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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação À Distância (IED) -Tete

Trabalho-I

Tema: Breve contextualização da filosofia grega

Zuela Augusto Manuel, 708220384

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Filosofia

Ano de Frequência 2º/2023

Tete, Junho, 2023


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos
 Introdução 0.5
Estrutura organizacionai
s  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências
6ª edição em das
Bibliográfica 4.0
citações e citações/referências
s
bibliografia bibliográficas

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Recomendações de melhoria:
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Índice
1.Introdução ...................................................................................................................... 4

1.1.Objectivos ................................................................................................................ 4

1.1.1. Objectivo geral ................................................................................................. 4

1.1.2. Objectivos específicos ..................................................................................... 4

1.2.Metodologia de trabalho ............................................................................................. 4

2. Breve contextualização da filosofia grega .................................................................... 5

2.1. Razão ...................................................................................................................... 5

2.1.1. Conhecimento Racional .......................................................................................... 7

2.1.2. Helenismo ............................................................................................................... 8

2.1.3. Civilização, Educação Clássica da Paidéia ......................................................... 8

2.1.4. Herança Helenística ......................................................................................... 8

2.2. Fé e Razão .................................................................................................................. 9

2.2.1. Autonomia do Pensamento ................................................................................... 10

2.2.2. Autonomia ......................................................................................................... 10

2.2.3. Conhecimento ................................................................................................ 10

2.2.4. Conhecimento nascente ................................................................................. 10

2.2.5. Origem do conhecimento ............................................................................... 10

2.2.6. Busca pela Verdade ............................................................................................... 11

2.3. Patrística ............................................................................................................... 11

3.Considerações Finais .................................................................................................... 14

4.Referências Bibliográficas ........................................................................................... 15

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1.Introdução
Com este trabalho pretende-se reflectir sobre contextualização da filosofia grega que vai
desenvolver o conhecimento do estudante da Universidade católica de Moçambique, A
cadeira de Filosofia tem-se mantido desde sempre de cursos de Filosofia, constituindo-se
como uma das áreas âncora de qualquer plano de estudos filosóficos. O primeiro representa
assim o lugar adequado e o tempo propício a uma iniciação ao estudo das origens do
pensamento filosófico. O surgimento do conhecimento filosófico na Grécia antiga se deu por
volta dos séculos VII a VI a.C. e foi o resultado de um conjunto de factores que foram
contribuindo para o distanciamento lento e gradual, da mitologia em relação à filosofia. Os
relatos míticos explicavam a natureza a partir da geração dos deuses, já os filósofos
investigavam esta origem de maneira racional.

O fato de esses filósofos debaterem, observarem a realidade, fazerem discursos nas grandes
sessões públicas para os cidadãos da pólis, lhes causaram alguns problemas. Na formação
desses grupos tinha sempre a presença de um mestre. No caso de Platão, o seu mestre era
Sócrates.

1.1.Objectivos

1.1.1. Objectivo geral


 Compreender o contributo da filosofia grega.

1.1.2. Objectivos específicos


 Reflictir as fases ou épocas da história da Grécia;
 Descrever os quatro grandes períodos da filosofia grega: pré-socrático ou
antropológico, período sistemático e período helenístico ou grego-romano.

1.2.Metodologia de trabalho
Qualquer trabalho de carácter científico para ter o êxito nas suas abordagens é necessário
apoiar-se em algumas propostas teóricas e metodológicas. Não obstante, de acordo com os
objectivos preconizados, este trabalho procura estabelecer sempre a comparação entre as
propostas teóricas defendidas pela perspectiva do texto argumentativo sobre breve
contextualização da filosofia grega na área da filosofia, a presente pesquisa usou-se o método
bibliográfico que se baseou na análise das obras literárias e artigos da internet.

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2. Breve contextualização da filosofia grega
As teorias de Platão despertaram o interesse de várias pessoas por toda a Grécia, e assim ele
passou a ser objecto de discussão por governantes, políticos e oradores de outras regiões.

