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3o Trabalho - Polinômio de Taylor

Questão 1 Considere a função


Z x
3
f (x) = te−t dt
0

Infelizmente sabemos não ser possı́vel obter uma expressão analı́tica para esta integral.
Porém podemos definir o Polinômio de Taylor associada a esta integral para estimarmos
o valor desta integral e o erro desta estimativa.
a) Mostre que
x2 x5 x8 x11
f (x) ≈ − + −
2 5 16 66
perto de x0 = 0. Para isto

(a) determine o Polinômio de Taylor de grau 3 associada ao polinômio de ex perto de


x0 = 0 e substitua o x por −t3 ;
(b) multiplique o polinômio anterior por t. Observe que o polinômio obtido é o mesmo
3
que terı́amos determinado diretamente da expressão te−t perto de t0 = 0;
(c) Integre e obtenha a expressão acima;
b) Estimar o erro em usar esta fórmula para calcular f (0, 3) e f (0, 5).

Questão 2 Se uma onda de água com comprimento L se mover com velocidade v ao longo
de um corpo de água com profundidade d, como na figura, então 1
 
2 gL 2πd
v = tanh
2π L

q
gL
1. Se a água for profunda, mostre que v ≈ 2π

2. Se a água for rasa, use a série de Taylor de tanh para mostrar que v ≈ gd (veja a
tabela de Polinômios da continuação da Atividade 9 - Polinômio de Taylor). Assim,
em águas rasas a velocidade de uma onda tende a ser independente da comprimento
da onda.

1
Vide equações de Saint-Venant e propagação das ondas marı́timas e dos tsunami.
(www.if.uf rgs.br/ ∼ lang/T extos/Ondas tsunami.pdf ).

1
Questão 3 Na teoria da relatividade especial de Einstein a massa de um objeto se movendo
a uma velocidade v é:
m0
m(v) = p
1 − v 2 /c2
onde:

ˆ m0 é a massa de repouso do objeto;


ˆ c é a velocidade da luz.

A energia cinética do objeto é a diferença entre sua energia total e sua energia em repouso:

K(v) = m(v)c2 − m0 c2 .

1. Mostre que quando v é muito pequeno em comparação com c, a expressão para K(v)
concorda com a fı́sica clássica de Newton:
1
K(v) u m0 v 2 .
2

2. Use a desigualdade de Taylor para estimar a diferença entre as expressões para K


quando |v| ≤ 100m/s.

Questão 4 Temos uma aplicação importante da aproximação por polinômios de Taylor na


ótica. A figura abaixo mostra uma onda de uma fonte pontual S encontrando uma interface
esférica de raio R centrada em C. O raio SA é refratado em direção a P .

2
Usando o princı́pio de Fermat de que a luz viaja de modo a minimizar o tempo de percurso,
podemos deduzir2 a equação
 
n1 n2 1 n2 si n1 so
+ = − (1)
l0 li R li l0

onde:

1. n1 e n2 são ı́ndices de refração.

2. lo , li , so , e si são as distâncias indicadas na figura.

Pela Lei dos cossenos, aplicada aos triângulos ACS e ACP , temos:
p
lo = R2 + (so + R)2 − 2R(so + R) cos φ (2)
p
li = R2 + (si − R)2 + 2R(si − R) cos φ

Como a equação (1) é difı́cil para se trabalhar, Gauss, em 1841, a simplificou usando a
aproximação linear cos φ = 1 para valores pequenos de φ. Isto equivale a usar o polinômio
de Taylor de grau 1. Mostre que neste caso a equação (1) se torna
n1 n2 n2 − n1
+ = . (3)
l0 li R
A teoria óptica resultante é conhecida como óptica de Gauss, ou óptica de primeira ordem,
e se tornou a ferramenta teórica básica usada para desenhar lentes.

