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Franzina Miguel
Anita Arcanjo
Jaime Mário
Aníbal João
Lichinga
2023
Wassia Domingos Wassia
Franzina Miguel
Anita Arcanjo
Jaime Mário
Aníbal João
Lichinga
2023
Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 5
Objectivos especifico:............................................................................................................. 5
Características ................................................................................................................... 10
Antiguidade ...................................................................................................................... 12
Corrente eurocentrista........................................................................................................... 15
Corrente afrocentrica ............................................................................................................ 16
Conclusão ................................................................................................................................. 19
Introdução
Ao longo do século XX a tarefa dos historiadores tornou-se cada vez mais complexa, resultado
do contexto e das incertezas dos caminhos e descaminhos assumidos pela humanidade que
resultam em grande influência no comportamento das ciências sociais em geral. Desde a
primeira geração dos Annales, empreendida por March Bloch e Lucien Fevbre, os historiadores
têm inventado e reinventado as formas e métodos de abordagem do passado. Debates sobre o
tempo, a verdade, as fontes, entre outros, estiveram em grande evidência, em todas as gerações
dos Annales e até fora dos domínios dos franceses. Portanto, colocamos em destaque a
multiplicidade da história cultural e inovação do foco conferido a abordagem da microanálise,
através de alguns breves apontamentos sobre a historiografia no século XX. A Historiografia
Africana, reúne uma serie de abordagem no que diz respeito ao tema em análise. De tal modo
que, partindo do pressuposto que uma historiografia é um conjunto escrito de uma época e
historiografia africana como a história da história de África remeteu-nos a analisar a
historiógrafa africana ao longo dos séculos dividindo em épocas para sua melhor compreensão.
Objectivos geral:
Descrever a historiografia do século XX.
Objectivos especifico:
Descrever a historiografia africana;
Analisar a historiografia africana e identificar as suas fases.
Metodologia
O trabalho beneficia-se do método bibliográfico que cingiu-se montagem de um campo e
consulta de obras de vários autores; tem uma estrutura de um trabalho científico onde as suas
manchas gráficas fazem parte os seguintes elementos: capa e folha de rosto: onde aparece a
identificação dos estudantes, o tema, o nome da disciplina e do docente, a finalidade do trabalho
e o ano em que este está sendo produzido. Introdução: o tema. No desenvolvimento, contem de
forma detalhada o que fez se menção na introdução como tema do trabalho. Na conclusão:
consta a percepção dos estudantes devendo responder os objectivos apresentados na introdução
e a bibliografia: parte onde aparece a descrição ou a listagem dos autores que os estudantes
usaram para a concretização do trabalho.
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Historiografia
A historiografia pode ser definida com o conjunto de obras concernentes a um assunto histórico,
produzidas numa determinada época ou num determinado local.
A historiografia envolve tudo quanto foi escrito para proporcionar informações sobre o passado
humano, como seu testemunho. Integram esta literatura os relatos autobiográficos e
memorialistas (da sociedade como um todo e não pessoais), a Historia oral (desde as tradições
históricas transmitidas oralmente, ate ao registo escrito ou gravado de depoimentos orais de
autores ou testemunhas de acontecimento históricos). No sentido amplo, inclui também
trabalhos de metodologias, a publicação de documentos, o ensino da historia e apreciação de
obras literárias de teor histórico. (Paris,2003; Sumbane, 2017)
Historiografia do século XX
A evolução da historia no século XX
Para Sumbane, 2017& Hama, 2010, O seculo XX foi particularmente dinâmico no que se refere
à evolução da historiografia. Ao logo deste tempo há a destacar algumas etapas de evolução,
nomeadamente.
O realce dado pela historia aos assuntos histitucionas e políticos fez da historia a área de
conhecimento preferida dos dirigentes, de tal modo que, mesmo com o surgimento das ciências
socias e humanas, a historia continuou a ser «dona e senhora» do conhecimento humano. era
como se fosse a «mãe» de todas as ciências.
