Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Departamento de História
Universidade Pedagógica
Rua João Carlos Raposo Beirão nº 135, Maputo
Telefone: (+258) 21-320860/2 ou 21 – 306720
Fax: (+258) 21-322113
Primeira Edição
© Todos os direitos reservados. Não pode ser publicado ou reproduzido em nenhuma forma ou meio – mecânico ou
eletrónico- sem a permissão da Universidade Pedagógica.
Índice
Visão Geral do Guia 1
Ícones de Actividades 4
Lição n° 1 11
Origem e evolução do tráfico de escravos ...................................................................... 11
Lição n° 2 15
O tráfico de escravos na costa oriental de África: o caso de Moçambique .................... 15
Lição n° 3 19
O comércio triangular e o tráfico de escravos na África ocidental ................................. 19
Lição n° 4 22
O TRÁFICO DE ESCRAVOS NA ÁFRICA OCIDENTAL (continuação): ................. 22
- x`xA situação dos escravos no local de partida e de chegada ...................................... 22
- As razões da escolha de África como fornecedora de escravos ................................... 22
Lição n° 1 31
As consequências da escravatura em África ................................................................... 31
Lição n° 2 35
As consequências da escravatura na Europa e América ................................................. 35
Lição n° 3 38
A abolição do tráfico de escravos. .................................................................................. 38
Lição n° 1 45
As reformas de Muhammad Ali no Egipto ..................................................................... 45
Lição n° 2 49
O califado de Sokoto e Borno ......................................................................................... 49
Lição n° 3 53
REFORMAS NA ETIÓPIA: da Abissínia ao império etíope moderno ......................... 53
Lição n° 4 57
Reformas no reino do Congo .......................................................................................... 57
Lição n° 5 61
Reforma na África do Sul: o M’pfecane ......................................................................... 61
Referências bibliográficas 67
Visão Geral do Guia
Caro estudante!
1
aprendizagem; as lições correspondentes à unidade; um conjunto de
questões de auto-avaliação da unidade e, por último, um resumo. Por
sua vez, cada lição compõe-se de uma breve introdução; objectivos
de aprendizagem a serem atingidos no final de cada lição; uma
orientação para o estudo; um conjunto de actividades de
aprendizagem e exercícios a serem realizados durante a lição; um
resumo da lição; um conjunto de questões de auto-avaliação da lição;
comentários da auto-avaliação e, por fim, a indicação da bibliografia
para leituras complementares.
Objectivos do Guia
Esperamos que ao terminar o estudo de História de África do séc.
XVI ao XVIII seja capaz de:
Estrutura do Guia
Em termos de organização das matérias, este guia de estudo da
disciplina de História de África do século XVI ao século XVIII é
composto por 3 unidades de aprendizagem, conforme o quadro
abaixo.
2
UNIDADE DE LIÇÕES HORAS DE
APRENDIZAGEM ESTUDO
3
A quem se destina o Guia
Este guia foi concebido para o(a) estudante do curso de licenciatura
em ensino de história à no regime a distância. Mas também, pode ser
usado como material de estudo para estudantes de outros cursos que
tenham interesse pelo estudo da história de África.
Avaliação
A avaliação será efectuada tendo em conta o Regulamento de
Avaliação em vigor na Universidade Pedagógica, que preconiza um
carácter formativo, sistemático e contínuo.
Ícones de Actividades
4
1. Exercício 2. Actividade 3. Auto-Avaliação
[peneira]
[colher de pau com
[enxada em actividade] alimento para provar]
[Jogo Ntxuva]
[fogueira] [mãos unidas]
[sol]
[embondeiro]
5
13. Terminologia 14. Video/Plataforma 15. Comentários
Glossário
[Dicionário] [computador]
[Balão de fala]
6
11. Tempo – O sol indica o tempo aproximado que deve dedicar á
realização de uma tarefa ou actividade, estudo de uma unidade ou
lição.
12. Resumo – Representado por pessoas sentadas à volta da fogueira
como é costume fazer-se para se contar histórias. É o momento de
sumarizar ou resumir aquilo que foi tratado na lição ou na unidade.
13. Terminologia/Glossário – Representado por um livro de consulta,
indica que se apresenta a terminologia importante nessa lição ou
então que se apresenta um Glossário com os termos mais
importantes.
14. Vídeo/Plataforma – O computador indica que existe um vídeo para
ser visto ou que existe uma actividade a ser realizada na plataforma
digital de ensino e aprendizagem.
15. Balão com texto – Indica que existem comentários para lhe ajudar a
verificar as suas respostas às actividades, exercícios e questões de
auto-avaliação.
7
Conteúdos
A escravatura em
África (1500- 1850):
origem e evolução
UNIDADE
Lição n° 1 11
Origem e evolução do tráfico de escravos ........... 11
1
Lição n° 2 15
O tráfico de escravos na costa oriental de
África: o caso de Moçambique .................................. 15
Lição n° 3 19
O comércio triangular e o tráfico de escravos na
África ocidental .............................................................. 19
Lição n° 4 22
O TRÁFICO DE ESCRAVOS NA ÁFRICA OCIDENTAL
(continuação): ................................................................ 22
- x`xA situação dos escravos no local de partida
e de chegada................................................................... 22
- As razões da escolha de África como
fornecedora de escravos .......................................... 22
Pág. 10 - 28
9
Introdução
O estudo desta temática é de capital importância, na medida em que
vai permitir uma reflexão em torno de várias questões pertinentes,
tais como: a quem cabe realmente atribuir a responsabilidade deste
tão abominável comércio de escravos? Muitas vezes é imputada aos
próprios africanos, acusados de terem vendido seus irmãos. Outra
reflexão não menos importante está relacionada com a tendência
para minimizar os efeitos negativos deste tráfico de negros africanos.
