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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1º Trabalho de Campo

1º Ano

Discente: Maria Nordinho Estupe

Código: 708232046

Tema: Importância da Sociologia para a compreensão da sociedade e do mundo.

Licenciatura em Administração Pública

Cadeira: Sociologia Geral

Quelimane, Maio de 2023


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTANCIA

1º Trabalho

Tema: Importância da Sociologia para a compreensão da sociedade e do mundo

Trabalho de cadeira de sociologia Geral, a ser


entregue no Instituto de Ensino a Distância da
Universidade Católica de Moçambique –
Quelimane como um dos requisitos para a
realização da primeira avaliação.

Tutor: Meriamo Sampaio

Quelimane, Maio de 2023


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Classificação
Pontuaçã Nota Subtotal
Categorias Indicadores Padrões o máxima do
tutor
Estrutura Aspectos o Capa 0.5
organizacionais o Índice 0.5
o Introdução 0.5
o Discussão 0.5
o Conclusão 0.5
o Bibliografia 0.5
Introdução o Contextualização 1.0
(indicação clara do
problema)
o Descrição dos 1.0
Objectivos.
o Metodologia 2.0
adequada ao objecto
do trabalho
o Articulação e o 2.0
Conteúdo domínio do discurso
académico
(expressão escrita
cuidada, coerência/
coesão textual)
Conteúdos
o Revisão Bibliografia 2.0
nacional e
internacional
relevante no estudo
o Exploração dos 2.0
dados
Conclusão o Contributos teóricos 2.0
práticos.
Aspectos o Paginação, tipo e 1.0
Gerais tamanho de letra,
Formatação paragrafo,
espaçamento entre
linhas.
Referencias Normas APA 6ª o Rigor e coerência 4.0
Bibliográfica Edição em das citações/
s citações e referências
Bibliografia. Bibliográficas
Recomendações

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Índic

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1. Introdução..................................................................................................................6

1.1. Objectivos...............................................................................................................6

1.1.1. Objectivo Geral...................................................................................................6

1.1.2. Objectivos Específicos........................................................................................6

1.2. Metodologia............................................................................................................7

2. Importância da Sociologia para a compreensão da sociedade e do mundo...............8

2.1. Sociedade e Cultura..............................................................................................10

2.2. Os elementos culturais..........................................................................................12

2.3. Interações Culturais..............................................................................................13

2.4. Assimilação e multiculturismo.............................................................................13

2.5. Etnocentrismo.......................................................................................................14

2.6. Relativismo Cultural.............................................................................................15

3. Conclusão.................................................................................................................16

4. Referencia................................................................................................................17
1. Introdução

O presente trabalho tem como tema Importância da Sociologia para a compreensão da


sociedade e do mundo, antes vale então salientar que a Sociologia pode ser entendida como
uma ciência humana que trata de questões da vida cotidiana de forma sistemática, elaborando
conceitos e metodologias para o entendimento de determinadas “realidades” sociais. Por ser
uma ciência que reflete o dia-a-dia das relações sociais, tem forte importância ao suscitar
questões que envolvem conflitos, convergência de interesses, estruturas de poder etc, ela
procura estudar o homem em sociedade. Nesse sentido, as análises sociológicas envolvem
desde questões relativas às condições materiais de vida até o conjunto de valores, de
elementos culturais, que produzem as teias de relações humanas na vida coletiva. Assim,
surgem estudos sobre sociedades agrárias e sociedades industriais, indicando certas
especificidades históricas que delineiam as interações entre os homens em um determinado
contexto social. A gama variada de motivações atuantes da vida coletiva se torna objeto do
estudo sociológico. Quando um sociólogo aborda um tema, este logo é reconhecido pelos
integrantes de uma dada sociedade analisada. O sociólogo inicia um debate sobre o
preconceito racial ou o conflito étnico no interior de uma sociedade, buscando encontrar os
elementos que iluminem a questão. É óbvio que muitos dos assuntos tratados além de serem
reconhecidos pelo conjunto social podem ser controversos. A importância de tratá-los pela
sociologia é, entre outros aspectos, sair do lugar-comum do “achismo”, da opinião, para algo
mais complexo e dotado de capacidade crítica. As sociedades são dinâmicas, modificam-se
não apenas por refletirem linhas de força oriundas do passado, da tradição, mas por estarem
sempre em tensão e conjugarem os atritos de formas variadas, cabendo sempre um espaço à
criatividade que modifica condições de vida e disposições sociais.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral

