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TOPOLOGIA E CÁLCULO NO Rn
Rubens Penha Cysne
Humberto Moreira
Setembro de 1993
PREFÁCIO
Rio de Janeiro
Setembro de 1993
Rubens Penha Cysne
Humberto Moreira
Os autores agradecem a Marcelo Navarro. José Eduardo da Rocha Velho e Guilherme Cortella
Maroue pela revisIo de partes do texto.
TÓPICOS ABORDADOS
Valor Absoluto
Dado o número real a, utiliza-se a simbologia laI para denominar o maior dos valores
entre a e - a. Lê-se laI = módulo de a. A regra de correspondência assim definida representa
uma função definida no corpo dos reais e com valores no mesmo. Evidentemente, tem-se
-a se a < O
x= O sea =0
{
a sea >0
Demonstrago:
I 2
la-bl<E++E>a-b e E>-(a-b)++E>a-b e
3 4
-E<a-b++E+b>a e b-E<a++b-E<a<b+E
Explicações para as passagem no sentido ( -+ ):
As explicações para as passagens no sentido inverso (+-) devem ficar claras para o
leitor. É claro também que a proposição 1.1 vale também para a desigualdade nio estrita S .•
a)laI < E
b)-E<a<E
Demonstracio: Faça b = O na proposição 1.1 .•
Interpretação Gráfica da Proposição 1.1': Dado a € 91, o sentido de la! é a distância de
aà origem.
~
I I I
-3 O 3
(figura 1.1)
Assim, la! = la - 01 mede a distância de aao ponto O (origem). Da mesma forma, para b
E 9t, b :I; O, la - bl mede a distância de aao ponto b.
Assim, dado E> O a sentença la - bl < E
equivale a dizer que a distância de a ao ponto b é inferior a E
Graficamente, se fixarmos b, isto significa que a pode representar qualquer ponto entre
b-E e b+E.
(figura 1.2)
Norma Euclidiana
Da forma mais abstrata possíve~ uma norma é uma função real definida num espaço
vetorial V real ou complexo, satisfazendo às seguintes propriedades ( II x II lê-se norma de x)
Deixamos ao leitor o encargo de verificar que tal definição de norma (chamada norma
euclidiana) satisfaz às três propriedades listadas acima.
Observações:
2
2) Tal como no caso da função valor absoluto, a idéia da função norma definida no ma e com
valores em m+ é de distância de um ponto à origem.
(figura 1.3)
Duas normas em ma, 11.11,11.11' são ditas equivalentes se existem a> O. b> O tais que
a Ilxll ~ Ilxll' e b Ilxl!' ~ Ilxll ' 'V x e ma.
Exemplo: Define-se no ma duas outras normas importantes:
a) norma do máximo II.IIM: Ilxt =max~xil ~ i =l, ... ,n}, x =(XI , ... ,xa ) ema.
a
b)normadasoma 11-11. :llxll.= L Ixil, x =(X~'''''Xa) ema.
i=1
Não é dificil mostrar que a norma do máximo e a norma da soma são equivalentes.
Basta observar que Ilxll. ~ n Ilxl M e Ilxt ~ Ilxt ' "Ix e ma
Topologia
No restante desta seção estudaremos algumas noções de topologia, bem como sua
importância em economia, através de exemplos na teoria do consumidor e da firma.
3
Entre os vários teoremas que iremos ver (pelo menos o enunciado) destaca-se pela sua
importância, o teorema de Weierstrass. Este teorema garante, sob certas condições, a
existência de ótimo para um problema de maximização (ou minimização). Por exemplo, se
quisermos maximizar a utilidade do consumidor sujeito a sua restrição orçamentária, veremos
que este problema tem solução desde que a função utilidade seja contínua e o conjunto da
restrição orçamentária seja compacto.
i) A() B E T, se A, B E T.
Neste caso, diz-se que o par (~ 't) é um espaço topológico e os elementos de 't são
chamados de conjuntos abertos. Evidentemente, este nível de abstração não nos interessa no
momento, embora seja importante conhecer a definição precisa. Na verdade, estamos
interessados na topologia usual do 91 D. Vamos a sua descrição:
A bola aberta de centro num ponto a E 9t De raio r> O é por definição o conjunto
B(a,r) = {XE9tD~lIx- ali < r}, onde 11.1 é a norma euclidiana. Da mesma forma, a bola
fechada B [a, ~ = {x E9tD~llx-allsr}e a esfera S [a, lj = {xE9tD~llx-all=r} ambas com
centro a e raio r.
Um conjunto X c 9l D diz-se aberto quando todos os seus pontos sio interiores, isto é,
quando int X = X
Agora é fácil verificar (segundo a definição dada acima) que a coleção de todos os
conjuntos abertos definidos desta forma é uma topologia sobre 9t D, chamada topologia usual
do 9t D • '
-
Entio in! A={x e!l!:.;t. p;x; <r}; fr(A) =
{XE9t!~ xt = O para algum i=l, ...,n ou LPi~ = r} e int (9t D- A) = 9t D-(int AU tTA).
1'=1
Um conjunto X c 91 D diz-se limitado quando existe um número real c> O tal que IAi ~ c,
para todo ]C e X.
4
Proposição 1.4: Seja Xc91 JJ .Então X é limitado se, e somente se xiX) c 91 é limitado para
todo i=l, ...,n, onde Xi :91 n ~ 91 é tal que Xi (Xp ... 'X i, ... , Xn ) = Xi' i =1, ... , n.
Demonstração: Suponhamos inicialmente que X seja limitado. Logo existe r>O tal que Xc
B(o,r), isto é, Ixil ~ Ilxll ~ r, V'x =(xp- .. ,x n ) eX, i =1, ... n. Portanto
Ixd =l1l"i(X)1 ~ r, V'x eX,i =1, ... ,n, ou seja, x(x)c(-r,r), i=l, ... ,n. Por definição temos que
xi(X) é limitado, i=l, ... ,n. Reciprocamente se xi(X) c 91 é limitado para todo i=I, ...,n,
significa que x,{x) ~ lj, V' xe X, onde ri > O para cada i=I, ...,n. Tome r= max{r.;} > O.
llOilOJJ '
D D JJ
L
Segue-se que 11~12 = ~ = L
(x j (X»2 ~ if ~ L nr,
V' x e x, ou seja, II~I ~ JD r, V' x e X
i=1;'1 i=1
Portanto X é limitado .•
D
Definição: Seja f:X ~ 91 m uma função definida no conjunto X c 91 D • Diz-se que fé contínua
quando a imagem inversa ri (A) de todo aberto A c mm é um conjunto aberto em X (com a
topologia relativa). Equivalentemente a esta definição diz-se que f é contínua se é contínua em
a para todo 11 e X e definimos continuidade de f em a da mesma forma: para qualquer & > O,
existe ô> O tal que se Ix - ai < Ô e X e X então If(x) - f(a)1 < &. Intuitivamente isto
significa que se x se aproxima suficientemente de a em .x:
então a imagem de x por f se
aproxima da imagem de a por t: tanto quanto se queira.
DefiDição: Dado X c mD , uma função f: X ~ mm diz-se LipschitzilM. quando existe K> O tal
que, para quaisquer x,y eX, Ilf(x)-f(y)11 ~ Kllx-yll. Neste caso fé contínua. De fato, dado
6>0 tome ô= rx>O.
Exemplu. As projeções: 1l"i mD ~ 9t definidas por 1l"j( x) = Aj, i = 1, ... , n, onde x = (Aí,···, x,,),
são contínuas. (Tem-se que IXi(.t) -xiCnl =Ix,. - ~I s; Ix- A, ou seja, Xi é uma função
Lipschitziana (com K = 1).
Exemplu. A função norma euclidiana é contínua, pois III~I - IIJilI ~ Ilx- JiI, i.e., é
Lipschitziana com K= 1.
i) f+ g ü) a f ili) l/a (definida onde fizer sentido, isto é, em {XE X;a(x) ~O})
Exemplo: f:9t 2 ~ 9t tal que f(x,y)=x4y2 é continua pois é a soma dos quadrados das
projeções, isto é, f =~ + n;
e pelos resultados anteriores segue-se o afirmado.
Teorema 1.3: Sejam X c 9t ft , .tX~9tm tal que J7"x) = (~(x) •...,fnlx)), onde fj:X~!1i,é
definida como fi =1fi of para i =1, ... m. Então f é continua se, e somente se f i é continua
para todo i=l, ...•m
Observações:
ii) Todos os teoremas anteriores para continuidade global (em todo domínio de definição da
função) podem ser traduzidos para continuidade pontual.
naturais. O valor que essa função assume no número keN é indicado por xk e chama-se o
k-ésimo termo da seqüência. Usaremos a notação (Xk)(kEN) ou (xx) para indicar a seqüência.
Diz-se que a seqüência (Xk) é limitada se o conjunto dos seus termos é limitado em 9t D •
ou tende para a, e escreve-se lim xk =a, ou xk ~ a. Quando existe o limite de (xk ) diz se que
(xk ) é convergente. Caso contrário, diz-se que (x k ) é divergente. Observamos também que
quando o limite existe ele é único e que uma seqüência convergente é limitada.
\f n, m> 4> => 11x. - x.11 < s. É fácil ver que toda sequência convergente é de Cauchy. A
recíproca é verdadeira e é equivalente ao "axioma da completeza" que veremos abaixo.
6
n
Exemplo: Seja a e (-1,1) c 9t. Então lim an = O. De fato, lar+ < lal para todo ne K Logo
1
Teorema 1.4: Uma seqüência (x k ) em mn converge para o ponto a =(aI , ... ,a n) se, e somente
se para cada i = 1, ... , n tem-se lim 1ti (x k ) = ai.
Teorema 1.5: Uma seqüência é convergente se, e somente se toda subseqüência desta
seqüência é convergente.
Teorema 1.7: Uma aplicação f: X ..... 91 D , definida num subconjunto X c mn, é contínua no
ponto a e X se, e somente se para toda seqüência (x k ) em X com lim xk = a tem-se
lim f(Xk) = f(a).
Supremo e ínfimo.
Tomemos os conjuntos {1,2} e o intervalo (1,2). É claro que o maior elemento do
primeiro conjunto é o elemento 2. O conjunto (1,2), entretanto, não possui um maior
elemento. Para contornar este fato, substitui-se usualmente o conceito de maior elemento pelo
conceito de menor superior.
Assim, o número 2 não é o maior elemento de (1,2), mas é o seu menor superior. Dá-
se a este elemento o nome de supremo (sup) de conjunto. Usualmente, A c m não vazio é
limitado superiormente se existe cem tal que x S c, V'xeA. Neste caso diz-se que c é ~
superior de A Então, por definição: sup A c m é tal que:
Da mesma, se A é não vazio e limitado inferiormente (i.e., 3 c E fIi tal que c.:s x. V X
E A. Novamente neste caso c é chamado de cota inferior de A) detine-se ínfimo de A (inf A)
como a maior cota inferior de A:
Precisamos de um resultado que será útil agora para demonstrar uma propriedade
importante de supremo e ínfimo, embora ele seja útil em outras situações:
Teorema 1.8 (Sandwich): Sejam (xn), (yn)' (Zn) seqüências em 9t tais que xn ~ Yn ~ Zn e
lim x" =lim z". Então existe lim Yn e lim Yn = lim xn.
Demonstração: Seja a = lim xn = lim Zn. Dado &> O, existe no E N tal que 'V n > no,
Ix" -ai < &e IZn-al < &. Assim, 'V n> no, -&+a < Xn ~ Yn ~ Zn ~ &+a.
Logo -&< Yn-a < &, 'V n > no, ou seja, Iy" -ai < &, 'V n> no' Portanto lim Yn = a.•
Demonstração: Para cada n E N sabemos que sup A - 1/n não pode ser cota superior de
A, pois sup A é a menor cota superior de A. Assim existe, para cada n E ~, xn E A tal que
sup A-lIn < xn ~ sup A. Como lim (sup A -I/n) = sup A = lim sup A, tem-se pelo
D-++CIO
teorema do Sandwich que lim xn = sup A, com xn E A, 'ti n E~. Portanto sup A E A. A
prova que inf A EA é análoga e fica a cargo do leitor.•
o leitor deve perceber uma certa sutileza no que fizemos acima. Não existe
necessariamente supremo de um conjunto limitado superiormente, estamos apenas definindo
este conceito. Se o conjunto dos racionais fosse o conjunto que estivéssemos trabalhando ao
invés dos reais teríamos problema com a existência de supremo. Por exemplo, não é dificil
mostrar que (-00, J2) embora limitado superiormente em não possui supremo neste
conjunto.
Axioma da completeza:.
Todo subconjunto dos reais limitado superiormente possui um supremo.
8
o leitor atento pode verificar que este axioma é equivalente a um axioma análogo para
ínfimo, uma vez que inf A=-sup(-A), para todo A c 9t limitado inferiormente, onde
-A ={-x;x EA}.
Seja A={ xn; nE ~ }. Sabemos que A é limitado superiormente, então pelo axioma da
completeza existe s = sup A E 9t. Afirmamos que lim xn=s. De fato, dado E > O, S -& não
pode ser cota superior de A. Logo existe ~ E N tal que s -& < x"o < s. Como (xn> é
monótona não-decrescente temos que s-& < x.o ~ xn < s < S + t, "ti n >~, i.e., Is-xnl < E.
"tIn > ~. como queríamos demonstrar.•
Teorema 1.11 (Bolzano - Weierstrass): Toda seqüência limitada possui uma subseqüência
convergente.
Demonstra@o: Seja (xn> uma seqüência limitada. Para cada k E~. defina
Ak = inf {xn;~}. É fácil verificar que {xn; n ~ k} :::> { Xn; n ~ k + I}. logo 4 ~ 4+1'
Temos dois casos possíveis:
9
i) Existe ko E ~ tal que A ko = Ak' ';I k~ ko. Neste caso a seqüência deve ser constante a
partir do índice lfo, i.e., ~ = x ko ' ';In ~ lfo. Neste caso é fácil extrair a subseqüência
convergente.
