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1. Introdução..................................................................................................................5
1.1. Objectivos...............................................................................................................5
2. Géneros Literários......................................................................................................6
2.4. O que permite fundamentar a existência destes conceitos básicos da poética?. . .12
Conclusão........................................................................................................................14
Bibliografia......................................................................................................................15
1. Introdução
A tendência para reunir, em uma classificação, as obras literárias onde a realidade
aparece de um determinado modo, através de mecanismos de estruturação semelhantes,
surge com as manifestações poéticas mais remotas. Assim, pode-se contar a história da
teoria dos géneros literários no Ocidente, a partir da Antiguidade greco-romana.
A denominação de géneros literários, para os diferentes agrupamentos das obras
literárias, fica mais clara se lembrarmos que género (do latim genus-eris) significa
tempo de nascimento, origem, classe, espécie, geração. E o que se vem fazendo, através
dos tempos, é filiar cada obra literária a uma classe ou espécie; ou ainda é mostrar como
certo tempo de nascimento e certa origem geram uma nova modalidade literária.
Deste modo, o trabalho vem na perspectiva de desenvolver uma pesquisa
relacionada a Introdução aos Estudos Literários.
Sendo assim, o trabalho que nos propomos a abordar estuda os géneros literários
nas poéticas de Platão e de Aristóteles.
Relativamente a estrutura, o trabalho está organizado em quatro (3) fases: a
primeira fase é composta pela presente introdução e os objectivos. A segunda fase diz
respeito ao conceito de géneros literários segundo alguns autores, a doutrina horaciana
sobre os géneros literários, reformulações do conceito de genérico na teoria da literatura
contemporânea, o que permite fundamentar a existência destes conceitos básicos da
poética? Na terceira e última fase diz respeito a, a conclusão assim como a bibliografia.
1.1. Objectivos
1.1.2. Objectivo Geral
Desenvolver uma pesquisa relacionada aos Estudos Literários.
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2. Géneros Literários
2.1. Os géneros literários nas poéticas de Platão e de Aristóteles
A simples narrativa, ou narrativa estreme, ocorre quando «é o próprio poeta que fala e
não tenta voltar o nosso pensamento para outro lado, como se fosse outra pessoa que
dissesse, e não ele»; a imitação, ou mímese, verifica-se quando o poeta como que se
oculta e fala «como se fosse outra pessoa», procurando assemelhar «o mais possível o
se u estilo ao da pessoa cuja fala anunciou», sem intromissão de um discurso explícita e
formalmente sustentado pelo próprio poeta (“ é quando se tiram as palavras do poeta
nomeio das falas, e fica só o diálogo”); a modalidade mista da narrativa comporta
segmentos de simples narrativa e segmentos de imitação.
Assim, Platão lança os fundamentos de uma divisão tripartida dos géneros literários,
distinguindo e identificando o género imitativo ou mimético, em que se incluem a
tragédia e a comédia, o género narrativo puro, prevalentemente representado pelo
ditirambo, e o género misto, no qual avulta a epopeia.
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Nesta tripartição, não é claro, nem a nível conceptual nem a nível terminológico, o
estatuto da poesia lírica.
A mímese poética, que não é uma literal e passiva cópia da realidade, uma vez que
apreende o geral presente nos seres e nos eventos particulares – e, por isso mesmo, a
poesia se aparenta com a filosofia –, incide sobre «os homens em acção», sobre os seus
caracteres (ethe), as suas paixões (pathe) e as suas acções (praxeis).
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A tragédia tende a imitar os homens melhores do que os homens reais e a comédia tende
a imitá-los piores; a epopeia assemelha-se à tragédia por ser uma «imitação de homens
superiores».
epopeia, precisamente por se tratar de uma narração, o poeta pode «apresentar muitas
partes realizando-se simultaneamente, graças às quais, se são apropriadas, aumenta
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muito produtiva na constituição de teorias e no estabelecimento de preceitos
atinentes àquela problemática.
Horácio concebe o género literário como conformado por uma determinada tradição
formal, na qual avulta o metro, por uma determinada temática e por uma determinada
relação que, em função de factores formais e temáticos, se estabelece com os receptores.
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“singularidade” de cada obra literária não existem, porque todo o texto “faz parte do
sistema da literatura, entra em correlação com este mediante o género.
Como escreve Tomachevski num dos capítulos da sua obra intitulada Teoria da
literatura, o género define-se como um conjunto sistémico de processos construtivos,
quer a nível técnico – formal, manifestando-se tais caracteres do género como os
processos dominantes na criação da obra literária.
Uma das mais ambiciosas e originais sínteses da problemática teorética dos géneros
literários foi elaborada por Northrop Frye, na sua obra Anatomia da crítica (1957).
Logo na “Introdução polémica ”deste livro brilhante e, às vezes, paradoxal, Northrop
Frye enumera entre os problemas mais importantes da poética a delimitação e a
caracterização das “categorias primárias da literatura”, sublinhando enfaticamente:
“Descobrimos que a teoria crítica dos géneros parou precisamente onde
Aristóteles deixou-a”.
