Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Medições de Grandezas Básicas
a) Temas programáticos:
● Medições de tempo e raios de objectos esféricos.
● Erros das Medições.
b) Objectivo:
Executar medições do tempo e raios de curvatura utilizando meios com
resoluções adequadas:
● Determinar o raio de curvatura de três vidros de relógio utilizando
um esferómetro e analizar os erros presentes nas medições.
● Determinar o período de um pêndulo utilizando uma barreira de
luz.
● Deduzir o valor da constante gravítica g a partir do período e
analisar os erros.
c) Aplicações nas engenharias
Cada engenharia trata e utiliza grandezas mecânicas como
comprimento, massa e tempo. Nos projectos das engenharias
utilizam-se valores dessas grandezas, obtidos a partir de medições e os
seus erros ou incertezas, em unidades SI.
d) Conhecimentos necessários:
Unidades SI, erros de medição, erro estatístico, erro sistemático, lei de
propagação dos erros, resolução de instrumentos de medição, Leis de
Newton, pêndulo simples e funcionamento de um esferómetro
e) Literatura para consultar
● Tipler, P. Mosca, G. Física. 5. Ed., Vol.1. Rio de Janeiro: LTC, 2006,
p.3 - 17
● Halliday, D.; Resnick, R.; Walker, J. Fundamentos de Física. 7. Ed.,
vol 1; Rio de Janeiro: LTC, 2006, p.2 - 13
f) Teoria
● Esferómetro:
1
l Fig. a: Esferómetro
O esferómetro permite a determinação do raio de uma superfície esférica.
Figura b: Considerações geométricas no esferómetro
Teorema de Pitágoras:
⇒
(1)
(O valor de a depende das posições dos pontos de apoio e será indicado no
laboratório)
Assim o raio R pode ser determinado medindo a altura h com um comparador.
A resolução do instrumento na medição de h é um centésimo de milímetro.
● Pêndulo simples:
A estrutura de um pêndulo simples é mostrada na figura c. Está formado por
um fio longo, inextensível, de massa desprezível, fixo a um suporte num extremo
e a uma pequena esfera no outro extremo.
2
Nessa figura, ℓ = comprimento do pêndulo, m = massa da esfera, = força
gravítica (peso).
Da geometria da figura temos: (2)
Aplicando a Segunda Lei de Newton, temos: (3)
Para ϕ é pequeno (ϕ <~ 15º) podemos supor: ℓ · senϕ ≈ ℓ· ϕ ≈ s (4)
Das equações (2), (3) e (4) obtemos:
ou, (5)
Este equação, chamada de “equação diferencial” é completamente
análoga da equação obtida para o movimento harmónico simples do sistema
corpo - mola. A solução é:
ϕ(t) = A · sen (ω t), (6)
onde A e ω são constantes. Aqui o ângulo ϕ é medido em radianos e ω é a
frequência angular e pode ser determinada substituindo a equação (6) na
equação (5), ou seja:
Daí, (7)
Lembrando que ω = 2π /T, obtemos
(8)
3
Ou, isolando T, (9)
A constante A das condições iniciais do movimento, em particular da
velocidade e posição inicial da esfera.
g) Montagem da experiência e o equipamento utilizado:
Figura d: Esferómetro,
pêndulo e barreira de luz.
O outro aparelho na
figura é a fonte da
barreira de luz.
O equipamento é
montado de acordo
com a figura d. O
valor do período T do
pendulo é medido
utilizando uma
barreira de luz, cujo
funcionamento será
explicado no
laboratório. Utilize esse
instrumento no modo
. Assim, o valor de
T pode ser lido
directamente na tela. Para aumentar a resolução pode-se utilizar um
“contador digital”, mas esse instrumento não será utilizado na presente
experiência.
h) Procedimento experimental
1) Começa medindo a distância h em várias posições diferentes dos vidros
de relógio para ver se as variações são maiores do que a resolução do
instrumento (0,01 mm). Se não fossem maiores, quer dizer, se obtém o
mesmo valor nas diferentes posições, tome o valor medido de h e
considere como erro da medição simplesmente a resolução do
instrumento. Mas se fossem maiores, meça dez vezes essa grandeza,
calcule o valor médio, o desvio padrão e o erro da média e finalmente
determine a raio do vidro pela equação (1). Calcule o erro do raio a
partir da propagação dos erros na equação (1), levando em conta que
4
a valor a vem dado directamente pelo fabricante e vamos considera-lo
com um erro desprezível, como se fosse uma constante. Repita o
procedimento para os demais vidros. Junte os valores numa tabela.
2) Determine o valor T do período de movimento dum pêndulo simples
formado por uma esfera metálica fixa num extremo dum fio, cujo outro
extremo está fixo num suporte. Analise se as variações desse parâmetro
em medições sucessivas são maiores do que a resolução do instrumento
e proceda da mesma maneira que no exercício anterior para o cálculo
do erro na determinação do período. Considere a resolução do
instrumento igual a 0.001 segundo. Comece com uma distância
aproximada ℓ = 80cm e calcule o valor de g pela expressão (8). Para isso
use a fita métrica e fixe 80cm desde o extremo superior do fio até
aproximadamente o centro da esfera. Agora meça essa distância de
maneira mais exacta medindo, com a fita métrica, a distância do
extremo superior até o ponto onde o fio une-se à esfera. A essa
distância, some o raio da esfera obtido a partir da medição do seu
diâmetro com um paquímetro para obter assim o valor de ℓ a serem
utilizado na expressão (8). Considere como erro dessa medição a
resolução da fita métrica (1 mm = 0,001 m). Determine finalmente o erro
de g mediante propagação dos erros nessa expressão, levando em
conta os erros de T e de ℓ.
3) Repita as mediçoes de T com valores aproximados ℓ = 60cm, ℓ = 50cm e
ℓ = 40cm. Faza um gráfico de T versus ℓ1/2
usando os 4 pares de valores
medidos e calcule g da inclinação da recta segundo a expressão (9).
Compare os valores obtidos pelos dois métodos.