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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:

A Génese da Literatura Moçambicana

Nome: Teresa Amélia Rafael

Código do Estudante:
708212827

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: LALP II
Ano de Frequência: 3º Ano
Docente:

Nampula, Setembro de 2023

1
Folha de avaliação

Classificação

Categorias Nota

Indicadores Padrões Pontuaçã Do Subtotal


o máxima
Tutor

 Capa 0,5

 Índice 0,5

Estrutura Aspectos  Introdução 0,5


organizacionais
 Discussão 0,5

 Conclusão 0,5

 Bibliografia 1.0

Introdução  Contextualização 1.0


(indicação clara do
problema)

 Descrição dos objectivos 2.0

 Metodologia adequada ao 2.0


objectivo do trabalho

 Articulação e domínio do 2.
discurso académico
(expressão escrita cuidada
coerência/coesão textual)

 Revisão bibliográfica 2.0


nacional e internacionais
Conteúdo Analise e relevantes na área de
discussão estudo

 Exploração dos dados 2.0

1
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos

Aspectos Formatação  Paginação, tipo e tamanho


de letra, paragrafa,
gerais
espaçamento entre linhas 1.0

Normas APA 6ª  Rigor e coerência das


citações/referências
edição em
Referências bibliográficas 4.0
citações e
bibliográfic
bibliográficas
as

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Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor
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Indice
Introdução..................................................................................................................................3

Objectivo Geral..........................................................................................................................3

Objectivos Específicos...............................................................................................................3

Metodologia...............................................................................................................................3

2. A Génese da Literatura Moçambicana...................................................................................4

Conceitualização........................................................................................................................4

2.2.1. Literatura Moçambicana..................................................................................................4

2.2.2. Periodização da Literatura Moçambicana........................................................................5

3. Conclusão...............................................................................................................................7

4. Referências Bibliográficas.....................................................................................................8

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Introdução

Desde a década de 1970, as relações entre Portugal e suas ex-colônias sofreram profundas
alterações, a partir das quais se promoveu uma revisão dos conceitos que lhes davam sustentação
pragmática e ideológica, sobretudo no que se refere à tão debatida questão colonial. Atualmente,
quando se discute abertamente as diretrizes e os resultados preliminares do amplo processo de
globalização por que passam todas as nações politicamente organizadas, faz-se ainda mais
necessário uma amplificação de nossas perspectivas culturais, redirecionando nossos interesses
para realidades pouco contempladas pelas abordagens culturalistas tradicionais.
Nesse contexto, destaca-se a necessidade de retomada das relações político-culturais entre os
países de língua portuguesa, relevando o aspecto peculiar de suas respectivas culturas. Sob essa
ótica, compreende-se a importância assumida, no presente momento, pelo estudo das literaturas
africanas de expressão portuguesa, por meio do qual se busca promover uma aproximação entre
culturas que, historicamente, sempre estiveram unidas.

Objectivo Geral

 Conhecer a Génese da Literatura Moçambicana.

Objectivos Específicos

 Trazer de forma detalhada a questão da Periodização da Literatura Moçambicana.


 Mencionar os períodos da lietratura moçambicana;
 Identificar os principais autores e sua obras.

Metodologia

Gil (1999), a pesquisa é um processo formal e sistemático de desenvolvimento de método


científico. O objectivo principal da pesquisa é descobrir respostas para problemas
mediante o emprego de procedimentos científicos.

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Quanto ao tipo de pesquisa o nosso trabalho segue uma Pesquisa Qualitativa, porque não serão
apresentadas sob forma de cálculos e nem estatísticas os conceitos. E quanto aos procedimentos
é uma Pesquisa Bibliográfica.

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2. A Génese da Literatura Moçambicana

Conceitualização

A literatura é um conjunto de obras ou escritos em prosa e verso que retrata a cultura de um povo
numa dada época e num dado espaço, nos quais entram elementos teóricos e práticos de natureza
científica, literária, cultural, política, sócio-económica, entre outros.

A literatura moçambicana apresenta uma história rica e complexa a par da história nacional e da
sua evolução política, social e económica. É possível verificar uma maior estabilidade, que
inspira o desenvolvimento das artes e cultura, num reconhecimento da comunidade internacional,
que lentamente e de forma pontual aprecia. A literatura surge de uma simbiose entre as
características internas do país (culturais, sociais, políticas, económicas) e de influências
externas.

