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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Parnasianismo Português e Brasileiro

Eugenia Raimundo Samuel -708211656


Turma: N

Cadeira: Literatura Luso-Brasileira


Curso: Licenciatura em Ensino de Língua
Portuguesa
Ano de frequência: 2º
Tutor:

Milange, Outubro 2022


Folha de Feedback
Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuaçã
do Subtotal
o máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos
 Introdução 0.5
Estrutura organizacion
ais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfi citações/referências 4.0
citações e
cas bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução...................................................................................................................................1
1. Capítulo I: Parnasianismo Português..................................................................................2
1.1. Contexto histórico-cultural do surgimento do Parnasianismo em Portugal.................2
1.2. Envolvimento de Cesário Verde no Pensamento Parnasiano.......................................3
1.4. A Temática do parnasianismo português.....................................................................4
1.5. Autores do parnasianismo em Portugal........................................................................4
1.6. Vida e obras de Cesário Verde;....................................................................................4
1.7. Análise de um texto de Cesário Verde.........................................................................4
2. Capítulo II: Parnasianismo Brasileiro..................................................................................7
2.1.Contexto histórico-cultural do surgimento do Parnasianismo Brasileiro..........................7
2. 2. Envolvimento de Olavo Bilac no Pensamento Parnasiano;............................................7
2.3 Características do parnasianismo brasileiro;.....................................................................8
2.4 A Temática do parnasianismo brasileiro;..........................................................................8
2.5 Autores do parnasianismo no Brasil;................................................................................9
2.6. Vida e obras de Olavo Bilac;............................................................................................9
2.7. Análise de um texto de Olavo Bilac ..............................................................................10
Conclusão..................................................................................................................................11
Reeferencia bibluigrafica..........................................................................................................12

iv
Introdução
O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Literatura Luso-brasileira como requisito
parcial de avaliação na referida cadeira. O trabalho tem como tema de estudo O
Parnasianismo Português e Brasileiro.
Na segunda metade do século XIX, o pensamento científico estava em alta, pois a ciência
mostrava-se responsável pelo desenvolvimento tecnológico associado à Revolução Industrial 
(iniciada no século XVIII), em que o uso de máquinas propiciou o crescimento da economia.
Contudo, essa prosperidade e o desenvolvimento tecnocientífico não impediram a disparidade
entre a burguesia e o proletariado, gerando forte conflito social
Neste percurso histórico afirma se que a prosa realista ocupou-se na exposição e discussão
desse problema. No entanto, a poesia realista, isto é, o parnasianismo, isentou-se desse tipo de
questão e optou por uma postura de alienação (indiferença) social, econômica e política.
Ainda, seus autores, influenciados pelo positivismo (corrente filosófica que defendia a
primazia da razão e, portanto, a supremacia do conhecimento científico), recorreram à
objetividade na composição de suas poesias.
Portanto, o parnasianismo é uma corrente que vigorou em Portugal e Brasil. Assim, é neste
prisma que no presente trabalho se propõe de forma sumaria distinguir os contornos do
parnasianismo em Portugal e em Brasil.
No entanto, o trabalho objetiva:
Objectivo geral:
 Distinguir os contornos do Parnasianismo em Portugal e Brasil.
Objectivo Especifico:
 Descrever o contexto histórico do surgimento do Parnasianismo em Portugal e
Brasil;
 Mencionar as características do Parnasianismo em Portugal e Brasil;
 Identificar a temática desenvolvida pelos autores do Parnasianismo de Portugal e de
Brasil.
Estruturalmente o trabalho apresenta: capa, folha de feedback dos tutores, índice, introdução,
metodologia, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.
Quanto ao aparato metodológico o presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa
qualitativa. Usou-se como técnica de recolha de dado a pesquisa bibliográfica. Assim, o
trabalho a que se pretende realizar tem, portanto, características particulares reflexivas

1
baseadas em fontes teóricas, isto é buscamos subsídios estritamente bibliográfico, sem
recorrer a um trabalho de campo propriamente dito.

1. Capítulo I: Parnasianismo Português


Segundo Potti (2004) o parnasianismo em Portugal foi um movimento literário restrito
baseado no parnasianismo francês. O poeta João Penha (1838-1919) é considerado o
introdutor do movimento no país.
De acordo com o autor o parnasianismo, em Portugal, não apresentou um projeto consistente.
Por isso, não há um período inicial e final do movimento, que é, comumente, integrado à
produção do realismo-naturalismo português (1865-1900).

