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Disciplina: Física Experimental I - turma A

Professor: Rafael Rocha da Silva

Experimento V:
Pêndulo Simples

Andrey Alcântara da Silva Oliveira


Gustavo Silva Costa
João Vitor Lemos Oliveira
Rebeca Natielle Rego Santos

6 de outubro de 2022
Vitória da Conquista
1. INTRODUÇÃO:

O presente relatório apresenta e discute os dados e resultados obtidos na


experimentação feita acerca do pêndulo simples. Em resumo, podemos definir a
execução de um pêndulo simples como a oscilação, em relação a um ponto fixo, de
um corpo com dimensões desprezíveis fixado a um fio de massa também
desprezível e inextensível, sendo tal, um sistema mecânico [2]. Trata-se de um
sistema simples que demonstra a ação de um movimento harmônico simples. Para
a realização de cálculos acerca desse sistema não há presença de nenhuma força
dissipativa que interfira nas componentes do sistema, como atrito ou arraste. Dessa
forma, o movimento oscilatório que define o sistema só ocorre devido a ação da
força peso, e da tração decorrente do fio anteriormente citado [1].

Imagem 1: Esquema do pêndulo simples, no qual L é o comprimento do fio, mg o peso do


corpo θ o ângulo de deflexão do pêndulo em relação a vertical.

A força que permite a existência do movimento oscilatório é chamada de


centrípeta. Ela surge como resultante em relação a força peso e a tração, que não
se anulam devido a não existência de equilíbrio no sistema como geral. Além dessa
força, há ainda uma força restauradora que atua devido ao fio acoplado a um ponto
de referência e equilíbrio, tal força é pendular a componente horizontal do peso [2].

Portanto, considerando as forças anteriormente citadas, força peso, tração e


força restauradora, surge a equação para o sistema do pêndulo simples:

𝐹𝑥 = − 𝑃𝑥 (1)

Observa-se que a força restauradora possui sinal negativo, a priori, sendo


inversa a componente da força inicial.
Desenvolvendo a equação temos:

𝑚𝑎𝑥 = − 𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛θ (2)

Como,

2
𝑑 𝑥
𝑎 = 2 (3)
𝑑𝑡

𝑥 = 𝐿 * θ (4)

Temos:

2
𝑑 (θ) 𝑔
2 + 𝐿
𝑠𝑒𝑛θ = 0 (5)
𝑑𝑡

Tal equação ainda pode ser simplificada uma vez que o deslocamento
angular do pêndulo em relação a vertical seja inferior a 15º, ou seja, θ < 15º. Dessa
forma, senθ ≈ θ. Logo:

2
𝑑 (θ) 𝑔
2 + 𝐿
θ = 0 (6)
𝑑𝑡

2. OBJETIVOS:

O experimento realizado tem como objetivo geral a demonstração da prática


da realização de medidas e a sua adequação para a obtenção de resultados
experimentais coerentes e suas incertezas.

Os objetivos específicos desta prática experimental são:


1. Compreender como se dá o movimento de um pêndulo, a partir dos
conceitos físicos;
2. Determinar a dependência entre o período de oscilação e o seu
comprimento durante o movimento oscilatório.
3. MATERIAIS E MÉTODOS:

As imagens abaixo mostram os aparelhos e corpos utilizados durante o processo


experimental:

(1) Instrumento de suporte e medição: instrumento de medição acoplado com régua de


marcadores, haste de sustentação e suporte para o encaixe dos corpos analisados, nesse caso, o
pêndulo.

(2) Transferidor: instrumento utilizado para medir o ângulo no qual o corpo será abandonado.

(3) Corpo de metal: corpo fixado no instrumento de medição por meio de uma linha, formando um
pêndulo para realização do experimento.
Para a realização do experimento foram utilizados os materiais e corpos
anteriormente citados. O aparato foi montado a partir do instrumento de suporte e
medição (1), no qual fixou-se um fio inextensível acoplado a um corpo de metal de
massa desprezível. Inicialmente, é estabelecido um comprimento para o fio em
questão, utilizando-se a régua existente no instrumento. Tal fio foi posicionado, com
o auxílio do transferidor (2), a 10º em relação ao seu centro de posição
verticalmente. Na sequência o corpo era abandonado no mesmo instante que um
cronômetro era acionado, e se observa um movimento completo do pêndulo em
relação ao ponto de referência estabelecido, medindo-se o tempo de tal movimento.
Esta medida é realizada cinco vezes diferentes, anotando seus valores.
Posteriormente, o comprimento do fio é alterado mais nove vezes e novas cinco
medidas são feitas para cada um dos comprimentos, totalizando cinquenta
medições realizadas. Ao fim, com todas as medidas obtidas preenche-se a tabela
de dados e se soluciona as equações solicitadas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES:

4.1. Dados encontrados a partir do experimento:

Tabela 1: Dados coletados na experiência de pêndulo simples.

