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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

História e surgimento da literatura

Sofia Cossua Chiandabavo

Código: 708234199

Curso: Licenciatura Em Ensino de Português

Disciplina: Introdução aos Estudos Literários

Ano de Frequência: 1º

Tete, Agosto, 2023


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(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico 2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência
/ coesão textual)
Análise e
 Revisão
discussão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referência
bibliografia s bibliográficas

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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 5

1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 5

1.1.1. Geral ................................................................................................................................. 5

1.1.2. Específicos ........................................................................................................................ 5

1.2. Metodologias ....................................................................................................................... 5

2. História e surgimento da literatura. ........................................................................................ 6

2.1. Conceito de Literatura ......................................................................................................... 6

2.2. História da literatura em diferentes épocas (da antiga a actual) .......................................... 7

2.2.1. Séculos VIII a.C. a II a.C. ................................................................................................ 7

2.2.2. Séculos I a.C. a II d.C.: A literatura na História de Roma Antiga ................................... 7

2.2.3. Séculos III a X .................................................................................................................. 7

2.2.4. Século XI: As Canções de Gesta e as Lendas Arturianas................................................. 7

2.2.5. Séculos XII a XIV: O trovadorismo e as cantigas de escárnio e maldizer ....................... 8

2.2.6. Séculos XIV ao XVI: Humanismo ................................................................................... 8

2.2.7. Século XVI: O Classicismo .............................................................................................. 8

2.2.8. Século XVII ...................................................................................................................... 8

2.2.9. Século XVIII: O Neoclassicismo ..................................................................................... 9

2.2.10.Século XIX (primeira metade): o Romantismo ............................................................... 9

2.2.11. Século XIX (segunda metade): O Realismo ................................................................... 9

2.2.12. Época contemporânea ................................................................................................... 10

2.4. O seu papel na sociedade ................................................................................................... 13

3. Conclusão ............................................................................................................................. 16

4. Referências bibliográficas .................................................................................................... 17

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1. Introdução
A história da literatura documenta as manifestações literárias ocorridas em diversos países e
em diferentes épocas. A criação literária está directamente relacionada ao momento em que é
produzida e no qual se insere. Assim, é importante, ao falar em literatura, considerar a
história. Conhecer a história da literatura é conhecer o quanto uma comunidade de escritores
toma para si os fatos nos quais se vive. Isto é, por meio da literatura os escritores e,
consequentemente, os leitores, têm a possibilidade de vivenciar experiências literárias que
proporcionam a reflexão, enriquecem pessoal e culturalmente, ensinam. Por isso não nos
deixam tão alheios ao que arbitrariamente o sistema social apregoa.

O presente trabalho está estruturado de seguinte maneira: elementos pré-textuais (capa,


contracapa e índice), textuais (introdução, desenvolvimento e conclusão) e pós-textuais
(referências bibliográficas).

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Conhecer a história e surgimento da literatura.

1.1.2. Específicos
 Definir o conceito da Literatura;
 Caracterizar o historial da literatura em diferentes épocas (da antiga a actual);
 Descrever as características da literatura;
 Falar do papel na sociedade.

1.2. Metodologias
Para a efectivação do presente trabalho, baseou-se na pesquisa bibliográfica. Segundo Lakatos
e Marconi (1991), a pesquisa bibliográfica é aquela que se “realiza a partir do registo
disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros,
artigos, teses, manuais, etc”. Utilizam-se dados de categorias teóricas já trabalhadas por
outros pesquisadores e devidamente registados.

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2. História e surgimento da literatura.

2.1. Conceito de Literatura


Não é fácil o trabalho de conceituar a Literatura. Por trás de todo conceito haverá sempre um
posicionamento crítico. Todavia, colocaremos alguns conceitos, em relevo, para que possam
fazer suas avaliações.

Etimologicamente, o lexema deriva do latim litteratura, a partir de littera, letra,


aparentemente. Portanto, o conceito de literatura parece estar implicitamente ligado à palavra
escrita ou impressa, à arte de escrever, à erudição.

Nas línguas europeias, a palavra “literatura” designou em regra, até ao século XVIII, o saber,
conhecimento, as artes e as ciências em geral. Até à segunda metade desse século, para
designar especificamente a arte verbal, o corpus textual, eram utilizadas palavras como
“poesia”, “verso” e “prosa” (que hoje reconhecemos enquanto classificação de géneros
literários).

