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Índice

Introdução...............................................................................................................................................3

Resumo...................................................................................................................................................4

História e surgimento da literatura..........................................................................................................5

Conceito de literatura..............................................................................................................................5

Antiguidade.............................................................................................................................................6

Actualidade.............................................................................................................................................9

As características..................................................................................................................................11

O papel da literatura na sociedade........................................................................................................12

Conclusão..............................................................................................................................................16
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Introdução

O presente trabalho visa abordar a história e surgimento da literatura, onde a palavra “literatura”,
passaram-se séculos, pois esse termo só aparece escrito pela primeira vez em português no ano de
1510. De tal maneira nesse campo da linguagem, a literatura é o resultado de um trabalho particular
feito com a palavra, de tal modo que encontramos nela (na literatura) um modo específico de func-
ionamento do discurso que só pode ser bem compreendido por estudiosos da linguagem, por
pesquisadores das ciências humanas, por filósofos, mas principalmente por aqueles que se dedicam à
pesquisa específica do fato literário. Entende-se que o carácter formativo da literatura está centrado
na necessidade de potencializar a formação de quem usufrui dos seus materiais e conteúdo, valendo-
se da compreensão de que ela pode guiar o indivíduo no caminho de leitura e compreensão do
mundo, manifestações de pensamentos e criação de novos sentidos para diversas situações da vida.

É importante fazer um atento de que, O que parece permanecer intocado é a força da palavra como
forma de simbolizar o mundo e o lugar das pessoas no mundo. Assim sendo, compreende-se que
mesmo a literatura passando por diversas significações e assumindo papéis distintos em determinados
contextos históricos algo continua prevalecendo, que é a função da literatura, incorporada na palavra
de servir de referência para ilustrar o mundo e a posição dos indivíduos que nele vive. Dai que o
trabalho tem os seguintes objectivos:

Objectivo geral:

 Conhecer o surgimento da literatura e o seu momento histórico;

Objectivos específicos:

 Descrever os momentos históricos da literatura seja antiga e actual;


 Identificar a o papel da literatura em duas épocas;
 Abordar as características da literatura em duas fazes.

A metodologia usada nesse trabalho foi a revista bibliográfica seguindo das metodologias que regem
nesta faculdade e o trabalho está organizado em três fazes seguintes a parte dos elementos textuais
(introdução índice e o resumo), desenvolvimento onde aparece a abordagem e conclusão.
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Resumo

O objectivo deste trabalho é estudar a história e surgimento da literatura O surgimento da palavra


“literatura”, passaram-se quatro séculos, pois esse termo só aparece escrito pela primeira vez em
português no ano de 1510. É desse ano, o primeiro registo de um olhar estrangeiro sobre a terra
brasileira. Escrita em Língua Portuguesa, a Carta ao Rei de Portugal, foi enviada pelo escrivão Pero
Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel. Ela pode ser considerada a primeira crónica escrita no Brasil.

No século XIX, as crónicas começaram a ocupar as páginas dos jornais impressos e se constituíram
um género narrativo com características estéticas e estilísticas, praticada pelos escritores-jornalistas.
A partir do início do século XX, passou a ser considerada um artifício de linguagem. Todavia,
podemos talvez dizer que o poema é produzido a partir de selecções e de combinações de palavras, de
um modo diferente do que se usa quotidianamente, na comunicação entre as pessoas. A partir dessas
selecções e combinações, buscam-se imagens, e ritmos, para fazer referências a sentimentos sociais e
humanos. O rebuscamento, o ornamento, as dobras, os efeitos cénicos grandiosos, o volume, as
reentrâncias, as linhas ondulantes. Na linguagem literária, essas características também se fazem
presentes.
É claro que, quando se trata da literatura, o que entendemos por rebuscamento, por exemplo, muda
com relação à pintura, à escultura e à arquitectura. A ascensão da burguesia e sobre a revolução
francesa. Com relação a esta última, vale destacar o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Das
três palavras que compõem esse lema, os artistas românticos talvez tenham colocado mais ênfase em
uma delas: Liberdade. Eles queriam para si a liberdade de criação individual, sem seguir nenhum
modelo anterior, especialmente os modelos neoclássicos, já esgotados há algum tempo. O modelo
que eles queriam privilegiar era o de sua própria imaginação, de seus sonhos, de suas fantasias. Da
que os leitores passaram a não só ler livros, mas sim a colocá-los no rol dos bens materiais de
consumo, buscando agora não mais uma leitura pautada em um conhecimento mais aprofundado, mas
em um objecto utilitarista, em que se escolhe determinada obra pelo seu nível de popularidade ou
fama.
Palavras-Chave: literatura, história, e surgimento.
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História e surgimento da literatura

