado é esperado em função da temperatura de operação
dos tubos na fa ixa de 298 º C, conforme informação da concessionária.
As figuras 19.18 e 19.19 apresentam, respectivamente, cortes transversal
e longi tudi nal da amostra CP2, na qual se observam diversos pites que cres-
cem a partir da superfície interna do tubo. Na parte mais profunda de alguns
pites, observam- se nuc\eações e propagações de trincas. Os pites e trincas têm
a mesma morfologia nas cinco amostras analisadas (CP1 a CPS).
Capítulo 19 • Análise de Fal ha em Tubos d o Downcomers ... 255
e
Figura 19. 18 (a). (b). (e) e (d) Mostram a seçào transversal do CP2.
com aumento de 50 X e ataque por nita l 2 %. em que se observam
diversos pites na superfície interna do tubo.
e
Figura 19. 19 Imagens da seçào longitud inal do CP2. atacada por nital 2 %,
em que se observam trinrns e piles: (a) 50 X e (b) e (e) 100 X.
256 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
19.3.4 Dureza
Os resultados das medições de dureza HRs nas cinco amostras de tubo
encontram-se na tabela 19.1. Todas as amostras, exceto a CP2, apresentam a
dureza nominal de acordo com a especificação constante na literatura para o
aço DIN St 45.8. l2J
Dureza (HR 8 )
Amostra
Média Desvio-padrão
CP 1 75
CP2 91
CP3 71
CP4 81
CPS 80
Aço St 45.8 82 máx.
19.4 DISCUSSÃO
Em todos os tubos de interligação entre os tubos de descida (downco-
mers) e os coletores inferiores de alimentação do evaporador, retirados da
calde ira que sofreu um dano considerfivel, foram observadas marcas longitu-
dinais nas laterais internas das curvas. Estas marcas estão na camada de óxido
e são resultado, provavelmente, de alterações no fluxo da água nestas regiões
curvas. Após a limpeza com emprego de escovas, estas marcas desaparecem,
restando, na superfície interna dos tubos, pites agrupados.
Abaixo da camada de óxido, nesta região de escoamento de água alte-
rado, concentram-se grupos de pites alinhados. O crescimento destes pites
promove a red ução da seção resistente das curvas. No interior de alguns pites,
é observada a presença de trincas.
Os pites observados possuem morfología característica de corrosão-ero-
são, geralmente associada ao choque localizado de um fl ui do em alta velocida-
de con tra uma superfície sólida.f3l
Capítul o 19 • Análise de Fal ha em Tubos do Downcomers ... 257
19.5 CONCLUSÕES
19.6 REFERÊNCIAS
20. 1 INTRODUÇÃO
A figu ra 20.1 apresenta urna vista geral do cabo para-raios com as extre-
midades dos fios rompidos.
e
Figura 20.2 (a) Cabo pam-mios. apresentando corrosão generalizada :
(b) detalhe da superfície corroída: (e) superfície do cabo para-mias novo.
Capítulo 20 • Análise de Fal ha em Cabo Para-Raios ... 261
Amostra e I s; 1 Mn I S 1
Fio rompido 0,67 1 1.0 1 0,67 1 0.021 1 0,038
AISI 1 070 0.65 - 0,75 1 0,08- 0.9 1 0,6 - 0.9 1 O.OS máx. 1 0.04 máx
20.3 .3 Dureza
Em função das dimensões dos fios, utilizou-se o método de microdureza
Vickers, com carga de 100 g. O ensaio de microdureza Foi executado em quatro
amostras de fios novos (FN) e em quatro amost ras de fios rompidos (FR) pre-
paradas metalograficamente até a obtenção de uma superfície polida.
Os resul tados obtidos são mostrados na tabela 20.2.
Microdureza
Fio Amostra Desvio-padrão
Vickers (HV 100)
1 433 9
2 519 25
Rompido (FR)
3 440 7
4 438 9
1 418 14
2 418 12
Novo (FN)
3 432 15
4 422 21
262 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
1 555
2 570
3 575
Rompido (FR)
4 560
5 575
Média 567
1 680
2 690
3 665
Novo (FN)
4 700
5 705
Média 688
Pela análise metalográfica das seções longitudinais dos fios de aço galva-
nizado do ca bo rompido, pôde-se cons tatar que o revestimento de zinco, ao
longo de todas as amostras examinadas, está muito fino ou ausente em alguns
locais, figura 20.4.
20.4 DI SCUSSÃO
20.5 CONCLUSÕES
20.6 REFERÊNCIAS
Aná li se Pericial de
Pinos de Isoladores
Eduardo T. Serra
Mauro Z. Sebrão
2 1.1 INTRODUÇÃO
Para serem utilizados em duas linhas de transmissão (LT) de 500 kV e
de 230 kV, respectivamen te, foram encomendados, pela concessionária das
linhas, isoladores com pinos de aço inoxidável, com o intuito de reduzir ou
eliminar os problemas de corrosão usualmente observados nestes componen-
tes. O fabricante dos isoladores, por sua vez, propôs a fabricação dos isola-
dores com pinos de aço inoxidável austenítico tipo AIS! 304, tendo sido esta
seleção aceita pela concessionária.
Durante a fase de recepção do material, foram identificados, tanto nas
instalações do fabricante quanto no almoxarifado da obra, isoladores com di-
ferentes graus de oxidação nos pinos.
Foram recolhidos isoladores para condução de análise pericial para iden-
tificação das causas das falhas observadas.
A4
111
f--------, retirado de um isolador já entregue pelo
Fabricante e armazenado em almoxmiíudo
A7 da Concessionária.
A figura 21.3 apresenta o aspecto superficial típico dos pinos de iso lador
do Grupo Ili (amostras A6 e A7). O aspecto superficial e o grau de corrosão
observados di ferem significativamente daquele observado nas amostras dos
Grupos I e li.
27 4 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LI ZADOS
Am ostra e e, N; Mo Mn
Figura 2 1.4 Est rutura metalográfica típica das amostras do Grupo Ili.
com aumento de 200 X e ataque por nital 1 %.
Taxa de corrosão
A2 3008 13.90
AS 1 022 4.71
A8 95 0.44
A9 105 0.49
AIO 7 276 33.63
276 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
2 1.4 DI SCUSSÃO
A
Figura 2 1.5 Aspecto típico das amostras A 1 e A2, com aumento de 500 X
e ataque por ácido oxálico 10 %. A imagem (a) mostra a região
da periferia enquanto (b) mostra a região central.
Figura 21.6 Imagens da amostra A3, com aumento de 500 X e ataque por ácido
oxá lico 10 %: (a) mostra a região da periferia enquanto (b) mostra a re gião central
278 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Figura 21.7 Imagens da amostra A4. 500 X e ataque por ácido oxillico 10 %.
(a) Mostra a região da periferia e (b) apresenta a estrutura da região central.
21.5 CONCLUSÕES
21.6 REFERÊNCIAS
An áli se de Falh a em
Con ector de Alumínio
22.1 INTRODUÇÃO
A figura 22.1 mostra uma vista geral do conector fraturado enviado pela
concessionfiria. Observa-se que o conector sofreu uma deformação plástica
significativa antes de romper. A figura 22.2 mostra que ocorreu redução da
seção resistente do conector de alumínio em consequência da deformação
plástica por ele apresentada.
Figura 22.3 Corrosào na emenda que une as almas de aço dos cabos.
1(0-.:(ctOI ot Al l1~il,1Q
A
Figura 22.5 Aspecto macroscópico das superfícies de fratura
da alma de aço identificadas na figura 22.4. A imagem (a) mostra
a região 1, adjacente ao conector. e (b) mostra a região 2.
22.3.3 Dureza
Foram realizadas medidas de dureza, escala Rockwell B, no fio de aço, a
partir da extremidade rompida (posição 1), co nforme mostra a tabela 22.1.
Tabela 22 .1 Dureza
Distância da fratu ra
Dureza (HR8 ) Microestrutura
(mm)
61 Perlita fina
62 Perlita fina
60 Perlita fina
60 Perlita fina
59 Perlita esboroada
11 62 Perlita esboroada
13 62 Perlíta esboroada
15 70 Perlita alongada
17 69 Perlita alongada
290 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
22.4 DISCUSSÃO
22.5 CONCLUSÕES
Análise Pericial de
Cordoa lh as Flexíveis
23.1 INTRODUÇÃO
Figura 23.4 Região da qual foram retirados os fios prensados no terminal de cobre.
298 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Figura 23 .9 Estrutura rnetalográfica da cordoa lha nova. 200 X e ataque ASTM nQ 29.
Figura 23.10 Redução da seção resistente do fio de cobre provocada pela oxidação.
Capítul o 23 • Análise Pericial de Cord oalhas Flexíveis 301
1.:·
.
J"
figura 23.13 Análise por d ispersào de energia de ra ios X do
revestimento da cordoalha nova .
Capítulo 23 • Análise Pericial de Cord oalhas Flexíveis 303
23.4 DISCUSSÃO
23.5 CONCLUSÕES
23.6 RECOMENDAÇÕES
24.1 INTRODUÇÃO
Cmacteristi ca Resultado
pH 6.Sa 7,2
Cloretos Ausente
Sulfatos Ausente
Figura 24.3 Superfíc ie externa do t ubo, jil deformado pelo processo de perfuração.
Lign Cu-Ni
86.5mín. 9.0 a 11 ,0 0,05máx . 1.0máx. 1,0máx. 1.0a 1.8
(90/ 10)
24.3.4 Dureza
24.4 DISCUSSÃO
24.5 CONCLUSÕES
As observações e os resultados dos ensaios conduzidos nos tubos do tro-
cador de calor do mancai de guia do gerador submetidos à análise pericial
permitem concluir que:
A perfuração do tubo se deu através de um mecan ismo de corrosão
localizada iniciada a partir da superficie interna do tubo.
