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Universidade de Brasília

Campus Gama

Física 1 Experimental – 1/2022


(Laboratório de Física)
Prof. Eberth de Almeida Corrêa
Grupo 5
Lucas Heler Lopes - 202016800
Vitor Carvalho Pereira - 211062615

Relatório 3 - Segunda lei de Newton

1 INTRODUÇÃO

As três leis de Newton são as leis clássicas da mecânica, das quais focaremos na segunda parte para a
realização do presente relatório. A segunda lei de Newton afirma que “A variação de movimento é proporcional à
força motriz aplicada; e dá-se na direção da reta segundo a qual a força está aplicada”. Ao analisarmos e
simplificarmos essa fala, podemos dizer que a aceleração é proporcional a força resultante aplicada, que é
dependente do vetor de tal força.

Nos tempos atuais, a lei é expressa pela seguinte expressão:

𝐹𝑟 = 𝑚𝑎

Fr = Força resultante, m = massa, a = Aceleração

Fórmula 1: Força resultante

Onde a Força Resultante (N) é resultado da multiplicação da massa (kg) pela aceleração (m/s²). Ou seja, caso
não haja uma força resultante sobre o corpo, a aceleração também será nula, e o corpo continuará em inércia.

2 OBJETIVOS

Nesse relatório realizamos dois experimentos. No primeiro experimento buscamos compreender a


proporcionalidade na mudança da aceleração com base na mudança das forças atuantes sobre o carrinho. No
segundo experimento buscamos observar a proporcionalidade na mudança de aceleração com base na mudança de
uma força atuante sobre o carrinho.

3 APARATO EXPERIMENTAL

• 01 trilho 1,20±0.05 m;

• 01 cronômetro digital multifunções com fonte DC 12 V;

• 01 sensor fotoelétrico com suporte fixador;

• 01 eletroímã com bornes e haste;

• 01 fixador de eletroímã com manípulo;


• 01 chave liga-desliga;

• 01 Y de final de curso com roldana raiada;

• 01 suporte para massas aferidas 0.005±0.001 kg;

• 03 massa aferida 0.010±0.001 kg com furo central de ∅2,5 mm;

• 03 massas aferidas 0.020±0.001 kg com furo central de ∅2,5 mm;

• 01 cabo de ligação conjugado;

• 01 unidade de fluxo de ar;

• 01 cabo de força tripolar 1,5m;

• 01 mangueira aspirador 1,5”;

• 01 pino para carrinho para fixá-lo no eletroímã;

• 01 carrinho para trilho cor preta;

• 01 carrinho para trilho cor azul;

• 01 pino para carrinho para interrupção de sensor;

• 03 porcas borboletas;

• 04 manípulos de latão 13 mm;

• 01 pino para carrinho com gancho;

• 01 caneta para anotar;

• 01 caderno para anotações

4 PROCEDIMENTOS

Após montar todo o equipamento, as massas do carrinho, dos discos e do gancho foram aferidas com o uso de
uma balança digital de 0,001g de incerteza. No carrinho, que pesa 0,234±0.001kg, foram adicionados dois discos
de 0,020±0.001kg e dois de 0,010±0.001kg, totalizando 0,060±0.001kg, no gancho foi colocado 0,020±0.001kg.
Posicionamos o sensor fotoelétrico a 30 centímetros do pino central do carrinho. Zeramos o cronômetro e o
colocamos na F2, logo liberamos o carrinho e anotamos o seu tempo levado para ir de um ponto ao outro, fizemos
isso cinco vezes para podermos tirar a média. Repetimos o processo porém agora transferindo a massa de 0,010±
0.001kg do carrinho para o gancho, sempre mantendo a mesma massa total do sistema, fizemos isso
sistematicamente até completar a tabela.

Para a realização do segundo experimento que mostra a relação entre aceleração e massa também foi aferido as
massas assim como no experimento anterior. Colocamos duas massas de 0,020±0.001kg no gancho, posicionamos
o sensor fotoelétrico a 30 centímetros do pino central do carrinho. O carrinho que estava sem massa alguma foi
liberado e teve seu tempo anotado cinco vezes para obter uma média, após isso foram adicionados 0,020±
0.001kg(0,010±0.001kg de cada lado), esse processo de acrescentar massa ao carrinho deve ser repetido até
completar a tabela com o intuito de calcular a aceleração para cada um dos tempos médios obtidos.

