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1. Introdução................................................................................................................................3
1.1. Objectivos.............................................................................................................................4
1.1.1. Geral...................................................................................................................................4
1.1.2. Específicos.........................................................................................................................4
1.2. Metodologia..........................................................................................................................4
3. Conclusão................................................................................................................................15
4. Bibliografia.............................................................................................................................15
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1. Introdução
Por um lado, foi do campo, e principalmente do campesinato pobre e médio, que provieram
cerca de 75% das exportações nacionais, os alimentos a baixo custo para manter a força de
trabalho barata e os excedentes de força de trabalho não-qualificada e barata para todos os
sectores de actividade económica.
Por outro lado, a principal acumulação económica foi feita com base nos monopólios e
oligopólios que organizavam e controlavam a produção, extensão, comercialização,
transporte, transformação e exportação dos excedentes agrícolas (em culturas como algodão,
caju, tabaco, açúcar, chá, sisal, entre outras), bem como organizavam e geriam o crédito aos
diferentes intervenientes nessa actividade económica.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
1.1.2. Específicos
1.2. Metodologia
Para a efectivação deste trabalho com base nos objectivos traçados, usou-se a pesquisa
bibliográfica que consistiu na leitura de manuais que abordam sobre o trabalho em menção.
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1885-1926: com uma economia dominada por grandes plantações exploradas por
companhias majestáticas não portuguesas onde se praticava a monocultura de produtos
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de exportação (sisal, açúcar e copra), no centro e norte do país, com base em mão-de-
obra barata. As companhias, por sua vez, também controlavam o mercado da venda de
força de trabalho para países como a Rodésia, Malawi (Niassalândia), Tanganhica,
Congo Belga e em alguns casos a África do Sul (WUYTS, 1980:12-13). No sul,
predominava a exportação de mão-de-obra para alimentar o capital mineiro da África
do Sul. Os acordos assinados entre Portugal e a África do Sul para a exportação da
mão-de-obra, traziam rendimentos específicos ao Estado colonial, quer através de
impostos, quer da utilização dos caminhos-de-ferro que ligavam o porto de Lourenço
Marques à África do Sul, quer ainda através da utilização do próprio porto, para o
trânsito de mercadorias;
1926-1960: sob influência da construção do nacionalismo económico, este período é
marcado por uma intensificação do trabalho forçado e integração crescente da
economia de Moçambique numa economia regional dominada pela África do Sul. O
princípio do trabalho forçado e da introdução de culturas forçadas marcam este
período, como uma forma de proteger a burguesia portuguesa, incapaz de concorrer
com o capital mineiro e com as plantações, no acesso à mão de obra.
1960-1973: As mudanças políticas mundiais e a crise do regime de Salazar durante
este período levaram a diversas reformas políticas e económicas, que conduziram,
entre outras medidas, à abolição do trabalho e das culturas forçadas e ao traçar de
novas estratégias de desenvolvimento para as colónias. Algumas das consequências
das reformas políticas levaram à modernização do capital, com a abertura da economia
ao investimento estrangeiro. É neste período e neste contexto de modernização do
capital que se fazem investimentos na indústria manufactureira.
A economia colonial sobreviveu durante muitos anos na base de uma dependência de dois
sistemas, o trabalho migratório e o trabalho e agricultura coercivos, mesmo depois da abolição
formal das culturas e do trabalho forçado. O colonialismo português introduziu mecanismos
impeditivos do crescimento de uma burguesia negra, agrícola ou comercial. Assim, embora
houvesse uma diferenciação de classe e até mesmo alguns ‘koulaks’ e pequenos comerciantes,
o sistema de produção agrícola e industrial manteve-se nas mãos da burguesia portuguesa
(FIRST, R., MANGHEZI, A., et al, 1983; CEA, 1998; WUYTS, M. & O’LAUGHLIN, B.,
1981).
