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UNIVERSIDADE LICUNGO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA
CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA EDUCACIONAL
Universidade Licungo
Quelimane
2021
1
Universidade Licungo
Quelimane
2021
Índice
Declaração
iii
Dedicatória................................................................................................................................iv
Agradecimentos..........................................................................................................................v
Resumo.....................................................................................................................................vi
Introdução..................................................................................................................................7
1.Contextualização sobre Motivação (Conceitos)..........................................................................9
2.Gestão de Pessoas....................................................................................................................9
3.Motivação no ambiente de trabalho: Teorias...........................................................................10
3.1.A teoria da hierarquia das necessidades de Maslow ...............................................................11
3.2.A teoria dos dois factores de Herzberg..................................................................................12
3.3.A teoria da expectação de Lawler III......................................................................................13
4.Tipos de Motivação: extrínseca e intrínseca.............................................................................14
4.1.Motivação Intrínseca...........................................................................................................14
4.2.Motivação Extrínseca...........................................................................................................15
5.Pressupostos Prévios à Promoção da Motivação...................................................................17
6. Estilos Motivacionais Extrínsecos............................................................................................17
7.Análise da Motivação Extrínseca do Professor na Qualidade do Ensino .................................19
Conclusão.................................................................................................................................22
Bibliografia...............................................................................................................................23
Anexos.....................................................................................................................................24
iii
Resumo
Introdução
No contexto actual, a palavra “motivação” é uma das mais usadas pelos professores e outros
responsáveis pela educação, em particular a educação formal, para justificar quer o
insucesso quer o sucesso dos alunos, em particular no ensino e na aprendizagem da ciência
escolar. A maior parte dos professores coloca a alegada “falta de motivação” dos alunos
como primeiro obstáculo à compreensão e aprendizagem dos conteúdos escolares.
Porém, pouco se fala e se tem feito relativamente a motivação do prórpio professor, pois,
fazendo uma breve análise grande parte das dificuldades do professor tem também origem
na sua motivação para o desenvolvimento de um sólido conhecimento profissional,
susceptível de o ajudar na difícil tarefa de diagnosticar os interesses e necessidades dos
alunos e de ter em conta as diferenças individuais e outros problemas e condicionantes de
aprendizagem, tal como adverte (Campos, 1986).
Olhando no panorama histórico do processo de motivação no processo de ensino e
aprendizagem, vamos observar vários modelos tradicionais de aprendizagem das ciências,
como os emergentes das perspectivas de autores como Ausubel, Piaget ou Driver, atribuíam
as dificuldades dos alunos, sobretudo a características estruturais e funcionais a eles
intrínsecas, dominantemente cognitivas. As propostas de superação emergentes desses
modelos incidiam, por isso, fundamentalmente sobre a cognição, visando, nomeadamente, o
desenvolvimento de situações de ensino mais estruturadas e mais adequadas ao nível
cognitivo real dos alunos, o diagnóstico dos seus conhecimentos prévios ou a estimulação do
conflito cognitivo e da mudança conceptual (Ribeiro, 2001). Portanto, a dimensão afectiva
era desse modo negligenciada ou colocada fora do jogo, sobretudo ignorada que, como cada
vez mais se defende, a cognição e a afectividade constituem uma mesma unidade funcional,
holística e sistémica (Damásio, 1995).
Contudo, olhando pela realidade vivida nas organizações, sobretudo escolares verifica-se
que tanto os alunos, como professores precisam de motivação para desenvolver as suas
actividades com zelo, garantindo o êxito tanto dos alunos como dos professores. Portanto,
por achar que a motivação é importante no desenvolvimento de qualquer actividade, quer
numa organização, quer individualmente, surgiu o interesse em desenvolver um estudo
bibliográfico sobre a motivação. Deste modo, tendo em conta que há duas modalidades de
motivação, sendo intrínseca e extrínseca, neste trabalho almeja-se fazer uma abordagem
sobre a importância da motivação extrínseca do professor para a Melhoria da qualidade de
ensino.