ü) Existe uma seqüência (k j ) crescente de índices tal que Ak j < Akj+l' ';Ij E~. Pela
definição de Ak j' para cadaj existe n ~ kj tal que Ak j ~ xn < Akj+l. Chame nj ~ kj para cada
j, o menor índice tal que Ak ~ Xn < Ak,.1 Pela definição dos nj's
J J
o
•
J
é fácil verificar que
(x nj )(jà() é uma seqüência monótona não decrescente e limitada (por ser subseqüência de uma
seqüência limitada), logo é convergente pelo teorema 1.9.-
Séries
Definição: Se (xn) é uma seqüência em 91 então a série gerada por (xn) é a seqüência (~)
definida por:
SI =X I
S2. = SI +x 2
Se (~) converge, nos referimos a lim~ como a soma da série. Os elementos xn' s são
chamados de termos e os elementos ~ de somas parciais ou reduzidas da série.
Teorema 1.12:
(a) Se as séries L{xJ e L{yJ convergem, então a série L{xn +yJ converge e
ao ao ao
L (Xn + yn) = L
11=1
Xn + L yn
n=1 n=1
(b) Se a série L{xn) converge e aE91, então a série L{axn) converge e converge para
Demonstracio: Imediata a partir do teorema 1.6, uma vez que séries são seqüências.-
Demonstracão: Basta observar que Xx = ~ - ~_I . Logo lilmite de (x0 existe pois limite de
(s0 existe e lim xk = lim Sx -lim ~_I = 0.-
10
Teorem1l 1.14: Seja (xn> uma seqüência de números reais positivos. Então ~)xJ converge
se, e somente se a sequência (s0 das reduzidas é limitada. Neste caso
Demonstra~ão: Como Xo ~ O, 'V n E~ temos que (Sk) é uma sequência monótona não-
decrescente. Assim pelo teorema 1. 10 o resultado segue imediatamente.•
Teorema 1.15 (Critério de Cauchy): Seja L{xJ é convergente se, e somente se para cada
&> O existe no E ~ tal que se m> n ~ no ISm - sol < &.
Definição: Seja (Xn) uma seqüência em~. Diremos que a série L{xJ é absolutamente
L
convergente se a série (lx nI) é convergente. A série é dita ser condicionalmente convergente
se ela é convergente mas não é absolutamente convergente.
Exemplos:
(b) (Série harmônica): Considere a série harmônica !:(l/n). Afirmamos que esta série
diverge, embora a sequência dos seus termos convirja a zero. De fato, considere a seguinte
seqüência de índices k i = 2i , para cada i E ~ .
11
1
~ =1+-
I 2
Então
1 1 1
~ =1+-+-+-=~ 1 1
+-+->Sk +2(1)
- =1+2
2 2 3 4 -1<1 3 4 I 4
~
;
.t( 2I )
>Sk H +2 1- -.
1
=~
,-I
I
+-~I+-
2
i
2
Portanto, a subseqüência (~; ) iét não é limitada e a série hannônica não converge.
Seja f: x~mm uma função definida num conjunto xcm n ea EX'. Diz-se que
b E mm X~
=
é o limite de f(x) quando x tende para a (notação lim f(x) b) quando 'V & > 0,35 > O
tal que "Ix E X, O<Ix - al< 5 =>If(x) - bl< &. Observa-se que por esta definição, não é
necessário que a E X.
Um critério bastante útil para examinar a existência de limite é o seguinte: para que
exista lim f(x) é suficiente que exista lim f(x k ) seja qual for a seqüência de pontos
X~
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Teorert1Jl 1.18. Sejam X e 9tD , a E X' , f, g. X -+ 9t Dl e a,p X -+ 91 tais que existem os limites
limf(x),limg(x), lima(x) e limAx)*O.
x... x... x... ......
Então:
z.. z..
i) lim( f(x) + g(x» = lim f(x) + lim g(x)
z...
z...
Ü)ümCL(X) f(x) =(limCL(x»).(üm
Jt-+. Jt-+.
f(x»)
x-+a
ili)lim(a(x) /P~ x...
{(x »)=lima(x)/limP(X) x...
Exemplos:
a) Se X = [1,2], X = [1,2]
b) B(a,r) = B[a,r]
Exemplu. B [a, Jj é um conjunto fechado do 91-. pois se Ilxkll S r 'v'k E~ e lim xk = b então
~~I = limllxjoll S r(veja o exercicio resolvido 4 e use o fato que Illxjoll-11 b III S Ilxjo - ~I). Assim
se Xe9t D é limitado então X é limitado.
Exemplu. S(a,r) e 91- é um conjunto fechado de 91- provando-se da mesma forma que o
exemplo anterior.
k
ü) Se F." ... , Fk são fechados então !J F; é fechado.
1=1
i) lI( X) = X n(.R" - X)
ü) X= XU lI(X)
Da mesma que definimos aberto relativo podemos definir fechado relativo da seguinte
-
forma: Seja X c m D
um conjunto e F c X. Diz-se que F é fechado em X se existe F c m D
Conjuntos Conexos
Dados dois conjuntos A e B contidos em mD , diz-se que eles são disjuntos se
n
possuem interseção vazia (A B = 0) e que são separáveis se a interseção de cada um deles
com o fecho do outro é vazia (A nB = 0) e A nB=0). Conjuntos separáveis são
sempre disjuntos, mas a recíproca não é verdadeira, como se atesta tomando-se, como
exemplo: A=(O, 1) e B=(I,2). Um conjunto C c mn é dito conexo se não pode ser
representado como união de dois conjuntos separáveis ambos não vazios. Em outras palavras,
C é conexo se C= AUB com A(1B=0 e Af1B=0, implica A=0 ou B-0. Exemplos
óbvios de conjuntos conexos sio os intervalos da reta. Visualmente, um conjunto não conexo
E = EI U E2 podem ser apresentado na forma abaixo:
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Teorema 1.23. Um subconjunto E da reta real é conexo se, e somente se para cada x E E e
y E E, com x < z<Y, Z E E (ou seja, se, e somente se E é um intervalo).
Suficiência: Suponha que E não fosse conexo. Então existiriam dois conjuntos não vazios A e
Btaisque AUB=E, com AnB=0 e AnB=0. Tomemos XE Aeye B com x<y
(evidentemente, isto não implica em perda de generalidade). Seja então z= sup (An[x,y]).
Decorre do teorema 1.9 que z e A. Logo, z E_B. Pode-se então afirmar que x ~ z < y Se
z ~ A, x < z < y e z E E. Se z e A, z ~ B existe: ~ > z com x <;; < y e ~ E B
(pois o complementar de B é um conjunto aberto e ~ E B ~ ~ E B). Então, x <~ < y e
~ E E. Como esta é uma contradição com a hipótese, segue que E é conexo.-
Teorema 1.24:. Seja f: X c 91.11 ~ 9I.IIJ contínua, com X conexo. Então: (X) é conexo.
Demonstração: Suponha por absurdo que (X) seja desconexo, ou seja, (X) = AU B com
AeBseparáveis e ambosniovazios. Seja c=Xn r-1(A) e D=Xn f-l(B). EntioX=
CUD e nenhum dos dois é vazio. Como A c A, Cc f-I (A). Dada a continuidade de fe o
fato de A ser fechado, temos que r-1(A) é um conjunto fechado. Logo Cc C c f-l(A) e
f(C) c A. Como ~lJ)=B e AnB é vazio, cnD é vazio. Uma mesma linha de raciocínio,
mostra que cn D é vazio. Segue que C e D são separáveis. Mas este fato colide com a
hipótese de E ser conexo. Segue que (X) é conexo.-
Exemplos.
a) r é conexo
b) Todo conjunto finito em 91.11 é desconexo.
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Conjuntos Compactos
i) Cé uma cobertura de A se Ac U ~
À.el
ü) Dizemos também que Cé uma cobertura aberta de A se CÀ. é aberto para todo Âel.
iü) Uma subcobertura de C é uma coleção tB= {C).}).eJ tal que Jd. A subcobertura será finita
se J for finito
Exemplos:
Teorema 1.26:
b) nK
À.E/
À. é compacto,se K). c 9111 é compacto 'v' Â. e I, I conjunto de índices arbitrário.
c) Seja Xi::::> ... ::::> K. ::::>... uma seqüência decrescente de conjuntos compactos em mo não
li)
somente se toda seqüência de pontos (xl') possui uma subsequência que converge para um
ponto de K O que é importante nesta caracterização é que o conceito de conjunto compacto é
intrínseco, ou seja, não depende de onde esteja contido.
De fato, suponhamos que K seja compacto. Dada uma (xn> seqüência em K, pelo
teorema de Balzano Weierstrass e pelo fato de K ser limitado, existe (XJ(Dàt) subseqüência de
(xn> tal que lim X. =X, logo xe K=K. Reciprocamente, se vale a propriedade acima, dado xe
l/EN
K, existe (xJ oàt seqüência em K tal que lim xn= x. Como toda subseqüência de uma
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seqüência convergente é convergente e converge para o mesmo limite, devemos ter que xeX.
Assim K é fechado. Se K fosse ilimitado teríamos para cada n e~, XII e K tal que
lixa II ~ n. Agora é facil ver que toda subseqüência de (xIJ é ilimitada, logo não convergente, o
que é uma contradição.
Demonstração: Seja (Yk) seqüência em f{K). Então existe (x k) seqüência em K tal que
f(x k) = Yk , 'v'k e~. Pela observação que antecede o teorema temos que existe (x k)(k~)
subseqüência em K tal que lim (x k)= xeK. Como f é continua temos que (Yk)k~ é uma
keN
subseqüência de f{K) tal que lim (Yk) = ftx) e ftK). Novamente usando a caracterização
keN
acima temos que f{K) deve ser compacto, uma vez que dada a seqüência (y k) existe uma
subseqüência (Yk)(kât.) que converge para um ponto de ftK) .•
Demonstras;ão: Temos pelo teorema 1.27 que f(K) é compacto em 91, ou seja, f(K) é um
conjunto limitado e fechado de 91. Assim existe a = inf f(x) e b = SUD f(x),
xeK xet
respectivamente o ínfimo e o supremo de f{K). Além disso, a,b ef(K) pelo teorema 1.9.
Portanto aS yS b, ~ye f(K) com a,be f(K) (visto que f(K) =f(K)U f(K)' =f(K». Logo
=
existem AQ, Xi e K tais que f(x o) = a S;; f(x) S;; b f(x t ), vx eK.
Aplicação à economia
Sejam X c 91! um subconjunto não vazio convexo e fechado e::- uma relação em X
que satisfaz os seguintes axiomas:
Proposição 1.6: Seja X = ~:. Então existe uma função u 9t: ~~ que representa estas
preferências, isto é, u (x) ~ u (y) se, e somente se x:: y.
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mostra que sob certas condições (axiomas (i), (ü), (iü) e (iv» podemos determinar uma escala
numérica para as preferências do consumidor.
Como X é convexo, então é racil ver que {I e 9l; 11 e X} é convexo e, portanto, conexo (ver
exercicio proposto 6). Concluímos que existe le9l tal que 11- x. Usando (iv), temos que este I
é único. Defina u:X ~ 9l tal que u(x) =I. Além disso, u- 1[lo,oo] = {x eX; u(x) ~ lo}={xeX;
x ~u-l (to)} e u- 1[0,lol = {x eX,x,:,u- 1(lo)} são fechados o que mostra que u é contínua,
visto que neste caso todo aberto em [O,ex:) será imagem inversa aberta (por quê?)-
xeX
(v) x,y € X; X il Y, x,y não redundantes tais que x - y ~ (1-t) x + ty >- x, Vt e (0,1)
Verifica-se sem dificuldade que a cesta que resolve o problema de maxirnização acima
esgota a renda do consumidor, isto é, < p,x > = r, onde x é a solução do problema desde
que (vi) seja satisfeita ou (iv) seja satisfeito para X = 9l:. Temos também que x é não
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redundante. Com efeito, se x fosse redundante existiria X';t x tal que x' - X. X:J!. X'.
Como os preços são todos positivos, <p, X~ < <p, x> = r. Mas então x' seria outro
ponto de utilidade máxima e que não esgotaria a renda do consumidor, o que não é possível
pelo que vimos acima.
Vamos mostrar agora que se além disso (v) for satisfeito tem-se que x é único. Com
efeito, suponhamos que x' seja outra cesta factível com a mesma utilidade (máxima) de x'.
Pelo que foi visto x e x' seriam não redundantes. Mas por (v) X
(X + X') >- x com
X(x + x') factível. Isto contradiz a hipótese de que x seja ponto de utilidade máxima.
Neste caso, chamaremos a única solução do problema acima dado P e r de vetor
x{p, r) de demanda marshaliana. Mais especificamente, Xi (p, r) é a função demanda
marshaliana do i - ésimo bem.
Demonstracio: Considere n dada pela proposição. Sejam (Pn,rn) e9t::! tais que
»
(p11' rll ) ~ (p, r). Notemos inicialmente que a seqüência (X(PII , rll II~! é limitada. Com
efeito, tomando p' e9t:' tal que p'~ PII' \fn e~, e r'~ rll' \fn e~, é imediato que
<p',x(PII,rll»~<PII,x(PII,rll»=rll ~r'. Isto posto para provar que a função demanda
marshaliana é contínua basta provar que qualquer subseqüência convergente de (X(PII' ~ »(lIát)
converge para x(p, r) .
com respeito ao par (p, r) . Para provar que' y = x(p, r) basta então provar que, se y' é
factível com respeito ao par (p, r), u(y) ~ u(y') .
< p,y'> rn
SP.ia
-.1 J.1n = ,-
< Pn'y > r
. ed'
Verifica-se IlILlatamente , < p, y' >
que < Pn' J.1 nY >= rn S rn
r
Isso significa que J.1nY' é factível em relação ao par (Pn,rn). Logo, como x(p.,r.)
é o ponto de equih'brio do consumidor com respeito ao par (P., r.) tem-se
»
u(x(Pn,rn ~ u(J.1 ny') e portanto U(X(Pni ,rni » ~ U(J.1 ni Y') e passando ao limite quando
i ~ 00 e notando que J.1 n ~ 1 quando n ~ 00 temos: u(y) ~ U(y') o que completa a prova.