Assim, ao longo desta unidade serão desenvolvidos os seguintes
conteúdos: origem e evolução do tráfico de escravos em África; os
métodos e meios de acção utilizados pelos traficantes de escravos; o
comércio triangular e o tráfico de escravos na África ocidental e
oriental.
Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:
10
Lição n° 1
Origem e evolução do tráfico de escravos
Introdução
Bem-vindo à nossa primeira lição de História de África do século
XVI ao século XVIII. Em primeiro lugar, gostaria de lembrar que o
estudo da história permite o conhecimento do passado da
humanidade. Mas mais importante ainda, para um(a) estudante de
história, é que o acesso ou a construção desse conhecimento, só é
possível através das fontes (escritas, orais ou materiais). O
conhecimento que irá construir ao estudar o material que lhe
disponibilizamos, será baseado na leitura de documentos escritos.
Assim, esperamos que esteja apto(a) para desenvolver o gosto pela
leitura pois, até ao fim das nossas lições entrará em contacto com
vários textos de célebres autores da história de África.
11
Orientação para o estudo
Para esta lição, leia o texto da obra de Ki-Zerbo (1972), nas páginas
261-272.
Atenção
12
Resumo da lição
O tráfico de escravos não foi uma acção premeditada, quando os
europeus entraram em contacto com África procuravam metais
preciosos (ouro e prata) e especiarias do oriente. Entretanto, para além
do ouro, os europeus levaram inicialmente africanos por curiosidade.
Com o decorrer do tempo foram utilizando vários métodos que
incluíram em última instância o uso da força, e meios entre os quais a
frota de navios negreiros. Antes do desenvolvimento do tráfico de
escravos, distinguiam-se em África formas de escravatura como
escravos domésticos e de guerra.
Auto-avaliação
1. Explique a origem da palavra “escravo” segundo Ki-Zerbo
(1972).
2. Explique a principal diferença entre o escravo africano
anterior à presença dos europeus em África e o escravo
africano traficado com a chegada dos europeus.
3. ˮ Pretendem alguns que os europeus mais não fizeram do que
imitar as práticas correntes em Áfricaˮ (Ki-Zerbo, 1972, p.
265). Refute esta afirmação recorrendo ao texto do próprio
autor.
4. Descreva os métodos de obtenção dos escravos utilizados
pelos negreiros.
13
Comentários da auto-avaliação
Para facilitar as respostas das questões de auto - avaliação é
importante que ao efectuar as leituras recomendadas tenha feito
as anotações, num caderno, dos principais aspectos indicados nas
actividades. Se efectuar uma leitura atenta na página 265 do texto
de (Ki-Zerbo, 1972), certamente encontrará a explicação sobre a
origem da palavra escravo. Em relação a diferença entre o
escravo africano anterior à presença europeia e o escravo
africano no contexto do tráfico negreiro, encontrará diferenças
quanto ao seu lugar na sociedade, direitos cívicos e de
propriedade. Entre as páginas 268 e 270, do mesmo texto
encontrará dois métodos e dois meios de acção utilizados pelos
negreiros.
Leituras complementares
Texto de Sengulane (2007), na página 276.
14
Lição n° 2
O tráfico de escravos na costa oriental
de África: o caso de Moçambique
Introdução
O tráfico de escravos na costa oriental de África, particularmente em
Moçambique, enquadra-se na sequência da penetração mercantil
portuguesa que inicia com o ciclo do ouro, seguindo – se o do marfim
e, por último, o dos escravos. Aquando da sua chegada, os
portugueses estabeleceram-se na costa, onde fixaram feitorias.
Inicialmente os portugueses disputaram o comércio do ouro então
dominado pelos árabes. Entretanto, quando a procura do escravo
ultrapassou a do ouro e a do marfim, no século XVIII, Moçambique
viu-se envolvido no papel económico de fornecer mão-de-obra
barata para as plantações do Índico e da América. O estudo desta
lição remete-nos a questões como: para onde eram levados os
escravos? Quem os vendia? Quem os comprava? E para que serviam
no destino?
15
Orientação para o estudo
Para esta lição, leia o texto de Sengulane (2007), nas páginas 268-
273.
Atenção
2ª Etapa
3ª Etapa
16
É importante que, ao efectuar as leituras e anotações recomendadas
nesta actividade, respeite os aspectos destacados a ter em conta. Ao
preencher o quadro (2ª e 3ª etapas) identifique o destino dos escravos,
Resumo da lição
Faça um breve resumo (de 15 à 20 linhas) sobre o tráfico de escravos
em Moçambique. Verifique se no seu resumo indicou os seguintes
aspectos: as três etapas do tráfico de escravos em Moçambique; os
compradores dos escravos; os vendedores dos escravos em
Moçambique; o destino dos escravos; as principais zonas de captura dos
escravos em Moçambique. Caso não o tenha feito, o resumo não está
completo. Por isso, volte a ler o texto atentamente e complete os
aspectos em falta.
Auto-avaliação
1. Indique as feitorias portuguesas ao longo das regiões
costeiras banhadas pelo oceano Índico no século XVI.
2. Para que lugares concretos do Oceano Índico eram levados
os escravos moçambicanos?
3. Caracterize a terceira fase do tráfico de escravos em
Moçambique, considere os intervenientes locais, de quem
os negreiros adquiriam os escravos e a denominação que os
mesmos passaram a ter nesta fase.
17
Comentários da auto-avaliação
As feitorias portuguesas no oceano dividem-se entre a costa
asiática e oriental africana, Diu e Goa na Índia; Sofala, ilha de
Moçambique, são apenas alguns exemplos. Sugiro que através
das leituras recomendadas indique outros exemplos. De um
modo geral, no oceano indico, os escravos eram levados para as
ilhas francesas. Com uma leitura atenta poderá identificar tais
ilhas. Segundo o texto da nossa lição, a terceira fase do tráfico
de escravos em Moçambique corresponde ao período do tráfico
clandestino.