Compreender a importância da Sociologia para a compreensão da sociedade e do mundo

1.1.2. Objectivos Específicos

Compreender as diferentes sociedades e culturas

Saber as influências da sociologia na sociedade

Entender as relações sociais das sociedades

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1.2. Metodologia

Metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do


conhecimento (Andrade, 2006). Método, em seu sentido geral, é a ordem que se deve impor
aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. No
entanto, para elaboração do presente trabalho, a autora baseou se nas auscultações na
sociedade civil, onde também recorreu-se a consulta de algumas obras e recurso à fontes
electrónicas que consistiu na leitura, analise e finalmente a compilação das informações cujos
autores estão devidamente citados na referência bibliográfica como maneira de permitir uma
consistência do mesmo.

Assim sendo, por meio de pesquisa bibliográfica, esse tema foram abordados com o objectivo
de definir cada um, buscando pontuar as principais formas de conhecimentos, bem como
abordar qual a importância deste assuntos para o conhecimento integro. Quanto as técnicas de
elaboração, importa salientar também que quanto as formas de citação, foi aplicada as normas
APAS 6ª Edição utilizada na UCM para os efeito de elaboração de trabalhos e artigos
académicos.

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2. Importância da Sociologia para a compreensão da sociedade e do mundo

A Sociologia é uma ciência extremamente importante para o mundo que estamos vivenciando,
porque além da busca da compreensão das causas e consequências do que ocorre no mundo, a
mesma busca rever e até mesmo antecipar eventos para as gerações seguintes, ajudando-nos a
entender e procurar soluções que solucionem os males que estamos vendo e vivenciando na
atualidade (criminalidade, educação, pobreza, desigualdades, entre outros).

O homem busca cada vez mais, reconhecimento, seja no trabalho ou em um grupo social,
fazendo com que indivíduos acabem por se afastar de seus contatos sociais mais importantes,
sendo este a família, precursora de tradições, e este afastamento acarreta na maioria dos casos,
em intolerâncias no que diz respeito às diferenças sociais, seja elas religiosas ou políticas, por
exemplo, de um indivíduo ou grupo. Tudo isso ajuda a aumentar ainda mais os problemas
atuais.

A compreensão da sociedade, das relações humanas e do papel das instituições sociais é


extremamente importante para o desenvolvimento social. A sociologia atua, portanto, como
uma fonte de dados sobre os fatores que influenciam e formam as relações sociais. Nesse
sentido, é a sociologia que fornece a base para a atuação prática que visa a melhoria de setores
sociais, como a segurança pública, a educação, a saúde e o desenvolvimento humano em
geral.

Se um dos grandes problemas urbanos vividos no mundo é a violência, a sociologia pode


fornecer dados estatísticos e propostas críticas de intervenção para que as autoridades
responsáveis pela segurança pública atuem de maneira efetiva. Ela também pode atuar junto à
educação desempenhando um papel de prevenção, para que as camadas mais baixas da
população (geralmente ligadas à criminalidade por fatores sociais, como a falta de acesso a
serviços público e à educação de qualidade e o contato direto com a criminalidade) possam
encontrar outras alternativas de desenvolvimento.

A sociologia também pode atuar no entendimento das dinâmicas populacionais, analisando a


vida no campo e na cidade, a fim de visualizar a complexa dinâmica populacional que
possuímos hoje. Isso é de extrema importância para que governos tracem políticas de
intervenção social que, de fato, possam melhorar a vida da população em geral.

A Sociologia pode nos proporcionar uma visão de mundo ampla e ajuda a entender que nosso
“mundo social” não é único. O que existe, na verdade, é um universo social que é construído

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socialmente e por meio da Sociologia, temos a possibilidade de conhecer, compreender e
aprender a respeitar as diferenças.
Giddens, em seu livro “Sociologia”, cita como exemplo “o fato de um assistente social
branco, operando numa comunidade predominante negra jamais ganhará a confiança dos
habitantes se não desenvolver uma sensibilidade às diferenças na experiência social, que
amiúde, separam brancos e negros” (Giddens, 2005, p.27).

