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Conteúdo
Introdução....................................................................................................................................2
1.1 Objectivo geral.......................................................................................................................3
1.2 Objectivos específicos............................................................................................................3
1.3 Metodologia usada na realização deste trabalho.....................................................................4
4. A resistência no Bakongo.........................................................................................................4
4.1 - A Revolta de 1570...............................................................................................................5
4.2 - Resistência no Ndongo.........................................................................................................5
4.3 Njinga Mbandi.......................................................................................................................5
4.4 EKWIKWI II do Bailundo.....................................................................................................6
4.5 Mutu-Ya-Kevela....................................................................................................................6
4.6 Mndume, Rei dos Kwanyama................................................................................................7
5. A resistência na Namíbia..........................................................................................................7
6. A resistência na África do sul (os Zulus)..................................................................................9
7. A resistência em Moçambique (Estado de Bárue)....................................................................9
7.1causas da revolta de Bárué......................................................................................................9
7.2 Preparação da rebelião..........................................................................................................10
7.3 Início da rebelião..................................................................................................................10
8. Resistência do Estado de Gaza...............................................................................................10
9.Sistema Colonial Europeu.......................................................................................................12
9.1Colônia de Povoamento ou enraizamento..............................................................................12
9.2 Colónias de Exploração ou de Enquadramento....................................................................12
10.Tipos de administração colonial em África...........................................................................13
11. Formas de descolonização de África....................................................................................14
12.Conclusão..............................................................................................................................15
13.Referências bibliográficas.....................................................................................................16
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Introdução.

Os países africanos conheceram as usurpações de numerosas formações sociais e


políticas globais, entre as quais o Estado-nação, no seu crescimento e no seu declínio,
que representava apenas um entre numerosos casos, enquanto era simultaneamente
arrastado para processos globais em vasta escala resultante da expansão europeia. Com
efeito, a expansão europeia de uma forma específica de Estado-nação, simultaneamente
liberal e democrático, pelo menos na sua ideologia política manifestada, afectou
igualmente a África, e conduziu em muitos lugares as relações políticas muito
complexas entre o Estado e figuras de poder locais tais como as autoridades
tradicionais.

Deste modo, neste trabalho, abordaremos algumas resistências africanas ( Bakongo,


Namíbia, África do sul, e Moçambique); os sistemas coloniais europeus, os tipos de
administração colonial em África e as formas de descolonização em África.

Para tanto, a pesquisa seguiu a seguinte trajectória, na primeira parte do estudo houve m
enfoque à algumas formas de resistência dos países africanos ( Bakongo, Namíbia,
África do sul, e Moçambique) ao colonialismo em África.

Na segunda parte, houve uma preocupação maior com a questão dos sistemas coloniais
europeus e as formas de administração colonial em África.

Na terceira parte, procuramos descrever as formas de descolonização em África, de


seguida, na quarta e ultima etapa foram analisados os dados a luz do referencial teórico
gerando assim a conclusão do trabalho.

Foi utilizado como primeiro método a leitura exploratória de materiais bibliográficos


referentes aos temas em estudo, possibilitando ter uma linha geral do conhecimento.
Logo em seguida, foi efectuada a leitura selectiva verificando a relevância dos achados
e seleccionando os artigos que mais interessavam aos temas em estudo.
A leitura selectiva foi seguida pelo método analítico, no qual foram analisados os
achados e comparados entre si. O processo de leitura dos materiais foi finalizado por
meio da leitura interpretativa para relacionar o tema proposto com o objectivo do
trabalho.
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Em termos organizacionais, o trabalho apresenta duma forma sequenciada o índice dos


conteúdos abordados, introdução, objectivos do trabalho e metodologia usada, o corpo
do trabalho, conclusão e as referências bibliográficas.

1.1 Objectivo geral.

 Este trabalho tem como objectivo central conhecer o colonialismo europeu


particularmente no continente negro, desde a tentativa da resistência dos países
africanos até a descolonização de África.

1.2 Objectivos específicos.

 Descrever as resistências africanas ( Bakongo, Namíbia, África do sul, e


Moçambique) a ocupação colonial;

 Discutir os sistemas coloniais europeus;

 Caracterizar os tipos de administração colonial em África; e

 Indicar as formas de descolonização em África.