Leituras complementares
Texto da obra de Mbokolo (2003), nas páginas 300-309.
18
Lição n° 3
O comércio triangular e o tráfico de
escravos na África ocidental
Introdução
O comércio de escravos na África Ocidental ganha importância na
sequência da necessidade em mão de obra nas colónias americanas,
provocada essencialmente pelas seguintes razões: a diminuição da
população índia (indígenas americanos) devido ao peso do trabalho
compulsório a que estavam sujeitos e a varíola, ou ainda, por alegada
fraca robustez dos indígenas americanos. Assim, iniciou-se o tráfico
de escravos na África Ocidental no contexto do chamado comércio
triangular. Nesta lição trataremos de aspectos como: métodos de
obtenção dos escravos, principais áreas de captura de escravos na
África Ocidental, os principais portos de escoamento, bem como a
explicitação do conceito de comércio triangular.
Objectivos
Para esta lição, leia o texto de Sengulane (2007), nas páginas 275-
278.
Atenção
19
A partir do texto indicado, faça uma ficha de leitura. Em seguida
verifique se, através da tua ficha de leitura, consegue responder às
seguintes questões:
Actividade 1.3
1. Os indígenas americanos, sob dominação espanhola, foram
submetidos a duas formas de trabalho compulsório: a mita e a
encomienda. Para que serviam estas formas antes da dominação
espanhola?
2. Como eram obtidos os escravos?
3. De acordo com o texto indicado, em que região do continente
africano eram fundamentalmente capturados os escravos?
4. Identifique os continentes envolvidos no comércio triangular.
Resumo da lição
O escravo africano foi introduzido no sistema de exploração das
colónias americanas em substituição dos índios americanos, por
alegada fraca robustez e mortalidade aliada à varíola. Mas, conforme
vai poder constatar na próxima lição, foram razões de ordem económica
que ditaram, em grande medida, a escolha do africano para escravo.
Durante o comércio de escravos, acreditava-se que cada região da costa
20
ocidental fornecia um tipo determinado de escravo, desde os bons aos
maus. Este tráfico de escravos integra-se num grande circuito de
comércio, chamado comércio triangular que envolvia três continentes,
dispostos geograficamente em forma de triângulo: a Europa, de onde os
negreiros traziam para África produtos manufacturados; África, de onde
saia, principalmente, o escravo para a América; e América, de onde se
extraiam matérias-primas para a Europa.
Auto-avaliação
1. Mencione as principais áreas de obtenção de escravos na África
ocidental.
2. Descreva os principais métodos de obtenção de escravos.
3. Preencha o esquema sobre o comércio triangular, indicando,
de acordo com as setas, os produtos do comércio em
circulação.
Comentários da auto-avaliação
Caro estudante, para certificar-se do sucesso na resolução das
questões de auto-avaliação, verifique os seguintes aspectos: em
relação às áreas de obtenção de escravos na África ocidental,
deve indicar sete. Quanto aos métodos de obtenção dos escravos,
estes deverão ser dois. No que concerne ao comércio triangular,
identifique 8 produtos oriundos da Europa, 5 produtos de África
e igualmente 5 da América.
21
Lição n° 4
O TRÁFICO DE ESCRAVOS NA ÁFRICA OCIDENTAL (continuação):
- x`xA situação dos escravos no local de partida e de chegada
- As razões da escolha de África como fornecedora de escravos
Introdução
Não há dúvidas de que o tráfico de escravos (comércio de seres
humanos) em especial dos africanos constituiu um mal perpetrado
contra os negros africanos. Com este comércio, o negro africano
torna-se uma mercadoria e não gente, desprovido de qualquer direito
como humano. Torna-se um produto de comércio que podia ser
comprado a um determinado preço. Portanto, nesta lição, para além
do custo ou preço dos escravos, serão tratados outros aspectos que
caracterizaram este hediondo comércio de seres humanos, tais como:
o mau tratamento a que os escravos foram sujeitos (a situação do
escravo no ponto de partida - África e de chegada- América), bem
como os fundamentos económicos da escolha de África como
fornecedora de escravos.
22
Orientação para o estudo
Para esta lição, leia o texto de Sengulane (2007), nas páginas 278-
280 e de Ki-Zerbo (1972), nas páginas 272-277. A leitura do texto
de Sengulane (Op cit.) vai oferecer um panorama geral sobre o tema
desta lição. Com a leitura do texto de Ki-Zerbo poderá entrar em
contacto com descrições exaustivas sobre alguns aspectos como: os
Atenção
produtos europeus com os quais se adquiriam os escravos, os maus
tractos a que estavam sujeitos os escravos nas mãos dos negreiros.
23
Quanto à pergunta 1, relativa ao custo dos escravos, o texto recomendado
é bastante claro, basta uma leitura atenta. Já em relação ao
preenchimento do quadro da pergunta 2, o texto recomendado é
igualmente claro, verifique apenas se encontrou pelo menos 4 aspectos.
Comentário da actividade
Para a pergunta 3, uma das razões é que a retirada da mão-de-obra de
1.4
África não comprometia a economia da Europa já que a América
produzia a matéria – prima de que necessitava a indústria europeia.
Resumo da lição
Faça um resumo da lição no máximo de 10 linhas. Destaque os
seguintes aspectos: o custo dos escravos na fonte (África); a situação
dos escravos nos locais de partida e de chagada; e as razões da escolha
de África para o fornecimento de mão-de-obra escrava.
Auto-avaliação
1. Dê três exemplos de como era estabelecido o custo dos
escravos na fonte.
