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Índice
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1. Introdução..................................................................................................................5
2. Texto Literário...........................................................................................................6
3. Semiótica Greimasiana...............................................................................................6
5. Sistemas Modelizantes...............................................................................................7
7. Conclusão.................................................................................................................12
8. Referências Bibliográficas.......................................................................................13
1. Introdução
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A literatura é uma parte muito significativa do patrimônio cultural da humanidade, que precisa
ser recuperada e preservada, pois é uma das formas de manutenção da identidade de uma nação.
Utilizando como suporte a língua nacional, ela não só veicula a tradição consagrada como
estabelece os vínculos com o que ainda não ocorreu. É a característica dialógica dessa
arteretrospectiva na medida em que promove a manutenção da tradição (Paulino; Cosson, 2004).
O texto literário tem uma dimensão estética, plurissignificativa e de intenso dinamismo, que
possibilita a criação de novas relações de sentido. É, portanto, um espaço relevante de reflexão
sobre a realidade Barros (2012).
A semiótica na Literatura permite a compreensão dos signos verbais e dos signos não verbais,
compondo toda a significação capaz de conceber a valorização temática figurativa na prosa e
poesia literária. É de suma importância o uso da semiótica na Literatura, pois ajuda a
compreender que a expressão literária como um discurso e a relação deste com o mundo. O
estudo da semiótica permite a interação entre os textos literários, arte, música, entre outros
(Mendes, 2016).
2. Texto Literário
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O texto literário tem uma dimensão estética, plurissignificativa e de intenso dinamismo, que
possibilita a criação de novas relações de sentido. É, portanto, um espaço relevante de reflexão
sobre a realidade. O texto literário implica na reflexão sobre o real, na reconstrução da
linguagem, na plurissignificação, na exploração de recursos linguísticos, apresenta o uso das
palavras em sentido conotativo, adotando contradições e ambiguidades. Expressa a realidade
subjetiva de quem o escreve. A intencionalidade discursiva busca fazer com que o leitor tenha
sentimentos e emoções específicos, podendo daí surgir várias possibilidades de interpretação do
que foi escrito. São textos que privilegiam a forma e exprimem sentimentos, ideias, conflitos
Barros (2012).
Barros (2012) diz que “O texto literário é um texto entre outros, sem dúvida em posição de
destaque, por razões variadas”; e segundo essa autora, é “imprescindível, para tratar do texto
literário, ter por base uma teoria geral de análise do discurso, como a semiótica”.
3. Semiótica Greimasiana
A palavra semiótica provém da raiz grega „semeion‟, que denota signo. Assim, desta mesma
fonte, temos „semeiotiké‟, a „arte dos sinais‟. Esta esfera do conhecimento existe há um longo
tempo, e revela as formas como o indivíduo dá significado a tudo que o cerca. Ela é, portanto, a
ciência que estuda os signos e todas as linguagens e acontecimentos culturais como se fossem
fenômenos produtores de significado, ela lida com os conceitos, as ideias.
Semiótica Discursiva: fundada por Algirdas Julien Greimas (1917–1992), linguista lituano
radicado na França, tem filiação saussuriana e hjelmsleviana; por isso está ancorada numa teoria
da linguagem de postulados estruturais e na concepção de que a língua é uma instituição social,
que concebe o texto como um simulacro do mundo real, uma vez que nele são representados
sujeitos, fatos, objetos, valores que retratam o mundo.
Greimas (2008) procura explicar o sentido do texto pelo exame de seu plano de conteúdo,
baseando-se nos seus princípios, “considera-se que um texto é o produto da união entre plano da
expressão (aparência) e plano do conteúdo (imanência do conteúdo), a significação do texto se
dá pela união desses dois planos”.
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Para Barros (2005), a semiótica “insere-se, portanto, no quadro das teorias que se (pre) ocupam
com o texto”, ainda segundo a mesma autora, (2005) “A semiótica tem por objeto o texto, ou
melhor, procura descrever e explicar o que o texto diz e como ele faz para dizer o que diz”.
Ainda sobre o assunto Barros (2001), acrescenta:
Depreendendo-se que um sistema corresponde à combinação de partes coordenadas entre si, para
o mesmo fim, assume-se que no fazer e no produzir uma obra literária como um processo de
significação e de comunicação e que resulta num texto e permite a sua funcionalidade como
mensagem, estará subjacente um determinado sistema, o qual será conhecido como sistema
semiótico literário.
Segundo Aguiar e Silva (2004) compreender-se-á que sistema semiótico é uma série finita de
signos interdependentes entre os quais, através de regras, se pode estabelecer relações e
operações combinatórias, de modo a produzir-se semiose.
5. Sistemas Modelizantes
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Sistemas Secundários: os demais sistemas culturais, por serem constituídos de uma
estruturalidade, ou seja, utilizam a estrutura da linguagem verbal, porém admitem uma
relação (combinação) com outros sistemas de signos.
Portanto, “do ponto de vista semiótico, todos os sistemas da cultura são suscetíveis de
modelização em diferentes níveis” (MACHADO, 2002, p. 228)
A construção de diferentes sistemas semióticos, um sobre o outro, em que o
superior modeliza o inferior, torna-se possível porque a semântica de cada um
desses sistemas artificiais (...) pode ser discutida não só através de sua relação com
os sistemas superiores, mas também pelo recurso à língua natural que, em última
análise, se lhe serve de fonte (ZALIZNIÁK; IVANOV; TOPOROV, 2010, p. 87).
