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1º ANO
O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Introdução aos estudos Literários com o
tema Divisão Tripartida dos Géneros Literários. Literatura do latim littteris que significa
letras, é uma das manifestações artísticas da humanidade. No nosso quotidiano, deparamos com
diversos tipos textos. Contudo, nem todos textos são literários, e os textos literários podem ser
categorizados seguindo as suas tipologias. Por exemplo, a fábula é um tipo de texto narrativo
consequentemente, pertence à tipologia épica quanto ao género.
No entanto, falar do tema acima é o mesmo debater em torno da classificação as obras literárias
no concernente ao conteúdo ou objectivo do autor. O autor pode ter objectivo de exprimir
sentimentos como nas poesias, ou de dramatizar uma acção, entre outros. Por tanto, neste
trabalho vamos fazer uma abordagem em torno dos géneros literários com os seguintes
objectivos:
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
Metodologias
De acordo com Zanella (2013), metodologia é o estudo dos métodos e dos procedimentos de
uma determinada investigação. No entanto, a elaboração deste trabalho foi baseada de pesquisa
bibliográfica, esta que é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas e
publicadas por meio de livros, artigos científicos, páginas de Websites. Portanto, fez-se leitura
e análise das obras os géneros Literários, destacado: Ourique; Guerizoli & Souza, 2012. De
referir que a organização deste trabalho foi baseada de Normas APAs 6ª Edição.
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1. Contextualização
Para este estudo, vamos compreender os géneros literários das diferentes obras literárias.
O conceito de género pode ter muitos significados de acordo com o contexto ou objecto de
estudo. Etimologicamente, a palavra género deriva do latim genus, generis que significa
nascimento, raça, ordem, espécie ou tipo. Em ciências biológicas, refere-se ao conjunto de seres
ou coisas com semelhanças entre si. Entretanto, na Literatura, género seria conjunto de textos
literários que apresentam semelhanças quanto a forma e conteúdo
Importa salientar que a problemática de géneros Literários situa-se por volta de 350 anos a.C.
De acordo Guerizoli & Souza (2012) o filósofo grego Platão, no livro III de A República já
apresentava uma análise em torno de alternativas técnicas disponíveis para os escritores e,
consequentemente, acerca dos diferentes resultados formais da aplicação das diversas técnicas.
Destacam-se três grandes divisões dentro da poesia: a poesia mimética ou dramática, a poesia
não mimética ou lírica e a poesia mista ou épica.
Aristóteles, por sua vez considera dois modos fundamentais da mimese poética: um modo
narrativo e um modo dramático. No primeiro caso, o poeta narra em seu próprio nome ou narra
assumindo personalidades diversas; no segundo caso, os actores representam directamente a
acção. (Covane,)
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2. A divisão tripartida dos géneros Literários
Assim, Platão lança os fundamentos de uma divisão tripartida dos géneros literários,
distinguindo e identificando:
(i) o género imitativo ou mimético, em que se incluem a tragédia e a comédia;
(ii) o género narrativo puro, representado pelo ditirambo, e
(iii) o género misto, no qual avulta a epopéia. Nesta tripartição, não é claro, nem a nível
conceptual nem a nível terminológico, o estatuto da poesia lírica. (Covane, p.37 )
Quanto a forma, os géneros literários podem ser escritos em prosa ou em versos. A prosa
apresenta-se por linhas textuais longas que ocupam toda página, como nos textos narrativos, ao
passo que os versos são linhas curtas, como nos poemas.
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3.1. O Género Épico/ narrativo
Este género caracteriza-se por apresentar uma narração de factos, podendo serem reais ou
fictícias. A ficção ou estória distingue-se da história ou biografia, pois é produto duma
imaginação criativa. São características gerais deste género:
Tempo - Período que assinala o percurso cronológico que vai do início ao fim do enredo. O
tempo pode ser cronológico que é exterior, marcado pela passagem das horas, dos dias, e
psicológico que ocorre dentro das personagens (subjectivo/memória /reflexões)
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3.1.2. Exemplos de géneros épicos
Epopeia
A palavra Epopeia que deriva do grego “épos” que significa “versos.” Assim, o género épico é
a narrativa em versos de um facto maravilhoso e grandioso que interessa povo. Nota-se na
epopeia, figuras fantasiosas, linguagem objectiva e uso de 3ª pessoa. Usualmente são textos
longos envolvendo viagens, guerras, aventuras, gestos heróicos e há exaltação de heróis e seus
feitos. Temos como exemplo de epopeia a Ilíada e Odisseia de Homero na Grecia, Os Lusíadas
de Camões em Portugal, Eneida (Virgílio, Roma).
Romance
Novela
Parecido com o romance, mas com menor número de páginas. Neste estilo ocorre a valorização
de um evento em um corte limitado da vida, onde o tempo passa mais rápido e o narrador é o
mais importante;
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Conto
O conto é mais breve e simples narrativa com um episódio da vida. É baseado em um fato
imaginário e não há noção do tempo decorrido; Normalmente é criado a partir de eventos e
figuras imaginárias. Apresenta uma estrutura com apenas um clímax, enquanto no romance,
apresenta-se uma série de conflitos que cada conflito constituirá seu clímax. No conto, o
diálogo é de extrema importância para o enredamento; sem eles não há discórdia ou conflito,
fundamentais ao género. Exemplo, as Andorinhas de Paulina Chiziane
Fábula
É uma narrativa com o objectivo de transmitir uma lição moral. Trabalha com animais e
quando são usados seres inanimados a fábula é chamada de Apólogo. São composições
literárias curtas, escritas em prosa ou versos em que os personagens são animais que
apresentam características antropomórficas, muito presente na literatura infantil.
