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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de educação a Distância- Cuamba

Mudança da língua portuguesa no tempo e no espaço

Nome: Joaquina Jonas João

Código: 708223220

Curso: Ensino de Língua Portuguesa

Cadeira: Língua Portuguesa II

Ano de frequência: 2o Ano

Tutora: Preciosa Caninha Wisse

Cuamba, Maio de 2023


Instituto de Educação à Distância-Cuamba

Universidade Católica de Moçambique

Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa

Mudança da língua portuguesa no tempo e no espaço

Joaquina Jonas João

Código: 708223220

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em Ensino
de Língua Portuguesa para fins avaliativos
orientado pela tutora: drª. Preciosa Caninha Wisse

Cuamba, Maio de 2023


I. Folha de Feedback

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota do
Pontuação tutor Subtotal
máxima

 Capa 0.5

 Índice 0.5

 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

 Contextualização (Indicação
clara do problema) 1.0

Introdução  Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
objecto do trabalho 2.0

 Articulação e domínio do
discurso académico
Conteúdo (expressão escrita cuidada, 2.0
coerência / coesão textual)
Análise e  Revisão bibliográfica
discussão nacional e internacionais
relevantes na área de estudo 2.

 Exploração dos dados 2.0

 Contributos teóricos práticos


Conclusão 2.0

 Paginação, tipo e tamanho de


Aspectos letra, paragrafo, espaçamento 1.0
Formatação
gerais entre linhas
Normas APA 6ª 
edição em Rigor e coerência das
Referências
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução..................................................................................................................2

1.1. Objectivos:.............................................................................................................2

1.2. Metodologia............................................................................................................2

1.3. Estrutura do trabalho..............................................................................................3

2. Referencial Teórico..................................................................................................4

2.1. Conceitos de Variação e Mudança Linguísticas.....................................................4

2.2. Tipos de Variação...................................................................................................5

2.3. Línguas Naturais.....................................................................................................6

2.4. Conceitos de Língua e Dialectos............................................................................7

2.5. Factores da variação ou mudança linguística:........................................................7

3. Conclusão...................................................................................................................9

4. Referencias Bibliográficas.......................................................................................10
1. Introdução
O presente trabalho, aborda sobre a mudança da língua portuguesa e tem como objectivo
conhecer os factores que estão por detrás da variação ou mudança linguística.
Portanto, as mudanças constantes operadas no mundo que circunda o homem, as alterações
sociais e a criação de novas realidades são alguns dos muitos factores que obrigam a língua a
flexibilizar-se permanentemente. Assim, através do aproveitamento de elementos já existentes
ou pela criação de novas estruturas, a língua adapta-se respondendo de forma quase perfeita às
carências que novas épocas vêm criar. Neste esforço de renovação e de adequação às novas
necessidades, a formação de palavras afigura-se como processo natural de resposta a todas as
solicitações do extralinguístico, fugindo ao arbitrário e ao meramente convencional.
Afigurando em cada palavra formada algo de novo e, ao mesmo tempo, algo de já conhecido,
a formação de palavras representa, assim, não só um factor de regularização da língua mas
também um processo de irregularidade e inovação deste importante instrumento de
comunicação.
Destacando-se como um processo normal de enriquecimento de um código linguístico ao
serviço da comunidade, a formação de palavras é um processo importante na constituição do
léxico das línguas particulares.
E para a concretização deste estudo, foram desenhados os seguintes objectivos:

1.1. Objectivos:

1.1.1. Objectivo geral:


 Conhecer os factores de variação ou mudança linguística.
1.1.2. Objectivos específicos:
 Apresentar o conceito de variação e mudanças linguísticas;
 Indicar os factores de mudança e variação linguística;
 Distinguir língua do dialecto.

1.2. Metodologia

Segundo Gil (2006). Pesquisa bibliográfica é aquela que é desenvolvida a partir do material já
elaborado, constituído principalmente livros e artigos científicos conduta e correcta e não
prejudica outras pessoas.
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Para a concretização deste trabalho, várias metodologias foram aplicadas, desde a leitura de
manuais diversos, a visualização de conteúdos pela internet, a interacção entre colegas e
amigos com conhecimento na matéria, estas estratégias juntas, fizeram com que este trabalho
se tornasse possível a sua realização.

1.3. Estrutura do trabalho


Em termos estruturais, o trabalho, está estruturado em capítulos, e composto por uma página
introdutória, desenvolvimento, conclusão, e as referências bibliográficas.