1.1. Contexto histórico-cultural do surgimento do Parnasianismo em Portugal

O século XIX foi uma época de desenvolvimento tecnológico nos setores de comunicação e


transporte: Robert Fulton (1765-1815) criou o barco a vapor em 1807; George Stephenson
(1781-1848) projetou a locomotiva a vapor em 1814; e, em 1837, Samuel Morse (1791-1872)
inventou o telégrafo.
Neste sentido, como refere Veloso (2007):
“na segunda metade do século XIX, o pensamento científico estava em alta, pois a ciência
mostrava-se responsável pelo desenvolvimento tecnológico associado à Revolução Industrial 
(iniciada no século XVIII), em que o uso de máquinas propiciou o crescimento da economia.
Contudo, essa prosperidade e o desenvolvimento tecnocientífico não impediram a disparidade
entre a burguesia e o proletariado, gerando forte conflito social” (p.45).
Neste percurso histórico (Cara, 2009) afirma que a prosa realista ocupou-se na exposição e
discussão desse problema. No entanto, a poesia realista, isto é, o parnasianismo, isentou-se
desse tipo de questão e optou por uma postura de alienação (indiferença) social, econômica e
política. Ainda, seus autores, influenciados pelo positivismo (corrente filosófica que defendia
a primazia da razão e, portanto, a supremacia do conhecimento científico), recorreram à
objetividade na composição de suas poesias.
Como indivíduos de seu tempo, os parnasianos, então, viram na objetividade científica um
elemento definidor da sociedade europeia. Assim, entenderam que a razão superava o
sentimentalismo romântico e empreenderam um projeto de “poesia científica”, pois racional e
objetiva. Desse modo, o movimento parnasiano surgiu a partir da publicação, em três
volumes. A palavra “Parnaso” refere-se a uma montanha da Grécia, morada do deus Apolo e
das musas inspiradoras dos artistas. Daí surgiu o nome para o estilo de época parnasianismo.
2
1.2. Envolvimento de Cesário Verde no Pensamento Parnasiano
Sob influência do parnasianismo surgem figuras como: Cesário Verde, em Portugal. Pela sua
tensão entre a prática e as cocepções literárias e pela construção da poesia a partir de
perspectivas múltiplas, a obra poética de Cesário Verde aproxima-se dos movimentos de
vanguarda, influenciando grande parte dos escritores portugueses do século XX (Potti, 2004).

Segundo Bosi (1999) o reflexo da vida de Cesário – ora na cidade, em Lisboa, ora no campo,
em Linda-a-Velha –, a dicotomia Cidade/Campo constitui- se como eixo em torno do qual a
sua poesia se organiza, traduzindo as profundas transformações sociais e urbanas da época.
Com o binómio Cidade/Campo articula-se a oposição entre: a mulher fatal; e a mulher
angélica.
Assim, as temáticas mais significativas abordadas por Cesário Verde segundo Bosi
(1999), são a humilhação sentimental e a imagética feminina. Recorre-se bastantes vezes
à descrição, (nomeadamente do rapaz, da mulher e do mundo), usando vocábulos
concretos e claros. Está presente uma clara busca pela perfeição que se denota pela
constante recorrência a vocabulário e a recursos estético-estilísticos que permitam uma
maior expressividade.

1.3. Características do parnasianismo em Portugal;

Como foi descrito nas abordagens acima, o Parnasianismo foi um movimento literário,
especialmente poético, com origens no século XIX, na França. Oposto aos ideais românticos,
ele surge numa época de profundas transformações da sociedade europeia com o avanço
tecnológico, descobertas científicas e a revolução industrial inglesa.
Em geral, há um consenso na literatura ao se afirmam que o parnasianismo português
apresentou as seguintes características:
 Linguagem objetiva e impessoal,
 Descrição visual,
 Estilo ornado e culto,
 Preocupação com a estética,
 Perfeição formal;
 Metrificação e versificação;

3
 Preciosismo (palavras e rimas raras);
 Espírito científico;
 Temas da realidade cotidiana;
 Valorização dos temas clássicos;
 Preferência pelas formas poéticas fixas (soneto)