2. O que era feito dos escravos nos locais de partida, depois
de serem escolhidos, antes do embarque?
3. Que tratamento era indispensável aos escravos nos locais
de chegada, antes de serem levados ao mercado?
4. Como se explica a escolha de África como fonte de mão-
de-obra barata para as plantações e a mineração
americanas?
5. Com que produtos eram comprados os escravos em África
pelos negreiros?
24
Comentários da auto-avaliação
O que achou da sua auto-avaliação? Encontrou alguma
dificuldade? Em caso de eventuais dificuldades, sugiro que volte
a ler o texto indicado para a lição e tome em consideração os
seguintes aspectos que lhe ajudarão a encontrar as respostas
certas às questões colocadas: o custo do escravo era fixado na
base de uma equivalência correspondente a vários valores
conforme o tipo de escravo; o escravo sofria maus tractos no
ponto de partida, extensivos ao logo da viagem, sessando
ligeiramente no ponto de chegada (América) especialmente no
momento que precedia a sua colocação no mercado. Quanto à
escolha de África para fornecedora de mão-de-obra, segundo o
texto de Sengulane (2007) a escolha de África tem uma
explicação essencialmente económica. Portanto, recorrendo a
uma leitura atenta certamente irá compreender o fundamento
económico da escolha de África. O mesmo autor quando faz
referência aos produtos em circulação no comércio triangular,
assim como ao custo do escravo, permite identificar com que
produto era trocado o escravo em África.
25
Auto-avaliação da Unidade 1
1. Descreva a escravatura africana anterior à presença
europeia. Considere o lugar dos respectivos escravos na
sociedade africana.
2. “Pretendem alguns que os europeus mais não fizeram do
que imitar as práticas correntes em Áfricaˮ (Ki-Zerbo,
1972, p. 265). Refute esta afirmação recorrendo ao texto do
próprio autor.
3. Descreva os métodos de obtenção dos escravos, utilizados
pelos negreiros.
4. Que razões explicam a substituição do indígena americano
pelo escravo africano?
5. Descreva as características do tipo de escravos
denominados “peças da Índia”.
6. Descreva o circuito do comércio triangular, indicando o
conjunto dos produtos que saíam de cada lugar e o seu
destino.
7. Por que os escravos eram submetidos ao processo de
engorda antes de serem revendidos na América?
8. Como se explica a escolha de África como fonte de mão-
de-obra barata para as plantações e a mineração
americanas?
26
Comentários da auto-avaliação da Unidade 1
Para a pergunta 1, considere os seguintes aspectos: entre os
escravos africanos distinguem-se os domésticos e os de guerra,
este escravo era tomado como membro adoptivo da família.
27
Resumo geral da Unidade 1
Na unidade 1, intitulada escravatura em África (1500-1850), aprendeu
como a escravatura iniciou em África e se desenvolveu até a emergência
do chamado comércio triangular que constitui o auge do tráfico de
escravos, ao longo do período em estudo. Chegados ao fim desta
unidade é importante recordar alguns dos principais assuntos tratados
durante as lições que compuseram a unidade.
28
Conteúdos
Consequências do
tráfico de escravos
e o abolicionismo
UNIDADE
2
Lição n° 1 31
As consequências da escravatura em África ..... 31
Lição n° 2 35
As consequências da escravatura na Europa e
América............................................................................. 35
Lição n° 3 38
A abolição do tráfico de escravos. ........................ 38
Pág. 30 - 42
29
Introdução
Certamente a escravatura constitui um dos acontecimentos
marcantes na história de África, se não mesmo na história da
humanidade, cujas consequências evidenciam o quão negativa foi
para este continente. Deste modo, não seria impertinente questionar
se o tráfico de escravos teria produzido algum impacto positivo
particularmente para África. Por outro lado, considerando ter sido
uma má experiência para África, pode - se então questionar: de onde
teria vindo a iniciativa de pôr fim ao tráfico de escravos? Ou ainda,
o que realmente motivou o fim do tráfico de escravos? Como vê, são
questões que carecem de uma reflexão profunda. Ora, as respostas a
estas questões podem parecer simples ou óbvias, mas não. Daí que,
para permitir um juízo de valores com maior fundamento, nesta
unidade vai estudar, de forma detalhada, as consequências e o
processo abolicionista do tráfico de escravos. A abordagem vai
abranger a análise dos efeitos sociais, políticos e económicos do
tráfico de escravos, sobretudo em África, mas também, na Europa e
América, bem como as origens ou causas do abolicionismo.
Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:
Explicar as consequências sociais, políticas e económicas
da escravatura em África;
Explicar as consequências da escravatura para a Europa e
América;
Explicar as razões da abolição do tráfico de escravos.
30
Lição n° 1
As consequências da escravatura em África
Introdução
A venda e posterior utilização do homem africano como mão-de-
obra escrava nas Américas trouxeram enormes consequências para o
continente africano. Nesta lição tratar-se-á de estudar as
consequências do tráfico de escravos do ponto de vista social,
político e económico para África. Sobre esta matéria, vários autores
concordam no facto de que, de um modo geral, o tráfico de escravos
trouxe consequências negativas, embora alguns indiquem a
introdução de novas culturas agrícolas como consequência positiva.
Como se pode notar, o tema remete a uma reflexão e emissão de
juízo de valores. Assim, é convidado a esta lição que lhe permitirá
avaliar até que ponto o tráfico de escravos teve ou não consequências
positivas.
Objectivos
31
1. A escravatura foi ou não uma boa prática para a África e o seu
povo? Considere tudo que já aprendeu sobre a escravatura nas
lições anteriores. Registe, em cinco (5) linhas, toda sua reflexão
Actividade 2.1 numa folha.
2. Em seguida, leia as páginas 280 a 282, do texto recomendado e
anote no seu caderno de actividade nove consequências da
escravatura. Por último, compare a sua reflexão às notas tomadas.
