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Wassia Domingos Wassia

Beatriz Mateus Manuel

Franzina Miguel

Isac Ernesto Cosme

Anita Arcanjo

Jaime Mário

Aníbal João

HISTORIOGRAFIA DO SÉCULO XX: A ESCOLA ANNALES, HISTÓRIA


ESTRUTURAL E A HISTORIOGRAFIA AFRICANA

Escola Secundária Paulo Samuel Kamkhomba

Lichinga

2023
Wassia Domingos Wassia

Beatriz Mateus Manuel

Franzina Miguel

Isac Ernesto Cosme

Anita Arcanjo

Jaime Mário

Aníbal João

HISTORIOGRAFIA DO SÉCULO XX: A ESCOLA ANNALES, HISTÓRIA


ESTRUTURAL E A HISTORIOGRAFIA AFRICANA

Trabalho de Pesquisa realizado no âmbito da


disciplina de História, leccionado pelo Professor
Daniel, para fins Avaliativos, Grupo A1, Turma A
, 2º Grupo, 11ª Classe.

Escola Secundária Paulo Samuel Kamkhomba

Lichinga

2023
Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 5

Objectivos geral: ..................................................................................................................... 5

Objectivos especifico:............................................................................................................. 5

Historiografia do século XX ....................................................................................................... 6

A evolução da historia no século XX ..................................................................................... 6

A crise da historia no inicio do seculo XX ............................................................................. 6

A Escola dos Annales ................................................................................................................. 7

A luta conta historiografia positivista tradicional................................................................... 8

O alargamento do território do historiador ............................................................................. 8

O alagamento do campo do documento ................................................................................. 8

A revalorização do papel activo do historiador .................................................................. 9

A institucionalização da História Nova .................................................................................. 9

As novas propostas ..................................................................................................................... 9

A procura de novos objectos para a História .......................................................................... 9

O alargamento do âmbito cronológico da História ................................................................. 9

A História estrutural de Braudel ........................................................................................... 10

Características ................................................................................................................... 10

As tendências da História a partir da década de 1970 ...................................................... 11

Historiografia Africana ............................................................................................................. 11

Evolução da Historiografia africana ..................................................................................... 12

Antiguidade ...................................................................................................................... 12

A Idade Média ...................................................................................................................... 12

Do século XV até à actualidade ............................................................................................ 13

Principais historiadores africanos desta época ..................................................................... 15

Principais correntes da Historiografia africana ........................................................................ 15

Corrente eurocentrista........................................................................................................... 15
Corrente afrocentrica ............................................................................................................ 16

Corrente progressista ............................................................................................................ 16

Conclusão ................................................................................................................................. 19

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 20


5

Introdução
Ao longo do século XX a tarefa dos historiadores tornou-se cada vez mais complexa, resultado
do contexto e das incertezas dos caminhos e descaminhos assumidos pela humanidade que
resultam em grande influência no comportamento das ciências sociais em geral. Desde a
primeira geração dos Annales, empreendida por March Bloch e Lucien Fevbre, os historiadores
têm inventado e reinventado as formas e métodos de abordagem do passado. Debates sobre o
tempo, a verdade, as fontes, entre outros, estiveram em grande evidência, em todas as gerações
dos Annales e até fora dos domínios dos franceses. Portanto, colocamos em destaque a
multiplicidade da história cultural e inovação do foco conferido a abordagem da microanálise,
através de alguns breves apontamentos sobre a historiografia no século XX. A Historiografia
Africana, reúne uma serie de abordagem no que diz respeito ao tema em análise. De tal modo
que, partindo do pressuposto que uma historiografia é um conjunto escrito de uma época e
historiografia africana como a história da história de África remeteu-nos a analisar a
historiógrafa africana ao longo dos séculos dividindo em épocas para sua melhor compreensão.

Objectivos geral:
 Descrever a historiografia do século XX.

Objectivos especifico:
 Descrever a historiografia africana;
 Analisar a historiografia africana e identificar as suas fases.