1.3 Metodologia usada na realização deste trabalho.

 Revisão bibliográfica.
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4. A resistência no Bakongo

Reagindo a invasão portuguesa, os sobas e os reinos dominados, iniciaram uma série de


revoltas. As mais importantes revoltas ocorreram no sobado da Kisama, e no sobado dos
Dembos que protegiam grupos de escravos fugitivos, do Ndongo, da Matamba, do
Kongo, de Kasanje, do Kuvale e do Planalto Central[ CITATION Ral55 \l 2070 ].

Em Angola, tal como outros países de África meridional existiram principalmente três
tipos de reacção: o conflito armado, a aliança e o protectorado.

Destas três a mais usada pelos angolanos foi a aliança que foi caracterizada por
pequenas comunidades e tributarias vítimas de assaltos, vivendo como refugiados.

Das pequenas revoltas, que foram apagadas na história dos vencedores, algumas
permaneceram como testemunho da resistência, mostrando que as revoltas nunca
cessaram na extensa capitania de Paulo Dias Novaes, são as que passamos a mencionar
tiradas na obra de [ CITATION Gen98 \l 2070 ].

4.1 - A Revolta de 1570: foi liderada pelo carismático "Bula Matadi", um aristocrata,
que vendo o perigo que corria o seu povo, fez uma guerra de resistência para que não
fossem explorados e dominados pelos portugueses. Bula Matadi mobilizou toda a
comunidade para expulsar os portugueses do reino do Kongo, com a perspectiva de
acabar com as intrigas que enfraqueciam o reino. Os portugueses interviram
militarmente ao lado do rei do Kongo, depois de muitas batalhas Bula Matadi foi morto
no último combate.

4.2 - Resistência no Ndongo: No reino do Ndongo, foi forte a resistência contra a


chegada dos portugueses. Com o espírito aventureiro, Paulo Dias de Novaes procurou o
Ngola a fim de se informar das riquezas que havia no Ndongo. Desconfiado das
intenções de Novaes, não lhe facilitou seu desejo e teve-o preso em Kabasa durante
cinco anos. Quando libertou o capitão português, ele regressou ao seu país e voltou
alguns anos depois com homens armados, dispostos a fazer a guerra ao Ndongo, a partir
da cidade de Luanda, onde se instalou e mandou construir uma fortaleza.
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Ngola Kilwenje era então o rei do Ndongo. O seu exército conseguiu vencer os
portugueses em várias batalhas, embora as armas fossem simples arcos e flechas contra
as armas de fogo que os invasores traziam.

Contudo, a resistência enfraqueceu à medida que alguns chefes foram abandonando a


luta e, quando Ngola Kilwanje morreu, o Ndongo foi aos poucos ocupado pelos
agressores. Muxima, Massangano, Kambambe foram caindo na posse dos portugueses.
Algumas tribos e chefes sujeitaram-se a esta situação e pagaram tributos em escravos
aos capitães portugueses. Outros preferiam fugir das áreas ocupadas e continuar a lutar,
refugiando-se em zonas protegidas como as ilhas do Kwanza.

4.3 Njinga Mbandi: O maior símbolo da resistência ficou para a Rainha Njinga
Mbandi, que além da luta contra a ameaça do colonizador, conseguiu aliar os povos do
Ndongo, Matamba, Kongo, Kasanje, Dembos, Kissama e do Planalto Central. Foi essa a
maior aliança que se constituiu para lutar contra os portugueses.

As diferenças e interesses regionais foram esquecidos a favor da unidade contra o


inimigo comum. Esta unidade teve os seus efeitos positivos: durante vários anos, os
portugueses perderam posições e foram reduzidos a um pequeno território de onde
seriam expulsos se não recebessem reforços.

Na revolta da Rainha Njinga Mbandi, apesar da sua percepção para uma possível
unificação étnica na luta contra o colonizador, a questão da força bélica Lusa foi um
factor decisivo. No entanto, passados vários séculos da morte da Rainha Njinga, a ideia
da unidade do povo angolano ainda não configurou-se.

Ao final do século XX, vencida a luta contra o colonizador, permanecem as disputas


internas pelo poder, com ideologias marcadas pelo rancor dos diferentes grupos étnicos.

4.4 EKWIKWI II do Bailundo. Ekwikwi II, foi outro herói da resistência, que reinou
no Bailundo no planalto Central de Angola há cerca de cem anos, com influência
notável em toda a região.