A experiência de aldeamento nos moldes socialistas em Moçambique também vem das aldeias
ajumaa da Tanzânia. Um programa inseria na política de desenvolvimento rural entre 1962-
1966, na qual, outro projecto de colonização agrícola já haviam desenvolvido, com objectivo
principalmente de incentivar a produção agrícola entre os camponeses. Transformando
radicalmente o modo de produção familiar para uma produção agrícola de exportação. Para
tal, dever-se-ia criar empresas agrícolas modernas propulsionadas aos camponeses para a sua
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A lutar contra o capitalismo e a dispersão do habitat rural, levou com que as cooperativas de
produção e comercialização dos produtos agrícolas surgissem de forma subalterna, tardia e
ambígua nas aldeias comunais.
Esse factor deveu-se a concepção e a estratégia das cooperativas agrícolas, quer nos discursos
dos dirigentes, quer nas práticas seguidas, primeiro nas “zonas libertadas” e posteriormente ao
nível do território nacional já independente, foram apresentados com soluções do recurso, mal
formada como dispositivos económicos, e muito valorizada como factor de organização
política.
A sua maior ambiguidade resulta da instrumentalização política a que esteve subordinada num
processo em que as expectativas económicas dos camponeses ainda constituíam o seu maior
impulso.
Porém, nas aldeias comunais as cooperativas de produção agrícola constituíam ainda, a base
para a transformação socialista que se pretende atingir. Para tal, a FRELIMO concebeu em
algumas partes do país, apoios técnicos, intervenção estatal para o trabalho cooperativo. Esta
cooperativa introduzida no Estatuto de princípio era posta em pratica por via administrativa,
tornando-se num instrumento privilegiado nas mãos do Estado, o que levou a sua evolução em
número.
auge (2 milhões de camponeses aldeãos) e a economia familiar dos aldeões entrava em crise
aguda. Esta situação é bem demonstrada no quadro acima, quando mostra o desnível entre o
número total de cooperativas e o de aldeias comunais, apenas ¼ das aldeias dispunham de
cooperativas. Este encorajamento ao cooperativismo nas aldeias comunais faz-se por via de
ajudas financeiras, administrativas e técnicas por parte do Estado. Um processo que passo por
um plano de rentabilidade económica, onde as cooperativas receberam auxílios financeiros
mais significativos (MAFFESOLI, 2001 p.63).
Porém, a reestruturação económica rural com base nas cooperativas agrícolas teve
características diferentes na região norte e sul de Moçambique, marcadas pela distinção
quanto às origens e as motivações. Na região sul de Moçambique, principalmente nas
províncias de Maputo e Gaza, a grande maioria das aldeias foi criada nos anos 77-78, por
ocasião das inundações dos rios Incomáti e Limpopo. As populações foram transferidas dos
vales, onde viviam cultivando a terra de aluvião para as margens de “secano” e de terras
arenosas, mais elevadas, onde foram concentradas em aldeias comunais
A Educação deve se adequar a Globalização sem, no entanto, ser manipulada pela mesma e
cabe aos professores, construir e reforçar a própria identidade cultural, partindo de nós
mesmos para o mundo, do interno para o externo, do local para o global. “Nenhuma acção
educativa pode prescindir de uma reflexão sobre o homem e de uma análise sobre suas
condições culturais. Não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados”
(FREIRE, 1979, p. 35).
Um bom exemplo de políticas públicas influenciadas pela globalização foi o que aconteceu na
cidade de Três Rios – RJ, quando a Volkswagen do Brasil decidiu instalar-se na região. O
presidente da empresa visitou a cidade e o prefeito à época, o Sr. Celso Jacob, levou-o para
conhecer o terreno onde seria construída a fábrica, a infra-estrutura do local e da cidade, o
comércio, etc.
A mobilização assim feita leva em geral aos camponeses a ter também uma compreensão
dualista da mensagem: A nova ordem de relações sociais e de habitat seria então assumida
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pelos camponeses em termos de decreto, como um factor externo ao que será preciso adoptar
o seu modo de ser e de viver. A antiga ordem de relações sociais e de habitat seria em si
própria negativa e por tanto censurável o que conduziria à sua ocultação (ALBERT , 2010
p.75).
