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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas


Curso de Licenciatura em Administração Pública

Administração Pública Moçambicana vs Administração Pública de Portugal

Lindoca Manuel Nhacuongue: 71220674

Quelimane, Setembro de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Administração Pública Moçambicana VS Administração Pública de Portugal

Trabalho de campo a ser submetido


a coordenação de curso de
licenciatura em Administração
Publica da UniSCED

Lindoca Manuel Nhacuongue: 71220674

Quelimane, Setembro de 2023


Índice
1. Introdução ............................................................................................................................4
1.1. Objetivos ......................................................................................................................4
1.1.1. Objectivo Geral ....................................................................................................4
1.1.1.1. Objectivos Específicos......................................................................................4
2. Administração Pública Moçambicana ..................................................................................3
2.1. Enquadramento do País ....................................................................................................3
2.1.1. Localização de Moçambique ................................................................................3
2.1.2. Contextualização Histórica ...................................................................................3
2.2. Descrição do Sistema Administrativo Moçambicano ...................................................4
2.3. Descrição dos Serviços Públicos na Administração Pública Moçambicana .................4
2.4. Descrição do Historial e Actual Estágio da Administração Pública em Moçambique ..5
3. Administração Pública Portuguesa .......................................................................................6
3.1. Localização geográfica de Portugal ..............................................................................6
3.2. Contextualização Histórica de Portugal ........................................................................6
3.3. Sistema Administrativo de Portugal .............................................................................6
3.4. Descrição do Serviço Público Em Portugal ..................................................................7
3.5. Descrição do Historial e Actual Estágio da Administração Pública Portuguesa ...........7
4. Conclusão .............................................................................................................................8
5. Referência bibliográfica .......................................................................................................9
1. Introdução

A administração pública em Moçambique passou por um longo processo de


evolução e foi dominada desde o período colonial ate ao Moçambique independente pelo
ciclo de centralização e descentralização da mesma. Foi também caracterizada sobretudo
no período colonial por um volume de decretos que muitas vezes ficavam nos papéis ou
em teoria devido a debilidade financeira e consequente dependência do capital
internacional.

A República Portuguesa é um Estado democrático baseado no Estado de direito,


na soberania do povo, na expressão e organização democrática plural, no respeito pela e
garantia da aplicação efetiva dos direitos e liberdades fundamentais, e na separação e
interdependência de poderes, tudo com vista à realização da democracia económica,
social e cultural e ao aprofundamento da democracia participativa.

O presente trabalho debruça-se em torno da análise, descrição e comparação de


Administrações Públicas de dois países diferente, nomeadamente Moçambique e
Portugal, no curso de Licenciatura em Administração Pública, 2º Ano. Em concernente a
elaboração do mesmo usaram-se vários artigos publicados na internet, livros, e entre
outros, no que culminou a uma pesquisa bibliográfica.

1.1.Objetivos
1.1.1. Objectivo Geral
➢ Comparar a Administração Pública Moçambicana e Portuguesa.
1.1.1.1.Objectivos Específicos
➢ Descrever a localização geográfica de Moçambique e Portugal;
➢ Descrever o sistema Administrativo da Administração Pública
Moçambicana e Portuguesa;
➢ Descrever os serviços públicos prestados na Administração Pública
Moçambicana e Portuguesa;
➢ Descrever a História e actual estágio da administração Pública
Moçambicana e Portuguesa.
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2. Administração Pública Moçambicana


2.1.Enquadramento do País
2.1.1. Localização de Moçambique

Segundo Serra (2000, p. 34), estabelece que “Moçambique situa-se na faixa sul-
oriental do Continente Africano, entre os paralelos 10/27' e 26/52' de latitude Sul e entre
os meridianos 30/12' e 40/51' longitude Este. Ao Norte limita com a Tanzânia; ao Oeste
com o Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e Swazilândia; e ao Sul com a África do Sul”.

Na perspectiva de Serra (2000, p. 37), afirma que “Toda a faixa Este, banhada
pelo Oceano Índico numa extensão de 2,470 km, tem um significado vital tanto para
Moçambique como para os países vizinhos situados no interior que só têm ligação com o
oceano através dos portos moçambicanos. A superfície do seu território é de 799,380 km”.

