Você está na página 1de 22

Metodologia do Ensino da

Língua Portuguesa
Disciplina: Literatura Brasileira e Hispânica

Modalidade de Curso
Curso Livre de Capacitação Profissional

Pedagógico do Instituto Souza


atendimento@institutosouza.com.br
Página 1 de 21

Caro aluno (a), antes de começar a ler sua apostila, assista ao vídeo e leia o texto
do link abaixo. Esse material foi cuidadosamente colocado à sua disposição pois é
extremamente esclarecedor e pertinente para que você compreenda a origem da
nossa literatura através da Teoria da Literatura e sua evolução histórica . Bons
estudos!

Obs: Caso você não consiga acessar os links clicando nos mesmos, basta copiá-los
e colocar na barra de ferramentas para ter acesso.

ASSISTA AQUI

https://www.youtube.com/watch?v=7kyC5lZTLDY

LEIA AQUI

https://books.google.com.br/books?id=aakP7e1p8soC&pg=PA3&lpg=PA3&dq=teoria
+da+literatura+brasileira&source=bl&ots=vtULzuf--B&sig=w-
nb_7kYVmelCJYHluuQHTeq1lQ&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwiBlrT2m8TPAhWChZAKHTroApgQ6AEIQjAG#v=onepage
&q&f=false
Página 2 de 21

1- LITERATURA BRASILEIRA

1.1- TEORIA DA LITERATURA

É a argumentação científica ou filosófica da interpretação literária, da crítica


literária, da História da Literatura e do conceito de Literatura no geral (literariedade,
poeticidade, o literário, a sua definição enquanto poesia, etc.) Outras áreas comuns
na Teoria da Literatura são a Estética, a Poética, a Estilística Literária, a Retórica
literária; também lhe pertencem a investigação da sua função social (Literatura e
Sociologia), da sua função psicológica (Literatura e Psicologia) e da sua
dependência em relação à antropologia (Literatura e Antropologia). .

Outros círculos temáticos são teorias do texto, do intertexto, do autor, do


leitor (teoria da recepção), da época literária, do cânon, da influência, da
narratologia, do mito, do meio literário, da função da crítica literária, do género, dos
personagens, da relação da literatura com outras artes (comparação artística) e com
as outras ciências, a ficcionalidade e a realidade, a didática da literatura.

A teoria da literatura é muitas vezes usada como sinónimo de Poética. Uma


vez que as questões poetológicas podem elas próprias ser colocadas em questão,
ser comparadas, sistematizadas e que estas práticas podem constituir, por outro
lado, um fundamento teórico, faz mais sentido separar as duas áreas uma da outra.
No mundo de língua inglesa a literary theory é muitas vezes colocada no mesmo
patamar que literary criticism. O mesmo é válido para aqui: as tentativas de
interpretação da Literatura podem elas próprias tornarem-se o objeto da teoria.

A teoria da literatura reflete ainda criticamente sobre os Estudos de


Literatura Comparada, funcionando como plataforma de problematização e
Página 3 de 21

discussão acerca dos processos, progressos e efeitos dos estudos literários nos
meios académicos.

Porque a Literatura reflete, antes de mais, sobre si própria, a Teoria da


Literatura garante a existência de um espaço de questionamento do fenómeno
literário. Essa é a razão pela qual, desde a Poética de Aristóteles, a Teoria (do
mesmo verbo grego que designa o ato de ver; contemplar) é considerada uma
inerência da Literatura. No limite, é possível afirmar, com alguns teóricos do século
XX, que a Teoria da Literatura é, ela mesma, um género literário, graças à
indissociabilidade entre esta e a prática que a funda.

2- UM POUCO DE HISTÓRIA

É, no geral, difícil distinguir a História da Teoria da Literatura da Estética


Filosófica, da Poética, Hermenêutica e da Retórica Filosófica. As questões teórico-
literárias surgem muitas vezes no trilho das grandes unidades históricas de
pensamento, mas pode ser-lhes abstraída. No geral, a teoria da literatura apoia-se
na poética e na retórica clássica grega; especialmente em Gorgias, Platão e
Aristóteles. Com certeza que as normas de interpretação religiosa de texto, no
exemplo representante de Mischnah (Repetição) e Midrasch (Disposição) da Tora
judaica, constituem raízes históricas importantes da Teoria da Literatura moderna.

