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A Historiografia Moçambicana
Setembro de 2022
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇABIQUE
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (CED)
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE HISTÓRIA
2º Ano, Turma E
A Historiografia Moçambicana
Setembro de 2022
Índice
Introdução...................................................................................................................................3
1. A Historiografia Moçambicana...............................................................................................4
Conclusão..................................................................................................................................11
Referências Bibliográficas........................................................................................................12
Introdução
Num entanto, apresenta-se o arquivo e seu percurso histórico, pois este é normalmente
constituído por documentos gerados e reunidos na obtenção de um objectivo, bem como os
valores oficiais e culturais que levam à preservação dos mesmos, analisa-se a memória nos
sistemas de arquivo, esta memória que é conjugada em registos guardados e que são as fontes
de confecção do trabalho historiográfico: materiais a partir dos quais o historiador pode
realizar sua pesquisa, definir temas e com os quais escreve o texto histórico.
Neste sentido, para realização deste trabalho de campo levou-se em consideração uma análise
bibliográfica e documental buscando-se analisar o tópico a partir dos materiais e documentos
existentes em Arquivos, centrando-se principalmente na documentação que deu mais ímpeto e
clareza à pesquisa.
1. A Historiografia Moçambicana
História
Segundo GIORDANI (2008: 9), a palavra Historia é de origem grega, sendo a forma original
histriae e passou através do latim para grande parte dos idiomas modernos. Este termo, patra
os gregos significava investigação ou inquérito. Entretanto, nos tempos que correm este
conceito é usado tanto para designar a narrativa dos acontecimentos como a própria serie
deles.
Georges Lafebvre (1971), um dos grandes historiadores do século XX, definiu história nos
seguintes termos: “A historia é a memoria do género humano, o que lhe consciência de si
mesmo, isto é, da sua identidade no tempo, deste a sua origem; é, por consequência, o relato
do que, no passado dará uma nova recordação dos homens”. Mais a realidade não se estrutura
so no tempo, mais também no espaço que o homem modifica e dele se apropria.
Segundo PÉLISSIER (1958: 29), a história é uma ciência dos actos humanos do passado e dos
vários factores neles influíram, visto na sua sucessão temporal.
A Historiografia
A história da historiografia não se reduz ao estudo das principais obras histórica de cada
época ou civilização, compreende também trabalhos de metodologia, publicação de
documentos, ensino de história e apreciação de obras literárias de teor histórico. Por tanto,
esta ligada às correntes de pensamento de um determinado período histórico. Cada etapa de
desenvolvimento da sociedade corresponde a uma forma própria de encarar e fazer a história,
ou seja, um tipo de historiografia.
A história oral também ocupa um lugar, tanto quando este conceito designa as tradições
históricas transmitidas oralmente, nos povos sem escrita, como quando se refere ao registo
escritos ou por gravação de depoimentos orais de autores ou testemunhas de acontecimentos
históricos.
Segundo Capela 1991 apud Mussa (2006), em História é preciso questionar e problematizar.
Por exemplo, a história escrita ontém sob regime monopartidário, era uma história prenhe de
um discurso ideológico do partido no poder, sob alicerce do marxismo-leninismo, visando a
glória e o triunfo das acções do regime da revolução socialista moçambicana que vigorou até
1990.
Era uma história que defendia a criação de um homem novo. Capela fundamenta-se na
História moçambicana da autoria do Departamento de História da UEM, que de forma visível
regista as suas páginas o seguinte, Esta é uma História de Moçambique. Tem e toma partido,
tem e toma posição.
É de salientar que estas datas não são estanques e por conseguinte não encerram uma visão
absolutamente fechada. Porém, as características comuns da concepção da História
transmitem o agrupamento nesse sentido.
Estes relatos referem-se a baia de Sofala como terminar de ouro. África tropical continuava
fechada, sem conhecer a escrita como o seu passado conservando-se e transmitindo-se por via
da oralidade e na experiencia.
Deste modo, ela caracterizava-se pela defesa da criação do Homem novo, e estava ao serviço
directo do estado Moçambicano e fundamentalmente à nação. Neste sentido pode-se afirmar
que a situação foi semelhante ao cenário ocorrido na Europa na época moderna. Entretanto,
investigação não é muito profunda, sobretudo no que diz respeito a cultura, religião e a
economia de Moçambique.
Em todo o caso, surge uma tendência de trazer fundamentalmente a História política, numa
abordagem cujos temas aparecem com uma certa superficialidade e naturalmente com espaços
para ser enriquecida. Em termos de material escritos, destacam-se os cadernos de história, o
lançamento da obra de História da Universidade Eduardo Mondlane, intitulada História de
Moçambique Volume I. entre vários ensaios do departamento de História.