Capítulo 24 • Análise de Fal ha por Corr osão em Tubos ... 315
24.6 REFERÊNCIAS
(1) ASTM 8111-83: Copper and copper - alloy seaml ess condenser tubes and
ferrule stock, vol. 02-01, p. 214, 1984.
(2) Metais Handbook, Properties and selectio n: non fe rrous alloys and pure
metals.9'hed.ASM, vol. 2, p. 374, 1979.
(3) STEWAR'f, W. C.; LAQUE, E L. Corrosion, 8,259, (1952). ln : POPPLEWELL. /.
M. etalii. The effect of iron on the corrosion characteristics of 90-10 cupronickel
in quicscent 3.4 % NaCI solution. Corrosion Science, vol. 13, p. 295-309, 1973.
h
(4) Metais Handbook, Corrosion. 9' ed. USA: ASM, vol. 13, p. 623, 1979.
(5) PEARSON, C. Role of iron in the inhibition of corrosion of marine heat
exchangers.British Corrosion Journal, vol. 7, p. 61, March 1972.
(6) NACE. Localized Corrosion. Virgínia, p. 635, 1971.
(7) UHLIG, H. H. Corrosion and Corrosion Contrai. 21>ll ed., p. 623, 1971.
(8) EFIRD, K. D. Poten tial-pH Diagrams for 90-10 and 70-30 Cu-Ni in Sea
Water. Corrosion, vol. 31, n" 3, March, 1975.
Capítulo 25
25. 1 INTRODUÇÃO
O reaquecedor e o superaquecedor são componentes críticos das caldeiras
das usinas termelétricas e requerem avaliações periódicas de integridade.
Nestas avaliações, conduzidas com base no histórico operacional da planta e
em ensaios realizados em campo e em laboratório, avalia-se a integridade dos
componentes e das tubulações a eles conectados. Os projetos dos feixes de
tubos dos reaquecedores e superaquecedores costumam al ternar aços ferrí-
ticos e aços inoxidáveis em função das solicitações térmicas em diferentes re-
giões. A alternância de materiais resulta em soldas de materiais dissimilares,
nas quais são identificadas trincas com frequência.
Neste trabalho, ap resentam-se os resultados da inspeção, realizada em
laboratório, das tubulações removidas do reaquecedor e do superaquecedor
de uma caldeira de uma usina termoelétrica (UTE) com potência nominal de
220 MW, que operou por 50 000 h ao longo de um período de 23 anos. As
318 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
25.3.1 Superaquecedor
Foi observada, ainda, uma trinca entre o nipple austenítico e o tubo ferrí-
tico, conforme mostra a figura 25.3. A figura 25.4 apresenta trincas intergra-
nulares no interior da solda, indicando que estas cresceram internamente e
não a pa rtir da superfície.
Figura 25.4 Trincas no interior da solda do tubo de aço ferritico com o nipple de
aço austenítico. Estas trincas são intergranulares e se encontram na linha de fusão . A
imagem apresentada possui aumento de !92 X e não sofreu alélque químico.
Confo rme pode ser obse rvado na figura 25.5, constata-se que o aço fer-
rítico dos stubs se encontrava no estágio F de degradação mi croes trutural,
segundo o critério de Toft e Marsden.(1 1
25.3.2 Reaquecedor
Nos tubos associados ao coletor de saída do reaquecedor traseiro, a sol-
da do stub ferrítico com o nipple de aço austenítico 304H apresentou trincas,
conforme mostrado na figura 25.6. Na figura 25.7, ressalta-se a presença de
trincas intergranulares no interior da amostra de aço ferrítico.
figura 25.6 Trinca na solda entre o slub ferríti co e o metal de base aus\enítico.
f igura 25.7 Trinca inle rgrnnu!ar adjace nte aos carlx>nelos segregados.
322 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
25.4 DISCUSSÃO
25.5 CONCLUSÕES
25.6 REFERÊNCIAS
So brea quecimento em
Luva de Em enda para Ca bos de
Linh a de Tra nsmissã o
26. 1 INTRODUÇÃO
l ado A Lado B
Parâmetro Valor
Diâmetro externo origina l 25.4mm
Diâmetro externo médio da luva compactada 21,3mm
Diâmetro interno médio da luva compactada 15,2mm
Área equivalente 174.3mm 2
Diâmetro equivalente 14,9mm
Bitola equivalente 344MCM
Cabo ACSR fartridge 266,8 MCM
Condutividad e (I ACS)
Seção
Lado A Lado B
< 33,0 34.4
35,3 35.6
35.6 35,3
35.6 35.9
Média < 34,9 35,3
Fator de compactação(%)
Seção
Lado A Lado B
89,6 93.4
96, 1 96,8
96, 4 95,9
96,9 975
26.4 DISCUSSÃO
Pelos resultados das medições de resistência elétrica, mostrados na ta-
bela 26.1. o segmento de cabo condutor, contendo a conexão elétrica sob aná-
lise, apresentou resistência elétrica 28 % acima da resistência do condutor
equivalente. Este resultado comprova a deficiência da conexão e confirma as
razões do sobreaquecimento verificado em operação, através das análises por
termovisor.
Considerando as ocorrências, os relatos da equipe de manutenção e o
resultado dos ensaios realizados sobre a luva de emenda sob análise, identifi-
caram-se cinco hipóteses para a fa lha detectada. Cada uma destas hipóteses é
discu tida a seguir:
Liga de a lumínio da luva imprópria. Pelos resultados obtidos e
apresentados nas tabelas 26.2 e 26.3, a liga da luva de alumínio utili-
zada na conexão foi de 60 % da condutividade do cobre e, portanto,
compatível com o alumínio de uso elétrico, de alta pureza. Desta for-
ma, a causa do so breaquecimento da conexão não pode ser atribuída
à liga de alumínio imprópria da luva de emenda.
Seção transversa l da luva muito reduzida. Os resultados também
mostrados na tabela 26.2 demonstraram uma quantidade de mate-
rial de alumínio da luva de conexão 29 o/o acima da seção transversal
útil do cabo de alumínio, comprovando estar adequada. Desta forma,
a causa do sobreaquecimento da conexão não pode ser atribuída à
seção inadequada de alumínio da luva.
Compressão da luva inadequada. A compressão aplicada à luva de
emenda dura nte sua montagem deixou alguns espaços vazios entre
os condutores de alumínio, que puderam ser medidos tanto eletrica-
mente, através da condutividade elétrica equivalente do conjunto de
Capítul o 26 • Sob rea q uecim ento em Luva de Em enda para Cabos... 333
26.5 CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos e na análise das hipóteses pa ra a falha,
conclui-se que a causa ma is provável para o superaquecimento verificado na
luva de emenda do cabo de alumínio Foi a compressão inadequada, seguida
pela falta de algum elemento de bloqueio da umidade através dos caminhos
axiais, intersticiais, para o interior da conexão.
Capítulo 27
(figura 27.2) em que se pode observar o local de ruptura dos estojos. Pode-se
identificar, ainda na figura 27.2, que a ruptura ocorreu na região do estojo mais
próxima aos cordões de solda de montagem.
A an[1\ise quan ti tativa dos teores de carbono e enxofre foi realizada por
combustão direta e detecção por absorção na região do infravermelho, utili-
zando um anallsador Leco CS 300. A determinação de silício foi realizada por
gravimet ria, a de fósforo, por volumetria e a de manganês por espectrofoto-
metria e absorção atômica, utilizando um equi pamento Varian FS-220.
Conforme previsto na especificação suplementar da norma ASTM A 307,
materiais sujeitos a processos de soldagem devem poss uir carbono equivalen-
te (CE) máximo de 0,55 %, calculado com base na composição química (C, Mn,
Cu, Ni, Cr, Mo e V) pela equação 27.1. O CE do material fraturado foi de 0,63.
A
figura 27.4 Microgmlia da região de início de fratura: (a) ZTA e metal de base. com
aumento de 25 X e ataque por nital 2 %. e (b) ZTA e vestígio do metal de solda (seta).
imperceptível com b<lixa ampliação. con, aumento de 100 X e ataque por nila l 2 %.
ASTM A 307
Amostra falhada
Grau A Grau B
Tensão limite de
866 842 41 5min. 41 5-090
resistência (MPa)
Alo ngamento(%) 16 18 18 18
A
Figura 27 .8 (a) e (b) Imagens de MEV (elétrons secundários). com aumento de 500 X
da reglào de propagação da trinca. indicando aspecto transgranular de fmtura frágil
(clivagem e quase-clivagem).
Capítulo 27 • fratura em Estrutura de fixação de Torre de Unha... 343
27.4 DISCUSSÃO
Através da execução de um procedimento usual de análise de falhas,
identificou-se um mecanismo de fratura frágil não compatível com o esperado
para o aço AISI 1045. A trinca que levou à ruptura do componente originou-se
na ZTA de uma solda de montagem, propagando-se para uma região de estru-
tura marte nsítica formada pela soldagem de baixo aporte térmico.
Os resultados dos ensaios demons tram de forma clara a inadequação da
liga AIS! 1045, empregada em substituição à especificação contida nos requi-
sitos suplementares Sl da norma ASTM A 307 Grau 8 (estojos e parafusos
de aço carbo no, com resistência à tração mínima de 60 ksi). Estes requisitos
344 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
27.5 CONCLUSÕES
27.6 REFERÊNCIAS
(1) ASTM A 307, Standard Specification for Carbo n Steel Bolts and Studs,
60.000 PSI Te nsil e Strength, 1993.
(2) Cuide to the Welding and Weldability of C-Mn Steels and C-Mn Microalloyed
Stee/s. l " ed. lnterna tional lnstitute ofWe\ding, p. 31-47, 1976.
(3) Metais Handbook, American Socíety for Metais. 9 1h ed ., vol.11 - Faifure
Analysisand Prevention, p. 245-251, 422-423, 1992.