Nesse contexto, destaca-se a necessidade de retomada das relações político-culturais entre os


países de língua portuguesa, relevando o aspecto peculiar de suas respectivas culturas. Sob essa
ótica, compreende-se a importância assumida, no presente momento, pelo estudo das literaturas
africanas de expressão portuguesa, por meio do qual se busca promover uma aproximação entre
culturas que, historicamente, sempre estiveram unidas.

2.2.1. Literatura Moçambicana

Embora buscando soluções próprias para as questões culturais locais, o que resulta em produções
singularizadas, a literatura moçambicana apresenta um percurso parecido com a de Angola, em
razão dos contatos entre os dois povos, o intercâmbio cultural e, principalmente, a língua
portuguesa.
Chabal (1994) salienta que podendo ser dividida, didaticamente, em cinco fases distintas,
conheceu, numa primeira fase de formação (1920-1940) uma produção em que a mestiçagem
cultural (africanos e portugueses) prevaleceu, tendo sido produzida por profissionais liberais que
procuravam, a seu modo, fazer representar a cultura africana nativa na literatura. São autores,
entre outros, como João Albasini, Augusto de Conrado ou Rui de Noronha.

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Contudo podemos afirmar que poeta maior desse período é Rui de Noronha, porque mostra
sensibilidade para com a situação crítica dos mestiços e negros no contexto colonial, e é, em
parte, uma chamada de atenção para o acordar da excessivamente passiva África.
Uma segunda fase, a que podemos chamar de pré-independente (1940-1960), caracteriza-se,
antes, pela motivação política, a despeito da manutenção de evidente influência europeia. Fase de
predominância da poesia notabilizou-se pela presença de autores consagrados, como Alberto de
Lacerda, Antonio Quadros, Rui Nogar e Rui Knopfli.
Ainda nos dizeres de Chabal (1994:55) a chamada literatura revolucionária (1960-1980), mais
próxima de nossos dias, revela autêntico ímpeto nacionalista, além de privilegiar a temática
independentista, a exemplo do que acontecia em outras nações africanas. Tendo como
fundamentação ideológica questões de natureza político-social, trata-se de uma produção em que
se destacaram nomes célebres como os de Luís Bernardo Honwana, Marcelino dos
Santos/Kalungano, Sérgio Vieira, Albino Magaia e Jorge Rebelo.
Todavia de um ponto de vista histórico, podemos salientar que esta literatura fornece elementos
sobre o processo pelo qual os moçambicanos forjaram a consciência nacionalista e ou
revolucionária.
Uma fase a que se pode nomear independente (1980-1990) já revela pleno sentido de
moçambicanidade, com a valorização da independência (em Moçambique, datada de 1975) e o
apego a valores nacionais. Pode ser, finalmente, representada por autores como Orlando Mendes,
Sebastião Alba, Heliodoro Batista e, sobretudo, José Craveirinha, o grande autor da
moçambicanidade.
Afolabi (1997) realça que a literatura contemporânea (1990-2000) notabiliza-se pela confecção
de uma prosa mais intimista, bem como pela valorização da literatura popular e, ao mesmo
tempo, a superação da perspectiva político-ideológica. Tendo sido magistralmente representada
por autores como Paulina Chiziane, Ungulani Khosa, Elton Rebello, Suleiman Cassamo e outros,
têm na figura de Mia Couto um dos escritores mais conhecidos e festejados da atual literatura em
língua portuguesa, sendo ainda um autor – ao lado de outros – em que a regeneração dos valores
culturais do moçambicano, destruídos pelo colonialismo europeu, passa por um contínuo
exercício de subversão do português.

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Dois são os autores que, na literatura moçambicana, destacaram-se por escrever uma prosa
carregada de significados sociais e simbólicos, representando, cada um à sua maneira, as duas
principais fases de sua literatura: Luís Bernardo Honwana e Mia Couto.

2.2.2. Periodização da Literatura Moçambicana

O 1º período, que vai das origens da permanência dos portugueses naquela região índica até
1924, ano que precede o da publicação de O livro da dor, de João Albasini. É um período de
Incipiência, um quase deserto secular, que se modifica com a introdução do prelo, no ano de
1854.

2° Período, de Prelúdio vai da publicação de O livro da dor até ao fim da II Guerra Mundial,
incluindo, além do livro do jornalista João Albasini, os poemas dispersos, nos anos 1930, de Rui
de Noronha, depois publicados em livro, numa recolha duvidosa, incompleta e censoriamente
truncada, com o título de Sonetos (1946), por ser o género mais cultivado por ele.

