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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução...................................................................................................................................1
1. Capítulo I: Parnasianismo Português..................................................................................2
1.1. Contexto histórico-cultural do surgimento do Parnasianismo em Portugal.................2
1.2. Envolvimento de Cesário Verde no Pensamento Parnasiano.......................................3
1.4. A Temática do parnasianismo português.....................................................................4
1.5. Autores do parnasianismo em Portugal........................................................................4
1.6. Vida e obras de Cesário Verde;....................................................................................4
1.7. Análise de um texto de Cesário Verde.........................................................................4
2. Capítulo II: Parnasianismo Brasileiro..................................................................................7
2.1.Contexto histórico-cultural do surgimento do Parnasianismo Brasileiro..........................7
2. 2. Envolvimento de Olavo Bilac no Pensamento Parnasiano;............................................7
2.3 Características do parnasianismo brasileiro;.....................................................................8
2.4 A Temática do parnasianismo brasileiro;..........................................................................8
2.5 Autores do parnasianismo no Brasil;................................................................................9
2.6. Vida e obras de Olavo Bilac;............................................................................................9
2.7. Análise de um texto de Olavo Bilac ..............................................................................10
Conclusão..................................................................................................................................11
Reeferencia bibluigrafica..........................................................................................................12
iv
Introdução
O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Literatura Luso-brasileira como requisito
parcial de avaliação na referida cadeira. O trabalho tem como tema de estudo O
Parnasianismo Português e Brasileiro.
Na segunda metade do século XIX, o pensamento científico estava em alta, pois a ciência
mostrava-se responsável pelo desenvolvimento tecnológico associado à Revolução Industrial
(iniciada no século XVIII), em que o uso de máquinas propiciou o crescimento da economia.
Contudo, essa prosperidade e o desenvolvimento tecnocientífico não impediram a disparidade
entre a burguesia e o proletariado, gerando forte conflito social
Neste percurso histórico afirma se que a prosa realista ocupou-se na exposição e discussão
desse problema. No entanto, a poesia realista, isto é, o parnasianismo, isentou-se desse tipo de
questão e optou por uma postura de alienação (indiferença) social, econômica e política.
Ainda, seus autores, influenciados pelo positivismo (corrente filosófica que defendia a
primazia da razão e, portanto, a supremacia do conhecimento científico), recorreram à
objetividade na composição de suas poesias.
Portanto, o parnasianismo é uma corrente que vigorou em Portugal e Brasil. Assim, é neste
prisma que no presente trabalho se propõe de forma sumaria distinguir os contornos do
parnasianismo em Portugal e em Brasil.
No entanto, o trabalho objetiva:
Objectivo geral:
Distinguir os contornos do Parnasianismo em Portugal e Brasil.
Objectivo Especifico:
Descrever o contexto histórico do surgimento do Parnasianismo em Portugal e
Brasil;
Mencionar as características do Parnasianismo em Portugal e Brasil;
Identificar a temática desenvolvida pelos autores do Parnasianismo de Portugal e de
Brasil.
Estruturalmente o trabalho apresenta: capa, folha de feedback dos tutores, índice, introdução,
metodologia, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.
Quanto ao aparato metodológico o presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa
qualitativa. Usou-se como técnica de recolha de dado a pesquisa bibliográfica. Assim, o
trabalho a que se pretende realizar tem, portanto, características particulares reflexivas
1
baseadas em fontes teóricas, isto é buscamos subsídios estritamente bibliográfico, sem
recorrer a um trabalho de campo propriamente dito.
Segundo Bosi (1999) o reflexo da vida de Cesário – ora na cidade, em Lisboa, ora no campo,
em Linda-a-Velha –, a dicotomia Cidade/Campo constitui- se como eixo em torno do qual a
sua poesia se organiza, traduzindo as profundas transformações sociais e urbanas da época.
Com o binómio Cidade/Campo articula-se a oposição entre: a mulher fatal; e a mulher
angélica.
Assim, as temáticas mais significativas abordadas por Cesário Verde segundo Bosi
(1999), são a humilhação sentimental e a imagética feminina. Recorre-se bastantes vezes
à descrição, (nomeadamente do rapaz, da mulher e do mundo), usando vocábulos
concretos e claros. Está presente uma clara busca pela perfeição que se denota pela
constante recorrência a vocabulário e a recursos estético-estilísticos que permitam uma
maior expressividade.