(4) Stress Corrosion Cracking and Hydroge n Embrittlement of lron Base Alloys,
Praceedings of the lnternational Corrosion Conference Series NACE-5, Unieux-
Firminy, France, June 12-16, 1973.
(5) GEDEON, S. A.; EAGAR, T. W. Assess ing HydrogenAssisted Cracking Fractu re
Modes in High Strength Steel Weldments. We/ding Research Supplement, June
1990.
(6) OLIVEIRA, S. P.; MIRANDA, P. E. V. Concentração Crítica de Hidrogênio para
a Fragilização pelo Hi d rogênio em Aços, http:/ /146.164.26.9 /mirror/sarra/
artigos/artigo101 l 1/index.html, 2001.
(7) Hydrogen Embrittlement and Stress Corrosion Cracking, American Society
for Metais, Edited by G!BALA, R.; HEHEMANN, R. F., l " ed., 1984.
Capítulo 28
Maurício B. Lisboa
Wagner Ferreira Lima
Rober ta Mar tins Santana
Helo isa Cunha Furtad o
Gláucio Rigueira
28.1 INTRODUÇÃO
A análise cromatográfica de gases dissolvi dos no óleo min eral isolante de
um reator indicou a ocorrência de descargas parciais que poderiam compro-
meter a integridade do equipamento, levando a concessionária a retirá-lo de
operação. As fa lhas elét ricas foram detectadas em data imediatamente poste-
rior a serviços de manutenção para a substituição de juntas da bucha.
Ao efetuar a desmontagem do equipamento, foram verificados sinais de
q ueima do papel isolante e a ruptura de diversos fios de cobre do cabo de in-
terligação da bucha à bobina do rea tor.
O presente tra bal ho teve como objetivo identificar as causas prováveis da
falha ocorrida no rea tor.
348 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
A figura 28.1 apresenta uma vista gera l do reator da subestação e, nas fi-
guras 28.2 e 28.3, podem-se observar detalhes do local da falha que culminou
com a retirada do equipamento de operação. Estas fotos foram obtidas pela
equipe de inspeção da concessio nária no momento da abertura do reator.
A
Figura 28.3 (a) Detalhes do cabo de interligação falhado e
(b) fios fraturados apresentando aspecto de fratura frági l.
Figura 28.5 Vista geral dos fios fraturados da bobina do reato r coletados
no campo pela concessionária e enviados para análise.
A
Figura 28.6 (a} Vista geral de um dos fios fraturados do GRUPO 1 e
(b) detalhe do aspecto plano da superfície de fratura.
A
Figura 28.7 (a) e (b) Imagens de fios do GRUPO 2 contendo sinais de ruptura por
erosiio. Em (b), observa-se a coloração negra do depósito.
352 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILI ZAD OS
O 10
1 ' .. 1
15
r'.f,~.. .~ •~,':: ~
hj• •~=-if~
. . . .. .:.. l
•;_ ..
Figura 28.1 O Micrografia da seção longitudinal dos fios do GRUPO 1. 400 X e ataque
por K2Cr 20 7' POOem-se notar as trincas intergranulares indicadas por setas.
A
Figura 28.12 Imagens de elét rons secundários {MEV) de um fi o fraturado
(GRUPO 1): (a) aspecto frági l da superfície de fratura. 50 X
e (b) detalhes da fratura do tipo intergra nular. 3 000 X.
Capítulo 28 • Análise de Fal ha em Reator de uma Subestação... 355
Figura 28. 13 Imagens de elétrons secundário s (MEV) de fios ensaiados por tração.
50 X: (a) aspecto de ruptura do tipo taça / cone. para v - 0.5 mm/ min. e
(b) aspecto de ruptura do tipo cisalhamento, pma v - 500 mm/ min.
356 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILI ZAD OS
A
Figu ra 28. 14 Imagens de elétrons secundários (MEV), 3 000 X. da superfície de
fratura dos fios ensaiados por tração. Observa-se o aspecto de fmtura dúcliL
contendo microcavidades. (a) v .. 0.5 mm/ mine {b) v • 500 mm/ min.
A
Figura 28. 15 Imagens de elétrons secundários (MEV) de um mesmo
fio do GRUPO 2: (a) aspecto de desgaste por corrosfio. 24 X e
(b) imagem da região de erosão por arco elétrico. com aumento de 80 X.
Capítulo 28 • Análise de Fal ha em Reator de uma Subestação... 357
28.4 DISCUSSÃO
Os ensaios executados permitiram estabelecer uma sequência para os
eventos que levaram à falha do cabo de interligação da bucha à bobina do
reator.
Os ensaios de tração, em particula r, revelaram que os fios não sofreram
fratura por sobrecarga de esforços axiais. Mesmo quando foram variadas as
taxas de carregamento, entre 0,5 e 500 mm/min, pôde-se observar o meca-
nismo de fratura dúctil, caracterizado pela presença de microcavidades nas
su perfícies de fratura. Tal aspecto não foi observado em nenhum dos fios fra-
turados em serviço.
Foram identificados dois aspectos característicos de ruptura para os fios
do cabo de interligação fa lhado em operação. No GRUPO 1, encontravam-se
fios pouco degradados superficialmente com aspecto de fratura frágil; no
GRUPO 2, observam-se fios extremamente degradados com fratura associada
à presença de erosão e vestígios de fusão.
Em função do desgaste observado em alguns fios, o óleo minera l isolante
do reator foi submetido, pela concessionária, à análise segundo a norma NBR
10505 02/2006 para avaliar a poss ibilidade de presença de enxofre corrosivo,
que não foi encontrado.
A ausência de enxofre corrosivo no óleo isolante não é conflitante com
os resultados dos demais ensaios, uma vez que tanto o desgaste por corrosão
quanto os depósitos identificados ocorrem em função das altas temperatu-
ras provenientes da redução de seção de condução do cabo de interligação
da bucha à bobina do reator e das descargas parciais, detectadas pela análise
cromatográfica de gases dissolvidos no óleo. A redução da seção total do con-
dutor foi proveniente do rompimen to dos fios fragilizados do GRUPO 1.
O histórico de manutenção do reator indicou que, in icialmente, o equi-
pamento co meçou a apresentar sinais de aq uecimento, caracterizado pelo
aumento da concentração de H2 dissolvido no óleo isolante. Tal fato, embora
não acarretasse problemas na operação, provavelmente teve relação com a
ruptura de alguns fios, que já se encontravam fragilizados. Supõe-se que a
realização de um serviço de manu ten ção para a substituição das juntas da
bucha tenha provocado a ruptura de diversos fios, que também já se encontra-
vam fragilizados, acarretando a redução da seção do co ndutor de interligação,
agravando o sobreaquecimento dos fios restantes e provoca ndo a posterior
ruptura da ma ioria dos fios de cobre.
358 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
28.5 CONCLUSÕES
A análise pericial dos fios rompidos do cabo de interligação da bucha
à bobina do reator, o histórico operacional do eq uipamento e os ensaios
complementares realizados no óleo mineral isolante pe rmitem as seguintes
conclusões:
A operação de manutenção realizada para a substituição das juntas
da bucha provocou a quebra de fios fragilizados do cabo de interli-
gação.
Capítulo 28 • Análise de Fal ha em Reator de uma Subestação... 359
28.6 REFERÊNCIAS
RESUMO
29.1 INTRODUÇÃO
A e
Figura 29.2 Deta lhes da extremidad e d os fi os rompidos:
(a) v ista geral: (b) fi os de alumínio: (e) fi os de aço.
364 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTILIZADOS
Amostra e Mn s;
Fio d e aço
0,62 0,02 0.45 0,2 1 0,02
(novo)
Fio d e aço
0,64 0.02 0,89 0.26 0.02
(cabo rompido)
AISI 1 060<1 0,55-0,65 0,0S m áx. 60-0 ,90 0,08-0,6 0.04 máx.
Resistência mecânica
Cabo Amostra
(Mr a)
76
76
82
Rompido - lado falhado
101
57
81
Rompido - lado intacto 156
195
205
198
Novo
198
20 1
204
Fio de AI 1 350/ H1 9
16 1 (95 %)
(NBR 5 11 8)
Microdureza
Cabo Amostra Desvio-padrão
(HV,.)
1 391 18
2 403 24
Rompido (FR)
3 41 3 17
4 430 46
1 393 11
2 396 10
Novo (FN)
3 395 18
4 41 0 27
e
Figura 29.4 Micrografias dos fios de alum ínio e de aço dos cabos novo e rompido:
(a) fio de alumínio. cabo novo. com ataque por reagente de Keller: (b) fio de alumínio.
cnbo rompido. com ataque por reagente de Keller: (e) fio de aço. cabo novo. 400 X e
ataque por nital 2 %: (d ) fio de aço. cabo rompido, 400 X e ataque por nital 2 %.
Capítulo 29 • Análise de Fal ha em Cabo de Transmissão ... 369
Pela análise metalográfica das seções longi tudinais dos fios de aço gal-
vanizado, próximas à região de ruptura, pôde-se constatar a presença do re-
vestimento de zinco ao longo da seção longitudinal das amostras examinadas.
Entretanto, em algumas reg iões, a presença de zinco era residual, ou mesmo
a usente, indicando a progressão do processo de corrosão do aço.
29.4 DI SCUSSÃO
São relatados na literatura diversos casos de fa lhas envolvendo emendas
empregadas em linhas de transmissão de energia elétrica. Dentre estas, as
causas mais com uns observadas referem-se à corrosão.
A corrosão pode ocorrer diretamente sobre os fios de aço e de alumí-
nio, acarretando a redução da seção resistente e posterior ruptura ou, ainda,
promover a oxidação dos contatos, ocasionando um aumento da resistência
elétrica, que poderia levar à redução da resistência mecânica dos fios de alu-
mínio.