Além disto, a sociologia auxilia naquilo que chamamos de exercício de alteridade, habilidade
ou competência de se colocar no lugar do outro. É o que foi apontado por Wright Mills: “Ver
o similar como diferente e o diferente como similar”. Ou ainda, o que Da Matta chama de
“transformar o familiar em exótico e o exótico em familiar”. Por tanto, a principal função da
sociologia é proporcionar uma leitura do mundo social para que o indivíduo possa
compreender que vivemos numa teia de relações sociais, jogos de poder impregnados por
elementos simbólicos. Estamos mergulhados em elementos culturais que carecem de leitura e
releituras constantes e a Sociologia nos possibilita compreender tal realidade, o que nos
auxilia a jogar dentro das regras e possibilidades sociais a qual estamos inseridos.

A Sociologia possibilita o confronto de diversos pontos de vista, proporcionando uma


abordagem crítica da vida social, o que ajuda o indivíduo a fazer conexões de eventos sociais
que viabilizam uma avaliação dos resultados da política. Como diz Bourdieu “Não há uma
verdadeira democracia sem espírito crítico”. Sujeitos mais informados e bem preparados a
fazerem uma leitura da realidade social tornam-se mais aptos a avaliar ações governamentais,
por exemplo, que dizem respeito a todo sistema social e que afeta a sua vida pessoal.

O pensador Egdar Morin, usa a expressão made self para se referir a uma cegueira do
conhecimento que nos faz tomar para si um raciocínio que já vem pronto. Este equívoco, que
é provocado principalmente pelos meios de comunicação em massa, pode nos levar a termos
uma opinião vinculada a um “pensamento acabado”, de modo tal que as notícias sejam
transmitidas de maneira que já trazem um direcionamento de percepção e opinião.

A Sociologia nos auxilia a fazermos reflexões como sujeitos pertencentes a um mundo social
o qual nos constrói socialmente e ao mesmo tempo é construído por nós.

Nos ajuda a entender quem somos e para onde vamos. Esta ciência tem oferecido subsídios
para movimentos sociais, grupos de autoajuda e grupos reivindicatórios, por exemplo, dando-

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lhes condições para alcançar um entendimento mais amplo da realidade a qual estão inseridos,
podendo igualmente contribuir para a resoluções de problemas.

Tal ciência social pode nos fazer uma pessoa melhor pelo fato de instigar no indivíduo a
compreensão que a sua história de vida está entrelaçada com a vida de outros indivíduos os
quais são influenciados por fenômenos sociais dentro de uma estrutura social. Tal padrão
condiciona boa parte das escolhas dos indivíduos criando teias sociais que vão “amarando o
indivíduo”. Como diria Weber “é um animal amarrado a teia de significados que ele mesmo
teceu”. Diante disto o indivíduo passa a ter noção das suas limitações e possibilidades, assim
como o que pode ser modificado por ele e o que pode ser transformado pela coletividade.
Nesse sentido, aprende a fazer melhor suas escolhas e tendo consciência das limitações
impostas pela estrutura social buscar caminho para minimiza-las.

2.1. Sociedade e Cultura

Cultura significa tudo que é feito, aprendido ou compartilhado por membros de uma
sociedade: valores, crenças, comportamentos, símbolos, línguas e objetos materiais.
Sociedade significa um grupo de pessoas que vivem em um território definido e que
compartilham uma cultura. Evidentemente, cultura é um componente fundamental de toda
sociedade.

A cultura influencia crenças e comportamentos. Alguém que mora no Brasil provavelmente


tem hábitos diferentes de pessoas que moram em outros países – nos Estados Unidos, na
China, na Índia ou na França. A cultura influencia não apenas a língua, mas até a linguagem
corporal das pessoas, a forma como se cumprimentam e os valores considerados importantes.

A teoria funcionalista ensina que a cultura contribui para uma ordem social contínua, pois
transmite a forma como as pessoas devem se comportar em determinadas situações. A cultura
também permite com que as pessoas se beneficiem dos sucessos realizados por gerações
passadas.

A Teoria do Conflito de Karl Marx, por outro lado, sustenta a ideia de que a cultura justifica a
desigualdade. De acordo com o pai do socialismo, a classe dominante, isto é, a burguesia,
produz uma cultura que promove seus próprios interesses e que, simultaneamente, reprime os
do proletariado.