•
Juntando estes resultados obtém-se facilmente que a função de demanda marshaljaoa é
contínua quando definida em 91:+ x 91 •.
19
Exercícios Resolvidos - Seção 1
Solução:
Solução:
Se x> 5 então f(x) > 2 pois Ix - 31> 2 e o termo Ix- ~ é sempre positivo. Da mesma
forma, se x< 3, f(x) > 2, pois Ix- 51> 2 e Ix- 31> O. Por último, para 3 s xs S teremos Ix- ~
= 5-,0: elx- 31 = x- 3 (pela definição da funçãc módulo). Soma..'ldo-se os termos obtém-
se f (x) =5 - x+ x- 3 =2. Assim, em qualquer caso, f(x) ~ 2.
a) 12x - 21 =14x+ 31
Caso 1: 2x-2~0 -+
x~I 4x+3>0
12x-21 =2x-2, 14x+31 =4x+3
2x - 2 = 4 x + 3 -+
x = -5/2
Solução do caso 1: {-5/2}n[I,+oo) = (2)
3) (Desigualdade de Cauchy - Schwarz) Seja Vum espaço vetorial real com produto interno.
Então:
o ~ < x-ry, x-ry > = < x,x > - 2r< x,y > + r 2 < y,y >
Portanto, A-2Br+Cr2~O, 'Vregt. Se C=O,A~2Br,'Vregt, logoB=O pois
caso contrário teríamos um absurdo fazendo r suficientemente grande (por exemplo r> A/2B).
(c) Seja {AJ lei uma fiunília de conjuntos abertos onde I é um conjunto arbitrário de
índices. Mostre que U Al é sempre um conjunto aberto, embora n Al nem sempre seja um
l&I lei
conjunto aberto. Dê um exemplo justificando a última afirmaçIo.
21
(b) Vamos provar que AnB c int(AnB). Se xeAnB então xeA e xeB. Como A e B
são conjuntos abertos isso implica que existem e\ > O e e2 > O tais que
B(x;e\)cA e B(x;e2 )cB. Para e=miD{ep e2 } tem-se B(x;e) c A e B(x;e)cB.
Logo, B(x;e) cAnB e x e int(MB). Para x e AUB tem-se que x e int(A) ou x e int(B).
Se x e int (A) então existe E>O tal que B(x;e) c A c AUB. Neste caso x e int(AUB). Da
mesma forma prova-se que x e int (B) implica x e int (AUB). Em quaisquer dos dois casos
tem-se xe int (AUB) e portanto, AUB c int (AUB).
(c) X eU Al implica que x eA,. para algum l' ELo Como Al é aberto, \1'ÂeI, existe
leI '"
E>O tal que B(x; e) CAl' . Daí, tem-se que B(x; e) c U Al e, portanto, x e int( U AJ.
ld ld
Exemplo: Seja An = (-1/ n, 1/n) para cada n e ~. Obviamente, An é um conjunto aberto para
todo neK Todavia, {O} = n Ali'
IIEN
Demonstração:
(~) Como int (X) c X e int (Y) c Y tem-se que int(X)nint (Y) c Xny. Da parte (b) do
exercício anterior obtém-se que int (X)n int (Y) é um conjunto aberto e, portanto,
int (x)nint (Y) c int (xny).
22
Xa X -a
I
Max I 2
S.B.
PI XI + P2 X2 ~ m
onde ae(O,1),p=(PI,P2) e 91:+ e m>O
Justifique a existência de solução ótima para o problema acima. Sob que condições não
se pode garantir a existência de solução ótima.
Solução: Seja U:9t: ~9t definidaporU(x l ;x2)=xt x~-a com ae(O,l), Uéumafunção
contínua. A provar que para toda seqüência
((XI.,X2 .)).ét e 91: com (XI.,X2J~(XI,X2) e 91:
tem-se U(XI.,X2J~U(XI,X2). De
XI ~ XI e x 2 ~ x 2 t em-se que XIa ~ XIa e X2l-a ~ x2l-a . D a contmw
··dade da
• • • •
multiplicação de números reais tem-se que x~ x~-a ~ x~ x~-a . Seja
A = {(X I ,X2) e9t:;PI XI + P2 X2 ~ m}. Como (PI,P2) E 91:+ tem-~ ~ue A é um conjunto
compacto. Pelo teorema de Weierstrass, U restrito a A atinge um valor máximo e um valor
mínimo. Logo, existe (XI- ,x;) EA tal que U(x; ,x;) ~ U(XI ,x2), V(XI ,x2) EA.
Se (PI' P2) E 91: então A não é necessariamente um conjunto compacto e, neste caso,
não se pode garantir a existência de solução ótima. De fato, se Pi = O para algum i E{1,2}
então A não é um conjunto limitado e o problema do consumidor não tem solução ótima.
23
Max P Y - W I XI - W l Xl
s.a.
(y, - X p - Xl) eY
onde Y = {(y, - x p - X2)~ a XI +b x 2 ~ y}
No caso da firma possuir uma tecnologia com retornos crescentes de escala, prova-se
por argumento semelhante o mesmo resultado. Supondo que Y seja um conjunto limitado,
tem-se tanto no caso f(x p x 2 ) = aXI + bX2 quanto no caso em que f(xl'xJ é uma função
de produção com retornos crescentes de escala e continua que Y é um conjunto fechado e,
portanto, compacto. Pelo Teorema de Weiertrass, em ambos os casos garante-se a existência
de solução ótima para o probrema da firma.
24
Exercícios propostos: Seção 1
Sugestões:
a) Escreva as desigualdades 1.3 para c, para d, e em seguida some as desigualdades
membro a membro (o que é permitido). Em seguida observe que, pela proporção 1.1',
escrever-se -( 1~+Id!) S c+ ds (lq+Ia1) é equivalente a escrever-se Ic+a1 S 1~+Ia1·
2
b) Observe que 1001 = (cd) 2 e que tanto Icdl quanto Icl.ldl são não negativos.
c) Repita b.
d) Ic-el = Ic-d+d-~
e) Icl=lc-d+dl
Demonstre, usando o princípio da indução, que dado .lí,Aí' ... 'XJJ números reais (n e ~).
3) Seja Sn a soma dos n primeiros números naturais. Demonstre por indução que
s =n(n+1)
D ...
•
25
a) Ix-31 <2 b) Ix-31+lx-21 < I c) Ix-31+lx-21 = I
6) Verifique que a nonna euclidiana definida nesta seção satisfaz as três propriedades listadas
abaixo. Utilize em sua demonstração a desigualdade de Cauchy-Schwarz provada no exercício
resolvido 3.
7) Define-se a distância entre dois vetores do 9t D x e y como ~x,j) = Ilx - yll. Calcule a
distância entre os vetores:
a) (1,2,3) e (5,6,7)
b) (0,0,0) e (1,2,3)
i) {(x), ... ,xn ) e9t:; Lajxj S b}, onde aj' b e9t.,i = I, ... ,n
j.)
. D
ili) B(0,I)U{xe9t!...IIL~<2}.
~l
v) {(x,j)e9t!;xySI}
10) Prove que para todo conjunto X c 9t- , int X é um conjunto aberto.
13) Seja {C~h. EI uma coleção de conjuntos conexos, I conjunto de índices, tal que
ÃEI
n CÃ:I: O.
Então U CÃ é conexo.
ÃEI
14) Um conjunto X c 911: é conexo por caminhos se para todo par de pontos x e y em X
existe a: [a, b] c 91 ~ X contínuo tal que a (a) = x e a (b) = y. Mostre que se X é conexo
por caminho então X é conexo. (Sugestão: use o exercício anterior).
15) Mostre que toda transformação linear T: 91 D ~ 91 M é Lipschitziana. (Decorre daí que toda
transformação linear é contínua).
17) Mostre que todo conjunto convexo é conexo. (Este exercício mostra que 91 D , B(a,r),
B[a,r] são de fato conexos como afirmado no texto).
18) Mostre que a norma euclidiana é equivalente à norma da soma e à norma do máximo,
dando uma prova direta sem utilizar a proposição do texto.
27
2) CONVEXIDADE, CONCAVIDADE E QUASE CONCAVIDADE
Convexidade e concavidade
a)Conjuntos Convexos
D
Dado um conjunto D c 1R diz-se que D é convexo quando, dados dois quaisquer de
,
seus pontos x e y, o segmento que une x a yestá todo ele contido em D. Graficamente, no
91 2 , temos:
(figura 2.1)
todo a tal que O~ a ~ 1. Definem-se também como convexos o conjunto vazio e os conjuntos
com um único ponto.
b) Funções Convexas
Dada uma função f: D-+ 91, De 91- , D convexo, diz-se que [convexa quando, dado
quaisquer xcyeD e O~ 8 ~ 1, tem-se [(ax+(l-a) y) ~a [(x) +(1-8) [(y).
Simetricamente, diz-se que f é côncava quando - f é convexa, ou seja, quando dados
quaisquer xeye D eOs a SI, f(ax+(I-a)y) ~af(x)+(l-a)f(y).
Observe que o termo convexo aplica-se tanto a conjuntos quanto a funções, embora
com sentidos diferentes. O termo conjunto côncavo não é definido para conjuntos.
28
f(b)
f (c)
L (c) - oc f(a) +(1 -oc) f(b)
f(';' -
---1f----------~x1
a c b
(figura 2.2)
No gráfico 2.1, a imagem do ponto c pela função [situa-se acima (na ordenada) da
combinação a f(a)+(l- a) f(b), O que caracteriza a concavidade da função.
O gráfico 2.2 mostra que dados a,b eD e O~ a'~ 1, se definirmos c = a a+ (l-a) b e f for
Teorema 2.1: Sejam Dum conjunto convexo não vazio do 91 e fi e f 2 funções côncavas
11
fi e f2 definidas em D e com valores em 9t. Sejam ainda ai e ~ números reais não negativos e
f: D ~ 91 uma função definida por f = ai fi + ~ 1;. Então f é uma função côncava.
Pemonstracio: Sejam a, b e D e O~ a ~ 1.
29
1 2
f(aa+(l-a)b)=(~ t; +~.t;) (aa+(l-a)b) =
~ t; (aa+(1-a)b)+~.t; (aa+(l-a)b)~ 3
4
~ (~(a)+(1-a)t; (b»+~ (a.t; (a)+(l-a).t;(b» =
s
a(~ t; (a)+~t; (a»+(1-a)(~ t; (b)+~t;(b»=
6
a(~ t; +~t;)(a) + (1- a)(~ t; +~t;) (b)=
af(a)+(l-a)f(b)
Quase concavidade
Definição.{ Quase cOI1cavidade): Seja: f: D ~ 9t, sendo D um conjunto do J('. Diz-se que fé
guase-CÔI1cava quando dado um número real ,a qualquer, o conjunto C = {x E D; f( x) ~ a}
for um conjunto convexo.
Para exemplificar esta definição, tomemos inicialmente a função de apenas uma variável
(D c 9t) f(x) = _x 2 , cujo gráfico desenhamos abaixo:
(figura 2.3)
30
Observa-se facilmente que, qualquer que seja o número real a, o conjunto dos pontos x
tais que - X2 ~ a é um conjunto convexo. Na exposição gráfica acima tomamos a < O. Para
a = O o conjunto C se resumiria a um conjunto formado por um único ponto (x= O), que por
definição é convexo. Da mesma forma, se tivéssemos a> O o conjunto C seria vazio e,
também por definição, convexo.
Tornemos agora a função de duas variáveis definida no 91:, U (XI ' ~) = (XI ~)1\3.
Neste caso não desenharemos o gráfico da função (o que exigiria um diagrama em três
dimensões, duas para o domínio e uma terceira para os valores assumidos pela função), mas
apenas o lugar geométrico dos pontos de seu domínio tal que o valor da função seja igual a
uma certa constante (curvas de nível da função):
(figura 2.4)
Nos dois exemplos acima apresentados as funções, além de quase côncavas, sIo
também côncavas. Isto não precisa necessariamente ocorrer. Por exemplo, a função f: 91 -+ 91
definida por f (x) = x 3 é quase côncava mas não é côncava. Observa-se facilmente pelo gráfico
desta função que, dado o número real na ordenada, o conjunto {x; X3 ~ a} = [a113, +00)
(hachureado na figura abaixo) é um conjunto convexo.
31
(figura 2.5)
Por outro lado f{ x) =XJ não é uma função côncava pois dado por exemplo
Bt=2,~=Oea=O,5, f(aBt +(1-a)~)=I<a f(~)+{1-a)f(~)=4.
o teorema a seguir ajuda muito na identificação das funções quase-côncavas. Ele nos
lembra que, embora possa haver funções que são quase-côncavas e não côncavas, o oposto não
pode ocorrer:
Demonstração: Seja f:D ~ 9t, D C 9tD ,D convexo, uma função côncava. Seja dado o número
real a e suponhamos que para XI e D e x 2 e D, f (XI) ~ a e f( x 2 ) ~ a. Como f é côncava,
dado qualquer
Isto prova que o conjunto {x e D; f(x) ~ a} é convexo qualquer que seja a E 9t. Segue que f
é quase côncava.-
Este fato implica que, na teoria do consumidor, possa-se operar com uma função
utilidade básica U ou qualquer uma de suas transformadas crescentes. Neste sentido, vale a
pena observar que, ao contrário da propriedade de concavidade, a propriedade de quase conca-
vidade não se perde quando se efetuam transformações monótonas crescentes de uma função.
Este ponto é demonstrado a seguir.
Demonstracão: Sejam x e y dois pontos quaisquer pertencentes a D com a propriedade foU (x)
~ a e foU (y) ~ a para um certo a e9l. Então como (foU) (IJ) = f(A) existe a- e ttA) tal que
foU(x) ~ a· (1)
foU(y) ~ a· (2)
com a*~a. Devido ao fato de f (e, conseqüentemente, rI) ser uma função monótona
crescente, temos, de (1) e (2)
U(x)~rl(a*) e
U (y) ~ rI (a*)
33
foU(ax+(l-a).n~ fo r l (a·)=a·~a
Segue que foU é uma função quase côncava. (Observe que trabalhamos com a· ao
invés de '~" devido ao fato de '~" não portencer necessariamente ao contra-domínio de 1:
quando então não faz sentido falar-se em rl(a» .•
34
Exercicios resolvidos - Seção 2
1) Sejam f:9t: --+ 9t uma função de produção, Y = {(y;-x) e9t n +l ;y s f(x)} o conjunto de
possibilidade de produção e V(y) = {x e 9t: : y S f( x)} o conjunto de fatores de produção
requeridos para produzir y e 9t + de uma firma.
