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Instituto Federal da Bahia - Campus Vitória da Conquista

Curso de Engenharia Civil


Disciplina: Física Experimental I
(FIS403)

RELATÓRIO
FÍSICA EXPERIMENTAL I
SEMESTRE – 2022.2

EXPERIMENTO 1: Lei de Hooke

DOCENTE: Rafael Rocha da Silva

DISCENTES: Eric Rocha dos Reis


Verônica Morais Lima
Vitor Murilo Andrade Passos

DATA: 08/09/2022
1. INTRODUÇÃO
Ao começar o estudo, sobre "molas ideais" e suas propriedades, o cientista
inglês Robert Hooke, determinou pela primeira vez a relação existente entre a
deformação de uma mola e sua constante elástica. A lei de Hooke, conhecida
cientificamente, estabelece a relação que ao exercer uma força externa sobre uma
mola, ocorre uma deformação (distensão ou compressão), logo, uma força elástica
restauradora passa a ser exercida na mesma direção e no sentido oposto. De maneira
prática, uma mola obedece a lei em estudo até certo ponto de deformação, que
chamamos de limite elástico. A partir deste limite, a modificação da mola acaba se
tornando permanente. Além disso, a força em questão é negativa, ou seja, oposta a
força aplicada. Desta forma, quanto maior a distensão, maior é a intensidade desta
força oposta efetuada. (HALLIDAY, 1983).

Analiticamente, a lei de Hooke é dada pela expressão:

𝑭𝒆𝒍 = −𝒌. ∆𝑿 (1)

em que F é a força aplicada, k é a constante elástica do material e ∆X é a variação do


deslocamento da mola, desde o seu estado de equilíbrio.

Constante Elástica: Representa a força que é necessária para fazer com que a mola
sofra uma deformação. Sua notação é expressa pela a letra do alfabeto k.

Força peso: Surge através da atração gravitacional sobre um corpo constituinte de


massa. Essa relação pode ser expressa como:

𝑃 = 𝑚. 𝑔 (2)

No experimento, as massas dos corpos utilizados estão em equilibro, logo, todo o


sistema. Desta forma, é possível relacionar as expressões (1) e (2), isolando a
constante elástica (k) e a encontrando como demonstrado abaixo:

⃗⃗⃗⃗⃗⃗ |
|𝑃⃗| = |𝐹𝑒𝑙 (3)

𝑚. 𝑔 = 𝑘. ∆𝑋 (4)

Média: A média de determinadas quantidades de medidas traz consigo um nível de


mais certeza quanto o seu valor, essa média se dá por meio de uma média aritmética,
dada pela expressão:
1
X = (∑𝑛𝑖=1 𝑋𝑖 )
̅ (5)
𝑛

Desvio padrão: Medida utilizada para expressar a dispersão de um determinado


conjunto de dados. Quanto mais próximo de zero, representa a homogeneidade dos
dados obtidos. Pode ser expressa por:

𝟏 ̅ )²
𝝈𝑨 = 𝝈𝒙 = √ ∑𝒏𝒊=𝟏(𝑿 − X 𝒊 (6)
(𝒏−𝟏)

Erro de escala: Caracteriza-se na precisão do instrumento de medição, sendo igual


a metade da escala do equipamento (quando não possui um limite). Sua notação é
representada por: 𝜎𝐵 .

Erro randômico: Se destaca por não possuir padrão para sua ocorrência, e é
representada como a soma do desvio padrão e erro da escala.

𝝈𝑪 = 𝝈𝑨 + 𝝈𝑩 (7)

Propagação de erros indiretos: Ao possuir uma grandeza física (medidas indiretas),


em que depende de outras medidas (medidas diretas), não é possível calcular com os
desvios e erros de escala ou randômico. A equação que define o erro previsto é
expressa por:

𝝈𝒇 𝝈𝒇 𝝈𝒇
∆𝒀 = |𝝈𝒙 | ∆𝒙𝟏 + |𝝈𝒙 | ∆𝒙𝟐 + |𝝈𝒙 | ∆𝒙𝒏 (8)
𝟏 𝟐 𝒏

2. OBJETIVOS
O objetivo principal desse experimento é compreender como funciona o
comportamento da lei de Hooke.

2.1 Objetivos Específicos

 Calcular os descolamentos médios e seus erros totais;


 Encontrar o valor da constante elástica da mola;
 Construção e análise de gráficos lineares a partir dos dados experimentais.

3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS


Neste tópico será detalhado os materiais que foram utilizados para a realização
do experimento, como também os métodos experimentais.

3.1 Materiais utilizados


Os materiais para a realização do experimento vão ser listados abaixo e
expostos com imagens reais:

 Suporte para mola com tripé e escala graduada;


 2 molas com fios de mesmo material, mas com enrolamentos de diâmetros
diferentes;
 Suporte aferido para massas;
 Conjunto de massas;
 Balança BS3000A – BIOPRECISA.