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Mesmo para Piaget (1977), que centrou a sua actividade investigativa no desenvolvimento
cognitivo, o papel da afectividade é de natureza funcional na inteligência. Também a
perspectiva vygotskiana expressa uma visão integradora entre as dimensões cognitiva e
afectiva do funcionamento psicológico. Para todos os inúmeros autores que hoje trabalham
no contexto do paradigma socioconstrutivista de Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo (e
metacognitivo) está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento social e emocional,
significando isso que mudanças fundamentais no pensamento têm de ser acompanhadas por
uma reorganização dos objectivos, das atitudes e das formas de mediação (Vygotsky, 1998).
Deste modo, a motivação escolar constitui, actualmente, uma área de investigação que
permite, com alguma relevância, explicar, prever e orientar a conduta do aluno, como
resultado da preparação ou conduta do seu professor em contexto escolar.
Assim, tendo em conta o foco do presente estudo “motivação extrínseca” que está assim
relacionada, tal como reforça Tapia (1997), com metas externas, ou seja, com situações em
que a conduta se produz com a finalidade de apenas se receber uma recompensa ou se evitar
qualquer punição ou castigo, levanta-se o seguinte questionamento: Será que a motivação
extrínseca do professor pode influenciar na qualidade de ensino?
No que tange aos objectivos do estudo, importa destacar que o objectivo geral do mesmo
assenta-se em analisar a importância da motivação extrínseca na qualidade de ensino. E os
específicos destacam-se: (i) contextualizar teorias relativas a motivação no processo de
ensino; (ii) descrever o funcionamento da motivação extrínseca nas organizações, sobretudo
para professores; (iii) analisar a influência da motivação extrínseca do professor na
qualidade do ensino.
A palavra motivação deriva do latim motivus, movere, que significa mover. Em seu sentido
original, a palavra indica o processo pelo qual o comportamento humano é incentivado ou
estimulado por algum tipo de motivo ou razão (Maximiano, 1997).
Por seu turno, Chiavenato (2006) afirma que motivação refere-se às forcas dentro de cada
pessoa que a conduzem a um determinado comportamento, (p.97).
Na mesma senda, Robbins (2002) acrescenta que a motivação é o processo responsável pela
intensidade, direcção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma
determinada meta e cumpra determinados objectivos (p.78).
Todavia, as teorias explicativas da motivação preocupam-‐se em compreender a
energização e direção do comportamento, ou seja, o que faz com que os indivíduos se
movimentem, e em relação a que atividades ou tarefas (Pintrinch, 2003). Ao relacionar a
motivação com o processo de aprendizagem escolar, constata-‐se que é fundamental que
os alunos estejam motivados para regularem efetivamente a sua aprendizagem, ativarem
estratégias eficazes, e desencadearem esforço (Boekaerts, 1995).
Neste sentido, a motivação académica pode ser então definida como uma “(…) força
que energiza e dirige o comportamento (…) a energia que põe em funcionamento as
capacidades próprias” (Lemos 2005, p. 194). É por isto que a motivação assume um
papel central no processo de aprendizagem, enquanto impulsionadora para agir, para
persistir, para orientar e planificar e para ser bem-‐ sucedido (Eccles, Wigfield &
Schiefele, 1998).
Tendo em conta as definições acima, podemos verificar todo o ser humano precisa de uma
motivação para a realização de qualquer actividade, pois sendo esta a impulsionadora para
agir, que dá energia e direcção do comportamento, o professor não é uma excepção. Este
profissional precisa de uma grande motivação para conseguir motivar os seus alunos
posteriormente.
2.Gestão de Pessoas
A forma como as pessoas são vistas dentro da organização sofreu uma grande modificação
nos últimos anos, passando de simples funcionários, recursos humanos da organização, para
parceiros das organizações. Neste sentido de parceria e na era actual, ou seja, a era de
conhecimento, observa-se que o grande diferencial para as organizações serem bem
sucedidas é o nível motivacional das pessoas que ali actuam Chiavenato (1999).
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Porém, segundo o autor, não é somente as organizações que precisam das pessoas, as
pessoas também necessitam das organizações onde actuam para atingir seus objectivos
pessoais e profissionais, estas procuram: crescimento pessoal, serem bem sucedidas, e cada
vez mais crescer dentro da organização.
Segundo Chiavenato (2004) existem três premissas que explicam o comportamento o
humano:
1. O comportamento é causado por estímulos internos e externos. Existem uma causalidade
do comportamento. Tanto a hereditariedade como o meio ambiente influenciem
decisivamente no comportamento das pessoas.
