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Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado


Departamento de Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática
Licenciatura em Ensino de Matemática com habilitação em Física

Disciplina de Geometria Projectiva, 4º Ano, II Semestre, 2023

Nome do estudante: Martinho Avelino Afate Docente: Mestre Rosalino Subtil Chicote

Actividade 2 de Geometria Projectiva: Consistência e Independência dos axiomas

Considerações iniciais

O presente texto fala da Consistência e Independência dos axiomas em geometria. Na


abordagem destes sub eixos temáticos, vamos poder ver as demonstrações e exemplos
práticos relativos a consistência e a independência dos axiomas.

Como sabemos que na geometria, a consistência refere-se à ausência de contradições lógicas


nos axiomas, enquanto a independência significa que nenhum axioma pode ser deduzido dos
outros axiomas.

1. Consistência dos axiomas

Na geometria, a consistência refere-se à ausência de contradições lógicas nos axiomas. Um


exemplo prático de ausência de contradições lógicas nos axiomas da geometria é o axioma
das paralelas.

Nesta actividade vamos analisar a consistência dos axiomas de Geometria Projectiva:

Axioma 1: Para dois pontos distintos p e q existe uma recta incidente.

Ao tentar construir um modelo, queremos que os axiomas se tornem teoremas verdadeiros e


provados. Para com isso, usamos o Modelo 1, (4 pontos e 7 linhas):

A A A B B C D
B C D C D D C
Neste modelo, “pontos são as letras e linhas são as colunas das letras”. Analisamos a
consistência deste axioma segundo os modelos que podem satisfazer o axioma:

Assim, o conjunto {A, B} é especificado como uma linha, da mesma forma {B, C}. Portanto
A é um membro de { A, B}, e diremos que A está na recta {AB} e C pertence a recta {B, C}.

Provamos que o ponto {A, B} é uma recta. o modelo satisfaz o axioma 1. E concluímos que o
axioma é consistente.

Axioma 2: Seja (A, B, C e D) 4 pontos tais que a recta AB intercepta a recta CD então AC
intercepta a recta BD.

Ao analisarmos este axioma, recorremos o modelo IV do livro de Golos, que toma 7 contas
de bugigangas e que organiza em seguinte ordem: cordão 1= {b, y , o}, cordão 2= {a, g, o},
cordão 3= {a, y , r}, cordão 4= {b, g, r},

cordão 5= {a, b, v}, cordão 6= {y, g, v}, cordão 7= {o, r, v}.

Para o axioma 2 podemos verificar se existe estas rectas usando este modelo a que chamamos
de IV:

A recta f = {E, A, B}; recta g = {E, D, C} e a recta h = {A, F, C}. chegado aqui verificamos
que existe o modelo que satisfaz a consistência do axioma 2.

Axioma 3: Quaisquer duas rectas tem um ponto em comum.

Usamos o modelo VII para provarmos a consistência deste axioma: Temos que verificar se
cada duas colunas contêm uma letra em comum. (13 pontos e 13 linhas):
A B C D E F G H I J K L M
B C D E F G H I J K L M A
D E F G H I J K L M A B C
J K L M A B C D E F G H I
Neste caso, a coluna do membro A tem um ponto em comum com a coluna do membro B, em
que o ponto é representado por uma letra alfabética e linha é representado por colunas. Então
temos:

O grupo A e B tem o ponto em comum B, o grupo B e C tem o ponto em comum C, o grupo


C e D tem o ponto em comum D, o grupo D e E tem o ponto em comum E, o grupo F e G tem
o ponto em comum G, o grupo G e H tem o ponto em comum H, o grupo I e I tem o ponto em
comum I, o grupo J e K tem o ponto em comum K, o grupo L e M tem o ponto em comum M.

A partir deste modelo verificamos que o axioma é consistente.

Axioma 4: qualquer recta é incidente ao menos de três pontos.