Conceito de literatura

Podemos dizer que a teoria da literatura é o conjunto de princípios gerais e sistemáticos que visam à
compreensão e explicação técnica da literatura. Nesse campo da linguagem, a literatura é o resultado
de um trabalho particular feito com a palavra, de tal modo que encontramos nela (na literatura) um
modo específico de funcionamento do discurso que só pode ser bem compreendido por estudiosos da
linguagem, por pesquisadores das ciências humanas, por filósofos, mas principalmente por aqueles
que se dedicam à pesquisa específica do fato literário.

A explicação dada mostra a literatura como um objecto que o autor entrega ao público e que, uma vez
oferecido, torna-se independente do seu criador e sustenta a sua materialidade de letra, de frase, de
parágrafo, de capítulo. Em outras palavras, sustenta a sua realidade de obra acabada cujos
constituintes têm a capacidade de produzir os mais diversos sentidos através das muitas leituras por
que vai passar. Essa multiplicidade de sentidos que a obra vai receber ao longo de suas leituras
decorre dos pontos de vista que orientam o trabalho do leitor, e esses pontos de vista resultam da
consideração de que aquele texto pertence a um campo estético e, portanto, os juízos, isto é, as
interpretações dadas, os sentidos a ele atribuídos são relativos a esse campo. Portanto,

Segundo Becker (2013): Literatura é uma manifestação artística cultural e social; Texto ficcional
Ênfase na forma (função poética); Uso de recursos estilísticos (figuras de linguagem),
Emocionar/sensibilizar.

Borges (2010) salienta que: Literatura é uma forma de expressão artística da


sociedade possuidora de historicidade e como fonte documental para a
produção do conhecimento histórico. Apontam-se ainda algumas questões
voltadas para a construção de uma metodologia de abordagem desse tipo
específico de documento na pesquisa histórica.

De acordo com Eagleton (2001) afirma que: até o século XVIII, a palavra
literatura era entendida como o conhecimento das técnicas de escrever e de ler,
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como a cultura do homem que sabia ler e escrever. A partir desse período, a
palavra literatura passou a significar: o conjunto da produção escrita de uma
época; o conjunto da produção escrita de um país; o conjunto de obras escritas
com um objectivo comum: literatura infantil, literatura juvenil, literatura
infanto-juvenil, literatura feminina, literatura popular, literatura policial,
literatura de massa, etc.
Dai que a autora elucida que portanto, a literatura passou também a significar uma maneira
especial de trabalhar criativamente a língua escrita. É claro que essa posição parece colocar em
segundo plano toda uma tradição de literatura oral que está viva até os dias de hoje e que, pelo menos
até o século XIV, era o meio mais importante de difusão das obras literárias.
Literatura seria, então, o uso de certas possibilidades da linguagem escrita que se baseiam na
expressão artística e criativa; literatura seria, nesse caso, uma expressão cultural que aposta na
criatividade da língua escrita e em sua capacidade de fazer com que as palavras falem de modo não
habitual.

História da literatura em diferentes épocas (da antiga a actual)

Antiguidade

Foi na Grécia antiga que se começou a falar publicamente e produzir literatura, com a actuação de
grandes autores gregos como: Homero, Sófocles e Píndaro. Começando bem antes de Cristo, e para
efeitos culturais confundindo-se com a origem de tudo, é na Grécia antiga que se costuma localizar as
primeiras reflexões mais sistemáticas sobre aquilo que ainda hoje chamamos literatura. Aqui é
importante destacar que postula que por todo o mundo, entre todos os povos, o uso da linguagem
literária era feito, porém, considera-se o início do conceito de literatura na Grécia antiga por esta ser
uma grande potência política e filosófica na história.