2. O comportamento é motivado, ou seja, há uma finalidade em todo o comportamento
humano. O comportamento não é causal nem aleatório, mas sempre orientada e dirigida para
algum objectivo.
Abraham Maslow (1954) citado por Marras (2002) sugeriu que as necessidades humanas
estão dispostas em uma série de níveis ou estágios, definidas como necessidades primárias e
necessidades secundárias. Necessidades primárias são as fisiológicas e as de segurança e
necessidades secundárias são as sociais, de estima e de auto-realização.
Cada nível na hierarquia deve ser conquistado antes que um indivíduo possa transpor o
próximo. No nível inferior encontra-se as necessidades fisiológicas (fome, sede, sono, sexo).
Maslow supôs que, quando uma pessoa conquista esses elementos essenciais, passa ao nível
das necessidades de segurança (defesa, protecção, salário, casa própria, seguro, saúde,
aposentadoria, emprego). Ao atingi-lo e sentir-se segura quanto á protecção contra
ferimentos e danos, a pessoa sobe ao próximo nível: o das necessidades sociais
(relacionamento, amor, pertencer a um grupo). Neste terceiro nível, a aceitação e a afeição
dão origem a um quarto estágio, definido como o das necessidades de estima (auto-estima,
reconhecimento, status, prestígio). No topo da escala, encontra-se as necessidades de auto-
realização. Essa última etapa representa a realização de potencialidades e a expressão do
crescimento pessoal.
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De acordo com Maslow citado por Chiavenato (1999), á medida que as necessidades são
atendidas em cada nível, o indivíduo volta sua atenção ao próximo estágio. Entretanto, para
ele, as pessoas podem subir e descer na hierarquia. Se, por exemplo, tenho fome, vou tratar
de atender essa necessidade, não importa a posição na pirâmide onde me encontre.
Na década de 1960, Frederick Herzberg citado por Chiavenato (1995) focalizou a questão da
satisfação para formular sua teoria. Segundo ele, existem dois factores que explicam o
comportamento das pessoas no trabalho: os higiénicos e os motivacionais.
Factores higiénicos referem-se às condições que rodeiam a pessoa enquanto trabalha, são
extrínsecos a ela. Estes factores, quando presentes, deixam de causar insatisfação mas não
garantem que as pessoas ficarão satisfeitas. No entanto, se ausentes, são capazes de causar
insatisfação é o que afirma Bergamini (1997):
Conforme Chiavenato (1995), a expressão “higiene” serve exactamente para reflectir seu
carácter preventivo e para mostrar que se destinam a afastar as condições desagradáveis.
Entre tais factores, podem ser destacados:
Condições de trabalho e conforto;
Políticas da organização e administração;
Relações com os superiores;
Salários;
Segurança no cargo;
Relação com os colegas;
Benefícios sociais;
Modelo de gestão.
Com tantos estudos a respeito de um mesmo assunto, pode parecer que certo enfoque
defendido por uma teoria em especial conduzisse a conclusões capazes de substituir
as demais abordagens. Isso não é bem verdade. As diversas teorias não se anulam
umas às outras; pelo contrário, elas se complementam e contribuem para o
delineamento de uma visão mais abrangente do ser humano enquanto tal, tendo em
vista a natural complexidade que o caracteriza, (p.108).
Com isso, é necessário aos gestores um maior conhecimento sobre o assunto em questão,
pois não há um princípio universal que explique as motivações dos indivíduos.
4.1.Motivação Intrínseca
Se é uma tendência natural do homem, então quer dizer que ele não necessita de
fatores externos para sentir-se motivado, pois a fonte geradora da motivação está em
seu interior e a utiliza para suprir as necessidades para inovar e criar.
Os alunos movidos por motivação intrínseca têm, assim, face às tarefas escolares, o
objectivo de desenvolver as suas competências; aqueles que, ao contrário, são, sobretudo
impulsionados por mecanismos de motivação extrínseca, o seu objectivo é apenas obter
avaliações positivas (Fontaine, 1990).