Metodologia
O trabalho beneficia-se do método bibliográfico que cingiu-se montagem de um campo e
consulta de obras de vários autores; tem uma estrutura de um trabalho científico onde as suas
manchas gráficas fazem parte os seguintes elementos: capa e folha de rosto: onde aparece a
identificação dos estudantes, o tema, o nome da disciplina e do docente, a finalidade do trabalho
e o ano em que este está sendo produzido. Introdução: o tema. No desenvolvimento, contem de
forma detalhada o que fez se menção na introdução como tema do trabalho. Na conclusão:
consta a percepção dos estudantes devendo responder os objectivos apresentados na introdução
e a bibliografia: parte onde aparece a descrição ou a listagem dos autores que os estudantes
usaram para a concretização do trabalho.
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Historiografia

A historiografia pode ser definida com o conjunto de obras concernentes a um assunto histórico,
produzidas numa determinada época ou num determinado local.

Segundo a Enciclopédia Moradora Internacional (1981), “é o conjunto de obras concernente a


um assunto histórico ou produção histórica de uma época”.

A historiografia envolve tudo quanto foi escrito para proporcionar informações sobre o passado
humano, como seu testemunho. Integram esta literatura os relatos autobiográficos e
memorialistas (da sociedade como um todo e não pessoais), a Historia oral (desde as tradições
históricas transmitidas oralmente, ate ao registo escrito ou gravado de depoimentos orais de
autores ou testemunhas de acontecimento históricos). No sentido amplo, inclui também
trabalhos de metodologias, a publicação de documentos, o ensino da historia e apreciação de
obras literárias de teor histórico. (Paris,2003; Sumbane, 2017)

Historiografia do século XX
A evolução da historia no século XX
Para Sumbane, 2017& Hama, 2010, O seculo XX foi particularmente dinâmico no que se refere
à evolução da historiografia. Ao logo deste tempo há a destacar algumas etapas de evolução,
nomeadamente.

A crise da historia no inicio do seculo XX


Segundo M’ Bow 2010, entre as varias correntes historiográficas da segunda metade do seculo
XIX, o positives tornou-se a corrente preponderante. É o mesmo que dizer que no final do
seculo predominava um historia cientifica, factual, politica e cronológica. Entretanto, o
historicismo a atenuava a visão estreitamente positivista, reduzindo ansia de encontrara leis e
prever o futuro, destacando o papal activo do historiador e realçando a subjetividade a
relatividade do conhecimento histórico.

O realce dado pela historia aos assuntos histitucionas e políticos fez da historia a área de
conhecimento preferida dos dirigentes, de tal modo que, mesmo com o surgimento das ciências
socias e humanas, a historia continuou a ser «dona e senhora» do conhecimento humano. era
como se fosse a «mãe» de todas as ciências.

Era, portanto, a ciência privilegiada no conjunto das ciências socias. A partir de princípios do
século XX a condição privilegiada, de que a historia gozava, começou a ser posta em causa
devido a vários factores:
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1. Acrítica feita por novas correntes histográficas à historia tradicional:


 O materialismo histórico trouxe uma nova concepção, materialista da historia,
acentuando o papel das massas e a importâncias da historia estrutural e de longa
duração.
 François Simiand denunciou o que chamou «os três ídolos da tribo dos
historiadores» o ídolo politico, ídolo cronológico e o ídolo individual.
2. As novas correntes de pensamento:
 Os estudos filosóficos que vieram a largar o conhecimento do Homem de si
mesmo, o estruturalismo que veio alterar o conceito do Homem e, portanto, da
própria historia.
3. A evolução cientifica da época:
 O desenvolvimento das ciências fez alterara o conceito de ciências e a atitude
dos cientista face à ciência.
4. A emergência das ciências humanas e socias (Sociologia, Geografia Humana,
Antropologia Social e Cultural e Etnológica):
 As novas ciências passar a ocupar-se de assuntos que antes eram tratadas em
historia retirando à historia o exclusivo do conhecimento humano.

A crescente importância destas ciências socias colocou aos historiadores três novos problemas:

 O da definição e delimitação do conteúdo especifico da historia;


 O da reformulação da sua função;
 O da metodologia.
5. O impacto da guerra mundial:
 A historia tradicional positivista tornou-se incapaz de explicar as grandes
transformações provocadas pelas guerras mundiais, dai o espaço para a
afirmação de novas ideias historiográficas.

A Escola dos Annales


De acordo com Hapate be, Neabo, 2010, A Escola dos Annales ocupa um lugar privilegiado na
produção historiográfica contemporânea, desde o seu início no final dos anos de 1920 até a
atualidade, vem influenciando várias gerações de historiadores que buscam compreender a
história em suas múltiplas dimensões de abordagem.