Mas fique claro que o mundo não era só a Grécia. E nem foi monopólio dos
gregos o dar sentido à vida através da linguagem literária. Muitos outros povos
a dizer a verdade talvez todos – entrelaçaram seu fazer diário à música, à
dança, à poesia. (Lajolo: 2018).
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A Literatura grega não estava limitada às obras literárias e seus efeitos na vida dos gregos, mas era
directamente ligada à vida colectiva e pública da Grécia. Então, para os antigos gregos a literatura
não se delimitava apenas a apreciação dos leitores, mas era vista como forma de festividade, que
actuava de maneira colectiva na vida dos gregos.
O surgimento da palavra “literatura”, passaram-se quatro séculos, pois esse termo só aparece escrito
pela primeira vez em português no ano de 1510.
É desse ano, o primeiro registo de um olhar estrangeiro sobre a terra brasileira. Escrita em Língua
Portuguesa, a Carta ao Rei de Portugal, foi enviada pelo escrivão Pero Vaz de Caminha ao rei Dom
Manuel. Ela pode ser considerada a primeira crónica escrita no Brasil. A palavra crónica vem da
palavra grega Kronos, que significa tempo. Na sua origem, ela estabelece uma relação com um relato
histórico. Por esta razão se pode dizer que a carta de Pero Vaz de Caminha pode ser considerada o
marco inicial da crónica, de acordo com pesquisadores da literatura. No século XX e XXI a crónica
continua sendo praticada é um texto com enorme possibilidade temática e linguística.
A autora ilustra que a crónica literária é hoje uma narrativa que se prende a fatos do quotidiano, ou
faz reflexões ou críticas à realidade quotidiana, muitas vezes de modo humorístico ou irónico, às
vezes poético.
A crónica também pode ser lírica, explorar aspectos sentimentais ou as belezas da vida quotidiana.
Pode ainda ser política, cultural e ideológica, servindo para mostrar o que o cronista quer ou não para
seu país. Quando discutirmos o século XXI, você vai conhecer outros exemplos de crónicas. Nessa
Carta, temos o olhar do estrangeiro sobre uma realidade a qual não estava habituado. O cronista
português usava seu padrão de linguagem e escrevia sobre uma realidade que lhe era estranha. Os
elementos locais (pessoas, paisagens, animais, gestos, intenções etc.) eram entendidos segundo as
perspectivas e os interesses dos europeus recém-chegados.
No século XIX, as crónicas começaram a ocupar as páginas dos jornais impressos e se constituíram
um género narrativo com características estéticas e estilísticas, praticada pelos escritores-jornalistas
Considerando nossa realidade do século XXI, já existem muitos séculos de sua presença em nossa
cultura, e, de tanto ouvirmos falar dele no dia-a-dia, não o associamos de imediato à letra, que é o
nome com que chamamos cada um dos caracteres do nosso alfabeto e que está intimamente ligado ao
termo literatura.
No século XVI, outros tipos de texto também foram produzidos. Por exemplo, temos as primeiras
manifestações teatrais e poéticas, tais como o Auto Representado na Festa de São Lourenço, do Padre
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José de Anchieta, que também escrevia poemas. Trata-se de um momento cultural importante para a
literatura, para a pintura, para a escultura, para a arquitectura e para a música. A primeira afirmação
que se pode fazer é que a arte barroca é bastante visual. Na segunda metade do século XIX, foi
também utilizada como arma de crítica social e de recriação das relações pessoais, da visão de mundo
e de sociedade. Mas, durante boa parte do século XIX, os românticos a trataram também como uma
manifestação da subjectividade e da fantasia íntima. No século XVIII, era vista ainda como um modo
de aperfeiçoar a sensibilidade e de desenvolver o conhecimento.