 Desde os gregos que se vem estudando literatura e os aspectos inerentes a


ela. Platão, na República, e especialmente Aristóteles, na Poética, dedicaram-se
a tais investigações e são hoje fonte primária para a teoria literária. A Poética de
Aristóteles foi de influência até ao século XVIII. Até este ponto as poéticas são
livros de regras. Só com a criação do pensamento de génio do século XVIII e os
bens do pensamento idealista do Romantismo é que a arte poética deixou de ser
vista como um conjunto de regras claras (poética normativa) e passou a ser vista
como uma produção individual. Isso teve como consequência que a arte poética
Página 4 de 21

passasse a ser analisada não mais através da observação de aplicação das


regras dadas.
 Elementos de filosofia da literatura encontram-se em Cícero e Quintiliano.
 A Arte Poética de Horácio debruça-se sobre a teoria dos géneros literários.
 Na Idade Média domina a teoria ortodoxa da escrita dos sentidos quádruplos, a
qual regulamenta uma afirmação da Bíblia: pode ser analisada do ponto de vista
lexical, alegórico, moral e anagógico (interpretação mística dos livros sagrados).
 Mas para muitos teóricos, a teoria da literatura só aparece no começo do século
XX, com a Neo Crítica de um lado e o Formalismo Russo de outro.

A teoria da Literatura no sentido moderno é praticada apenas a partir de


1915 pelo Formalismo Russo, a primeira escola literária que questionou fortemente o
que seria o literário num texto literário (literariedade), ao contrário de um texto
comum. A partir de 1930 o Formalismo Russo desenvolveu-se, ao mesmo tempo
que as correntes linguísticas de Ferdinand de Saussure colidiam com a filologia
académica tradicional e o projeto estruturalista de investigação literária começava, o
qual teve início com o Estruturalismo em Praga e obteve o seu ponto alto em França
nos anos 50 e 60. Desde os anos 70 que autores como Michel Foucault, Jacques
Derrida, Giles Deleuze, Paul de Man vêem uma crescente influência na teoria da
literatura.

 Vale sumariamente comentar as correntes anteriores à teoria literária.


No classicismo houve uma veneração aos clássicos gregos e romanos, e as
poéticas foram não apenas ressuscitadas como revalidadas e rescritas em
diversos países e idiomas. Não se tratava de uma revisão da Poética clássica, e
sim de uma adaptação para o mundo renascentista em formação. Pouco adiante,
quando o humanismo torna-se a ideologia dominante, o indivíduo ganha força.
Ou seja, passa a se valorizar o escritor enquanto artista, suas inovações e
invenções são vistas como obras de gênio e a análise literária recorre às
biografias desses gênios como forma de explicar seu texto. Era um ponto de
vista humanístico que os oitocentos substituirão gradativamente por uma
perspectiva científica. E o resgate histórico que o mundo oitocentista se permite
Página 5 de 21

fazer traz à tona a história literária como primeira investigação científica da


literatura.
 Aliado ao biografismo, a história literária procura no contexto social e político da
época as explicações ou relações com a obra literária. Mais tarde este
mesmo século XIX consolida o racionalismo Iluminista e a literatura aos poucos é
vista como ciência. Já se fala em ciência da literatura. Os modelos
metodológicos desta ciência seriam – alternadamente ou em combinação – (1)
biográfico-psicológico, (2) sociológico, e (3) filológico.
 O movimento que surgiria, com a Neo Crítica estadunidesne e o Formalismo
Russo, é de rompimento com esta noção de que a literatura só pode ser
analisada sob o prisma de outra ciência. Os novos estudiosos querem uma
análise imanentista da literatura, uma análise dos sons e ritmos dos versos, das
estruturas narrativas da prosa, enfim, de aspectos estritamente literários.

3- MODELOS E MÉTODOS

Não existe um único método teórico de investigar literatura. No entanto,


existem várias linhas de tradição de análise nos estudos humanistas, que têm uma
relação forte com a teoria da literatura. As componentes indispensáveis das teorias
literárias são as seguintes:

Teorias interpretativas: toda a teoria da literatura exige ser um modelo


básico para a interpretação de cada um dos textos literários; Construção de modelo:
cada teoria deve oferecer um processo mais ou menos estandardizado, a partir dos
quais, cada interpretação possa ser aplicada a textos ainda desconhecidos.

Terminologia: os resultados obtidos a partir do modelo devem poder ser


analisados segundo uma lista de conceitos gerais.