1.4. A Temática do parnasianismo português

Em Portugal, a poesia parnasiana está inserida no realismo-naturalismo português, que teve


início em 1865 e término em 1900. Isso quer dizer que não houve uma divisão de caráter
teórico entre a prosa e a poesia realistas de Portugal. Os poetas desejavam espelhar-se nos
modelos clássicos de literatura e combater a subjetividade exaltada no período romântico
(Veloso, 2007).
Assim, diferentemente dos realistas e naturalistas, cuja poesia abordava a realidade e os
problemas sociais, os poetas  parnasianos portugueses preocupavam-se principalmente com o
“fazer poético” e a busca pela  perfeição estética.  Segundo (Potti, 2004), os  textos, eram
valorizados a objetividade temática, a métrica rígida, a formalidade  linguística, a descrição de
objetos  banais ou elementos da natureza.
1.5. Autores do parnasianismo em Portugal

De acordo Bueno (2007) o Parnasianismo, em Portugal, não apresentou um projeto


consistente. Por isso, não há um período inicial e final do movimento, que é, comumente,
integrado à produção do realismo-naturalismo português.
Entretanto, são considerados parnasianos os seguintes poetas portugueses:
 João Penha (1838-1919): Rimas (1882).
 Gonçalves Crespo (1846-1883): Miniaturas (1871).
 António Feijó (1859-1917): Líricas e bucólicas (1884).
 Cesário Verde (1855-1886): O livro de Cesário Verde (1901)

1.6. Vida e obras de Cesário Verde;


Nascido em Lisboa, Cesário Verde escreveu poesias com tendências parnasianas, realistas e
modernistas. Inicia sua carreira literária publicando alguns poemas no “Diário de Notícias de
Lisboa”. Teve uma vida curta, morrendo de tuberculose aos 31 anos. De sua obra poética
merece destaque o livro de poesia “Nós” (1884) e a compilação póstuma de seus poemas “O
Livro de Cesário Verde” (Cândido, 2005).

4
1.7. Análise de um texto de Cesário Verde
Para o presente subtítulo iremos analisar o texto de Cesário Verde intitulada Manias.

Manias!
O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
 
Eu sei um bom rapaz, – hoje uma ossada, –
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância quixotesca.
 
Aos domingos a deia já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,
Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!
 
Estrutura interna
Este poema, tem como temas o amor e a mulher. O eu poético conta a história de um
sujeito que conhecia que era amante de uma mulher que, apesar de possuir mau aspecto,
era prepotente e exercia sobre ele uma grande influência.
Este poema, é um soneto, pode ser dividido em três partes lógicas:
 A primeira parte é a primeira quadra, na qual o sujeito lírico faz uma pequena
introdução, dando a sua opinião sobre o mundo e a vida. Faz um contraste um
pouco lúgubre entre a tragédia e a comédia de que é feita a sociedade.
 A segunda parte lógica do poema, iniciando o relato da história de um rapaz já
falecido (“…hoje uma ossada…”), a qual serve de suporte para a sua visão
jocosamente negra do mundo, já que trata do amor deste rapaz para com uma
mulher muito pretensiosa e que exercia no rapaz uma influência tal que este se
mostrava receosamente obediente (“…o dengue, em atitude receosa…”).
 Na terceira parte do soneto (última estrofe), dá-se a apresentação da ideia
principal, ao que se chama “fechar com chave de ouro”. O sujeito poético critica,
5
de modo trocista, a submissão daquele rapaz perante aquela mulher, evidenciando
a devoção a Deus por parte da mulher (“…que a amante ia ouvir missa!”) e a
devoção àquela mulher por parte do rapaz (“…sujeição canina mais submissa…”).
.
Unidade forma – conteúdo
O vocabulário utilizado neste poema é bastante variado e um pouco complicado já que
não faz parte da linguagem geralmente usada no nosso quotidiano (“jactância”,
“picaresca”, “pedantesca”, “quixotesca”, “deia”, “dengue”).
Relativamente à pontuação, pode-se verificar que, como cada uma das quadras encerra
uma frase, os versos destas terminam com uma vírgula ou com ponto e vírgula, excepto o
último verso que termina com ponto final, dando assim um término à frase. Também cada
um dos versos dos tercetos encerra com uma vírgula, já que os dois tercetos englobam
uma única frase, à excepção do último verso que encerra com o único ponto de
exclamação do poema, já que este é o verso que revela de forma mais clara a ironia
inerente ao texto.
Também se verifica o emprego do hífen na segunda quadra (“…-hoje uma ossada - …”)
que tem como função a introdução de um pequeno à parte que nos dá uma informação
suplementar. Pode-se dizer que a linguagem é cuidada.
No entanto, a construção sintáctica das frases é simples. As principais figuras de estilo
utilizadas são:
 A metáfora (“Na sujeição canina mais submissa…”);
 A enumeração (“Perversíssima, esquálida e chagada…”);
 A ironia (“O livro com que a amante ia ouvir missa!”);
 O assíndeto (“O mundo é velha cena ensanguentada, / Coberta de remendos,
picaresca…”);
 O disfemismo (“…hoje uma ossada…”);
 