A partir do início do século XX, passou a ser considerada um artifício de linguagem. Todavia,
podemos talvez dizer que o poema é produzido a partir de selecções e de combinações de palavras, de
um modo diferente do que se usa quotidianamente, na comunicação entre as pessoas. A partir dessas
selecções e combinações, buscam-se imagens, e ritmos, para fazer referências a sentimentos sociais e
humanos. Até início do século XX, poema era a obra literária realizada em versos, com ritmo, rimas e
número constante de sílabas por verso.
Sob ponto de vista da autora poderiam dizer que a literatura é uma escrita criativa, imaginativa, não
comprometida com a veracidade empírica dos seus ditos e cujo objectivo é ser um texto com valor
estético próprio.
Mas falar assim da literatura é simples. O fato é que por mais que tentemos ser claros e definitivos na
conceituação, haverá sempre a possibilidade de nossa ideia ser questionada em algum aspecto,
porque, ao longo da história, os textos literários foram recebendo tratamento diferente, ou seja, foram
sendo compreendidos de acordo com o momento cultural da comunidade que os produzia. Assim é
que Platão via Homero como um grande poeta, mas não lhe reservava nenhum lugar na República,
pois considerava a poesia imitativa como a escrita do falso, corruptora dos bons costumes, já que seu
carácter criativo e imitativo a afastava da verdade. Os sermões do Pe António Vieira foram escritos
para cristianizar, conscientizar os ouvintes sobre os valores éticos do Evangelho. Não foram escritos
para fruição dos ouvintes enquanto eram proferidos no púlpito das igrejas, ou deleite dos futuros
leitores, e, no entanto, estão incluídos nas páginas da literatura brasileira. Portanto, falar sobre o
conceito ou a natureza da literatura exige que se faça uma reflexão mais aprofundada do que
simplesmente considerar a visão que se teve em uma determinada época ou algum aspecto que se tem
ainda hoje sobre esse fenómeno da cultura. É importante fazer um adendo de que, segundo Lajolo
(1984), “O que parece permanecer intocado é a força da palavra como forma de simbolizar o mundo
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e o lugar das pessoas no mundo. Assim sendo, compreende-se que mesmo a literatura passando por
diversas significações e assumindo papéis distintos em determinados contextos históricos algo
continua prevalecendo, que é a função da literatura, incorporada na palavra de servir de referência
para ilustrar o mundo e a posição dos indivíduos que nele vive. Na Idade Média, a literatura era
representada nas novelas de cavalaria e canções de trovadores, como aponta Lajolo. Na Idade Média
musical e aventureira que se destaca das canções trovadorescas e das novelas de cavalaria, quase não
sobra espaço para os oprimidos, para a escravidão dos mosteiros e conventos, para o autoritarismo da
Igreja Católica.

Actualidade

De acordo com (MENEZES:2023) Tanto as civilizações clássicas da Grécia e Roma,


quanto a medieval, são períodos em que a sociedade organizou-se segundo padrões
muito rígidos: nobres de um lado, plebeus de outro; senhores de terra de um lado (do
mesmo que os nobres), servos de gleba de outro; diferenças sociais rígidas, gente
separada de gente, homens com poder de vida e de morte sobre outros homens e
mulheres.

Na sequência, segundo Lajolo (1984), a literatura passou por uma grande transformação histórica a
partir do Romantismo.
Sob muitos aspectos, a literatura romântica foi uma festa, em que lágrimas e sorrisos borbulhavam do
coração de leitores – muitos e muitos leitores e leitoras – comovidos com o que liam. Aos olhos de
hoje, esta concepção e esta prática romântica de literatura parecem ter-se fundado na emoção,
fantasia, imaginação, sentimento. E acima de tudo na liberdade.
Esta definição e exercício da literatura como algo que atinge intimamente os leitores, de maneira a
transcender as barreiras do imaginário versus o real, perdura até os dias actuais. Passou-se a acreditar
que na maioria das vezes todas as obras literárias, bem como os autores, possuem em sua essência
humana um resquício de romantismo. Além disso, a literatura romântica se apresentou como
actividade da liberdade, configurando esse espaço ao escritor literário para produzir suas obras, o que
se deu a partir do século XIX.
Nesses termos, percebe-se que a literatura começou a tornar-se democrática, de modo a inserir todos
os públicos em um processo de cidadania, já que antigamente só contemplavam as obras literárias
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quem as autoridades medievais permitiam e, portanto, a ideia de cidadania era restrita apenas a
nobreza e ao clero da Igreja Católica. Para mais, a literatura romântica ao democratizar as obras
literárias permitiu que as pessoas pudessem apreciá-las, desfrutando das emoções causadas por elas,
além de causar-lhes uma sensação de liberdade.
É importante ter em mente alguns acontecimentos mundiais, para entender o contexto histórico que
antecedeu esse movimento literário. A ascensão da burguesia e sobre a revolução francesa. Com
relação a esta última, vale destacar o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Das três palavras
que compõem esse lema, os artistas românticos talvez tenham colocado mais ênfase em uma delas:
Liberdade. Eles queriam para si a liberdade de criação individual, sem seguir nenhum modelo
anterior, especialmente os modelos neoclássicos, já esgotados há algum tempo. O modelo que eles
queriam privilegiar era o de sua própria imaginação, de seus sonhos, de suas fantasias.