Não foram detectados sinais da graxa inibidora de corrosão no interior
da luva. Esta a usência pode ser at ribuída, basicamente, a dois motivos igual-
mente críticos para a emenda: a) esquecimento durante a mon tagem e b) va-
porização pe lo aumento da tempe ratura.
Os resultados dos ensaios executados revelaram que havia umidade no
interior da luva, provocando corrosão do conector interno de aço.
O aspecto da extremidade do cabo fraturado reve lou um alongamento
incomum, característico da ocorrência de engaiolamento (bird-caging), que
pode ser provocado por erros na montagem das emendas e também por tem-
peratura elevada nas conexões de cabos ACSR. Nestes, o elevado coeficiente
de expa nsão térmica do alumínio em comparação com o aço propicia, no caso
da elevação da resistência elétrica e da consequente elevação da temperatura,
a expansão dos fios de alumínio com distorção do encordoamen to do cabo,
gerando um aspecto de ga iola. Nesta situação, toda a sustentação mecânica do
cabo é transferida para a alma de aço galvanizado.(6)
A observação do interior da luva do cabo rompido revelou um erro na
operação de compressão. Enquanto na luva nova seccionada se observou a
prensagem sobre um cabo que mantinha a característica helicoidal da confor-
mação original, a luva do cabo rompido revelou uma trama de fios retos, que
representava uma a lteração no tensionamento da malha de alumínio e um
problema para a conformação, com impl icações para a resistência de contato.
O filme de Fe 2 0 3, identificado sobre a superfície de contato luva/cabo na
região da falha e sobre os fios de alumín io (resistentes à limpeza por ultras-
som), provavelmente potencia lizou o aumento da resistência elétrica naquela
região. A identificação de Al(OH)3 sobre os fios de alumínio e de aço indicou o
início do processo de corrosão galvânica, que tenderia a corroer rapidamente
o alumínio.!6 l
Os ensaios mecânicos executados sobre os fios de aço do cabo rompido
não revelaram qualquer perda de resistência mecânica. Já os ensaios de tração
Capítul o 29 • Análise de Fal ha em Cabo de Transmissão ... 371
29.5 CONCLUSÕES
29.6 REFERÊNCIAS
(1) DOUGLAS, S. O.; EDRIS, A. Maximize use ofexisting route, <h ttp://tdworld.
com/mag/power_maxim ize_existing_route/index. html>, 2002.
(2) Tower Manual, U.S. Department of Transportation, COMDTINST
M11000.4A, /anuary 2002.
(3) !EEE Cuide for Determining the Effects of High-Temperature Operation
on Conductors, Connectors and Accessories, IEEE Power Engineering Society,
March 2005.
(4) CHEN, S. L; BLAC K, W. Z.; FANC HER, M. L. High Temperature Sag Model
for Overh ead Conductors. IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 18, nº 1,
/anuary 2003.
(5) BLACK, W. Z.; COLLINS, S. S.; HALL, J. F. Theorical Model for Temperature
Gradients within Bare Overhead Conductors. IEEE Transactions on Power
Delivery, vol. 3, nº 2, April 1988.
(6) RAWLINS, C. B. Some Effects of Mill Practice on the Stress Strain Behavior
of ACSR. IEEE Transactions on Power Delivery, vo l. 14, nº 2, April 1999.
(7) TAMM, C. R. Application Dynamics of High ternperature Conductors ln Fu\l
Tension Splices & Dead Ends, http:/ /www.hubbellpowersystems.com/powertest/
whats_new / ACSSConnectorRes/ AD HTC-SuspensionClarnps.doc;,, 2003.
(8) DI TROIA, G. Effects of High Temperature Operation on Overhead
Transrnission Fu\1-Tension Joints and Conductors, <http:/ /www.ttieurope.
com/microsites/fci/literature_main2 _1.cfm>, 2000.
(9) MARS HALL, W.; /ACOBS, T. Live-Line Technique ldentifies Defective /oints,
< http: / /tdworld.com/mag/power _live\ine_technique_identifies/, 1997.
Capítulo 30
An áli se de Falh a em
Espaça do r-Amortecedor de
Linh a de Tran smissã o de 500 kV
Durante a inspeção terrestre de uma linha de transm issão (LT) de 500 kV,
observou-se que um dos espaçadores de um dos vãos havia se desprendido de
um dos cabos de fase, conforme ilustrado na figura 30. la. Após a reti rada e a
substituição do espaçador, foi constatado que uma das garras estava frouxa de-
vido à ruptura de uma das arruelas de pressão, do tipo Belleville (figura 30.lb).
A equipe de manutenção da concess ionária, ao proceder a uma observa-
ção mais minuciosa, constatou que, em outra garra, havia apenas uma arruela
de pressão (figura 30.lc), o que indicou a ocorrência de duas rupturas em
garras diferentes de um mesmo espaçador.
37 4 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
e
Figura 30.1 (a) Vista geral do espaçador solto na LT: (b) deta lhe da arruela
fraturada (setas) : (e) detalhe da outra garra do mesmo espaçador
contendo upenas uma arruela Belleville.
n]_ O( J.S,5~l6.0mm
2.9
16.7.,,,.,
1,0mm
~
H 4.7Mffl!mJ.'\!
A figura 30.3 aprese nta uma vista ge ral do espaçador retirado de opera-
ção e, na figura 30 .4, podem-se observar detalhes da arruela fraturada, ainda
fixada ao espaçador. A figura 30.5a revela uma garra contendo o arranj o para-
fuso/arruelas co mpl eto e pode-se comparar, na figura 30.Sb, com uma outra
376 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
garra, do mesmo espaçador, contendo apenas uma a rru ela Belleville intacta e
uma plana, indicand o que provavelmente ocorre u a quebra e posterior perda
da arruela Belleville superior.
A
Figura 30.5 (a) Detalhe da gmra contendo o arranjo parafuso/ arru elas completo: (b)
detalhe de uma garra do mesmo espaçador contendo apenas uma arruela Belleville.
A
Figura 30.6 Detalhes da superfície de fratura da arruela Belleville, apresentando
aspecto de ruptura frági l: (a) vista gemi: (b) detalhe das marcas de sargento.
indicando início da propagação da ruptura (seta).
378 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
Figura 30.8 Aspecto das arruelas após a aplicação do revelador no ensaio de liquidas
peneirantes. comprovando a inexistência de trincas superficiais: (a) arruelas novas: (b)
arruelas retiradas do espaçador folhado.
380 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTILI ZADOS
Amostra e Mn
30.3.4 Dureza
A especificação de fabricação das arruelasPl estabelece valores de dureza
da ordem de 458 a 513 HV (46 a SOHRcJ. 12>
Foram executados ensaios de microdureza Vickers- MHV (carga de 100
kgf) - e de dureza Rockwel\ C- HRc ( carga de 150 kgf) - na amostra nova e na
amostra falhada . Os ensaios de microdureza, que visaram à detecção de possí-
vel heterogeneidade de propriedades mecânicas, ao longo da seção transver-
sal das arruelas, não detectaram qualque r alteração significativa.
Em função da forma das arruelas Bell evi\le, a execução dos ensaios de
dureza Rockwell exigiu o corte e a usinagem das mesmas para a obtenção de
duas superfícies planas e parale las.
A tabela 30.2 apresenta os resultados dos ensaios e a conversão aproxi-
mada para valores de tensão limite de resistência mecânica.PJ
Capítul o 30 • Análise de Fal ha em Espaçador-Amortecedor... 381
Figura 30.9 Micrografia da seção transversal das arruelas Bel levi lle. mostrando
m icroestrutura compQsta de martensita revenida e bainita inferior. 400 X e ataque por
nital 2 %: (a) fr aturada: (b) nova.
Figura 30. t 1 Modelo 3-D. construído em CAD. com a malha de elementos finitos.
T
F=--
m.d
30.4 DISCUSSÃO
30.5 CONCLUSÕES
Os resultados dos ensaios e da simulação numérica permitiram concluir
que:
As arruelas foram fabricadas em não conformidade com a norma
SAE ]773, no que se refere ao material a ser utilizado (aço carbono
SAE 1050 a SAE 1061).
A utilização de aços com maiores teores de carbono, no caso, o aço
SAE 1075, aumenta o risco de ruptura das arruelas devido à sua me-
nor plasticidade.
Os esforços cíclicos de fadiga não são um fator de risco para as ar-
ruelas dos espaçadores-amortecedores da LT em questão, uma vez
que a ação das forças dinâmicas, oriundas da vibração do condutor,
resultam em variação inferior a 1 % da magnitude da tensão de von
Mises .
O sobretorque no parafuso do espaçador durante a mon tagem da LT
foi a causa mais provável da fratura das arruelas .
30.6 REFERÊNCIAS
(1) SAE j773-98, Surface Vehicle Standard for Conical Spring Washers, 1998.
(2) ASTM E 140, Standard Hardness Conversion Tables for Metais, 2005.
(3) ASTM A 370, Standard Methods and Definitions for Mechanical Testing of
Steel Products, 1977.
390 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
(4) MAXWE LL, R. Tightening Up Torque Specs, Transmisslon & Distri butio n
World, 2005 - http://tdworld.com/mag/power_tightening_torque_specs.
(5) l.AMENDOLA, M. How to use Belleville Washers Correctly, Elect rical
Construction and Maintenance/EC&M, 1997 - http://ecmweb.com/mag/
electric_bellcville_washers_correctly/.
(6) Selection criteria for Belleville washers, Engineering talk, 2006 - http://
www.engineeringtalk.com/news/bmd/bmdlOO.html.
Capítulo 31
3 1.1 INTRODUÇÃO
A
Figura 3 1.2 Dimensões das molas grandes (a) antiga e (b) nova.