Rui de Noronha (nasceu em 28 de Outubro de 1905; morreu em 25 de Dezembro de 1943, em


Lourenço Marques) publicou boa parte dos seus poemas entre 1932 e 1936, no jornal O Brado
Africano. A recolha póstuma de Sonetos (1946) não faz juz à real obra do poeta.

3° Período, que vai de 1945/48 a 1963, caracteriza-se pela intensiva Formação da literatura
moçambicana. Pela primeira vez, uma consciência grupal instala-se no seio dos (candidatos a)
escritores, tocados pelo Neo-realismo e, a partir dos primeiros anos de 1950, pela Négritude.

O 4° Período prolonga-se desde 1964 até 1975, ou seja, entre o início da luta armada de
libertação nacional e a independência do país (a publicação de livros fundamentais coincide com
estas datas políticas).

É o período de Desenvolvimento da literatura, que se caracteriza pela coexistência de uma intensa


actividade cultural e literária no hinterland, no ghetto, apresentando textos de cariz não explícita e
marcadamente político (em que pontificavam intelectuais, escritores e artistas como Eugénio
Lisboa, Rui Knopfli, o português António Quadros, entre outros) com, no outro lado, na
guerrilha, inequívocos poemas anti-colonialistas que teciam loas à revolução e tematizavam a luta
armada.

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5° Período, entre 1975 e 1992, chamaremos de Consolidação, por finalmente passar a não haver
dúvidas quanto à autonomia e extensão da literatura moçambicana, contra todas as reticências,
provindas de alguns sectores dos estudos literários, e, diga-se também, contra todas as evidências.
Após a independência, durante algum tempo (1975-1982), assistiu-se sobretudo à divulgação de
textos que tinham ficado nas gavetas ou se encontravam dispersos. O livro típico, até pelo título
sugestivo, foi Silêncio escancarado (1982), de Rui Nogar (1935-1993), aliás, o primeiro e único
que publicou em vida. Outro tipo de textos é o de exaltação patriótica, do culto dos heróis da luta
de libertação nacional e de temas marcadamente doutrinários, militantes ou empenhados, no
tempo da independência.

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3. Conclusão

Portanto, em Moçambique Noémia de Sousa escreve todos os seus poemas (conhecidos até hoje)
entre 1948 e 51, ainda sem conhecer a Negritude francófona, mas estando a par dos negrismos
americanos (Black Renaissance, Indigenismo haitiano e Negrismo cubano, entre outros), visto
que dominava o inglês e o francês. Em 1951, circulará o seu livro policopiado Sangue negro,
formado por 43 poemas (mais um do que noutra versão posterior). Em 1951, partiu para Portugal
e, ao passar por Luanda, deixou uma cópia, que seria frutuosa para os intelectuais angolanos
ligados à Mensagem (1951-52) e todos os escritores das duas décadas subsequentes.
Contudo, em Moçambique essa consciência foi no terceiro período. A década de 50 caracteriza-se
pelo triunfo da poesia, com o verso livre e os temas arrojados, consagrando em três vertentes de
júbilo ideológico: o povo, a classe, a raça. A Negritude concede-lhes o sentimento de exaltação
da raça negra, nomeadamente na solidariedade com os negros do Novo Mundo e, por outro lado,
sublinha o reconhecimento das raízes, que são étnicas, tribais.

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4. Referências Bibliográficas

Chabal, P. (1994). Vozes Moçambicanas. Literatura e Nacionalidade. Lisboa: Veja.


Faria, D. (1981). Outros Sentidos da Literatura. Lisboa: Editorial Veja.

Ferreira, M. No Reino de Caliban II (Angola e S. Tomé e Príncipe). Lisboa, Seara Nova.


Fonseca, M. (2008). Literaturas Africanas de Língua Portuguesa: Percursos da Memória e
Outros Trânsitos. Belo Horizonte: Veredas & Cenários.

Hamilton, Russel G. (1984). Literatura Africana, Literatura Necessária,II.

Lakatos, E. & Marconi, M. (1996). Fundamentos de Metodologia Científica. 3ª Edição. São


Paulo: Atlas.
Laranjeira, P. (1995). Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa. Lisboa: Universidade
Aberta.
Santilli, M. A. (1995). Estórias Africanas. História e Antologia. São Paulo: Ática.
Venâncio, J. (1992). Literatura e Poder na África Lusófona. Lisboa: Ministério da Educação.
Instituto de Cultura e Língua Portuguesa.

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