Uma teoria da literatura só é válida até que apareça um texto literário que já não se
enquadre no esquema. Nesse caso, a teoria tem de ser adaptada às novas
Página 6 de 21

evidências. Além disso, a teoria da literatura procura apresentar afirmações que


sejam válidas para todos os textos, mostrar constantes a-históricas. Por exemplo, o
estruturalismo procurou analisar narrativas de maneira que se encontrassem
critérios que valessem para todos os textos (o narrador conta a trama, onde o
narrador e o narrado constituem a base de todo o texto.) Outras teorias consideram
outros elementos mais importantes (perspectiva, a situação narrativa, etc.) A tarefa
principal da teoria da literatura é dar à interpretação literária e à história da literatura
uma estrutura geral e compreensível. Estas terminologias podem ser estruturadas
segundo o objeto da literatura com que se relacionam: segundo o modelo de
Jakobson pode ser o autor / emissor, mensagem/ texto, receptor /leitor, código ou
contexto de uma ato de comunicação literária.

3.1- TEORIAS CENTRADAS NO AUTOR

A este grupo pertencem, entre outros, princípios de inspiração biográfica,


psicológica ou psicoanalítica e as teorias da produção dos estudos literários
empíricos. Em primeiro plano encontra-se a tentativa de resumir as intenções de um
texto ('o que é que o autor nos quer dizer com isto'), fazer a ponte entre a
personalidade do autor para a obra (ou vice-versa), julgar a relação da obra singular
e da obra geral e a representação de motivos recorrentes no contexto das obras. Há
muito que já se distingue entre teoria do autor histórico, autor implícito (W.C. Booth)
e função do autor (Foucault). Aqui encontra-se a transição para as teorias de
contexto: aquilo, que se diz ser um autor é historicamente variável.

3.2- TEORIAS BASEADAS NO TEXTO


Página 7 de 21

Todas as teorias que tratam do conteúdo literário distinguem tipicamente


diferentes géneros de texto ou funções; a transição para leitor, código e contexto
literário são aqui fluentes. A base é normalmente o resumo de um texto ou de um
género textual, em que num segundo passo sejam definidos os critérios comuns.
Questões do tipo 'Quando é que um texto se torna um poema?' ajudam aqui à
compreensão.

Contam-se neste tipo de teoria a teoria narrativa, modelo de trama, teoria do


drama (por ex: constelação de personagens), teoria da lírica, princípio teórico dos
géneros ou princípio feminista e a teoria da intertextualidade.

3.3- TEORIAS CENTRADAS NO LEITOR

Todas as teorias que tratam de consequências ou das intenções da literatura


são modelos retórico-analíticos, estética da recepção e da investigação sobre a
recepção da ciência da literatura empírica.

3.4- TEORIAS CENTRADAS NO CÓDIGO

Princípios que tratam dos mecanismos de codificação ou das estruturas


profundas dos textos, especialmente a Desconstrução, Close Reading, Semiótica
literária, Teorias da identidade e alteridade cultural e a Hermenêutica de Gadamer.

3.5- TEORIAS CENTRADAS NO CONTEXTO


Página 8 de 21

Todas as teorias que entendem o texto, não como estrutura primária, mas
como ramificação secundária ou sintomas históricos e sociais. Exemplos são a
interpretação literária marxista, o New Historicism, Ciências da Cultura e o Pós-
Colonialismo.

4- COMPREENDER TEXTOS NARRATIVOS

Um índice resume um texto de forma curta e objetiva, de tal modo que o


leitor, que não conheça o original, seja informado do principal.

O índice fornece indicações gerais sobre o texto: quem é o autor/autora?


Qual é o título? Quando é que o texto foi publicado? De que género de texto se
trata? Qual é o tema/problema? Na parte principal há indicações sobre a pessoa,
lugar, tempo da ação e um pequeno resumo dos acontecimentos principais por
ordem cronológica.

O presente do Indicativo é o tempo verbal. Se se revê algum evento


imprescindível, fá-se-lo através do Passado.

Objetos de Estudo da Teoria Literária

 Literariedade
 Evolução literária
 Períodos literários
 Gêneros literários
 Narratividade
 Versos, sons e ritmos
 Influências externas (política, cultural, filosófica etc)
Página 9 de 21

5- UMA BREVE HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA

Dos primeiros cronistas aos contemporâneos, a literatura brasileira é prodigiosa.


Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade estão entre seus principais
representantes.