A concepção de história para os Annales rompe com as formas tradicionais, pois é proposto
pensar o conhecimento histórico a partir de uma visão que aproxima cada vez mais a história
8

conhecimento da história experiência. Esta perspectiva nos faz compreender que a história deve
ser pensada como uma possibilidade de entendermos a sociedade em suas múltiplas dimensões.

A Escola dos Annales ficou conhecida a partir de 1929, com o lançamento de uma nova revista
histórica na França, intitulada de Les Annales d’Historie Economique et Sociale

(Os Anais de História Econômica e Social), este periódico tinha o propósito inicial de apresentar
uma nova forma de construção do conhecimento histórico, e de contestar os antigos dogmas
difundidos pela Escola Metódica. Com o lançamento do primeiro número da revista ficava claro
que a sua proposta era:

1 – Organizar um fórum que promovesse uma discussão entre os historiadores e cientistas


sociais;

2 – Questionar a divisão da história em antiga, medieval e moderna e da sociedade em primitiva

e civilizada;

3 – Criar uma comunidade das ciências sociais. A revista também prometia uma nova forma de
construção do conhecimento histórico, ampliando a noção de fonte documental, permitindo o
uso dos documentos escritos e imagéticos ou não-verbais, como também um diálogo promissor
com as demais ciências sociais.

Os Annales, que passaram a constituir uma verdadeira escola historiográfica, tornaram-se o


berço da historia nova, apresentado novas ideias.

A luta conta historiografia positivista tradicional


Um dos maiores desafios, senão mesmo o maior dos Annales, era a renovação do conceito de
historia. Para os Annales, era preciso romper com a historia politica e individualizada, factual
e superficial e avançar rumo a uma historia de homens e populações tomados como tais,
económico e social, e que tendia para a historia comparada das civilizações. (Wondji, 1935)

O alargamento do território do historiador


A historia dos Annales procurava, em oposição à história positivista que privilegiava os
assuntos e figuras da vida politica, caminhar para uma história de todos os Homens, uma
história dos Homem, total, ou simplesmente, uma história humana.

O alagamento do campo do documento


Contrariamente à História positivista que considerava documento histórico apenas o documento
escrito, os Annales entendiam como documento «tudo o que, sendo do Homem, depende do
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Homem, serve para o Homem, significa a presença, a actividade, os gostos e as maneiras de ser
do Homem».

Portanto, para os Annales, qualquer tipo de escrita, os documentos figurados, os produtos da


escavação arqueológica, os documentos orais, etc., podendo ser considerados documentos
históricos.

A revalorização do papel activo do historiador

Os Annales iniciaram a criticar à noção positivista do facto histórico, bem como a ideia de
reduzir o trabalho do historiador à investigação do facto histórico. Para esta escola
historiográfica, o facto histórico não existe senão entregado num certo contexto histórico. Cabe,
pois, aos historiadores, no meio da enorme gama de material, escolhido, por vida de uma
construção cientifica do documento: «o facto histórico é uma criação do historiador». os
Annales esforçam-se por colocar fim à passividade dos historiadores perante os factos e, embora
sem exageros dos historicistas, defende uma acção mais activa do historiador a construção do
conhecimento histórico. Nesta linha de pensamento, Annales defenderam a chamada história-
problema. Com dizem: «não só descrever senão resolver, pelo menos coloque problema».

A institucionalização da História Nova


De 1946 a revista Annales esteve sob a direção de Lucien Febvre, que contava com a
colaboração de grandes historiadores da época como: Robert Mandrou, Marc Ferro, Charles
Morozé, Fernado Braudel e outros.

As novas propostas
A procura de novos objectos para a História
A História Nova, porque pretendia ser uma História global e total, era uma História obrigada a
buscar novos objectos, debruçando-se sobre questões até aí estudadas em outras ciências sociais
como a Antropologia, Geografia, Economia, Etnologia e Psicologia. Por outro lado, o estudo
das massas, no lugar das figuras públicas, levaria a que marginais, mulheres, camponeses,
operários, etc., começassem a ocupar na História o lugar antes reservado aos reis, guerreiros e
outras figuras públicas. Era o surgimento de novos heróis.