Temos como exemplo muitas fábulas de literatura oral que os mais velhos contam aos mais
novos. Além disso, podemos notar fábulas nos Livros de Língua Portuguesa do Currículo de
Ensino (A ratinha Lili, A formiga Juju no Livro da 3ª classe, A zanga do Morcego no Livro da
5ª classe)
Crônica
Narrativa curta que comenta com senso crítico uma situação do nosso quotidiano, por isso
apresenta-se de uma linguagem informal. Pode considerar que seja uma ligação entre a o
jornalismo e a literatura.
Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didáctico, que expõe ideias, críticas e
reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo tema. É informal e defende um ponto de vista
pessoal e subjectivo sobre um tema sem que se paute em formalidades como documentos ou
provas empíricas ou dedutivas de carácter científico; há forte persuasão por parte do autor. O
Ensaio não tem normas rígidas ou fronteiras, assim é possível discorrer sobre qualquer temática
segundo o ângulo subjectivo de seu autor.
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3.2. O género Lírico
O nome Lírico provém de lira, instrumento musical que acompanhava os cantos dos gregos.
São textos de carácter emocional, centrados na subjectividade dos sentimentos da alma. Este
tipo de texto distingue-se dos demais textos por estar associados ao elemento musical o ritmo.
Conforme Guerizoli & Souza (2012):
Portanto, são textos originariamente feitos em música, para acompanhar um evento, ou para o
príncipe cantar para sua princesa. São características gerais deste género:
Presença do “eu-lírico”, a voz que fala no poema para exprimir suas emoções, ideias e
impressões.
Manifestação duma individualidade, onde o emissor é personagem única desse tipo de
mensagem;
Relação intuitiva e interiorizada do escritor com o mundo;
A estrutura formal pode ser em poema (versos por cada linha que compõe o texto
poético formando estrofes e pode ser em poesia, um encantamento (a emoção) sobre as
coisas da vida.
Dentre várias poesias, destaca-se o soneto por não ter sofrido alterações de estrutura formal até
então. O soneto é uma composição poética de catorze versos, sendo dois tercetos e dois
quartetos. Vide Anexo 1, Soneto de Fidelidade in Camões.
Pertencem ao género lírico, as seguintes tipologias textuais: a Ode e hino, a Elegia, Idílio e
Écloga, Epitélio e a Sátira.
Ode e Hino- as duas palavras são originariamente gregas, que significam cantam. São poesias
entusiásticas de exaltação. Por exaltação do trabalho docente, exaltação da pátria, etc.
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exemplos: Hino Nacional, Hino dos Professores, Hino da Organização da Mulher
Moçambicana, etc.
Elegia- poesia lírica com tom de tristeza, por tratar de acontecimentos de tristeza, morte de
alguém. Exemplo elegia cantado nos funerais.
Importa referir que o diálogo de textos dramáticos difere-se dos demais diálogos por apresentar
uma identificação clara dos participantes. Enquanto nos demais textos, o dialogo pode se
representado através de travessão como nos textos narrativos, no texto dramático o dialogo é
sempre representado por nomes dos participantes como forma de clarificar a encenação de cada
personagem.
Quanto à forma, os textos do género dramático podem ser apresentados em formato de poesia
ou prosa, desde que apresentem feitos por serem desenrolados. São exemplos de formas de
género dramático: a tragédia, a comédia, a tragicomédia, a farsa, o auto.
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Tragédia – a representação de um fato trágico que causa catarse a quem assiste, ou seja,
provoca alívio emocional da audiência. A tragédia desperta tragédia e piedade. Nota-se no
entanto, paixões e vícios humanos, conflito entre o carácter do herói e o seu destino.
Comédia: Trata-se da representação de textos humorísticos que procuram fazer a plateia rir.
Este tipo de textos envolve acções quotidianas do qual fazem parte personagens humanos
estereotipados; diferente da tragédia que geralmente conta histórias de heróis.
Actualmente, a comédia feita de forma informal (sem obedecer padrões literários escritos) e é
exibida na media, através de vídeo shows, paródias e gravações de áudio, etc. temos como
exemplo: comédia de tio Yado, Edu Tallents (Moçambique), Travor Noan (Africa do Sul),
Jilmario Vemba (Angola).
Farsa- caracteriza-se por seus personagens e situações caricatas. Distingue-se da comédia por
não preocupar-se com a verosimilhança nem pretender o questionamento de valores. Na farsa,
o assunto é introduzido rapidamente, evitando-se qualquer interrupção no fio da acção ou
análises psicológicas mais profundas. As personagens geralmente se comportam de maneira
extravagante.
Auto- Tem linguagem simples e extensão curta, normalmente só tem um ato. Os autos, em sua
maioria, têm elementos cómicos ou intenção moralizadora. Suas personagens simbolizam as
virtudes, os pecados, ou representam anjos, demónios e santos. Diferentemente da Farsa e da
Comédia, o Auto tem o cunho moralizador, ou seja o bem prevalece e o mal é punido.
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Conclusão
O presente trabalho visou compreender a divisão tripartida dos géneros literários. A divisão
tripartida ou agrupamento dos géneros literários foi estabelecida desde a antiguidade. Destaca-
se no entanto, o Aristóteles como um dos que apresentou uma classificação de obras literárias
que prevalece a actualidade. Os géneros líricos são divididos em género épico ou narrativo,
genro lírico e género dramático.
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Referências Bibliográficas
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Segre, C. (1989). Generos. In Enciclopedia Einaudi (Vol. 17). Torino, Casa e Moeda: Impressa
Nacional.
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Appendice
Soneto de Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
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