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1. Introdução............................................................................................................................3
1.1. Objectivo geral.............................................................................................................4
1.2. Objectivos específicos..................................................................................................4
1.3. Metodologia.................................................................................................................4
2. Fundamentação Teórica.......................................................................................................5
2.1. Dos Conceitos de Ética e Moral...................................................................................5
2.2. De Como a Moral se Apresenta para Marx..................................................................6
2.3. As Teorias Éticas De Karl Marx..................................................................................7
2.3.1. Existência do Homem sob relações sociais..........................................................7
2.3.2. Teoria Histórica....................................................................................................8
2.3.3. Religião e a Moral.................................................................................................9
2.3.4. Crítica e superação da ética capitalista...............................................................10
2.4. A relação entre ética, política e educação..................................................................11
3. Conclusão..........................................................................................................................12
4. Bibliografia........................................................................................................................13
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1. Introdução
Os conceitos de ética e de moral não são significados fáceis de serem trabalhados no
pensamento de Marx, quando se leva em conta que o autor não escreveu nenhum livro a
respeito do tema. Não obstante, esses são conceitos passíveis de serem pensados na obra do
autor, tendo em vista suas considerações a respeito da moral como valores que emanam da
estrutura social vigente.
De acordo com o método materialista histórico de Marx, todas as sociedades, em todos os
períodos históricos, organizaram-se para a produção, porque os indivíduos sempre precisaram
e precisam, através do trabalho, conseguir os bens necessários à sua sobrevivência. Segundo o
autor, em todos os tempos históricos é possível observar que os indivíduos cooperam de
alguma forma para conseguir tais bens.
É, precisamente, a forma de cooperação dos indivíduos para produção e para distribuição dos
bens importantes à sobrevivência humana que gera relações necessárias entre os homens e
mulheres. Essas relações necessárias podem ser laços de dominação de uma classe sobre
outra, quando determinada classe apropria-se do trabalho de outra.
Marx, nos livros O Capital, A Ideologia Alemã e Manifesto Comunista, afirma inúmeras
vezes que os valores morais dominantes sustentados por uma sociedade vigente são os valores
da classe dominante que propiciam o funcionamento e a conservação de determinado modo de
produção que a beneficia.
Assim, valores como a ganância, avareza, caça apaixonada por capital, competição, egoísmo,
exploração, coisificação do outro, igualdade como igualdade entre possuidores de
mercadorias e liberdade entendida como liberdade de comércio são valores que compõem a
moral dominante capitalista e servem para a sustentação desse modo de produção.
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1.3. Metodologia
Para elaboração do presente trabalho serviu-se de pesquisa bibliográfica, que de acordo com
LAKATOS e MARCONI chamam de pesquisa de fontes secundarias, recorrendo manuais e
artigos de vários autores que falam das teorias éticas de Karl Marx.
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2. Fundamentação Teórica
2.1. Dos Conceitos de Ética e Moral
Estabelecem-se, parece-nos: não de forma fundamental, mas apenas assessória, distinções
entre moral e ética. Vimos como interessante apresentar tal questão não obstante existam
autores (inclusive aqueles que consideram “moral” como um conceito desigual ao de “ética”)
que utilizam os termos, por vezes, como sinônimo.
Através de imersões em obras e escritos variados sobre este tema, entendemos ética como um
saber que procura se ater aos valores preenchedores de nossa vida e relações. Já a moral tange
às práticas dos indivíduos, às ações que eles executam segundo uma orientação
consuetudinária. Pode-se oferecer forma mais lúcida e direta da distinção entre moral e ética,
qual seja: a moral é comportamento individual ou coletivo que se aufere na prática, no plano
do “real”, e a ética é a atenção reflexiva, relativa a um processo em que se teorizam, se
cogitam e põem-se em xeque as proposições morais – ou seja, “reais”, “práticas” – e a própria
moral em si. A ética se ocupa da moral no sentido de buscar a ponderação de ações morais
(assim, práticas) concluindo-as certas ou erradas.
produção não deve ser considerado meramente sob o aspecto de ser a reprodução da
existência física dos indivíduos. Ele é, muito mais, uma forma determinada de sua atividade,
uma forma determinada de exteriorizar sua vida, um determinado modo de vida desses
indivíduos. Tal como os indivíduos exteriorizam sua vida, assim são eles. O que eles são
coincide, pois, com sua produção, tanto com o que produzem como também com o modo
como produzem. O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de sua
produção. (MARX; ENGELS, 2007, p. 87)
Ou seja, a maneira como os homens vão-se fixar no mundo depende da sua própria condição
de vida material. Assim, a consciência social é que define a consciência do homem, e não o
oposto, como chegavam a postular os filósofos alemães anteriores a Marx. Este é um dos
pontos mais mencionados e alvo de aclamações da Ideologia Alemã. Leia-se:
Totalmente ao contrário da filosofia alemã, que desce do céu à terra, aqui se eleva da terra ao
céu. [...] parte-se dos homens realmente ativos e, a partir de seu processo de vida real, expõe-
se também o desenvolvimento dos reflexos ideológicos e dos ecos desse processo de vida.
