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Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

FUNÇÕES DA LITERATURA

Imércia Mariza Abilio, Código: 41231340

Maxixe, Setembro de 2023


Departamento de Ciências de Educação
Licenciatura em Ensino de Português

Funções da Literatura

Trabalho do campo a ser submetido na


coordenação, do curso de Licenciatura em ensino
de Português da disciplina de Metodologias de
Investigação Cientifica UnISCED.
Tutor:

Imércia Mariza Abílio, Código: 41231340

Maxixe, Setembro de 2023


Índice

1. Introdução ............................................................................................................................. 4

1.1. Objetivo Geral ....................................................................................................................... 4

1.1.2. Objetivos Específicos ........................................................................................................ 4

1.1.3.Metodologia......................................................................................................................... 5

2. As funções que a literatura foi adquirindo dos tempos de Horácio à contemporaneidade ... 6

3. Função da literatura segundo Platão e Aristóteles ................................................................ 6

4. Aspectos diferenciadores da literatura quer no romantismo, quer na contemporaneidade... 8

4.1. Função da literatura no Romantismo .................................................................................... 8

4.2. Função da literatura na época contemporânea ...................................................................... 9

5. Conclusão............................................................................................................................ 10

6. Referências .......................................................................................................................... 12
1. Introdução
De acordo com Pereira (2003, pág. 88) ciência é a actividade que propõe a aquisição
sistemática de conhecimentos sobre a natureza biológica, social e tecnológica com a finalidade
de melhoria da qualidade de vida, intelectual e material.

Quando a ciência aplica, pela técnica o conhecimento adquirido resulta uma serie de avanços
para a sociedade, projetando – se novos modos de produção e alterando – se os rumos de
desenvolvimento.
Ao contrário do que muitos estudantes pensam, o que fundamenta o desenvolvimento do
trabalho de pesquisa não é o tema selecionado, mas sim uma questão que precisa ser
respondida. Essa questão, que dá sentido ao projeto e é responsável por direcionar a produção
do projecto científico é o problema de pesquisa. Todo conhecimento científico surge a partir do
interesse em se investigar um determinado tema na tentativa de encontrar a solução para algum
problema identificado. Em outras palavras, o problema de pesquisa é uma questão específica
que você quer investigar dentro do seu tema.

Portanto, o presente estudo, referente ao módulo de Introdução aos Estudos Literários,


focaliza- se no estudo das funções literárias, facto este muito importante ao longo da nossa
formação, o mesmo tem como base de estudo desenvolver as funções literárias em vários
tempos a destacar: As funções que a literatura foi adquirindo desde os tempos de Horácio à
contemporaneidade, o paradoxo ad função da literatura concebido por Platão e Aristóteles e os
aspectos que diferem a função literária quer no romantismo, quer no tempo contemporâneo.

Quanto a estruturação do mesmo, compreende três fases, Introdução, Desenvolvimento e


Conclusão.

1.1.Objetivo Geral
O presente estudo tem como objectivo geral desenvolver as funções literárias.
1.1.2. Objetivos Específicos

• Identificar as funções que a literatura foi adquirindo desde os tempos de Horácio à


contemporaneidade;
• Explicar a consistência do paradoxo das funções literárias concebido por Platão e Aristóteles;
• Identificar os aspectos diferenciadores da função literária desde o romantismo à
contemporaneidade;
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1.1.3. Metodologia

Para a realização deste trabalho, optou-se pela pesquisa bibliográfica, que traz ao pesquisador a
possibilidade de fazer novas análises a partir das produções já existentes, contribuindo para a
melhor compreensão da temática proposta na pesquisa e com o desenvolvimento de
investigações futura sobre esse tipo de pesquisa. Nesse sentido, foram selecionadas publicações
de pesquisas já realizadas a temática, para subsidiar a construção novas análises sobre as
funções literárias.

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2. As funções que a literatura foi adquirindo dos tempos de Horácio à
contemporaneidade
(…) “Os conhecidos versos de Horácio que assinalam com finalidade da poesia aut prodesse
aut delectare, não implicam um conceito de poesia autónoma, de uma poesia exclusivamente
fiel a valores poéticos, ao lado de uma poesia pedagógica. O prazer, o doce referido por
Horácio e mencionado por uma longa tradição literária europeia de raiz horaciana, conduz
antes a uma concepção hedonista da poesia, o que constitui ainda um meio de tornar
dependente, e quantas vezes de subalternizar lastavelmente, a obra poética”.