Uma teoria mais precisa é obtida aproximando cos φ por seu polinômio de Taylor
de grau 3 (que é o mesmo que o polinômio de Taylor de grau 2). Ela leva em consideração
raios para os quais φ não é tão pequeno, isto é, raios que atingem a superfı́cie a distâncias
h maiores acima do eixo. Essa aproximação permite deduzir uma equação mais precisa que
a equação (3). Mostre que se cos φ é substituı́do pelo seu polinómio de Taylor de terceiro
grau na equação (2), então a equação (3) torna-se
"  2  2 #
n1 n2 n2 − n1 n 1 1 1 n 2 1 1
+ = + h2 + + − . (4)
l0 li R 2so so R 2si R si

A teoria óptica resultante é conhecida como ótica de terceira ordem.

Sugestão: Use os dois primeiros termos da série binomial para lo−1 e li−1 e que φ ≈ cos φ.

2
Optics, 4 ed., de Eugene Hecht, São Francisco: Addison- Wesley, 2002, p. 153.

3
Questão 5 Qualquer objeto emite radiação quando aquecidos. Um corpo negro é um sis-
tema que absorve toda a radiação que incide sobre ele. Por exemplo, uma superfı́cie preta
não brilhante ou uma grande cavidade com um pequeno furo em sua parede (como um alto-
forno) é um corpo negro e emite radiação de corpo negro. Mesmo a radiação do Sol está
perto de ser considerada radiação de corpo negro. Proposta no final do século 19, a Lei de
Rayleigh-Jeans expressa a densidade de energia de radiação de corpo negro de comprimento
de onda λ como
8πkT
f (λ) =
λ4
onde λ é medido em metros, T é a temperatura em graus kelvin e k é é a constante de Boltz-
mann. A Lei de Rayleigh-Jeans concorda com medidas experimentais para comprimentos de
onda longos, mas discorda drasticamente para comprimentos de onda curtos. [Esta lei prevê
que, quando λ → 0+ , f (λ) → ∞ mas as experiências mostram que na verdade f (λ) → 0.]
Este fato é conhecido como a catástrofe ultravioleta.

Em 1900, Max Planck encontrado um modelo melhor (agora conhecido como Lei de
Planck) para radiação do corpo negro:
8πkcλ−5
f (λ) = hc
e λkT − 1
onde λ é medido em metros, T é a temperatura (em kelvins), e

ˆ h = constante de Planck = 6, 6262 × 10−34 J.s


ˆ c = velocidade da luz = 2, 997925 × 108 m/s
ˆ k = constante de Boltzmann = 1, 3807 × 10−23 J/K

a) Use regra de L’Hospital para mostrar que


lim f (λ) = 0 e lim f (λ) = 0
λ→0+ λ→∞

para a lei de Planck. Portanto, esta lei pode modelar a radiação de corpo negro melhor
do que a Lei de Rayleigh-Jeans para comprimentos de onda mais curtos.
b) Use um polinômio Taylor para mostrar que, para comprimentos de onda longos, a Lei de
Planck fornece aproximadamente os mesmos valores que a Lei de Rayleigh-Jeans.
c) Faça o gráfico como dado pora ambas as leis na mesma tela e comente as semelhanças
e as diferenças. Use T = 5.700K (a temperatura do Sol). (Você pode mudar de metros
para a unidade mais conveniente de micrômetros: 1µm= 10−6 m.)
d) Use o gráfico anterior para estimar o valor de λ para o qual f (λ) é máximo na Lei de
Planck.
e) Investigar como o gráfico de f muda quando T varia. (Use a Lei de Planck.) Em
particular, trace para as estrelas de Betelgeuse (T = 3.400K), Procyon (T = 6.400K)
e Sirius (T = 9.200K), bem como para o Sol. Como é que a radiação total emitida (a
área sob a curva) varia de acordo com T ? Use o gráfico para comentar por que Sirius é
conhecido como uma estrela azul e Betelgeuse como uma estrela vermelha.

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