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2. Referencial Teórico

2.1. Conceitos de Variação e Mudança Linguísticas


Variação de uma língua é o modo pelo qual ela diferencia-se, sistemática e coerentemente, de
acordo com o contexto histórico, geográfico e sócio-cultural no qual os falantes dessa língua
manifestam-se verbalmente.
Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Alguns
escritores de sociolinguística usam o termo lecto, aparentemente um processo de criação de
palavras para termos específicos, são exemplos dessas variações:

 Dialectos (variação diatópica), isto é, variações faladas por comunidades


geograficamente definidas.
- o idioma é um termo intermediário na distinção dialetolinguagem e é usado para se
referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser chamado tanto de um
dialecto ou uma linguagem) quando sua condição em relação a esta distinção é
irrelevante (sendo, portanto, um sinónimo para linguagem num sentido mais geral);
 Sociolectos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente definidas.
 Linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da comunicação
pública e da educação
 Idiolectos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa
 Registos (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas
actividades ou profissões
 Etnolectos, para um grupo étnico
 Ecoletes, um idiolecto adotado por uma casa

As variações como dialectos, idiolectos e sociolectos podem ser distinguidos não apenas por
seu vocabulário, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por
exemplo, o sotaque de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em
muitos dialectos. Um outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes sociolectos
variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.

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Certos registos profissionais, como o chamado legalês, mostram uma variação na gramática
da linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses frequentemente usam
modos gramaticais, como o modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por
outros falantes. Muitos registos são simplesmente um conjunto especializado de termos (veja
jargão).

É uma questão de definição se a gíria e o calão podem ser considerados como incluídos no
conceito de variação ou de estilo. Coloquialismos e expressões idiomáticas geralmente são
limitadas como variações do léxico, e de, portanto, estilo.

2.2. Tipos de Variação


2.2.1. Variação Histórica

Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se


comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante
inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adoptada por indivíduos
socioeconomicamente mais expressivos.

A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas
variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente
consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de
significado.

2.2.2. Variação Geográfica

Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintáctica entre regiões.
Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em
torno de centros polarizadores, política e economia, que acabam por definir os padrões
linguísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças linguísticas entre as regiões
são graduais, nem sempre coincidindo.

2.2.3. Variação Social

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Agrupa alguns factores de diversidade: o nível sócio-económico, determinado pelo meio
social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o género. A variação social não
compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o
uso de certas variantes pode indicar qual o nível socioeconómico de uma pessoa, e há a
possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior
prestígio.

2.2.4. Variação Estilística

Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em um


ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os
receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois
limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre
as normas linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do quotidiano; e o formal, em
que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo
conteúdo é mais elaborado e complexo.

Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita e falada, pois os dois
estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação.

As diferentes modalidades de variação linguística não existem isoladamente, havendo um


inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser vista como uma variante
social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser
menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O conhecimento
do padrão de prestígio pode ser factor de mobilidade social para um indivíduo pertencente a
uma classe menos favorecida.

2.3. Línguas Naturais

Noam Chomsky, é o linguista que muito dedicou seus estudos sobre as línguas naturais.
Segundo ele, deve haver uma gramática universal regendo as línguas em suas formas
sistémicas segundo princípios passíveis de serem explicitados.

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Língua natural (língua ordinária, língua humana ou somente “língua” no uso comum) é
um conceito formulado pela filosofia da linguagem e pela linguística para se referir às
linguagens desenvolvidas naturalmente pelo ser humano como instrumento de comunicação,
como as línguas faladas e a língua de sinais. As linguagens formais, desenvolvidas de forma
artificial, não constituem línguas naturais, assim como as linguagens do mundo animal. Entre
as primeiras encontram-se a língua escrita, o Esperanto, a linguagem de computador, etc.
Entre as últimas, a linguagem das abelhas, por exemplo, primeiramente estudada por Karl
Von Frisch.

As línguas de sinais ou línguas gestuais são também línguas naturais, visto possuírem as
mesmas propriedades características: gramática e sintaxe com dependências não locais,
infinidade discreta e generatividade/criatividade. Línguas de sinais ou gestuais como a
norteamericana, a francesa, a brasileira ou a portuguesa estão devidamente documentados na
literatura científica.

2.4. Conceitos de Língua e Dialectos


Língua, tal como o português, o inglês, o espanhol e o basco (falado na região dos Pirineus,
incluindo parte da França e da Espanha), é um sistema formado por regras e valores presentes
na mente dos falantes de uma comunidade linguística e aprendido graças aos inúmeros actos
de fala com que eles têm contacto.

Por sua vez, idioma é um termo referente à língua usado para identificar uma nação em
relação às demais e está relacionado à existência de um estado político. Por isso, espanhol é
um idioma, mas o basco, não, e o português é uma língua e um idioma. Ou seja, o idioma
sempre está vinculado à língua oficial de um país. Já dialecto é a designação para variedades
linguísticas, que podem ser regionais (como o português falado na região francesa de
Champanhe, com seus sotaques e suas expressões particulares) ou sociais (o português falado
pelos economistas, com jargões).