Estrutura externa
Este poema é um soneto, sendo constituído por duas quadras e dois tercetos. Possui,
portanto, catorze versos, que são de dez sílabas, o que se pode confirmar pela
seguinte análise: 
“O / mun / do é / ve / lha / ce / na en / san / guen / ta / da,
  1      2     3      4       5     6      7      8       9      10 11
Co / ber / ta / de / re / men / dos, / pi / ca / res / ca;
1     2      3     4     5       6       7        8     9     10
6
A / vi / da é / chu / la / far / sa a / sso / bi / a / da,
1     2      3        4      5      6       7       8     9     10
Ou / sel / va / gem / tra / gé / dia / ro / ma / nes / ca.”
1      2      3       4       5      6      7      8     9      10
 
O esquema rimático do soneto é//ABAB/ABAB/CDC/DCD//, pelo que existe rima
cruzada. Todas as rimas são consoantes porque existe sempre correspondência de
sons a partir da última vogal tónica. A maior parte das rimas são pobres (picaresca /
romanesca, rugosa / receosa, pedantesca / quixotesca, receosa / nervosa), existindo
algumas rimas ricas (ossada / chagada, preguiça / submissa, submissa / missa).

2. Capítulo II: Parnasianismo Brasileiro


2.1.Contexto histórico-cultural do surgimento do Parnasianismo Brasileiro

Segundo Azevedo (2000) o Parnasianismo foi um movimento artístico-literário da segunda


metade do século XIX surgido na Europa, mais precisamente na França. Seu nome faz alusão
ao título de três antologias poéticas publicadas em Paris, respectivamente em 1866, 1871 e
1876, sob o título de Parnasse Contemporain ( Parnaso Contemporâneo), além de remeter ao
Parnaso grego, que seria, segundo a mitologia grega, um monte consagrado a Apolo e às
musas.
Ainda no contexto histórico Fischer (2003) refere que:
“O Parnasianismo começa no Brasil no ano de 1882, com a publicação de Fanfarras, de
Teófilo Dias. Os poetas parnasianos afastaram-se totalmente dos problemas existentes no
Brasil. Fecharam seus olhos para todos os aspectos negativos de seu país. Acabaram tentando
imitar o estilo de vida das gran- des metrópoles europeias, como Paris, vivendo em um
contexto artificial que buscava reproduzir a Belle Époque europeia, uma vida de luxos” (p.65).
Assim, no Parnasianismo barasileiro, o que se vê é a tentativa de criar um mundo à parte do
contexto em que surge. Nega-se a pobreza, a sujeira, a miséria de um povo num país
subdesenvolvido. Tal estética e sua ideologia irão perdurar até 1922, quando temos uma
virada na Literatura Brasi- leira: A Semana de Arte Moderna.
De acordo com Azevedo (2000) o Parnasianismo no Brasil teve início com a publicação do
escritor e poeta Teófilo Dias, intitulada “Fanfarras”, em 1882. Existiu até a Semana de Arte
Moderna, no ano de 1922 e foi uns os movimentos literários mais importantes na história
da literatura brasileira.  Seguiu a tendência do parnasianismo que surgiu na França e fez total

7
oposição ao romantismo. Umas principais características do parnasianismo no Brasil foi
a busca pela impessoalidade e a busca por uma avaliação neutra da realidade (Cara 2009). 
2. 2. Envolvimento de Olavo Bilac no Pensamento Parnasiano

Segundo D’Ávila e Santos (2012.p.23) “o pensamento Parnasiano de Olavo Bilac surge


quando o Parnasianismo já está fixado como estética artística predominante no meio social”.
Deste modo, como refere Cara (2009), a sua obra vem confirmar os preceitos parnasianos: a
busca da perfeição formal, a utilização de decassílabos e alexandrinos, a temática greco-latina.
Além disso, há uma preocupação constante em aplicar em seus poemas a “chave de ouro”. O
poema “Profissão de Fé” é a definição precisa do seu ideal poético e consequentemente a do
Parnasianismo.