4.2.Motivação Extrínseca
Em outras palavras a motivação extrínseca diz respeito à realização de uma actividade para
atingir algo ou porque conduz a um resultado esperado, contrastando assim com a motivação
intrínseca. Ela se caracteriza pela realização da acção pelo indivíduo, visando o
reconhecimento ou o recebimento de recompensas materiais ou sociais, enquanto que a
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2. Professor 2 - O professor que lecciona porque espera ser reconhecido, como bom
ou melhor, quer pela instituição, quer pelos pais e/ou encarregados de educação,
além de ser promovido de cargo e ter uma boa remuneração pelo seu empenho, ou
ter mesmo ser premiado. Para tal é assíduo e pontual, para evitar problemas com a
direcção; motiva os seus alunos, dá exercícios, corrige-os, para que seja
reconhecido pelos seus superiores como bom professor. Também há máxima
certeza de que os seus alunos aprenderão algo.
Para este estudo vamos nos basear no terceiro pressuposto prévio que se refere ao
professor como um modelo motivacional. De acordo com a teoria da aprendizagem
social Bandura (1977), a observação de modelos é determinante na aprendizagem e no
desenvolvimento. Também a nível motivacional os professores são modelos (daí que a
motivação dos alunos e a motivação dos professores podem ser consideradas faces de
uma mesma moeda). Idealmente, ao longo da escolaridade os alunos vão conseguindo
gerir cada vez melhor a sua própria motivação, encontrando estratégias para se auto-‐
motivarem.
No entanto, o professor exerce sempre um impacto decisivo na motivação dos
alunos a partir do seu próprio comportamento motivado. Desta forma, é importante
que os professores reflitam sobre os seus próprios níveis de motivação, e sobre as
repercussões nestes níveis motivacionais no seu comportamento enquanto
professor.
Fazendo uma reflexão em torno da realidade, diversas tarefas que temos de cumprir na
nossa vida profissional, com certeza que encontramos várias tarefas que não realizamos
com satisfação e gozo (motivação intrínseca), ou seja, não realizamos porque gostamos,
mas a realização é suportada por estes diferentes tipos de motivação extrínseca, de
forma adaptativa, funcional, e positiva. Ou seja, pode ser porque esperamos uma
remuneração, um prémio ou recompensa, ou porque temos medo, receio de ser
repreendido ou sansionado.
No entanto, é da mesma forma, que não podemos esperar que os professores estejam
sempre intrinsecamente motivados para medeiar o processo de ensino e aprendizagem.
Teoria dos dois factores, esta teoria de Herzberg citado por Chiavenato (1995) enfatiza
dois factores que explicam o comportamento das pessoas no trabalho: os higiénicos e os
motivacionais.
Sendo os Factores higiénicos o foco do presente estudo, pois referem-se às condições que
rodeiam a pessoa enquanto trabalha, são extrínsecos a ela. No entanto, se ausentes, são
capazes de causar insatisfação é o que afirma Chiavenato (1995) que a expressão “higiene”
serve exactamente para reflectir seu carácter preventivo e para mostrar que se destinam a
afastar as condições desagradáveis. Portanto, a teoria defende que se o indivíduo (neste caso
o professor) estiver numa escola por exemplo com: boas condições de trabalho e conforto;
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Por seu turno, temos a teoria da hierarquia das necessidades, Abraham Maslow (1954)
citado por Marras (2002) sugeriu que as necessidades humanas estão dispostas em uma série
de níveis ou estágios, definidas como necessidades primárias e necessidades secundárias.
Este garante que se o indivíduo tiver fome ou sede não vai trabalhar conforme, não será
possível atingir os objectivos almejados.
Por fim, vamos analisar a teoria da expectação de Lawler III relacionando-a com a sua
influência na motivação do professor para a qualidade de ensino. Nesta teoria, Edward
Lawler III, em 1971, retomou o pensamento de Taylor ao afirmar que o dinheiro pode
motivar não apenas o desempenho, como também companheirismo e dedicação.
De acordo com sua teoria, o indivíduo deseja dinheiro porque este lhe permite não só a
satisfação de necessidades fisiológicas e de segurança, mas também dá plenas condições
para a satisfação das necessidades sociais, de estima e de auto-realização. Desde que o
indivíduo creia haver ligação entre diferenças de remuneração e de desempenho, o dinheiro
poderá ser um excelente motivador enquanto essa percepção permanecer.
