Você está na página 1de 5

EPLN

Disciplina: Teoria da literatura


4°ANO
Ano lectivo: 2020/22
1ª Prova parcelar
Período: pós-laboral
Nome: Gabriel Mateus Curissuta

ESTUDOS LITERÁRIOS NO SÉCULO XIX E XX: as suas


insuficiências
Sabemos que a literatura é um campo que produz um conjunto de saberes, (Carmo
Neto, 2016). No entanto, a literatura é o meio que homem encontrou para comunicar-se
consigo mesmo, alimentando a sua intelectualidade, parafraseando o dito de grande
f6ósofo francês Jean Paul Sartre, " O homem que escreve tem a consciência de revelar
as coisas, os acontecimento, de construir o meio através do qual os factos se manifestam
e adquirem significado. Ao escrever, o escritor transfere para a obra uma certa
realidade".

A teoria da literatura é um fundamento epistemológico e metodológico das disciplinas


do campo dos estudos literários, por que toda a leitura e todo ensino da literatura são
implícitos ou explicitamente teoréticos, pois propõem, pressupõem conceitos do que é
literatura do é texto literário e do que é linguagem. Isso remete-nos na seguinte ideia de
que a teoria da literatura é um com conjunto de normas ou princípio que vão nos
permitir observar os factos literários.

A prática dos téoricos da crítica estruturalista contemplavam para a obra com um


pensamento estruturalista, ou seja normativo. A maneira de analisar o texto, sendo
assim, tinham um forma genérica de concepções analíticas, isso quer dizer que os
mesmos estudiosos servir-se-iam de elementos que se enquadram fora do texto “extra-
textuais” para que se possa entender a semántica, que está ligada numa determinada
obra”texto”. Pois, as datas, biografia, a bibliografia, os contextos histórico, sociais e
políticos e religiosos seriam peças sine-qua-non no processor de descoberta dos
segredos que constam numa produção dos textos literários.

De um modo geral, esta é a forma como se fazia, os estudos literá rios nos séculos
acima expostos. Posso, entã o, começar a minha abordagem com a seguinte
pergunta: por que a literatura feita antes do século xx era tida como insuficiente? O
primeiro estudo que se fazia em volta da literatura era de cará cter, histó rico, que
procurava estudar os textos através das questõ es «exteriores», acreditando-se que
o texto era/ é resultado da experiência do escritor e outrossim do contexto social,
da vida e da bibliografia do autor, estavam na base do surgimento de uma dada
obra.

A Elisabete Rallo, concorda em parte com essa perspectiva de estudo da literatura, o


dito estruturalismo, acrescentando o seguinte:
“ Em relação à crítica externa, à obra e seus pressupostos, é preciso para
compreender a obra, nada é desprezível sendo indispensável uma infinidade
de conhecimentos biográficos, bibliográficos”.

Era uma crítica que estava mergulhada ou, predominava-se em histó ria da
literatura, ciência da literatura e crítica literá ria. Pois, assim, esta forma de se fazer
estudo as obra, (aná lise), suscitava dú vidas desde de logo deixava algumas lacunas,
que alguns teó ricos chamam-nas de insuficiências, devido desta forma de se
estudar, a literatura, por que nã o se chegava ao analisar o texto propriamente dito,
enquanto objecto de estudo, dos estudos literá rio.

Isso, mostra-nos que os elementos extras-textuais, também têm uma relevância, no


processo de desvendarização de um texto, para se compreender aquilo que a obra nos
diz.

Discordando em parte Corti, (1971), apud por Rallo, que diz, esse conhecimento não
coincidir com o conhecimento interno da obra em certo sentido, o ultrapassam e, em
outro não atingem a consciência crítica. O que interessa ao crítico é a consciência do
autor, quer dizer que, nós ao lermos a obra, não podemos nos preocupar com o que o
autor disse, mas sim o que ele queria dizer com essa ou aquela expressão. Em momento
algum esses elementos aqui expostos nos vão trazer a ideia que o autor pretendia falar,
ou o próprio conteúdo que a obra espelha, se é para analisar um texto com esses dados
que estão ligados com o autor nós vamos analisar a obra no seu ponto de vista externo, a
nossa análise nos aparecerá vácuo por que não teremos uma conclusão e nem saberemos
contextualizá-la.