Resumo da lição
Copie para o seu caderno de exercícios o quadro abaixo e preencha-o
de forma resumida. Mas, atenção: ao longo das suas leituras encontrará
consequências não estritamente sociais, políticas ou económicas, mas
por vezes consequências socioculturais, psicossociais, sociopolíticas ou
socioeconómicas. Nesses casos, deve enquadrá-las nos três principais
grupos (social, político e económico). O texto de Ki-zerbo não faz uma
distinção explícita das três categorias propostas na tabela. Portanto, veja
o exemplo apresentado pelo texto de Ilife (1999), proposto nas leituras
complementares.
32
Tráfico de escravos:
Auto-avaliação
1. Do ponto de vista sócio-demográfico, o tráfico de escravos
efectuou uma separação, levando o que havia de melhor na
população africana. Explicite esta afirmação.
2. O tráfico de escravos provocou um traumatismo moral e
ideológico em numerosos africanos. Justifique esta afirmação.
3. De que modo o tráfico de escravos contribuiu para um
agravamento da mortalidade infantil?
Comentários da auto-avaliação
Para a pergunta 1, verifique se, na sua explicação, mencionou
que o tráfico de escravos tirou de África gente jovem, cheia de
energia necessária ao desenvolvimento de África, incluindo
gente culta. Se sim muito bem, está de parabéns!
33
Para a pergunta 3, se respondeu que sim, muito bem, está
correcto. O facto é que o tráfico de escravos separou mães de
seus filhos menores.
Leituras complementares
Ilife (1999), páginas 179-192. Esta leitura vai permitir o
enriquecimento de seus conhecimentos acerca das
consequências do tráfico de escravo e ajudá-lo-á, igualmente, a
resolver algumas questões de auto-avaliação.
34
Lição n° 2
As consequências da escravatura na Europa e América
Introdução
Se em África, de um modo geral, não se pode falar em benefícios da
escravatura, o que dizer da Europa e América? Certamente que na
Europa e América, a escravatura trouxe algum benefício, sobretudo,
de ordem económica, se tomarmos em conta o papel destes dois
continentes no quadro do comércio triangular. Lembre-se que África
apenas fornecia mão-de-obra escrava para as plantações e mineração
americanas, e de lá saíam matérias-primas para a indústria Europeia.
Por último, da Europa para África saiam quinquilharias, aguardente,
mosquetes obsoletos (uma arma de fogo antiga, usada no século XVI
pela infantaria das potências europeias), etc. Nesta lição vai estudar
as consequências da escravatura na Europa e América.
Objectivos
35
1. Copie para o seu caderno de actividades e, de forma resumida,
preencha o quadro abaixo. Para realizar esta actividade, baseie-
se na leitura do texto recomendado acima.
Actividade 2.2
Consequências da Consequências da
escravatura na Europa escravatura na América
Resumo da lição
O tráfico de escravos beneficiou economicamente tanto a Europa
como a América. Na Europa, de um modo geral, a indústria conheceu
um grande impulso, na medida em que serviu-se da mão-de-obra
escrava na produção de matérias-primas. Na América, também se
assistiu a um impulsionamento da sua economia com o trabalho
escravo. Na América, porque é lá para onde iam os escravos, durante
a sua convivência acabaram difundindo aspectos da sua cultura. Por
outro lado, a revolta dos escravos gerou consequências políticas como
a formação da primeira república negra.
36
Auto-avaliação
1. Dê um exemplo de consequências culturais da escravatura na
América.
2. Segundo Ki-zerbo (1972) o tráfico de escravos, para a Europa,
contribuiu para uma acumulação de riqueza, levando África a
participar do arranque económico da Europa. Explicite.
3. Explique o significado de QUILOMBO e dê dois exemplos.
Comentários da auto-avaliação
Para a pergunta 1, se mencionou o surgimento de géneros
musicais como o jazz, está de parabéns, acertou. Mas, leia as
páginas 283, 284, 285 e 286, do texto de Ki-zerbo, acima
indicado, para obter outros exemplos.
37
Lição n° 3
A abolição do tráfico de escravos.
Introdução
A abolição do tráfico de escravos será a última abordagem sobre a
grande temática (o trafico de escravos). Ao longo das lições
anteriores estudou das origens às consequências. Agora é chegado o
momento de compreender como finalmente chegou ao fim o tão
hediondo comércio de seres humanos.
Objectivos
38
1. Primeiro leia o texto de Ki-Zerbo (1972), nas páginas indicadas
e anote no seu caderno de actividades os seguintes aspectos: o
continente e os países de onde veio a iniciativa abolicionista; as
Actividade 2.3 personalidades ou figuras e as organizações ou associações que
se empenharam no abolicionismo; bem como as acções
abolicionistas concretas.
2. A partir do texto de Sengulane (2007), nas páginas acima
indicadas, anote as razões da abolição da escravatura, assim
como algumas medidas abolicionistas concretas.
Comentário da actividade
2.3
Resumo da lição
A partir do século XVIII, certos europeus começaram a comover-se
com o sofrimento dos escravos. Assim, filósofos e outras
personalidades europeias, assim como associações e organizações
religiosas engajaram-se no protesto contra a escravatura. Finalmente,
a Inglaterra, movida por razões económicas, concedeu em 1834, a
liberdade a todos os escravos do seu império.
39
Auto-avaliação
1. Indique o nome de um filósofo europeu, uma associação,
uma organização religiosa, engajados nas primeiras
manifestações dos movimentos abolicionistas.
2. Explique as motivações económicas do abolicionismo.
3. Descreva as medidas tomadas pela Inglaterra no combate
contra a escravatura.