Pêndulo simples
L σ b em L Ângulo Período (s) T σa σb σc Resultado de T Resultado de T²
MEDIDAS (m) (m) (°) T1 T2 T3 T4 T5 (s) (s) (s) (s) (s) (s²)
L1 0,210 0,0005 10 0,37 0,58 0,93 0,87 0,91 0,87 0,25 0,005 0,25 (0,87 ± 0,25) (0,76 ± 0,44)
L2 0,260 0,0005 10 0,94 0,71 0,87 0,97 0,96 0,94 0,11 0,005 0,11 (0,94 ± 0,11) (0,88 ± 0,21)
L3 0,265 0,0005 10 1,00 0,88 1,07 0,88 1,09 1,00 0,10 0,005 0,11 (1,00 ± 0,11) (1,00 ± 0,21)
L4 0,380 0,0005 10 1,15 1,13 1,08 1,09 1,08 1,09 0,03 0,005 0,04 (1,09 ± 0,04) (1,19 ± 0,08)
L5 0,040 0,0005 10 0,47 0,45 0,49 0,47 0,55 0,47 0,04 0,005 0,04 (0,47 ± 0,04) (0,22 ± 0,04)
L6 0,085 0,0005 10 0,65 0,73 0,54 0,55 0,57 0,57 0,08 0,005 0,09 (0,57 ± 0,09) (0,32 ± 0,10)
L7 0,101 0,0005 10 0,58 0,69 0,59 0,68 0,72 0,68 0,06 0,005 0,07 (0,68 ± 0,07) (0,46 ± 0,09)
L8 0,110 0,0005 10 0,67 0,71 0,73 0,72 0,66 0,71 0,03 0,005 0,04 (0,71 ± 0,04) (0,50 ± 0,05)
L9 0,140 0,0005 10 0,77 0,77 0,78 0,77 0,85 0,77 0,03 0,005 0,04 (0,77 ± 0,04) (0,59 ± 0,06)
L10 0,145 0,0005 10 0,81 0,82 0,68 0,82 0,79 0,81 0,06 0,005 0,06 (0,81 ± 0,06) (0,66 ± 0,10)
4.2. Equações:

A princípio foi utilizada a equação (7) para encontrar as médias dos tempos,
que foram coletados no experimento VI.

( )
𝑛
1
𝑇= 𝑛
∑ = 𝑇𝑖 (7)
𝑖=1

Onde: 𝑇 é a média e 𝑛 é a quantidade de medidas coletadas.


Após a obtenção das médias foi realizado o cálculo para encontrar o desvio
absoluto de cada medida, para isso foi utilizada a equação (8).

|∆𝑇𝑖| = |𝑇𝑖 − 𝑇| (8)

Onde: ∆𝑇𝑖 é a diferença obtida entre o 𝑇𝑖 que é a i-ésima medida e 𝑇 que é a

média obtida na equação (7).


Em seguida foi feito o cálculo para encontrar o desvio padrão, para isso foi
utilizada a equação (9).

𝑛
2
σ𝑥 =
1
(𝑛−1) (
∑ ∆𝑇𝑖
𝑖=1
) (9)

Onde: σ𝑥 é o desvio padrão da medida, 𝑛 é a quantidade de medidas

( )2 são os desvios de cada medida.


coletadas e o ∆𝑇𝑖

O erro randômico (σ𝐴) é igual o desvio padrão da medida, ou seja, o σ𝐴 é

igual o σ𝑥. Ele serve para medir o erro causado por pequenas perturbações que

ocorrem de forma aleatória.


( )
Já o erro do instrumento σ𝐵 foi obtido através da equação (10). Esse erro

ocorre devido ao limite de precisão do instrumento de medida.

𝑀
σ𝐵 = 2
(10)

Onde: σ𝐵 é o erro do instrumento e 𝑀 é a medida mínima do aparelho.

( )
O erro total σ𝐶 foi obtido a partir da equação (11). O erro total é a soma de

todos os erros.