Ekwikwi resolveu preparar o seu povo militar e economicamente para enfrentar a guerra
prevista. Sendo assim, ele intensificou a agricultura, principalmente o cultivo do milho,
dieta indispensável na cultura dos Bantos
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A comunidade do bailundo viveu intensamente os modelos para a defesa dos direitos e


soberania dos estados do planalto baseados nos princípios de Ekwikwi II que, além de
fortalecer o seu exército, estabeleceu uma aliança sólida com Ndunaduma I, rei do Bié,
para fortalecer sua posição na região. Ekwikwi II foi um rei progressista, dinâmico que
sempre governou ao lado do seu povo.

Ele foi sucedido por Numa II, que, corajosamente, enfrentou a guerra contra a pesada
artilharia portuguesa no ataque à capital do Bailundo. Aos poucos as forças militares
portuguesas foram ocupando pontos estratégicos. O Bailundo foi totalmente dominado,
sem qualquer resistência a nova imposição Lusitana.

4.5 Mutu-Ya-Kevela. Segundo homem mais importante na região, após o rei Kalandula
do Bailundo, questionou as autoridades portuguesas contra o trabalho forçado imposto
pelos imperialistas. Mutu-Ya-Kevela reuniu todos os sobados e reinos do planalto,
convocando 6000 homens contra as colunas militares portuguesas, que sufocaram os
rebeldes de Angola em 1902.

4.6 Mndume, Rei dos Kwanyama. O sul de Angola esteve sempre disputado pelos
portugueses e alemães. Aproveitando tal rivalidade, Mandume, rei do Kwanyama,
conseguiu obter armamentos dos alemães, que serviriam para lutar contra os
portugueses. Preocupados com uma futura ocupação dos alemães, os portugueses
atacaram Njiva de surpresa, antes que o mesmo organizasse a luta armada.

Mandume fugiu, iniciando em todo o território Ambó, uma tentativa de unir todas as
tribos contra os portugueses. Os Ambós, muito bem organizados, comandados por
Mandume, venceram os portugueses numa série de batalhas, obrigando os militares
lusitanos a buscar reforços.

Os portugueses utilizaram um sistema que ambos conheciam muito bem, corromperam


parte da guerrilha Kwanyama, assim venceram as batalhas de Mongwa e Mufilo.
Sabendo da vitória dos portugueses, devido ao grande poder de artilharia, e pela traição
de alguns sobas, Mandume suicidou-se em 1917, preferindo a morte do que viver sob a
subordinação dos colonialistas.

Apesar da resistência e com a luta pela independência de alguns reinos, a ocupação do


litoral ocorreu por meio de um jogo de interesses comerciais entre os portugueses e as
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diferentes tribos de Angola. A espionagem, evangelização e tribalismos muito


contribuíram para a ocupação tanto no passado, como no presente. A configuração
étnica de Angola, determina um provincianismo, ou regionalismo, que dificulta a
regulação social do Estado, em função dos diferentes dialectos no mesmo
território[ CITATION KiZ99 \l 2070 ].

5. A resistência na Namíbia.

A partir da década de 1880, a Namíbia sofreu o domínio da colonização Alemã. A essa


dominação opuseram-se quatro grupos populacionais Khoisan: os Namas, os Hereros,
os Sans e os Ovambos. Dentre estes grupos populacionais os que mais efectuaram
resistência foram os dois primeiros: Hereros e os Namas[ CITATION KiZ99 \l 2070 ].

Os Hereros estavam organizados em principados separados e os Namas em clãs de


diferentes dimensões. Em 1883, um comerciante alemão Franz Luderiz recebeu do seu
governo a permissão para fazer tratados com os chefes africanos e comprar os seus
territórios.

Na verdade os chefes africanos estavam relutantes em assinar tratados que pouco depois
revogavam. Os chefes Hereros aliavam-se aos alemães na perspectiva de limitar a
penetração colonial Britânica e a dos africânderes, mas porém, nada sabiam das
pretensões alemãs em dominar a região.

Enquanto Samuel Maherero optava por realizar tratados de protecção, primeiro com a
colónia do cabo e depois com a Alemanha, Hendrik Witbooi chefe dos Namas opunha-
se a assinar tratados de protecção pois para ele “todos os protegidos são súbditos de
quem os protege”[ CITATION Gen98 \p 170 \l 2070 ].

