Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O presente trabalho de campo da cadeira Introdução aos Estudos Literários tem como
tema de discussão as funções da literatura onde por sua vez desde os primeiros tempos
em que o homem começou a estudar a arte literária, o questionamento sobre natureza e
função da literatura tem sido assunto de muitas controvérsias.
1.1. Objectivos
1.2. Objectivo geral
Identificar as funções que a literatura foi adquirindo ao longo dos tempos, desde
Horácio à contempraneidade trata-se de objectivo geral.
1.3. Objectivos específicos
Mencionar as funções da literatura;
Classificar as funções da literatura.
Função da Literatura
Os conhecidos versos de Horácio que assinalam com finalidade da poesia aut prodesse
aut delectare, não implicam um conceito de poesia autónoma, de uma poesia
exclusivamente fiel a valores poéticos, ao lado de uma poesia pedagógica. O prazer, o
doce referido por Horácio e mencionado por uma longa tradição literária europeia de
raiz horaciana, conduz antes a uma concepção hedonista da poesia, o que constitui ainda
um meio de tornar dependente, e quantas vezes de subalternizar lastimavelmente, a obra
poética.
De feito, até meados do século XVIII, confere-se à literatura, quase sem excepção, ou
uma finalidade hedonista ou uma finalidade pedagógico-moralista. E dizemos quase
sem excepção, porque alguns casos se podem mencionar nos quais se patenteia com
maior ou menor acuidade a consciência da autonomia da literatura. Calímaco, por
exemplo, característico representante da cultura helenística, procura e cultiva uma
poesia original, rica de belos efeitos sonoros, de ritmos novos e gráceis, alheia a
motivações morais. Séculos mais tarde, alguns trovadores provençais transformaram a
sua actividade poética numa autêntica religião da arte, consagrando-se de modo total à
criação do poema e ao seu aperfeiçoamento formal, excluindo dos seus propósitos
qualquer intenção utilitária. Um fino conhecedor da literatura medieval, o Prof. Antonio
Viscardi, escreve a este respeito: "O que conta é a fé nova da arte, em que todos
observam e praticam com devoção sincera". Desta fé nasce o sentido trovadoresco da
arte que é o fim de si mesma. A arte pela arte é descoberta dos trovadores.
Já atrás nos referimos, acerca das doutrinas da arte pela arte, a uma importante
finalidade frequentemente assinalada à literatura: a evasão. Em termos genéricos, a
evasão significa sempre a fuga do eu a determinadas condições da vida e do mundo, de
um mundo imaginário, diverso daquele de que se foge, e que funciona como sedativo,
como ideal compensação, como objectivação de sonhos e de aspirações.
b) Problemas e sofrimentos íntimos que torturam a alma do escritor e aos quais este
foge pelo caminho da evasão. A inquietação e o desespero dos românticos – o mal du
siècle – estão na origem da fuga ao circunstante e do anélito por uma realidade
desconhecida. O tédio, o sentimento de abandono e de solidão, a angústia de um destino
frustrado constituem outros tantos motivos que abrem a porta da evasão.
“Inefável tortura em que tem necessidade de toda a fé, de toda a força sobre-humana,
em que se torna, entre todos, o grande doente, o grande criminoso, o grande maldito, - e
o supremo Sábio! – Porque chega ao desconhecido!"