Solução:
f(Â.x + (1- Â.)x') ~ Â.f(x) +(1- Â.) f(x') ~ Â. y +(1- Â.)y = y. Logo, Â.x +(1- Â.)x' e V(y).
Agora, sejam (y,-x) e (y',-x,) eY, com y:;t y' ou x:;t x', e Â. e(O,I). A provar
que (Â.y+(I-Â.)y',-(Â.x+(I-Â.)x')) eY.
Soluçio:
a)
i) Basta aplicar o exercício anterior uma vez que a funçio logaritimica é côncava.
ü) É fácil ver que V(Y'Fl=;, Vy~l. Dado y ~ 1, seja (.~)RI seqüência em V{y), com x.-+ x,
onde Xn = (XI. ,xl.) e X= (XI ,x2 ). A provar que x e V(y). Observe que
x n --+ X~ XI -+ XI e x 2 --+ x 2
• •
e &XI ~ log y e bX 2 ~ log y, \in ~ 1
• •
3S
Logo, pelo exercício 4 temos que: 8X I ~ log y e bX 2 ~ log y. Da mesma forma,
XI. ~O e ~. ~O~XI ~O e ~ ~O. Logo, x=(x\ ,X 2 ) E V(y).
b)
c)
Como a log XI + (l-a) log x 2 ~ y, 'In ~ 1, tem-se pelo exercício 4 que log XI + (l-a) log
• •
d)
ü) V(y) é fechado 'r/y ~ O. De fato, seja (x.)nl seqüência em V(y) tal que x. ~ x. A
provar que X E V(y).
36
3) Alternativamente à definição apresentada no texto, diz-se que f: D --+ 91, De 9IJl convexo,
é quase côncava, quando para quaisquer x e y pertencentes a D e a e [O, I], f(x) ~ f(y) implica
f(ax+(1-a)y)~ f(y). Prove que as duas definições são equivalentes.
4) Seja f: D --+ 9t, De 9tJl convexo. Diz-se que f é estritamente côncava se dados
x,ye D, x;t: ye a e(O, I), f(a x+(I- a)y»a f(x) + (I + a) fUr). Alternativamente fé
estritamente convexa se -f é estritamente côncava. É claro que toda função estritamente
côncava (convexa) é côncava (convexa). Dê exemplo de funções côncavas (convexas) que não
sejam estritamente côncavas (convexas).
Solução:
2
Esta função é côncava. De fato, sejam (x.,.x),(Aí,,Y2) e9t ,a e[O,I].Então
g(a(xl,y 1)+(I-aXx 2,y 2))= g{a XI +(l-a)x 2,a Yl +(I-a)Y2))=
min{ax l + (1-a)x2,a)' 1+ (1-a)Y2} ~ amin{xlyJ + (I-a)min{ X2,y 2} = ag(xl,y I) +(1- a)g(x2'Y2)
Conclui-se então que g é côncava. Mas g não é estritamente côncava, visto que para
todo (x,y) E 9t2 com x~ y g(x,y) = X, que é linear. Segue do exemplo anterior que a restrição
de g a esta parte do domínio não é estritamente côncava.
°
c) Seja f: De 9tJl --+ 9t, onde D é tal que se t> e x e D=> t x eD, uma função homogênea
de grau 1, isto é, f( Ix) = t f( x), X E D, tE 91+. Se f ,além disso, é côncava então f não pode
°
ser estritamente côncava. Com efeito, seja x E D, x ;t: e portanto 3x e D, logo
1 1 1 1
f (- X +- (3x» = 2f (x) = - f (x) +- f(3x)
2 2 2 2
o que ocorre de fato com estas funções é que ao longo das semi retas abertas que
partem do O e 91 JI elas sio lineares. Mas existem exemplos não triviais de funções
positivamente homogêneas de grau 1 que são côncavas, como por exemplo a função de Cobb-
Douglas: f:91 2+ ~ 91 tal que f(x,y) =.t" ,r-a,
a e(O,I) (veremos mais tarde que fé côncava) e
g:912~91talqueg(x,y)=~~+I.
37
5) Diz-se que f: D~ ~, De~.IJ convexo é quase convexa quando -f é quase côncava.
Adicionalmente, f é dita estritamente quase côncava se
a e (O, I) e x,yeDcom X;éY, f(ax+(I-a)y»min{f(x), f(y)}. Além disso f é dita
estritamente quase convexa se -f é estritamente quase côncava. É claro que toda função
estritamente quase côncava (quase convexa) é quase côncava (quase convexa). Dê exemplos
de funções quase côncavas (quase convexas) que não são estritamente quase côncavas (quase
convexas).
Solução:
a) Toda função constante é quase côncava (quase convexa) mas não é estritamente quase
côncava (quase convexa). Uma função real monótona definida num intervalo na reta é quase
côncava (e quase convexa) (ver exercício resolvido número 5). Para que ela não seja
estritamente quase côncava (ou quase convexa) é necessário que ela possua trechos constantes.
Com efeito, se a função for crescente ou decrescente ela será estritamente quase côncava (e
estritamente quase convexa). Então as únicas chances residem nas funções nio-crescentes e
não-decrescentes. Suponha neste caso que f: I ~ ~, I e ~ intervalo, é não-decrescente. Se f
não é estritamente quase côncava, existem x, ye I, x < y, a e (0,1) tais que
flcu+(l- a)y) S mine flx), fly» = flx) e como fé não-decrescente flx) S flcu+ (1- a) y) (pois
x< cu+(l- a) y) o que implica que f (x) = flcu+(l- a) y) e portanto fé constante igual a
f(x) em [x,ax+(I- a) y).
b) O leitor é agora convidado a generalizar o raciocínio acima para funções reais de duas
variáveis (ou mais) num certo sentido, isto é, funções quase côncavas que possuem regiões
convexas no seu domínio nas quais são constantes não podem ser estritamente quase côncavas.
Reciprocamente se f é quase côncava, mas não estritamente, então possui em seu domínio pelo
menos um segmento no qual a função é constante. Os detalhes ficam a cargo do leitor.
Solução:
a) As funções reais definidas em um interValo da reta que são monótonas (veja exercício
resolvido 4) são quase côncavas, muito embora algumas destas funções possam ser
estritamente convexas, como é o caso de f:~+ ~ ~ tal que f(x) =x2
b) Seja r. 91 2 -+ li tal que f (x,y) = xClyP com a > O, f3 > O e a + f3 > 1. Veremos
Cl P
posteriormente que a funçio Cobb-Douglas g: 9l~ ~ 91 tal que g(x,y) = xcr.+ yCl+P é P
côncava e portante quase-côncava. Assim f = h o g também é quase-côncava, onde
h:9t+ ~ 91, tal que h(x) =xcr.+P é uma transformação montônica crescente (ver teorema 2.3).
Mas f não é côncava, porque
f(! (O,O)+! (2,2» = f (1, I) = 1< 2«+jl-1 =.!. 0+.!2 1Z+/1 =! f(O,O)+! f(2,2).
2 2 2 2 2 2
I, sex~ O
c) f: 91 ~ 91 tal que f(x) = {
O, sex<O
é quase côncava porque é monótona nIo-decrescente, mas não é côncava como se vê com
facilidade. Aliás o "defeito" desta função é que ela é descontínua no o. Veremos mais tarde
(ver capítulo 3, exercício resolvido) que toda função côncava de uma variável definida num
conjunto aberto convexo X c 91 é contínua.
38
7) Prove que toda função monótona f: D~ 91, De 91 intervalo, é ao mesmo tempo quase
côncava e quase convexa.
Demonstração: Vamos supor que fé monótona não-decrescente, isto é, se x> y, x,y e D,
então ftx) ~ f (y), os outros casos são análogos e ficam a cargo do leitor. Sejam
a e9t, x,y, eD tais que f(x) ~ a e f(y) ~ a. Dado
a e[O, I], x ~ ax +(1-a) y ~ y o que implica que f(x) ~ f(ax +(I-a)y) ~ f (y), visto que fé
monótona não decrescente. Assim f (ax + (1- a)y) ~ a, 'Va e [O, I], ou seja, f é quase côncava
já que a e 91, x, y e D são arbitrários. A quase convexidade segue-se por um raciocínio
análogo.
8) Dê dois exemplos de duas funções quase côncavas cuja soma não seja quase côncava.
Solução:
a) Sejam f,g:9t+ ~ 91 tais que f(x) = x 2 e g(x) = -x. Observe que f e g são funções
monótonas e pelo exercício anterior f e g são quase côncavas, mas h = f + g: 91 + ~ 91 tal que
h(x) = (f + g) (x) = f (x) + g (x) = x 2 - x não é quase côncava, porque h(O) = h (I) = O ~ O
mas h (1/2.0 + 1/2. I) = h (1/2) = -3/4 < O.
b)Sejam f,g: 91: ~ 91 tais que f (x, y ) = Xl e g (x, y) = I. Vamos verificar que fé
quase côncava. A verificação de que gé quase côncava é análoga e fica como exercício. Sejam
ae9t, (4,Ji)'(~'Y2)e91: tais que f(x),y)=x~~aef(x2'Y2)=x~~a. Dado ae[O,I],
queremos mostrar que
f (a(x),y)+(I-a)(x 2'Y2» = f (ax) +(I-a) x 2,ay) + (I-a) Y2) = (ax) +(1-a) X2)2 ~ a.
Em primeiro lugar, se a < O então esta última desigualdade é obviamente atendida.
Suponhamos que .~O, neste caso, x) ~Ji. eX2 ~Jã (observe que x),x 2 ~O), Assim,
(Cl.\í +(I-a)A2)2 ~(a.Jã+(1-a).Jã)2 =a. Porém, h=f+g:9t: ~9t tal que h (x ,y) = f
(x, y) - g(x, y) = Xl-I não é quase côncava. De fato, dados (0,1) e (l,./2)e91:, é tãcil ver
r:: r::
que b(O, I) = b(l, ,,2) = -1. Vamos mostrar que h ("21 (0,1) + "21 (1, ,,2»
11..fi
= b ("2' "2 + 2")
< -1.
. 11..fi I r;;
Com efeito b(- -+-)=--(1+,,2). Como
, 2'2 2 2
1+J2 >2~! (1+J2» 1~-!(1+J2) <-I provando assim o que afirmamos.
2 2
Observação.: O leitor deve estar se perguntando como encontramos estes vetores para
determinar a não quase concavidade de b. Sugerimos que o leitor analise as curvas de nível da
função b. Por exemplo, em nosso caso, tomamos os pontos sobre a curva de nível b (x, y) = -1
( que é uma hipérbole) e observamos que segmento que liga estes pontos não está contido no
conjunto h (x, y) s-1.
39
Demonstração: Seja {CÂ.}Â.eI uma família de conjuntos convexos de 9t 0 , onde I é um conjunto
de índices arbitrários (podendo ser, por exemplo, 1= {1,2,3}, 1= Q (conjunto dos racionais)
n
1= 9t, 1= [1,2], etc.), isto é, CÀ é convexo para cada à el. Dados x,y e CÂ.,a e[O, I], tem-
Â.eI
se que x,yel:;. para todo Â. eI. Como todo C). é convexo ax+(I-a)y eCÂ.' 'VÃ el, isto é,
n
ax + (1- a) ye l:;., provando assim que
Â.EI
n
l:;., é convexo.
Â.EI
10) Seja f: D~ 9t, Dc9t D convexo. Seja E = {(x, t) e9t°+ I;x eD, t e9t e f(x) ~ t}, (este
conjunto é chamado de o epígrafo de f). Prove que uma condição necessária e suficiente para
que fseja côncava é que E seja convexo.
11) Utilize os exercicios anteriores para demonstrar que se fI' ... , fo são côncavas,
f= min{ 1;, ... , ~} é côncava.
Demosntração: Seja E o epígrafo de f e Ei o epígrafo de ~ para cada i = I, ... , n. Então, (x,t)
e E se, e se f (x) ~ somente t , ou seja, se e somente se mín { 1;(x), ... ,In (x)} ~ t.
Agora, mín {fl(x), ... ,fo(x)} ~ t se, e somente sefi(x) ~ t para i =1, ... ,m, ou seja, e somente se
D D D
(x,t) enEj. Portanto, (x,t) eE se, e somente se (~t) e nEj' isto é, E= nEj.
~l ~I ~I
40
Queremos mostrar inicialmente que Ci c C( X). Dado D c 91 11 convexo tal que X c O,
D D
temos que se XI' ... ,Xp EX e aI' ... , a p E9t+ com La i = 1 então LaiX i EO. De fato,
i=1 i=1
façamos inicialmente p = 2. Neste caso, como XI,X 2 EO (pois X c O), a afinnaçio decorre da
convexidade de O. Por indução finita, suponhamos que esta afinnaçio vale para p -1, P E~.
p
Dados com La i =1 temos que se a p =1 então
i=1
D ~
pela convexidade de O tem-se L ajXj ED. Logo, segue que CIc o, para todo O c 9t D , O
izl
convexo tal que X c O. Isto implica que CI c C (X).
p q p
x= L ajXj , Y= LA ~e a E[O,l], onde al> ... ,ap,A, ... ,Pq E9t+'La; =1,
izl i-I j:1
q p q
Ll3i = 1,xl,···,xp, YI' ... , Yq EX, tem-se ax +(l-a)y = aLaiX i +(1-a) Ll3iYi =
i=1 i=1 i=1
p+q {a ai se 1 S i S p;
LY' Z· onde y. =
i=1 I " I (1-a)l3i-p, sep<iSp+q
Xi' se 1 S i S P
e Zi = { Yi-p, sep<iSp+q
p+q p q
É tãcil ver que Yi E9t+,Zi EX, i=I, ... ,p+q e Lrj=aLaj+(I-a)LP;=1, ou seja,
~I ~I j:1
a x +(1- a)y ECI. Além disso, X c C1 (faça p= 1 e varie .ti em X). Portanto, pela definição
de C{X) fica claro que C( X) c Ci.