A macedónia, sob o comando de Alexandre, O Grande, dominou várias das Pólis gregas,
porém, devido ao fato de Alexandre ter sido discípulo de Aristóteles, que, por sua vez, foi
discípulo de Platão, ele contribuiu para a expansão da cultura grega pelo espaço conquistado,
produzido assim, uma espécie de relativa uniformização cultural. Esse processo de expansão
cultural grega pelo mundo antigo passou a ser chamado de processo de helenização do
mundo.

O helenismo foi um conjunto cultural, que se tornou o padrão de civilização predominante nos
séculos IV e II a.C. Com a morte de Alexandre, o Império foi dividido entre os seus generais
mais próximos. E assim foram os reinos helenísticos, que praticamente dominaram a cena
política na região entre a desintegração do Império Macedónico e a emergência do Império
Romano.

2.1. Razão
A tradição atribui à Grécia o surgimento da Filosofia. Isso se deve ao fato de que os antigos
sábios baseavam-se abundantemente nos princípios religiosos e em explicações míticas da
realidade. A própria Grécia vivia a fase do chamado conhecimento mágico, que professava
que a vida dos seres humanos estava intimamente relacionada e era totalmente afectada pelas
artimanhas de diversos deuses, que impediam a realização de acções humanas baseadas na
vontade pessoal e na liberdade. As famosas epopeias de Homero e Hesíodo retractam a crença
em mitos e na influência dos deuses sobre os homens, conforme explica (Martins e Aranha,
2003).

Para Chauí, (2010, p. 32), sustenta que os homens sempre questionaram a respeito de coisas
cotidianas, como o porque do nascimento e da morte dos seres, o porque da origem das coisas
e o porque de certas coisas transformarem-se em seu oposto com o passar do tempo.

Sem dúvida, a religião, as tradições e os mitos explicavam todas essas coisas, mas suas
explicações já não satisfaziam aos que interrogavam sobre as causas da mudança, da
permanência, da repetição, da desaparição e do ressurgimento de todos os seres. Haviam
perdido força explicativa, não convenciam nem satisfaziam a quem desejava conhecer a
verdade sobre o mundo,(Chauí, 2010, p.32).

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Entre os séculos VII e VI a.C. ocorre, então, nas colónias gregas da Ásia Menor, como na
cidade de Mileto, com o pensador Tales de Mileto (Chauí, 2010, p.32), a passagem do uso da
mentalidade mítica para o uso do pensamento racional, fenómeno denominado por alguns de
“milagre grego”.

Em conformidade com Chauí (2010, p. 32-33), esclarece que o início da Filosofia se dá


através de um conteúdo específico denominado cosmologia (kósmos – “a ordem a e
organização do mundo” ou “o mundo ordenado e organizado” + logos – “pensamento
racional, discurso racional, conhecimento”). Os filósofos denominados pré-socráticos
buscavam na racionalidade explicações para a formação e a ordenação do Universo, o
princípio de todas as coisas, uma explicação para como o cosmo teria emergido do caos,
centrando suas suposições e teorias na natureza, através de interpretações racionais. (Martins
e Aranha, 2003, p. 83).

A legislação escrita vem substituir a justiça até então interpretada pela vontade divina e dos
reis, e introduzir normas escritas comuns a todos, formalizando-se numa obra puramente
humana, e fornecendo as bases para a constituição da Pólis, local em que as relações sociais
deixam de ter carácter consanguíneo e assumem-se sob uma organização administrativa, com
o avanço da isonomia, isto é, a possibilidade de participação igualitária dos cidadãos no
exercício do poder, na política. As questões relativas à cidadania eram agora discutidas,
debatidas e resolvidas abertamente, na ágora (praça pública), com a participação dos cidadãos
– cuja denotação está restrita aos – homens, nativos, adultos, não-escravos – o que constituía a
noção inédita de democracia grega. (Martins e Aranha, 2003, p. 81-82).

A grande diferença entre o pensamento mítico e o filosófico está, como concluem Martins e
Aranha (2003, p. 6), no fato de que, enquanto o mito é uma narrativa inquestionável, baseada
no sobrenatural, cuja inteligibilidade é dada; na filosofia, a inteligibilidade é procurada,
através de questionamentos, problemas, argumentos, do estímulo às discussões; rejeita a
intervenção de divindades, e principalmente, busca a coerência, a definição de conceitos,
formula doutrinas e traz o pensamento abstracto.