2.3 Características do parnasianismo brasileiro

Ao contrário de vários países europeus, com exceção da França, o Parnasianismo no Brasil


mostrou-se um movimento completo e relevante.
De acordo com D’Ávila e Santos (2012), entre as características particulares do movimento
no Brasil, destacam-se:
 Desligamento da realidade local: se o Brasil passava por diversos problemas de
ordem social, política e econômica, os parnasianos simplesmente ignoravam essa
realidade na poesia. Dessa forma, o discurso patriótico ufanista e a Antiguidade
Clássica substituíam a realidade brasileira palatável.
 Durou quase quarenta anos: ao contrário de outros movimentos que durante
relativamente poucos anos, o Parnasianismo conseguiu se sustentar durante quase
quatro décadas, sendo confrontado apenas pelo Modernismo.
 Criação literária como esforço, não inspiração: os parnasianos salientavam que a
produção poética era, essencialmente, artesanal. Assim, elevam o autor como alguém
que não apenas busca inspiração para escrever algo, como os românticos, mas trabalha
intensamente para elaborar sua obra.
Além da habilidade na criação de versos, do vocabulário culto e das demais características
que acabamos de expor, há ainda outras características do parnasianismo que ocorriam com
grande frequência nos poemas, como a comparação da poesia com as artes plásticas, o
enfoque na descrição das características físicas da mulher e o universalismo.

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2.4 A Temática do parnasianismo brasileiro;

Apesar de se esforçarem, os poetas parnasianos brasileiros não conseguiam criar um poema


vazio em conteúdo. Utilizavam a antiguidade clássica e os aspectos de sua mitologia, para
construir uma poética distante dos assuntos políticos e sociais da época. Comumente os textos
descreviam deuses, heróis, fatos lendários e até objetos da antiguidade (Fischer, 2003).
São vários textos que falam de personagens históricos, mitos e objetos da era clássica,
desvinculando-se do próprio fervor filosófico que poderiam representar.
Portanto, os escritores parnasianos buscavam o sentido para a existência humana por meio da
perfeição estética. Por isso, a preocupação residia na "Arte pela Arte", ou seja, a forma como
caraterística principal da poesia.

2.5 Autores do parnasianismo no Brasil

Os autores do Parnasianismo no Brasil são conhecidos por escrever obras objetivas e


impessoais e por fazerem forte oposição ao modernismo. Os nomes de destaque dessa escola
literária são: Raimundo Correia, Alberto de Oliveira e Olavo Bilac. Mais tarde, esses autores
foram chamados de “Tríade Parnasiana” (Cara, 2009). 
Os autores do Parnasianismo no Brasil como acere Cândido (2005), desejavam resgatar a
ideia da “arte pela arte”, ou seja, trazer a essência verdadeira das produções artísticas, sem
muitas idealizações. Foram fortemente influenciados pelas correntes filosóficas que surgiram
no início do século XX, como o cientificismo e o positivismo.
Portanto, os autores do parnasianismo brasileiro tinham como preferência retratar
a realidade com impessoalidade, perfeição e objetividade, os autores do Parnasianismo no
Brasil tomavam os temas da cultura clássica como base nas suas produções. Também faziam
forte oposição ao modernismo e buscavam sempre descrever e detalhar as cenas e objetos dos
seus livros. 
2.6. Vida e obras de Olavo Bilac

Segundo Azevedo (2003) Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac de nome completo, nasceu
no ano de 1865, na cidade do Rio de Janeiro. Estudou Medicina, porém interrompeu tal curso
e matriculou- se na Faculdade de Direito de São Paulo, também não concluindo. Dedicou-se à
vida jornalística e exerceu funções em cargos públicos como inspetor escolar do Distrito
Federal. Apoiava veementemente o serviço militar obrigatório. Foi eleito o “Príncipe dos
Poetas Parnasianos”. Faleceu em 1918

9
“Olavo Bilac foi o principal escritor do período no Brasil. Veio de uma família de classe
média e trabalhou em diversas áreas durante sua vida. Era considerado um grande
conferencista e se tornou o líder do movimento parnasiano brasileiro. Além disso, foi um dos
membros fundadores da Academia Brasileira de Letras. Sua obra debruça-se sobre a
antiguidade greco-romana, a temática da perfeição, o lirismo amoroso, a reflexão existencial e
o nacionalismo ufanista” (Bosi, 2003,p.67).
No entanto, Olavo Bilac é o mais famoso poeta parnasiano brasileiro. É preciso mencionar
que sua poesia, contudo, apesar de ser considerada parnasiana, muitas vezes trai a
objetividade do estilo e acaba recorrendo a exclamações e outras subjetividades. De entre
outras, suas principais obras são: Poesias (1888) e Tarde (1919.