Todavia, a Téoria da Literatura sendo elemnetos , que vinha dar respostas as


insuficiências que os estudos literário no século XIX, deixara apresenta um novo
modelo de pensamentos a partir dos estudos do século XX, por conseguinte o século
que marca o surgimento da Teoria da Literatura, e os estudioso desta nova crítica
começaram a definir o texto literário como um “tecido plurissignificativo”, isso é,
graças à nova teoria da desconstrução, apresentada e proposta pelo pôs-
estruturalista(mo), a obra literária solta o texto para uma situação de vários sentidos. E,
o surgimento de uma abordagem mais coesa e aberta em relação à diversidade de
métodos, apresentando a inexistência de pressupostos gerais para os textos na sua
individualidade, resultado da descontrução de um facto social e objectivamente
concebida.

Para os pôs-estruturalistas(mos), há independência e relação de superioridade os


estruturalistas entendem que não se pode disjungir a relação há entre significante e
significado. Este facto não acontece com os pós-estruturalistas para esses, estes
elementos são separáveis.

Em conformidade com Quino (2016: 23), segundo ele

"para o pôs-estruturalismo, num texto temos de excluir rigorosamente


todos os elementos extra-textuais. Isto significa não apenas o
abandono da procura de qualquer realidade exterior apresentada
pelo texto, mas também deixar de encarar o texto como a
expressão do pensamento de um autor extra-textual."

Portanto, ao desvendarmos um texto nós vamos acabar de descobrir alguns elementos


escondidos neste elemento, ela não vai ser meramente uma disciplina teórica mas
também poderá ser uma disciplina prática na medida em que nós vamos estudar para
analisarmos este mistério da obra literária, todo esse aparato começou no século xx.

A teoria da literatura, incidir no texto, abandonando a forma de como era analisada as


obras, (contexto da obra, biografia, histórico-literário entre outros). Traz consigo uma
outra maneira de se desvendar a obra, de modo imanente da literatura, isso quer dizer
que não vai além, acabando em privilegiar na obra a matéria verbal, a linguagem
também passa a ser preponderante. Desta feita, a teoria da literatura, não precisa do
contexto do autor para compreender a obra, por que a obra em si traz um contexto.
Segundo Carlos Ceia, aflora-nos que, os estruturalistas ao apresentarem essa
possibilidade não descuram, de elementos externos ao texto para interpretação da obra.

Para dizer que também são necessários para que se compreenda a obra no seu todo, por
isso, Ceia é categórico em afirmar que os estruturalistas para além de se desvendar a
obra a partir de elementos "externos" os "internos também usa-se para
compreendibilidade de vários elementos que constam dentro de uma dada obra.

Segundo, Wolfgang Kayser (1976), ultimamente, para além desta certeza, assentou-se
neste princípio: cada obra de arte é um todo completo e só pode ser entendida através da
sua própria essência. O conhecimento de um autor não pode oferecer auxílio algum para
a interpretação adequada da obra. Como já disse, o ideal seria escrever uma história da
literatura sem nomes. Constituem-se, evidentemente, uma reação contra a tendência do
século XIX para considerar as obras de arte “historicamente”, isto é, tratando-as como
documentos, como expressão de “qualquer coisa diferente”, destacando-se como uma
das mais importantes a categoria da individualidade do artista criador. Para todo o
trabalho histórico-literário é da maior importância saber-se qual o ano do aparecimento
ou da elaboração de uma obra literária. Interpretações estilísticas, da essência espiritual
e relativas à biografia dependem essencialmente da determinação exacta das datas.

