Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FUNCOES DA LITERATURA
Funções da Literatura
1. Introdução.................................................................................................................................4
3. Considerações finais..................................................................................................................9
4. Referências..............................................................................................................................11
1. Introdução
O presente trabalho aborda um novo contexto da “Literatura”, as suas funções no curso de
Licenciatura de Ensino de Português.
4
2. Literatura desde Horácio até a contemporaneidade
A literatura desde Horácio até a contemporaneidade adquiriu as seguintes funções: prazer e o
doce, evasão, conhecimento profundo do ser humano, diversão e unificação.
Os respetivos versos de Horácio que assinalam com finalidade da poesia aut prodesse aut
delectare, não implicam um conceito de poesia autónoma, de uma poesia exclusivamente fiel a
valores poéticos, ao lado de uma poesia pedagógica. O prazer e o doce referido por Horácio é
mencionado por uma longa tradição literária europeia de raiz horaciana, conduz antes a uma
concepção hedonista da poesia, o que constitui ainda um meio de tornar dependente, e quantas
vezes de subalternizar lastimavelmente, a obra poética. De feito, ate meados do século XVIII,
confere-se à literatura, quase sem excepção, ou uma finalidade hedonista ou uma finalidade
pedagógico-moralista.
Séculos mais tarde, alguns trovadores provençais transformaram a sua actividade poética numa
autêntica religião da arte, consagrando-se de modo total à criação do poema e ao seu
aperfeiçoamento formal, excluindo dos seus propósitos qualquer intenção utilitária. Um fino
conhecedor da literatura mediaval, o Prof. António Viscard, escreve a este respeito “ O que
conta é a fé nova da arte, em que todos observam e praticam com devoção sincera”. Desta fé
nasce o sentido trovadoresco da arte que é o fim de si mesma. A arte pela arte é descoberta dos
trovadores.
E dizem-se quase sem excepção, porque alguns casos se podem mencionar nos quais se
patenteia com maior ou menor acuidade a consciência da autonomia da literatura.
5
2.1. Funções da Literatura desde Platão e Aristóteles
Chisté (2015), citado por Lopes (2021, p91), “Aristóteles (1992) o fundamento da catarse
como função literária está presente na obra Poética de como sendo o seguinte: a tragédia é uma
simples mimeses de uma ação nobre, completa e de certa extensão, em linguagem embelezada
separadamente pelas diversas formas de cada parte; é mimeses que se realiza por agentes e não
por narrativa, e que conduz, através da piedade e do temor, para a purificação (catarse) de tais
emoções. Ou seja, quando os espectadores do teatro grego antigo, no caso, os atenienses, por
exemplo, tiveram contato com o prazer trágico, ocorreu uma consequência emocional que os
conduziu a sentir afinidade com os protagonistas do drama, promovendo a piedade, levando-os
a vivência de uma experiência interior que produziu um duplo efeito, a saber: a identificação
(quando o espectador se compadece com o protagonista) e a rejeição (quando o espectador
sente o temor de chegar aos atos realizados pelo protagonista teatral).
Chitse (2015) “A função catártica enquanto literária, tem seu ápice na tragédia, uma vez que
ela não é a mera imitação de/dos homens, mas de ações e vida, de felicidade plena ou, na sua
falta, de infelicidade. Com isso, é possível refletir sobre o sentido da vida (para aqueles que
buscam determiná-lo) ou permanecer no questionamento acerca disso, mas estabelecem valor
sempre pelas ações e não pelas qualidades intrínsecas dos sujeitos, pois, conforme o filósofo
grego, o ser humano possui suas virtudes conforme o caráter, mas ele pode ser bem ou mal
aventurado pela prática de atos concretos. Daí porque tragédia clássica enfoca na imitação de
caracteres pelas personagens para efetuar determinadas ações”(as cited in Lopes, 1992,p24).
Mugge (2013) afirma que ao contrário de Platão, Aristóteles “vê o sujeito com olhos mais
otimistas ao afirmar que é de sua natureza criar e buscar conhecimento. Entende que a Poética
constitui uma arte, com objeto próprio, que supõe saber, portanto, tem a necessidade de um
especialista para o ato criador; constitui-se, dessa forma, em uma área de investigação cuja
finalidade não é persuadir, mas trazer conforto através da purgação de emoções, da catarse.