Também as formações nebulosas na cabeça dos homens são sublimações necessárias de seu
processo de vida material, processo empiricamente constatável e ligado a pressupostos
materiais. A moral, a religião, a metafísica e qualquer outra ideologia, bem como as formas de
consciência a elas correspondentes, são privadas, aqui, da aparência de autonomia que até
então possuíam. Não têm história, nem desenvolvimento; mas os homens, ao desenvolverem
sua produção e seu intercâmbio materiais, transformam também, com esta sua realidade, seu
pensar e os produtos de seu pensar. Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que
determina a consciência. (MARX; ENGELS, 2007, p. 94)
dos animais pela consciência, pela religião e por tudo o que se queira. Mas eles próprios
começam a se distinguir dos animais logo que começam a produzir seus meios de existência,
e esse passo à frente è a própria consequência de sua organização corporal (MARX;
ENGELS, 2002, p. 10-11, grifo do autor).
Esta premissa, de ordem conceitual e história, fundamenta a interpretação de que:
Indivíduos determinados com atividade produtiva segundo um modo determinado entram em
relações sociais e políticas determinadas. Em cada caso isolado, a observação empírica deve
mostrar nos fatos, e sem nenhuma especulação nem mistificação, a ligação entre a estrutura
social e política e a produção. [...] A produção das ideias, das representações e da consciência
está, a princípio, direta e intimamente ligada à atividade material e ao comércio material dos
homens. [...] São os homens que produzem suas representações, suas ideias etc., mas os
homens reais, atuantes, tais como são condicionados por um determinado desenvolvimento de
suas forças produtivas e das relações que a elas correspondem, inclusive as mais amplas
formas que estas podem tomar. A consciência nunca pode ser mais que o ser consciente; e o
ser dos homens é o seu processo de vida real (MARX; ENGELS, 2002, p. 18-19).
Assim, é a existência social dos homens que determina sua consciência, mas são os homens
mesmos que transformam as circunstâncias. Daí a necessidade e possibilidade da intervenção
e transformação da realidade e a perspectiva da emancipação humana universal. Por isso, a
ética marxista não parte de conceitos abstratos, especulativos, mas das condições materiais de
vida dos indivíduos humanos, ou seja, os conceitos éticos, filosóficos como a liberdade, a
consciência, a responsabilidade humana, a emancipação só podem ser entendidos pela
compreensão da base material social e histórica na qual surgem.
Marx, de maneira sarcástica, retruca: Pedido feito desde há 1800 anos até à náusea e sem o
mínimo resultado (MARX; ENGELS, 1976, p. 389-390).
3. Conclusão
A ética marxista não é normativa, nem prescritiva. Sua base teórica e política é a história. À
luz do desenvolvimento histórico, ela procura explicar porque em determinada época histórica
predominam princípios e normas de comportamento e em virtude de que razão estas dão lugar
a outros princípios. Marx e Engels não dizem nem fazem uma descrição de como será a
história futura, apenas mostram o mecanismo efetivo de sua construção, feita pelos homens,
conscientemente, na busca de seus objetivos.
A história é feita pelas ações humanas, é continuidade e ruptura. A humanidade não escolhe
as circuntâncias e a base material sobre a qual constrói alternativas de seu desenvolvimento,
mas pode agir sobre essa base e alterá-la. “Os homens fazem sua própria história, mas não a
fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com
que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado” (MARX, 1974, p. 335).
A história não é previsão, mas determinação que requer dos trabalhadores “que coloquem sob
seu controle consciente as condições materiais de vida, condições que antes haviam sido
abandonadas ao acaso, e que por isso adquiriram uma existência independente, contrapondo-
se aos indivíduos” (MARX; ENGELS, 2002, p. 93). Isso significa que o marxismo tem sonho,
utopias, do que é possível acontecer, uma vez abolida a exploração do homem pelo homem.
Ter conhecimento da realidade efetiva, ter consciência das possibilidades de sua superação, se
utilizar dos meios adequados para esse intento se constituem exigências éticas necessárias na
luta para superar o “estado atual de coisas” e construir a sociedade sobre novas bases. E todo
esse movimento se constitui a praxis humana. A ética marxista é teórica e prática. Os fins a
serem alcançados só podem ser estimados na relação com os meios necessários à sua
realização histórica. É por isso que a ética marxista é crítica, educativa, propositiva, utópica.
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4. Bibliografia
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Fontes, s/d.
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_____. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
MARX, Karl. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
_____. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2005.
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Autores Associados, 2002.
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