De acordo com Chauí (2010, p. 62), ainda, a razão aparece como ideia oposta a quatro
atitudes mentais:

I. Conhecimento ilusório

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Conhecimento da aparência das coisas, baseado em nossas tradições e crenças, criado por
nossa mera opinião, não alcançando a verdade e a realidade por trás dos conceitos;

II. Emoções, sentimentos e paixões

Sensações desordenadas que se contrapõem umas às outras e causam uma confusão em nossas
vontades;

III. Crença religiosa

Em que a verdade é revelada por meio da fé, sob a luz divina e não procurada por meio do
intelecto, como quer a razão;

IV. Êxtase místico

Comunhão com seres divinos, como santos e profetas, aproximação que exige o abandono da
actividade intelectual, prazer que não pode ser expresso objectivamente por pensamentos e
palavras.

2.1.1. Conhecimento Racional


Platão: 428-347 a.C.
Um dos principais expoentes do pensamento racional na Grécia Antiga foi Platão. Após a
condenação de seu mestre, Sócrates, Platão viajou por vários lugares, tentou em vão interferir
no governo de Siracusa (Sicília) e retornou a Atenas, onde formou o seu próprio grupo, ou
seja, fundou a escola denominada, Academia.

O seu pensamento abrange as varias áreas da filosofia nascente, e assim é o primeiro filosofo
sistemático do pensamento Ocidental. Sua influência foi sentida no período Helenístico.

Segundo Platão, o governo das Pólis assim como o dos grupos de pensadores, deveria ser
assegurado a quem apresentasse uma melhor preparação para exercer tal actividade. Com
isso, ele defendia que todos os cidadãos do sexo masculino deveriam possuir uma preparação
escolar geral.

O mundo material, passageiro e corruptível, para Platão era apenas uma pálida lembrança da
verdadeira realidade, do mundo das ideias, sendo esse, perfeito, infinito e incorruptível.

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Portanto, as ideias e concepções só apresentam sentido efectivo quando dizem respeito a uma
realidade geral, genérica e abstracta. Essas são as bases da dicotomia platónica: mundo
sensível e inteligível.

2.1.2. Helenismo
O Filósofo Aristóteles considerado o maior dos filósofos gregos é tido como responsável por
organizar todo o pensamento grego. Professor de Alexandre o Grande, sua historia marca o
apogeu da filosofia grega. Viveu entre 379-301 a.C. e do Imperador Alexandre o Grande,
filho de Filipe II da Macedónia viveu entre 356-323 a.C., morreu aos 33 anos (causa provável
febre), que segundo historiadores foi responsável por divulgar a língua e a cultura grega pelas
regiões do Império Macedónico.

Conquistou um dos maiores impérios segundo a história que ia dos Bálcãs a Índia, discípulo
de Aristóteles, visionário, inteligente, tentou criar uma síntese entre o Oriente e o Ocidente.
Homem admirador das artes e ciências fundou no Egipto a Alexandria que durante
aproximadamente três séculos foi o maior centro cultural, cientifico e económico da época,
permitia que os derrotados mantivessem suas tradições. Através de suas conquistas expandiu
o helenismo.

2.1.3. Civilização, Educação Clássica da Paidéia


No decorrer dos séculos essa educação clássica perde muito do que poderia restar do seu
carácter nobre, a cultura física vai progressivamente se perdendo em proveito dos elementos
propriamente espirituais, e no interior destes o aspecto artístico/musical cede aos elementos
literários: a educação permanece moral e livre consequente natural mais escolar; a escola se
firma como instituição suplanta, o meio natural e electivo da juventude com sua atmosfera
característica mais ou menos passional entre mais velho e mais moço.

2.1.4. Herança Helenística


A educação helenística é a que devemos chamar de real educação clássica: é a de todo mundo
grego que se estabiliza após as conquistas de Alexandre o Grande e das guerras após sua
morte. Ela permanece viva por todo mundo mediterrâneo, portanto tempo este merece ser
considerado antigo, ultrapassando a era helenística para estender-se para o período romano.
Os romanos por sua estrutura militar apoiada pelo estado, vão herdar e formar um império
maior que o macedónico e serão os sucessores dos antigos gregos.