Era, portanto, a ciência privilegiada no conjunto das ciências socias. A partir de princípios do
século XX a condição privilegiada, de que a historia gozava, começou a ser posta em causa
devido a vários factores:
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A crescente importância destas ciências socias colocou aos historiadores três novos problemas:
A concepção de história para os Annales rompe com as formas tradicionais, pois é proposto
pensar o conhecimento histórico a partir de uma visão que aproxima cada vez mais a história
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conhecimento da história experiência. Esta perspectiva nos faz compreender que a história deve
ser pensada como uma possibilidade de entendermos a sociedade em suas múltiplas dimensões.
A Escola dos Annales ficou conhecida a partir de 1929, com o lançamento de uma nova revista
histórica na França, intitulada de Les Annales d’Historie Economique et Sociale
(Os Anais de História Econômica e Social), este periódico tinha o propósito inicial de apresentar
uma nova forma de construção do conhecimento histórico, e de contestar os antigos dogmas
difundidos pela Escola Metódica. Com o lançamento do primeiro número da revista ficava claro
que a sua proposta era:
e civilizada;
3 – Criar uma comunidade das ciências sociais. A revista também prometia uma nova forma de
construção do conhecimento histórico, ampliando a noção de fonte documental, permitindo o
uso dos documentos escritos e imagéticos ou não-verbais, como também um diálogo promissor
com as demais ciências sociais.
Homem, serve para o Homem, significa a presença, a actividade, os gostos e as maneiras de ser
do Homem».
Os Annales iniciaram a criticar à noção positivista do facto histórico, bem como a ideia de
reduzir o trabalho do historiador à investigação do facto histórico. Para esta escola
historiográfica, o facto histórico não existe senão entregado num certo contexto histórico. Cabe,
pois, aos historiadores, no meio da enorme gama de material, escolhido, por vida de uma
construção cientifica do documento: «o facto histórico é uma criação do historiador». os
Annales esforçam-se por colocar fim à passividade dos historiadores perante os factos e, embora
sem exageros dos historicistas, defende uma acção mais activa do historiador a construção do
conhecimento histórico. Nesta linha de pensamento, Annales defenderam a chamada história-
problema. Com dizem: «não só descrever senão resolver, pelo menos coloque problema».
As novas propostas
A procura de novos objectos para a História
A História Nova, porque pretendia ser uma História global e total, era uma História obrigada a
buscar novos objectos, debruçando-se sobre questões até aí estudadas em outras ciências sociais
como a Antropologia, Geografia, Economia, Etnologia e Psicologia. Por outro lado, o estudo
das massas, no lugar das figuras públicas, levaria a que marginais, mulheres, camponeses,
operários, etc., começassem a ocupar na História o lugar antes reservado aos reis, guerreiros e
outras figuras públicas. Era o surgimento de novos heróis.
Até à década de 1930, a História ocupou-se, quase exclusivamente, dos povos e nações
considerados civilizados - os europeus. Os outros povos eram apenas referidos na medida em
que estiveram em contacto com os «civilizados».
A proposta historiográfica nos anos 40/50 foi, portanto a de se avançar para uma História
Universal, que não se limitasse a ser um desfile de povos que «contribuíram para a civilização».
Opunha-se ao eurocentrismo, que caracterizava a História, e propunha uma nova tendência
visando a universalidade.
Nesta nova perspectiva, a História alargava o seu estudo a uma multiplicidade de civilizações
e culturas de todo o mundo. O terceiro mundo surgia, assim, como um dos novos alvos de
interesse da História
No seu artigo «História e Ciências Sociais: a longa duração» publicado em 1958, Braudel
apresentava as ideias-chave de uma nova História - a História estrutural, baseada na longa
duração.