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O indivíduo, enquanto ser particular e social, desenvolve-se em um contexto multicultural, em
que temos regras, padrões, crenças, valores, identidades muito diferenciadas. Assim, a cultura
torna-se um processo de “intercâmbio” entre indivíduos, grupos e sociedades.

A partir do momento em que faz uso da linguagem, o indivíduo se encontra em um processo


cultural, que, por meio de símbolos, reproduz o contexto cultural que vivencia. Strey (2002)
aponta que o indivíduo tanto cria como mantém a sua cultura presente na sociedade. Cada
sociedade humana tem a sua própria cultura, característica expressa e identificada pelo
comportamento do indivíduo.

Segundo Strey (2002, p. 58), “o homem é também um animal, mas um animal que difere dos
outros por ser cultural”. Para ele, a cultura refere-se ao conjunto de hábitos, regras sociais,
intuições, tipos de relacionamento interpessoal de um determinado grupo, aprendidos no
contexto das atividades grupais

O primeiro contato que o ser humano tem, ao nascer, é a família: primeiramente, com a mãe,
por meio dos cuidados físicos e afetivos, e, paralelamente, como pai e os irmãos, que
transmitem atitudes, crenças e valores que influenciarão no seu desenvolvimento psicossocial.
Num segundo momento, tem a interferência da escola. Geralmente, nessa fase, o indivíduo já
traz consigo referências de comportamentos, de orientação pessoal básica, devido ao contato
inicial com a família.

Já os meios de comunicação em massa são considerados como agente socializador, diante das
inovações tecnológicas na atualidade histórica, porém nem sempre eles têm consciência do
seu papel no processo de socialização e na formação da personalidade do indivíduo. Na
família e na escola, existe uma relação didática e, com a TV, a relação é diferente, visto que a
comunicação é direta e impessoal (SAVOIA, 1989).

Cultura é algo que se aprende e que varia muito de sociedade para sociedade. Os seres
humanos passam a aprender a respeito de sua cultura assim que nascem, pois, na maioria dos
casos, seus pais os educam para que adotem os valores da sociedade.

Apesar das muitas diferenças entre culturas, todas são constituídas por dois elementos
fundamentais: cultura material e cultura não material.

Cultura material engloba os objetos físicos de uma sociedade: as ferramentas, a tecnologia, as


vestimentas, os meios de transporte, etc. Por exemplo, alguns símbolos da cultura material do
Brasil são o telefone celular, o computador, o iPod, etc.
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Um componente da cultura material que foi adotado por diversas sociedades é o uso de joias
para indicar que uma pessoa é casada. Por exemplo, no Brasil e nos Estados Unidos, usa-se
um anel no dedo anelar da mão esquerda. Em sociedades não industrializadas, constituídas
por poucos habitantes, isso é desnecessário, pois quase todas as pessoas se conhecem e sabem
quem é e quem não é casado. Em certas regiões da Índia, as mulheres usam um colar para
indicar que são casadas.

Cultura não material compreende os aspectos intangíveis de uma cultura: os valores e crenças
que influenciam seus membros e que os diferenciam dos indivíduos que constituem outras
sociedades.

2.2. Os elementos culturais

Cultura é a língua, os símbolos, as normas, os valores, as crenças, os rituais e os artefatos que


fazem parte de toda sociedade.

A língua é a forma de comunicação que permite que, por meio de palavras, informações sejam
transmitidas a um indivíduo ou a um grupo de pessoas. A língua é transmitida de geração em
geração. A maioria dos cientistas sociais acredita que a forma como uma sociedade utiliza a
língua revela o que seus membros consideram importante. A comunicação não verbal –
expressões faciais e movimentos corporais – também fazem parte da cultura.

Toda cultura é repleta de símbolos. Estes evocam, representam ou substituem algo abstrato ou
ausente, e geralmente despertam reações e emoções entre as pessoas que os consideram
significativos. Alguns objetos são símbolos importantes. Por exemplo, uma bandeira nacional
simboliza um país e possui uma conotação patriótica. A maioria das religiões também possui
símbolos. Apesar de serem apenas objetos, os símbolos possuem grande importância para
seus seguidores. Por exemplo, queimar a bandeira de um país é considerado um grande
desrespeito, apesar de se estar queimando apenas plástico ou tecido.