5 DADOS EXPERIMENTAIS

5.1 Experimento 1(Relação entre força resultante e aceleração)

Durante a realização do experimento, foi coletado diversos valores, a cada 5 repetições, é deslocado um peso de
10 gramas do carrinho para o gancho, desses vários tempos obtidos calculou-se o tempo médio somando os
resultados e dividindo pelo número de tempos registrados. Depois, é calculado o valor médio e seu desvio padrão.
Diante desses dados obtém-se a seguinte tabela:

Tempo 1 (s) Tempo 2 (s) Tempo 3 (s) Tempo 4 (s) Tempo 5 (s)

0,872±0,01 0,735±0,01 0,654±0,01 0,596±0,01 0,553±0,01

0,872±0,01 0,736±0,01 0,654±0,01 0,596±0,01 0,558±0,01

0,868±0,01 0,737±0,01 0,656±0,01 0,596±0,01 0,557±0,01

0,871±0,01 0,737±0,01 0,656±0,01 0,593±0,01 0,558±0,01

0,871±0,01 0,737±0,01 0,657±0,01 0,593±0,01 0,558±0,01

Tabela 1 : Tempos, Primeiro experimento.

Como a distância do carrinho para o sensor fotoelétrico não se alterou e foi igual a 0,300±0,001(m) e os pesos
são deslocados a cada 5 medições de tempo, colocando pesos de 0,010±0,001(kg) no gancho e retirando os
mesmos do carrinho, até termos um total de 25 medições de tempo. O cálculo da média será aplicado a partir da
seguinte equação:

(x)

Fórmula 2. Equação do cálculo da média.

Onde N = número de dados

Os resultados são:
Média t1 (s) Média t2 (s) Média t3 (s) Média t4 (s) Média t5 (s)

0,871±0,01 0,736±0,01 0,655±0,01 0,595±0,01 0,557±0,02

Tabela 2: Média dos tempos

Calculando o desvio padrão das médias usaremos a seguinte fórmula:


Fórmula 3. Equação do desvio padrão dos tempos.

Onde, = desvio padrão

Onde será obtido o resultado para o erro aleatório:

Desvio Padrão de t1 (s) Desvio Padrão de t2 (s) Desvio Padrão de t3 (s) Desvio Padrão de t4 (s) Desvio Padrão de t5 (s)

0,001 0,001 0,001 0,001 0,002

Tabela 3: Desvio padrão dos tempos.

Então calculamos o desvio padrão da média, onde pegamos os resultados da Tabela 3 e dividimos pela raiz de
N(número de repetições - 5). Onde o resultado será:

Desvio Padrão da Desvio Padrão da Desvio Padrão da Desvio Padrão da Desvio Padrão da
média 1 (s) média 2 (s) média 3 (s) média 4 (s) média 5 (s)

0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

Tabela 4: Desvio padrão da média.

Após isso podemos calcular o erro absoluto, sendo resultado da soma entre o desvio padrão da média e o erro
instrumental(±0,001).

Erro absoluto de t1 (s) Erro absoluto de t2 (s) Erro absoluto de t3 (s) Erro absoluto de t4 (s) Erro absoluto de t5 (s)

0,01 0,01 0,01 0,01 0,02

Tabela 5: Erro Absoluto.

Agora que definimos o tempo, podemos calcular a aceleração. Usando a função horária do tempo,

Onde S = Espaço, S0 = Espaço inicial, v0 = velocidade inicial

Fórmula 4. Função horária do MRUV.


podemos simplificar e chegar na seguinte equação:

2𝑆
𝑎= 2
𝑡
Fórmula 5. Função horária do MRUV simplificada com aceleração isolada.

Isso resulta nas seguintes acelerações:

Aceleração em 1 (m/s²) Aceleração em t2 (m/s²) Aceleração em t3 (m/s²) Aceleração em t4 (m/s²) Aceleração em t5 (m/s²)

0,791±0,1 1,106±0,1 1,397±0,1 1,696±0,1 1,935±0,2

Tabela 6: Aceleração.

