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Universidade Aberta Isced
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática
Tutor:
Conclusão..............................................................................................................................10
Referência Bibliográfica........................................................................................................11
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Introdução
Objectivo Geral
Objectivos específicos
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1. A documentação das práticas culturais, tradições, crenças, rituais e sistemas de
conhecimento das comunidades
Além disso, a documentação etnográfica e antropológica dessas práticas pode contribuir para
a compreensão mais profunda da história e identidade das comunidades locais, auxiliando na
valorização e promoção da diversidade cultural moçambicana. Através dessa documentação, é
possível também fortalecer a transmissão intergeracional de conhecimentos tradicionais e
contribuir para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial.
Santiago (2012) refere que ao todo Moçambique possui 43 idiomas, dos quais se destacam o
macua, tsonga (shangaan), sena, lomwe, chuwabu e o nianja. O tsonga, por exemplo, é falado
pela etnia de mesmo nome, que está espalhada por Moçambique, África do Sul, Zimbábue e
Suazilândia. Já a língua nianja, por sua vez, é falada pela etnia chewa e mais alguns povos
próximos a eles, em Zâmbia, Zimbábue, Moçambique e Malawi, sendo que neste último país
ela é oficial.
Segundo Michel Caen (), Durante o período colonial em Moçambique, a etnografia foi
frequentemente utilizada como uma ferramenta para compreender e catalogar as culturas
locais, muitas vezes com o intuito de justificar e perpetuar o domínio colonial.
De acordo com Medeiros (1997), O povo macua é descendente de um grande povo Banto
originário da região centro-africana (grandes lagos), ou seja das grandes florestas congolesas,
que se migraram para a região da Africa Austral a procura de terras férteis. Este povo de
lingua emakhuwa e elomwe estiveram representados no Niassa pelos macuas-lomwes,
macuas-chirimas, e macuas-meto. Estes ammetho ocupavam desde o rio Lurio a nascente do
messalo. Os macuas-lomues (alomwes), ocupavam a outra parte do rio Lurio e estes povos
estiveram representados por linhagens de clãs exogamicos: alakassi, amirassi, anela, amale,
amirolo, aseleja e achepani. Actualmente este povo vive no norte de Moçambique, com cerca
de 300.000 km2, abrange parte das províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia,
é delimitado ao norte pelo rio (Licungo nas proximidades) Rovuma a, leste o Oceano Indico,
sul rio Licungo, próximo do rio Zambeze e o oeste rio Lugenda. Devido as migrações do sec
XIX e ao tráfico de escravos nos séculos XVIII-XIX, pode se encontrar macuas também em
Malawi, Tanzânia, Madagascar, Seychelles e Maurícias (Medeiros, 1997).
A representação das populações colonizadas muitas vezes era distorcida, enquadrada por
estereótipos e preconceitos que reforçavam a hierarquia colonial. A falta de poder político e
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influência nas esferas de representação contribuía para uma narrativa unidirecional que não
refletia adequadamente as diversas realidades locais.
Houve uma conscientização e esforço para superar os vieses e distorções presentes nas
práticas etnográficas durante o período colonial. Os pesquisadores buscaram abordagens mais
imparciais e sensíveis às perspectivas locais.
Muitas vezes, as pesquisas etnográficas passaram a envolver mais ativamente os membros das
comunidades no processo, promovendo uma abordagem mais colaborativa e participativa.
Isso ajudou a garantir que as vozes locais fossem ouvidas e respeitadas.
Houve uma maior atenção à análise crítica das práticas etnográficas passadas à luz da
colonialidade, buscando compreender e corrigir as consequências das representações
distorcidas impostas durante o período colonial.
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Conclusão
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Referência Bibliográfica
Castiano, J , Ngoenha, S & Berthoud, G (2005). A longa marcha de uma educação para todos
em Moçambique. Maputo: Imprensa Universitária.
Arquivo Histórico de Moçambique. Usos e Costumes dos Bantus. A vida de uma tribo do sul
de África. 1996.