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Como outros investigadores contemporâneos, Frye admira na Poética de Aristóteles o
modelo epistemológico e metodológico que a teoria da literatura do nosso tempo,
orientada por ideais de racionalidade científica, pode e deve utilizar na análise dos fatos
e dos problemas surgidos posteriormente a Aristóteles.
Em primeiro lugar, Frye estabelece uma teoria dos modos ficcionais, inspirando-se na
caracterização aristotélica dos caracteres das ficções poéticas, os quais podem ser
melhores, iguais ou piores “do que nós somos”. Tal classificação dos modos ficcionais,
que não apresenta quaisquer implicações moralísticas, é ideada em função da
capacidade de acção do herói das obras de ficção e da sua relação com os outros
homens e com o meio.
Por outro lado, Northrop Frye estabelece a existência de quatro categorias narrativas
mais amplas do que os géneros literários geralmente admitidos e logicamente anteriores
a eles. Estas categorias, que Frye mythoi, fundam-se na oposição e na interacção do
ideal com o actual, do mundo da inocência com o mundo da experiência:
O “romance” é o mythos do mundo da inocência e do desejo;
A ironia ou a sátira enraízam-se no mundo defectivo do real e da experiência;
A tragédia representa o movimento da inocência, através da hamartia ou falta,
até à catástrofe;
A comédia caracteriza-se pelo movimento ascensional do mundo da experiência,
através de complicações ameaçadoras.
Finalmente, Northrop Frye constrói uma teoria dos géneros, partindo do princípio de
que as distinções genéricas em literatura têm como fundamento o radical de
apresentação: as palavras podem ser representadas, como se em acção, perante o
espectador; podem ser recitadas ante um ouvinte; podem ser cantadas ou entoadas;
podem, enfim, ser escritas para um leitor.
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O género dramático caracteriza-se pelo ocultamento, pela separação do autor em
relação ao seu auditório, cabendo aos caracteres internos da história representada
dirigirem-se directamente a este mesmo auditório.
Numerosos e importantes estudos sobre os géneros literários se têm ficado a dever, nas
últimas décadas, a investigadores que se inserem na grande tradição do idealismo e do
historicismo germânico. Entre esses estudos, avulta a obra de Emil Staiger intitulada
Grundbegriffe der Poetik (Conceitos fundamentais da Poética).
Condenando uma poética apriorística e anti-histórica, Staiger acentua a necessidade de a
poética se apoiar firmemente na história, na tradição formal concreta e histórica da
literatura, já que a essência do homem reside na sua temporalidade.
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tridimensionalidade do tempo existencial: a recordação implica o passado, a observação
situa-se no presente, a expectativa no futuro.
Deste modo, a poética alia-se intimamente à ontologia e à antropologia e a análise dos
géneros literários volve-se em reflexão sobre a problemática existencial do homem,
sobre a problemática do “ser e do tempo”.
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Conclusão
Muito se poderia dizer ainda sobre os géneros literários, quando estruturados nos
moldes tradicionais ou desestruturados em obras mais revolucionárias. Não podemos,
entretanto, esquecer que, se a própria noção do que é e do que não é literário varia com
o transcurso dos tempos, porque cada época contém uma ideologia específica e sistemas
próprios de manipulação da cultura, a noção de género literário é também histórico-
cultural, obedecendo sempre, como já vimos, a um horizonte de expectativas.
Embora mantenham as obras literárias uma certa dose de redundância, o trabalho
inusitado que elas vêm apresentando leva, cada vez mais, a utilizar a designação de
género para uma forma literária ou até mesmo para uma obra particular. É, portanto,
necessário que examinemos de modo aberto, não conclusivo, cada texto, respeitando os
caminhos que ele próprio nos abra para focalizá-lo, em sua relação de concordância ou
discordância, com a concepção dos géneros.
Vimos nesse trabalho, informações valiosas e estudos sobre o planeamento escolar que
deve ser prioridade da aula enquanto espaço dialógico de construção de competências
significativas. Essa percepção é condição primordial para o trabalho do professor,
procurando a formação de cidadãos críticos e conscientes do papel da educação
enquanto instrumento de transformação social. O planeamento é um processo amplo que
envolve vários momentos.
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Bibliografia
BOILEAU. A arte poética. São Paulo, Perspectiva, 1979. (Col. Elos, 34.) A obra
compõe-se como um poema. Esta tradução é feita em prosa.
BRECHT, Bertolt. Estudos sobre teatro. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1978.
Desenvolve-se a teoria do distanciamento característico do teatro épico.
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CROCE, Benedetto. Estética come scienza dell’espressione e
lingüística generale. 8. ed. Bari, Laterza, 1946; —. La
poesia. 5. ed. Bari, Laterza, 1953.
Obras onde são desenvolvidas a teoria da intuição-expressão
e do texto poético como expressão única.
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