De feito, ate meados do século XVIII, confere-se à literatura, quase sem excepção, ou uma
finalidade hedonista ou uma finalidade pedagógico-moralista. E dizemos quase sem excepção,
porque alguns casos se podem mencionar nos quais se patenteia com maior ou menor acuidade
a consciência da autonomia da literatura. Calímaco, por exemplo, característico representante
da cultura helenística, procura e cultiva uma poesia original, rica de belos efeitos sonoros, de
ritmos novos e gráceis, alheia a motivações morais. Séculos mais tarde, alguns trovadores
provençais transformaram a sua actividade poética numa autêntica religião da arte,
consagrando-se de modo total à criação do poema e ao seu aperfeiçoamento formal, excluindo
dos seus propósitos qualquer intenção utilitária. Um fino conhecedor da literatura mediaval, o
Prof. António Viscard, escreve a este respeito “ O que conta é a fé nova da arte, em que todos
observam e praticam com devoção sincera”. Desta fé nasce o sentido trovadoresco da arte que
é o fim de si mesma. A arte pela arte é descoberta dos trovadores.

Há uma importante finalidade frequentemente assinalada à literatura: a evasão. Em termos


genéricos, a evasão significa sempre a fuga do eu a determinadas condições da vida e do
mundo, de um mundo imaginário, diverso daquele de que se foge, e que funciona como
sedativo, como ideal compensação, como objetivação de sonho e de inspirações. A evasão,
como fenómeno literário, é verificável quer no escritor quer no leitor. Deixando para ulterior e
breve analise o caso deste último, examina-se primeiramente os principais aspectos da evasão
no plano do criador literário”. Covane (s/d)

3. Função da literatura segundo Platão e Aristóteles


(Aristóteles, 1992), numa das suas obras fala da função catártica enquanto literária, tem seu
ápice na tragédia, uma vez que ela não é a mera imitação de/dos homens, mas de ações e vida,
de felicidade plena ou, na sua falta, de infelicidade. Com isso, é possível refletir sobre o
sentido da vida (para aqueles que buscam determiná-lo) ou permanecer no questionamento

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acerca disso, mas estabelecem valor sempre pelas ações e não pelas qualidades intrínsecas dos
sujeitos, pois, conforme o filósofo grego, o ser humano possui suas virtudes conforme o
caráter, mas ele pode ser bem ou mal aventurado pela prática de atos concretos. Daí porque a
tragédia clássica enfoca na imitação de caracteres pelas personagens para efetuar determinadas
ações.

Segundo estes pensadores são conversiva, visto que Platão condena mimese pratica como meio
impregnando de alcançar a verdade e o Aristóteles considera-a como instrumento valido sob
ponto de vista gnosiológico.

(...) Covane (s/d) diz que para “Aristóteles a catarse é a finalidade da literatura. Na poética, ele
diz que a função da poesia é o prazer (hedone), não um prazer grosseiro e corruptor, mas puro
e elevado. Este prazer oferecido pela poesia não deve ser considerado como simples
manifestação lúdica, devendo antes ser entendido segundo uma perspectiva ética: “ a tragédia é
uma imitação da acção, elevada e completa, dotada de extensão, numa linguagem temperada
com formas diferentes em cada parte, que serve ad acção e ano de narração, e que, por meio da
comiseração e do medo, provoca a purificação de tais paixões”.

Ainda na obra de Covane (s/d), aponta que o Aristóteles tomou o vocábulo “catarse” da
linguagem media, onde designava um processo purificador que limpa o corpo de elementos
nocivos. O filósofo ao caracterizar o efeito catártico da tragedia, não tem em mente um
processo de depuração terapêutica ou mística, mas um processo purificador de natureza
psicológico-intelectual.

No mundo conflituoso das paixões e das forcas primitivas, a poesia trágica, concebida como
uma espécie de mediadora entre a sensibilidade e o logos (razão), instaura uma disciplina
iluminante, impedindo a desmesura ad agitação passional.