O alargamento do âmbito cronológico da História


A evolução científica em geral e, em especial, o surgimento das ciências auxiliares da História,
permitiram à História aprimorar os seus métodos e desenvolver novas técnicas e meios de
investigação. Assim, a História aumentava o tipo e número de fontes e, desse modo, alargava o
seu tempo de estudo, ou seja, abarcava épocas muito mais recuadas no tempo.
10

O alargamento do âmbito geográfico

Até à década de 1930, a História ocupou-se, quase exclusivamente, dos povos e nações
considerados civilizados - os europeus. Os outros povos eram apenas referidos na medida em
que estiveram em contacto com os «civilizados».

A proposta historiográfica nos anos 40/50 foi, portanto a de se avançar para uma História
Universal, que não se limitasse a ser um desfile de povos que «contribuíram para a civilização».
Opunha-se ao eurocentrismo, que caracterizava a História, e propunha uma nova tendência
visando a universalidade.

Nesta nova perspectiva, a História alargava o seu estudo a uma multiplicidade de civilizações
e culturas de todo o mundo. O terceiro mundo surgia, assim, como um dos novos alvos de
interesse da História

A História estrutural de Braudel


Após a morte de Lucien Febvre, em 1956, a História iniciou, em 1958, uma nova etapa sob a
liderança de Fernand Braudel que tinha como maiores colaboradores Charles Morazé (1913-
2003) e Georges Friedmann (1902-1977).

No seu artigo «História e Ciências Sociais: a longa duração» publicado em 1958, Braudel
apresentava as ideias-chave de uma nova História - a História estrutural, baseada na longa
duração.

Entretanto, será a partir de 1969, quando os Annales foram confiados a uma nova equipa -
André Burguiére, Marc Ferro (1924-?), Jacques Le Goff (1924-?), Emmanuel Le Roy Ladurie
(1929 na Normandia) e Jacques Revel, que seria sistematizada esta História Nova,
problemática, estrutural e interdisciplinar.

Características

Um novo conceito de tempo histórico – com Braudel, a História desenvolveu uma nova noção
de tempo histórico. Braudel defendeu que o tempo social nem sempre coincide com o tempo
cronológico, pelo que o tempo histórico deve ser medido, não pela sequência do calendário,
mas pela sequência, permanência ou mudança dos fenómenos. Assim, Braudel propôs um
modelo triplo de duração histórica, nomeadamente:

 Tempo curto ou curta duração - o tempo dos acontecimentos ou dos eventos


(a explosão de uma bomba, por exemplo...). Os acontecimentos de curta
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duração referem-se a ocorrências superficiais e por isso o seu estudo não exige
uma análise profunda.
 Tempo médio ou média duração – que se refere às pequenas variações
cíclicas. É o tempo das conjunturas. Por exemplo, uma crise ou uma guerra.
 Tempo longo ou longa duração - corresponde às «grandes repetições» ou
«grandes permanências». São os acontecimentos que tendem a permanecer e
que quando se alteram fazem-no muito lentamente (por exemplo, um modo de
produção). É o tempo das estruturas.
 A aproximação com as ciências sociais – o ideal de História total e de longa
duração perseguido pela História Nova só pode ser alcançado se a História se
aproximar das demais ciências sociais. Só esse contacto a interdisciplinaridade
- permitirá à História debruçar-se sobre todos os aspectos ligados Vida da
humanidade. Assim, a História tem ligações com Antropologia, Sociologia,
Economia, Geografia, Psicologia, Linguística, Psicanálise, Matemáticas Sociais
e Ciências da Vida.
 A revolução nas metodologias - a ideia de uma História total, global e,
sobretudo, interdisciplinar só pode ser materializada com recurso à
especialização e ao trabalho em equipa. Portanto, quando se fala de uma
História interdisciplinar é imprescindível o trabalho em equipa envolvendo
especialistas das diversas áreas de conhecimento.

As tendências da História a partir da década de 1970

Nos anos de 1 970, a História Nova começa a ser alvo de críticas:

Falta de originalidade - os Annales trouxeram à História novos objectos e novos heróis, mas
nada mais fizeram senão retirar esses elementos de outras ciências. Portanto, essa mudança não
se deveu a uma verdadeira inovação na História.