Figura 01: Suporte para mola com tripé Figura 02: 2 molas utilizadas

Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria

Figura 03: Suporte para massas Figura 04: Conjunto de massas

Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria


Figura 05: Balança – BIOPRECISA

Fonte: Autoria própria

3.2 Procedimentos Experimentais

Inicialmente foi medida a massa do suporte (para os objetos de massas) com


o auxílio da balança e identificada a incerteza da mesma. Em seguida, a primeira mola
foi suspensa, sem nenhuma força externa sendo aplicada e foi determinada a posição
de origem na extremidade da mola. O erro da escala graduada também foi obtido
nesse momento. Após tal procedimento, pendurou-se o suporte para massas na mola
e foi obtido o valor correspondente à deformação da mola.

A distensão da mola é obtida com a aplicação de uma força deformadora, neste


caso, foram utilizados as massas aferidas e o suporte para obtenção dos resultados.
No total, foram realizadas três medições para cada uma das 8 (oito) massas
diferentes. O objetivo de fazer três medições distintas é garantir que o valor medido
não seja um erro grosseiro. Com a medição da deformação da mola para as diversas
massas em questão, obtêm-se a distensão da mola para cada medida. Depois de
todos os procedimentos serem realizados e todos os valores serem obtidos para a
primeira mola, repetiu-se os processos na segunda mola, com pesos distintos para
evitar uma deformação permanente na mesma.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Mediante ao experimento de levantamento de dados com 2 (duas) molas de


diâmetros diferentes através de um suporte com escala milimétrica que marcava as
medidas (deformações) que a mola variava, obteve-se a massa, força peso, média,
desvio padrão, erro de escala e o resultado total de todas as grandezas encontradas.
Os cálculos foram efetuados utilizando uma calculadora científica com base nas
expressões (2), (5), (6), (7) e adotando a gravidade no valor de 9,78 m/s². A tabela
abaixo apresenta os resultados da mola 1 (um) encontrados através do experimento,
sendo eles as médias mais ou menos a margem dos erros totais.

Tabela 1: Dados coletados da mola 1 no experimento

Mola 1 X0 (m) = 0,138 m


m Peso X (m) X̅ 𝜎𝑎 𝜎𝑏 𝜎𝑐
(kg) (N) Medida Medida Medida (m) (m) (m) (m)
1 2 3
Massa 0,0082 0,0802 0,152 0,151 0,155 0,1530 0,0021 0,0005 0,0026
1
Massa 0,0182 0,0778 0,168 0,166 0,165 0,1663 0,0015 0,0005 0,0020
2
Massa 0,0308 0,3012 0,185 0,183 0,183 0,1840 0,0011 0,0005 0,0016
3
Massa 0,0468 0,4577 0,207 0,207 0,205 0,2063 0,0011 0,0005 0,0016
4
Massa 0,0528 0,5164 0,215 0,213 0,217 0,2150 0,0020 0,0005 0,0025
5
Massa 0,0582 0,5692 0,224 0,224 0,226 0,2245 0,0011 0,0005 0,0016
6
Massa 0,0634 0,6200 0,229 0,228 0,228 0,2283 0,0006 0,0005 0,0011
7
Massa 0,0833 0,8147 0,256 0,255 0,256 0,2560 0,0006 0,0005 0,0011
8

𝜎𝑏 0,00005 0,00005

A partir dessas informações, calculou-se as variações das deformações da


mola 1 efetuada (∆X) através da expressão abaixo:

∆X = X̅ - X0 (9)

em que X̅ é a média das medidas em cada objeto de massa utilizado e X0 = 0,138 m.


Além disso, aplicou-se a técnica de propagação de erros indiretos através da
expressão (8), consistindo em derivar parcialmente (9) para encontrar as incertezas
(𝜎∆𝑋 ) expressas na tabela abaixo:

Tabela 2: Resultados da deformação e erros da mola 1

X̅ ∆X 𝜎∆𝑋 Resultado de ∆𝐗

(m) (m) (m) (m)

0,1530 0,0150 0,0021 0,0150 ± 0,0021


0,1663 0,0283 0,0015 0,0283 ± 0,0015
0,1840 0,0460 0,0011 0,0460 ± 0,0011
0,2063 0,0683 0,0011 0,0683 ± 0,0011
0,2150 0,0770 0,0020 0,0770 ± 0,0020
0,2245 0,0865 0,0011 0,0865 ± 0,0011
0,2283 0,0903 0,0006 0,0903 ±0,0006
0,2560 0,1180 0,0006 0,1180 ± 0,0006

Com todo esse desenvolvimento de dados, o experimento consistia em gerar o


gráfico abaixo que expressava a força peso (P) em função da deformação (∆X) da
mola 1. Para sua confecção, utilizou-se os conceitos teóricos básicos para uma
realização de diagrama, em que consistia descobrir/representar a propagação de
incertezas (reta laranja e azul), como também encontrar os parâmetros para o ajuste
linear necessário da função formada (no experimento, linear). Além disso, todos os
valores encontrados foram colocados em módulo.