O vocábulo “literatura” durante o século XVIII, continuando ainda a designar o conjunto das
obras escritas e dos conhecimentos nelas contidos, passa a adquirir uma acepção mais
especializada, referindo-se especialmente às “belas artes”, ganhando assim uma conotação
estética e passando a denominar-se a arte que se exprime pela palavra. Saliente-se que, ao
significar a arte que se exprime pela palavra, o lexema assume desde logo uma referência
nacional, enquanto conjunto da produção literária de determinado país

A Literatura é, assim, a vida, parte da vida, não se admitindo possa haver conflito entre uma e
outra. Através das obras literárias, tomamos contacto com a vida, nas suas verdades eternas,
comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana.
(Afrânio Coutinho)

Nessa perspectiva, a literatura é considerada como as demais formas de arte, tem a capacidade
de provocar no leitor um estranhamento diante da realidade, como se a víssemos pela primeira
vez sob um prisma diferente (Chklovski, 1917).

Segundo o teórico Jonathan Culler (1999:33-34) a literatura é um acto de fala que contrasta
com outros tipos de actos de fala. O que acontece, geralmente, é que os leitores acabam

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identificando o ato de fala literário por este se encontrar em um meio associado à literatura
(como por exemplo: livro de poemas, seção indicada em uma revista literária, biblioteca etc.).

Em suma, a Literatura é a técnica de compor e expor textos escritos, em prosa ou em verso, de


acordo com princípios teóricos e práticos; o exercício dessa técnica ou da eloquência e poesia.

2.2. História da literatura em diferentes épocas (da antiga a actual)

2.2.1. Séculos VIII a.C. a II a.C.


As primeiras obras da História que se tem informação são os dois poemas atribuídos a
Homero: Ilíada e Odisseia. Os dois poemas narram as aventuras do herói Ulisses e a Guerra
de Tróia. Na Grécia Antiga os principais poetas foram: Píndaro, Safo e Anacreonte. Esopo
fica conhecido por suas fábulas e Heródoto, o primeiro historiador, por ter escrito a história da
Grécia em seu tempo e dos países que visitou, entre eles o Egipto Antigo.

2.2.2. Séculos I a.C. a II d.C.: A literatura na História de Roma Antiga


Vários estilos que se praticam até hoje, como a sátira, são originários da civilização romana.
Entre os escritores romanos do século I a.C. podemos destacar: Lucrécio (A Natureza das
Coisas); Catulo e Cícero. Na época de 44 a.C. a 18 d.C., durante o império de Augusto,
corresponde uma intensa produção tanto em poesia lírica, com Horácio e Ovídio, quanto em
poesia épica, com Virgílio autor de Eneida. A partir do ano 18, tem início o declínio da
História do Império Romano, com as invasões germânicas. Neste período destacam-se os
poetas Séneca, Petrónio e Apuleio.

2.2.3. Séculos III a X


Após a invasão dos bárbaros germânicos (séculos IV e V), a Europa se isola, forma-se o
feudalismo e a Igreja Católica começa a controlar a produção cultural. A língua (latim) e a
civilização latina são preservadas pelos monges nos mosteiros. A partir do século X começam
a surgir poemas, principalmente narrando guerras e fatos de heroísmo.

2.2.4. Século XI: As Canções de Gesta e as Lendas Arturianas


É a época das Canções de Gesta, narrativas anónimas, de tradição oral, que contam aventuras
de guerra vividas nos séculos VIII e IX, o período do Império Carolíngio. A mais conhecida é

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a Chanson de Roland (Canção de Rolando) surgida em 1100. Quanto à prosa desenvolvida na
Idade Média, destacam-se as novelas de cavalaria, como as que contam as aventuras em busca
do Santo Graal (Cálice Sagrado) e as lendas do rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda.

2.2.5. Séculos XII a XIV: O trovadorismo e as cantigas de escárnio e maldizer


É o período histórico do trovadorismo e das poesias líricas palacianas. O amor impossível e
platónico transforma o trovador num vassalo da mulher amada, exemplo do amor cortês.
Neste período, também foi comum o poema satírico, representado pelas cantigas de escárnio
(crítica indirecta) e de maldizer (crítica directa).