As normas de uma sociedade mudam com o passar do tempo. No século passado, muitas
sociedades mudaram suas visões sobre diversos assuntos de grande importância: por exemplo,
os direitos das mulheres e das minorias. Um número maior de mulheres passou a adentrar o
mercado de trabalho, o divórcio se tornou mais aceitável socialmente e membros de minorias
passaram a sofrer menos discriminação.

Os valores de uma sociedade são os princípios ou os padrões aceitos: certo ou errado, bom ou
ruim. Dependendo da sociedade, os valores podem variar muito. É importante ressaltar que
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uma mesma cultura pode apresentar valores conflitantes. Isto é, os membros de uma
sociedade podem não agir conforme seus próprios valores. Por exemplo, uma sociedade como
um todo pode valorizar a caridade e a ajuda aos pobres, mas muitos de seus membros podem
não estar dispostos a compartilhar parte de sua riqueza com os menos afortunados. Os
sociólogos fazem distinção entre o que as pessoas fazem e o que elas dizem. A cultura real
constitui os valores e normas que uma sociedade segue. Já a cultura ideal é um conjunto de
comportamentos que a sociedade considera positivo, mas que não necessariamente é seguido
por seus membros.

As crenças são as opiniões adotadas com fé e convicção e que são sustentadas pelos valores
de uma sociedade. Por exemplo, a sociedade norte-americana crê no direito da livre
expressão: no direito de uma pessoa falar o que quiser a respeito de seu país e do seu governo
sem ter medo de sofrer represálias.

Rituais ou cerimônias culturais variam de sociedade para sociedade. Os rituais marcam as


transições da vida: refletem e transmitem, de geração em geração, as normas de uma cultura.
As cerimônias de formatura são um exemplo de tais rituais.

Em muitas culturas, os homens têm suas próprias cerimônias de iniciação. Uma das mais
famosas é a circuncisão. Nos Estados Unidos, por exemplo, a maioria dos bebês de sexo
masculino é circuncidada poucos dias após o nascimento. Se o menino é judeu, é realizada, no
oitavo dia de seu nascimento, uma cerimônia religiosa em que ele é circuncidado. Entre os
Masai, uma tribo da África Oriental, a circuncisão serve como teste de bravura.

Os artefatos objetos manufaturados –constituem outro importante elemento da cultura. Em


sociedades mais simples, os artefatos são as ferramentas utilizadas para o trabalho, as cabanas
construídas para habitação e as vestimentas típicas de seus habitantes.

2.3. Interações Culturais

Há sociedades em que coexistem diversas culturas. É quase inevitável que haja


desentendimentos, preconceitos e até conflitos entre membros de diferentes culturas. Contudo,
é possível que aprendam e viver em harmonia e que uma cultura passe a apreciar as outras. É
necessário que haja coexistência entre as diferentes culturas de uma sociedade porque é
praticamente impossível mantê-las isoladas. A interação entre elas é inevitável. É importante,
portanto, que a existência de diversas culturas enriqueça e fortaleça a sociedade, e não, que
represente uma fonte de conflitos e desentendimentos entre seus membros.

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2.4. Assimilação e multiculturismo

A assimilação é o fenômeno em que a cultura dominante absorve grupos culturais,


subculturais e contraculturais. Assimilação significa que uma subcultura ou contracultura
adota os valores e hábitos da cultura dominante.

Hoje, passou-se a aceitar a ideia de que é possível que haja coexistência ente culturas sem que
haja assimilação. Essa perspectiva, denominada multiculturismo, respeita as diferenças
culturais em vez de exigir que a cultura dominante assimile as demais. O multiculturismo
ensina que é importante que certos valores culturais sejam compartilhados por toda a
sociedade, mas que é também desejável que haja diferenças culturais. Por exemplo, hoje, em
certas escolas nos países ocidentais, os alunos aprendem que sua cultura não é a única e nem
superior às outras e que há muito a aprender das demais culturas.

2.5. Etnocentrismo

Etnocentrismo é o fenômeno que ocorre quando um indivíduo ou um grupo de pessoas


discrimina os membros de outra cultura.