As respostas da maioria dos camponeses que seguem a este tipo de apelos e solicitações, não
podem deixar de ser dualistas e ambíguas, traduzindo-se por obediência passiva ás palavras de
ordem, por práticas provisórias, ao mesmo tempo que mantém e praticam (com reservas,
adaptações e estratégias) na ordem antiga ainda operatória e funcional no domínio da
reprodução social e material. Porém, assim como os aldeamentos coloniais, diversas foram as
estratégias elaboradas pela população para negar a aldeia comunal.
Para promover, coordenar, planificar, monitorar e apoiar a realização de ações prioritárias que
conduzam à melhoria das condições de vida da população dos Distritos o Governo de
Moçambique apresentou em 2007 o documento sobre a Estratégia de Desenvolvimento Rural
(EDR). Foi feito com base num outro intitulado Abordagem do Desenvolvimento Rural
aprovado pelo Conselho de Ministros em 2000. A EDR é o documento que melhor aborda o
meio rural, de uma forma mais global e integrada no conjunto da economia e da sociedade e
procura reflectir algumas dinâmicas das sociedades rurais.
familiar e trabalho assalariado agrícola e não agrícola. A relação emprego/trabalho por conta
própria tem que passar para o centro das políticas, evitando-se a visão voluntarista e ilusória
de que todo o produtor familiar vive na subsistência ou pode ser empresário”.
O documento considera que as diversas estratégias aplicadas nas últimas décadas, não foram
capazes de “mudar o padrão de acumulação no sentido de tornar as áreas rurais
economicamente competitivas, ambientalmente equilibradas e socialmente estáveis e
atractivas”. Segundo o mesmo Moçambique ainda continua num nível atrasado em termos de
desenvolvimento rural. As políticas e estratégias de desenvolvimento em vigência no país
continuam surtindo pouco efeito prático conforme salientam (ORAM; ROSA, 2010).
Assim, apesar de todos os recursos naturais que Moçambique dispõe, com uma população
muito jovem, activa e trabalhadora, o seu posicionamento na escala mundial não é nada
agradável. Dos 177 países constantes na lista do PNUD (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento), publicada em 2005, Moçambique encontrava-se no 168º lugar.
A este respeito, devemos também referir o caso de certas cidades de média dimensão,
localizadas em regiões com uma forte componente rural, que têm conhecido algum
dinamismo socioeconómico resultante essencialmente de processos ligados à industrialização
e à terciarização (LABORIE, 1996; GASPAR, 2000).
3. Conclusão
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Chegado a este ponto conclui-se que as aldeias mostram como as populações viveriam
organizadas para desenvolverem a produção colectiva, promovendo intercâmbio dos seus
conhecimentos. Este discurso referido na tomada de posse como Presidente da Republica,
Samora Machel em 1975, sustentava que era necessário que houvesse o sistema das Aldeias
Comunais. Desta forma, se pretendia que estas aldeias fossem acima de tudo, uma forma de
organiza a população dispersas das zonas rurais para que se estruturem em sociedade
revolucionária, organizada para desenvolver o trabalho colectivo, assim, promovendo o
intercâmbio dos conhecimentos nos trabalhadores. Assim sendo, as aldeias comunais, seria as
cidades do campo, uma forma de combater os vícios, o boato e a calúnia das cidades em
contrapondo com a pureza e o espírito de sacrifício dos camponeses. Esta estratégia constituía
o principal revelador das experiências teóricas e prática do desenvolvimento rural aprendida
pela FRELIMO durante a guerrilha.
A economia colonial sobreviveu durante muitos anos na base de uma dependência de dois
sistemas, o trabalho migratório e o trabalho e agricultura coercivos, mesmo depois da abolição
formal das culturas e do trabalho forçado.
4. Bibliografia
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Albert Ad (Ed.). (2010). História Geral da África VII: África sob dominação colonial, 1880-
1935. Brasília: UNESCO.
Moçambique, Comissão das Aldeias Comunais, 1ªReunião nacional das aldeias comunais-
Resolução sobre questões sociais e culturais. Maputo, Arquivo Histórico de Moçambique,
Documento Avulso, 1980.
MOSCA, João (2005). Economia de Moçambique, Século XX. Lisboa: Instituto Piaget.
MOSCA, João (2011). Políticas Agrárias de (em) Moçambique, 1975-2009, Maputo: Editora
Escolar.