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Tálcida Judite Suite

Tema: Pedagogia em Moçambique antes e depois da Independência

Cadeira: Fundamentos de Pedagogia

10 Ano - EAD

UniPúngué

Chimoio
2022

Tálcida Judite Suite

Tema: Pedagogia em Moçambique antes e depois da Independência

Cadeira: Fundamentos de Pedagogia


10 Ano - EAD

Docente : Mestre Jorge Domingos

UniPúngué
Chiomoio
2022
Introdução

A educação é um processo pelo qual a sociedade prepara os seus membros para ajudar a
sua continuidade e o seu desenvolvimento (PILETTI:18)

Trata-se de um processo dinâmico que busca continuamente as melhores estratégias


para responder novos desafios que a transformação e o desenvolvimento da sociedade
empoem.

O presente trabalho ora em apresentação é da cadeira de fundamentos de pedagogia,


indicado pelo respectivo docente da cadeira e tem como objectivo, descrever a
pedagogia antes e depois da independência, seus avanços bem como a formação dos
professores antes e depois da independência.
Objectivos:

Gerais
 Estudar a Pedagogia antes e Depois da Independência.

Específicos
 Caracterizar a educação antes e depois da independência;
 Descrever como foi a formação dos professores antes e depois da
Independência.
1.A Pedagogia em Moçambique antes e depois da Independência

1.1.A pedagogia antes da independência

A história da pedagogia em Moçambique antes da independência, decorreu em duas


etapas relevantes; isto é educação no período colonial e a educação no governo de
transição.

1.1.1.Educação no tempo colonial (1845-1974)

A educação no tempo colonial, foi caracterizado pela dominação, alienação e


cristianização. Foi o período em que surgiu a primeira regulamentação do ensino nas
colonias, período da Monarquia em Portugal, a 2 de Abril de 1845 á 14 de agosto do
mesmo ano, foi estabelecido um decreto que diferenciava o ensino nas colonias e na
Metrópole e criava as escolas públicas nas colonias.

Em 1846 foi publicado a primeira providência legal para a organização da instrução


primária no ultramar português; depois de 1854 foram criadas por decreto, as primeiras
escolas primárias na ilha de Moçambique; em Quelimane, Sena, Tete, Inhambane e
Lourenço Marques.

No dia 30 de Novembro de 1869, foi reformada o ensino ultramar, onde se decretava o


ensino primário obrigatório, dividido em dois graus, com duas classes cada, em que as
escolas estavam sob tutela das missões católicas.

Em 1912 foi criada, em Lourenço marques, a primeira escola secundaria em


Moçambique.

Um dos maiores marcos da educação colonial em Moçambique é a vigência de dois


subsistemas de ensino, nomeadamente:

 Ensino Oficial – para os filhos dos colonos ou assimilados;


 Ensino rudimentar – para os chamados “indígenas”- os nativos.

Neste sentido, o sistema de ensino em Moçambique era de dois tipos, correspondendo a


duas concepções de educação – para indígenas e edução de elite, para o colonizador e
assimilado.

O ensino oficial destinava-se à transmissão de valores e padrões aristocráticos. O ensino


para indígenas era para o povo colonizado que praticamente estava reduzido apenas a
aprender a ler, escrever e a domesticação.
A partir de 1930, com assinatura dos missionários, o governo impôs uma política
rigorosa de educação e assimilação em Moçambique com assinatura da concordata e do
estatuto missionaria (1940 - 1941), o estado transferiu para a igreja a sua
responsabilidade sobre o ensino rudimentar, comprometendo-se a dar um apoio
financeiro às missões e às escolas católicas.

Enquanto as zonas rurais os moçambicanos dispunham de escolas das missões, os


centros administrativos dispunham de escolas oficiais e particulares para os brancos e
assimilados. Era um ensino relativamente evoluído em comparação com o ensino para
indígenas.

1.1.2.A educação no governo de transição (1974 - 1975)

Este período é consequência dos acontecimentos destacado nos anos anteriores. Por
exemplo, a formação da FRELIMO (Frente de libertação de Moçambique), em 1962,
permitiu o desencadeamento da luta armada para a libertação nacional, na sequência da
qual, com os acordos de Luzaka em 1974, condicionou o surgimento do Governo de
transição.

Uma das razoes que levaram à consideração deste período prende-se com o facto de que
grande parte das transformações no campo educacional aplicadas a nível nacional teve
como origem as experiencias levadas a cabo pela frente de libertação e resultam da
visão deste movimento sobre o modelo da sociedade pretendido e os princípios
defendidos durante a luta armada.

Dai que a FRELIMO implementou um tipo de escola ligada ao povo, às suas causas e
interesse. A educação realizada nestas escolas era essencialmente politica e ideológica,
uma vez que estava condicionada pelos factores que tem a ver com a natureza
revolucionaria.