Segundo Newitt (1997, p. 89), enfatiza que:

“O país está dividido em 11 Províncias: ao Norte, Niassa, Cabo Delgado e


Nampula, ao Centro, Zambézia, Tete, Manica e Sofala, ao Sul, Inhambane, Gaza,
Maputo e Maputo Cidade. O território moçambicano, como toda a região Austral
do Continente Africano, não apresenta grande variedade de paisagem. Da costa
para o interior podem-se distinguir três tipos de relevos”:

A planície litoral que ocupa grande parte do território (40 %). Esta é a região
natural onde se observa a maior concentração da população, Os planaltos com altitudes
que variam entre 200 e 1,000 metros, Os grandes planaltos e montanhas que ocupam uma
pequena parte do território nacional, com altitudes superiores a 1,000 metros.

2.1.2. Contextualização Histórica

Segundo Newitt (1997, p. 95), estabelece que:

“Moçambique adquiriu a actual forma geográfica em Maio de 1891, altura em


que foi assinado o tratado Anglo-Português de partilha das zonas de influência
em África. Tal tratado serviu para legitimar, entre as nações coloniais europeias,
uma ocupação que no caso de Moçambique remonta do século XVI, período em
que Portugal iniciou a ocupação da costa oriental de África”.

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O País tornou-se independente de Portugal em 1975, após dez anos de luta armada
de libertação nacional movida pela FRELIMO (Frente de Libertação Nacional de
Moçambique). A independência política de Moçambique foi negociada entre a Frelimo e
o Governo português no acordo de Lusaka a 7 de Setembro de 1974.

Segundo Newitt (1997, p. 97), enfatiza que “O primeiro Governo moçambicano


estabeleceu uma estratégia de transformação socialista da sociedade moçambicana. Entre
as suas actividades, até finais da década de 80, o Governo de Moçambique levou a efeito
programas amplos no âmbito da educação, saúde e habitação”.

Só em 1992 as forças políticas, nacionais e internacionais, chegaram a um acordo


com vista ao fim do conflito armado e à estabilização política de Moçambique. Entre
outros aspectos, a busca da paz e democratização conduziram à assinatura do acordo de
Roma a 15 de Outubro de 1992, entre a Frelimo e a RENAMO (Resistência Nacional
Moçambicana).

2.2.Descrição do Sistema Administrativo Moçambicano

Segundo Amaral (2006, p. 122), estabelece que “Caracterizando o sistema


administrativo moçambicano, devemos partir da análise e entendimento de que se trata
de um sistema do tipo judicial ou executivo, ou ainda híbrido”.

Amaral (2006, p. 125), enfatiza que “É assim que o nosso sistema, tal como o
executivo originário, foi inspirar-se no sistema judicial, trazendo daquele, embora com
inovações necessárias, a suspensão de eficácia e a descentralização.

2.3. Descrição dos Serviços Públicos na Administração Pública Moçambicana

Na perspectiva de Amaral (2006, p. 135), estabelece que:

“Do ponto de vista a lei de bases gerais da organização e funcionamento da


Administração Pública moçambicana, classifica os serviços públicos segundo o
tipo de actividade que desenvolvem, aos estabelecer que, “os serviços públicos
estão estabelecidos e organizados, tendo em atenção as funções para as quais são
criados, nomeadamente: (a) serviços executivos; (b) serviços de controlo,
auditoria e fiscalização; (c) serviços de coordenação; (d) serviços técnicos”.

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2.4.Descrição do Historial e Actual Estágio da Administração Pública em


Moçambique

Segundo Rocha (2001, p. 18), estabelece que “Os portugueses chegam à o que é
hoje Moçambique como consequência da expansão europeia no século XV. Em 1498 uma
embarcação liderada por Vasco Da Gama tendo desembarcado no sul no rio Inharrime
(Inhambane); no centro, no rio dos Bons Sinais (Quelimane) e no norte, na Ilha de
Moçambique”

Rocha (2001, p. 20), enfatiza que:

“Estes mercadores fixam-se no séc. XVI numa primeira fase, em 1505 em Sofala
e em 1507 na Ilha de Moçambique. Como forma de criar postos de comércio e
condições para a sua protecção fundam as feitorias, em 1530 em cena, em 1537
em Tete e em 1544 em Quelimane. Esses foram os primeiros passos de tendências
para uma administração no que é hoje Moçambique”.