Diante do exposto, podemos observar que é válida a análise das histórias em quadrinhos sob o
viés semiótico. Assim, identificamos que as HQs são compostas por linguagens – escrita/verbal e
imagem/não-verbal. E, para que haja a modelização, são necessárias no mínimo duas linguagens
(códigos) dos sistemas de signos agindo. Observamos ainda, que essa interação ocorre no espaço
de fronteira, que permite a troca e não o aniquilamento de uma linguagem em relação a outra.
Assim, a fronteira é um mecanismo onde é possível apreender a individualidade e a diversidade
que compõem cada signo. Portanto, “definir a complexidade da fronteira semiótica exige o
confronto com a noção de ambivalente: a fronteira tanto une quanto separa” (RAMOS et al.,
2007).
Dessa forma, fronteira pode ser interpretada como um mecanismo, onde ocorre o encontro dos
diversos sistemas de códigos que produzem novos códigos. Assim, a fronteira serve como um
“filtro” capaz de preservar as características de cada código, ao mesmo tempo em que permite a
interação entre eles. Isso é observado nas histórias em quadrinhos que ao utilizarem de diversos
códigos, encontrados em outros sistemas de signos (pintura, cinema, animação, fotografia etc.),
cria uma nova linguagem (HQ), mas conserva características das linguagens anteriores (pintura,
cinema e etc.).
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5.1. Sistema semiótico literário como sistema modelizante
Em primeiro lugar, refira-se que a abordagem do código literário como policódigo, será feita
com base em Aguiar e Silva (1988).
Em segundo, é importante que se sublinhe que o código literário como resultado da interacção
dos diferentes códigos e sub-códigos pertencentes ao sistema modelizante secundário configura-
se como policódigo. Nele distinguem-se os seguintes códigos:
Código fónico-rítmico
O código fónico-rítmico regula aspectos importantes do enredo do texto literário, mantém uma
imediata e fundamental relação de interdependência com o código fonológico e ainda com o
código léxico-gramatical, com o código semântico do sistema linguístico, para além das que
mantém com o código grafemático e a interdependência com o código métrico e com o
estilístico.
Código métrico
O código métrico regula a organização particular da forma de expressão dos textos poéticos,
considerados sub-conjunto dos textos literários, quer no concernente à constituição do verso quer
na combinação e agrupamento dos versos em estrofes. À semelhança dos outros códigos este tem
relações com o código fonológico. Tem também relações de interdependência com o código
léxico-gramatical, visto que a distribuição dos acentos exigida pelo modelo do verso pode impor,
por exemplo, modificação na estrutura frásica. Finalmente relaciona-se com o código semântico.
Código estilístico
O código estilístico regula a organização das formas do conteúdo e da expressão do texto
literário, considerando a sua relação de interdependência com o código léxico-gramatical e suas
sensíveis variações diacrónicas e sincrónicas. Relaciona-se ainda com os códigos: semântico,
fonológico, pragmático e técnico-compositivo.
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Este código é responsável pela organização da coerência textual a nível semântico (estrutura
profunda) como a nível de textura (estrutura de superfície), mediante microestruturas que operam
no âmbito dos constituintes textuais próximos.
Código técnico-compositivo
O código técnico-compositivo orienta e ordena a coerência textual, mediante regras opcionais ou
constritivas de aplicação transtópicas. Tem uma elevada autonomia perante o código linguístico.
Desenvolve relações de interdependência com o código métrico, com o código estilístico e com o
código semântico-pragmático.
Segundo Uspensky apud Aguiar e Silva (1988), as influências exercidas sobre o sistema
semiótico literário por outros sistemas modelizantes secundários de natureza estética, sobretudo a
música, a pintura e o cinema, embora verificáveis a qualquer nível do policódigo literário,
ocorrem muito frequentemente ao nível do código técnico-compositivo.
Código semântico-pragmático
Designação justificada pela simples razão de ser impossível estabelecer uma rígida linha
divisória entre os factores semânticos e os pragmáticos, considera-se que a substância do
conteúdo quer no âmbito sintagmático como no pragmático é sujeita a específicos processos de
semiotização até que seja conteúdo numa forma peculiar.
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7. Conclusão
O texto literário é um texto entre outros, sem dúvida em posição de destaque, e é imprescindível,
para tratar dos mesmos, deve-se ter como base uma teoria geral de análise do discurso, como a
semiótica.
A semiótica insere-se no quadro das teorias que se ocupam com o texto. A semiótica tem por
objeto o texto, ou melhor, procura descrever e explicar o que o texto diz e como ele faz para
dizer o que diz.
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8. Referências Bibliográficas
Aguiar e Silva, Víctor Manuel de. Teoria da Literatura, 8ª edição, Coimbra, Almedina, 1988.
Aguiar e Silva, Víctor Manuel de. Teoria e Metodologia Literárias. Lisboa, Universidade Aberta,
2004.
Barros, Diana Luz Pessoa de. A semiótica no Brasil e na América do Sul: rumos, papéis e
desvios. Rev. Est. Ling., Belo Horizonte, v. 20, n.1, p. 149-186, jan./jun.2012 2007. Barros,
Diana Luz Pessoa de. Teoria semiótica do texto. São Paulo. Ática, 2005.
Paulino, Graça; Cosson, Rildo (org.). Leitura literária: a mediação escolar. Belo
Ramos, A. V. et al. Semiosfera: explosão conceitual nos estudos semióticos. In: Machado, Irene
(org.) Semiótica da cultura e semiosfera. São Paulo: Annablume/FAPESP, 2007.
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