Como foi descrito nas abordagens acima, o Parnasianismo foi um movimento literário,
especialmente poético, com origens no século XIX, na França. Oposto aos ideais românticos,
ele surge numa época de profundas transformações da sociedade europeia com o avanço
tecnológico, descobertas científicas e a revolução industrial inglesa.
Em geral, há um consenso na literatura ao se afirmam que o parnasianismo português
apresentou as seguintes características:
Linguagem objetiva e impessoal,
Descrição visual,
Estilo ornado e culto,
Preocupação com a estética,
Perfeição formal;
Metrificação e versificação;
3
Preciosismo (palavras e rimas raras);
Espírito científico;
Temas da realidade cotidiana;
Valorização dos temas clássicos;
Preferência pelas formas poéticas fixas (soneto)
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1.7. Análise de um texto de Cesário Verde
Para o presente subtítulo iremos analisar o texto de Cesário Verde intitulada Manias.
Manias!
O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
Eu sei um bom rapaz, – hoje uma ossada, –
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância quixotesca.
Aos domingos a deia já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,
Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!
Estrutura interna
Este poema, tem como temas o amor e a mulher. O eu poético conta a história de um
sujeito que conhecia que era amante de uma mulher que, apesar de possuir mau aspecto,
era prepotente e exercia sobre ele uma grande influência.
Este poema, é um soneto, pode ser dividido em três partes lógicas:
A primeira parte é a primeira quadra, na qual o sujeito lírico faz uma pequena
introdução, dando a sua opinião sobre o mundo e a vida. Faz um contraste um
pouco lúgubre entre a tragédia e a comédia de que é feita a sociedade.
A segunda parte lógica do poema, iniciando o relato da história de um rapaz já
falecido (“…hoje uma ossada…”), a qual serve de suporte para a sua visão
jocosamente negra do mundo, já que trata do amor deste rapaz para com uma
mulher muito pretensiosa e que exercia no rapaz uma influência tal que este se
mostrava receosamente obediente (“…o dengue, em atitude receosa…”).
Na terceira parte do soneto (última estrofe), dá-se a apresentação da ideia
principal, ao que se chama “fechar com chave de ouro”. O sujeito poético critica,
5
de modo trocista, a submissão daquele rapaz perante aquela mulher, evidenciando
a devoção a Deus por parte da mulher (“…que a amante ia ouvir missa!”) e a
devoção àquela mulher por parte do rapaz (“…sujeição canina mais submissa…”).
.
Unidade forma – conteúdo
O vocabulário utilizado neste poema é bastante variado e um pouco complicado já que
não faz parte da linguagem geralmente usada no nosso quotidiano (“jactância”,
“picaresca”, “pedantesca”, “quixotesca”, “deia”, “dengue”).
Relativamente à pontuação, pode-se verificar que, como cada uma das quadras encerra
uma frase, os versos destas terminam com uma vírgula ou com ponto e vírgula, excepto o
último verso que termina com ponto final, dando assim um término à frase. Também cada
um dos versos dos tercetos encerra com uma vírgula, já que os dois tercetos englobam
uma única frase, à excepção do último verso que encerra com o único ponto de
exclamação do poema, já que este é o verso que revela de forma mais clara a ironia
inerente ao texto.
Também se verifica o emprego do hífen na segunda quadra (“…-hoje uma ossada - …”)
que tem como função a introdução de um pequeno à parte que nos dá uma informação
suplementar. Pode-se dizer que a linguagem é cuidada.
No entanto, a construção sintáctica das frases é simples. As principais figuras de estilo
utilizadas são:
A metáfora (“Na sujeição canina mais submissa…”);
A enumeração (“Perversíssima, esquálida e chagada…”);
A ironia (“O livro com que a amante ia ouvir missa!”);
O assíndeto (“O mundo é velha cena ensanguentada, / Coberta de remendos,
picaresca…”);
O disfemismo (“…hoje uma ossada…”);
Estrutura externa
Este poema é um soneto, sendo constituído por duas quadras e dois tercetos. Possui,
portanto, catorze versos, que são de dez sílabas, o que se pode confirmar pela
seguinte análise:
“O / mun / do é / ve / lha / ce / na en / san / guen / ta / da,
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Co / ber / ta / de / re / men / dos, / pi / ca / res / ca;
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
6
A / vi / da é / chu / la / far / sa a / sso / bi / a / da,
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Ou / sel / va / gem / tra / gé / dia / ro / ma / nes / ca.”