394 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
A
Figura 31.3 Dimensões das molas pequenas (a) antiga e (b) nova.
fig ura 31 .4 Vista geral da seção fraturada de uma mola grande antiga
A
Figura 3 1.5 (a) Detalhe da seção transversal fraturada de uma mola antiga grande.
com grande deformação plástica. e (b) deta lhe da superfície de uma mola fraturada.
apresentando grande deformação plástica e trincas paralelas.
396 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Fig urn 3 1.6 Superfície de fratura de uma mola grande apresentando aspectos típicos
de falha por fadig<1: (a) zona de inicio: (b) zona de propagação.
contendo marcas de praia e (e) zona fibrosa final.
Fig ura 3 1.7 Região de início de falha de uma mola grande antiga. Observa-se. no
detalhe, o enrugamento superficial acarretado pelos sucessivos choques entre as
espiras.
A
Figura 31.10 Detalhe da superfície de fratura de urmi molu grande antiga:
(a) amassmnento característico de zona de propagação por fadiga e (b) zona de
transição entre a zona de propagação e a zona fibrosa.
Capítulo 31 • Análise da Ocorrência de falhas e m Molas ... 399
Tabela 3 1.2 Composiçãoquimica (%) das molas novas e antigas e da liga ASTM A 877 M
Amostra 1
0,57 0,006 1.4
mola pequena nova
Amostra2
mola grande nova clCl 0,55. 0,008 1.4
Amostra3
mola pequena usada
~ 0,56 0,003 1.4
fraturada A ~
Amostra4 °'
mola grande usada 0,57 0,008 1.4
fraturada B
continuação
400 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
Tabela 3 1.2 Composição química(%) das molas novas e<mligase da liga ASTM A 877 M
(continuação)
Amostra 1
0.67 0.68 <O. \
mola pequena nova
Amostm2
0.75 0.68 <0.1
mola grande nova
Amostra3
mola pequena usada 0,67 0,64 < 0.1
fraturada A
Amostm 4
mola grnnde usada 0.72 0.65 < 0.1
fraturada B
Obs. : O diâmetro máximo especifi cado na norma ASTM A 877M para arames de aço empregados
em molas de válvulas é de 9.5 mm
Tabela 3 1.3 Resultados dos e nsa ios de dureza Vickers sob re amostras de molas
grandes fraturad as
001 ±14 -
Uma estimativa quanto à força mínima aplicada sobre a mola antiga gran-
de, em condições de operação, revela valores da ordem de 20 kgf. No caso
das molas novas grandes, em função da sua maior altura, estes valores são da
ordem de 214 kgf.
_
..., ........
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=;=::..-::;:~::~ :::::.
...._i.1~••'-""V--·
- .a:""11,.11../ ......
._1;1: ... , ...... J .................. . ..,,.,,,...,..,.,.
-n-•r~-'l),..,.,,.• .....v .... ..._.- ...... ,.
r·
z
Figura 3 1.1 5 Cam po de tensões (von Mises) observado nas
molas antigas para um deslocamento de 90.0 mm.
406 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Figura 3 1.1 6 Campo de tensões (von Mises) observado nas molas antigas para um
deslornmento de 90.0 mm. incorporando esforços de impacto entre as espiras.
___.....,,
Figura 3 1. 17 Campo de tensões (von Mises) observado nas molas novas para um
deslocamento de 146.0 mm .
Figura 3 1. 18 Campo de tensões (von Mises) observado nas molas novas para um
deslocamento de 146.0mm. incorporando esforços de impacto entre as espiras.
408 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
3 1.4 DI SCUSSÃO
De acordo com os resu ltados das análises, as molas das bombas injetoras
falharam pelo mecanismo de fadiga, provocada pelo efeito brinelling (fadiga
superficial causada por impactos repetidos ou sobreca rga).lll Este efeito é
causado pelos sucessivos choques entre as espiras de uma das extremidades
das molas, que provocam o amassamento do arame e levam à formação de en-
dentações, caracterizadas pelo escoamento plástico na superfície, levando ao
aparecimento de trincas que reduzem acentuadamen te a resistência à fadiga
dos componentes.
O amassamento observado nas espiras tende, ainda, a anular o efeito en-
durecedor controlado provocado pelo shot peening.
A análise do comportamento mecânico revelou que as molas antigas so-
frem um deslocamento cm operação de 90 mm, e não 46 mm como aval iado
pela equipe de operação dos motores. De acordo com os cálculos efetuados e
a posterior análise pelo diagrama de Goodman, verificou-se que esta defor-
mação, somada à pequena força mínima de operação, leva a uma condição de
operação insegura em solicitação de fadiga.
Pequenas alterações superficiais já são suficie ntes para provocar uma
acentuada redução na resistência à fadiga de materiais com alta tenacidade.
Os ensaios realizados sobre o material das molas (antigas e novas) reve-
laram que, provavelmente, estas fo ram produzidas com a liga ASTM A877M
ou ASTM A401M (composição semelhante à da A877M, porém com menor
con trole sobre imp urezas) P.4 1
A avaliação da dureza das molas revela que a resistência mecânica dos
arames uti lizados na fabricação das molas atende aos requisitos de norma.P.4l
Com exceção da segregação de carbono observada na amostra retirada
de operação, as metalografias das molas apresentam uma microestrutura co-
mumente observada em materiais empregados na confecção de dispositivos
mecânicos semelhantes.
As alterações das dimensões observadas nas molas novas, na compara-
ção com as antigas, foram claramente efetuadas a parti r do princípio de au-
mentar a força mínima de operação, visando a um aumento da tensão média
e, por conseguinte, à tensão de fadiga ao corte, levando a uma condição mais
segura de operação, segundo uma análi se conservadora de Goodman.
A modelagem numérica realizada com o in t uito de avaliarem-se os esfor-
ços a que as molas estão submetidas, em condições de operação, revela que,
nas superfícies de contato entre as duas primeiras espiras das molas antigas,
Capítulo 31 • Análise da Ocorrência de falhas em Molas ... 409
3 1.5 CONCLUSÕES
31.5 REFERÊNCIAS
32. 1 INTRODUÇÃO
e
Figura 32. 1 Imagens da inspeção no campo (a) detalhe da cadeia de isoladores/
grampos, (b) vista geral da torre 164/ 1 e (e) desnível entre as torres.
Tabela 32. 1 Identificação dos isolado res fo rnecidos pela concessio nária
Identificação
Identificação Cepe l Características
Concessionária
In icia lmente procedeu-se a uma análise visua l das seções do grampo fa-
lhado buscando estabelecer a sequência de eventos, identificar sinais carac-
terísticos do tipo de falha e comparar a peça falhada com os demais grampos
intactos.
A análise visual de recebimento dos grampos revelou uma espessa ca-
mada de co loração branca aderida à superfície da peça fraturada. Nos demais
grampos analisados a qua ntidade dos resíduos observados era insignifican-
te. Estes resíduos fo ram analisados por difração de raios X cm microssonda
EDS IXRS acoplada ao microscópio eletrônico de varredura (MEV) Carl Zeiss
Evo40, também empregados na aná lise da morfologia da superfície de fratura,
sendo classificados como Gibbsita e Bayerita, que são dois compostos de hi-
dróxidos de alum ínio Al(O H)J (figura 32.2).
414 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
~--·--·
---·-·-·•· .
Figura 32.3 Imagens do grampo GS/F (a. b e e) e dos grampos GS/ 1(d).
GS/ 2(e) e GS/ 4(0.
A e
com exceção do elevado teor de cobre identificado na peça GS/E A tabela 32.2
apresenta os resultados obtidos. A título de observação, os teores de silício
(Si) neste tipo de análise apresentam valores consideravelmente superiores
aos reais em função das características do detector de raios X e da sup erposi-
ção dos seus picos de energia com os do elemento químico alumínio.
Tabela 32.2 Res ultad os da aná lise q uím ica sem iquanlita\iva por EDS
05/2 0.1 3
'
GS/ 4 0,28
0.20-
ANSI 356 .0• 6.5-7.5 0.35 0,6 0.20 0.35 0.25
0.45
32.3.3 Dureza
Foram efetuados e nsaios de dureza Rockwell, escala B, na máquina uni-
versal de ensaios lnstron Wolpert, modelo Testar 930, em amostras usinadas
das quatro peças, visando avaliar os materiais empregados em função dos re-
quisitos de tensão da norma ASTM B-26 .
A tabela 32.4 apresenta os resultados dos ensa ios de dureza Rockwell,
esca la B, executados sobre todas as amostras e os valores de dureza mínima
especifica das para cada liga.
ºººº
Figura 32.5 Imagem do grampo GS/ 1 submetido ao ensaio de líquidos peneirantes.
C<ltga suportada
Amostra Observação
(kgO
Figu ra 32.6 Ensaio de \raçôo: (a) vista do arranjo, (b) detalhe da peça GS/ 1 sob
ensaio e {e) detalhe da peça GS/ 4 após o ensaio.
Figura 3 2.8 Imagens de microscopia ótica do grampo GS/ F. (a) e (b) Sem ataque
quím ico. (e) Com ataque quimico Barker.
·;, - ~ (
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' ...-e ...·, ~ '!:, •
• ~. 1;1,-~ .,"!, '-!:_, 'Í f'·;;~~
,:_ ._. •. J , .. ,._._ ·- -'r .
(A) ampliação: 100 X (B) ampliação: 100 X
Na fig ura 32.10 observa-se em deta lhe uma seção da rede intergranular
de precipitados na amostra do grampo GS/F submetida à preparação metalo-
gráfica. Estas fases foram identifica das como sendo predominantemente for-
422 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
madas por CuAli, segundo a análise por EDS, a qual acusou uma composição
química semiquantitativa da ordem de 58 % de alumínio e 42 % de cobre.