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A educação, sua importância na história do período helenístico é tão grande que devemos
considerá-la como o verdadeiro centro de todo quadro dessa civilização.

A pessoa humana torna-se herdeira da cidade antiga, que liberta o condicionamento colectivo,
do encastramento totalitário que lhe impunha a vida da cidade, toma consciência de si própria,
de suas possibilidades, de suas exigências, de seus direitos. A norma a justificação da
existência comunitária ou individual reside no homem como personalidade autónoma,
encontrando, além do eu, mas através do eu e sem perder sua individualidade, a realização do
seu ser. O homem grego se crê o centro e a medida de todas as coisas. Para o homem
helenístico, a existência humana não tem outro fim senão atingir plenitude. Transformar a
criança em homem plenamente homem cuja imagem seria nobremente consagrada.

2.2. Fé e Razão

A Fé e a Razão entram no marco da história confrontando-se por implicarem explicações


diferentes; uma em um senso divino e mágico e outra apoiada em provas concretas. Para um
ser humano que ouça da fé pressupõe-se que, com a força dessa crença, ele possa chegar aos
sonhos ou vitórias desejadas, já no caso de quem quer seguir um caminho para busca da
verdade, espera-se que ele deixe de lado a emoção e pense na razão, passando a reflectir o que
o fará chegar às vitórias e sonhos.

Há quem diga que a fé e a razão são inseparáveis ao mesmo tempo imutáveis confrontando-se
com as teorias inexplicáveis que de fato, historicamente, são de ideologia muito forte. A fé
relacionada à dependência divina, já a razão implica reflectir para chegar às respostas. A fé
entende milagres como a actuação de um deus sobre o mundo terrestre, já para a filosofia,
esse ato, tido como milagre é cheio de perguntas que levará a busca por uma razão real ou
mentirosa.

Segundo Chauí (2010), diz-se que Josué parou o Sol. A Filosofia usa o conhecimento
científico para a explicação desse fato e caso tenha sim a explicação certa para isso, não
poderia ser negado a história de Josué.

A religião encara a Filosofia e a ciência como tipos de ensinamentos que se afastam dos
ensinamentos normais de uma tradução religiosa. Enquanto isso, a Filosofia faz a pessoas
entrarem em um estado de reflectir que leva à afirmação de que a Religião é nada mais que

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um conjunto de crenças e doutrinas, logo nos faz pensar se Deus existe mesmo ou se o
homem tem a capacidade de entender a criação de tudo sem se remeter um poder divino.

2.2.1. Autonomia do Pensamento

2.2.2. Autonomia
Da autonomia (filosófica) pode-se entender como a capacidade de desenvolver ideias
independentes, defender princípios próprios, buscando formar sua própria razão,
caracterizando o pensamento filosófico de que temos liberdade para agirmos intelectualmente
de acordo com o que achamos melhor, no entanto, mesmo inconscientemente, sempre
sofremos diversas influências. Essa atitude nos dá a opção de recusar ou contradizer ideias
que não são de nossa autoria, analisando as mesmas antes de aceitá-las com base em uma
reflexão, para depois tomá-las para si.

2.2.3. Conhecimento

2.2.4. Conhecimento nascente


O conhecimento, aos primeiros passos do desenvolvimento filosófico na Grécia, gerou muitas
indagações em relação a todo tipo de coisas que quase sempre eram voltadas à natureza,
exemplo de alguns dos primeiros filósofos – pré-socráticos – como Heráclito de Efésio (que
considerava a natureza um “fluxo perpétuo”) e Parménides de Eleia (acreditava que só
deveríamos pensar em identidades imutáveis), que abordavam princípios materiais como base
de suas teses, com perguntas voltadas à realidade que era definida como o Ser, trazendo à tona
a ontologia, que é conhecimento ou saber sobre o Ser.

2.2.5. Origem do conhecimento


Maiores preocupações levaram depois, com a vinda da Grécia clássica, a duas atitudes que
transformariam os problemas do conhecimento em algo central, que era a dos sofistas e a de
Sócrates.

O modo com se relacionariam como o mundo seria através da linguagem como forma de
persuasão de suas próprias ideias e opiniões, acreditando que a mesma é mais válida que a
percepção e pensamento.