Historiografia Africana

A historiografia africana é a história da história de África; a maneira como a história africana é


escrita e interpretada ao longo dos tempos. Ela visa analisar e avaliar as várias fases pelas quais
passou a investigação, o ensino e as formas de abordagem da história de África.
12

Os primeiros trabalhos sobre a história da África são tão antigos quanto o início da história
escrita. Os historiadores do velho mundo mediterrânico e os da civilização islâmica medieval
tomaram como quadro de referência o conjunto do mundo conhecido, que compreendia uma
considerável porção da África. (KI-ZERBO, 2010).

Evolução da Historiografia africana

Antiguidade

Entre as civilizações da Antiguidade Oriental, desenvolveu-se em África a civilização


egípcia. Os egípcios desenvolveram nessa época a escrita hieroglífica,que serviu para fixar o
legado religioso que até então era transmitido oralmente (cosmogonias e mitografias).

Ki-zerbo (coord) (2010) aventa que África ao norte do Sahara era parte integrante de duas
civilizações e seu passado constituía um dos centros de interesse dos historiadores, do mesmo
modo que o passado da Europa meridional ou o do Oriente Próximo.

As informações clássicas a respeito do mar Vermelho e do oceano Índico têm um fundamento


mais sólido, pois é certo que os mercadores mediterrânicos, ou ao menos os alexandrinos,
comerciavam nessas costas. (KI-ZERBO, 2010 & Parias, 2003 )

O Périplo do Mar da Eritreia (mais ou menos no ano +100) e as obras de Cláudio Ptolomeu (por
volta do ano +150, embora a versão que chegou até nós pareça referir -se sobretudo ao ano
+400, aproximadamente) e de Cosmas Indicopleustes (+647) constituem ainda as principais
fontes da história antiga da África oriental. (KI-ZERBO, 2010)

A Idade Média

Neste período, os escritores e viajantes escreveram pouco sobre África. Somente há registos
sobre o norte de África que teve contacto com comerciantes fenícios, gregos e romanos.

Os autores árabes eram mais bem informados, uma vez que em sua época a utilização do camelo
pelos povos do Sahara havia facilitado o estabelecimento de um comércio regular com a África
ocidental e a instalação de negociantes norte-africanos nas principais cidades do Sudão
ocidental.

Noutras regiões do continente também se fizeram registos escritos sobre os africanos, feitos por
escritores árabes, como: Al-Masudi; Al-Bakri; Al-Idrisi; Al-Umari; Ibn-
Batuta e Hassan Ibn Muhamad Al-Hassan(Leão de África) estes são de grande importância
para a reconstrução da história da África, em particular a do Sudão ocidental e central, durante
o período compreendido entre os séculos IX e XV. (KI-ZERBO, 2010)
13

Por outro lado, o comércio com a parte ocidental do oceano Índico tinha se desenvolvido a tal
ponto que um número considerável de mercadores da Arábia e do Oriente Próximo se
instalaram ao longo da costa oriental da África.

Por mais úteis que sejam essas obras para os historiadores modernos, pairam dúvidas de que
possamos incluir algum desses autores ou de seus predecessores clássicos entre os principais
historiadores da África. O essencial da contribuição de cada um deles consiste numa descrição
das regiões da África a partir das informações que puderam recolher na época em que a
evolução da historiografia da África escreveu. (KI-ZERBO, 2010)

Não existe nenhum estudo sistemático sobre as mudanças ocorridas ao longo do tempo e que
constituem o verdadeiro objectivo do historiador. Aliás, tal descrição nem chega a ser realmente
sincrónica, pois se é verdade que uma parte das informações pode ser contemporânea, outras
delas, embora pudessem ainda ser consideradas verdadeiras na época em que o autor vivia,
muitas vezes poderiam ser provenientes de relatos mais antigos. (KI-ZERBO, 2010)

Além disso, essas obras apresentam o inconveniente de que, em geral, não há nenhum meio de
avaliar a autoridade da informação, de saber, por exemplo, se o autor a obteve por sua
observação pessoal ou a partir da observação directa de um contemporâneo, ou se ele
simplesmente relata rumores correntes na época ou a opinião de autores antigos. (KI-ZERBO,
2010).

Entre os primeiros historiadores da África, porém, encontra-se um muito importante, um grande


historiador no sentido amplo do termo: referimo-nos a Ibn Khaldun (1332 -1406) que, se fosse
mais conhecido pelos especialistas ocidentais, poderia legitimamente roubar de Heródoto o
título de “pai da história”. (KI-ZERBO, 2010).