Aristóteles, nesse sentido, não rejeita as ideias platônicas, mas, ao praticar um recorte do objeto
de estudo, segmentando a filosofia, a ética, a poesia, tem a possibilidade de investigar mais
profundamente cada área. Assim, atribui algumas características à poesia, dentre elas a mimese
de ações humanas, por exemplo. O valor da poesia, para ele, depende da verossimilhança e da
necessidade, aspectos que exigem a engenhosidade do poeta.
6
Ambos os filósofos preveem, no que diz respeito à recepção, uma espécie de sedução por parte
da Retórica ou da forma como a Poesia é executada. A diferença é que, para o primeiro, por ser
a Retórica um discurso destituído de conhecimento, não tem objeto e não visa à justiça, sendo,
portanto, maléfico ao ser humano. Tanto é que, mais tarde, em A República, propõe que a
Poesia seja banida do Estado por ser uma imitação de terceiro grau, conspirando, dessa forma,
contra a verdade e, assim, contra o conhecimento, só alcançável a partir do plano abstrato da
filosofia. Para Aristóteles, a Poesia ocupa um lugar importante na vida do ser humano, na
medida em que proporciona prazer, ao agir sobre os sentidos e atingir a alma, a essência
humana”.
(Covane, s/d,p98) diz que apenas o romantismo e a época contemporânea voltou a ser
debatido, com profundidade e amplidão, o problema da literatura como conhecimento. Na
estética romântica, a poesia é concebida como a única via de conhecimento da realidade
profunda do ser, pois o universo aparece povoado de coisas e de formas que, aparentemente
inertes e desprovidas de significado, constituem a presença simbólica de uma realidade
misteriosa e invisível. O mundo é um gigantesco poema, uma vasta rede de hieróglifos, e o
poeta decifra este enigma, penetra na realidade invisível e, através da palavra simbólica, revela
a face oculta das coisas. Shelling afirma que a “ natureza é um poema de sinais secretos e
misteriosos “e Von Arnim refere-se à poesia como forma de conhecimento da realidade íntima
do universo: o poeta é o vidente que alcança e interpreta o desconhecido, reencontrado a
unidade primordial que se reflete analogicamente nas coisas. “ As obras poéticas acentua Von
Arnim, não são verdadeiras daquela verdade que esperamos da história e que exigimos dos
nossos semelhantes, nas nossas relações humanas; elas ano seriam o que procuramos, o que
nos procura, se pudessem pertencer inteiramente à terra. Porque toda a obra poética reconduz
7
ao seio da comunidade eterna o mundo que, ao tornar-se terrestre, daí se exilou. Chamamos
videntes aos poetas sagrados; chamamos vidência de uma espécie superior à criação poética”
8
3. Considerações finais
Espera- se que este trabalho contribua para um maior desenvolvimento pessoal e profissional.
Sob ponto de vista geral a literatura é toda a manifestação de linguagem que tem como uma
das finalidades a expressão estética ou seja, é um discurso que não pretende apenas comunicar
algo, mas também construir um dizer que seja belo ou envolvente em um nível sensível e
humanamente profundo.
O prazer e o doce referido por Horácio é mencionado por uma longa tradição literária europeia
de raiz horaciana, conduz antes a uma concepção hedonista da poesia, o que constitui ainda um
meio de tornar dependente, e quantas vezes de subalternizar lastimavelmente, a obra poética.
O pensador grego Aristóteles num dos seus artigos apresenta a “catarse” como função literária
que está presente na obra poética e afirma que quando os espectadores do teatro grego antigo,
no caso, os atenienses, por exemplo, tiveram contato com o prazer trágico, ocorreu uma
consequência emocional que os conduziu a sentir afinidade com os protagonistas do drama,
promovendo a piedade, levando-os a vivência de uma experiência interior que produziu um
duplo efeito a saber: a identificação (quando o espectador se compadece o protagonista) e a
rejeição (quando o espectador sente o temor de chegar aos atos realizados pelo protagonista
teatral).
10
4. Referências
Aristóteles. (1992). Poética. Lisboa
Chisté, Priscila de Souza. (2015). Catarse e ensino da arte. Revista Palíndromo, Florianópolis,
Universidade do Estado de Santa Catarina. Recuperado de
http://w.w.w.revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/download/6821/4872.
Callado, Antônio. Introdução. In: Fischer, Ernst. (1977), A necessidade da arte. 6. Ed. Rio de
Janeiro
11