Sócrates, por sua vez, tinha outra visão, que devíamos começar nos conhecendo (“Conhece-te
a si mesmo.”), ignorando o que diziam os sofistas, pondo em primeiro plano que devemos

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afastar nossas ilusões dos sentidos, visando diversas opiniões, para que assim possamos
alcançar a verdade através do pensamento e pela a prática da razão.

Sócrates dizia que conhecer é examinar opiniões e contradições para conseguirmos abandoná-
las e assim conhecer a verdadeira essência, por trás da aparência. Sócrates criou um
procedimento que baptizou de ironia, para que seus aprendizes pudessem reconhecer que não
sabiam de fato o que imaginavam saber.

Platão definiu graus de conhecimento e transformou os principais ensinamentos de Sócrates


em dialéctica, que visa analisar teses contrárias abandonando as que ele julgasse erradas e
conservando apenas as que ele julgasse corretas.

Para Platão distingue quatro formas ou graus de conhecimento que vão do grau inferior ao
superior: crença, opinião raciocínio e intuição intelectual. Os dois primeiros graus formam o
que ele chama de conhecimento sensível, enquanto os dois últimos formam o conhecimento
inteligível (Chauí, p. 123).

Aristóteles também criou graus de conhecimento, mas o dividiu em sete, usando como
principal ferramenta para a busca do conhecimento a lógica, que ele dizia ser analítica.

Aristóteles distingue sete formas de graus de conhecimento: sensação, percepção, imaginação,


memória, linguagem, raciocínio e intuição [...] concebe, porém, uma separação entre os seis
primeiros graus e o último ou a intuição intelectual, que é um ato de do pensamento puro e
não depende dos graus anteriores (CHAUÍ, Marilena, p. 124).

2.2.6. Busca pela Verdade


Ao decorrer da História da Filosofia, os gregos foram os responsáveis por criar princípios
gerais do que é considerado o verdadeiro conhecimento, definindo diversas possibilidades em
relação ao seu desenvolvimento, usando de percepções, lógica, manifestações intelectuais,
pontos de vista e todo o tipo de contradição.

2.3. Patrística
Em uma das províncias do Império Romano, ocorre o surgimento e a expansão de uma nova
ideologia:

 o Cristianismo.

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Na época, o mundo estava muito bem marcado pela escravidão, sendo o Cristianismo, uma
forma de esperança por dias melhores a uma parte da população mais encarecida.

O cidadão romano era extremamente ligado a superstição, deuses e deusas da virilidade,


fertilidade e do controle das forças naturais eram comumente procurados. O Cristianismo, a
princípio, era mais uma das muitas religiões que surgira naquela sociedade, porém, muito
distinta das demais.

A filosofia Patrística surge a partir do século I d.C., estendendo-se até o início do século VIII
d.C., quando uma filosofia Medieval começa a ser implantada na sociedade.

De acordo com Chauí (2010, p. 46), o início da filosofia Patrística deve-se principalmente a
dois apóstolos: Paulo e João.

Segundo Chauí (2010, p. 46), a Patrística surgiu da luta de João e Paulo e dos Padres da
Igreja, para conciliar o cristianismo com o pensamento filosófico dos gregos e romanos.
Somente tal união seria capaz de converter os pagãos a essa nova ideia filosófica, ajudando na
evangelização e na defesa da doutrina da fé cristã contra teorias morais que recebia dos
antigos filósofos.
Podemos dividir a Patrística em dois grupos:
a) Patrística Grega

aquela que é ligada a igreja de Bizâncio;

b) Patrística Latina

ligada a igreja de Roma.

A literatura Patrística (escritos dos Pais da Igreja) vai compor uma altíssima importância para
o Cristianismo, pois a antiga crença se baseava na fé dos primeiros cristãos.

Podemos dividi-la em três períodos:

I. Período Ante Niceno

Compreende os escritos do século I até o século IV. É anterior ao primeiro grande Concílio
Ecuménico de Nicéia;

II. Período Niceno

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Refere-se ao período do Concílio Ecuménico de Nicéia e posterior a ele. Surgem no início do
século IV até o final deste. É nesse mesmo período que surgem os principais sistemas
filosóficos do Cristianismo;

III. Período Pré-Niceno

Corresponde do século V até o final do século VII. Nesse instante, as doutrinas já elaboradas
pelo Magistério são reelaboradas.