Dessa forma, todo artista romântico acabou por se voltar para si mesmo, num processo muito forte de
egocentrismo, da valorização exagerada do eu individual. Os românticos faziam uma literatura
intimista e, muitas vezes, idealizadora de um mundo perfeito que, pretensamente, existia dentro de si.
Por estas idealizações, o romântico vai fatalmente entrar em conflito com a realidade, sempre
problemática, que o cerca. Daí encontrarmos poemas em que predomina o pessimismo, a melancolia,
o tédio, a desilusão, a morte. Outros superam essa falta de esperança, criando uma realidade
idealizada e feliz. No período romântico surgiram as primeiras narrativas, os primeiros romances.
Mas eles não eram publicados em livros em um primeiro momento. Os primeiros romancistas
escreviam suas histórias em capítulos e publicavam nos jornais. Eram os folhetins. Isto significava
que os autores para conseguirem leitores tinham que escrever com um estilo que trouxesse muita
acção, utilizando-se muito de suspende e de história de amor. O leitor tinha que manter o interesse
para saber o que aconteceria no próximo capítulo, para que comprasse a edição seguinte.
Os escritores românticos trouxeram à tona os valores da sociedade burguesa, seja contra, seja a favor.
Como já afirmado acima, valores como pátria, família e religião tiveram grande importância dentro
da estética da primeira metade do século XIX. O romance, enquanto género literário, refere-se aos
textos narrativos desenvolvidos principalmente a partir do século XIX nas principais cidades
europeias, influenciado pela ascensão da Burguesia e início da imprensa. Descendente da epopeia, ou
poemas sobre as acções heróicas, teria como precursor a obra Dom Quixote de la Mancha, de Miguel
de Cervantes, publicada no início do século XVII. Embora muitos teóricos tenham se dedicado ao
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tema, não há um consenso sobre como definir o que é o romance. Isso acontece porque nem a
extensão nem o modo como a trama é articulada são suficientes para agrupar textos tão variados
produzidos nos últimos séculos sob uma mesma denominação. Além disso, discutem-se também
quais as perspectivas do romance na contemporaneidade. Apesar de seu fim já ter sido decretado
inúmeras vezes desde seu surgimento, ele ainda sobrevive, mesmo em face de uma sociedade virtual.

As telenovelas da actualidade seguem o mesmo procedimento dos romances do século XIX, isto é,
tentam manter o interesse do espectador ao terminar os capítulos sem que ele saiba o desfecho de
cada situação. Ao se ocuparem da pátria, os escritores românticos escreveram algumas narrativas que
foram classificadas como literatura nacionalista. Através delas, eles ressaltavam as belezas da
natureza, as diferenças e especificidades regionais e valorizavam o passado histórico da pátria.
Posterior à literatura realista dá-se palco à literatura parnasiana, brevemente destacada e
compreendida como uma fase da literatura escrita com um sentido artesanal e mais natural das coisas.
Assim, enfatiza a autora: “A preocupação com o fazer, os garimpos da linguagem em que os
parnasianos tanto se esmeram não é assumida abertamente” (p. 86). Portanto, a literatura parnasiana
muito se restringe ao sentido quase sensorial da obra literária, como se o leitor pudesse ter a sensação
de adentrar no cenário do que a obra discorria por meio de uma linguagem densa.
A partir do século XIX, a literatura passou a ser vista pelo público como possibilidade de: “[...]
instauração de uma realidade apreensível apenas na medida em que permite o encontro de escritor e
leitor sem que, entre ambos, haja qualquer acordo prévio quanto a valores, representações, etc.
(excepto, é claro, o acordo prévio inerente a qualquer situação de linguagem, o que já não é pouco).
Nesse sentido, a literatura ganhou mais importância por ser vista como algo próximo da realidade das
pessoas, mediante a ligação entre autor e receptor/leitor, essa que ocorre por meio da obra literária.
As características

O rebuscamento, o ornamento, as dobras, os efeitos cénicos grandiosos, o volume, as reentrâncias, as


linhas ondulantes. Na linguagem literária, essas características também se fazem presentes. É claro
que, quando se trata da literatura, o que entendemos por rebuscamento, por exemplo, muda com
relação à pintura, à escultura e à arquitectura.