Com a presença alemã, os africanos viram expropriadas as suas terras, sendo forçados a
aceitar trabalhos a troco de baixos salários nas fazendas ou minas de ouro. Em 1903, o
governador alemão temendo uma possível rebelião por parte dos africanos pela perda
das terras, decidiu criar reservas para ao Namas e os Hereros. Porém, essa atitude foi
[ CITATION Ral55 \l 2070 ]mal interpretada pelos nativos pois temiam a expropriação
definitiva das suas terras. Devido a interferência colonial crescente, desencadeou-se
uma resistência sucessivamente mais coesa em toda a Namíbia.
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Segundo Chanaiwa (1991:234) citado por [ CITATION KiZ99 \l 2070 ], em Janeiro de


1904, os Hereros revoltaram-se aproveitando da retirada das tropas alemãs que haviam
partido para subjugar os Bondelswarts, tendo matado 100 alemães, destruindo várias
fazendas.

Em conformidade com [ CITATION Gen98 \p 171 \l 2070 ], face a essa situação, o


general Von Trotha apoiado pelos soldados vindos da Alemanha, comandou uma acção
de extermínio, onde todos os Hereros que caíssem nas mãos das tropas eram mortos.
Temendo a morte, maior parte destes refugiou-se no deserto oriental. Cerca de 2000
Hereros conseguiram refugiar-se na Bechunalândia e na África do Sul. No fim da guerra
das 80.000 pessoas, apenas restavam 16.000.

Ainda neste ano, os Namas de Hendrik Witbooi, se revoltaram, adoptando tácticas de


guerrilha eficazes. A rebelião teve sucesso até a morte de Witbooi, em Outubro de 1905.
A partir daí, a resistência Nama foi continuada por Jacob Murenga e Simon Kooper até
1907/8.

Jacob Murenga foi um dos últimos chefes da resistência a dominação colonial alemã na
Namíbia. Foi o mais forte e duradouro dos principais comandantes do sul. Na guerra de
guerrilha era efectivamente o mestre, abastecendo as suas forças nas fazendas com
armas. Foi preso e assassinado em coordenação com as autoridades do Cabo. Fracassada
a resistência, os alemães dominaram o território do sudoeste africano (Namíbia).

Em Junho de 1915, a última guarnição alemã teve que se render e a partir desse
momento a Namíbia ficou sob ocupação militar sul-africana e na sequência do tratado
de Versalhes e da SDN a Namíbia passou sob sistema de mandatos, sob administração
da Inglaterra.[ CITATION Gen98 \p 178 \l 2070 ]

6. A resistência na África do sul (os Zulus).

Os Zulus eram um povo numeroso que vivia na região norte da África do Sul.
Este povo resistiu contra a dominação dos ingleses que pretendiam submete-lo e usar os
seus filhos como mão-de-obra nas plantações agrícolas e nas minas [ CITATION Jos99 \l
2070 ].
A resistência dos Zulus foi liderada por cetswayo e teve inicio emDezembro de 1878, os
ingleses atacaram o território zulu mais foram derrotados na batalha de issandawana.
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Em Junho do mesmo ano, os ingleses, mais bem armados, derrotaram finalmente os


zulus na batalha de Ulundi. Depois desta vitória, os ingleses, dividiram o império zulu
em chefaturas cuja administração entregaram a pessoa da sua confiança.

Entretanto, as razoes da derrota dos zulos, não vão além da superioridade bélica,
logística e militar dos europeus em relação aos Zulus; Falta de unidade entre os chefes
zulus; Alianças efectuadas por alguns chefes Zulus ao colonialismo na luta pela
sobrevivência e pela sucessão ao poder político[ CITATION KiZ99 \p 430-439 \l
2070 ].

7. A resistência em Moçambique (Estado de Bárue).

A resistência a ocupação colonial portuguesa em 1904, no território moçambicano foi


feita com o surgimento das alianças em 1917 centrada em Barue com objectivo de
libertar a sua terra natal, expulsando os portugueses e aqueles que ajudavam a perpetuar
o sistema colonial na zona.

7.1causas da revolta de Bárué

Dentre as varias causas que levaram os povos Barue a se revoltarem contra os


português, [ CITATION KiZ99 \l 2070 ], destaca principalmente dois:

 Recrutamento compulsivo da mão-de-obra e sem remuneração na construção de


uma estrada, ligando Tete à Macequece, passando pela terra dos Bárue;
 Abusos de sipaios aos trabalhadores recrutados em 1914.