Usamos o modelo II (9 pontos, 12 linhas):

1 4 1 1 1 2 2 2 3 3 3 7
2 5 4 5 6 4 5 6 4 5 6 8
3 6 9 7 8 7 8 9 8 9 7 9

Neste modelo, “ponto” são os números e “linhas” são as colunas. Verifica que cada coluna
indica uma linha em que podemos traçar uma recta incidente que passa nestes três pontos.
São treze rectas diferentes e incidentes cada uma em três pontos distintos. Por exemplo,
tomamos a primeira coluna com o membro 1={1,2,3} , temos uma recta incidente que passa
nos pontos 1, 2 e 3. Isso também mostra que esta recta é diferente com outras rectas que
podemos encontrar neste modelo, o que prova a consistência deste axioma.

Outro exemplo é o axioma das congruências. Ele afirma que se dois segmentos de reta têm
a mesma medida, então eles são congruentes. Se houvesse uma contradição lógica nesse
axioma, seria possível ter dois segmentos de reta com a mesma medida, mas que não fossem
congruentes, o que também violaria a consistência dos axiomas da geometria.

O axioma da simetria. Ele estabelece que se um ponto A está no mesmo lado de uma reta r
em relação a um ponto B, então o ponto B também está no mesmo lado de r em relação a A.
Se houvesse uma contradição nesse axioma, poderíamos encontrar uma situação em que A
estivesse no mesmo lado de r em relação a B, mas B não estivesse no mesmo lado de r em
relação a A, o que violaria a consistência dos axiomas da geometria.

Independência dos axiomas

Definição. Diz-se que uma declaração é independente em um conjunto de declarações se for


impossível derivá-la dos outros membros do conjunto.

Axioma 1

Vamos ilustrar isso no Conjunto de Axiomas 1. Encontraremos modelos que mostram a


independência de cada um dos axiomas do conjunto:

O modelo que usamos foi 1, (4 pontos e 7 linhas)

A A A B B C D
B C D C D D C

l= { P1 , P2 }

m={ P2 , P3 }

Os dois conjuntos como “linhas” e os seus elementos como “pontos” não satisfaz a negação
do primeiro axioma porque os pontos P2 e P3, por exemplo, não possuem uma linha que os
contenha mas sim tem um ponto comum (P2). Neste caso verificamos que não há
independência do axioma 1.

Axioma 2

Para provarmos que o axioma é independente, tomamos quatro pontos {A, B, C, D} em que
estes pontos se interceptam aos pares, isto é AB∩CD , então AC ∩BD , como?

Usando o modelo IV, consideramos a linha l={ P1 , P2 } e m={ P3 , P4 } em que a linha l e m se


intercepta num ponto diferente com os anteriores e P1 P3 ∩ P2 P 4, e que a sua negação não
prova o axioma então dissemos que o axioma é independente.

Axioma 3

O modelo usado para a consistência do axioma 3 verificamos que as linhas l={ A , B , D , J } e


m={B , C , E , K } têm um ponto comum P 2, mas este nega para os pontos complanares. Isto
é, verificamos a independência do axioma.
Axioma 4:

Qualquer recta é incidente ao menos de três pontos.

Como verificamos a consistencia do axioma, entao podemos concluir que o axioma não pode
ser deduzido pelos outros axiomas. Isto é, a recta pode passar nos tres pontos ou passar em
dois pontos o outro esstar fora da recta.

Axioma 4

Pelo modelo usado anteriormente para provar a consistência

1 4 1 1 1 2 2 2 3 3 3 7
2 5 4 5 6 4 5 6 4 5 6 8
3 6 9 7 8 7 8 9 8 9 7 9

Seja l={ P1 , P2 , P3 } podemos passar nos três pontos. Se P1 passar em outros pontos
deferentes com anteriormente descritas estariam a negar o modelo de prova. Neste caso como
verificamos a consistência do axioma não há nada tão relevante quando a independência e
vimos que este axioma não depende de outro para sua dedução.

Considerações finais

Em conclusão, deve salientar-se mais uma vez que a independência, ao contrário da


consistência, não é essencial para um sistema. Embora seja verdade que por razões estéticas
ou lógicas se possa tentar adoptar declarações independentes como axiomas, muitas vezes
isso não é feito. O teorema é difícil de provar e é assumido como um axioma de que o próprio
sistema não será arruinado.

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