Para achar os erros, devemos primeiramente calcular a propagação do erro para o tempo e a propagação do erro
para o espaço. O espaço será o erro instrumental da régua(±0,05), já a propagação do erro para o tempo, temos t²,
que podemos aplicar a fórmula de potenciação para os quatro primeiros tempos:

𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑡1 = 𝑡1² = (𝑡1²)±(2𝑡 * 0, 01) =0, 758±0,02

𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑡2 = 𝑡2² = (𝑡2²)±(2𝑡 * 0, 01) = 0, 542±0,02

𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑡3 = 𝑡3² = (𝑡3²)±(2𝑡 * 0, 01) =0, 430±0,01

𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑡4 = 𝑡4² = (𝑡4²)±(2𝑡 * 0, 01) = 0, 354±0,01

𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑡5 = 𝑡5² = (𝑡5²)±(2𝑡 * 0, 02) = 0, 310±0,02

Tabela 7: Propagação de erros em potenciação aplicados aos tempos.

Onde agora podemos achar a propagação de erros na divisão do espaço pelo tempo, conforme a fórmula x,
função horária do MRUV simplificada com aceleração isolada.
2𝑆 2𝑆 1 2𝑆
𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑡²
= 𝑡²
±( 𝑡² * 𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑒𝑚 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 + (𝑡²)²
* 𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑒𝑚 𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎çã𝑜)

Formula 6: Propagação de erro na divisão do espaço pelo tempo

Repetindo isso para todos as acelerações temos a seguinte tabela:

Erros Aceleração em Erros Aceleração em Erros Aceleração em Erros Aceleração em Erros Aceleração em
t1(m/s²) t2(m/s²) t3(m/s²) t4(m/s²) t5(m/s²)

0,1 0,1 0,1 0,1 0,2

Tabela 8: Propagação de erro da aceleração


Agora, é possível calcular a força resultante do experimento, onde podemos usar a seguinte fórmula:

𝐹 = 𝑚. 𝑎

Fórmula 7: Força Resultante

No caso em questão, não consideramos a força de atrito. Aplicando essa fórmula sobre os nossos dados, temos
o seguinte resultado:

𝐹 = 𝑚 . 𝑎 = (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑟𝑟𝑖𝑛ℎ𝑜 + 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜 + 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑠𝑜𝑠) * 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜

𝐹1 = 𝑚 . 𝑎1 = 0, 248±0, 01

𝐹2 = 𝑚 . 𝑎2 = 0, 347±0, 01

𝐹3 = 𝑚 . 𝑎3 = 0, 439±0, 01

𝐹4 = 𝑚 . 𝑎4 = 0, 533±0, 01

𝐹5 = 𝑚 . 𝑎5 = 0, 608±0, 01

Tabela 9: Fórmulas da força resultante aplicadas

E após isso, é possível achar a Força resultante sobre aceleração, onde o resultado de todas as equações vão dar
a mesma.
𝐹1
𝐴1
= 0, 314±0, 01

𝐹2
𝐴2
= 0, 314±0, 01

𝐹3
𝐴3
= 0, 314±0, 01

𝐹4
𝐴4
= 0, 314±0, 01

𝐹5
𝐴5
= 0, 314±0, 01

Tabela 10: Força Resultante/Aceleração

E após isso, é possível achar a Força resultante sobre aceleração, onde o resultado de todas as equações vão dar
a mesma.

5.2 Experimento 1(Relação entre aceleração e massa)


Durante essa etapa do experimento, foi novamente coletado diversos valores, a cada 5 repetições, é adicionado
um peso de 20 gramas ao carrinho, desses vários tempos obtidos calculou-se o tempo médio somando os
resultados e dividindo pelo número de tempos registrados. Depois, é calculado o valor médio e seu desvio padrão.
Diante desses dados obtém-se a seguinte tabela:

Tempo 1 (s) Tempo 2 (s) Tempo 3 (s) Tempo 4 (s) Tempo 5 (s)

0,618±0,01 0,639±0,01 0,660±0,01 0,682±0,01 0,701±0,01

0,618±0,01 0,644±0,01 0,660±0,01 0,687±0,01 0,703±0,01

0,615±0,01 0,644±0,01 0,663±0,01 0,682±0,01 0,699±0,01

0,618±0,01 0,640±0,01 0,660±0,01 0,683±0,01 0,704±0,01

0,620±0,01 0,637±0,01 0,664±0,01 0,683±0,01 0,702±0,01

Tabela 10: Tempos

Como na primeira parte também calculamos a média dos tempos e o erro aleatório.