7.2 Preparação da rebelião

Nas vésperas da rebelião em virtude das guerras de 1902, esta importante comunidade
do Zambeze estava dividida em duas chefaturas: Nongue – Nongue com a capital em
Mungari e Matrosa, primo de Nongue, que governava os territórios do sul do interior de
Gorongosa[ CITATION Jos99 \l 2070 ].

O aparecimento na cena política zambeziana de uma jovem de nome Mbuya, Nongue -


Nongue para levar a cabo os seus intentos iniciou um intenso trabalho diplomático,
visando a formação de uma ampla coligação anti-colonial zambeziana.
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7.3 Início da rebelião

A revolta de Bárue iniciou a 27 de Março de 1917, quando Chemba, Tambara e


Chiramba foram atacados e paralelamente os camponeses de Sena e Tonga se
sublevaram[ CITATION Elt15 \l 2070 ].

Em Abril os portugueses foram expulsos de Massangane, Cheringoma, Gorongosa e


Inhaminga. Instalaram-se na companhia de Moçambique. Os Barue cercaram Tete,
Zumbo estimulando outros povos ainda oprimidos (sobretudo os do sul) [ CITATION
Gen98 \l 2070 ].

Contudo, a revolta Barue fracassou devido alguns erros tácticos, e deserções. Ainda
para a vitória dos portugueses contou mais o reforço do seu exército, de soldados nguni
e do apoio recebido da Rodésia e Niassalandia. As acções militares, o jogo diplomático
junto de alguns chefes africanos, jogou um papel importante na vitória dos portugueses.

8. Resistência do Estado de Gaza.

O Estado de Gaza foi fundado por Sochangane (também conhecido por Manicusse,
1821-1858) como resultado do Mfecane, um grande conflito despoletado entre os Zulu
por consequência do assassinato de Shaka em 1828, que culminou com a invasão de
grandes áreas da África Austral por exércitos Nguni. O Império de Gaza, no seu apogeu,
abrangia toda a área costeira entre-os-rios Zambeze e Maputo e tinha a sua capital em
Manjacaze, na actual província moçambicana de Gaza[ CITATION FRE71 \l 2070 ].

O rei de Gaza dominou os reis Tonga (da língua chiTsonga, a língua actualmente
dominante na região sul de Moçambique) através dos membros da sua linhagem, os
Nguni, comerciando marfim, que recebia como tributo, com os portugueses,
estabelecidos na costa (principalmente em Lourenço Marques e Inhambane)
[ CITATION FRE71 \l 2070 ]

Aparentemente, Sochangane não fazia comércio de escravos, os seus guerreiros eram


principalmente da sua linhagem, nem devolvia aos portugueses os escravos que fugiam
para a sua guarda.

Com a sua morte, sucedeu-lhe o seu filho Mawewe que decidiu, em 1859, atacar os seus
irmãos para ganhar mais poder. Apenas um irmão, Muzila conseguiu fugir para o
Transval, onde organizou um exército para atacar o seu irmão. A guerra durou até 1864
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e, entretanto, a capital do reino mudou-se do vale do rio Limpopo para Mossurize, a


norte do rio Save, na actual província moçambicana de Manica.

Foi em Mossurize que, em 1884, ascendeu ao trono Nguni, Gungunhana, filho de


Muzila. Gungunhana regressa a Manjacaze em 1889, aparentemente pressionado pelos
exploradores de ouro de Manica e falta de apoios locais. Em Gaza, Gungunhana
prosseguiu a política de seu pai de assimilação dos reinos locais, os "Tonga" e de
resistência à dominação portuguesa, mas essa resistência não durou mais de seis anos.
Gungunhana foi preso. Após a prisão de Ngungunhane, as guerras de resistência ficaram
na mão de Maguiguane[ CITATION PÉL88 \l 2070 ].

Varias tentativas de resistência contra os portugueses foram adoptadas por Maguiguane,


tendo em algumas batalhas tido sucessos. Contudo, a superioridade bélica dos
portugueses levou a derrota de Maguiguane.