Machado de Assis é o maior escritor brasileiro de todos os tempos. Na literatura


brasileira, o “Bruxo do Cosme Velho” é associado ao Realismo
Página 10 de 21

A literatura brasileira conta com mais de quinhentos anos de história. O


primeiro documento produzido no Brasil, a Carta de Pero Vaz de Caminha, é
considerado também como o primeiro texto literário do Brasil, embora tenha sido
escrito por um português. O texto só ganhou status de literatura porque Pero Vaz de
Caminha não era um mero escrivão e, por isso, não se contentou em fazer um
simples relato de viagem: basta ler a carta para perceber o cuidado com as palavras
e as metáforas construídas para descrever a terra recém-descoberta.

As primeiras manifestações da literatura brasileira foram fortemente


marcadas pelo modelo literário de Portugal, já que nossos primeiros escritores ou
eram portugueses de nascimento ou brasileiros com formação universitária em
Portugal. Sendo assim, é importante conhecer também a literatura portuguesa para
que possamos entender o modelo que serviu de referência para a construção de
nossa literatura. Por terem sido tão influenciados pelo cânone lusitano, muitos
autores preferem referir-se aos textos produzidos nessa época como “manifestações
literárias” ou até mesmo como “ecos da literatura no Brasil”. Isso mudou apenas na
segunda metade do século XVIII, quando surgiram os primeiros escritores brasileiros
comprometidos com as causas políticas nacionais, importante condição para a
formação de uma literatura genuinamente brasileira.

Embora jovem, especialmente quando comparada à milenar literatura


europeia, a literatura brasileira é prodigiosa. É inquestionável seu papel social de
transmitir os conhecimentos e a cultura de nossa sociedade. Passeando por nossas
diversas escolas literárias e em diferentes períodos históricos, podemos observar
vários pontos de contato entre a literatura e a História do Brasil, comprovando assim
que o fazer literário do escritor não é indiferente à realidade. Todos, inclusive os
artistas, participam dos problemas vividos pela sociedade e tentam, por intermédio
da palavra, retratá-la ou denunciá-la.

Por motivos didáticos, a literatura brasileira é dividida em escolas literárias, o que


facilita seu ensino e estudo. Eis sua periodização:

● Quinhentismo;

● Barroco;
Página 11 de 21

● Arcadismo;

● Romantismo;

● Realismo;

● Naturalismo;

● Parnasianismo;

● Simbolismo;

● Pré-Modernismo;

● Modernismo;

● Geração de 45;

● Literatura contemporânea.

José de Anchieta, Gregório de Matos, Gonçalves Dias, José de


Alencar, Machado de Assis, Olavo Bilac, Lima Barreto, Mário de Andrade, Manuel
Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, João
Cabral de Melo Neto, Lygia Fagundes Telles, Manoel de Barros e Mario Quintana
estão entre os principais representantes da literatura brasileira, que conta com
muitos outros nomes fundamentais para a compreensão de nossa identidade
literária, nomes que contribuíram de maneira indelével para a formação da cultura
nacional.

A partir de agora, nós vamos ver as características de cada movimento


literário. Para aprofundar os seus estudos, basta clicar em cada período para ter
mais informações.

Observação: a história da Literatura Brasileira começa com a Literatura


Página 12 de 21

Portuguesa (do período medieval até o início da Idade Moderna). Depois do


descobrimento do Brasil, deixamos de estudar a Literatura Portuguesa e passamos
a estudar a Literatura Brasileira. Vamos começar, então, com a Literatura
Portuguesa.

5.1- TROVADORISMO E HUMANISMO

Contexto Histórico: Idade Média

O Trovadorismo foi a época dos primeiros registros de produção literária em


Língua Portuguesa e ocorreu na Idade Média. Esses primeiros textos eram escritos
em forma de poesia e eram chamados de cantigas (acompanhadas de música,
cantadas pelos trovadores e transmitidas oralmente). Existiam, ao todo, quatro tipos
de cantigas:

Cantiga de Amor: cantiga lírica onde um homem (eu-lírico) se declara para


uma mulher idealizada seguindo a vassalagem amorosa (a mulher é vista como
"suserana" e o homem que se declara para ela é visto como um vassalo, ou seja: um
servo, alguém numa posição inferior).

Cantiga de Amigo: cantiga lírica onde uma mulher (eu-lírico) lamenta a


ausência do homem amado (chamado de "amigo") porque ele está distante.