Comentários da auto-avaliação
Como certificar-se da correcção das respostas que deu às
questões de auto-avaliação? Ora, importa referir que a auto-
avaliação permite avaliar o grau de assimilação do conteúdo
apresentado nas lições, pelo que se respondeu correctamente está
de parabéns! Entretanto, se não, verifique os seguintes aspectos
no conjunto das respostas que deu: de acordo com o texto
recomendado na lição, o filósofo em causa é de origem francesa;
quanto à associação, o texto apresenta apenas uma e em relação
a organizações religiosas, este indica duas. No que respeita a
motivos económicos do abolicionismo, verifique se a sua
resposta faz menção a revolução industrial.
40
Auto-avaliação da Unidade 2
1. Descreva as consequências políticas da escravatura para
África.
2. Entre as principais consequências da escravatura para a
Europa, destacam-se as de natureza económica. Justifique
a afirmação.
3. Uma das razões da abolição do tráfico de escravos foi de
ordem filantrópica. Identifique duas figuras que,
influenciadas por este sentimento filantrópico, engajaram-
se no movimento abolicionista.
4. Explique a relação entre a revolução industrial e a abolição
do tráfico de escravos.
5. Em Inglaterra foi o despertar de correntes religiosas que
facilitou o movimento contra a escravatura. Mencione dois
exemplos segundo Ki-zerbo.
41
Para explicar a relação entre a revolução industrial e a abolição
do tráfico da escravatura, basta combinar dois aspectos,
nomeadamente, o facto de que a revolução industrial precisa de
mercado consumidor com o agravante de o escravo não ter
salário, logo não tem como consumir.
42
Conteúdos As reformas dos
Estados africanos entre
os séculos XVI e
XVIII/XIX.
UNIDADE
Lição n° 1 45
3
As reformas de Muhammad Ali no Egipto............ 45
Lição n° 2 49
O califado de Sokoto e Borno ................................... 49
Lição n° 3 53
REFORMAS NA ETIÓPIA: da Abissínia ao império
etíope moderno.............................................................. 53
Lição n° 4 57
Reformas no reino do Congo.................................... 57
Lição n° 5 61
Reforma na África do Sul: o M’pfecane ................. 61
Pág. 44 - 65
43
Introdução
As reformas de qualquer Estado levam, por vezes, a um processo de
evolução das sociedades. Por isso, o estudo das reformas dos Estados
africanos entre os séculos XVI e XVIII/XIX vai permitir compreender o
ritmo de evolução destes Estados, bem como compreender o porquê do
estágio actual de evolução das sociedades africanas. O desenvolvimento
desta unidade temática compreende o estudo das reformas ocorridas no
Egipto de Muhammad Ali; nos Estados sudaneses; no Corno de África; no
Congo e na África do Sul.
Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:
Descrever as reformas dos Estados africanos entre os séculos
XVI e XVIII/XIX.
44
Lição n° 1
As reformas de Muhammad Ali no Egipto
Introdução
Em 1805 Muhammad Ali foi eleito graças à acção das massas populares,
da elite tradicional da época e dos notáveis das cidades, ao cargo de wali
(vice-rei). Desde então, acções reformadoras entraram em curso
conduzindo a restauração de um Estado moderno e autónomo. As reformas
de Muhammad Ali tornaram-se possíveis graças ao sentimento nacional
egípcio, cuja base de suporte vinha tanto dos centros urbanos como dos
centros islâmicos. É de destacar, também, a vontade de Muhammad Ali e
de seu filho de dar ao Egipto um governo verdadeiramente nacional,
independente tanto do sultão otomano, quanto dos europeus, e capaz de
administrar um império afro-árabe. A economia constitui um dos sectores
importantes nestas reformas.
Objectivos
45
1. A primeira condição que permitiu Muhammad Ali empreender
efectivamente suas reformas foi a sua ascensão ao poder, à
posição de wālī (Vice -Rei). Explique os motivos das reformas
Actividade 3.1 de Ali.
2. Copie para o seu caderno e preencha o quadro abaixo. Consulte
nas páginas 379 à 389 do mesmo capítulo.
1805
1810
1811
Entre 1831e1840
46
Para a agricultura - desenvolvimento de grande propriedade
privada;
Para a educação - introdução de uma educação ocidental
moderna.
Resumo da lição
As reformas no Egipto, do século XIX, têm as suas raízes na actuação
de vários segmentos da própria sociedade egípcia, baseada no
sentimento nacionalista. O sentimento nacionalista levou a revoltas que
culminaram com a evacuação francesa e nomeação de Muhammad Ali
ao cargo de Wali (vice-rei). Mas, o Egipto retornou à condição de
província otomana. Uma vez no poder, Muhammad Ali conduziu uma
série de reformas na economia, buscando uma economia nacional
moderna, incidindo sobre o sector da agricultura e da indústria, mas
também, o da educação. De um modo geral as reformas empreendidas
por Muhammad Ali, a nível económico, social e cultural, tinham uma
visão nacional. Consistiam, essencialmente na transformação do
carácter tradicional destes aspectos para a sua modernização, uma
modernização que se pretendia realizar-se dentro de um Estado
independente.
47
Auto-avaliação
1. Compare o regime de propriedade de terra no Egipto de
antes e depois das reformas de Muhammad Ali.
2. Como era a educação no período de Muhammad Ali?
3. Descreva a evolução da indústria egípcia do período de
Muhammad Ali.
Comentários da auto-avaliação
Na resposta da pergunta 1, deve contrastar a grande propriedade
privada e moderna das antigas propriedades do tipo feudal de
antes das reformas.