Relacionado esta teoria ao professor, vamos verificar que de facto faz sentido, muitos
professores quando há problemas de sálarios não vão ao serviço, ou não dão aulas como
deveriam, isto é, ficam desmotivados. Por exemplo, no contexto actual há sempre uma
desmotivação por parte dos professores, no seu trabalho até aos sábados sem algum
incentivo salarial. Nesta situação, acredita-se que o factor intrínseca pouco funcionará para a
melhoria da qualidade de ensino aos Sábados, pois todos os professores clamam por um
reconhecimento, uma consideração em termos de incentivo monetário “um subsídio” para os
fins de semana. Visto que na norma, os professores não leccionam aos Sábados, vão até
sexta-feira.
Portanto, de forma sucinta podemos verificar de certa forma que a motivação extrínseca é
um factor muito importante e influenciador na qualidade de ensino, se olharmos para todos
os aspectos descritos e as contribuições das diversas teorias aqui apresentadas. Professores
que se sentem reconhecidos e respeitados pela sua direcção, aumentam o seu nível de
motivação para medeiar o processo de ensino e aprendizagem.
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Os professores acabam sendo a cara das instituições de ensino. E, como tal, são essenciais
para o bom relacionamento e comunicação entre a escola, os pais e os próprios alunos. Ou
seja, estão na linha de frente do sucesso do empreendimento educacional. Portanto, precisam
receber atenção e incentivos que lhes permitam intensidade e direção no desenvolvimento de
suas actividades.
Portanto, ser professor, mais que uma vocação, é um desafio constante e diário.
Inquestionavelmente, é uma profissão revestida de nobreza e relevância sem precedentes.
Estes são instrumentos responsáveis pela construção de conhecimentos e saberes. Levam
crianças e adolescentes a conquistarem a autonomia intelectual. Factor importantíssimo ao
desenvolvimento pleno e à conquista de uma melhor condição de vida.
Conclusão
Feito o estudo, fica evidente de que a motivação é uma actividade que merece ter lugar
central na prática escolar, não só para o aluno, mas também para os professores. Visto que
estes como agentes motivadores, também devem estar motivados para que desenvolvam com
zelo as suas actividades.
Contudo, acredita-se que a qualidade de ensino que tanto se fala nos dias de hoje pode ser
alcançada motivando estes profissionais, pois estes são influenciadores directos dos alunos,
conforme a teoria de Bandura. Deste modo, é necessário procurar formas de
incentivá-los/motivá-los para tal. E de acordo com as teorias de Maslow, Herzberg e Lawler
III, a motivação extrínseca pode fazer a diferença. Estes teóricos referem-se factores
extrínsecos como a satisfação de necessidade primárias, que posteriormente poderá
satisfazer as secundárias (no caso de Maslow). E de seguida os outros teóricos, avançam
factores como: boa remuneração; liberdade de decidir como executar o trabalho; Promoção;
Uso pleno das habilidades pessoais; ampliação ou enriquecimento do cargo (capacitações ou
formações contínuas); boas condições de trabalho e conforto; boas políticas da organização e
administração; boas relações com os superiores; Boa remuneração e não atrasado; boa
segurança no cargo; boa relação com os colegas; bons Benefícios sociais e acima de tudo
boa gestão/direcção escolar. Um bom gestor/director da escola pode influenciar
positivamente aos seus colegas (professores) a executarem da melhor forma possível as suas
actividades.
Contudo, diante das abordagens feitas no desenvolvimento do trabalho, sugere-se que para a
melhoria da qualidade do ensino é necessário que:
- As instituições de ensino, por intermédio de seus gestores, sejam totalmente responsáveis
por incentivos e estímulos que permitam a motivação do corpo docente. Pois, além de
propiciarem um ambiente saudável e agradável, precisam apoiar e valorizar os professores.
- Disponibilizar remunerações, tecnologias, infraestrutura e meios adequados ao exercício da
profissão;
Estes são os factores extrínsecos que podem levar ao professor a executar as suas actividades
com zelo, dedicação e de forma saudável. Em outras palavras, demonstra-se que o processo
motivacional decorre do autoconhecimento profissional. Pois, varia de indivíduo para
indivíduo. O que resulta na percepção de motivos, valores e significados pessoais, que se
traduzem em motivação aos professores.
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