Solução:
41
a) Como fI' f2 , f3 : 91 3 -+ R definidas por fI (x,y,z) = X, fi (x, y, z) = 2Y, fi (x, y, z) = z
são côncavas então f = min {fI' f2 ' f3} também é côncava, logo quase-côncava e ,portanto,
{(x,y,z)9t 3 ; min {x,2y,z} ~ 7} = f-I ([7,00» é convexo.
b) Dados Xi =(2,0) e .t2 =(-2,0), tem-se que X I ,X2 e{x e9t 2 ; Ilxll > I} mas
~ (XI + x 2) =(0,0) ~{x e9t 2
; Ilxll > I} => {X e9t 2 ; Ilxll > I} não é convexo.
b) de uma função definida num subconjunto convexo do 91 4 que seja estrtitamente quase
côncava e não seja côncava.
Solução:
a) Tome qualquer função real definida em intervalo de 91 que seja ou monótona crescente
ou monótona decrescente.
b) Seja f: 91!+ -.91 tal que f(~y, 2; w) =xyzw. Seja ).,: 91++ -+ 9t!. tal que
).,( t) =(t, t, t, t) então g( t) =(f o ).,)( t) =t que é estritamente convexa, logo escolhendo dois
4
15) Uma função é dita indiretamente côncava se é transformada monótona crescente de uma
função côncava, i.e., F: C-+ 91, Cc 91- convexo, é dita indiretamente côncava se existirem
g: I -+ 91 e f: C -+ 91 com I intervalo em' 91 contendo ffC), g monótona crescente, f
côncava e F =g o f. Como já vimos toda função indiretamente côncava é quase-côncava. Um
critério bastante útil para ver se uma função é quase-côncava é o seguinte teorema (Takayma):
Teorr:ma : Seja ftx) uma função real duas vezes diferenciável em 91-. Então, 'fix~ O.
(i) Se ftx) é quase-côncava, então ~ ~ O, ~ S 0,. .• (-1)- 11" ~ O, 'fIxE9I- (BI S O sempre)
(ü) Reciprocamente, se ~ < O, ~ > O,",, ( -1)- 11" > O 'fi x E 91: então, ftx) é quase-côncava em
91-+
com
42
Dê exemplos de funções quase-côncavas. Para isto, utilize o teorema acima ou o fato
de concavidade indireta implicar em quase concavidade. Se possíve~ dê também um exemplo
de uma função quase côncava que não seja indiretamente côncava (o que destaca a importância
do Teorema acima).
Solução:
(i) Seja F: m: ~ m tal que F(x,y)=xy. Já vimos que F não é côncava, mas se considerarmos g:
m+ ~m e f:m: ~mtais que g(t) = f e f(x,y)=X I/2 y 1l2, temos que g é monótona
crescente e f é côncava, além disso F = g o f, e pela definição acima F é indiretamente côncava
e, portanto, quase-côncava. Observe porém, que se utilizarmos o teorema não poderemos
concluir que F é quase-côncava: de fato,
fl(x,y) = y;f2 (x,y) = x;fl1 (x,y) = f22 (x,y) = O e fI2 (x,y)=1 calculando em (x,y) = (0,0)
(ü) O leitor poderá verificar com facilidade a existência de várias funções indiretamente
côncavas; a pergunta relevante neste instante é se existe alguma função quase-côncava que não
seja indiretamente côncava, isto é, que não seja a transformada monótona crescente de alguma
função côncava. Esta pergunta não é fácil de ser respondida em geral e é fundamental, pois a
existência justifica a importância do teorema enunciado. Vejamos um exemplo desta situação:
Seja E=E(x,y)=
fI =1+(1+x)E-1/2;
Logo
Sendo que esta última equação implica que (.) c + 1- x ~ O, ou seja, c + 1 ~ x ~ O. Logo
para c < -I, N c =;. Suponha que c ~ -1. Entio:
43
Esta última equação representa em segmento de reta com externos (O, :' + ~) e (~, o)
(observe que c + 1- ~ =~ + 1 ~ O, o que é constante com (*».
a a
1/2 c12 x
(figura 2.6)
Assim dado c ~ -I, não é dificil verificar que o conjunto {( x, y) e \R: ;f( x, y) ~ c} é
formado pelos pontos em \R: acima da reta f (x,y) = c.
Seja (x,y) e D fixo. Dado (u1,ul )e9l l tal que J;(x,y)u1 +t;(x,y)~ =0 vamos
calcular L ~j(X,Y)Ui u j . Temos que L~j(X,Y)Ui = (E- _(I-X)l E- )U1
lI2 lIl l
lSi.jS2 lsi.,i$l
44
Portanto: L fjj(x,Y)UjU j = (E- V2 _(1+x)2E-3/ 2 +2(1+x)E-3/ 2(EI/2 +(1+X»-E-312 (EI/2 +
ISi.jS2
45
Exercícios propostos - Seçio 2
a) Uma função f: D-+ ']l,D um subconjunto convexo do ']lD, é dita quase convexa se -fé
quase côncava. Pode-se dizer que f é quase convexa se, e somente se, para todo a e 91, O
conjunto {x e9t D ;f(x) s a} é convexo.
b) A transformada por uma função monótona crescente e côncava de uma função côncava
é côncava.
2) Seja I c 9t intervalo. Mostre que uma função f: 1-+ 9t é côncava se, e somente se
'v'a,b,x,eI,a<x<b tem-se f(x)~f(a)+ f(b)-f(a) (x-a)
b-a
3) Seja f: O -+ 9t,DC9t D convexo. Para que f seja côncava é necessário e suficiente que para
cada p eN,a" ... ,a p e9t+ tais que aI + ... +a p = 1 e
x" ... ,x p eD, f(a,x, ... +a p xp)~al f(x,)+ ... +a p f (x p)' Prove este resu1tado.
4) Prove que se fé estritamente quase côncava e homogênea de grau r, O < r < 1, então f é
estritamente côncava.
46
J) DIFERENCIABILIDADE E REGRA DA CADEIA
Iniciamos esta seção com uma breve revisão dos conceitos de conjunto aberto e limite
de funções anteriormente apresentadas.
D
Diz-se que X c 9t é um conjunto aberto se para todo x e X existe um número real r
> O tal que o conjunto (chamado bola aberta de centro em x e raio r) B (x, r) =
D
{y e 9t Ily - xii < r} está contido em X. Intuitivamente, diz-se que X é aberto se dado um
;
ponto seu qualquer x, existe uma "margem de segurança" tal que possamos nos deslocar em
qualquer direção (desde que de uma distância suficientemente pequena) a partir do ponto x e
continuar no conjunto X. Esta idéia vale por exemplo para o intervalo (0,1), mas não para o
intervalo [0,1]. Se estamos no ponto 1 e nos movemos para a direita na reta real, sairemos do
conjunto, por menor que seja a distância percorrida.
que lim f(x) = L (lê-se limite de f (x) quando x tende a a é igual a L) quando
x ......
'v'E>O, 3ô>0 tal que O<llx-all<ô => If(x) - L!<E, ou seja, se conseguirmos fazer com que
f(x) se tome tão próxima de L quanto se quer, desde que o ponto x no domínio da função seja
tomado tão próximo de a quanto se deve.Uma coisa importante a se observar é que o valor que
a função assume no ponto 'iJ é irrelevante para a definição de limite. De fato, f pode até nem
estar definida neste ponto. O limite de uma função, quando existe, é sempre único.
Derivadas
L ~ ôf (a)=lim f(a+teJ-f(a)~
ÔX.I t-+O t
47
L=f'(a)=ÜDl f(a+t)-f(a)~
t~ t
Diferenciabilidade
Dada uma função f: D -+- 9t, D um conjunto aberto do 9t diz-se que f é diferenciável
D
,
É importante observar que a expressão (3.1) pode sempre ser escrita, servindo apenas
para definir r (h). A chave para a questão de diferenciabilidade é a verificação de (3.2).
Intuitivamente, a expressão (3.2) nos informa que, na medida em que h se aproxima de zero, o
resto r (h) se aproxima de zero ainda "mais rapidamente". Formalmente, diz-se que r (h) é um
infinitésimo de ordem superior a h.
Dôf
L(x*+h) = f(x*) + L -(x*) hi (3.3)
i=1 ÔXi
Dar
f(x*+h)=f(X*)+L -(x*). hi+r(h) (equação (3.2»
i=1 ôx i
De (3.2) e (3.3) obtém-se
48
f (x *+h) = L (x*+h)+r (h)
A titulo de exemplo, suponha f: D -+ m, D em, uma função definida por f (x) = x2.
2
Dado Xl um ponto específico da reta real e h E m, f (Xl + h) = (XI + h)2 = Xl + h2 + 2 hx l
f(x l ) = x:
f'(x l ) =2 Xl
Por (3.1),
Segue que f(x) =x2 é uma função diferenciável em qualquer ponto de seu domínio.
Neste caso, diz-se simplesmente que f:D -+ m, f(x) =x2 é uma função diferenciável (não
havendo necessidade de especificar em que pontos do domínio isto ocorre). Segundo a idéia
intuitiva apresentada, isto significa que a função f(x) = x2 pode ser razoavelmente aproximada
pelo hiperplano tangente (no caso, uma reta) em qualquer ponto de seu domínio. Tomemos
Aí = 2 e vejamos o que isto sifinifica. Por (3.1), a equação do hiperplano tangente é dada por
ou seja, para Aí = 2,
L(2+h)=4+4.h
49
Tomemos h = 1. Sabemos que f(x I + h) = f(3) = 9. Na aproximação pelo hiperplano
tangente, teremos L (3) = 8. O erro resultante (9-8) é resultado da não linearidade da função
f, a qual estamos tentando aproximar por uma função linear (L). O gráfico abaixo permite a
visualização da aproximação efetuada.
9 ---------- 1- } f(3)-L(3)
8 --------- I
--
1 2 3 x
(figura 3.1)
A diferenciabilidade de f não nos garante que o erro seja pequeno ou grande (o que
depende do valor de b), mas apenas que ele tende a zero quando h tende a zero. Isto decorre
do fato de
50
A F6rmula de Taylor com resto de Lagrange.
Seja f: [a, b] -+ 9t uma função com primeira derivada contínua em [a, b] e que apresente
derivada de segunda ordem em qualquer ponto do segmento (a,b). Então existe a e(O,I), tal
que
2
f(a + h) =f(a) +f'(a). h + f"(a+a'h). h (3.5)
2
fez:,
f(.+b)
f(1)
(figura 3.2)
Escolhendo-se a de tal modo que f'(a+a h) = (f(a+ h)- f(a»/h obtém-se (3.4).
SI
f'(a)=O e de grau 1 quando F(a) *' O). O resto de Lagrange neste caso é dado por
h2f"(a+a' h)/2.
n
ôf
f(x+h)=f(x)+ L ôX i
(x+ah)h i (3.4')
i=1
ou ainda, no caso em que se permite que o polinômio de Taylor tenha um grau S 1 nas
coordenadas de h,
li iJf 1 li g2f
f(x+h)=f(x)+L -(x).h;+- L (x+a!h).h;hj (3.5')
;=1 iJx; 2 ;,j=1 iJx;iJx j
Exemplo: Vamos decorrer agora um modelo em economia sob incerteza bem simples.
Suponhamos que o conjunto n = {1,2, ... ,S} representa "os estados da natureza "e para
cada i en seja Pi a probabilidade de ocorrência do estado i. Mais precisamente,
s
Pi ~ O, 'Vi e n e L Pi = 1. Uma variável aleatória x é simplesmente uma função
i=1
x: n~91.
Para fixarmos idéia cada valor de 91+ será a quantidade do único bem da economia
(por exemplo, a moeda). Seja um indivíduo nesta economia com função utilidade
u: 91 + ~ 91 de classe C2 tal que u' > O eu" < O. Assim u é estritamente côncava e
52
estritamente crescente. Seja x: O ~ 9t+ uma variável aleatória, definimos a utilidade
s
esperada de x por U(x) =
- -
L
i=\
PiU (xJ =Eu(x) onde Xi
-
=x(i), 'ti eO.
Assim se ~ representa uma loteria que paga ~(i) para o indivíduo no estado i então
a utilidade de jogar a loteria ( utilidade esperada) é menor que a utilidade do valor médio
proporcionado pela loteria, ou seja, o individuo prefere receber o valor médio
proporcionado pela loteria do que arriscar a jogar a loteria.
2
u(x +s) = u(x)+s u'(x)+!... u"(x)+ r(s)
2
Logo,
Regra da Cadeia
ôgof (a) =
ôx.I
t
.I
F
-
ôg
ÔYj
ôf.
(b)_J (a), i = 1,2, ... ,n
ôx j
dgof (t)=
dt
t
j=1
Vma aplicação importante deste resultado se dará ainda nesta seção quando for feita
a demonstração de que o gradiente de uma função calculado no ponto a de seu domínio é
ortogonal à superficie de nível da função neste ponto.
54
Vejamos agora uma aplicação no (cálculo). Seja
f(t) = (fI (t), f2 (t» = (e ,2e) e g (X I,X 2 ) = XI x2 . Uma forma direta de se calcular ~(gof)
dt
r 4
consiste em se fazer gof (t) = 2 e derivar, obtendo-se (gof)' (t) = 10 t . A outra, que
utiliza a regra da cadeia, se dá lembrando-se que, pela segunda fónnula acima,
Gradiente e Diferencial
Dada uma função diferenciável f:D-+ 91, com D um conjunto aberto do 91 11,
denomina-se gradiente de lcalculado no ponto a eD (grad f(a» o vetor das derivadas
parciais calculadas no ponto a:
81 81 81,
grad I(a) = (8A; (a), ÜA2 (a), ... , ~ (a» .