Ibn Khaldun é, realmente, um historiador muito moderno e é a ele que devemos o que se pode
considerar quase como história da África tropical, em sentido moderno. Na qualidade de norte
-africano e também pelo fato de ter trabalhado, a despeito da novidade de sua filosofia e de seu
método, no quadro das antigas tradições mediterrâneas e islâmicas, ele não deixou de se
preocupar com o que ocorria no outro lado do Sahara. (KI-ZERBO, 2010).

Do século XV até à actualidade

A partir do século XV, o continente africano, teve contactos com todo o mundo, especialmente
com os europeus, no contexto da Expansão europeia e com o envio no séc. XIX, de expedições
missionárias, cientificas e militares que escreveram sobre África em quase todas áreas
científicas, com especial destaque para a Geografia e exploração de recursos naturais.
14

Ki-zerbo (2010) diz que Os missionários, ao contrário, sentiam -se obrigados a tentar alterar
o que encontravam e, nessas condições, um certo grau de conhecimento da história da África
poderia ser -lhes útil.

A costa da Guiné foi a primeira região da África tropical descoberta pelos europeus; ela foi o
tema de toda uma série de obras a partir de 1460, aproximadamente (Cadamosto), até o início
do século XVIII (Barbot e Bosman). Uma boa parte desse material é de grande valor histórico,
porque fornece testemunhos directos e datados, graças aos quais podem -se situar várias outras
relações de carácter histórico. (KI-ZERBO, 2010).

Há também nessas obras abundante material histórico (entendido como não -contemporâneo),
sobretudo em Dapper (1688), que, ao contrário da maioria dos demais autores, não era um
observador directo, mas apenas um compilador de relatos alheios. Porém, o objectivo essencial
de todos esses autores era mais descrever a situação contemporânea do que fazer história.

A partir do século XVIII, parece que a África tropical recebeu dos historiadores europeus a
atenção que merecia. Era possível, por exemplo, utilizar como fontes históricas os autores mais
antigos, sobretudo os descritivos – como Leão, o Africano, e Dapper –, de maneira que as
histórias e geografias universais da época, como The Universal History, publicada na Inglaterra
entre 1736 e 1765, podiam consagrar um número apreciável de páginas à África. (KI-ZERBO,
2010).

Devido aos problemas coloniais, a África não foi considerada um espaço único e total, dai que
até hoje é frequente dizer-se «África branca» -África do Norte ou Magreb, e «África Negra» -
Sul do Sahara. Esta situação justifica o facto de aparecer uma história regionalizada:

 História de África Magrebina; História de África Ocidental; central e Oriental e África


Meridional. (KI-ZERBO, 2010).

O crescimento do interesse dos europeus pela África havia proporcionado aos africanos grande
variedade de culturas escritas, que lhes permitia exprimir seu interesse por sua própria história.
Foi esse o caso principalmente da África ocidental, onde o contacto com os europeus havia sido
mais longo e mais constante, e onde sobretudo nas regiões que se tornaram colónias britânicas
– uma demanda pela instrução europeia já existia desde o início do século XIX.

Numa escala mais reduzida, muitos africanos continuaram a registar as tradições históricas
locais de modo sério e confiável. Os contactos com os missionários cristãos parecem ter
desempenhado um papel significativo. Assim, floresceu em Uganda uma escola importante de
15

historiadores locais desde a época de A. Kagwa (cuja primeira obra foi publicada em 1906); ao
mesmo tempo, R. C. C. Law anotou, para a região ioruba, 22 historiadores que haviam
publicado trabalhos antes de 1940 28, em geral (como aliás os autores ugandenses) em línguas
nativas. Dentre a das obras desse tipo, uma tornou-se merecidamente célebre: A Short History
of Benin de J. U. Egharevba, reeditada diversas vezes desde sua primeira publicação em 1934.

A partir de 1947, a Société Africaine de Culture e sua revista Présence Africaine empenharam
-se na promoção de uma história – da África descolonizada. Ao mesmo tempo, uma geração de
intelectuais africanos que havia dominado as técnicas europeias de investigação histórica
começou a definir seu próprio enfoque em relação ao passado africano e a buscar nele as fontes
de uma identidade cultural negada pelo colonialismo. Esses intelectuais refinaram e ampliaram
as técnicas da metodologia histórica desembaraçando -a, ao mesmo tempo de uma série de
mitos e preconceitos subjectivos. (KI-ZERBO, 2010 & Hapte be & Mazrui, 1935).