2.2.6. Séculos XIV ao XVI: Humanismo


O homem passa a ser mais valorizado com o início do humanismo renascentista. A literatura
mantém características religiosas, mas nela já se podem ver características que serão
desenvolvidas no Renascimento, como a retomada de ideais da cultura greco-romana. Na
Itália, podemos destacar: Dante Alighieri autor da Divina Comédia, Giovanni Bocácio e
Francesco Petrarca. Em Portugal, destaca-se o teatro do poeta de Gil Vicente autor de A Farsa
de Inês Pereira.

2.2.7. Século XVI: O Classicismo


O classicismo tem como elemento principal o resgate de formas e valores da cultura clássica,
ou seja, greco-romana. O mais importante poeta deste período histórico foi Luís de Camões
que escreveu Os Lusíadas, narrando as aventuras marítimas da época dos descobrimentos
marítimos. Destacam-se também os franceses François Rabelais e Michel de Montaigne. Na
Inglaterra, o poeta de maior sucesso foi William Shakespeare se destaca na poesia lírica e no
teatro. Na Espanha, Miguel de Cervantes faz uma sátira bem-humorada das novelas de
cavalaria e cria o personagem Dom Quixote e seu escudeiro, Sancho Pança, na famosa obra
Dom Quixote de La Mancha.

2.2.8. Século XVII


As ideias da Contra-reforma marcaram profundamente esta época, principalmente nos países
de tradição católica mais forte como, por exemplo, Espanha, Itália e Portugal. Na França, a
oratória sacra é representada por Jacques Bossuet que defendia a origem divina dos reis. Na
Espanha, destacam-se os poetas Luís de Gôngora, Lope de Vega e Francisco de Quevedo. Na
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Inglaterra, marca significativamente a poesia de John Donne e John Milton, autor de O
Paraíso Perdido.

Na dramaturgia podemos destacar as obras teatrais do escritor e dramaturgo francês Molière.


Este, através da sátira, denunciou de forma realista os grandes defeitos do comportamento
humano, principalmente de burgueses e religiosos. Entre suas principais obras, podemos
destacar: "Tartufo", "O Avarento" e "O burguês fidalgo". Outro importante representante da
dramaturgia francesa foi Pierre Corneille, autor de O Cid (1637).

2.2.9. Século XVIII: O Neoclassicismo


Época da valorização da razão e da ciência para se chegar ao conhecimento humano. Os
filósofos iluministas fizeram duras críticas ao absolutismo. Na França, podemos citar os
filósofos Montesquieu, Voltaire, Denis Diderot e D'Alembert, os organizadores da
Enciclopédia, e Jean-Jacques Rousseau. Na Inglaterra, os poetas Alexander Pope, John
Dryden, William Blake. Na prosa pode-se observar o pleno crescimento do romance.

Obras e autores deste período da História: Daniel Defoe autor de Robinson Crusoe; Jonathan
Swift (As Viagens de Gulliver); Samuel Richardson (Pamela); Henry Fielding (Tom Jones);
Laurence Sterne (Tristram Shandy). Nessa época, os contos de As Mil e Uma Noites
aparecem na Europa em suas primeiras traduções.

2.2.10.Século XIX (primeira metade): o Romantismo


No Romantismo há uma valorização da liberdade de criação. A fantasia e o sentimento são
muito valorizados, permitindo o surgimento de obras de grande subjectivismo. Há também
valorização dos aspectos ligados ao nacionalismo.

Escritores principais desta época: Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Camilo Castelo
Branco, Giacomo Leopardi, James Fenimore Cooper, Alexandre Dumas (pai) e Edgard Allan
Poe.

2.2.11. Século XIX (segunda metade): O Realismo


Movimento que mostra de forma crítica a realidade do mundo capitalista e suas contradições.
O ser humano é retratado em suas qualidades e defeitos, muitas vezes vítimas de um sistema
difícil de vencer.

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Principais representantes: Gustave Flaubert autor de Madame Bovary, Charles Dickens
(Oliver Twist e David Copperfield), Charlotte Brontë (Jane Eyre), Emily Brontë (O Morro
dos Ventos Uivantes), Fiodor Dostoievski, Leon Tolstói, Eça de Queiroz, Cesário Verde,
Antero de Quental e Émile Zola, Eugênio de Castro, Camilo Pessanha, Arthur Rimbaud,
Charles Baudelaire.