Entretanto, será a partir de 1969, quando os Annales foram confiados a uma nova equipa -
André Burguiére, Marc Ferro (1924-?), Jacques Le Goff (1924-?), Emmanuel Le Roy Ladurie
(1929 na Normandia) e Jacques Revel, que seria sistematizada esta História Nova,
problemática, estrutural e interdisciplinar.
Características
Um novo conceito de tempo histórico – com Braudel, a História desenvolveu uma nova noção
de tempo histórico. Braudel defendeu que o tempo social nem sempre coincide com o tempo
cronológico, pelo que o tempo histórico deve ser medido, não pela sequência do calendário,
mas pela sequência, permanência ou mudança dos fenómenos. Assim, Braudel propôs um
modelo triplo de duração histórica, nomeadamente:
duração referem-se a ocorrências superficiais e por isso o seu estudo não exige
uma análise profunda.
Tempo médio ou média duração – que se refere às pequenas variações
cíclicas. É o tempo das conjunturas. Por exemplo, uma crise ou uma guerra.
Tempo longo ou longa duração - corresponde às «grandes repetições» ou
«grandes permanências». São os acontecimentos que tendem a permanecer e
que quando se alteram fazem-no muito lentamente (por exemplo, um modo de
produção). É o tempo das estruturas.
A aproximação com as ciências sociais – o ideal de História total e de longa
duração perseguido pela História Nova só pode ser alcançado se a História se
aproximar das demais ciências sociais. Só esse contacto a interdisciplinaridade
- permitirá à História debruçar-se sobre todos os aspectos ligados Vida da
humanidade. Assim, a História tem ligações com Antropologia, Sociologia,
Economia, Geografia, Psicologia, Linguística, Psicanálise, Matemáticas Sociais
e Ciências da Vida.
A revolução nas metodologias - a ideia de uma História total, global e,
sobretudo, interdisciplinar só pode ser materializada com recurso à
especialização e ao trabalho em equipa. Portanto, quando se fala de uma
História interdisciplinar é imprescindível o trabalho em equipa envolvendo
especialistas das diversas áreas de conhecimento.
Falta de originalidade - os Annales trouxeram à História novos objectos e novos heróis, mas
nada mais fizeram senão retirar esses elementos de outras ciências. Portanto, essa mudança não
se deveu a uma verdadeira inovação na História.
Historiografia Africana
Os primeiros trabalhos sobre a história da África são tão antigos quanto o início da história
escrita. Os historiadores do velho mundo mediterrânico e os da civilização islâmica medieval
tomaram como quadro de referência o conjunto do mundo conhecido, que compreendia uma
considerável porção da África. (KI-ZERBO, 2010).
Antiguidade
Ki-zerbo (coord) (2010) aventa que África ao norte do Sahara era parte integrante de duas
civilizações e seu passado constituía um dos centros de interesse dos historiadores, do mesmo
modo que o passado da Europa meridional ou o do Oriente Próximo.
O Périplo do Mar da Eritreia (mais ou menos no ano +100) e as obras de Cláudio Ptolomeu (por
volta do ano +150, embora a versão que chegou até nós pareça referir -se sobretudo ao ano
+400, aproximadamente) e de Cosmas Indicopleustes (+647) constituem ainda as principais
fontes da história antiga da África oriental. (KI-ZERBO, 2010)
A Idade Média
Neste período, os escritores e viajantes escreveram pouco sobre África. Somente há registos
sobre o norte de África que teve contacto com comerciantes fenícios, gregos e romanos.
Os autores árabes eram mais bem informados, uma vez que em sua época a utilização do camelo
pelos povos do Sahara havia facilitado o estabelecimento de um comércio regular com a África
ocidental e a instalação de negociantes norte-africanos nas principais cidades do Sudão
ocidental.