Um dos efeitos negativas do etnocentrismo é o menosprezo de culturas cujos padrões morais


sejam diferentes. As culturas que se consideram mais avançadas que as demais podem tentar
impor seus valores sobre as demais. O etnocentrismo pode, portanto, se tornar uma fonte de
hostilidade, preconceito e conflito entre membros de diferentes culturas.

Por exemplo, alguns indivíduos podem considerar absurda a adoração às vacas que ocorre na
Índia. Mas esse fenômeno é de grande importância para a cultura indiana e não deve ser
ridicularizado por membros de outras culturas.

Vale notar que os missionários que viajam para outros países para converter a população local
para o cristianismo praticam uma forma de etnocentrismo: incentivam pessoas a trocar sua
religião por outra.

Um país que é frequentemente acusado de fomentar o etnocentrismo é os Estados Unidos. Os


norte-americanos dão imenso valor aos avanços tecnológicos, à industrialização e à
acumulação de riquezas. Para muitos norte-americanos, as culturas que não valorizam os
avanços tecnológicos e o capitalismo são “atrasadas” ou “não civilizadas”. Tal ponto de vista
constituiu etnocentrismo: afirma categoricamente que o estilo de vida preferível é o
urbanizado e o industrializado.

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Por outro lado, um repúdio à cultura norte-americana também constitui uma forma de
etnocentrismo. Muitos europeus consideram que a cultura europeia é superior a dos Estados
Unidos e que os norte-americanos são materialistas, arrogantes e intelectualmente inferiores
aos europeus. Evidentemente, muitos norte-americanos não concordam com esse ponto de
vista.

Uma forma de etnocentrismo que pode ser bastante problemática é o nacionalismo. Esse
fenômeno ocorre quando uma nação se considera superior às outras. A Alemanha Nazista
serve como exemplo de como o nacionalismo pode resultar em terríveis consequências.

2.6. Relativismo Cultural

O relativismo cultural é um ponto de vista oposto ao etnocentrismo. Relativismo cultural


significa observar os sistemas culturais sem que haja qualquer tipo de visão etnocêntrica. Os
relativistas culturais buscam compreender os valores e as normas de outras culturas de forma
objetiva. Relativismo cultural significa não considerar nenhuma cultura superior ou inferior às
outras. Significa reconhecer que todas as culturas possuem prós e contras e que não devemos
presumir que nossa cultura seja melhor que as demais.

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3. Conclusão

A Sociologia é importante para o mundo contemporâneo, assim como outras ciências, porque
ela volta especificamente para a compreensão dos problemas sociais, e assim adquire
reflexões e debates sobre estes problemas com o intuito de, além de gerar pensamentos
também gerar soluções.

Se mantivermos essa linha de raciocínio, podemos dizer que a sociologia no mundo


contemporâneo vem ser a ciência capaz de propor a discussão e análises das mais diversas
mazelas sociais, e através do debate proposto e da busca do conhecimento apresenta
resultados e soluções para os mais variados problemas. Tirando a sociologia do campo das
ideais, pode-se dizer que como produto final ao indivíduo, ela busca um equilíbrio social
maior e igualitário, trazendo uma evolução orgânica da sociedade como um todo. A
sociologia constitui um projeto intelectual tenso e contraditório. Para alguns ela representa
uma poderosa arma a serviço dos interesses dominantes, para outros ela é a expressão teórica
dos movimentos revolucionários. A sua posição é notavelmente contraditória. " As culturas
também variam muito quanto às suas normas e formas de comportamento. Normas são
princípios e preceitos: são as expectativas da sociedade – a forma como se espera que seus
membros se comportem em dadas circunstâncias. Dependendo da cultura, as normas podem
variar muito.

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4. Referencia

Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgard de Assis. Carvalho. –2. ed. –
São Paulo: Cortez ; Brasília, DF : UNESCO, 2000.

Florestan Fernandes, de Wright Mills e de Henri Lefebvre. São Paulo: Editora Contexto,
2014. 224p.

GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed Ed. S.A., 2005.

MARTINS, José de Souza. Uma sociologia da vida cotidiana – ensaios na perspectiva de

MILLS, Charles Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução. Catarina

SAVOIA, Mariângela Gentil. Psicologia social. São Paulo: McGraw-Hill, 1989.

STREY, Marlene Neves (Org.). Psicologia Social Contemporânea. 7. ed. Rio de Janeiro:
Vozes, 2002.

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