Para nós, ficam como insuficiências, sobre os estudos da Teoria da Literatura no


século XX, a incompreensão que há entre os estudiosos em definir a TL, por que ainda
não é vista como Ciência, o seu objecto de estudo continua ser uma discussão entre os
teóricos. E dentro do pacote da TL ou a chamada nova crítica dando uma autonomia a
obra (texto), propõe-se uma leitura imanente ao texto, porque a obra encontra-se em si
mesma o seu ponto de partida para a análise e crítica literárias, a partir do sentido do
texto, deixando de lado, à partida, o contexto histórico, biográfico ou externo a ele.
Logo, encontramos o testemunho do próprio autor na obra, não fora dela, embora
nalgumas circunstâncias algumas informações externas contribuam, o que não significa
que devemos manter a nossa atenção neste aspecto.
Todavia, como foi exposto anteriormente nas páginas que antecederam essa, viu-se que
a teoria da literatura aparece no século xx para mostrar (procrastinar), a maneira como
eram feitos os estudos, deixando a maneira como era analisadas as obras literárias,
através de um estudo histórico, baseando-se em analisar obras no seu ponto de vista
exterior, quer dizer que a história do autor, a situação social, a bibliografia do escritor e
o momento em que se publicou a obra já era suficiente para análise da obra, porque esta
atitude estava ligada a uma crítica impressionista, olhando assim nos aspectos
subjectivos que a obra desperta ao crítico-leitor, pois diz-se que este tipo de análise são
marcas das insuficiências que estiveram patente nos estudos passados.

Neste, preâmbulo TL, aparece no século xx para explicar essas lacunas


(insuficiências), segundo a qual a boa forma de se desvendar uma dada obra é/era lê-la.
Uma vez que os estudos literários, no passado, tinham um carácter filológico,
preocupava em analisar obras por intermédio dos textos antigos, pois, concordando com
Ceia, quando afirma que na maior parte das causas, a bibliografia de um escritor é parte
menos relevante para conhecimento da sua obra. São instigados a fazer trabalhos sobre a
vida e obra de um autor e com isso fica completo o estudo.

Logo, entre essas orientações encontramos em comum o mesmo empenho em


reconhecer os estudos da literatura segundo orientação que explicitamente se opunha à
do século XIX, o que se pretende então é investigar não as causas exteriores
supostamente determinantes do texto literário, mas o próprio texto, entendendo como
um arranjo especial de linguagem cujas articulações e organizações podem ser
descritas e explicadas na sua imanência, isto é, segundo sua coerência interna e não
segundo referentes situados fora do texto, na subjectividade do escritor ou na
objectividade de factos e das relações sociais, até aqui, pensamos que a perspectiva
estruturalista, ao propor um modelo universal de análise, é afastado do campo da nova
crítica, pois essa orienta que qualquer postulado univesal para que se aborda o texto.
Procarstinou-se a ideia estruturalista e passou-se pela nova critica que a designamos de
pós-estruturalistas, que foi deixando às suas marcas no marco dos estudos literários,
tanto como no campo da Teoria Literária a nós coube-nos a ideia de aferir o que ambos
estudos também apresentam suas insuficiências como foram espostos anteriormente.

REFERNCIAS BIBILIOGRAFICAS

Ceia, C. (13 de 11 de 1995). Textualidade Uma Introdução. Textualidade Uma


Introdução , 1-5. Editorial Presença, 1ª edição, Lisboa.

Kayser, W. (1976). Análise e Interpretação da Obra Literaria. In W. Kayser, Análise e


Interpretação da Obra Literaria. Coimbra: sucessor coimbra.

Luanda, L. (2013). III Conferencia de iteratura Angolana. In L. Luanda, A capaidade e


incapacidade jurídica (pp. 3-4-5). Luanda: Acácias.

Rallo, É. R. (2005). Métodos de Crítica Literaria. In É. R. Rallo, Métodos de Crítica


Literaria (p. 23). São Paulo: Martins Fontes.
Sousa, R. A. (2007). Teoria da Literatura. In R. A. Sousa, Teoria da Literatura (p. 35).
São Paulo: Átira.

Você também pode gostar