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O Papel das ONGs e o Sector Privado no Aprovisionamento da

Educação
Cristino Carlos Naricha
Introdução
No presente ensaio científico pretende-se descrever aspectos ligados ao papel das
ONGs e o Sector Privado no aprovisionamento da educação. Deste modo, é
importantes afirmar que estes sectores participam na gestão pública, pois ocupam
espaço ou colaboram com a administração pública por intermédio de serviços de
assistência social, educação, saúde entre outros. Em contrapartida, firmam parcerias
mediante convênio ou outros instrumentos, além de receberem doações das mais
diversas fontes.
O objectivo do presente ensaio científico é o de compreender o Papel das ONGs e o
Sector Privado no Aprovisionamento da Educação, através da revisão bibliográfica e
ilações tiradas do conhecimento da realidade do nosso país.

Contextualização sobre o Tema


As ONGs são relacionadas ao chamado “terceiro sector”, contemplando agentes
privados que actuam com fins públicos, elas desenvolvem acções para um bem
comum. Dessa forma, percebe-se a abrangência das ONGs, que podem ter como
norteadores temas diversos, como sociedade, meio ambiente, etc (Drucker, 2006).
Por sua vez, Damiba (1990) afirma que o Estado é responsável pela garantía de
condiçôes escolares aceitáveis mínimas, e, nomeadamente, o acesso a livros
escolares promovendo a equidade, para as minorías desfavorecidas sem favorecer as
enancas de familias abastadas em detrimento de alunos mais desfavorecidos nos
planos cultural, social e económico.
No entanto, as ONGs por exemplo, recebem recursos financeiros advindos de doações
e parcerias internacionais, bem como transferências voluntárias, mediante convênios
ou outros instrumentos congêneres, que são uma das formas de repassar os recursos
financeiros do orçamento para as entidades sem fins lucrativos. Por sua vez, esses
recursos são alocados em áreas como educação, saúde, agricultura, dependendo da
área de incidência da organizaçao. Para Albuquerque (2006, p. 31) as ONGs:
São instituições privadas sem fins lucrativos que, ao obter algum resultado
econômico de suas atividades, devem reinvesti-lo na atividade-alvo da
organização. Apesar de não governamentais, os fins a que essas instituições se
dedicam têm características de serviço público, ainda que em escala diferente do
realizado pelo Estado.
Relativamente ao aprovisionamento educacional, em Moçambique, Carvalho (2010)
afirma que um comité de fornecimento do livro escolar foi criado sob o direcçâo do
Vice-Ministro da educaçâo para supervisionse assegurar que o desenvolvimento, a
produçâo e a distribuiçâo dos livros escolares sejam feitas de acordo com as datas
previstas. Todos os parceiros interessados no desenvolvimento dos livros escolares
são representados neste comité, que se reúne a intervalos regulares. Porém, Drucker
(2006) realça que as ONGs e o sector privado têm desenvolvido ainda mais
mecanismos de coordenaçâo em três orientaçôes principáis (ou subcomités):
educação, gerência e finanças, e coordenaçâo intersectorial.
Neste sentido, papel das ONGs seria o de ajudar ao governo, de forma peculiar ao
Ministerio da Educaçâo a enfrentar os diferentes desafios referentes aos custos na
aquisição, abastecimento ou distribuição de todo equipamento escolar, mantendo deste
modo as políticas de acesso a educação para todos; a distribuição de material escolar
de forma gratuita até pelo menos a 7ª classe. Por outro lado, estas organizações não
governamentais e o sector privado também têm auxiliado além do aprovisionamento de
bens, mas também de serviços e pessoal da educação, (Drucker, 2006).
Assim, de forma sucinta, as ONGs e o sector têm um papel preponderante no
aprovisionamento da educação, sobretudo em países em via de desenvolvimento como
o nosso, onde podem desenvolver actividades tais como:
 Apoiar ao Governo na disponibilização e provisão do livro escolar e dos manuais
de ensino para alunos e professores;
 Apoiar ao Governo na Identificação e avaliação permanente da capacidade
nacional de produção do livro escolar e outro material básico (cadernos, lápis,
esferográficas, borrachas etc.) para determinar em tempo útil;
 Apoiar ao governo em casos de incapacidade no fornecimento de
material/equipamento escolar diverso;
 Patrocínios na contratação de professores experientes para escreverem livros e
rever os existentes com apoio de consultores externos, se necessário.
 Formação de professores de apoio itinerantes, fornecimento de materiais de
ensino e equipamento e concepção de planos de estudo fle-xíveis para crianças
com necessidades educativas especiais.

Conclusão
O Estado tem um papel preponderante no desenvolvimento da educação, cabendo-lhe
a função de legislação e coordenação da actividade do ensino público. Porém, para
que este papel seja efectivado na totalidade o governo cria parcerias com algumas
organizações privadas e não governamentais, a fim de unir esforços e angariar fundos
para dar cobertura de todas as despesas básicas do sector da educação.
Neste sentido, podemos observar que as ONGs e o sector privado têm de igual forma
um papel axial no aprovisionamento da educação, que vai desde os materiais
escolares diversos até os próprios recursos humanos.

Referências Bibliográficas
Albuquerque, A. C. de. (2006).Terceiro Setor:  gestão de organizações. SP: Summus.
Drucker, P. F.. (2006). Administração de organizações sem fins lucrativos: princípios e
práticas. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.
Carvalho, J. C. (2010). Logística e Gestão de Abastecimento. Lisboa: Edições Sílabo.
Damiba, A. (1990). Macro-planning of school textbooks and teaching materials.
Relatório de um seminàrio do UPE.

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