A derrota de Maguiguane provocou uma desmoralização nas tribos que lhe eram fiéis.
Maguiguane ficou quase isolado, sem homens e rodeado de inimigos. Resolveu ir
refugiar-se no território dos Matabeles. Mouzinho enviou a sua cavalaria perseguir
Maguiguane.
Este conseguiu escapar à perseguição mas em Mapulanguene, perto dos Montes
Libombos, quando já se preparava para atravessar a fronteira, foi cercado pelos
portugueses. Apesar de se encontrar com uma dezena de homens preferiu lutar a render-
se. Matou muitos soldados portugueses mas finalmente foi morto [ CITATION Gen98 \l
2070 ].
Lutou como um herói até ao fim, lutando energicamente contra a penetração portuguesa
em Moçambique. Depois de vencerem Maguiguane os portugueses passaram a dominar
efectivamente o Sul do Save, passando assim o território sob a administração colonial.

9.Sistema Colonial Europeu

O Sistema Colonial Europeu foi baseado na exploração e no povoamento. Esse sistema


se desenvolveu principalmente na América, entre os séculos XVI e XVIII [ CITATION
Gen98 \l 1033 ].

9.1Colônia de Povoamento ou enraizamento.

Aconteceu principalmente na América do Norte, mais especificamente nos Estados


Unidos e no Canadá. Tinha uma organização económico-social e não buscava explorar
as riquezas, mas sim estabelecer um novo lar, com semelhanças às origens europeias.
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Foi o caso da colonização inglesa na Rodésia e no Cabo (África do Sul), na Austrália e


na Nova Zelândia (Oceânia) e no Canadá (América do Norte); da colonização francesa
na Argélia (África) e na Nova Caledónia (Oceânia) e da colonização portuguesa em
Angola e em Moçambique (África)[ CITATION KiZ99 \l 1033 ].

Nesse tipo de colónia, as minorias europeias ocupavam posições sociais, económicas e


administrativas dominantes. Os nativos foram expropriados de suas terras pelos
europeus e excluídos até mesmo das mais simples funções burocráticas; em qualquer
actividade, os brancos recebiam salários mais elevados[ CITATION Gen98 \l 1033 ].

Essa situação deu origem a conflitos particularmente agudos, como a guerra civil pela
independência da Argélia e a política do "apartheid" da África do Sul. O método usado
para a ocupação das terras dos nativos foi à pressão ou violência[ CITATION Gen98 \l
1033 ].

9.2 Colónias de Exploração ou de Enquadramento

Eram países ou regiões administradas directa ou indirectamente por funcionários da


metrópole, e que se destinavam a exportar produtos exóticos, géneros agrícolas ou
matérias-primas minerais. Nesse caso enquadram-se a Índia, a Indochina e a Indonésia,
nações densamente povoadas da Ásia, e grande parte da África[ CITATION KiZ99 \l
1033 ].

O território africano, do Saara até o sul, possuía baixa densidade demográfica e


organização predominantemente tribal. A colonização europeia afectou ou destruiu as
instituições tradicionais (os clãs, as aldeias comunitárias, a religião totémica) e
substituiu a economia de subsistência pela "plantação" (monocultura para exportação)
[ CITATION Gen98 \l 1033 ].

As rivalidades inter-tribais foram mantidas e aprofundadas com o objectivo de favorecer


a dominação estrangeira. Para obrigar as populações locais a trabalhar, o colonizador
fixava impostos que somente poderiam ser pagos em dinheiro. Dessa maneira, os
nativos tinham que cultivar as lavouras que interessavam aos europeus. Os endividados
eram levados aos trabalhos forçados nos campos, à construção de estradas, portos e
linhas férreas[ CITATION Gen98 \l 1033 ].
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10.Tipos de administração colonial em África.

A administração variou de acordo com as condições demográficas, culturais e


económicas das regiões ocupadas. Ela podia ser directa, com os funcionários da
metrópole substituindo as autoridades locais, ou indirecta, utilizando-se das autoridades
locais subordinadas a funcionários da metrópole[ CITATION Gen98 \l 1033 ].

Os ingleses, geralmente adeptos da administração indirecta, conseguiram controlar


populações enormes e diferenciadas entre si, aproveitando-se das Instituições e das
lideranças locais. Aqueles que não queriam colaborar eram substituídos[ CITATION
Gen98 \l 1033 ].

Os franceses tiveram a pretensão de desenvolver uma política de "assimilação" dos


colonos. Eles acreditavam que, através da instrução, os africanos e os asiáticos
poderiam vir a adquirir a cidadania francesa, desde que tivessem profundo
conhecimento da língua francesa, da religião cristã, bom nível de instrução e boa
conduta, Entretanto, essa prática não se tornou comum na administração colonial
francesa, prevalecendo os aspectos económicos de exploração dos recursos minerais e
agrícolas[ CITATION Gen98 \l 1033 ].