Média t1 (s) Média t2 (s) Média t3 (s) Média t4 (s) Média t5 (s)

0,618±0,02 0,641±0,02 0,661±0,02 0,683±0,02 0,702±0,02

Tabela 11: Média dos tempos

Após termos a média, calculamos o erro aleatório, o desvio padrão da média e depois calculamos o erro
absoluto, como demonstrado no início dos dados do primeiro experimento.

Desvio Padrão de t1 (s) Desvio Padrão de t2 (s) Desvio Padrão de t3 (s) Desvio Padrão de t4 (s) Desvio Padrão de t5 (s)

0,002 0,002 0,002 0,002 0,002

Tabela 12: Erro Aleatório, Desvio padrão dos tempos

Como no primeiro experimento, usaremos a fórmula da Função horária do MRUV simplificada para acharmos a
aceleração, já calculando seus erros no processo.

Aceleração em 1 (m/s²) Aceleração em t2 (m/s²) Aceleração em t3 (m/s²) Aceleração em t4 (m/s²) Aceleração em t5 (m/s²)

1,561±0,1 1,479±0,1 1,361±0,1 1,286±0,1 1,218±0,1

Tabela 11: Aceleração com erros


Agora podemos calcular a força resultante, igual a primeira parte do experimento. Usando a fórmula já citada

𝐹1 = 𝑚1 . 𝑎1 = 0, 365±0, 01

𝐹2 = 𝑚2 . 𝑎2 = 0, 376±0, 01

𝐹3 = 𝑚3 . 𝑎3 = 0, 373±0, 01

𝐹4 = 𝑚4 . 𝑎4 = 0, 378±0, 01

𝐹5 = 𝑚5 . 𝑎5 = 0, 382±0, 01

Tabela 13: Fórmulas da força resultante aplicadas

Onde a Força Resultante se dá a partir da multiplicação da massa com a aceleração (M * A)

6 ANÁLISE DE DADOS

Finalizando todos os procedimentos, anotou-se na tabela os valores dos tempos, tal como, foram calculados o
tempo médio, a aceleração,Fr/a e a M*a. Os erros observados nos resultados podem ser justificados pelos erros
durante o experimento, como a falta de exatidão das equipes durante a coleta dos dados, a falta de precisão dos
equipamentos utilizados, a força de atrito existente entre o carrinho e o trilho de ar, que mesmo minimizada, atua
no sistema, a força de resistência do a, além de possíveis erros no manuseio do equipamento. O acúmulo desses
erros ocasiona a propagação de erros, interferindo em todos os resultados subsequentes. Utilizando os dados
obtidos nas tabelas, é possível construir o seguinte gráfico.

Gráfico 1. Força Resultante em função da Aceleração


O gráfico do experimento nos permite mostrar as grandezas força resultante e aceleração são diretamente
proporcionais. Como F=m.a é uma função do 1º grau, o gráfico de intensidade (F) da força aplicada a um corpo,
em função de sua aceleração (a) é uma reta inclinada cuja inclinação ou coeficiente angular representa a massa do
corpo, que é uma constante de proporcionalidade. Assim, a força resultante que atua sobre um corpo é equivalente
ao produto de sua massa pela aceleração. Vale considerar que nesse experimento existem forças de atrito que não
estão sendo consideradas, podendo levar ao erro.

Na segunda parte do experimento, fica evidente que a força resultante sobre o carrinho é a mesma do produto
da massa pela aceleração, confirmando a Segunda Lei de Newton confirmando a relação entre as grandezas: força
resultante, massa e aceleração.

7 CONCLUSÃO

Com base nos dados e nos resultados obtidos no experimento, pode-se verificar que a aceleração de um corpo
depende da força resultante aplicada sobre ele, sendo a Segunda Lei de Newton fundamental para a Mecânica, pois
a partir dela e através de métodos matemáticos, podemos fazer previsões (velocidade de uma partícula é atribuída,
sempre, a um agente denominado força. Basicamente, o que produz mudanças na velocidade, são forças que agem
sobre a partícula. Como a variação de velocidade indica a existência de aceleração, é de se esperar que haja uma
relação entre força e aceleração. Portanto, Newton percebeu que existe uma relação muito simples entre força e
aceleração, isto é, a força é sempre diretamente proporcional à aceleração que ela provoca, comprovando sua lei.

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