Cantiga de Maldizer: cantiga satírica onde o trovador usa uma linguagem


agressiva (empregando até mesmo palavrões e linguagem obscena) para zombar de
alguém.

Cantiga de Escárnio: cantiga satírica que tem o objetivo de fazer uma sátira
indireta. É a cantiga onde o autor zomba de alguma pessoa (sem dizer quem é)
usando ironias e ambiguidades (a linguagem é mais sutil).
Página 13 de 21

5.1.1- HUMANISMO

Contexto Histórico: Idade Média (transição para a Idade Moderna)

No período do Humanismo, as cantigas medievais deixaram de existir, sendo


substituídas por poesias mais elaboradas que passaram a ser escritas e impressas
(ao invés de cantadas, como as cantigas do Trovadorismo). Esse tipo de poesia, que
se restringia aos palácios e às pessoas mais nobres e cultas, era chamada
de poesia palaciana. Além dela, destacamos o teatro de Gil Vicente e as crônicas de
Fernão Lopes.

Poesia Palaciana: poesia mais elaborada e própria das pessoas mais intelectuais e
nobres (poesia dos palácios). Uso de recursos linguísticos mais avançados e
elaborados.

Gil Vicente: se destacou com o seu teatro, que tinha o objetivo moralizante (criticava
o comportamento e os costumes da época). Ele é o autor do Auto da Barca do
Inferno.

Fernão Lopes: ele escrevia crônicas que retratava, com habilidade, a sociedade
portuguesa da época.

5.2- CLASSICISMO E QUINHENTISMO

Contexto Histórico: Idade Moderna (Renascimento), Grandes Navegações.


Página 14 de 21

O Classicismo foi o período da história da Literatura Portuguesa que ocorreu durante


o Renascimento (Idade Moderna). O Renascimento foi uma mudança de
comportamento e de pensamento que mudou a cultura medieval.

Antes do Renascimento (Idade Média): a Igreja Católica dominava a sociedade


(teocentrismo: Deus no centro de tudo). Não havia avanços científicos (o sol ainda
girava ao redor da terra) e a fé explicava tudo.

Depois (Renascimento, Idade Moderna): Antropocentrismo (valorização do homem),


Racionalismo (valorização da razão), valorização das artes clássicas (volta à antiga
cultura grega e romana), paganismo (elementos mitológicos da cultura antiga, como
os deuses gregos). Ou seja: o antropocentrismo substituiu o teocentrismo medieval
e o racionalismo (razão, pensamento lógico) substituiu a fé. Na história da literatura,
esse período é chamado de Classicismo.

O Classicismo faz parte do Renascimento e possui as suas características


(antropocentrismo, racionalismo, paganismo, volta à cultura clássica, etc). O grande
destaque literário desse período foi Camões, autor de Os Lusíadas.

Os Lusíadas: poema épico (ou seja: conta aventuras épicas) que narra as grandes
navegações portuguesas e a descoberta do novo caminho para as Índias (Oriente).
Características: valorização do homem (que é capaz de desbravar o mar e ir além),
universalismo (conquista do mundo), paganismo (deuses e figuras mitológicas
influenciam na aventura). Os portugueses são vistos como heróis (por causa da
Expansão Marítima).

Com a Expansão Marítima, o Brasil é descoberto e se transforma em colônia de


Portugal, herdando, assim, a Língua Portuguesa. Desse modo, inicia-se a história da
Literatura Brasileira.
Página 15 de 21

5.2.1- QUINHENTISMO

Contexto Histórico: Grandes Navegações

O Brasil foi descoberto em 1500 e a partir de agora começa a Literatura Brasileira.


O Quinhentismo(uma referência ao ano de 1500) é o período literário brasileiro dos
anos 1500 e tudo o que tínhamos sobre o Brasil eram os textos informativos que os
navegantes europeus escreviam para descreverem a terra descoberta (Literatura de
Informação). Sendo assim, o marco inicial da Literatura Brasileira foi A Carta de
Caminha, primeiro documento escrito sobre o Brasil (foi escrito por Pero Vaz de
Caminha para o rei de Portugal com o objetivo de dar notícias sobre a terra
descoberta e descrever as suas características). Também temos a ocorrência
da Literatura de Catequese, que tinha o objetivo de catequizar os índios (o grande
nome desse período foi o padre José de Anchieta).