Os demais povos colonizadores, tais como belgas, alemães, holandeses, portugueses e


espanhóis, adoptaram métodos que variavam entre o ideal de assimilação e as
necessidades práticas de utilização das autoridades locais para extrair vantagens da
comercialização da produção colonial[ CITATION Gen98 \l 1033 ].
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11. Formas de descolonização de África.

Descolonização é o nome genérico dado ao processo pelo qual uma ou várias colónias
adquirem ou recuperam a sua independência, geralmente por acordo entre a potência
colonial e um partido político (ou coligação) ou movimento de libertação (ARRUDA &
PILETTI, 1999).

Este processo é geralmente antecedido por um conflito entre as “forças vivas” da


colónia e a administração colonial, que pode tomar a forma de uma guerra de libertação
(como foi o caso de algumas colónias portuguesas e da Argélia), um golpe de estado,
em que as organizações na colónia substituem a administração colonial, como aconteceu
na formação dos Estados Unidos, ou ainda por um processo mais pacífico, em que o
partido ou movimento de libertação exerce pressão sobre o governo colonial, seja por
petições legais, seja pela organização de manifestações, normalmente com o apoio de
grupos de pressão dentro do país colonizador (DAVILA, 2011).

No entanto, houve casos em que a potência colonial, quer por pressões internas ou
internacionais, quer por verificar que a manutenção de colónias lhe traz mais prejuízos
que benefícios, decide por sua iniciativa conceder a independência às suas colónias,
como aconteceu com várias das ex-colónias francesas e britânicas (DAVILA, 2011).

Nestes casos, foi frequente o estabelecimento de acordos em que a potência colonial


tem privilégios no comércio e em outros aspectos da economia e política com a ex-
colónia, podendo esta nova relação tomar a forma de neocolonialismo.

Em fim, o processo da descolonização de África, ocorreu sob duas vias principais: a via
armada em que s colonizados por via de recurso ao armamento ou outros instrumentos
de guerra, decidem atacar o inimigo ate alcançar a independência; via pacifica em que a
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potência colonizadora por meio de conversações ou outros tratados pacíficos reconhece


a independência aos colonizados.

12.Conclusão.

A opressão por parte dos colonos, falta de respeito às populações nativos, levaram com
que os países africanos iniciassem uma série de revoltas e resistências à dominação
colonial embora, estas resistências foram absorvidas pelos colonos europeus devido
várias razões entra as quais a falta da unidade entre os chefes africanos bem como a
inferioridade de material bélico em relação aos colonos, entre outras.

Portanto, durante as resistências a ocupação colonial, milhares de vidas foram


dizimadas e alguns chefes foram exilados e até outros deportados a países europeus
como è o caso do rei de Gaza o ngungunhane.

Os europeus, polarizaram sobre tudo duas formas de colonização: colónia de


povoamento ou enraizamento que se preocupava em estabelecer um novo lar com
semelhanças às origens europeias, e possuía uma organização económica social. Nas
colónias de exploração ou enquadramento predominavam os funcionários da metrópole,
e que se destinavam a exportar produtos exóticos, géneros agrícolas ou matérias-primas
minerais deixando os países africanos numa extrema pobreza que se regista ate hoje.

Quer nas colónias de povoamento, quer nas colónias de exploração, as potências


imperialistas optaram em duas formas de administração: directa ou indirecta
dependendo do caso.

Em termos gerais, presume-se que as potências europeias que optaram em


administração indirecta, saíram a ganhar uma vez que mantinham as estruturas locais
que lá existiam o que mais motivou a população nativa, contrariamente das colónias que
optavam em administração directa que destruía as estruturas locais que encontravam nas
suas colónias, criando descontentamento no seio das populações e revoltas populares.
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Concernente a descolonização dos países africanos, foram usadas basicamente duas


formas: a via pacífica que era a mais ideal, feita através de negociações diplomáticas; e
a via armada que foi necessário o uso do armamento para o reconhecimento da
independência dos países africanos. Moçambique em particular, sofreu uma
administração directa e infelizmente, para se reconhecer a sua independência ficou
bastante para tal a luta armada.

13.Referências bibliográficas.

1. Beirao, E. B. Franco. A. C. & Assumane, A. F. História das Instituições


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