32.3.7 Corrosão
Os produtos de corrosão observados foram analisados no equipame n-
to de raios X Panalytical modelo X'Pert-Pro, e o ensaio de susceptibilidade
à corrosão intergranular das ligas de alumínio utilizadas na fabricação dos
grampos foi realizado de acordo com os procedimentos contidos na norma
ASTM Gl 10 (Standard Proctice for E'valuating lntergranular Corrosion Resis-
tance of Heat Treatable Aluminum a/loys by lmmersion ln sodium Ch/oride +
Hydrogen Peroxide So/ution). O ensaio consistiu na imersão de amostras dos
quatro grampos em uma solução de cloreto de sódio e peróxido de hidrogênio
por seis horas e posterior avaliação metalográfica. Este teste é indicado para
avaliar a presença de contornos de grãos sensitizados, os quais são susceptí-
veis à corrosão intergranular.
A identificação de produtos de corrosão no interior de cavidades, inicial-
mente identificadas como poros, motivou a realização de análises por MEV e
Capítul o 32 • Análise de Fal ha de Grampo de Suspensão de Linha... 423
Tabela 32.6 Análise semiquantitativa por dispersão de energia de raios X (EDS) das
regiões da amostra GS/ F identificadas na figura 32.1 la.
ao- 1 843 27 45 68
Capítul o 32 • Análise de Fal ha de Grampo de Suspensão de Linha... 42 5
'(
:·-·
;Y-·r . "·
~' ~,. . ~. ·', ~.
Figura 32. 12 Mioografias dos grampos OS/ F. OS/ 1. OS/ 2 e OS/ 4 submetidos ao
ensaio de detecção de susceptibilidade ii corrosão intergranular -ASTM Gl 10.
Tabela 32.8 Análise semiquantitaliva por EDS das regiões da amostra do grnmpo
GS/f submetido ao ensaio de susceptibilidade â corrosào inlergranular idenlificadas
na figura 32.13
32.4 DISCUSSÃO
Falhas em grampos de suspensão em alumínio empregados em sistemas
de transmissão de energia elétrica não são ocorrências comumente relatadas
na literatura, ao contrário de casos envolvendo cabos e conectores.
O evento em questão ocorreu sobre um grampo de suspensão de alumí-
nio em operação há mais de 30 anos, em condições atmosféricas críti cas com
relatos de fortes chuvas e ventos, e estava associado a um arranjo que apre-
sentava um desequilíbrio de esforços sobre a peça, em função do grande des-
nível entre as torres e da considerável distância entre os vãos, 429 m, contra
as distâncias comumente observadas de cerca de 300 m.
As aná lises iniciais das seções recuperadas do grampo de suspensão fra-
turado permitiram observar a presença de uma espessa camada de hidróxido
de alumínio de coloração branca, posteriormente identificada como Al(OHL.
Nos grampos intactos retirados de operação, da mesma cadeia de suspensão
da peça falhada, não foram observados depósitos semelhantes.
Segundo informações obtidas com a concessionária e com o atual fabri-
cante dos grampos, todos foram originalmente fabricados pelo processo de
fundição em molde de areia, segundo a norma ASTM 8-26. A análi se química
permitiu identificar as ligas como sendo a ANS I 319 para o grampo fa lhado e
a ANSI 356 para os dema is. A diferença de composição entre as ligas é basi-
camen te o elevado teor de cobre existente na liga 319, de 3 % a 4 %, contra
0,20 % a 0,45 % para a liga 356.
A análise das superfícies de fratura permitiu a identificação do mecanis-
mo de fadiga como o dominante no processo inicial d e ruptura do gram po.
Este mecanismo estava a ssociado a fre ntes de propagação d e trincas de natu-
reza transgra nular e intergranula1~ sendo observadas diversas trincas na su-
perfície de fratura, todas associadas a defeitos volumétricos.
Os ensaios metalográficos empregando-se mi croscópios óti cos e elet rô-
nico de varredura revelaram que a microestrutura do grampo fraturado, com-
posta por uma matriz de alumínio e uma rede intergranular/interdendrítica
formada por precipitados de CuA1 2, apresentava-se repleta de defeitos inter-
nos formados por poros, microvazios de encolhimento e um pronunciado efei-
428 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
32.5 CONCLUSÕES
32.6 REFERÊNCIAS
33. 1 INTRODUÇÃO
e
Figura 33 .7 Isolador com o pino fraturado: (a) região de fratura em que não se
observa o anel de vidro envolvendo a região do pino; (bl detalhe das Quatro saias:
(e) campânula com o detalhe do ano de fabricc1ção. 1970.
e
Figura 33.10 Isolador retirado de operação: (a) região central em que se observa a
presença de um anel de vidro envolvendo o "pino grávido", o qual apresenta corrosão
superficial generaliwda: (b) detalhe das três saias do isolador: {e) campânula com o
detalhe do ano de fabricação. 1976.
Figura 33. 12 Isolador novo: (a) região central em que se observa a presença de um
anel de vidro envolvendo o "pino grávido": (b) detalhe das três saias do isolador
Isolador retirado de
25,36 0.08 25.30 25.47
operação com o p ino lixudo
Figura 33. 16 Vista geral do pino do isolador novo. na qual se verifica diferença
microeslruturnl entre as regiões da luva e centro do pino. Ampliação original: 25 X.
Ataque: nital 2 %.
Figura 33. 17 Microestru\ura do isolador novo (a) luva - grãos colunares e fase
secundária. típicas de liga de :zinco: (b) centro - perlita e lerrita proeutetoide.
Ataque: nital 2 %. Ampliação: 400 X.
446 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERI A IS UTILI ZAD OS
No pino do isolador novo observou-se a presença de uma luva, no pino intacto re-
tirado de operação: observou-se aumento de diâmetro com o mesmo material do
pino e no pino fraturado em serviço não foi passivei a identificação de um aumento
de diâmetro ou de uma luva
Capítulo 33 • Análise de Fal ha em Isolador Vidro de uma Cadeia... 44 7
Tabela 33.2 Valores de microdureza Vickers das amostras dos pinos dos isoladores
e
1l
E
<:
o o
]! ]!
Isolador com o
Central 201,2 6.4 187.3 209,3 657
pino fraturado
NA • não se ap lica.
,.
.,., ...
~ : , ..., •• v
~
1.io.~ e,-
J. 1r·
Para o isolado r novo, como pode ser observado na figura 33.21, foi iden-
tificada apenas a presença de zinco na região da luva.
450 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
Tabela 33.3 Resultados da análise química quantitativa da região central dos pinos dos
isoladores
Elemento
Amostra
C(%) S1%1
Isolador intacto retirado de operação 0.48 0,043
.
LJtLJ.:..'- --~
Figura 33.22 Espectro de difração de raios X do produto de corrosão do pino
fra turado.
452 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
33.4 DI SCUSSÃO
A corrosão de pinos e campânulas de isoladores é um assunto con troverso
e grave para o setor elétrico mundial. Domingues e colaboradores!2J afirmam
que as corren tes de fuga que circulam nos isoladores são compatíveis com os
processos de corrosão envolvendo perda de material em pinos de isoladores.
A figura 33.23 apresenta imagens de isoladores, pertencentes a uma outra
concessionária de energia elétrica, que apresentaram o mesmo tipo de proble-
ma. Nessa figura, é impo rtante destacar que os isoladores não possuem o cha-
mado "anel de vidro", a exemplo do isolador fraturado analisado neste estudo.
As observ-.:1ções realizadas em campo para este tipo de processo corrosivo mos-
tram que ele ocorre, preferencialmente, na interface do pino com o ci mento,
mas também podem ser observadas nas regiões da base da campânula.
Figura 33.23 Isoladores com pinos corroídos: (a) vista geral: (b) detalhe do pino do
isolador. no qual não se observa o .. anel de vidro·
VIDRO OU
POR( ( L,O,:'-.A
CO~R[:S:T[
G,\LV,\NICA
'
·1
{,A~,.. l),\
ÚMl [l,\
º,~ ------~-------o
NUM\IIRO UOHót.AIX>l NA CAIJIIA
33.5 CONCLUSÕES
33.6 REFERÊNCIAS
34. 1 INTRODUÇÃO
Após a ocorrência do rompimento em serviço do tubo de extensão do
lado esquerdo do coletor de saída do superaquecedor primário da caldeira de
uma Usina Termelétrica procedeu-se, a pedido do proprietário da planta, uma
inspeção de campo para coleta de informações e de amostras do componente
danificado.
A figura 34.1 apresenta o desenho esquemático do coletor em que é ide n-
tificada a região de ruptura.
462 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
11 0 )
g Coletor S\ 44 22 160
~ff-----+---+---+---~
:3 & Tubo de
St45.8
~ õ extensão
~e)--- - - + - - - + - - - - t - - -4 60 430
i1 :rbp~:I~~:
15Mo3 3.5 44,5
Figura 34.2 Vista geral da zona de falha. (a) proteção cilíndrica rompida e
(b) observação do coletor fraturado a partir da proteção fraturada.
Capítul o 34 • Análise de Fal ha no Coletor de Saída ... 465
Figura 34.5 Localização dos pontos de inspeção por réplicas metalográficas e dureza
Vickers no coletor de saída do supemquecedor secundário (a). (b) lado esquerdo
(falha) e (e) lado direito (integro)
A
Figura 34.9 Amostras submetidas a ensaios nos laboratórios do Cepel. (a) trecho do
tubo de extensão fraturado e (b) corte efetuado sobre a seção reduzida do coletor
contendo superfície de fratura.
Diâmetro (mm)
Identificaçã o Ovalizaçã o Máxima(" )
Nominal I Mé dio
Tubo de extensão
1109.5:t.0,4
falhado
Espessura(mm)
Identificação Material > - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Nominal Mínima A SM E 161 Regiiio Média Minima
St 45.8"' 0,21 má x. 0,4 - 1,2 0,04 máx . 0,04 máx. ,10 -0,3( 0,08 rnáx. 0,30 rnáx. 0,30 rn áx
Tub o de
extensão 0, 185 0,66 0,0 18 0,023 0,23 0,03 0,07 0,09
falhado
Lado tubo de
extensão 18 1 201 185 196 182 191 190 167 193 167 165 164
Material/St45.8
A
Figura 34. 11 Micrografia da seção trnnsversal do tubo de extensão do coletor.