1.1.3.Pedagogia pós – Independência

Ao longo deste período, o sistema educativo sofreu varias reformas que tinham em
vista adequar a formação dos Moçambicanos aos contextos socio – político, económicos
e culturais, marcada pelo alcance da independência, em 1975.
Entre os anos (1975-1982), antes do sistema nacional de educação, registaram – se os
seguintes factos:

 A nacionalização da educação a 24 de Julho de 1975 e, a consequente


suspensão de todas as formas do sistema do ensino colonial português;
 A proclamação do direito à educação para todos os Moçambicanos, pela
constituição da república popular de Moçambique (20 de Julho de 1975) e a
consequente massificação do acesso à educação em todos níveis de ensino;
 A introdução de um currículo educacional transitório do sistema colonial
português para o nacional (1975);
 A criação de centros de formação de professores primários e a consequente
abolição das instituições portuguesas vocacionadas à formação de professores
(1975).

Com o surgimento da Lei n0 6/92 (1992-2018), nota-se uma educação democrática,


baseada na aplicação de métodos de aprendizagem centrada no aluno, em função da
evolução das ciências da educação e do contexto em que a aprendizagem ocorre. Esta
lei traz consigo as seguintes alterações ao SNE (Sistema Nacional de Educação):

 Introdução da educação pré-escolar;


 O ensino primário em seis classes;
 O ensino bilingue como modalidade do ensino primário;
 O ensino básico obrigatório gratuito de nove classes;
 O ensino secundário de seis classes;
 O ensino à distância como modalidade de ensino secundário e superior
 O perfil de ingresso para formação de professores;
 A educação inclusiva em todos os níveis de ensino;
 A educação vocacionada.

1.2.Formação de professores no período antes da Independência

A Educação pelo regime colonial português, pois, foi um sistema menos abrangente, no
qual grande parte da população não teve oportunidade de ingresso, causando um
elevado número de população analfabeta. Nesta direcção, Mazula (1995), afirma que a
Educação teve uma característica universal da ideologia da colónia Portuguesa em que
apresentava suas ideias como as mais nobres e racionais no desenvolvimento de
Moçambique, isto é, como se fossem do interesse da comunidade, da diversidade social
e étnica da sociedade indígena prestadora de serviços ao estado Português.

Desta feita, houve mudanças significativas no sistema de ensino, do Ensino Rudimentar


pelo Ensino Elementar isto dos indígenas formados nos Postos Escolares das zonas
rurais. Importa ressaltar que ainda prevaleceu a descriminação dado que não podiam
ingressar nas escolas de Arte e Ofícios; Na formação de professores; na escola
Industrial e Comercial para os indígenas, onde o aluno tinha que frequentar mais uma
classe que era a 4ª classe das escolas oficiais, porque vinham das escolas indígenas com
a 3ª classe, muito mais para o ensino superior, este era somente para os colonos
europeus. Sendo assim, o ensino primário elementar e complementar, era só
administrado nas zonas urbanas onde morava a classe mais alta.

1.3.Formação de professores em Moçambique após Independência

Desde a independência, em 1975, Moçambique tem experimentado vários modelos de


formação de professores, destacando alguns:

 6ª Classe + um a três meses que vigorou de 1975 a 1977,


 6ª Classe + seis meses, de 1977 a 1982,
 6ª Classe + 1 ano, 1982 e 1983,
 6ª Classe + 3 anos, de 1983 a 1991,
 7ª Classe + 3 anos, de 1991,
 IMAP (10ª classe + 2 anos), de 1997 actualmente 10ª classe + 3 anos, que está
sendo implementado em alguns Institutos do País.

Em Fevereiro de 2004, foi feita a transformação curricular para o ensino básico, com
objectivo de dar vazão a crescente demanda pela educação primária em Moçambique.
Nesta direcção, o governo, instigado a responder a constante demanda pela educação,
concebeu e pós em vigor em 2008 o modelo de formação 10ª + 1 ano. Para este modelo,
ainda vigente, o candidato deve possuir no mínimo 10ª Classe de escolaridade, do SNE
ou o equivalente, com a média global igual ou superior a 12 (doze) valores ou possuir a
12ª Classe de escolaridade do SNE, mas sem exigência da nota mínima de 12 (doze).
Conclusão

Finda a elaboração do trabalho da cadeira de Fundamentos de Pedagogia, que tem como


objectivo: estudar a pedagogia antes e depois da independência, chega-se a conclusão de
as reflexões teóricas feitas no trabalho, nos ajudam a esclarecer o processo de
desenvolvimento das práticas educativas antes e depois da independência. Por sua vez,
mostra-nos que as práticas educativas antes da independência, não eram abrangente para
toda sociedade Moçambicana, estando somente centrados nos colonos e assimilados e, a
aprendizagem (ensino), era limitada para o povo Moçambicana.

De um modo geral, o trabalho permitiu a estudante do curso de Biologia, conhecer os


contornos históricos e da visão ampla sobre vários processos como foi a educação no
tempo colonial e após independência.
Bibliografia

PILETTI. Claudino : Didáctica Geral , 3º edição , São Paulo, Editora Ática, 2002.

MAZULA, B. Educação, cultura e ideologia em Moçambique: 1975-1985. Porto:


Afrontamento, 1995.

GÓMEZ, M. B. Educação moçambicana: história de um processo, 1962-1984. Maputo:


Livraria Universitária, 1999.

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