48
Lição n° 2
O califado de Sokoto e Borno
Introdução
O califado de Sokoto e Borno são apenas alguns dos Estados da região do
Sudão central. Para o estudo das reformas desta região, estes Estados são
tomados como exemplo, pelo facto de terem influenciado bastante pela sua
estrutura e evolução política, toda a história da região. As reformas levadas
a cabo tinham um carácter essencialmente religioso. Inicialmente os
reformistas tinham como objectivo difundir a educação muçulmana e a
prática do islão nos campos. Mas, em seguida, a prioridade passou para a
formação de comunidades autónomas dentro ou fora do Estado. O que terá
influenciado as reformas nestes Estados? Que transformações
caracterizaram as reformas nesta região?
Objectivos
49
Durante a leitura encontrará obviamente um termo pouco comum, o
califado. O termo significa estado de governo islâmico.
Períodos de
Actividade 1.1 evolução SOKOTO BORNO
reformista
Características: Características:
Características: Características:
50
Em relação ao Borno, o 1º período: Borno politicamente dividido em
duas zonas; 2º período: guerra civil, novo modo de governo e por
último, o 3º período: expansão económica.
Resumo da lição
O movimento reformista contava com um considerável contributo dos
intelectuais, particularmente ligados ao islão. Com efeito,
inicialmente o movimento reformista tinha como principal objectivo,
difundir a educação muçulmana e a prática do islão nos campos.
Durante o período das reformas, diferentes grupos da região entraram
em conflitos militares, sendo elemento dominante a Djihad como
forma de luta. Na fase terminal do período de reformas no Sudão
Central verificou-se uma estabilidade política e paz no seio dos
Estados, bem como um considerável desenvolvimento da economia,
com realce para o comércio.
Auto-avaliação
1. Indique os principais objectivos do movimento reformista no
Sudão Central.
2. Compare os últimos períodos de evolução reformista dos
califados de Sokoto e Borno.
51
Comentários da auto-avaliação
Em relação à pergunta 1, se indicou a difusão da educação
muçulmana, do islão e a formação de comunidades autónomas
como objectivos do movimento reformista, muito bem, está
correcto.
52
Lição n° 3
REFORMAS NA ETIÓPIA: da Abissínia ao império etíope moderno
Introdução
No século XIII o Corno de África era composto por inúmeros Estados entre
os quais, o mais conhecido era o reino cristão ortodoxo (Abissínia), do
planalto (actual Etiópia). Na segunda metade do século XIII, mais
precisamente no ano de 1270, o poder passou das mãos da dinastia ZAGWE
para a dos SOLOMÔNIDAS. Nesta lição, importa destacar que o estudo
sobre a Etiópia vai cobrir essencialmente o período que vai do século XIII
ao século XIX. Para melhor sistematizar as reformas ocorridas, este
intervalo vai ser dividido em dois períodos. O primeiro, do século XIII ao
século XVIII e, o segundo, do século XVIII ao século XIX. Que
transformações caracterizam as reformas ocorridas, ao longo destes dois
períodos? De forma breve, sobretudo no que concerne ao aspecto político,
o primeiro período, mais precisamente no século XVI, a região conheceu
um breve período de ocupação muçulmana, que só veio a cessar com a
intervenção portuguesa, interessada em impedir a hegemonia otomana no
Mar Vermelho. O segundo é um período dominado pela história de três
imperadores, nomeadamente Teodoro, Yohannes e Menelik.
Objectivos
53
Orientação para o estudo
2º Imperador (data de Y a X)
3º Imperador (data de Y a X)
54
Em relação à pergunta 1, verifique se, das anotações sobre a invasão
dos Oromo, consta o seguinte: ocupação de cerca de um terço das
terras do antigo império; os Oromo tornam-se o grupo étnico
predominante.
Comentário da actividade
3.3 Quanto à pergunta 2, se identificou Teodoro II, Yohannes e Menelik
para 1º, 2º e 3º imperadores, respectivamente, no período em estudo,
muito bem, está correcto.
Resumo da lição
O império etíope outrora designado por Abissínia (o reino cristão
do planalto), até ao fim do século XVI era o maior centro de poder
mais conhecido da região do Corno de África. No período que vai
do século XIII ao século XVIII, um acontecimento marcante foi,
primeiro, a passagem do poder das mãos da dinastia Zagwe para a
dos Salomonidas, segundo, a dominação muçulmana.
Auto-avaliação
1. Descreva o papel da religião e da igreja cristã no panorama
político etíope.
2. Identifique o imperador que introduziu as reformas que
conduziram à modernização da Etiópia. Descreva as reformas
por ele introduzidas.
55
Comentários da auto-avaliação
Para descrever o papel da religião veja a página 90 do texto
recomendado. Ao longo da sua leitura tome atenção aos
seguintes aspectos: unificação da sociedade; núcleo fundador
cristão e fundamentos do poder imperial. Ao identificar estes
aspectos estará em condições de descrever o papel da religião.
Leituras complementares
História Geral de África-VII, capítulo 11, a leitura deste
capítulo vai ajudar a compreender melhor as reformas que
conduziram à modernização da Etiópia.
56
Lição n° 4
Reformas no reino do Congo
Introdução
Certamente que já ouviu falar de nomes como Nimi Lukeni e Mbaza Kongo
ao longo da sua formação, tanto no ensino secundário assim como no
primeiro ano do ensino superior. Na verdade, estes nomes remetem-nos a
não mais do que a história da origem do reino do Congo. Nimi Lukeni foi
o fundador do reino e Mbaza Kongo o nome da sua primeira capital. Desde
a origem até ao século XVI, Congo apresenta uma organização social,
política, e económica autóctone. Entretanto, a partir do século XVI,
sobretudo com a influência da presença portuguesa, o Congo conhece
algumas reformas que constituem objecto de estudo desta lição.