2.5. Factores da variação ou mudança linguística:


As línguas são heranças históricas que passam de geração para geração. No português
encontramos um exemplo de variação histórica que seria a forma de tratamento que se usava
para Reis no século XV: “Vossa Senhoria”.

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As variações da língua são relacionadas a diversos factores como:

 A faixa etária: palavras que variam ao longo das gerações, cada idade possui uma
especificidade em sua fala. Um jovem de 18 anos não usa os mesmos termos que um
homem de 40 anos, pois a língua se transforma com o tempo.
 Gênero: homens e mulheres falam de maneiras distintas, de acordo com os padrões
sociais que lhes são culturalmente condicionados.
 Status socioeconômico: desigualdade na distribuição de bens materiais e culturais,
que reflete em diferenças sociolingüísticas. Na maioria das vezes pessoas de status
econômico mais baixo possui uma linguagem mais coloquial do que quem status mais
alto.
 Grau de escolaridade: anos de escolarização e qualidade da escola que frequentou.
 Mercado de trabalho: cargo ou atividade que um individuo desempenha dentro de seu
trabalho.
 Rede social: pessoas com quem convivemos e interagimos no nosso dia-adia.

A variação linguística portanto é resultado das interações sociais.

Mas de um modo geral podemos separar a variação em dois parâmetros: A variação


geográfica (diatópica) e a variação social (diastrática), sendo que a primeira se relaciona com
as diferenças percebidas entre os falantes de espaços geográficos diferentes e a segunda se
relaciona com a identidade dos falantes e também com a organização sociocultural, portanto
entram fatores como a classe social, a idade, o sexo, a situação ou contexto social.
Destacamos que a diastrática é o objeto de estudo da nossa proposta.

Observamos que existem várias situações de fala, onde devemos saber diferenciar o tipo de
linguagem que se deve utilizar em cada uma delas.

Em uma situação como a defesa de uma tese, por exemplo, se deve usar a linguagem formal,
já em uma conversa no barzinho com os amigos se usa a informal, que são dois pólos
extremos e opostos. Os indivíduos devem saber quando devemos falar de um modo ou de
outro, pois dentro da interação social o falante deve seguir as convenções, como saber quando
deve falar e quando deve ouvir.

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3. Conclusão

Para terminar e de um modo geral, entendeu-se que se pode separar a variação em dois
parâmetros: A variação geográfica (diatópica) e a variação social (diastrática), sendo que a
primeira se relaciona com as diferenças percebidas entre os falantes de espaços geográficos
diferentes e a segunda se relaciona com a identidade dos falantes e também com a
organização sociocultural, portanto entram fatores como a classe social, a idade, o sexo, a
situação ou contexto social.

Observamos que existem várias situações de fala, onde devemos saber diferenciar o tipo de
linguagem que se deve utilizar em cada uma delas.

Em uma situação como a defesa de uma tese, por exemplo, se deve usar a linguagem formal,
já em uma conversa no ambiente de lazer com os amigos se usa a informal, que são dois pólos
extremos e opostos. Os indivíduos devem saber quando devemos falar de um modo ou de
outro, pois dentro da interação social o falante deve seguir as convenções, como saber quando
deve falar e quando deve ouvir.

É importante ressaltar que a variação linguística não se restringe somente às variedades


regionais, rurais ou a dos não escolarizados. A própria variação urbana, aquela considerada
mais próxima à norma gramatical, apresenta as suas variedades. A língua está em constante
mutação, vocábulos desaparecem e outros surgem, tornando a variação inerente às línguas
humanas. Apesar de Moçambique ter a língua portuguesa como língua oficial, essa língua
apresenta muitas variedades, no que se refere à pronúncia, ao emprego das palavras, à
morfologia, às construções sintáticas e às formações discursivas.

Concluo este trabalho acreditando que posso ter contribuído de algum modo para repensarmos
o ensino da variação linguística paralelamente a outras áreas do português como a ortografia,
morfologia, sintaxe, etc; e não como um conteúdo temático isolado do ensino da língua.
Defendo assim a importância de se aprofundar o estudo da variação linguística dentro do
currículo da linguística.

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4. Referencias Bibliográficas

ALMEIDA FILHO, J. C. P. (2009). Linguistica aplicada, ensino de linguas, comunicacao.


Campinas: Pontes Editores
BAGNO, M. (1999). Preconceito linguístico: o que é, como se faz? São Paulo: Loyola.
BAGNO, M.; STUBBS, M.; GAGNE, G. (2002). Lingua materna: letramento, variacao e
ensino. Sao Paulo: Parabola.
BORTONI-RICARDO, S. M. (2004). Educação em língua materna: a sociolinguística na
sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial
GONCALVES, P. (2010). A genese do portugues de Mocambique. Lisboa: Imprensa
Nacional/ Casa da Moeda.

KRISTEVA, Júlia. (1988). História da Linguagem, Lisboa, Edições 70.

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