Platão concebe a poesia épica, assim como outras manifestações artísticas, de maneira
depreciativa. Mas tal problemática sempre deve ser vista a partir de um vínculo directo com a
temática metafísica e a dialética que permeia todos os diálogos platónicos. Isto quer dizer que,
desvinculando a maneira pela qual o filósofo grego concebe a arte de sua postulação metafisica
e do método dialético, não é possível tornar plausível a compreensão platónica das obras de
Homero e Hesíodo, assim como da tragedia e ate mesmo das artes plásticas em geral. Levando
Homero e Hesíodo, assim como da tragedia e ate mesmo das artes plásticas em geral. Levando
em conta estas considerações, Platão, ao definir a essência, a função e o valor da poesia épica,
esta sempre preocupado em estabelecer o valor de verdade que esta possui, contrapondo – a

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com a filosofia, que seria a melhor maneira de alcançar o verdadeiro. Deste modo, o filósofo
grego analisa primeiramente a poesia épica na sua aproximação com o verdadeiro, para, em
seguida, detectar se ela consegue tornar o homem melhor, com o intuito de diagnosticar se ela
possui algo de educativo ou não”

4. Aspectos diferenciadores da literatura quer no romantismo, quer na


contemporaneidade.

4.1. Função da literatura no Romantismo

(…) Covane (s/d) o autor em destaque na obra dele apoia que “Apenas com o romantismo e a
época contemporânea voltou a ser debatido, com profundidade e amplidão, o problema da
literatura como conhecimento. Na estética romântica, a poesia é concebida como a única via de
conhecimento da realidade profunda do ser pois o universo aparece povoado de coisas e de
formas que, aparentemente inertes e desprovidas de significado, constituem a presença
simbólica de uma realidade misteriosa e invisível. O mundo é um gigantesco poema, uma vasta
rede de hieróglifos, e o poeta decifra este enigma, penetra na realidade invisível e, através da
palavra simbólica, revela a face oculta das coisas. Shelling (s/d), citado por Covane (s/d, p 49)
afirma que a “ natureza é um poema de sinais secretos e misteriosos” e Arnim na mesma obra
de Covane, refere à poesia como forma de conhecimento da realidade íntima do universo: o
poeta é o vidente que alcança e interpreta o desconhecido, reencontrado a unidade primordial
que se reflete analogicamente nas coisas. “ As obras poéticas acentua Von Arnim, não são
verdadeiras daquela verdade que esperamos da história e que exigimos dos nossos semelhantes,
nas nossas relações humanas; elas ano seriam o que procuramos, o que nos procura, se
pudessem pertencer inteiramente à terra. Porque toda a obra poética reconduz ao seio da
comunidade eterna o mundo que, ao tornar-se terrestre, daí se exilou. Chamamos videntes aos
poetas sagrados; chamamos vidência de uma espécie superior à criação poética”
Nestes princípios da estética romântica encontra-se já explicitamente formulando o tema do
poeta vidente de Rimbaud, o poeta da aventura luciferiana rumo ao desconhecido: “ Digo que é
necessário ser vidente, fazer-se vidente. […] Inefável tortura em que tem necessidade de toda a
fé, de toda a forca sobre-humana, em que se torna, entre todos, o grande doente, o grande
criminoso, o grande maldito, e o supremo Sabio! Porque chega ao desconhecido!” Assim a
poesia se identifica com a experiencia mágica e a linguagem poética se transforma em veículo

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do conhecimento absoluto, ou se volve mesmo, por força encantatória, em criadora de
realidade.

4.2. Função da literatura na época contemporânea


(…) “Contemporaneamente, a questão da literatura como conhecimento tem preocupado
particularmente a chamada estética simbólica ou semântica- representa sobretudo por Cassier e
Langer, para a qual a literatura, longe de constituir uma diversão ou atividade lúdica,
representa a revelação, através das formas simbólicos da linguagem, das infinitas
potencialidades obscuramente pressentidas na alma do homem. Cassier afirma que a poesia é “
a revelação da nossa vida pessoal” e que toda a arte proporciona um conhecimento da vida
interior oferecido pela ciência, e Langer igualmente considera a literatura como revelação “ do
caracter da subjetividade”, opondo o modo discursivo, próprio do conhecimento científico, ao
modo apresentativo, próprio do conhecimento proporcionado pela arte.
Para alguns estetas e críticos, porém, a literatura constitui um domínio perfeitamente alheio ao
conhecimento, pois enquanto este dependeria do raciocínio e da mente, aquela vincular-se-ia
ao sentimento e ao coração, limitando-se a comunicar emoções. A literatura, com efeito, não é
uma filosofia disfarçada, nem o conhecimento que transmite se identifica com conceitos
abstractos ou princípios científicos. Todavia, a ruptura total entre literatura e actividade
cognoscitiva representa uma inaceitável multiplicação do fenómeno literário, pois toda a obra
literária autêntica traduz uma experiencia humana e diz algo acerca do homem e do mundo.
“ Objetivação, de caracter qualitativo, do hispirito do homem”, a literatura sempre exprime
sempre determinados valores, dá forma a uma cosmovisão, revela almas – em suma, constitui
um conhecimento”. Covane (s/d)