2.2.12. Época contemporânea


Contemporaneamente, a questão da literatura como conhecimento tem preocupado
particularmente a chamada estética simbólica ou semântica – representada sobretudo por
Ernest Cassirer e Susanne Langer - , para a qual a literatura, longe de constituir uma diversão
ou actividade lúdica, representa a revelação, através das formas simbólicas da linguagem, das
infinitas potencialidades obscuramente pressentidas na alma do homem.

Cassirer afirma que a poesia é "a revelação da nossa vida pessoal" e que toda a arte
proporciona um conhecimento da vida interior, contraposto ao conhecimento da vida exterior
oferecido pela ciência, e Susanne Langer igualmente considera a literatura como revelação
"do carácter da subjectividade", opondo o modo discursivo, próprio do conhecimento
científico, ao modo apresentativo, próprio do conhecimento proporcionado pela arte.

Para alguns estetas e críticos, porém, a literatura constitui um domínio perfeitamente alheio ao
conhecimento, pois enquanto este dependeria do raciocínio e da mente, aquela vincular-se-ia
ao sentimento e ao coração, limitando-se a comunicar emoções. A literatura, com efeito, não é
uma filosofia disfarçada, nem o conhecimento que transmite se identifica com conceitos
abstractos ou princípios científicos.

Todavia, a ruptura total entre literatura e actividade cognoscitiva representa uma inaceitável
mutilação do fenómeno literário, pois toda a obra literária autêntica traduz uma experiência
humana e diz algo acerca do homem e do mundo. "Objectivação, de carácter qualitativo, do
espírito do homem", a literatura exprime sempre determinados valores, dá forma a uma
cosmovisão, revela almas – em suma, constitui um conhecimento.

Mesmo quando se transforma em jogo e se degrada em factor de entretenimento, a literatura


conserva ainda a sua capacidade cognoscitiva, pois reflecte a estrutura do universo em que se
situam os que assim a cultivam. Longe de ser um divertimento de diletantes, a literatura
afirma-se como meio privilegiado de exploração e de conhecimento da realidade interior, do

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eu profundo que as convenções sociais, os hábitos e as exigências pragmáticas mascaram
continuamente: "A arte digna deste nome – escreve Marcel Proust – deve exprimir a nossa
essência subjectiva e incomunicável. [...] O que não tivemos que decifrar, esclarecer através
do nosso esforço pessoal, o que era claro antes de nós, não nos pertence. Não vem de nós
próprios senão o que arrancamos da obscuridade que está em nós e que os outros não
conhecem".

2.3. As características da literatura

Algumas das características da literatura que podem ser mencionadas são:

a) Simbolismo

A obra literária, normalmente representa a interpretação de uma pessoa sobre um determinado


fato e que a interpretação é muitas vezes exposta a uma linguagem conotativa, assim que você
vai ter muitos significados como leitores.

Além de seu significado mais semântico podem ser condensados em pequenas porções do
texto, cenas, passagens, que podem transcender o tempo. Por exemplo, a luta contra os
moinhos de vento, em Dom Quixote; ou o "ser ou não ser" de Hamlet.

b) Expressão

Intimamente relacionado ao carácter simbólico da literatura é o objectivo expressivo desses


textos. Regras gramaticais flexíveis, por exemplo, ou elaborado em recursos linguísticos,
como imagens, onomatopeias, etc., são permitidas desde transmitir a interpretação feita do
facto ou assunto que causa o texto. Como acontece com qualquer obra de arte, o autor usou a
critério dos recursos disponíveis (pintura, palavra), para transmitir suas ideias.

c) Idioma

O principal recurso que tem um escritor é, naturalmente, fala, linguagem, e, no caso de textos
literários, este adquire uma plasticidade e, ao mesmo tempo, uma empresa que só a arte pode.

O autor literário usa as palavras para que o substituto (para parafrasear o texto, por exemplo),
perde força expressiva e alterar a conotação do texto.