Objectivos
57
1. O que significa o nome Nimi Lukeni na história do Congo?
2. Descreva a formação do reino do Congo.
3. Inicialmente o reino do Congo tinha uma organização
Actividade 3.4 económica, social e política autóctones.
a) Quando é que esta forma de organização vai sofrer
transformações?
b) Identifique o rei do Congo cujo papel foi fundamental na
abertura do reino do Congo à influências de culturas
estrangeiras.
58
Resumo da lição
O reino do Congo foi fundado por Nimi Lukeni. Não se sabe ao certo
a data da sua fundação. A sua primeira capital foi Mbaza Kongo.
Este reino constituiu-se tanto por alianças com chefias locais, quanto
pela conquista de outros territórios. Quanto à organização, de início
era dividido entre uma grande cidade, a capital Mbaza Kongo e o
campo. No reino coexistiam três camadas sociais distintas: a
nobreza, aldeãos e escravos. No que tange à ideologia, existiam três
cultos importantes: o dos antepassados, o dos espíritos territoriais e
o dos sortilégios reais. Até ao século XVI, o reino do Congo
apresentava características ideológicas, económicas, sociais e
politicas autóctones. Entretanto, a partir do século XVI estes
aspectos serão influenciados pela presença portuguesa. O rei Afonso
I desempenhou um papel fundamental nas transformações que
ocorreram a partir do séc. XVI. Ao converter-se ao cristianismo,
transforma a igreja católica em religião de Estado. O comércio
internacional intensificou-se com o tráfico de escravos.
Auto-avaliação
1. Localize no tempo a origem do reino do Congo.
2. Caracterize a organização sócio-económica do reino do
Congo antes do séc. XVI.
3. Caracterize as práticas ideológicas no reino do Congo antes
do séc. XVI.
4. Indique as principais características da religião e da
economia no Congo depois do séc. XVI.
59
Comentários da auto-avaliação
Em relação à pergunta 1, não se sabe ao certo a data de fundação
do Congo, entretanto, no texto indicado avança-se um período
não posterior ao séc. XV.
60
Lição n° 5
Reforma na África do Sul: o M’pfecane
Introdução
Os princípios do século XIX foram marcados por uma revolução social e
política, que produziu simultaneamente a destruição e a reedificação da
organização dos Estados na África Austral de língua bantu, influenciando
a região que vai da Zululândia (Natal) até ao sul da Tanzânia. Esta
revolução é denominada M’pfecane, sobre a qual irá estudar nesta lição.
Vai estudar, igualmente, as causas bem como os efeitos políticos desta
revolução na África Austral, com enfoque particular para Moçambique.
Objectivos
Atenção A base de consulta para esta lição será o capítulo 5 da obra de História
Geral de África – VI.
61
1. Antes de mais é importante ter uma breve noção do conceito de
M’pfecane, assim como sua origem etimológica. Para o efeito,
consulte as páginas 106 e 107 do texto acima indicado e resuma
Actividade 3.5 num máximo de 4 linhas.
2. Para analisar as origens leia sobre a estrutura da sociedade
Nguni do norte, nas páginas 111 e 153 do subcapítulo intitulado
M’pfecane. E depois compare a descrição sobre as causas do
M’pfecane patente nas duas páginas.
3. Um dos efeitos mais importantes do M’pfecane foi o surgimento
de novos Estados na África Austral, um dos quais emergiu em
Moçambique (Estado de Gaza). Descreva o processo que ditou
a sua génese. Para esta actividade consulte as páginas 121, 122,
123, do capítulo 5 da obra de História Geral de África – VI e, as
páginas 153, 154 e 155, do capítulo 6 da mesma obra.
62
Resumo da lição
Faça um resumo da lição no máximo de 10 linhas. Destaque os
seguintes aspectos: as causas do M’pfecane, o papel de Shaka, as
migrações dos grupos derrotados, e a fundação do Estado de Gaza.
Auto-avaliação
1. Explique a relação existente entre o aumento demográfico na
zululândia e o M’pfecane.
2. Descreva a proveniência do fundador do Estado de Gaza e as
circunstâncias em que este emerge no contexto do M’pfecane.
Comentários da auto-avaliação
Na resposta da pergunta 1, primeiro deve ter em conta que o
aumento demográfico vai provocar a escassez de terra, para em
seguida estabelecer a relação com a emergência do M’pfecane.
Se assim procedeu está de parabéns, a resposta está correcta.
63
Auto-avaliação da Unidade 3
1. Descreva as reformas do Egipto desencadeadas por
Muhammad Ali no âmbito da educação e indústria egípcia.
2. Descreva o papel da religião e da igreja cristã no panorama
político etíope.
3. Descreva as realizações políticas e económicas da época do
imperador Menelik.
4. Caracterize a organização social do reino do Congo antes
do século XVI.
5. Descreva a organização político-administrativa do reino do
Congo antes do século XVI.
6. Compare a componente religiosa do Congo, de antes e
depois do século XVI.
7. Mencione duas causas do M’pfecane.
8. Relacione a formação do Estado de Gaza com o M’pfecane.
64
Comentários da auto-avaliação da unidade 3
Depois de responder às questões da auto-avaliação da unidade 3,
compare as suas respostas com as soluções aqui apresentadas. Se tiver
respondido de forma diferente consulte novamente os textos
recomendados nas lições de acordo com o tema de cada questão
colocada. Isto vai permitir que se certifique e elimine qualquer
eventual dúvida.
65
Fecho do Guia
Os nossos parabéns por ter finalmente chegado ao término das lições
deste guia de estudo de história de África do séc. XVI-XVIII,
certamente ao longo das suas leituras encontrou abordagens
fascinantes. Como pôde notar, a base dos nossos estudos é mesmo a
leitura, por isso, esperamos que para além de ter aprendido história,
tenha também desenvolvido o gosto pela leitura.
66
Referências bibliográficas
1972
nascimento da economia-mundo. 2ª
67