Os sermões, É o discurso que ainda hoje alguns religiosos, em seus cultos, utilizam para convencer e
conquistar os fiéis. No século XVII, o Padre António Vieira escrevia seus sermões antes de lê-los.
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Era um artista da palavra escrita e falada. Padre António Vieira, como era comum, utiliza-se de
passagens da Bíblia para ilustrar suas falas. É importante lembrar que naquele tempo a Bíblia católica
utilizada era a versão latina por ser considerada uma língua nobre e, por determinação do Vaticano,
nas missas e sermões também era empregada essa língua. Se por um lado parte do público conhecia
bem esses termos, a outra parte menos letrada não dominava estas expressões. No entanto, isso não
era uma barreira visto que o Padre Vieira articulava as expressões de modo a permitir que elas fossem
compreendidas através do contexto. De forma geral, podemos sintetizar dizendo que as citações
serviam mais como um recurso de retórica, para legitimar o discurso.

O papel da literatura na sociedade

A literatura tem um papel bastante importante, pós contribui para ampliar a compreensão da realidade
e a cognição. Num contexto em que em nossa atenção é disputada por diferentes telas e precisamos
lidar com notícias falsas constantemente se mostra fundamental ter essas habilidades desenvolvidas.

Além de ser possível organizar a literatura em fases e períodos em sua relação com a história é
possível considerá-la como um conhecimento responsável por organizar e dar forma aos
pensamentos, desejos e emoções dos homens.