σ𝐶 = σ𝐴 + σ𝐵 (11)

Para encontrar o tempo ao quadrado, foi elevado a média obtida na equação

(7) ao quadrado.
2
E para achar o erro de 𝑇 , foi feita a equação (12).

σ 2 = 2𝑇 · σ𝐶 (12)
𝑇

2
Onde: σ 2 é o erro de 𝑇 e σ𝐶 é o erro total de 𝑇 obtido na equação (11).
𝑇
4.3. Discussão:

1) Utilizando os dados da Tabela 1, construa o gráfico de L x T².


R:

2. Comente o que você espera obter e compare sua expectativa com o


resultado obtido.
R: Esperava-se uma reta, com todos ou a maioria dos pontos de dados
pertencentes ou tangenciando tal reta. Como houve erro considerável nas medidas,
poucos pontos de dados fizeram parte da reta de tendência.

3. Determine graficamente o valor do coeficiente angular.


R: Como a equação da reta se dá por 𝑦(𝑥) = 𝑚𝑥 + 𝑏, onde 𝑚 é o coeficiente
angular da reta, e a equação da linha de tendência é 𝑦(𝑥) = 0, 336𝑥 − 0, 0479, o
coeficiente angular é igual a 0,366.
4. Determine, a partir deste coeficiente angular, o valor da aceleração da
gravidade, e compare-a com o valor teórico de g = 9,78 m/s².
2 2
2 4π ·𝐿 4π ·𝐿
R: Isolando a gravidade em 𝑇 = 𝑔
; temos 𝑔= 2 ; sabemos que
𝑇

𝐿 2
2 é o próprio coeficiente angular, temos então que 𝑔 = 4π · 𝑚.
𝑇

m: 0,336
g experimental: 13,265
g teórico: 9,780
experimental/teórico: 1,356

Como se pode observar, há uma grande diferença entre o valor teórico de g e o


valor obtido a partir do experimento. Isso se dá devido à combinação de vários
erros, principalmente o erro da medida dos ângulos, de L, e do período.

5) O que você pode concluir em relação a dependência funcional de T com L?


R: Eles são diretamente proporcionais, ou seja, quando um aumenta, o outro

aumenta, quando um diminui, o outro diminui.


5. CONCLUSÃO:

Durante a realização do experimento obteve-se conhecimento acerca do


estudo do movimento de um pêndulo simples, um dispositivo que consiste num
corpo preso a um fio, ambos de massas desprezíveis que varia em torno de um
ponto fixo dando a alternância entre o período de oscilação e o seu comprimento.
Diante desse mecanismo e de seu movimento, ocorre o estudo das grandezas que
se encontram, bem como estabelecem relações entre si [2].
Para isso, foi observado o ângulo de lançamento, o comprimento do fio, o
período, o momento que um corpo era abandonado, e a relação com o movimento
oscilatório. Que consiste no movimento (ida e volta) que um corpo executa em torno
de uma certa posição que esteja em equilíbrio. Além disso, foi possível determinar a
aceleração a qual o objeto está sujeito e comparar com as medições do tempo
encontradas. E com a obtenção desses dados foi possível analisar uma avaliação
completa por meio da construção do gráfico e da tabela.
Pode-se concluir que a fórmula a qual foi utilizada no experimento foi
adequada para medir eventos com pequenos ângulos e cujo atrito com o ar é
desprezado. Pela relação do pêndulo com o movimento oscilatório, foi possível
concluir que a aproximação feita de um ângulo só foi válida para ângulos menores
que 15º graus. Por outro lado, foram essenciais a realização das dez medições
para os períodos na obtenção dos resultados. Devido ao pequeno problema com o
equipamento de pêndulo simples no laboratório, foi necessário utilizar um
instrumento de medição mais manual e suscetível a erros de manuseamento e
observação e outros materiais (cronômetro, régua, transferidor e um fio) para
concluirmos de fato nosso experimento. Com essa troca de equipamentos, foi
observado que o erro encontrado se deve ao manuseamento humano, afetando de
uma certa maneira na precisão dos resultados.
6. BIBLIOGRAFIA:

[1]. HALLYDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J., Fundamentos de Física 4: óptica e
física moderna. 7a. edição, Ltc, 2017.

[2]. H. Rafael; Pêndulo simples: o que é, como funciona, fórmula, disponível em:
<https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/pendulo-simples.htm>, acesso em
15/10/2022.

[3]. ANJOS, Talita Alves dos. "Movimento Oscilatório"; Brasil Escola, disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/fisica/movimento-oscilatorio.htm>, acesso em 19
de outubro de 2022.

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