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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAI'BA

CENTRO DE CIE^ NCIAS HUMANAS, LETRAS E


ARTES CURSO DE LETRAS CLA' SSICAS
TEORIA DA LITERATURA CLA'SSICA.
(2023.1)

Aluno: Jessica Alves Rodrigues dos Santos

Professor:
Fe´ lix Já ´ come (felixjá come@hotmá il.com)

Exercício 1

Ler os seguintes extrá tos dá Poética de Aristo´ teles e responder á ` s perguntá s


á bá ixo:

Aristo´ teles, Poética, cá pí´tulos 1, 2, 3, 4, 9 e 25.

1. Em quais aspectos as artes, enquanto modos de imitação, podem diferir umas das
outras? Dê exemplos de tais diferenças.

Aristóteles identifica algumas maneiras pelas quais as artes podem diferir entre si como
modos de imitação na obra "Poética", sendo as principais:
1. Meio de expressão: As artes podem diferir em seu meio de expressão. Por exemplo, a
pintura e a escultura são artes visuais que se baseiam principalmente no uso de formas e
cores para imitar a realidade, enquanto a poesia depende do uso de palavras e estruturas
linguísticas.
2. Modo de imitação: As artes podem diferir em sua forma de imitar a realidade. Por
exemplo, o teatro imita ações e personagens por meio de atuação e encenações,
enquanto a música pode imitar emoções e estados de espírito por meio de sons e ritmos.
3. Método de representação: As artes podem diferir em seus métodos de representação.
Por exemplo, o cinema usa técnicas de câmera, edição e efeitos visuais para criar uma
representação imitativa, enquanto a dança usa movimentos corporais expressivos.
4. Foco temático: As artes podem diferir em seus focos temáticos. Por exemplo, a
pintura pode se concentrar em paisagens, retratos ou objetos abstratos, enquanto o teatro
pode se concentrar em histórias dramáticas ou comédias.
2. De quais instintos "naturais aos seres humanos" a poesia, segundo Aristóteles, parece
ter surgido?

Segundo Aristóteles, a poesia parece ter surgido a partir de dois instintos naturais aos
seres humanos: o instinto de imitação e o instinto de ritmo e harmonia. O primeiro
instinto de imitação está ligado à nossa capacidade de aprender e de nos expressarmos
através de gestos e linguagem. Através da imitação, os seres humanos podem reproduzir
ações, emoções e experiências em forma de arte, como a poesia.
Já o segundo instinto de ritmo e harmonia está relacionado com a nossa sensibilidade
para a musicalidade e para a organização dos sons. O ritmo e a harmonia são elementos
fundamentais na poesia, ajudando a dar uma estrutura e um fluxo sonoro à linguagem
poética. Aristóteles acreditava que esses instintos naturais, aliados à nossa capacidade de
criar e imaginar, forneciam as bases para a criação poética, tornando-a uma forma de arte
universal e profundamente enraizada na essência humana.
3. Qual é a principal diferença entre poesia e história segundo Aristóteles no capítulo da
Poética? O que você pensa sobre esta distinção feita por Aristóteles?

A principal diferença entre poesia e história, de acordo com Aristóteles no capítulo 9 da


Poética, é a sua abordagem em relação à universalidade e particularidade dos eventos. O
Aristóteles argumenta que a poesia lida com eventos universais e atemporais, enquanto
a história trata de eventos particulares e históricos. A poesia busca retratar a essência
das coisas, capturando as verdades gerais sobre a natureza humana e o mundo, enquanto
a história se preocupa principalmente com os fatos específicos e reais que ocorreram em
determinados períodos de tempo.
Em relação a essa distinção feita por Aristóteles, minha opinião é que ela é válida e tem
seu mérito. A poesia, ao se afastar das limitações da realidade, tem capacidade de
alcançar uma essência universal e transmitir mensagens duradouras. Por outro lado, a
história desempenha um papel importante na compreensão dos eventos passados e na
formação de uma base factual para a compreensão do presente.
4. Tendo em conta o capítulo 25 da Poética, o que Aristóteles diz sobre a inclusão
de eventos improváveis ou impossíveis em uma tragédia? Quando é aconselhável
para um crítico olhar com bondade para um "erro" na poesia?

No capítulo 25 da Poética, Aristóteles diz que eventos improváveis não são


necessariamente ruins ou inaceitáveis em uma peça teatral, desde que esses eventos
sejam apresentados de maneira coerente e verossímil dentro do contexto da peça. Ele
observa que a inclusão de eventos improváveis pode tornar uma peça mais interessante e
emocionante para o público. No entanto, ele também enfatiza a importância da
verossimilhança, ou seja, os eventos improváveis devem ser apresentados de maneira a
fazer sentido dentro das “regras” estabelecidas pelo mundo ficcional da peça.
Em relação à apreciação crítica de “erros” na poesia, Aristóteles sugere que um crítico
deve olhar com bondade para um erro quando esse erro é cometido em uma tentativa de
alcançar algo grandioso ou ambicioso. Ele reconhece que poetas e dramaturgos, ao
buscarem inovações ou terreno desconhecido, podem cometer erros ou se aventurar além
do limite do que é convencionalmente aceito. No entanto, ao fazer isso, eles podem abrir
novos caminhos e contribuir para o desenvolvimento da arte.

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