O Estado moçambicano nasce da proclamação da independência em 25 de Junho


de 1975 e, para melhor compreensão da sua evolução vale a pena dividir em três
momentos designadamente: a Primeira Republica, a Segunda Republica e a Terceira
Republica.

Segundo Rocha (2001, p. 22), afirma que:

“A Primeira Republica, inaugura-se com a proclamação da independência em


1975 e é anunciada como Republica Popular de Moçambique pela Constituição
de 1975 e vai até 1986 com a morte de Samora Machel. a Constituição de 75
definia em princípios gerais a subordinação da política do Estado à FRELIMO e
impunha o sistema de partido único”.

A Segunda República é inaugurada com o Presidente Joaquim Alberto Chissano,


vai até 1992, ano da assinatura dos Acordos de Paz de Roma. A Republica foi marcada
pela alteração da Constituição em 1990 que, operou profundas mundanas na
administração pública

Rocha (2001, p. 25), estabelece que “A Terceira Republica começa em 1994 com
a realização das primeiras Eleições Gerais através de voto directo e secreto. Destacaram-
se como avanços na administração a existência de três Poderes: Executivo, Legislativo e
Judiciário com os seus respectivos presidentes”.

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3. Administração Pública Portuguesa


3.1.Localização geográfica de Portugal

Segundo Simões (2021, p. 325), estabelece que “República Portuguesa, é um


Estado da Europa Meridional, fundado em 1143, que ocupa uma área total de 92.212
Km2. A parte continental situa-se no extremo Sudoeste da Península Ibérica, fazendo
fronteira a norte e a leste com a Espanha, e a oeste e a sul com o Oceano Atlântico”.

Simões (2021, p. 328), afirma que:

“O território português inclui ainda duas regiões autónomas: os arquipélagos da


Madeira e dos Açores, localizados no Oceano Atlântico. O arquipélago da
Madeira é constituído pelas ilhas da Madeira, Porto Santo, Desertas e Selvagens,
e o arquipélago dos Açores é formado por nove ilhas e alguns ilhéus: Santa Maria,
São Miguel, Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico, Faial, Flores e Corvo”.

3.2.Contextualização Histórica de Portugal

Segundo Rebelo (2004, p. 12), estabelece que “Portugal foi fundado em 1143, ano
da celebração do Tratado de Zamora. O Tratado, assinado entre D. Afonso Henriques,
primeiro rei de Portugal, e Afonso VII de Leão e Castela, reconhece o estatuto jurídico
de Portugal como reino independente. Em 1179 esse estatuto foi confirmado pelo Papa
Alexandre III”.

Rebelo (2004, p. 16), enfatiza que:

“Durante os sécs. XII e XIII os reis portugueses foram alargando as fronteiras,


até à conquista do Algarve, consolidando um território praticamente inalterado
até hoje. Com as fronteiras definidas, Portugal começou a olhar para dentro. Em
finais do séc. XIII o rei D. Dinis criou a prestigiada Universidade de Coimbra,
uma das mais antigas da Europa. Nos centros mais importantes edificaram-se
castelos, palácios e catedrais, e sedimentou-se a administração territorial”.

3.3.Sistema Administrativo de Portugal

Segundo Araújo (2000, p. 78), estabelece que “De acordo com a Constituição,
Portugal é um Estado unitário que “respeita na sua organização e funcionamento o regime
autonómico insular”, os princípios da subsidiariedade, bem como da autonomia das
autarquias locais e da descentralização democrática da administração pública”.

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Araújo (2000, p. 79), enfatiza que “A organização administrativa portuguesa é


desenvolvida através do modelo descentralizado, conforme consta dos artigos
6º/nº1(referente a Portugal enquanto um Estado unitário) e 267º/nº2 (relativo à estrutura
da Administração)”.

