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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS

DEPARTAMENTO DE FÍSICA

LABORATORIO DE FISICA II

Pêndulo Harmônico Simples

Artur Bon Seabra RA:100866

Lucas Dos Santos Umeoka RA:99891

Pedro Haerter Pinto RA:100852

TURMA: 034 PROFESSOR: GUSTAVO SANGUINO DIAS

Maringá, 2016

RESUMO
Este trabalho apresenta e interpreta dados obtidos durante a realização do
experimento de pêndulo simples no laboratório de física. Com o objetivo de estudar
as relações entre o comprimento da corda, a massa do pêndulo, o ângulo de
lançamento e o período do mesmo e assim poder encontrar a fórmula que descreve
esse último item. Sendo utilizado um peso preso a um fio quase inelástico como
pêndulo e um cronômetro manual para aferição do tempo. Com os dados coletados
foi encontrado que o período é igual a dois π multiplicado pela raiz do quociente
entre o comprimento do fio e a gravidade local, o que também pode auxiliar a
descobrir qual a gravidade de um certo local utilizando um pêndulo simples.
1 INTRODUÇÃO

Os movimentos descritos pela física são de grande utilidade para a sociedade


atual, sempre auxiliando com novas descobertas que podem ajudar a resolver
problemas ou otimizar processos já conhecidos, os aprimorando ou deixando mais
preciso e como por exemplo os relógios de pêndulo e a medição precisa da
aceleração da gravidade. Galileu Galilei foi o primeiro a estudar os movimentos
pendulares ainda durante o Séc XVI. O movimento periódico é caracterizado pela
grandeza período, geralmente representada por T, que é o tempo em que se leva
para completar um ciclo completo quando em intervalos iguais de tempo sua posição
se repete, e o movimento oscilatório é descrito por um corpo que oscila em torno de
uma posição de equilíbrio, a taxa com que ele faz isso é denominada frequência,
sendo esta o inverso do período é representada por f. Ao unir-se os dois conceitos
tem-se o movimento harmônico que na sua forma mais simples é representado pela
equação θ(t)= Acos( ω t+ ϕ), onde A é a amplitude máxima do pêndulo, ω a
frequência angular e ϕ sua fase inicial, e quando esses valores se mantêm
constantes é descrito o movimento harmônico simples.

2 OBJETIVOS

Objetivo Geral

- Realizar o experimento de pêndulo harmônico simples.

Objetivos Específicos

- Verificar a dependência entre os elementos do experimento;


- Obter experimentalmente a equação geral do pêndulo para o período
de um pêndulo simples para pequenas amplitudes;
- Determinar a aceleração local da gravidade.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Uma partícula que se move repetidamente de um lado para o outro sempre


passando pela origem em um eixo x, pode ser classificado como um movimento
oscilatório simples, (como mostra a figura 1).
Figura 1.

O pêndulo simples basicamente é um corpo acoplado em um fio sem massa e


inextensível de comprimento L (como mostra a figura 2).

figura 2.

Quando elevamos o corpo, afastando-o do estado de equilíbrio, a linha


vertical que passa pelo ponto Q e coincide com o eixo y em nosso sistema de
coordenadas, a força Peso (P=m.g) que é proporcionada graças a atração
gravitacional exercida pela Terra, que antes estava se igualando a força de Tração
ou Tensão, exercida pelo fio, ou seja, estava em um só eixo, acaba sendo
substituída por suas componentes ortogonais P1 e P2. P1 é a componente da força
peso que está paralela a direção definida do fio, já P2 é a componente da força peso
que está perpendicular à direção do fio. Em módulo temos:

P1 = m.g.cos (θ) e P2 = m.g. Sen(θ)

Com isso podemos notar que as forças que atuam no corpo são a força peso
e a força tração, a partir disso quando liberamos o corpo, ele irá oscilar em uma
determinada amplitude A, variando de –A até A, sempre passando pelo estado de
equilíbrio. Se a amplitude que a partícula realizar for muito menor do que o
comprimento do fio (A<<L), podemos dizer que o movimento que descreve o
pêndulo harmônico simples é o movimento oscilatório simples.