Segundo Cândido (2011) indica a importância do papel formativo da literatura na


sociedade uma vez que o ser humano, à medida que consegue organizar a sua
fabulação, torna-se mais humanizado. Assim, entende-se a relação da literatura com o
ser humano, enfatizando o acto da fabulação, a partir do que Cândido (2011) escreve:
Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de
entrar em contacto com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas
as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns
momentos de entrega ao universo fabulado (p. 176).
O homem se distingue do animal graças à capacidade de “pensar que está pensando”. Isso o faz um
ser sensível. A dor que ele sente é forte não porque sente dor, mas porque sabe que está sentindo dor.
O prazer que ele sente é intenso não porque sente prazer, mas porque sabe que está tendo prazer. O
homem é, portanto, um ser inteligente, criativo e sensível graças à capacidade de “pensar que está
pensando”. E o instrumental que lhe permite isso é a linguagem. Uma das manifestações da
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linguagem é a língua escrita. Ao escrever, o ser humano se insere na matéria, imortalizando o seu
pensar e o seu sentir. Escrever é, nesse sentido, um ato de imortalidade, dado que o indivíduo é hoje o
que foi ontem, e será amanhã o que é hoje. Ao escrever o seu hoje, que amanhã será passado, ele
continuará presente. No entanto, a literatura, por mais difícil que seja aceitar, não se limita à escrita.
As manifestações orais advindas da tradição também fazem parte desse “processo cultural”, dessa
organicidade da qual a literatura é parte. Mesmo assim, o privilégio da escrita – da literatura
entendida como essa manifestação da linguagem por meio do código escrito – faz parte do conjunto
de valores ideológicos que perpassam e integram nossa formação individual e colectiva. Nessa
perspectiva, talvez o elemento mais comumente aplicado para se entender o conceito de literatura
esteja calcado na noção de “literariedade”, ou seja, a literatura, segundo Terry Eagleton, não é a
escrita “imaginativa” nem tampouco se limita à distinção entre “fato” e “ficção”, mas talvez seja
“porque emprega a linguagem de forma peculiar. Essa definição de literário foi apresentada pelos
formalistas russos, conforme esclarece Eagleton.
Podemos dizer que a literatura é o sonho acordado das civilizações. Portanto, assim
como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não
haja equilíbrio social sem a literatura. Deste modo, ela é factor indispensável de
humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque
actua em grande parte no subconsciente e no inconsciente.
Ao considerar a literatura como um bem incompreensível, portanto, indispensável à sociedade,
fornece suportes básicos de análise, interpretação e actuação social, pois seu carácter formativo e
humanizador também se caracterizam nessa contribuição de entendimento dos aspectos sociais. O
discernimento da literatura como um bem incompreensível fundamenta-se também em razão de ela
suscitar no sujeito um despertar para o conhecimento de si mesmo e da realidade em que se insere.
De outro modo, a literatura é substancial porque ela humaniza conforme o homem adentra no
ambiente fabulado e estabelece um vínculo directo entre razão e emoção. Acrescenta-se ainda que o
indivíduo não consegue obter êxito em seu processo humanizador, caso dispense essa junção de
emoção e razão, pois ambas devem ser indissociáveis.
De fato, quando elaboram uma estrutura, o poeta ou narrador nos propõem um modelo de coerência,
gerado pela força da palavra organizada. Se fosse possível abstrair o sentido e pensar nas palavras
como tijolos de uma construção, eu diria que esses tijolos representam um modo de organizar a
matéria, e que enquanto organização eles exercem papel ordenador sobre a nossa mente. Quer
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percebamos claramente ou não, o carácter de coisa organizada da obra literária torna-se um factor que
nos deixa mais capazes de ordenar a nossa própria mente e sentimentos; e, em consequência, mais
capazes de organizar a visão que temos do mundo. Logo, as emoções causadas pelo contacto com
determinada obra literária são produzidas intencionalmente, ou seja existe todo um processo de
articulação na produção da obra para atingir o efeito literário e humanizador em quem está acessando
determinado produto literário. Ainda nesse primeiro aspecto, encontra-se a acção da obra literária,
que acontece na ordem de articulação das palavras, sílabas, atenção à tonalidade, entre outros, tudo
isso realizado intencionalmente para sistematizar, bem articulado, as emoções do indivíduo. Em vista
disso, é importante acentuar que na literatura, forma e conteúdo, conforme mencionado, estão
articulados, já que ambos são necessários para a produção literária.
E no que diz respeito à literatura como humanizadora, realça-se o papel que ela desempenha na vida dos seres
sociais, ao passo que por intermédio das obras literárias, os indivíduos podem usufruir de suas camadas básicas
de humanização, como a afeição pelo próximo, no que se refere a não só preocupar-se com o seu processo
individual de formação, e sim, contribuir com o do outro. Logo, demonstra-se que o processo de humanização
não é um caminho percorrido sozinho, pois o indivíduo necessita do próximo para avançar em seu nível
próprio de humanidade. Vale destacar que a concepção de literatura como instância formativa e humanizadora
apresentada até aqui não anula as outras tantas formas de humanização, tampouco coloca a literatura como
única no processo de formação humana do sujeito, apenas identifica como se dá a sua participação enquanto
formativa e humanizadora.
Por outra forma, é o mesmo que dizer que o homem não se constrói humanamente sozinho, visto que para
aperfeiçoar seu lado humano o outro se faz preciso, porque é das relações entre o eu, o outro e nós que se
constitui o humano. Ninguém se humaniza sozinho, e por isso um dos princípios da humanização é a
compreensão do outro como alguém igual a si, dependente das mesmas condições de constituição sociais.
Assim sendo, a literatura se faz necessária para a humanidade e, ao passo que acompanha a necessidade de
determinada sociedade, seu carácter formativo se evidencia.
Sabe-se que a literatura desempenha um papel fundamental na sociedade por contribuir com o processo de
formação humana. É possível afirmar que a literatura ao longo do tempo ganhou mais uma denominação:
literatura de massa, que criou um campo questionável no âmbito literário por suas obras não seguirem o
mesmo rigor que as obras literárias da chamada literatura erudita. A partir disso, existe, segundo os autores,
uma discussão por parte de alguns estudiosos, como Alfredo Bosi, Muniz Sodré e Umberto Eco, sobre o papel
da literatura erudita e da literatura de massa.
Segundo Aranha e Batista (2009), a chamada literatura de massa é um tipo de literatura que se
configurou a partir da necessidade de uma nova sociedade de consumo, instaurada com a
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Revolução Industrial: “Sob a pressão da Revolução Industrial, os rápidos acontecimentos da


Idade Moderna levaram a uma mudança na perspectiva da sociedade em relação à cultura
letrada, tornando-se esta um ‘serviço público colectivo”’ (p. 122, grifo dos autores). Portanto,
a literatura passou a ser vista como mais um produto para atender às demandas da sociedade,
porém, não no seu modelo clássico, que tensiona forma e conteúdo, mas com uma linguagem
mais simples, com enredos mais fáceis de serem compreendidos e, consequentemente, com
uma leitura fluida.