Região próxima à superfície de fratura. Microestrutura composta por ferrita e nódulos
de grafita. {a) ampliação: 200 X. ataque: nital 2 %. (b) ampliação: 100 X. sem ataque
químico.
A
Figura 34. 14 Microscopia ótica de amostra do tubo d e extensão do coletor de saída
afastada da zona de folha: (a) seção transversal apresentando nódulos de grafita e
(b) seção longitudinal indicando a predominância de ferrita com pequenos grãos
perlíti cos. 400 X. ataque: Nital 2 %.
34.3.2 .5 Análi se com mic roscó pi o eletrô nico d e va rred ura (MEV)
As análises no microscópio eletrônico de varredura (com analisador por
dispersão de energia- EDS associado) foram inicialmente conduzi das sobre
a superfície polida de amostras metalográficas, com o intuito de confirmar a
presença de nódulos de grafita, conforme apresentado da figura 34.15. A aná-
lise por EDS identificou o enriquecimento de carbono caracte rístico da gra-
fita. Posteriormente, executaram-se análises sobre as supe rfícies de fratura ,
que revelaram o mecanismo dúctil, típico do materia l em questão, porém com
baixa deformação plástica, decorrente da grande energia liberada por ocasião
da propagação e ruptura da trinca principal após a mesma te r atingindo um
tamanho crítico. Na região de início da fratura também foram identificadas
subtrin cas (figura 34. 16).
Capítulo 34 • Análi se de Fal ha no Cole tor d e Saída ... 477
e...
,.
"
Figura 34. 15 (a) Imagem de microscopia eletrônica de varredura da superfície
polida e atacada de um corte transversal do tubo de extensão do coletor de saída do
superaquecedor primário, revelando um nódulo de grafita em uma região próxima à
superfície de fratu ra. (b) Espectro de EDS da grafita (região 1). (e) espectro de EDS da
matriz (região 2).
478 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
34.4 DI SCUSSÃO
A análises execu tadas sobre o coletor de saída do superaquecedor primário
da caldeira da Usina Termelétrica revelaram que a fratura do componente deu-se
na zona termicamente afetada do tubo de extensão, junto à solda de união com
a extremidade (seção reduzida) do referido coletor. Esta extensão tem a função
de permitir o acesso ao coletor sem a necessidade de abertura das paredes de
refratário.
A investigação executada no campo, através de ensaios de réplicas me-
talográficas identificou estágios de degradação D, segundo a classificação de
Toft e MarsdenP l nos stubs da serpentina e da tubulação de interligação, es-
tando as demais áreas inspecionadas com níveis inferiores de degradação. Os
ensaios de dureza Vickers, todavia, não permi ti ram a identificação de qual-
quer processo de degradação acentuada das propriedades mecânicas no cole-
tor falhado e nem em qualque r componente associado ao coletor de entrada,
também inspecionado na mesma ocasião.
As medições de diâmetro não indicaram ovalização no tubo falhado, uma
vez que as variações encontradas foram inferiores a 1 % (limite crítico, acima
do qual se recomenda uma análise mais cuidadosa do componente).
Segundo a especificação do coletoi~ o material empregado no componente
falhado é o aço DIN St 45.8 e a temperatura de operação 430 ºC. Seguindo estes
parâmetros, a espessura mínima medida de 5,16 mm atenderia aos requis itos
do código ASME. f2l Entretan to, informações das equipes de manutenção, corro-
boradas por imagens dos registros de temperatura revelaram que o componente
Capítul o 34 • Análise de Fal ha no Coletor de Saída ... 479
tem operado em temperaturas superiores a 500 ºC. Por ocasião da falha, o com-
ponente estava operando a 510 ºC (registro fotográfico enviado ao laboratório).
Esta temperatura de operação configura um elevado risco para o compo-
nente, uma vez que para operar a 510 ºC o tubo de extensão deveria possuir
uma proibitiva es pessura de parede de 14,18 mm (calculada a partir da equa-
ção 34.1,) em função de se tratar de um aço carbono comum, sem os eleme n-
tos de liga Cr e Mo na sua composição em proporções adequadas.
P X D
t= - - - - + 0,005 X D (Eq. 34.1)
2 X S+P
onde:
t = espessura mínima, mm;
p = pressão de operação, kg/cm2;
D = diâmetro externo da tubulação;
mmeS = tensão admissível máxima na temperatura de operação, kg/cm 2.f2l
2Pdm
(Eq. 34.2)
2t
onde:
P = pressão, MPa;
dm = diâmetro médio, mm;
t = espessura, mm.
482 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILI ZAD OS
6()() r
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P,u.:imc!retdc 1..1,-;}n-MiUe1 T.10ótl, 1, t 1S.7Sl) 110'1
onde:
LMP = parâmetro de Larson-Mi ll er;
Tk = temperatura (ºK);
tR = tempo de ruptura (h).
34.5 CONCLUSÕES
34.6 REFERÊNCIAS
35. 1 INTRODUÇÃO
A
Figura 35. 1 Observações da equipe de Furnas, por o casião da inspeção no campo:
(a) vi sta gera l do arranjo fe rragens/isolador/ cabo para-rai os 111 :
(b) detalh e d o desgaste em conjunto parafuso " U"/ elo-o lhal' 11 •
~
C"':ld""W' :« arH
0li4t « 3iff'!:Stl íRE W1t: é:::9'9
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} ,___._~~_º'_'---+-+-+-t-+-+-+-+-t-+-;+-;-+-+-+-<
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Capítulo 35 • Análise do Desgaste e m Acessórios de Para -Raios. .. 489
(WW)vulU"J
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490 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
10080825
25AM 65-0
Capítulo 35 • Análise do Desgaste e m Acessóri os de Para-Raios. .. 491
35.2. 1 Materiais
35.2 .2 Métodos
A aná li se visual das ferragens permitiu a separação das peças com va-
riação acentuada entre os níveis de desgaste. Além disso, buscou-se a iden-
tificação de sinais característicos quando comparadas as de maior com as de
menor desgaste.
Os grampos de suspensão apresentaram um número de peças desgasta-
das muito inferiores ao das peças de aço, indicando, ainda, uma natureza di-
ferente da superfície de desgaste. Além disso, o não envio das peças retiradas
de operação sem desgaste (32 em 59 ava li adas) comprometeu, parcialmente,
a análise comparati va.
Capítulo 35 • Análise do Desgaste em Acessórios de Para-Raios. .. 493
o (Eq. 35.1)
'
Procederam-se, en tão, a análises estatísticas nas ferragens deaço,a partir
de gráfi cos construídos com o software STATISTIC (data analysis software
system), versão 7. Estes gráficos correlacionavam os tamanhos dos vãos, o
desgaste, o teor de carbono e a dureza dos parafusos "U".
Além desta análise, foi ajustada com o auxílio do suplemento Solver do
Excel, uma eq uação para es timar o desgaste(%) em função do teor de carbo-
no(%), da dureza Brinell (HB) e do tamanho do Vão (m).
A equação 35.2 ajustada pela técnica estatística citada possui a seguinte
forma:
e
Figura 35.5 Detalhes representativos dc1 inspeção visual nas ferragens de sustentação
de cabos para-raios: (a) leve desgaste superficial no parafuso "U"; {b) desgaste
avançado com sinas de deformação plástica no parafuso "U" e no elo-olhal:
(e) alça do grampo de suspensão da torre 378 - lado d ireito intacto: (d ) deformação
plástica acentuada na outra alça do mesmo grampo.
A tabela 35.3 apresenta os resultados das aná lises químicas quantita ti-
vas de cinco elemen tos (C, S, Si, P e Mn) efet uadas sobre 12 parafusos "U" e
12 elos-ol hais de aço ca rbo no retirados de operação. Nos demais 42 grampos
e 4 2 elos recebidos, foram executadas apenas análises químicas de dois ele-
mentos (C e S), tabela 35.4. Já a tabela 35.5 apresenta os resultados das análi-
ses químicas dos elementos Si, Mg, Fe, Cu, efetuadas sobre os seis grampos de
suspensão de alumínio.
Capítul o 35 • Análise do Desgaste e m Acessóri os de Para-Raios. .. 497
OJSS 0.52 0,013 0,20 0,026 0,63 0,35 0,021 0,28 0,033 1.6
0366 0,20 0,034 0,19 0,009 0,43 0,35 0,023 0,27 0,025 1.7
0374 0,2 1 0,032 0,21 0,018 0,42 0,34 0,022 0.37 0,016 1,7
0448 0.48 0.061 0.31 0.016 0.78 0.34 0.022 0.37 0,016 1.7
0490 0.47 0,042 0.20 0,021 0,73 0,34 0.015 0,25 0,023 1.7
AISI 1020
0,18a o.os 0,04 0,30a
0,23 máx 0,60
AISI 1050
0,48a o.os 0,04 0,60a
0.55 máx 0,90
AISI 1035
0.32a o.os 0.04 0,60a
0,38 máx 0,90
OJSS 0,49 0.029 0,23 0,009 0.65 0.33 0.021 0.33 0.009 1,7
0366 0,20 0.032 0.14 0.021 0.40 0,35 0,023 0.27 0.034 1,7
0374 0.20 0.032 0.20 0,015 0,43 0.34 0.021 0.33 0,015 1.8
0448 0,52 0,013 0,21 0,017 0,65 0,35 0.023 0,27 0,018 1,7
0490 0.5\ 0,012 0,22 0,013 0,64 0,36 0,016 0,29 0,020 1,8
498 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERI A IS UTI LIZAD OS
Tabela 35.4 Análise química quantitativa de dois elementos - parafusos ·v· e elos-
olhais
Grampo de
Estrutura/Torre Si(%) Mg(%) Fe(%) Cu(%)
suspensão
35.3.3 Dureza
Os resultados dos ensaios de dureza Rockwell, escala B, dos pa rafusos
"U" e dos elos-olhais são apresen tados na tabela 35.6, bem como a sua conver-
são para valores de dureza Bri nell. A tabela 35.7 aprese nta os valores obtidos
para os grampos de suspensão. Em ambas as tabelas encontram-se indicados
os valores típicos de dureza para os aços e para a liga de alumín io.