D 81
dil (/(a» =~ ~ (a). dx;
55
para designar o funcional linear dif f (a) expresso em função dos n funcionais lineares
D
,
D
dx I ,dx 2 , ••. ,dx ondedx j :9t -.+9t é tal que
1) O gradiente de f num ponto sempre aponta uma direção (no domínio da função) em que
a função f é crescente. Além disso, esta direção é a direção de crescimento máximo da
função f
! 2
(a) =< graf f(a), v) >S l\grad f (a)1I Ilvll = IIgrad f(a)1I = Ogr:: f(a) (a)
S6
Para provannos a propriedade (2), precisamos inicialmente esclarecer o que é uma
superficie de nível de f que passa pelo ponto a e o que significa ser perpendicular a esta
superficie.
(figura 3.3)
Quando a curva de nível da função f não for linear como no caso acima apresentado,
precisamos definir mais precisamente o que significa dizer que o gradiente de f é
perpendicular a tal superficie de nível. Para isto, seja a função diferenciável no ponto zero
g: (- &, &) ~ D definida de tal forma que
IA rigor, este conjunto será uma superficie quando o gradiente de [calculado em cada um de seus pontos for
diferente de zero.
57
Esta função em g é tal que para cada valor de t a imagem g(t) mantém-se sobre a
superficie de nível c de f Derivando-se (3.6) com relação a t no ponto t = O obtém-se,
utilizando-se a regra da cadeia:
Para exemplificar, tomemos agora a função f:D --+ m, De m:. definida por:
A superficie de nível f-\(1) é dada pelo conjunto {(x\,x2 ) Em:+; x\x2 = I}. O
gradiente de fno ponto (1,1) é igual a (.\2, Aí) =(1,1), como se mostra no gráfico a seguir:
(figura 3.4)
Seja agora a função g: m-+ mda por g ( t ) = (1 + ~ 1/(1 + t». É claro que g (O)
= (1,1), e que fog ( t ) = 1. O vetor velocidade de g calculado no ponto t = O é dado por g
(O) = (1, -1), que é obviamente perpendicular ao vetor grad f(I,I) (o produto interno dos
-}»
dois é igual a «1,1) ,(1, = O. É neste sentido que se diz que grad f (a) é perpendicular à
superficie de nível de f no ponto a.
58
Exercícios resolvidos - Seção 3.
1) Sejam Uc91 aberto tal que se x EU et > O => tx EU e k E9t Uma função F: U -+ ~
D
diz-se positivamente homogênea de grau k quando F(tx) = tkF(x) 'Vx EU e t > O. Prove
que, se F é diferenciável, então F é positivamente homogênea de grau k se, e somente se,
vale a relação de Euler: < grad F(x),x > = kF(x).
Demonstrél@o: Suponha que F seja positivamente homogênea de grau k. Seja XEU (fixo)
e defina g:~++ -+U tal que g(f) = tx. Temos que Fog (t) = p{tx) = rXF(x)'Vt>O.
Derivando-se esta expressão em relação a t e usando a regra da cadeia temos
<gradF(x),x> = kF(x)
k1
g'(t) = tkdifF(tx).x - ktk-1F(tx) => g'(t) = t - [difF(tx). tx- k F(tx)]
2k 2k
t 't
Como 91_ é conexo temos que g é uma função constante, mas g(1) = F(x),
portanto g(t)=F(x), 'Vt E~++. Donde F(tx)=tkF(x), 'Vt E~++ e como xé arbitrário
segue-se o resultado.•
59
2) Utilize o resultado do exercício anterior e a homogeneidade de grau zero em (p, R) da
~
rl-.. _R
__
""'1_1
"iR -
aR qi
Solução: Como, para cada i, qi = qi (p, R) é homogênea de grau zero em (p,R), tem-se
°
diretamente pela fórmula de Euler que < grad q i(p, R), (p, R) > = o que implica que
2 1
2 {(X + y2 )sen 2 2' se (x,y) *(0,0)
a) f: 9t -+ 9t tal que f(x,y) = x +y
° .se (x,y) =(0,0)
60
ü) Seja f: U c m n ~ m, U aberto. Então, se f é de classeC isto é, as derivadas parciais
a:
ôf U c mD
x j
ófl ~m · - fun çoes
ófl exIstem e sao
- '
contmuas para J.= 1, ... , n,a funçao ...I:~
- f'e uuerenClave
•• I
emU.
a) a f + g é diferenciável em a
b) f + g é diferenciável em a
õf õf õf õf õf
õ (a) =-(a)+-(a) e -(a) =t-(a), 'ri V, WEm D -{O}e 'ri tE m-{O}.
(v+ ~ õv ÕW õtv õv
Em primeiro lugar observe que as três funções neste exercício são diferenciáveis
para todo (x,.n e 91 2 -{(O,O)}. Com efeito, para estes pontos as funções são simplesmente
somas, produtos e quocientes das funções 1tx, 1ty:m 2 ~ m tais que
1rx< X, ~ =x e 1ry( X, ~ =y. Aplica-se então (üi) (visto que o denominador destas funções
nos pontos de 91 2 -{(O,O)} não é nulo). Basta então verificar a diferenciabilidade destas
funções em (0,0). Vamos estudar cada caso.
õf
Analogamente -(0,0) = o.
õy
61
{
2Xsen(~ + ;)-1-2x(~ + ;)-1 cos(~ + ;)-1, se(x,y) ~ (0,0)
Assim ~~ (x, y) =
O , se(x,y) =(0,0)
e
Como lim xsen(r + Ir l =O e (Z,~o,O) x(r + Ir! cos(r + Ir! não existem
(z,y)--+(O,O)
r(x,y)
lim ~~=
( z,,n-.{O,O) 11(x,y)11
x~Oey~O
62
É fácil ver que Â. é diferenciável em O (para funções definidas na reta,
diferenciabilidade é equivalente à derivabilidade). Pela regra da cadeia se f fosse
diferenciável em (0,0), deveriamos ter f o Â. diferenciável em O. Mas
e este último limite não existe, pOiS se tomarmos as seqüências de pontos x n e Yn'
respectivamente como:
(/1/)
n 1f lIeN
e (2/1l(l+4n»IIEN
temos que
sen1/
lim x n = 1im Yn = O, --,-/~YY~n,. - 11 'v' n E~,
n~ao D-+Q) 1+sen 2 1/ - 72'
/Yn
c) O leitor pode verificar da mesma forma que fizemos o item (a) que ~: (0,0) = ~; (0,0) = o
e novamente neste caso r (x,y) = f(x,y) e então
r(x,y) _
lim lim
(z,y)-+(O,O) 11(x,y)II- (z,y)-+(O,O)
pOIS r:
~ .Y 1$ 1 e r:.Y I$I, \I(x,,n e9l' - {(O,O)}. Prova-se assam que f é
diferenciável em (0,0).
63
4) Mostre que se f: Ue 9t D
~ 9t, é tal que U é aberto e ~ (a) existe para algum
_ ôl ôl
ve9t D - {O}, com a eU entao--(a) = t-(a), t* O.
ô(tV) ôv
---g
f
I
. I
I
(figura 3.5)
Em primeiro lugar,
64
tal que Xo + h e U, visto que f(Xo + h) s. g(Xo + h) e f(.1ó) = g(.1ó). Suponhamos por
Portanto,g(x) ~ f(x) > g(xo) +a(x -xo) para algum xe U, x< Xo, isto é,
Ã.g(x) > (À-I) g(x o + h)+ g(xo) ~ Àg(x) +(1- À)g(x o + h) > g(x o). Pela concavidade
deg temos:
o que é absurdo. Assim g(xo +h)-g(xo) s r(x o), 'v'h e9t_ com Xo +h eU. Portanto
h
o caso geral decorre deste. Com efeito, seja h e 9t D - {O} tal que AO + h e U e
considere a:(-e,l]~U tal que &>0 com xo-eheU e a(t)=xo+th. Logo
65
foa, goa: (-E, 1] -+ 9t são côncavas tais que
(f oa) (O) = (goa) (O),(goa) (t) ~ (f oa) (t), \1't e( -E, 1] e f oa é diferenciável em O.
(f oa) (1) - (f oa) (O) - (f oa)'(O) ~ (goa) (1) - (goa) (O) - (f oa)'(O) ~ O
Pela regra da cadeia temos (f oa)' (O) = diff(a(O». a'(O) = diff(x o)' h.
Assim
6)Dadas as expressões:
R 2
s= l--s (1) e
r
Seja ro tal que s( ro) = so, m( ro) = mo e So = romo' Mostre que, para pequenos valores de 50,
pode-se aproximar k e s( r) por, respectivamente,
(3) e
(4)
Daí,
66
k k
s'(r) = Z-s(r)2 --.2s(r).s'(r)
r r
h
s'(r) = (r + 2ks(r»r .s(r)2
2m r.m
v'(r) = o o o ~ m~ro
moro +2
67
Exercícios propostos - seção 3
1) Analise a diferenciabilidade das funções abaixo:
a) f: 9t
2
~ 9t tal que f(x,y) =
{~xyy
+
,se (x,y)*(O,O)
° ,se(x,y)=(O,O)
b) Verifique que < grad f(y (t», y'(t) >= ° e dê a interpretação geométrica
a) z=sen xy, x= 3t e y= t.
b) z= ~ +21, x= sent e y= cost.
e) z= ln(l +.; + j), x= cost e y= sen t.
lJf 1
iJu (O, O) *< gradf(O, O), u >, onde u =.J2 (1,1).
68
4) Formas Quadráticas Definidas e Semi-Definidas
Teorema 4.1 (Schwarz) : Seja f: D~~, De ~D, uma função duas vezes diferenciável no
ponto x E D. Para quaisquer Os; i s; D, OS; j S; D têm-se:
j,j=! &j&j
(x+ ah)hjh j
Dado h E ~D e x E D, façamos
onde x* = x + a.h representa o ponto onde são calculadas as derivadas parciais de segunda
ordem iff , (i,j = 1, 2, .. ,n). Expandindo este termo para n = 2, temos (omitindo-se na
&jÔX j
notação o ponto x"'):
que, em virtude de teorema de Schwarz (cujas hipóteses implicitamente assumimos) pode ser
escrito sob a forma:
69
ou ainda, dado o pontox* eparah=(~,~)' e
?f ?f
H(f,x*)=
ÔXtÔAí
A matriz H(f,x*) é denominada matriz hessiana da função fno ponto x*. Uma vez
a) S (h) é dita positiva definida de S(h) > O para qualquer b e9l ,b,," O. D
c) S (h) é dita negativa definida se S(h) < O para qualquer b e9l D ,b,," O.
a) Seja f(x) = x. Temos f'(x) = 1 e f"(x) = O. A matriz hessiana no caso reduz-se à matriz
1 x 1=[0]. É claro que, neste caso, para qualquer be9l, S(h) = h. Hh= li.o = O. Conclui-se
que a forma hessiana da função f(x) = x é, ao mesmo tempo, positiva semi-definida e negativa
semi-definida.
(1) No Capítulo I, tratamos de formas quadráticas no caso geral em que a matriz A do termo x'Ax era uma
matriz simétrica real qualquer. No contexto deste Capítulo, es&an:mos i..atelessados DO caso particular em que a
matriz A é a forma hessiana H de uma função f de classe C, ou seja, matriz da derivadas cruzadas de segunda
ordem desta função calculadas num ponto bem definido x·. Devido ao Teorema de Schwan, H satisfaz ao
requisito de simetria da matriz.
70
No caso, H = [~ ~]
Conclui-se que S"h) é indefinida, pois, por exemplo, para h) = (1,1) S"h) = 2, enquanto
que para h2 = ( -1, 1), S (h) = -2. Diz-se então que a forma hessiana da função f( Aí , .ti ) = Aí.ti é
indefinida.
c) Tomemos agora f{ x) , .ti , .t3) = .ti 2 +.ti 2 + X32 definida no 91 3 . A hessiana desta função será a
matriz 3 x 3:
H(f,x) =
a2f a2f a2f
&2&) &22 &2&3
af
2 2
af a2f
&3&) &3&2 &32
o
S(b) = [4 b, b,] [~ 2
O ~] [~]
S(b) =2~ 2 + 2hz 2 +2b.J2
Segue que S"h) é uma forma hessiana positiva definida, pois para qualquer
be9l 3 - {O},.stb»O.
Já vimos no Capítulo I como classificar uma forma quadrática qualquer do tipo h'Hh a partir
dos autovalores da matriz H. Uma técnica alternativa neste sentido baseia-se na observação dos
menores principais da matriz H. Vejamos como proceder neste caminho alternativo.
71
H~ [:::::: ~l
a) O menor principal sucessivo de ordem 1, H,. = determinante da matriz [alI]
e,
~ = determinante da matriz ::]
~3
seqüencialmente
8 21 8 22 ~k
Teorema 4.2 Dada uma matriz simétrica H de ordem n, a forma quadrátic:a S(h) = h' H h
(sendo h um vetor qualquer de 91-) será:
a) Positiva definida se, e somente se 1ft > O, ~ > O, ~ > O, "" HIJ > O
b) Negativa definida se, e somente se 1ft < O, ~ > O, ~ < O, .'" ( _1)IJ HIJ > O
DemonstOOo: Veja Hadley (1979) ou Debreu (1952),.
Com relação aos três exemplos anteriormente apresentados, a forma hessiana de f (x) =
x2 não é nem negativa definida nem positiva definida, pois llt = det[O] (determinante da matriz
72
cujo único elemento é o zero) = O. O mesmo ocorre com f(.ti, X2 ) =.ti.ti, pois Ri. = det[ O] = O.
A função f( Xi ,.ti ,~ ) = X I 2 + .ti 2 + X 32 apresentada no exemplo c apresenta uma forma hessiana
positiva definida.
Dada uma matriz quadrada 1xl, [~1] a condição necessária e suficiente para que ela
seja negativa semi-definida (positiva semi definida) é que 8 11 ~ O (8 11 ~ O). Se a matriz é de
ordem 2x 2, A= [811
8 21
a12
8 22
]
A condição necessana e suficiente para que ela seja negativa semi-definida é que
alI s: O, a 22 s: O e det A~ O. Alternativamente, ela será positiva semi-definida se, e somente se
a 11 ~ O, a 22 ~ O e det A~ O.