2.7. Análise de um texto de Olavo Bilac

Portanto, escolhemos, para analisar aqui, uma de suas poesias descritivas — um dos sonetos
de Via Láctea, escrito com o rigor formal  (metrificação e rima) parnasiano:
Como a floresta secular, sombria,
Virgem do passo humano e do machado,
Onde apenas, horrendo, ecoa o brado
Do tigre, e cuja agreste ramaria

Não atravessa nunca a luz do dia,


Assim também, da luz do amor privado,
Tinhas o coração ermo e fechado,
Como a floresta secular, sombria...

Hoje, entre os ramos, a canção sonora


Soltam festivamente os passarinhos.
Tinge o cimo das árvores a aurora...

Palpitam flores, estremecem ninhos...


E o sol do amor, que não entrava outrora,
Entra dourando a areia dos caminhos.

Na primeira estrofe desse soneto, o eu lírico descreve uma floresta antiga e sombria, “Virgem


do passo humano e do machado”, isto é, nunca um ser humano esteve nessa floresta e,
portanto, nenhum machado foi usado para cortar suas árvores.
Na sequência, entendemos por que a primeira estrofe começa com a conjunção comparativa
“como”, pois o eu lírico está comparando a floresta com um coração humano, já que diz que
esse coração não tem a luz do amor, pois é solitário e fechado, da mesma forma que a floresta.
Na terceira estrofe, o eu lírico afirma que, hoje, no meio dos ramos da floresta, os passarinhos
cantam, e a aurora (a primeira luz da manhã) colore o topo das árvores.

10
Na última estrofe, ele diz que as flores palpitam e os ninhos estremecem, o que sugere que a
floresta está agora cheia de vida. Como já sabemos que a floresta, na verdade, é
uma metáfora e refere-se ao coração de alguém, entendemos que essa pessoa está apaixonada,
pois o “sol do amor”, que antes não entrava nesse coração, agora “Entra dourando a areia dos
caminhos”.

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Conclusão
Feito o trabalho é imprescindível destacar que em relação ao parnasianismo percebemos que
sua propagação temática, em geral, sempre visa combater algum aspecto de uma corrente
anterior, como é o caso do Parnasianismo, que tenta romper com a idealização amorosa do
Romantismo.
Além disso, os parnasos acreditavam que a verdadeira produção artística era aquela que
valorizasse elementos da cultura clássica, por isso, a retomada da influência da mitologia
greco-latina e o alto rigor formal, justamente, para reafirmar a sua visão sobre o “fazer
artístico”.
Geralmente o Parnasianismo caracteriza-se por seguintes: Objetivismo; Racionalismo; Caráter
descritivo; “Arte pela arte” (poesia voltada para si mesma); Universalismo; Imparcialidade;
Isolamento do poeta (concentração); Contenção de sentimentos; Retomada de elementos da
cultura greco-latina.
O Parnasianismo, em Portugal, não apresentou um projeto consistente. Por isso, não há um
período inicial e final do movimento, que é, comumente, integrado à produção do realismo-
naturalismo português.
Ao contrário de vários países europeus, com exceção da França, o Parnasianismo no Brasil
mostrou-se um movimento completo e relevante. Os autores do parnasianismo brasileiro
tinham como preferência retratar a realidade com impessoalidade, perfeição e objetividade, os
autores do Parnasianismo no Brasil tomavam os temas da cultura clássica como base nas suas
produções. Também faziam forte oposição ao modernismo e buscavam
sempre descrever e detalhar as cenas e objetos dos seus livros. 

12
Referência bibliográfica

Azevedo, S de. (2000). Parnasianismo na poesia brasileira. Fortaleza: Ceará University.


Bosi, A. (2003). A intuição da passagem em um soneto de Olavo Bilac. Leitura de Poesia.
São Paulo: Ática
Bosi, A. (1999). História concisa da literatura brasileira. (36ª.ed).São Paulo: Cultrix,
Bueno, A. (2007). Uma história da poesia brasileira. Ermakoff Casa Editorial. Rio de
Janeiro.
Cara, S (2009). A recepção crítica: o momento parnasiano-simbolista no Brasil. São Paulo:
Ática,
D’Ávila F; Santos (2012). História concisa da literatura brasileira Curso de literatura
brasileira. Brasil
Cândido, A; Castello, J. A. (2005). Presença da literatura brasileira: das origens ao
Realismo.
História e antologia. 12.ed.,Rio de Janeiro.
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