Noutras regiões do continente também se fizeram registos escritos sobre os africanos, feitos por
escritores árabes, como: Al-Masudi; Al-Bakri; Al-Idrisi; Al-Umari; Ibn-
Batuta e Hassan Ibn Muhamad Al-Hassan(Leão de África) estes são de grande importância
para a reconstrução da história da África, em particular a do Sudão ocidental e central, durante
o período compreendido entre os séculos IX e XV. (KI-ZERBO, 2010)
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Por outro lado, o comércio com a parte ocidental do oceano Índico tinha se desenvolvido a tal
ponto que um número considerável de mercadores da Arábia e do Oriente Próximo se
instalaram ao longo da costa oriental da África.
Por mais úteis que sejam essas obras para os historiadores modernos, pairam dúvidas de que
possamos incluir algum desses autores ou de seus predecessores clássicos entre os principais
historiadores da África. O essencial da contribuição de cada um deles consiste numa descrição
das regiões da África a partir das informações que puderam recolher na época em que a
evolução da historiografia da África escreveu. (KI-ZERBO, 2010)
Não existe nenhum estudo sistemático sobre as mudanças ocorridas ao longo do tempo e que
constituem o verdadeiro objectivo do historiador. Aliás, tal descrição nem chega a ser realmente
sincrónica, pois se é verdade que uma parte das informações pode ser contemporânea, outras
delas, embora pudessem ainda ser consideradas verdadeiras na época em que o autor vivia,
muitas vezes poderiam ser provenientes de relatos mais antigos. (KI-ZERBO, 2010)
Além disso, essas obras apresentam o inconveniente de que, em geral, não há nenhum meio de
avaliar a autoridade da informação, de saber, por exemplo, se o autor a obteve por sua
observação pessoal ou a partir da observação directa de um contemporâneo, ou se ele
simplesmente relata rumores correntes na época ou a opinião de autores antigos. (KI-ZERBO,
2010).
Ibn Khaldun é, realmente, um historiador muito moderno e é a ele que devemos o que se pode
considerar quase como história da África tropical, em sentido moderno. Na qualidade de norte
-africano e também pelo fato de ter trabalhado, a despeito da novidade de sua filosofia e de seu
método, no quadro das antigas tradições mediterrâneas e islâmicas, ele não deixou de se
preocupar com o que ocorria no outro lado do Sahara. (KI-ZERBO, 2010).
A partir do século XV, o continente africano, teve contactos com todo o mundo, especialmente
com os europeus, no contexto da Expansão europeia e com o envio no séc. XIX, de expedições
missionárias, cientificas e militares que escreveram sobre África em quase todas áreas
científicas, com especial destaque para a Geografia e exploração de recursos naturais.
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Ki-zerbo (2010) diz que Os missionários, ao contrário, sentiam -se obrigados a tentar alterar
o que encontravam e, nessas condições, um certo grau de conhecimento da história da África
poderia ser -lhes útil.
A costa da Guiné foi a primeira região da África tropical descoberta pelos europeus; ela foi o
tema de toda uma série de obras a partir de 1460, aproximadamente (Cadamosto), até o início
do século XVIII (Barbot e Bosman). Uma boa parte desse material é de grande valor histórico,
porque fornece testemunhos directos e datados, graças aos quais podem -se situar várias outras
relações de carácter histórico. (KI-ZERBO, 2010).
Há também nessas obras abundante material histórico (entendido como não -contemporâneo),
sobretudo em Dapper (1688), que, ao contrário da maioria dos demais autores, não era um
observador directo, mas apenas um compilador de relatos alheios. Porém, o objectivo essencial
de todos esses autores era mais descrever a situação contemporânea do que fazer história.
A partir do século XVIII, parece que a África tropical recebeu dos historiadores europeus a
atenção que merecia. Era possível, por exemplo, utilizar como fontes históricas os autores mais
antigos, sobretudo os descritivos – como Leão, o Africano, e Dapper –, de maneira que as
histórias e geografias universais da época, como The Universal History, publicada na Inglaterra
entre 1736 e 1765, podiam consagrar um número apreciável de páginas à África. (KI-ZERBO,
2010).