5.3- BARROCO E ARCADISMO

Contexto Histórico:

Contrarreforma

O Barroco foi o período literário brasileiro iniciado em 1580. Era a época da


Contrarreforma (reação da Igreja Católica contra a Reforma Protestante). Sendo
assim, o Barroco expressava o período de conflitos que as pessoas da época
viviam.

Características: período de oposições e de conflitos (fé x razão, corpo x alma,


pecado x virtude, vida x morte). A linguagem era mais complexa e difícil, com jogo
Página 16 de 21

de palavras, inversões, excesso de metáforas e de figuras de linguagem e


vocabulário complicado (características do cultismo, ou seja: obsessão pela
linguagem culta). Quanto às ideias, elas também eram mais elaboradas, mais
complexas e exigiam mais o raciocínio lógico (características do conceptismo).
Autores: Gregório de Matos (autor de vários poesias líricas e satíricas) e padre
Antônio Vieira (conhecido pelos seus sermões e pela sua habilidade como orador).

5.3.1- ARCADISMO

Contexto Histórico:

Iluminismo, Revolução Francesa

Como já vimos, a linguagem e as ideias do Barroco eram complexas e complicadas,


além das instabilidades das ideias opostas. O Arcadismo vai contra isso e busca o
equilíbrio e a simplicidade. Outras características: "fugere urbem" ou fuga da cidade
(a cidade é um ambiente ruim), preferência pela natureza (ambiente bucólico e
pastoril), "carpe diem" (aproveitar o tempo), predomínio da razão sobre a emoção.
Autores do período: Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da
Gama, Frei Santa Rita Durão.

O Brasil deixou de ser colônia de Portugal e alcançou a sua independência. Sendo


assim, a nossa literatura ganhou mais força e se consolidou. A partir de agora, se
torna cada vez mais comum estudarmos individualmente os autores e suas obras,
além, claro, das características gerais dos períodos literários. Vamos estudar, agora,
a Literatura Brasileira do século XIX.

5.4- ROMANTISMO E REALISMO


Página 17 de 21

Contexto Histórico: Independência do Brasil, Brasil Império, Abolição da


Escravatura, Proclamação da República.

O Romantismo foi o período literário que começou no início do século XIX e é


caracterizado pelo predomínio da emoção, dos sentimentos e da linguagem
subjetiva. Os escritores românticos eram mais sentimentais e emotivos. Essa época
é dividida em três períodos: Indianismo (primeira fase),Ultrarromantismo (segunda
fase) e Condoreirismo (terceira fase).

Indianismo: com a independência do Brasil, os autores desse período se


preocupavam em definir a nova identidade nacional. Sendo assim, o sentimento era
de patriotismo e de nacionalismo, valorizando tudo o que o Brasil tinha. A figura
central dessa valorização era o índio, símbolo nacional.

Ultrarromantismo: essa fase é caracterizada pelo pessimismo profundo, pela


depressão, pelo saudosismo, pelo individualismo e pelas frustrações. Os
ultrarromânticos (românticos exagerados), influenciados pelo poeta britânico George
Byron, se sentiam trises, entediados, depressivos e se interessavam por temas
ligados à morte e à noite. Essa geração de poetas ficou conhecida como "Mal do
Século" (por causa do pessimismo que eles expressavam).

Condoreirismo: os autores condoreiros se preocupavam mais com a questão social,


como a escravidão, a educação e a miséria. Os destaques desse período são:
Castro Alves, Fagundes Varela e Sousândrade.

5.4.1- REALISMO

Contexto Histórico: Século XIX


Página 18 de 21

O Romantismo é substituído pelo Realismo em 1881, com a publicação


de Memórias Póstumas de Brás Cubas (de Machado de Assis). Os autores do
período do Realismo eram contrários ao excesso de sentimentos e de emoções dos
românticos e procuravam enxergar o mundo de maneira realista, tal como ele
realmente era.

O foco dos autores realistas era a sociedade: eles criticavam o comportamento


social da época, criticando o clero, a burguesia e abordando questões familiares,
como o adultério. Em seus textos, os autores também faziam a análise psicológica
dos personagens, de modo a abordar as questões da maneira mais realista e
coerente possível.

O grande destaque do período foi Machado de Assis com a sua trilogia (Memórias
Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro).