Com isso, a literatura de massa ganhou força até os dias actuais justamente por atender ao consumismo e
tornando a cultura letrada acessível para todos os públicos, porém de maneira remodelada de acordo com o
nível de compreensão e o desejo do consumidor. É importante ressaltar que discutir a literatura nesses dois
modelos, literatura erudita e literatura de massa, permite que se compreenda de que forma a literatura se insere
na sociedade, bem como que se entenda como a relação leitor e obra é estabelecida. Além disso, é nesse
sentido que se percebe a acção da literatura social, como a necessidade: “[...] de conhecer os sentimentos e a
sociedade, ajudando-nos a tomar posição em face deles” (p. 182-183), só que agora presente ou não nas obras
literárias da literatura de massa, assim como outros aspectos da literatura indicados pelo autor.
A literatura de massa pode ser entendida como uma adequação da sociedade para fazer uso da cultura letrada,
a partir de produções de obras com linguagem informal, de fácil interpretação e que atendam ao imaginário
histórico ou ao desejado pelo público consumidor destas produções. Para Aranha e Batista (2009), a
transformação da literatura em produto, enaltecendo a literatura de massa e com carácter mercadológico,
legitimou-se com sua aceitação por esse público.
Os leitores passaram a não só ler livros, mas sim a colocá-los no rol dos bens materiais de consumo,
buscando agora não mais uma leitura pautada em um conhecimento mais aprofundado, mas em um
objecto utilitarista, em que se escolhe determinada obra pelo seu nível de popularidade ou fama. Com
isso, a literatura erudita, por ter uma linguagem mais formal e rebuscada tende a dificultar a sua
aquisição pela maioria dos leitores-consumidores, estes que procuram ter acesso à literatura, porém
de modo mais simples, atendendo à sua necessidade de apreensão de determinado conteúdo .
Literatura erudita ainda é vista como um modelo de status social, em especial a leitura. As pessoas que
lêem obras clássicas continuam sendo consideradas cultas, visto que esse tipo de leitura ainda é tido
como sinónimo de poder e riqueza. Além disso, o fato de saber ler e ler muitos livros foi algo de
destaque para servir de base à nova camada de leitores e/ou consumidores de literatura que começou
a surgir durante e após a Revolução Industrial, como mencionado anteriormente.
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Conclusão

Depois de tantas leituras podemos concluir que a literatura se configura como um tipo de
conhecimento com a capacidade de humanizar o indivíduo. Além disso, ela pode ser considerada
como um direito e, portanto, necessário à sociedade. Nesse sentido, pode-se considerar a literatura
como uma das formas de humanização, assim como tantas outras que contribuem com a formação
humana. Pensar em uma sociedade sem a literatura é imaginar um corpo social em desequilíbrio
humano e social, visto que a literatura é também um tipo de equilíbrio social, por isso não se deveria
negá-la à humanidade.

Por outra forma, é o mesmo que dizer que o homem não se constrói humanamente sozinho, visto que para
aperfeiçoar seu lado humano o outro se faz preciso, porque é das relações entre o eu, o outro e nós que se
constitui o humano. Ninguém se humaniza sozinho, e por isso um dos princípios da humanização é a
compreensão do outro como alguém igual a si, dependente das mesmas condições de constituição sociais.
Assim sendo, a literatura se faz necessária para a humanidade e, ao passo que acompanha a necessidade de
determinada sociedade, seu carácter formativo se evidencia.
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Bibliografia

ARANHA, Gláucio; BATISTA, Fernanda. Literatura de massa e mercado. Revista Contracampo.


Niterói, n. 20, p. 122-131, ago. 2009. Disponível em:
https://periodicos.uff.br/contracampo/article/view/17183. Acesso em: 22 jan. 2023

BECKER, Andriza M. Introdução á literatura, Artigo 1º Ano, Ensino Médio Integrado, 2013.

BORGES, Valdeci Rezende, História e Literatura: Algumas Considerações, Revista de Teoria da


História Ano 1, Número 3,2010.
EAGLETON, Terry. Teoria da literatura, uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

LAJOLO, Marisa. Literatura: ontem, hoje, amanhã. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

MENEZES, Roseane Cardoso, literatura, formação humana e sociedade apontamentos acerca do


potencial humanizador da literatura, TCCG, Goiânia 2023.

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