Devido aos problemas coloniais, a África não foi considerada um espaço único e total, dai que
até hoje é frequente dizer-se «África branca» -África do Norte ou Magreb, e «África Negra» -
Sul do Sahara. Esta situação justifica o facto de aparecer uma história regionalizada:
O crescimento do interesse dos europeus pela África havia proporcionado aos africanos grande
variedade de culturas escritas, que lhes permitia exprimir seu interesse por sua própria história.
Foi esse o caso principalmente da África ocidental, onde o contacto com os europeus havia sido
mais longo e mais constante, e onde sobretudo nas regiões que se tornaram colónias britânicas
– uma demanda pela instrução europeia já existia desde o início do século XIX.
Numa escala mais reduzida, muitos africanos continuaram a registar as tradições históricas
locais de modo sério e confiável. Os contactos com os missionários cristãos parecem ter
desempenhado um papel significativo. Assim, floresceu em Uganda uma escola importante de
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historiadores locais desde a época de A. Kagwa (cuja primeira obra foi publicada em 1906); ao
mesmo tempo, R. C. C. Law anotou, para a região ioruba, 22 historiadores que haviam
publicado trabalhos antes de 1940 28, em geral (como aliás os autores ugandenses) em línguas
nativas. Dentre a das obras desse tipo, uma tornou-se merecidamente célebre: A Short History
of Benin de J. U. Egharevba, reeditada diversas vezes desde sua primeira publicação em 1934.
A partir de 1947, a Société Africaine de Culture e sua revista Présence Africaine empenharam
-se na promoção de uma história – da África descolonizada. Ao mesmo tempo, uma geração de
intelectuais africanos que havia dominado as técnicas europeias de investigação histórica
começou a definir seu próprio enfoque em relação ao passado africano e a buscar nele as fontes
de uma identidade cultural negada pelo colonialismo. Esses intelectuais refinaram e ampliaram
as técnicas da metodologia histórica desembaraçando -a, ao mesmo tempo de uma série de
mitos e preconceitos subjectivos. (KI-ZERBO, 2010 & Hapte be & Mazrui, 1935).
A esse propósito devemos mencionar o simpósio organizado pela UNESCO no Cairo em 1974,
que permitiu a pesquisadores africanos e não -africanos confrontar livremente seus pontos de
vista sobre o problema do povoamento do antigo Egipto.
É uma corrente marcadamente racista, pois defende a superioridade da raça branca sobre a
negra. Sustenta que os africanos não tinham história antes de estabelecerem contactos com os
europeus. Afirma que África não é uma parte histórica do mundo.
Hegel (1770 -1831) definiu explicitamente essa posição em sua Filosofia da História, que
contém afirmações como as que seguem: “A África não é um continente histórico; ela não
demonstra nem mudança nem desenvolvimento”. Os povos negros “são incapazes de se
desenvolver e de receber uma educação. Eles sempre foram tal como os vemos hoje”. (KI-
ZERBO, 2010).
As coisas ficaram ainda mais difíceis para o estudo da história da África após o aparecimento,
nessa época e em particular na Alemanha, de uma nova concepção sobre o trabalho do
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historiador, que passava a ser encarado mais como uma actividade científica fundada sobre a
análise rigorosa de fontes originais do que como uma actividade ligada à literatura ou à filosofia.
Tal concepção foi exposta de forma muito precisa pelo professor A. P. Newton, em 1923, numa
conferência diante da Royal African Society de Londres, sobre “A África e a pesquisa
histórica”. Segundo ele, a África não possuía “nenhuma história antes da chegada dos
europeus. A história começa quando o homem se põe a escrever”. (KI-ZERBO: 2010 &
Defourny, 2010)
Corrente afrocentrica
Corrente progressista
É uma corrente que reconhece o valor das fontes escritas, mas recusa aceitar que a história seja
feita apenas com base em documentos escritos, negando assim, ao eurocentrismo.