Da mesma forma, A(3 x 3) será positiva semi-definida se, e somente se todos estes sete
menores principais forem nio negativos (~O).
73
Exercícios resolvidos - seção 4
1) Detennine se cada uma das formas quadráticas abaixo é positiva, negativa (definida ou semi-
definida) ou indefinida:
Solução:
2) Dada a forma quadrática S(h) =h' Hh, Hmatriz real simétrica, sempre existe uma matriz G
tal que G' H G =D, sendo D uma matriz diagonal e G'. G =I. Demonstre a seguinte
afirmativa: "A definição de sinal da forma quadrática associada à matriz D é a mesma da forma
quadrática associada à matriz H" .
Solução: Observe que G'.G =I implica G' =O-I. Façamos y =G'h. Log b= Gye portanto
onde S*(y) =y'Dy, Portanto S(h) =S*(G'h) e como G':9t D -+ 91 ft é uma bijeção (lembre
que G' . G = I) temos que S e S * são formas quadráticas com o mesmo sinal.
74
Exercício Propostos - Seção 4
1) Verifique se cada uma das forma quadráticas abaixo é: a) positiva definida~ b) negativa
definida; c) positiva semi-definida; d) negativa semi-definida; e) indefinida. Justifique sua
resposta.
2) Dada uma matriz H diagonal (aij = O para i:l:- J), em que casos pode-se afirmar que a forma
quadrática S(h) = h' H h é a:) positiva definida~ b) positiva semi-definid~ c) indefinida?
~
1 2
a) 2 5 ] é positiva definida
[
2 4 10
75
5) Caracterização de Concavidade no Caso de Funções Diferenciáveis
Iniciaremos esta seção tratando das funções reais de variável real. A extensão ao caso
de funções definidas no 9l JJ é imediata, e será feita a seguir.
Teorema 5.1. Seja f: D-+ 9i., D um subconjunto convexo aberto da reta, f uma função
diferenciável. Então f é côncava se, e somente se para quaisquer
a,b ED, f(a) + f'(a)·(b-a) ~ f(b)
f (x)
,
f (a) + f (a) (b - a)
f(b)
f (a) ----------
b x
(figura 5.1)
Observa-se claramente, na ordenada, a relação de ordem f(b) s C(a> + (b-a) f' (a).
Geometricamente, o que se observa é o seguinte: se, em qualquer ponto do donúnio da fimçio
côncava f, traçar-se a tangente ao seu gráfico, este último fica todo ele abaixo da tangente.
Isso fica claro observando-se que, na relação f(b) s f (a) + (b-a) f' (a). a) a e b são pontos
quaisquer do domínio de t; b) o termo L (b) = f(a) + (b-a) fi (a) representa o valor, no
ponto b, do hiperplano (aqui uma reta) tangente ao gráfico de f no ponto (a, f (a» e,
evidentemente, c) f(b) representa o valor da função neste ponto.
a) la. Parte. fcôncava -+ "ta, b E D, f (a) + fi (a). (b-a) ~ f(b). Se fé côncava, dados ae b
* e
E D, a b e E (0,1), temos:
76
f( aa + (l-B) b) ~ a f(a) + (l-B) f(b)
Fazendo h=(1-8)(b-a),
Demonstração:
Como 1"0 + a(x- "O) - "OI = a Ix- ~ < 6, ou seja, como "O + a(x- "O) pertence à
vizinhança de .10 com
f( x) > f( "O) + F (A(,) . h.
raio Ô, segue que r'("O + a(x- "O» (x- A(,)2 > °e
Pelo teorema 5.1, este fato é uma contradição com a concavidade de f. Segue que f'
°
(x) ~ para todo x E I.
78
f(b)~ I'(a).(b-a)+ f(a)
para qualquer a e I. •
79
Dividindo-se por (1- 8) > °
f(x+(l- 8) (y- x» - f(x) ~ f(y)- f(x)
1-8
8f
--(x) ~ tU? - f{ x)
iJ(y- x)
Da mesma forma que na demonstração do teorema 5.1 agora lidando com vetores do
9t no lugar do números reais, seja, para a e [0,1], z =a.x + (1- a)y um elemento do domínio
D
D af
~ ÔXj (z).(~-~)+ f(z)~ f(x)
D af
~ ÔXj (z) (Yi- ~)+ f(z) ~ f(y)
80
f(z) = f(ax+(l- a)y) ~ a f(x) +(1- a) f(y)
Teorema 5.2: Seja f:D ~ 9l, D c9l aberto convexo e fuma função duas vezes diferenciável
D
em D com derivadas de segunda ordem continuas. Então f é côncava se, e somente se a sua
forma hessiana é negativa semi-definida em todos os pontos de seu domínio.
Demonstracão:
Tal como procedemos na primeira parte do Teorema 5.2, seja h tal que x + h D. PeIa
fórmula de Taylor existe ae(O,I) tal que.
ã 1
f(x+h)= f(x)+ L n
-(x).h j +-h'H(f,x+ah).h.
i=1 âc j 2
fI
Como h' H(f,x+ah).h<O,f(x+h)~f(x)+ LD
-(x).h;
;=1 ôx;
81
A expansão de Taylor nos garante que existe a e (0,1) tal que
ou seja,
Mas II(AO + adI) - AO II =laJ IIe 1111 < 8 (pois laJ < 1)
Pelo teorema 5.1' isto é uma contradição com o fato de fser côncava.
Observe-se que agora a está definido no intervalo aberto (0,1) (e não fechado, como
antes) e que a desigualdade é estrita (> ao invés de ~). Exige-se também, na definição, que
x;t y.
Como no caso anterior, fé dita estritamente convexa quando -fé estritamente côncava,
ou seja, quando vale
82
f(ax+(I- a).n < af(x)+(1- a) f(.n
JI ôf
f(.n< f(x) + ~ ~ (x)(Ji-~)
Teorema 5.4: Seja f:D ~ 9t, D C 9t aberto convexo e f uma função duas vezes
Jl
D ôf
f(y) < f(x) + ~ ôx (X)(Yi - xJ
i
Dê um contra-exemplo.
Observe-se por outro lado que toda função estritamente côncava é também côncava, o
que nos possibilita afirmar que uma função não é estritamente côncava qwmdo, por exemplo,
existe um ponto de seu domínio onde sua matriz bessi.M é positiva definida ou indefinida.
Alternativamente, pode-se afirmar que uma função não é estritamente côncava quando existem
dois pontos x e yde seu domínio, com #y, tais que:
83
ar
r(y)~r(x)+ L a;z(x).(y,
n
-xJ
;=1 ,
Isto decorre diretamente dos teoremas 5.1' e 5.2', visto que qualquer uma dessas
verificações caracteriza ausência de concavidade e, conseqüentemente, ausência de
concavidade estrita.
84
Exercícios resolvidos - Seção 5:
Solução:
85
1 2) IIX {~ O se O< x :s 1 / 2
isto é, f"(x) = ( x4 -'3 e- , logo, f"(x) , ou seja, f não é
Jr <Osex>1/2
d) É fácil ver que ~~ (x,y) =6x e que as demais entradas da matriz hessiana são nulas.
Então fica claro que fé côncava se, e somente se x:S Oe , convexa se, e somente se x~ O. E
como f não é função afim, ela não pode ser simultaneamente côncava e convexa. Portanto ela
não é côncava nem convexa.
Solução:
x:
Como H33 =2 xf > Oem 9l!+ tem-se que Hf( x, y, z} não é negativa semi-definida e
portanto fnão é côncava.
86
Exercícios Propostos - Seção 5
b
c) f(x) = a -----:2 (a,b, c> 0, x~ O)
c-x
e) f(Xj,Xz)=(Xj-a)2+(Xz-b)2+ cXj
f) f( Xj , Xz) = X; + In Xz
87
6) O Teorema da Função Impllcita
aberto, no qual se considera o conjunto {x eD;F(x) = c},c e9t. Tal é o caso, por exemplo,
seja no modelo keynesiano simplificado, quando se faz
F(y,I) = Y - C(y)- I = O, sendo yo produto, C(y) o consumo e I, o investimento
autônomo, seja na teoria do consumidor, quando se dá o nome de curva de indiferença ao
• 2 -
conjunto {(XI' x2) e9t++;F(x I ,x 2) = U(x I ,x 2) = U}.
Nestas condições, diz-se, para n=2, que a equação F( Xi, A2) = c define implicitamente
Xl como função de XI , quando existe uma função f: I ~ 91 definida num intervalo aberto I c
R tal que F(Jí,.\2) = c se, e somente se .\2 = f( Xi ). Se definirmos o gráfico de uma função
f:A ~ 91, A c 91 como o conjunto de pontos G(f) = {(x p x 2 ) e9t 2 ;xI eA e x2 = f(x l )} a
afirmativa anterior equivale a dizer que FI (c) é o gráfico da função f
(figura 6.1)
De um modo geral, a equação F (Xi, Aí) = c pode não ser satisfeita para nenhum ponto
(Xi, Xz) e 9{ 2 , como é o caso de x; + x; + 10 = O ou, ainda que satisfeita, pode não definir
nenhuma função de XI em x 2 ou x 2 em Xl definida num intervalo não degenerado, como é o
88
caso de x~ +x; = o. Um outro exemplo é dado por F (x, y) = x 4 - y4 = O. O ponto (0,0) é
uma solução para tal equação, mas qualquer que seja a vizinhança V deste ponto considerada,
não se pode definir uma função y= f(x) ou x= M, pois F-1(0)nV contém necessariamente
2 segmentos de reta que se cortam em (0,0).
Nosso primeiro objetivo nesta seção será estabelecer condições suficientes para que,
fixado c E 9t, a equação F( X; , ~ , ... , x", y) = c dê origem a uma função implicitamente definida
y= f(X;, A2 , ... , x,,). O passo seguinte será qualificar devidamente as propriedades da função fe
desenvolver um meio de obter as suas derivadas parciais utilizando-se para tal as derivadas
parciais da função F original. Feito isso, passaremos ao caso mais geral em que temos não
apenas uma, mas n funções r; (x, y) definidas em subconjuntos do 9t m+ n (com
x E 9t e yE 9t e desejamos obter n funções Yi = F; (x) definidas implicitamente a partir
lD D
)
Teorema da Função Implícil8 (Caso Particular) Seja F:D ~ 9t,D c 9t 1D+ 1 aberto, uma
função de classe Ck(k ~ 1). Suponhamos que para c E9t,xo E9t lD eyo E9t, tenha-se
F( AO, Yo) = c e if (xo, Yo) :f. O. Então existe uma vizinhança B (xo' Ô) do ponto Xo e uma
t7t
vizinhança uni-dimensional B(Yo,E) do pont0Yo na qual, para todo x EB(xo,Ô) existe um
uruco y E B(Yo, E) com F( X, y) = c. Esta propriedade define uma função
f: B(xo'Ô) ~ B(Yo,E),f(x) = Y com F(x, f(x» = c. A função fassim definida é de classe
Cke para todo x EB(xo,Ô) tem-se:
ôf ôFlô~ fi
~. (x) = ôF I ôy (~ (x», i= 1,2, ... ,m
Vamos apresentar aqui a demonstração deste teorema para o caso m = 1. O leitor pode
observar que para o caso m> 1 a demonstração é análoga.
F
DemonstraQo: Suponhamos que ôF (xo, Yo) > O (o caso ôô (xo, Yo) < O é análogo). Como
ôy y
:~:o ~ 9t é continua (pois F é pelo menos de classe C 1
) temos que existem s> O e 6) > O
tais que ô F (x, y) > O, 'v'{ x, y) EI) x J, onde I) = (xo - a) , Xo + a) e J = (Yo - s,y o + s) são
ôy
tais que I) xJcD. Assim para cada xEI), a função F,,:J ~9t tal que FJY}=F{x,y} é
crescente. Sejam y) , Y2 E J tais que y) < Yo < Y2 então
Flto{Y)<F"Jyo}= F{xo,yo)= C < Flto (Y2). Como F é contí l8, existe O<6<~ tal que
m
F,,{y) = F{x,yJ < c < F{X'Y2) = F,,{Y2), 'Ix EI = (xo -a,x o +a). Como F" é contínua para
cada x E I, tem-se pelo teorema do valor intermediário que existe y" EJ tal que F" (y ,,) = c.
89
Uma vez que Fx é crescente tal Yx é único em J tal que F{x,yJ = c. Defina então a
função tal que f{x} = y x f: I ~ [y\> Y2] c 1.
c=lim
1-....
F(xnk,f(xnk»=F(x,y)
Como (x,Y)ElxJ é tal que F{x,y} = c, pela unicidade de Yx devemos ter y=f{x).
Fínalmente vamos mostrar que f é classe Ck . Para cada x EI fixo, e para todo tE9t tal que
x+t EI temos que F(x+t, f{x+t}) = F(x,f{x}) = c. Definindo a função q>:[0,1]~ 9t tal que
q>{9} = F( x +9 t, f{x} +9( f{x + t} - f{x})) - F(x, f{x}) temos que f/J é diferencial e f!J(0) = f!J(1)
=O. Logo pelo teorema do valor médio, existe 90 E{O,l) tal que
Ô F (x+9 0t, f(x)+9 0 (f(x+t)- f(x))).t + ôF (x+9 0t, f(x)+9 0 {f(x+t)- f(x))).(f(x+t)- f(x)) =O
Ô x ôy
aF (x, f{x))
f'{x) = ~:x=-F- -
-(x,f{x})
ay
Como x é arbitrário, esta última igualdade mostra que f' é contínua (visto que F é de
classe C' e f é continua) e por indução finita nesta igualdade tem-se que F é de classe Clt .•
Vejamos agora como utilizar o teorema da função implicita nos dois casos
apresentados. No modelo keynesiano simplificado temos, de acordo com o " prinápio da
demanda efetiva",
90
Para que possamos utilizar o teorema da função implícita podemos supor que C (y) seja
uma função de classe C I. Se queremos expressar y como função de I, a condição de suficiência
é dada por (ôF / ôy) (y, 1):1:- o. Devido à hipótese usual de que a propensão marginal a
consumir C' (y) se situa no intervalo (0,1), (iJF / ô y) (y, 1) =1- C (Y> > O o que atende à
condição de suficiência. Segue daí que existem vizinhanças B(i, r), B(y, &) de I e y taís que
para qualquer I E B(i, r) existe um único y EB (y, &) com a propriedade F (y, I) = Y - C
(y) - I = O. Fazendo y = f (I) segundo esta regra de identificação, temos, pelo teorema y
acuna
df (I) = - õF / ôI (I f (I» _ 1
dI õF / 0r' - 1- C'(y(l»
Chegamos assim à conhecida fórmula do multiplicador Keynesiano, que ensina que o
efeito sobre o produto de uma unidade monetária a maís de investimento autônomo é
amplificado pelo inverso da propensão marginal a poupar.