A esse propósito devemos mencionar o simpósio organizado pela UNESCO no Cairo em 1974,
que permitiu a pesquisadores africanos e não -africanos confrontar livremente seus pontos de
vista sobre o problema do povoamento do antigo Egipto.

Principais historiadores africanos desta época

 Samuel Johson (Serra Leoa): A história dos Yorubas;


 Carl Christopher (Gana): A história da Costa de Ouro e de Ashant;
 Joseph Ki-Zerbo (Burkina-Faso): A História de África Negra.

Principais correntes da Historiografia africana


Corrente eurocentrista

É uma corrente marcadamente racista, pois defende a superioridade da raça branca sobre a
negra. Sustenta que os africanos não tinham história antes de estabelecerem contactos com os
europeus. Afirma que África não é uma parte histórica do mundo.

Hegel (1770 -1831) definiu explicitamente essa posição em sua Filosofia da História, que
contém afirmações como as que seguem: “A África não é um continente histórico; ela não
demonstra nem mudança nem desenvolvimento”. Os povos negros “são incapazes de se
desenvolver e de receber uma educação. Eles sempre foram tal como os vemos hoje”. (KI-
ZERBO, 2010).

As coisas ficaram ainda mais difíceis para o estudo da história da África após o aparecimento,
nessa época e em particular na Alemanha, de uma nova concepção sobre o trabalho do
16

historiador, que passava a ser encarado mais como uma actividade científica fundada sobre a
análise rigorosa de fontes originais do que como uma actividade ligada à literatura ou à filosofia.

Tal concepção foi exposta de forma muito precisa pelo professor A. P. Newton, em 1923, numa
conferência diante da Royal African Society de Londres, sobre “A África e a pesquisa
histórica”. Segundo ele, a África não possuía “nenhuma história antes da chegada dos
europeus. A história começa quando o homem se põe a escrever”. (KI-ZERBO: 2010 &
Defourny, 2010)

Os historiadores coloniais profissionais estavam, assim como os historiadores profissionais em


geral, apegados à concepção de que os povos africanos ao sul do Sahara não possuíam uma
história susceptível ou digna de ser estudada. Como vimos, Newton considerava essa história
como domínio exclusivo dos arqueólogos, linguistas e antropólogos.

Nega assim, a possibilidade de os africanos terem contribuído para o desenvolvimento da


História Universal. O Eurocentrismo defende que somente com as fontes escritas é que se faz
a história.

Corrente afrocentrica

Surge em reacção à corrente eurocêntrica. Critica radicalmente a colonização, afirmando que


influenciou negativamente a evolução histórica africana. É uma corrente que valoriza
excessivamente as realizações africanas. Recusa influência que os outros povos exerceram
sobre a história de África. Para eles, a história é o que graças ao esforço exclusivo dos africanos,
sem concorrência de nenhum factor externo.

O afrocentrismo defende que se deve interpretar e estudar as culturas não europeias,


nomeadamente a africana, e os seus povos do ponto de vista de sujeitos ou agentes e não como
objectos ou destinatários. Estes não defendem que o mundo seja interpretado sob uma única
perspectiva cultural, como foi o caso do eurocentrismo, mais que seja reconhecida a existência
de uma cultura e a sua avaliação em termo de pensamento e conhecimento através da sua própria
perspectiva, nesse caso, mais concretamente a cultura africana seja analisada, por si, enquanto
sujeito e não através de modelos culturais que por vezes não só a entendem como a desprezam
e desvalorizam. (FARIAS, 2003).

Corrente progressista

É uma corrente que reconhece o valor das fontes escritas, mas recusa aceitar que a história seja
feita apenas com base em documentos escritos, negando assim, ao eurocentrismo.
17

Contrariamente ao eurocentrismo e ao afrocentrismo, o progressismo não espelha complexo de


superioridade nem de inferioridade. Reivindica

Parafraseando Ki-zerbo (2010:3) O progressismo expandiu-se a partir de meados do século


XIX com historiadores como: Albert Adu Boahen, Joseph Ki-Zerbo, Teólifo Obenga, e
Roland Oliver.