Neste sentido pode-se afirmar que a situação foi semelhante ao cenário ocorrido na Europa na
época moderna, entretanto, a investigação não é muito profunda sobretudo no que a cultura, a
religião e a economia de Moçambique. A partir da década de 1980 a historiografia sobre
Moçambique relevou duas tendências principais: uma claramente nacionalista, formalmente
enraizada no novo país e outra, integrada nas correntes historiográficas internacionais.
Na introdução escreve-se: “O método que vamos usar para estudar a história de Moçambique,
será um método que se vai adoptar as condições actuais da luta do povo moçambicano
revolucionário, todas as histórias têm sido escritas sobre Moçambique baseiam-se na acção
dos portugueses exerceram sobre o nosso país. Com isto queremos dizer que a historia de
Moçambique até aqui tem sido relatada colonização portuguesa e, por isso, a partir da data em
que ele chegaram a Moçambique, a historia que antes da colonização e quase totalmente
desconhecida. (Frelimo,c. 1977, caps. VII-VIII)”.
Assim, surgiram interessantes pesquisas em história, elaborando por Arlindo Chilundo, Joel
da Neves Tembe, Luís Covane, David Hedges, Amélia Souto, Benigna Zimba, Luís Filipe
Perreia, Hipólito Sengulane, Alda Saute, dentre outros.
Porém, depois da década 90, com a assinatura dos Acordos de Roma, a entrada em vigor da
constituição de 1990, em suma, um novo contexto político, a situação da historiografia de
Moçambique, sofreu algumas alterações. Surgem mais estudos de pesquisadores
moçambicanos. Mas em termos de linha educacional, continuou-se a ensinar mais a história
política do que as outras áreas de conhecimentos, nomeadamente económica, social e cultural.
Assim, surgiram interessantes pesquisas em História, elaboradas por Arlindo Chilundo, Joel
das Neves Tembe, Luís Covane, David Hedges, Amélia Souto, Benigna Zimba, Luís Filipe
Pereira, Hipólito Sengulane, Alda Saúte, dentre outros por publicar.
Convém realçar que estes estudiosos tiveram e têm uma contribuição extremamente valiosa
para a história de Moçambique. No entanto, há ainda muitos aspectos por se estudar em
Moçambique, alguns dos quais deixam transparecer ser bastante sensíveis. Neste sentido,
temas como a Luta de Libertação, os heróis de Moçambique, os reaccionários e
revolucionários, Morte de Eduardo Mondlane e de Samora, a guerra dos 16 anos, são assuntos
que aparecem na actualidade cobertos de muitas questões? Todavia é preciso ter em conta que
a historiografia de Moçambique assenta-se nos pressupostos epistemológicos da ciência
histórica e que apesar de novos dados que aparecem, a investigação deve ser aprofundada e
não ser tomada de ânimo leve.
Nos últimos anos, o ARPAC - instituto de investigação sócio-cultural, tem levado a cabo uma
série de estudos sobre os heróis. Trata-se de um trabalho bastante salutar.
Há ainda muitos aspectos por se estudar em Moçambique, alguns dos quais deixam transparecer ser
bastantes sensíveis, neste sentido temas como a luta de libertação dos heróis de Moçambique, os
raciocínios e os revolucionários, morte de Eduardo Mondlane e de Samora Machel, a guerra de 16
anos, são assuntos que aparecem na actualidade cobertos com muitas questões. Todavia, é preciso ter
em conta que a historiografia de Moçambique assenta-se nos pressupostos epistemológicos da ciência
histórica e que apesar de novos dados que aparecem e não ser tomadas de ânimos leves.
A discussão apresentada neste trabalho tem como objectivo apresentar uma visão
esquematizada da relação entre os arquivos, memória, história e produção da historiografia
em Moçambique. Para tal, buscou-se na bibliografia básica e complementar aspectos
importantes sobre estes pontos de reflexão e nota-se que estes pontos têm uma relação, uma
vez que os arquivos são conjuntos de documentos e estes são fundamentais para a construção
das memórias e que, por sua vez, estas são importantes para escrever a história, ou seja, para a
produção historiográfica que tem como base a utilização de documentos produzidos pelo
historiador.
Não haverá história sem documentos e devemos olhar para os documentos como uma
construção, como um produto da sociedade que os fabricou. E devido à aproximação da
história aos documentos arquivísticos e do reconhecimento dos mesmos, criou-se uma
tradição de actuação dos historiadores em instituições de memória. E a historiografia, de
forma geral, tem uma relevância primordial na formação da história e seus conceitos, e é
fundamental que os historiadores actualizem de tempos em tempos os seus conceitos para
melhor aperfeiçoar as suas pesquisas e melhorar seus conhecimentos.
Referências Bibliográficas
GIORDANI, Mário Curtis. História da Antiguidade oriental. Rio de Janeiro: Editora vozes,
1969. Pp. 5 – 10.