Analisando o sistema e utilizando da segunda lei de newton, como a massa é

constante podemos usar ⃗


F =m . ⃗a, como a força P1 está paralela à direção do fio, ela

será anulada pela força de Tração, portanto a única força que trará movimento ao
pêndulo é a força P2 . Então temos que:

F = m.g. Sen(θ) (1)

No entanto, o ângulo θ , expresso em radianos, por definição é dado pelo


quociente do arco descrito pelo ângulo e o raio de aplicação do mesmo, mostrado
pela fórmula abaixo:

C
C = R.θ → θ= R

Onde C é o arco descrito pelo ângulo e R o seu raio .

Aplicando esta fórmula em nosso experimento temos que θ é o quociente do


arco descrito pelo ângulo que iremos chamar de x, e seu raio que neste caso é o
comprimento do fio, ou seja, L. Portanto temos que:

x
θ=
L

Substituindo na equação (1) obtemos que:

x
F = m.g. Sen( L ) (2)
Analisando esta fórmula podemos notar que para ângulos grandes o pêndulo
π
não realiza um movimento harmônico simples, porém para ângulos pequenos, θ= ≥
8
rad, o valor do seno do ângulo é igual ao próprio valor do ângulo, portanto, temos que:

Sen(θ)=θ

Então neste caso podemos reescrever a equação (2) desta forma:

x x
F = m.g. Sen( )→ F = m.g.
L L

Sendo assim, para ângulos pequenos o pêndulo simples demonstra o


movimento harmônico simples.

Para este caso, o período (T) é dado como:

T = 2. π .√ ❑

Simplificando a equação temos que o período do pêndulo simples é definido


por:

T = 2 π .√❑. → T = 2. π .√❑

Portanto, analisando esta equação, podemos notar que o período do pêndulo


simples é diretamente proporcional ao comprimento do fio e inversamente
proporcional a ação da gravidade. Como a Frequência (f) é o inverso do Período
temos que:

1
f=

.√❑

4 DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL

4.1 Materiais utilizados:

- 2 metros de fio;

- 1 massa pendular;
- 1 cronômetro manual;

- 1 transferidor;

- Suporte na parede.

4.2 Montagem Experimental:

Um fio de comprimento L é fixado a um suporte fixo na parede e a massa m é


presa na ponta livre.E para melhor resultados é recomendado a utilização de um
ângulo entre a posição de equilíbrio e a posição de lançamento de no máximo 15º.

4.3 Descrição do Experimento:

Soltando o pêndulo em sua posição de equilíbrio foi utilizado uma trena para
medir a distância entre o ponto a ser fixado e o centro de massa da ponta do
pêndulo, ajustando a distância inicialmente para aproximadamente 1.75 metros e
então fixando o fio no suporte para evitar erros de medição. Após isso o pêndulo foi
levado para o posição de 7º com a posição de equilíbrio e então foi solto e iniciou-se
a contagem do tempo no cronômetro, deixando o pêndulo realizar 10 oscilações e
então anotando o tempo na tabela 1, sendo realizada a medida 3 vezes para cada
comprimento de fio.Após aferir-se 3 vezes o tempo, a distância entre o centro de
massa e o ponto fixado foi alterada para aproximadamente 1.55 metros e então
repetiu-se as três medidas de tempo com 10 oscilações e 7º com a posição de
equilíbrio, e assim repetindo os passos para as distâncias de 1.35 metros,1.15
metros,1.00 metros e 0.95 metros, e anotando os valores de tempo obtidos na tabela
1.

4.4 Dados obtidos experimentalmente:

Tabela 1: Dados obtidos individualmente pelo nosso grupo


L(cm) t1 t2 t3 t T(s)

95 19,15 19,25 19,22 19,20 1,92

100 19,60 19,87 19,72 19,76 1,98

115 21,35 21,12 21,41 21,30 2,13

135 23,25 23,00 23,12 23,12 2,31

155 24,75 27,92 24,75 24,81 2,48

175 26,06 26,15 26,12 26,11 2,61

Tabela 2:Dados obtidos por todas as equipes da sala já ajustados

L(cm) T(s)