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Uma investigação histórica séria e não discriminatória tendo como chave a combinação de
várias base metodologias e fontes. Esta corrente depende a importância das fontes orais para
todo o conhecimento – tudo o que é escrito é antes pensando e falado.
A história de África é pobre em documentos escritos e os que existem( egípcios, nubios, greco-
latinos, americanos, árabes, europeus e africanos recentes) não contribuem muito para a
reconstrução da história pois estão escritas em línguas que não são acessíveis para os leitores e
apresentam -se mal distribuídos no tempo e no espaço.
A principal fonte para o estudo da história de África é a tradição oral, no entanto, apresenta
limitações por não poder abarcar períodos longos e remotos e sobretudo porque os testemunhos
directos já não se encontram vivos. Assim, podia se considerar a arqueologia uma das saídas
para suprimir a escassez de fontes escritas, no entanto, a arqueologia também apresenta suas
limitações dada a exiguidade dos meios financeiros pois envolve deslocações, múltiplos
prifissionais especializados, a ligação com outras ciências, etc. Por outro lado, estão sujeitas a
intempéries como a erosão, a fragilidade das matérias de construção,as térmitas, as ferrugens e
a acidez que destroem facilmente os vestígios das sociedades antigas.
b) o problema da cronologia
A grandeza básica da história do homem é o tempo, mas do período anterior à nossa época,
são poucos os registos de datas e quando existem são imprecisos.
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Os africanos sempre consideraram o tempo e tentaram conta-lo, daí que certos reis chegado ao
poder, depositaram anualmente num vaso pepitas de ouro até à sua morte que permitia
contabilizar os anos do reinado. Este procedimento permite -nos saber quanto tempo reinou
cada monarca mas não mostram os reis anos referentes ao assunto, daí uma barreira aos
historiadores que queiram debruçar sobre a história de África.
Um dos mitos foi a ideia defendida por Hegel em 1830,e que se popularizou na época, dizia
que, para além da parte Norte, a África não tem movimento histórico, é a- histórica.
Esta forma de pensar influenciou sobremaneira na elaboração da história Africana nos séculos
XIX e XX, falseando prespetivas em favor de uma concepção eurocentrica da história que se
difundiu por todo o lado, mesmo nos países que nunca tinham sido colonizados
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Conclusão
Apósterminado o trabalho, percebemos que a história de África foi por muitos pensadores
ignorados na medida em que viam a África como se fosse um continente sem história devido a
forte presença da oralidade e da ausência de escritos sobre ela. Outro passo foi dado na
historiógrafa africana, quando Malinowski e Radcliffe Brown começaram a influenciar as obras
sobre a África, pois eles criticavam uma história que não tivesse um lastro de fontes. Essa
influência fez sair algumas obras de cunho mais histórico, como as de Leo Frobernius que era
etnólogo, antropólogo cultural, arqueólogo e historiador camuflado.
Ele publicou inúmeros trabalhos com os resultados de suas pesquisas, dentre outros pontos ele
encontrou as estatuetas da cidade de Ifé. Ele buscava uma influência etrusca na cultura africana,
inclusive nas estátuas. Fage aponta que obras de Frobernius praticamente não são lidas e são
muito criticadas, mas o autor ressalta que se faz necessária uma releitura das mesmas, pois elas
são repletas de informações.
O termo “História Nova” ou “Nova História” foi lançado em 1978 por alguns membros do
chamado grupo dos Annales, conforme Guy Bourdé e Hervé Martin. Enquanto proposta teórica,
nasceu, de acordo com Peter Burke, juntamente com a fundação da revista Annales, criada para
“promover uma nova espécie de História”, por isso os historiadores ligados à Nova História são
vistos como herdeiros da Escola dos Annales. No presente ensaio discutimos a historiografia
dessa tendência teórica, seus conceitos, como também sua aplicação prática como teoria para
compreensão histórica.
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Referências Bibliográficas
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