3.4.Descrição do Serviço Público Em Portugal

Na perspectiva de Araújo (2000, p. 84), enfatiza que “serviços públicos são o


conjunto de serviços prestados à população em geral através de empresas ou entidades
ligadas ao governo, através do sector público, ou de empresas privadas que prestem esses
serviços indirectamente”.

Araújo (2000, p. 87), estabelece que “Os serviços essenciais considerados


públicos em Portugal são o Ensino, a Saúde, a Energia Eléctrica o Gás e a Água, a
Segurança Social, os Serviços Bancários, os Bombeiros, o Exército, a Limpeza Pública,
o Saneamento e as Redes Viárias, entre outros”.

3.5.Descrição do Historial e Actual Estágio da Administração Pública


Portuguesa

Segundo Araújo (2000, p. 90), enfatiza que:

O Estado liberal português surge num período de tensões políticas que eram
vivenciadas pela monarquia portuguesa, mediante o aprofundamento de suas
dificuldades em gerir a metrópole e as colônias. O deslocamento da Família Real
para o Brasil, logo no início do século XIX e o crescimento da importância
económica da colônia do Brasil demandava maiores esforços administrativos
para:

➢ Combater a pirataria e defender a costa brasileira;


➢ Melhorar a arrecadação dos tributos devidos à Coroa;
➢ Remanejar a organização política e garantir o fim da regência britânica de
Portugal para preparar o retorno de D. João VI para Portugal.

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4. Conclusão

Em concernente ao término do trabalho, conclui-se que Moçambique situa-se na


faixa sul-oriental do Continente Africano, entre os paralelos 10/27' e 26/52' de latitude
Sul e entre os meridianos 30/12' e 40/51' longitude Este. Ao Norte limita com a Tanzânia;
ao Oeste com o Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e Swazilândia; e ao Sul com a África do Sul.

“Toda a faixa Este, banhada pelo Oceano Índico numa extensão de 2,470 km, tem
um significado vital tanto para Moçambique como para os países vizinhos situados no
interior que só têm ligação com o oceano através dos portos moçambicanos. A superfície
do seu território é de 799,380 km”. Moçambique adquiriu a actual forma geográfica em
Maio de 1891, altura em que foi assinado o tratado Anglo-Português de partilha das zonas
de influência em África. Tal tratado serviu para legitimar, entre as nações coloniais
europeias, uma ocupação que no caso de Moçambique remonta do século XVI, período
em que Portugal iniciou a ocupação da costa oriental de África”.

Caracterizando o sistema administrativo moçambicano, devemos partir da análise


e entendimento de que se trata de um sistema do tipo judicial ou executivo, ou ainda
híbrido. Vários estudiosos argumentam que, hodiernamente, não existe um sistema,
eminentemente, puro, ou seja, nenhum país aplica um sistema de controlo puro, seja
através do poder judiciário, ou ainda através de tribunais administrativos.

De acordo com a Constituição, Portugal é um Estado unitário que “respeita na sua


organização e funcionamento o regime autonómico insular”, os princípios da
subsidiariedade, bem como da autonomia das autarquias locais e da descentralização
democrática da administração pública. A organização administrativa portuguesa é
desenvolvida através do modelo descentralizado, conforme consta dos artigos
6º/nº1(referente a Portugal enquanto um Estado unitário) e 267º/nº2 (relativo à estrutura
da Administração).

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5. Referência bibliográfica
1. Amaral, D. F. (2006). Curso de Direito Administrativo. Coimbra
2. Araújo, R. (2000). Os Sistemas de Governo de Transição democrática nos
PALOP. Coimbra.
3. Newitt, M. (1997). História de Moçambique. Lisboa
4. Rebelo, S. (2004). Direito Administrativo Geral: Introdução e princípios
fundamentais. Lisboa
5. Rocha, A. (2001). Moçambique Historia e Cultura. Maputo
6. Serra, C. (2000). História de Moçambique: Primeiras Sociedades
Sedentárias e Impacto dos Mercadores (200/300-1885), Agressão
Imperialista, 1886-1930. Maputo.
7. Simões, A. J. (2021). Breve caracterização da Administração Pública
central Portuguesa. Lisboa

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