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
O esquema rimático do soneto é//ABAB/ABAB/CDC/DCD//, pelo que existe rima
cruzada. Todas as rimas são consoantes porque existe sempre correspondência de
sons a partir da última vogal tónica. A maior parte das rimas são pobres (picaresca /
romanesca, rugosa / receosa, pedantesca / quixotesca, receosa / nervosa), existindo
algumas rimas ricas (ossada / chagada, preguiça / submissa, submissa / missa).
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oposição ao romantismo. Umas principais características do parnasianismo no Brasil foi
a busca pela impessoalidade e a busca por uma avaliação neutra da realidade (Cara 2009).
2. 2. Envolvimento de Olavo Bilac no Pensamento Parnasiano
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2.4 A Temática do parnasianismo brasileiro;
Segundo Azevedo (2003) Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac de nome completo, nasceu
no ano de 1865, na cidade do Rio de Janeiro. Estudou Medicina, porém interrompeu tal curso
e matriculou- se na Faculdade de Direito de São Paulo, também não concluindo. Dedicou-se à
vida jornalística e exerceu funções em cargos públicos como inspetor escolar do Distrito
Federal. Apoiava veementemente o serviço militar obrigatório. Foi eleito o “Príncipe dos
Poetas Parnasianos”. Faleceu em 1918
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“Olavo Bilac foi o principal escritor do período no Brasil. Veio de uma família de classe
média e trabalhou em diversas áreas durante sua vida. Era considerado um grande
conferencista e se tornou o líder do movimento parnasiano brasileiro. Além disso, foi um dos
membros fundadores da Academia Brasileira de Letras. Sua obra debruça-se sobre a
antiguidade greco-romana, a temática da perfeição, o lirismo amoroso, a reflexão existencial e
o nacionalismo ufanista” (Bosi, 2003,p.67).
No entanto, Olavo Bilac é o mais famoso poeta parnasiano brasileiro. É preciso mencionar
que sua poesia, contudo, apesar de ser considerada parnasiana, muitas vezes trai a
objetividade do estilo e acaba recorrendo a exclamações e outras subjetividades. De entre
outras, suas principais obras são: Poesias (1888) e Tarde (1919.
Portanto, escolhemos, para analisar aqui, uma de suas poesias descritivas — um dos sonetos
de Via Láctea, escrito com o rigor formal (metrificação e rima) parnasiano:
Como a floresta secular, sombria,
Virgem do passo humano e do machado,
Onde apenas, horrendo, ecoa o brado
Do tigre, e cuja agreste ramaria
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Na última estrofe, ele diz que as flores palpitam e os ninhos estremecem, o que sugere que a
floresta está agora cheia de vida. Como já sabemos que a floresta, na verdade, é
uma metáfora e refere-se ao coração de alguém, entendemos que essa pessoa está apaixonada,
pois o “sol do amor”, que antes não entrava nesse coração, agora “Entra dourando a areia dos
caminhos”.
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Conclusão
Feito o trabalho é imprescindível destacar que em relação ao parnasianismo percebemos que
sua propagação temática, em geral, sempre visa combater algum aspecto de uma corrente
anterior, como é o caso do Parnasianismo, que tenta romper com a idealização amorosa do
Romantismo.
Além disso, os parnasos acreditavam que a verdadeira produção artística era aquela que
valorizasse elementos da cultura clássica, por isso, a retomada da influência da mitologia
greco-latina e o alto rigor formal, justamente, para reafirmar a sua visão sobre o “fazer
artístico”.
Geralmente o Parnasianismo caracteriza-se por seguintes: Objetivismo; Racionalismo; Caráter
descritivo; “Arte pela arte” (poesia voltada para si mesma); Universalismo; Imparcialidade;
Isolamento do poeta (concentração); Contenção de sentimentos; Retomada de elementos da
cultura greco-latina.
O Parnasianismo, em Portugal, não apresentou um projeto consistente. Por isso, não há um
período inicial e final do movimento, que é, comumente, integrado à produção do realismo-
naturalismo português.
Ao contrário de vários países europeus, com exceção da França, o Parnasianismo no Brasil
mostrou-se um movimento completo e relevante. Os autores do parnasianismo brasileiro
tinham como preferência retratar a realidade com impessoalidade, perfeição e objetividade, os
autores do Parnasianismo no Brasil tomavam os temas da cultura clássica como base nas suas
produções. Também faziam forte oposição ao modernismo e buscavam
sempre descrever e detalhar as cenas e objetos dos seus livros.
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Referência bibliográfica
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