5.5- NATURALISMO , PARNASIANISMO E SIMBOLISMO

O Naturalismo faz parte do Realismo (os dois movimentos ocorreram ao mesmo


tempo) e nada mais é do que um Realismo mais aprofundado (é um desdobramento
do Realismo), interpretando o mundo de um modo mais científico. O Naturalismo
trata o homem como uma espécie de objeto de estudo, que deve ser observado.
Pela experiência e pela observação (características científicas) é possível entender
a realidade. Sendo assim, os textos naturalistas priorizam a descrição e os detalhes
(reflexo da observação).

Principais autores desse período: Raul Pompeia (autor de O Ateneu) e Aluísio de


Azevedo (autor de O Cortiço e de O Mulato).

5.5.1- PARNASIANISMO
Página 19 de 21

O Parnasianismo foi um movimento literário que se desenvolveu junto com


o Realismo e com o Naturalismo , sendo que a diferença é que o Parnasianismo se
restringe à poesia.

A poesia parnasiana se preocupa com a sua aparência: o vocabulário é rebuscado e


a poesia é precisa e bem trabalhada, buscando-se sempre a forma perfeita (esse
conceito é chamado de "arte pela arte"m ou seja: o fazer poético é uma arte). Os
versos são regulares (gosto pelos sonetos, por exemplo) e a linguagem é objetiva e
descritiva. O grande nome desse período foi Olavo Bilac.

5.5.2- SIMBOLISMO

O Simbolismo foi um movimento de oposição ao Realismo, ao Naturalismo e


ao Parnasianismo. Os simbolistas eram contrários ao caráter científico e objetivista
desses movimentos. Sendo assim, o Simbolismo tinha as seguintes características:
subjetivismo, mergulho no "eu" (valorização dos sentimentos individuais e da
subconsciência), proximidade pelas questões filosóficas e existenciais, explicação
da realidade por meio de símbolos (metáforas, imagens), misticismo (cosmos e
questões espirituais).

A Literatura Brasileira do século XX foi transformada completamente com o


movimento modernista.

5.6- PRÉ-MODERNISMO E MODERNISMO

O Pré-Modernismo foi um período de transição entre o estilo literário conservador


(século XIX) e o estilo literário moderno (século XX). Portanto, nesse período há
uma mistura e uma oscilação entre esses dois estilos. Podemos destacar os
seguintes autores: Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Lima Barreto(autor
Página 20 de 21

de O Triste Fim de Policarpo Quaresma) e Monteiro Lobato (autor de O Sítio do


Pica-Pau Amarelo).

5.6.1- MODERNISMO

O Modernismo foi um movimento literário iniciado em 1922 com a Semana de Arte


Moderna. Esse movimento é dividido em três períodos (conhecidos por "gerações"
ou "fases").

1ª Geração (1922 - 1930): a primeira fase do Modernismo é caracterizada pela


linguagem coloquial e livre (poesia sem rimas nem métrica, totalmente livre e
despreocupada com a gramática), com temas inspirados no cotidiano das pessoas.
Os principais autores desse período foram: Mário de Andrade, Oswald de Andrade e
Manuel Bandeira.

2ª Geração (1930 - 1945): o destaque dessa geração foi a prosa regionalista, que
acaba retomando as características do Realismo (descrever o mundo tal como ele é,
de modo objetivo e coerente). A linguagem usada nos livros possui as
características de suas regiões, sendo retratada do modo como ela é falada.

Principais autores na prosa: Graciliano Ramos (autor de Vidas Secas), Jorge Amado
(autor de Capitães de Areia), Rachel de Queiroz (autora de O Quinze) e José Lins
do Rego (autor de Fogo Morto).

Principais autores na poesia: Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e


Vinícius de Moraes.

3º Geração (1945 - 1960): os nomes que se destacaram nesse período foram:


Clarice Lispector (autora de Laços de Família), Guimarães Rosa (autor de Grande
Página 21 de 21

Sertão Veredas), João Cabral de Melo Neto (autor de Morte e Vida Severina),
Nelson Rodrigues (no teatro). Essa fase também é conhecida como "pós-
modernismo" ou "Geração de 45". Os romances são urbanos, regionalistas e
intimistas.

REFERÊNCIAS

História da literatura brasileira. Disponivél em>

http://portugues.uol.com.br/literatura/uma-breve-historia-literatura-brasileira.html .
Acesso em 15/06/2016.

SOUZA, Roberto Acízelo. "Perspectiva Científica". In: SOUZA, Roberto Acízelo. Formação da
teoria da literatura. Niterói: Editora Universitária, 1987. p. 56-124.

Você também pode gostar