Tabela 35.6 Res ultados dos ensaios de dureza dos parafusos "U" e dos elos-olhais
Es~~:~em/ c-'-'-"'-"',º_"'_
l ir_
eit_o+-_E
lo_~_lh ol_di_rei_to-+P-arn_1,_w_,rº-'"-ºº_'d__,of-E-l0_~1_h,1o_.,_"°_'d_o
0 7
97t1
"'· 225t7
""·
96,0 214t3
11ft,
95t1
IIB
211t7 94 t1
t1R8
207t7
0352 93t1 200t6 96,1 214.17 79.tl !46 .13 97.t l 221t7
continua
500 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILI ZAD OS
Tabela 35.6 Resul tados dos ensaios de du reza dos pamlusos " U.. e dos elos•olhais
(continuação)
Tabe la 35.7 Resultad os dos ensa ios de dureza dos grampos d e suspensão
Grampo de
Estrutura/forre HR, HB
suspensão
0378 esquerdo 94 ± 3 17 1 ± 9
direito 77 ± 6 124 ± 10
0483
esq uerdo 81 ± 8 135 ± 17
continua
Capítulo 35 • Análise do Desgaste e m Acessóri os de Para -Raios. .. 503
continuação
• I
f _
{f)T483 grampo de suspensão direito.
(e)T483 grampo de suspensão direito. 25 X
400X
continua
Capítulo 35 • Análise do Desgaste e m Acessórios de Para -Raios. .. 505
continuação
A
1 •
. ~ . .. ...
•• --
(g)T483 grampo de suspensiio esquerdo. (h)T483 grampo de suspensão esquerdo.
~~ ax
Figura 35.7 Microestruturas compostas por alumínio e eutêtico alumínio-silício.
Identificadas em grampos de suspensiio retirados de operação. Observam-se elevados
níveis de porosidade e precipitados de silício fibrosos com libras curtas tanto nos
grampos com maiores níveis de desgaste. (a). (b). {d e (d) quanto naqueles com
menores níveis. {e). (O. (g) e (h). Ataque: Keller.
35.4 DISCUSSÃO
Na literat ura de análise de fa lhas em ferragens de linhas de transmis-
são, eventos de desgaste acentuado, como os avaliados neste estudo, não são
recorrentes, devendo os mesmos estar restritos aos relatos das equipes de
manutenção e relatórios técnicos internos.
Tal impressão foi corroborada pela análise de um documento do Cigré,
mais especificamente do Comitê de Estudo B2, Grupo Técnico Consultivo
B2-AG-06, relacionada a acessórios de linhas de transmissão instalados há
mais de 30 anos, se ndo identificada, inclusive, situação de desgaste seme-
lhante em parafusos "U", sem que, no entanto, se explorasse a questão das
causas da deterioração.f 2J
Nas aná li ses visuais sobre as ferragens de sustentação dos cabos para-
raios, cha mou a atenção o desgaste menos acentuado observado junto às
superfícies de sustentação (porção superior dos furos), nos grampos de
suspensão em liga de alumínio na comparação com as peças de aço carbono.
Esta informação, so mada à análise dos arran jos, permitiu inferir, em uma
situação em que o desgaste por atrito mecânico desponta como hipótese mais
provável para justificar os dan os, que a natureza do movimento da linha de
506 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILI ZAD OS
transmissão sob efeito do vento teria papel prepo nde rante no nível de perda
de ma terial pelas ferragens de sustentação.
O principal tipo de deslocamento a que estão normalmente sujeitos os
grampos de sustentação de alumínio é decorrente dos efeitos de vibração lon-
gitudinal da linha de transmissão, pois a sua movimentação transversal é mui-
to reduzida e os efeitos da vibração decorrente da movimentação longitudinal
do cabo tendem a ser atenuados pela colocação adequada de amortecedores.
Ao contrá rio do observado nas peças de aço, os valores registrados no re-
latório da concessionária se referem ao desgaste da porção lateral de uma das
alças de cada grampo analisado. O desgaste ocorre em uma região da peça que
não deveria estar submetida a esforços tão elevados de compressão e fricção
com o elo-ol hal de aço, no caso das ferragens aterradas ou do elemento de aço
utilizado na sua conexão com o isolador (conexões isoladas).
Pelo que se observou nos grampos desgastados o fenômeno ocorre pelo
efeito con jugado entre o arranjo dos cabos para-raios junto a algumas torres
que provocam o deslocamento das ferragens, acarretando o desequilíbrio dos
esforços de sustentação entre as duas alças dos grampos e os esforços provo-
cados pelos ventos transversais à lin ha, que em função da reduzida liberdade
de movimentos transversais do grampo ampliam os efeitos deste carregame n-
to sobre uma das alças. Isto pode ser comprovado pela ausência de marcas de
desgaste na alça oposta do par correspondente. Para cada alça desgastada,
observa-se a outra intacta.
No caso das ferragens de aço, parafusos "U" e elos-olhais, as marcas de
desgaste observadas na inspeção visual, figura 35.Sb, são prioritariamente
decorrentes de deslocamentos laterais (transversais à linha), para os quais os
amortecedores são inócuos.
A avaliação da dureza nas ferragens (parafuso "U"/elo-olhal) revelou
uma considerável variação nos valores observados, a qual foi originada pelos
diferentes teores de carbono dos aços empregados nos acessórios: AISJ 102 O,
AIS! 1025, AIS! 1035 e AIS! 1050. No caso dos grampos de alumínio, os valores
obtidos são condizentes com o esperado pa ra a liga A 356.0 T6, que é a mais
comum de ser encontrada em aplicações semelhantes.
As análises efetuadas sobre os grupos de aços e das peças de alumínio,
buscando alterações deletérias da composição quím ica, não atingiram qual-
quer resultado significativo, ass im como a avaliação metalográfica, que iden-
tificou apenas pequenas alterações nas microestruturas, tênues demais para
interferirem num processo de desgaste tão acentuado e heterogêneo.
Capítul o 35 • Análise do Desgaste em Acessórios de Para-Raios. .. 507
A
Figura 35.8 Correlação entre dureza dos parafusos ··u .. (hb). tamanhos dos vãos:
(a) vão de vento: (b ) vão de peso e desgaste dos parafusos ··u-·.
508 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
A
Figura 35.9 Correlação entre teor de carbono dos parafusos ··LJ" (%). tamanhos dos
vãos: (a) vào de vento: (b) vão de peso e desgaste dos parafusos "U...
Tabe la 35.8 Estimativa do desgaste nos parafusos "U .. a partir do solver (excel)
Desgaste Desgaste
Vão de do estimado Dif~rença Diferença
LT/ Vão Teor de Dure,:a
Torre 1ml
ve nto
(m)
C(%) (HB) parafuso par~;uso (D~~~•:~:;)- (%)
(%) (" )
Tabela 35.8 Estimativa do desgaste nos parafusos "U" a partir do solve r (excel)
(continuação)
Desgaste
st
Vão de De:; e estimado Diferença .
LT/ Vão Teor de Dureza 0 11
Torre (m) V~~~º e ('6) (HB)
parafuso do
parafuso
(D.Estimado -
D. Medido)
~;nça
(%) (%)
Tabela 35.8 Estimati va do desgaste nos parafu sos "U" a partir do solve r (excel)
(continuação)
Desgaste
st
Vão de De:; e estimado Diferença D'f
LT/ Vão Teor de Dureza 1
('6) (%)
A relação, validada esta ti sticamente, entre a natureza do mate rial dos pa-
rafusos e a perda de material sugere que o mecanismo de desgaste observado
nas amostras é o de fricção, provocado pelo atrito entre as superfícies metá-
licas dos parafusos e dos elos-olhais (a ausência de uma relação direta com o
peso da li nha de transmissão observada nos gráficos corrobora esta análise).
Esta ação provoca a retirada de filmes de óxidos que revestem os meta is, pon-
do em contato direto o metal nu. A pressão exercida pela sustentação do cabo
é suficiente para promover uma espécie de soldagem superficial localizada. A
co ntinuação do contato e pressão entre as partes provoca o arrancamento de
fragmen tos superficiais dos metais. Estes fragmentos, penetrando na outra
su perfície metálica, promovem a absorção de mais metal e consequentemente
imobilização e quebra das sup erfíci es em contato, acarretando o consumo dos
materiais.PJ A figu ra 35.10 ilustra o fenômeno.
512 ANÁLISE DE FALHAS EM MATER IA IS UTILIZADOS
Figura 35. 11 Correlação entre dureza do parafuso "ff' (hb). distância do vão entre
torres e desgaste do parafuso 'U" + desgaste do elo-olha l correspondente .
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Figura 35. 12 Desgnste nos parafusos "U" fabricados com aços AISI 1020 E AISI 1025 e
nos elos-olhais fabricados com o aço AISI 1035.
514 ANÁLISE DE FALHAS EM MATERIAIS UTI LIZADOS
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Figura 35. 13 Desgaste nos parafusos " U" fabri rndos com o aço AISI 1050 E nos elos-
o lhais fabricados com o aço AISI 1035.
35.5 CONCLUSÕES
35.6 REFERÊNCIAS