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5. Conclusão
Após uma abordagem em materiais bibliográficos sobre o tema em alusão, chegou – se a
conclusão de que a Literatura não tem uma função absoluta e definitiva. Na verdade, em cada
leitor, a Literatura relaciona-se de um jeito diferente. Para alguns, ler um poema pode ser uma
maneira de entender os próprios sentimentos. Para outros, um romance pode funcionar como
um modo de conhecer um mundo diferente do seu.

A literatura desde os tempos de Horácio à contemporaneidade adquiriu muitas funções: O


prazer, o doce referido por Horácio e mencionado por uma longa tradição literária europeia de
raiz horaciana, conduz antes a uma concepcao hedonista da poesia, o que constitui ainda um
meio de tornar dependente, e quantas vezes de subalternizar lastavelmente, a obra poética; A
evasão, em termos genéricos, a evasão significa sempre a fuga do eu a determinadas condições
da vida e do mundo, de um mundo imaginário, diverso daquele de que se foge, e que funciona
como sedativo, como ideal compensação, como objetivação de sonho e de inspirações. A
evasão, como fenómeno literário, é verificável quer no escritor quer no leitor. Deixando para
ulterior e breve analise o caso deste último, examina-se primeiramente os principais aspectos
da evasão no plano do criador literário.

No paradoxo da função literária do Platão e Aristóteles discutem a função da literatura em


varias vertentes a obra platónica do Platão diz que a poesia é uma imitação de imitações e
criadoras de vãs aparências. Este mesmo problema assume excepcional relevo em Aristóteles,
pois na poética claramente se afirma que “ a poesia é mais filosófica e mais elevada do que a
História, pois a poesia conta de preferencial o geral e, a Historia, o particular”. Por
conseguinte, enquanto Platão condena a mimese poética como meio inadequado de alcançar a
verdade, Aristóteles considera-a como um instrumento válido sob o ponto de vista
gnosiológico: o poeta diferentemente do historiador, não representa factos ou situações
particulares; o poeta cria um mundo coerente em que os acontecimentos são representados na
sua universalidade, segundo a lei da probabilidade ou da necessidade, assim esclarecendo a
natureza profana da acção humana e dos seus móbeis.

O romantismo e a contemporaneidade discutem a literatura como um conhecimento, na estética


romântica, a poesia é concebida como a única via de conhecimento da realidade profunda do
ser pois o universo aparece povoado de coisas e de formas que, aparentemente inertes e
desprovidas de significado, constituem a presença simbólica de uma realidade misteriosa e
invisível ao passo que Contemporaneamente, a literatura como conhecimento tem preocupado

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particularmente a chamada estética simbólica ou semântica- representa sobretudo por Cassier e
Langer, para a qual a literatura, longe de constituir uma diversão ou atividade lúdica,
representa a revelação, através das formas simbólicos da linguagem, das infinitas
potencialidades obscuramente pressentidas na alma do homem.

Sobre o próprio trabalho é visto como ganho significativo na medida em que é possível aplicar
o conhecimento adquirido na prática, atendendo e considerando que o levantamento e a
descrição do próprio conteúdo teve maior enfoque no estudo as funções literárias em vários
tempos, como forma de adequar ao objectivo final da formação.

A partir deste trabalho é possível afirmar ainda que, trouxe um ganho muito significativo e que
surtira efeito positivo na carreira profissional, garantindo deste modo que trabalhos de género
são bem-vindos para nós como estudantes.

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6. Referências
Callado, Antônio. Introdução. In: Fischer, Ernst. (1977), A necessidade da arte. 6. ed. Rio de
Janeiro

Horácio (s/d). Arte poética. Lisboa

Aristóteles. ( 1992).Poética. Lisboa

Covane ,L.(s/d). Introdução aos Estudos Literarios.Mocambique.

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