80 1,82

85 1,83

90 1,89

95 1,92

100 2,03

100 1,98

100 2,00

100 1,98

105 2,04

110 2,06

115 2,13

120 2,20

125 2,24

130 2,25

135 2,31

140 2,35
145 2,38

150 2,42

155 2,48

160 2,55

165 2,56

170 2,58

175 2,61

180 2,70

4.5 Interpretação dos resultados

A partir dos dados de toda a sala foi encontrado que o período é proporcional
ao comprimento do fio elevado a alguma potência.

n ❑
T α L❑ ❑
Logo, T =CL ❑n,o período é igual a uma constante multiplicando o comprimento da
corda sendo elevado a uma potência desconhecida n.Aplicando Log em ambos os
lados da equação para encontrar o valor de C e de n através do gráfico Log-Log, é
obtida a equação log ❑10 T =log ❑10 C+ nLog❑10 Le gerado o gráfico 1, que tem o
comportamento de uma reta com coeficiente linear dado por log❑10 C e o coeficiente
angular dado por n. Assim com o gráfico plotado e feito o ajuste linear na escala
Log-Log é encontrado que a reta tem inclinação de aproximadamente 0.5, logo tem-
se que n ≈ 0.5 ∨1/2 e para encontrar o valor de C é necessário zerar log ❑10 L e para
isso encontrar o ponto onde o mesmo é igual a 1 ou uma potência de 10 e qual o
valor resultante em log ❑10 T , assim será obtido diretamente o valor de log ❑10 C ,
assim C ≈ 2.

Gráfico 1,período (T) em segundos versus comprimento do fio (L) em


centímetros em escala Log-Log, confeccionado com os dados da Tabela 2.

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS


Com a realização foi possível observar que a massa utilizada não influencia
no resultado, assim como para θ ≤ 15º tem-se que o ângulo inicial não influencia nos
resultados, esses que foram obtidos desconsiderando a resistência do ar, sendo o
atraso de resposta entre soltar o pêndulo e marcar o tempo como uma das principais
causas dos erros no experimento. Deve-se notar que se feito um gráfico tradicional
com os valores da tabela, pode-se obter algo que aparente ser linear, porém este se
representa a parte final de um gráfico de radiciação como no exemplo do Gráfico 2.
Assim após fazer fazer o gráfico utilizando a escala Log-Log é possível encontrar
que o coeficiente angular da reta é aproximadamente 0.5 e este representa o valor
da potência da variável no eixo X, assim tem-se que L❑0.5= √ ❑.

Gráfico 2

E com esse dado pode-se confirmar a equação T =2 π √ ❑,e ainda é possível calcular
4 Lπ ²
a gravidade aproximada local, sendo obtida alterando a fórmula para g= , e
T

utilizando os valores obtidos na tabela 2 é obtido que g❑local ≈ π ²=9.87
6 CONCLUSÃO

Após realizado o experimento e feito algumas análises é possível observar


que o movimento harmônico simples é descrito por uma função que oscila no tempo
e quanto maior o comprimento do fio maior será o tempo do período, com uma
relação de radiciação, assim quando o comprimento da corda tende ao infinito, o
período será igual ao comprimento L. Sendo ainda possível utilizar os dados obtidos
para calcular a aceleração gravitacional local.

7 BIBLIOGRAFIA

H. Mukai e P. R. G. Fernal'ides - Manual de Física 1 - Universidade Estadual de


Maringá,82-85,2013

Halliday, David. 1916 - Fundamentos de Física, volume 2: gravitação, ondas e


termodinâmica/ Halliday, Resnick, Jearl Walker; tradução e revisão técnica Ronaldo
Sérgio de Biasi. - Rio de Janeiro: LTC, 2009.

Pêndulo Simples - Grupo de ensino de Física da Universidade Federal de Santa


Maria. Disponível em: <http://coral.ufsm.br/gef/MHS/mhs05.pdf> Acesso em:
29/09/2016 às 14hrs:45min.

Moysés Nussenzveig, H. 2014 - Curso de Física Básica, volume 2: Fluidos,


Oscilações e Ondas, Calor/ Moysés Nussenzveig, H. - Blucher: 2014.

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