-U
r (.tí) = -ôF/~
v~ (Xi f(Xi»=
-f(r)
•., = -
iJF I ~'
2
Xi Xi
91
É importante lembrar o teorema da função implícita estabelece apenas condições
suficientes, mas não necessárias, para a existência de uma função implícita nas vizinhanças de
um ponto. Tomemos por exemplo F(x,y) = x 5 - y5 definida no 9l 2 e com valores reais.
°
Temos grad F( 0, O) = (O, 0), e no entanto a equação f( x, y) = define trivialmente a
equação y= f(x) = x em tomo do ponto (O, O).
A resposta, uma vez mais, é dada pelo teorema da função implícita, que estabelece
condições suficientes para que isto se dê. Passemos ao seu enunciado no caso geral:
m D
Teorema da Função lmpUcilJl (Caso Geral): Seja F: DxE --+ R D , sendo De 9t e E c 9t
conjuntos abertos. Admitamos que a função F assim definida seja de classe (! (k ~ 1).
Admitamos ainda que, para (xo,Yo) eD x E e c e9t D , F (xo,Yo) =c, sendo o determinante
da matriz Jacobiana
calculado no ponto (AO, Yo) diferente de zero (o índice 2 de ~ f refere-se aqui ao segundo
grupo de variáveis, ou seja, às variáveis y). Então existe uma vizinhança B(.1í"r) do ponto Xo
e uma vizinhança B(Yo,e) do ponto Yo tais que, para todo xe~AO,r),existe apenas um
92
Y E B(yo, &) com a propriedade de que F (x,y) = c. Por essa regra de equivalência faz-se y =
1{x), sendo fuma função definida em B(AO,r) e com valores no 9l D
• Isto equivale a escrever-se
nxm
Vejamos uma aplicação deste teorema à macroeconomia. Para isto, seja uma economia
cujo produto ()? e taxa de juros (~ se determinam pelas equações de equihbrio no mercado de
bens e serviços (IS) e no mercado monetário (LM).
{
A(, - L(ro, Yo) = O
y =y (A( /)
r = r (A( 1)
93
como se admite usualmente na solução do modelo IS-LM? Caso poSltlvO, quais as
características destas funções (em particular, onde estão definidas) e como variariam y e r a)
no caso de um aumento da oferta monetária M?; b) No caso de um aumento do nível de
gastos públicos G?
neste caso,
y = y (A( O) e
r = r (A( G)
satisfazendo
y =C (y) - I (r) - G =O
M-L(r,y)=O
Segue também do teorema que det ~F calculado neste ponto (M, G, r, y) pertencente à
vizinhança de (~, q"ro,Yo) é diferente de zero e que as funções r (G, M) e y (G, M)
definidas em B ( ~, q,), Ô) são de classe C 1. Para o cálculo de
q/8M
Df= [ â/8M
q/ iXl]
â/ IX]
no ponto (M, 0), podemos utilizar (6.1) com as derivadas parciais calculadas em (A( G,
)(M,O) r (M,O). No caso,
94
[
Ô~/ÔM ô~ / iXJ] = [O
~F-
ô~/ôM ô~/iXJ 1
De (6.1), D= -(D2 Fr
l
•
-1
DI F=t;
[I'
1-C'
ou seja,
-
ôM II
-I'
0/= - >0 _vJ_=_T
A'-L >0
' ôG II '
ôM = -(1- C') < O ôM = Ly > O
ôM II ' ôG II
{ (6.2)
M-L(r (M,G), y(M,G»=O
ay _c.(aY)_I.(ar) = O
ar ar ar
95
1- C'
[ -Ly
ôy = - Lr > Oe ôr = Ly > O
80 L\ ôG L\
Observe que as duas equações matriciais apresentadas no desenvolvimento em duas
etapas
1- C
[ -Ly
-I]
-4
[ÔYI ôM ÔYI8O]
ôrl ôM ôrl ôG
= [O-1 O1]
obtendo-se novamente a equação (6.1),
Fazendo-se
dY=(%YG+(!}w (6.3)
dr = ( ; ; )dG + (! )dM
dy - c l dy - I' dr = dG
Ly dy+Lr dr = dM
1- C'
[ Ly
Resolvendo-se o sistema
r
dy=J..dG+-dM
L
ô Ô
(6.4)
dr= C dM- Ly dG
1-
Ô Ô
onde Ô = (1- cf) 4 + r Ly. A identificação de cada uma das derivadas parciais a partir de
simples inspeção das equações (6.3) e (6.4) decorre do fato de dM e dG se constituirem numa
base do espaço das transformações lineares do 91 2 em 91. Isto implica no fato das
representações dos funcionais lineares dy e dr serem única nesta base. Segue daí a
identificação efetuada.
Um exemplo numérico
Dado o sistema de equações F( X, Y, z) = (11 (x, y, Z), F'z (x, y, z», com
1)(x,y,z) = ;.y+2x.1-z
F;(x,y,z) = xy+ 7
97
temos, no ponto (1,2,3), F; (x, Y, z) =8 e ~ (x, y,z) = 9.
x= x(z)
(6.5)
Y= y(z)
ôx ôy ôx ôy
2x-· y+r-+2; -+4xy-= 1
ôz ôz ôz ôz
ôx ôy
y-+x-=O
ôz ôz
12 9]
[2 1
[ôôylxlôzJ
&1 = [1]
O
-ôx.
Qz
= ôy
-1/6e- =111
Qz
A análise Gráfica
Um instrumento muito útil na avaliação dos sinais das derivadas parciais das funções
implicitamente definidas pela equação vetorial F (x.y) = c, quando c E 9t 2 , é dado pela análise
gráfica. Para ilustrar o método, voltemos ao modelo IS-LM anteriormente apresentado:
98
y- C(y)- I(r)- G= o (lS)
M- L(r,y)=O (LM)
Já sabemos, em virtude das hipótese efetuadas sobre C: I: 4 e Ly. que podemos escrever
+ +
y = y(G,M)
+ -
r = r(G,M)
onde o sinal acima de cada variável representa o sinal da derivada parcial, respectivamente, de
ye r, em relação a esta variável.
o método gráfico, adequado aos modelos em que apenas duas variáveis endógenas se
determinam a cada etapa, inicia-se plotando-se cada uma destas variáveis nos eixos
coordenados. No nosso caso, as variáveis endógenas são r (representada no eixo das
ordenadas) e y (representada no eixo das abcissas). Em seguida, pIota-se o lugar geométrico
das combinações de r e y que satisfazem, mantidas constantes as variáveis exógenas, a cada
uma das equações do modelo. O formato de cada uma destas curvas obtém-se por simples
inspeção ou, mais formalmente, utilizando-se preliminarmente o próprio teorema da função
implícita.
M - L (r,y) = O, que
dr = l-C'(y) <O
dy l'(r)
99
r
IS
y- y
(figura 6.2)
y=y(G,M)
r=r(G,M)
y - C (y) - I (r) - G = O
Isto decorre do fato de 1 não se alterar Oá que estamos nos deslocando paralelamente
ao eixo das abcissas r constante), e do fato de uma elevação de y ser capaz de provocar um
aumento (que deve ser o aumento de G) em y - C(y). Formalmente, o que estamos dizendo
conclui-se novamente por simples aplícação do teorema da função implícita à equação acima,
tomando-se r como parâmetro. Obtém-se
0/ = 1 >0
ôG l-C'(y)
Isto significa que, para cada valor de r considerado na IS, o valor de y deve ser mais
elevado quando G se eleva. Este deslocamento da IS é ilustrado no gráfico abaixo:
100
r
(figura 6.3)
(figura 6.4)
101
y
(figura 6.5)
Todos estes resultados reproduzem, como se observa, os sinais das derivadas parciais
iJyl iJM,iJyl iJG,iJrl iJMe iJrl iJG anteriormente obtidas. Quando não estamos interessados
nos aspectos quantitativos da estática comparativa, o método gráfico mostra-se de grande
utilidade.
102
Exercícios resolvidos - Seção 6
Solução:
a) Como F:9t 4 ~ 9t tal que F(x,y,~ ~ = ~ y+2zwx é classe C I , para quey = y(x,z, w)
numa vizinhança de (-1,2,1,1) é necessário que ôF(-1,2,1,I)1é0. Mas ôF (x,y,~w?=~ e
iJ.v iJ.v
então a:
~
(-1,2,1,1)Além disso, Üj (-1,1,1)= - ã< (-1,2,1,I)/if' (-1,2,1,1) e
= 1 1é O.
& & Üj
ôF ôy
como -(x,y,z,w) = 2xy+2zw,- = (1,1,1) = 2
ôx ôx
Como a:
c/y
(x,y,z) = 1
1- .t(1-z)
,ôF (1,1,1)
ôy
= 11é O. Assim existe uma vizinhança do ponto
ôy -ôF ôF ôF
(1,1,1) em U tal que y= y(x,z) e - (1,1) = - - (1,1,1) / -(1,1,1). Mas -;- (x,y,z) =
ôx ôx ôy c/x
)(1-z) ~ ôY (1 1) = O
[1-x(I-z)f ôx '
tl1JlX pF(K,L)-WKK-WL.L
(K,L) E9t:
onde F é uma função de produção do capital (K) e do trabalho (L). p é o preço de cada
unidade de capital e o salário por unidade de trabalho. Admitamos que a matriz hessiana de F
seja negativa definida em todo o seu dominio, que F seja de classe C 2 e admita uma solução
em 9t:+, para cada p> O, WK > O e WK > O eWL >0.
103
Solução: i) Fixados p > O, WK > O e WL > O temos que (K, L) será um ótimo para o problema
se, e somente se satisfaz as condições de primeira ordem2, isto é, se, e só se
ôF
P- ( K L)-
ôK'
w.:1: =0
ôF
P ôL (K, L) - Wr, =O
~\ ~\
iK a
e que ti= :t; O
~2 ~2
iK a
em g~\ (O) I g;\ (O). Como F é de classe C 2.
comodidade). Então
q:\ q:\
Fu
iK iL
= p2 = p 2 IH(F,(K,L))1 ' onde
q:2 ig2
iK iL Fn
H (F, (K, L)) é a hessiana de F no ponto (K, L). Segue da hipótese efetuada da matriz hessiana
de F ser negativa definida em todos os seus pontos de seu domínio que
IH(F,(K,L))I > O, 'r/(K,L) E9l~. Segue daí que ti = Ji I
H(F, (K, L))I > o. (Lembrando
que IH(F,(K, L))I = det H(F,(K, L))).
ü) Atendidas as hipóteses do item (i), sabemos pelo teorema da Função Implícita que
104
-I
õK õK agi agi agi agi
éNlK éNlL õK aL éNlK éNlL
=
ar. OI.. ag2 8g2 8g2 8g2
éNlK éNlL õK OI.. éNlK éNlL
aL -pFkL e
=>--=-- aL = pFkL
aWk Il aW L Il
3) Seja f(x) = a x 2 + bx + c trinômio do segundo grau tal que a:t; Oe Il = tl- 4ac> O. Neste
caso existem r, r2 e 9l raízes deste trinômio. Mostre que é possível tomar 1\ em função de a, b
ar ar
e ce calcule ~ ,~ e
ar~. Faça o mesmo para li.
~ =- : I: I(a.b.c.rl) = - rl
2
/ (2arl + b)
: =- : I: I(a.b.c.rl) = - r} / (2ar} + b)
arac - - agias
l _
ac at I (a.b.c.rl ) -
- -
1/
/(2ar} + b)
105
Exercícios propostos - seção 6
r = L(r,y) (1)
y = C(y)+I(M)+G+H(y,E) (2)
H(y,E)+K(r) = O (3)
Variáveis endógenas: r, y, Eo
a) Estipule condições suficientes para que o modelo permita a determinação das funções:
r= r(M,G)
y=){M,G)
E= E(M,G)
c) Substitua H...h, li) por -K(r) na equação (2). Como você faria para determinar graficamente
os sinais de :~, Z' ! !? e Isto seria possível, uma vez satisfeitas as condições por
obs: L = aLo H = oH o T = oL o H = oH
y oy' Y oy'.A.ot ar' E oE
2) Considere o sistema de equações de equih'brio
y-Q,y-R) -/(r)-G=O
M-y'M,jJ=O
{
R=R+ty
mB- y'r, jJ = °
{ y-t{y- R)- I(M)- G=O
106
4) Seja f: 91 3 ~ 91 definida por f(x, y, Z) = i - xy- y- z Dada a superficie de nível zero de f,
ela é o gráfico de alguma função numa vizinhança do ponto (O,O,O)?
6) Seja w(s) uma função crescente dos juros que mede o custo de bem estar para a sociedade
de ter uma taxa de juros nominal r > O, ao invés de uma taxa nominal de juros nula. w (r) pode
ser definida (Lucas, 1993) sob a forma
onde U(c,m) mede a utilidade quando o consumo é c e total de encaixes reais m( r) (m'{ r) < O) .
m(O) representa a liquedez real quando a taxa de juros é nula. A fórmula acima define o custo
de bem estar de uma taxa nominal de juros r com o consumo adicional (w{ r )) com o qual se
deve premiar a sociedade para tomá-la indiferente entre uma taxa de juros nominal e uma taxa
de juros nominal nula.
107
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