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Isso geralmente é uma linguagem que serve a estética e, portanto, não ser muito elaborado e
complicado. É mais sobre como essas palavras são inseridas no contexto e afectam a
sensibilidade das pessoas.

Embora se possa pensar que na poesia, por exemplo, apenas "belas" palavras valem a pena, a
verdade é que um poema pode ter uma linguagem muito clara, pura e simples, e evocar
emoções agradáveis e transcendentes.

d) Probabilidade

Embora nem sempre atendem a eventos reais, textos literários muitas vezes se referem a
eventos fictícios de uma maneira que faz parecer possível. Isto é e deve ser assim,
especialmente na narrativa.

Por exemplo, em A viagem ao centro da terra Jules Verne, um facto que não foi provado
surge, mas muitos passaram a acreditar como algo verdadeiro, graças à quantidade de dados
científicos apresentados.

Este último apenas contribui para as histórias de verosimilhança (semelhança com a


realidade): que, na realidade argumentos válidos são usados.

Além disso, deve-se presumir que cada leitor, faz uma credulidade pacto (ou pacto
metaficção), em que "compromete" a acreditar no mundo e na verdade o autor mostra-lo
durante sua leitura, embora considere totalmente imaginário quando termino de ler a história.

e) Emotividade

Embora tenha sido dito em linhas anteriores, deve designá-lo como uma característica da
literatura: o objectivo é gerar emoções.

A forma e os recursos que são mostrados em um texto, apontam para o leitor envolver tanto a
leitura que "vive" dentro do mundo criada pelo autor e "sente" o que os personagens
envolvidos vivenciam ao longo do tempo. a história.

A linguagem também contribui para isso, porque há muitas palavras relacionadas a


sentimentos e / ou emoções humanas: calor, frio, vertigem, medo, curiosidade, etc.

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f) Catarse

A literatura tende a abstrair o leitor de sua própria realidade, podendo tornar-se uma
actividade que ajuda a lidar com uma situação pessoal desconfortável ou com a simples
necessidade de desfrutar de uma experiência agradável.

Enquanto, do ponto de vista do escritor, é uma oportunidade de esvaziar grande parte da


imaginação pessoal e drenar sentimentos (positivos ou negativos) e posições filosóficas que
habitam a psique do escritor.

g) Referencialidade

Enquanto obras literárias, como poesia ou narrativa, podem não ser necessariamente uma
fonte confiável de informações sobre um evento ou um personagem específico, elas podem
fornecer pistas sobre diferentes aspectos da era e do ambiente em que ela foi escrita.

2.4. O seu papel na sociedade


O conceito de literatura sofreu alterações historicamente, assim como o papel que esta
manifestação cumpre socialmente, depende muito do momento e do grupo que a produz, sua
função nem sempre é intencional, pois ela também pode ser lúdica e entreter o leitor pela arte
da palavra, cheia de multissignificados que provocam sensações e sugerem imagens.
Entretanto, os textos publicados muitas vezes interferem na realidade social, ao abordar temas
que envolvem questões políticas, filosóficas, ideológicas e pedagógicas.

Segundo o notório estudioso António Cândido, a literatura deveria constar nos direitos
humanos, pois é um bem incompressível e, como tal, se constitui em uma necessidade
universal.

A literatura é um meio de se reconhecer o passado de um povo, pois é através de seu passado


que se reconhece um homem. Literatura é cultura, e enriquecimento, é o único
enriquecimento que ninguém consegue tirar de nós, por isso fundamental, através dela é
possível reconhecermos o retrato de uma época, seus costumes, ideias, problemas, estilos, etc.

A literatura deve ser compreendida como uma necessidade no nosso quotidiano, pois através
da sua expressividade artística conseguimos demonstrar nossos desejos e ideologias, mesmo
que recriando uma realidade social moldando comportamentos. Segundo Cândido, “ a história

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de cada época pode servir muitas vezes de inspiração para expressão artística e contribuir à
interpretação da leitura, da obra literária”.

A literatura proporciona o entretenimento, o conhecimento de mundo, o despertar da


sensibilidade e a reflexão sobre a realidade. É de suma importância que em sala de aula se
desperte o gosto pela leitura, para proporcionar maior prazer no ato da leitura.

É preciso que o professor seleccione textos literários que se aproximem dos jovens, para
maior identificação deles.