A patrística foi obrigada a introduzir ideias desconhecidas para os filósofos greco-romanos: a


ideia de criação do mundo a partir do nada, de pecado original do homem, de Deus como
trindade uma, de encarnação e morte de Deus, de juízo final ou de fim dos tempos e
ressurreição dos mortos.

Precisou também explicar como o mal pode existir no mundo, já que tudo foi criado por Deus,
que é pura perfeição e bondade. Introduziu, sobretudo com Santo Agostinho e Boécio, a ideia
de “homem interior”, isto é, da consciência moral e do livre-arbítrio da vontade (ou o poder
da vontade para escolher entre alternativas opostas igualmente possíveis), pelo qual o homem,
por ser dotado de liberdade para escolher entre o bem e o mal, é o responsável pela existência
do mal no mundo (Chaui, 2010, p. 46).

De acordo com Chauí (2010, p. 47), nos fala que estas ideias para serem impostas pelos
Padres da Igreja, foram transformadas em verdades ditas por Deus, tornando-as dogmas
(verdades inquestionáveis).

Seguindo uma mesma linha de pensamento da Patrística, a filosofia Medieval ou escolástica


(período em que a Igreja Romana imperava na Europa), acrescenta um problema conhecido
como Problema dos Universais. É nesse mesmo período que surge a propriamente dita,
Filosofia Cristã. Em poucas palavras, surge a Teologia. Suas principais características são as
constantes provas da existência de Deus e da imortalidade da alma.

Outra característica marcante da escolástica foi o método por ela inventado para expor as
ideias filosóficas, conhecido como disputa: apresentava-se uma tese e esta devia ser ou
refutada ou defendida com argumentos tirados da Bíblia, de Aristóteles, de Platão ou de
outros Padres da Igreja, particularmente Pedro Lombardo (Chaui, 2010, p.47).

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3.Considerações Finais
Pelo exposto podemos concluir que segundo a tradição clássica, o pensador grego Pitágoras
foi o primeiro a denominar-se philosóphos, aquele que ama ou procura a sabedoria, em
oposição ao sophós, ou sábio que se limitaria a entesourar conhecimentos sem se preocupar
com sua validade.

Esboço histórico do pensamento grego mítico, reunido na obra de Hesíodo e de outros


autores, e em boa parte inspirado nas cosmogonias mesopotâmicas, continha já implícito um
exercício de reflexão simbólica sobre a natureza do universo e do homem. Esse pensamento,
no entanto, tinha carácter essencialmente descritivo e sua única fonte de autoridade estava na
tradição. Os primeiros pensadores pré-socráticos Tales, Anaximandro e Anaxímenes -
chamados milésios por terem nascido na cidade grega de Mileto, na Anatólia centralizaram
suas investigações na busca do arké, princípio fundamental que constituiria tanto a origem ou
fonte das coisas como a própria substância de que eram compostas.

Ficamos claro que uma das maiores figuras sonante, tanto da filosofia Patrística quanto da
filosofia Medieval foi Santo Agostinho.

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4.Referências Bibliográficas
1. ______. Filosofando: introdução à filosofia. 3.ed. rev., São Paulo: Editora Moderna,
2003.
2. Aranha, Maria Lúcia de Arruda e Martins, Maria Helena Pires. (2010). A busca da
verdade Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo;
3. Chauí, Marilena. (2010).Convite à Filosofia. 13. ed., 11. reimp. São Paulo;
4. Dupas, Maria Angélica. (2004). Pesquisando e normalizando: noções básicas e
recomendações úteis para a elaboração de trabalhos científicos. São Carlos;
5. Kant, Immanuel. Wikipédia, a enciclopédia livre. Site. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Kant>. Acesso em: 17 de abril. 2023.
6. Marrou, Henri-Irénée. (1990). Quadro da Educação Clássica na Época Helenística
História da Educação na Antiguidade. Tradução de Mario Leônidas Casa Nova. 5.
reimp. São Paulo.

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