Uma investigação histórica séria e não discriminatória tendo como chave a combinação de
várias base metodologias e fontes. Esta corrente depende a importância das fontes orais para
todo o conhecimento – tudo o que é escrito é antes pensando e falado.

Problemas da história africana

O estado da história de África tem se mostrado particularmente difícil para os historiadores


devido a uma série de fatores, a saber:escassez das fontes, o problema da cronologia e o
problema dos mitos.

a) problemática ou Escasses das fontes

A história de África é pobre em documentos escritos e os que existem( egípcios, nubios, greco-
latinos, americanos, árabes, europeus e africanos recentes) não contribuem muito para a
reconstrução da história pois estão escritas em línguas que não são acessíveis para os leitores e
apresentam -se mal distribuídos no tempo e no espaço.

A principal fonte para o estudo da história de África é a tradição oral, no entanto, apresenta
limitações por não poder abarcar períodos longos e remotos e sobretudo porque os testemunhos
directos já não se encontram vivos. Assim, podia se considerar a arqueologia uma das saídas
para suprimir a escassez de fontes escritas, no entanto, a arqueologia também apresenta suas
limitações dada a exiguidade dos meios financeiros pois envolve deslocações, múltiplos
prifissionais especializados, a ligação com outras ciências, etc. Por outro lado, estão sujeitas a
intempéries como a erosão, a fragilidade das matérias de construção,as térmitas, as ferrugens e
a acidez que destroem facilmente os vestígios das sociedades antigas.

b) o problema da cronologia

A grandeza básica da história do homem é o tempo, mas do período anterior à nossa época,
são poucos os registos de datas e quando existem são imprecisos.
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Os africanos sempre consideraram o tempo e tentaram conta-lo, daí que certos reis chegado ao
poder, depositaram anualmente num vaso pepitas de ouro até à sua morte que permitia
contabilizar os anos do reinado. Este procedimento permite -nos saber quanto tempo reinou
cada monarca mas não mostram os reis anos referentes ao assunto, daí uma barreira aos
historiadores que queiram debruçar sobre a história de África.

C) o problema dos mitos

Os diferentes povos que estiveram em África e as diferentes transformações sociais, políticas,


económicas e culturais levaram ao aparecimento de diferentes interpretações do passado
africano com impacto na historiografia Africana.

Um dos mitos foi a ideia defendida por Hegel em 1830,e que se popularizou na época, dizia
que, para além da parte Norte, a África não tem movimento histórico, é a- histórica.

Esta forma de pensar influenciou sobremaneira na elaboração da história Africana nos séculos
XIX e XX, falseando prespetivas em favor de uma concepção eurocentrica da história que se
difundiu por todo o lado, mesmo nos países que nunca tinham sido colonizados
19

Conclusão

Apósterminado o trabalho, percebemos que a história de África foi por muitos pensadores
ignorados na medida em que viam a África como se fosse um continente sem história devido a
forte presença da oralidade e da ausência de escritos sobre ela. Outro passo foi dado na
historiógrafa africana, quando Malinowski e Radcliffe Brown começaram a influenciar as obras
sobre a África, pois eles criticavam uma história que não tivesse um lastro de fontes. Essa
influência fez sair algumas obras de cunho mais histórico, como as de Leo Frobernius que era
etnólogo, antropólogo cultural, arqueólogo e historiador camuflado.

Ele publicou inúmeros trabalhos com os resultados de suas pesquisas, dentre outros pontos ele
encontrou as estatuetas da cidade de Ifé. Ele buscava uma influência etrusca na cultura africana,
inclusive nas estátuas. Fage aponta que obras de Frobernius praticamente não são lidas e são
muito criticadas, mas o autor ressalta que se faz necessária uma releitura das mesmas, pois elas
são repletas de informações.

O termo “História Nova” ou “Nova História” foi lançado em 1978 por alguns membros do
chamado grupo dos Annales, conforme Guy Bourdé e Hervé Martin. Enquanto proposta teórica,
nasceu, de acordo com Peter Burke, juntamente com a fundação da revista Annales, criada para
“promover uma nova espécie de História”, por isso os historiadores ligados à Nova História são
vistos como herdeiros da Escola dos Annales. No presente ensaio discutimos a historiografia
dessa tendência teórica, seus conceitos, como também sua aplicação prática como teoria para
compreensão histórica.
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