Outro exemplo importante da literatura na sociedade, é o acesso as obras literárias disponíveis


em sites na internet. Hoje esta ferramenta tecnológica tornou-se uma grande aliada em nosso
trabalho na sala de aula. São encontrados muitos textos literários, que servem para demonstrar
a expressividade do internauta sobre diversos temas como: política, sociedade, etc.

A Literatura exerce um papel importante na formação de um leitor crítico, na medida que este
consegue ler uma obra e entender não somente como entretenimento que a ficção
proporciona, mas relacionar os temas abordados com o seu quotidiano, reflectindo sobre si e
também sobre o mundo, essa é a função social da literatura facilitar ao leitor a compreensão
dos conflitos da sociedade, permitindo enxergar sua pluralidade e diversidade.

Importante entender o contexto histórico das obras, não apenas para situar autores e estudar
biografias, mas também para analisar as condições de produção dos textos literários. A leitura
então não deve ser praticada de forma rápida, apenas para cumprir uma obrigação de
conteúdo, pois esta deve servir como troca de experiência durante as discussões sobre os
textos, Silva (2003).

Pode-se dizer que esta é a função social da literatura, quando ela instiga o leitor a pensar além
do texto e ter percepção do mundo que o cerca e o permite indagar a realidade, Nunes (2010).

Através de personagens fictícios é possível estabelecer uma relação entre leitor e texto, na
identificação com as temáticas abordadas nas obras, ao mexer com as emoções, ou seja, os
sentimentos de quem lê, Souza (2004).

A literatura trabalhada nessa perspectiva pode trazer resultados satisfatórios e auxiliar na


aquisição de conhecimentos que se encontram implícitos nos textos e que devem ser trazidos
e discutidos em sala de aula, fazendo assim, o aluno enxergar além do texto, proporcionando
ao leitor interpretar, relacionar e questionar situações da ficção com a realidade. Nessa
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dimensão, a literatura cumpre um papel social ao inquietar e causar muitas vezes mudanças de
comportamento e um olhar diferenciado sobre as coisas que acontecem ao seu redor,
permitindo analisá-las criticamente.

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3. Conclusão
A literatura é uma das formas mais antigas de expressão artística e cultural da humanidade.
Desde os tempos mais remotos, os seres humanos utilizam a palavra escrita para registar suas
histórias, crenças e tradições. A história da literatura é, portanto, a história da humanidade
contada através das palavras.

Durante a Idade Média, a literatura era influenciada pela religião e pela nobreza. O
trovadorismo, surgido na França, era uma forma de poesia lírica que exaltava o amor cortês.
Já a literatura de corte, presente na Espanha e em Portugal, retratava a vida dos nobres e seus
valores éticos.

No início do século XX, o Modernismo trouxe uma ruptura com as tradições literárias. Os
autores modernistas experimentavam novas formas de escrita, como o fluxo de consciência e
a colagem de fragmentos. A arte passou a ser vista como um fim em si mesma, sem
compromisso com a realidade.

O Pós-modernismo, surgido na década de 1960, trouxe novos desafios à narrativa tradicional.


Os autores pós-modernos questionavam a ideia de verdade e desconstruíam a linguagem
literária. A intertextualidade e a metalinguagem eram recursos frequentes na escrita pós-
moderna.

Actualmente, a literatura é marcada pela diversidade e pela pluralidade. Os autores buscam


retratar as diferentes vozes e experiências da sociedade, dando voz aos marginalizados e
oprimidos. O engajamento social também é uma característica importante da literatura
contemporânea, que busca denunciar as injustiças e lutar por um mundo mais justo.

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4. Referências bibliográficas
 Chklovski, V. (1917). A Arte como Procedimento.
 Culler, J. (1999). Teoria Literária: uma introdução. São Paulo: Beca Produções
Culturais.
 Nunes, L. C. (2010). A função social da literatura. In: Cultura; ato; efeito ou modo de
cultivar, Ago, 2010
 Silva, I. M. M. (2003). Literatura em sala de aula: da teoria literária à prática
escolar. Anais do Evento PG Letras 30 anos Vol. I (1): p. 514-527.
 Souza, R. J de. (2004). Org. Caminhos para a formação do leitor. 1 ed. – São Paulo:
DCL.

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