Gráfico 1: Força peso versus variação da deformação da mola 1

Peso versus ∆X
1
0.8 y = 7.5254x - 0.0683
Peso (N)

0.6
0.4
0.2
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14
∆X (m)

∆X erro+ erro -
Linear (∆X) Linear (erro+) Linear (erro -)
A primeira análise em relação ao gráfico 1 é perceber seu caráter linear, pois,
ele atende todas as especificações que uma função de 1º grau solicita. Por conta
disso, através desse conceito da função afim, como também a relação de equilíbrio
entre as forças peso e elástica, por meio da expressão (4), é possível calcular a
constante elástica da mola (k). Essa afirmação se dá através da função linear (y = ax
+ b) e seu coeficiente angular (a), em que no caso desse experimento, será a
constante elástica.

Desta forma, como a função representada no gráfico é: y = 7, 5254x –


0,0683, a constante elástica (k) da mola 1 é: 7, 5254 N/m (newton por metro).

Ainda assim, essa prática foi realizada com uma segunda mola de diâmetro
menor que a 1. As duas próximas tabelas abaixo são os dados obtidos através da
segunda abordagem no experimento:
Tabela 3: Dados coletados da mola 2 no experimento

Mola 2 X0 (m) = 0,030 m


m Peso X (m) X̅ 𝜎𝑎 𝜎𝑏 𝜎𝑐
(kg) (N) Medida Medida Medida (m) (m) (m) (m)
1 2 3
Massa 0,0082 0,0802 0,037 0,037 0,039 0,0377 0,0011 0,0005 0,0016
1
Massa 0,0139 0,1359 0,055 0,055 0,057 0,0557 0,0011 0,0005 0,0016
2
Massa 0,0182 0,1778 0,072 0,069 0,068 0,0697 0,0021 0,0005 0,0026
3
Massa 0,0201 0,1966 0,075 0,076 0,076 0,0756 0,0006 0,0005 0,0011
4
Massa 0,0239 0,2337 0,086 0,087 0,087 0,0866 0,0006 0,0005 0,0011
5
Massa 0,0282 0,2758 0,100 0,101 0,101 0,1007 0,0006 0,0005 0,0011
6
Massa 0,0299 0,2924 0,107 0,106 0,107 0,1066 0,0006 0,0005 0,0011
7
Massa 0,0358 0,3501 0,125 0,126 0,124 0,125 0,0010 0,0005 0,0015
8

𝜎𝑏 0,00005 0,00005
Tabela 4: Resultados da deformação da mola 2

X̅ ∆X 𝜎∆𝑋 Resultado de ∆𝐗

(m) (m) (m) (m)

0,0377 0,0077 0,0011 0,0077 ± 0,0011


0,0557 0,0257 0,0011 0,0257 ± 0,0011
0,0697 0,0397 0,0021 0,0397 ± 0,0021
0,0756 0,0456 0,0006 0,0456 ± 0,0006
0,0866 0,0566 0,0006 0,0566 ± 0,0006
0,1007 0,0707 0,0006 0,0707 ± 0,0006
0,1066 0,0766 0,0006 0,0766 ± 0,0006
0,125 0,0950 0,0010 0,0950 ± 0,0010

Através dessa coleta de dados, utilizou-se os conceitos já discutidos na mola 1


para a confecção do gráfico abaixo. Sendo ele a força peso dos objetos de massa em
função da deformação (∆X) da mola 2:

Gráfico 2 : Força peso versus variação da deformação da mola 2

Peso versus ∆X
0.4
0.35 y = 3.0962x + 0.0562

0.3
0.25
Peso (N)

0.2
0.15
0.1
0.05
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12
∆X (m)

delta x erro+ erro-


Linear (delta x) Linear (erro+) Linear (erro-)

Analisando o gráfico acima, nota-se o mesmo caráter linear do 1º (primeiro),


como também uma taxa de incerteza relativamente pequena. Além disso, como a
função ajustada encontrada pela reta é: y = 3, 0962x + 0,00562, logo, através de
conceitos sobre a aplicação linear já comentado anteriormente, é possível afirmar que
a constante elástica (k) da mola 2 é o coeficiente angular da reta.

Desta forma, a constante elástica (k) da mola 2 é: 3, 0962 N/m (newton por
metro).

A partir de todo o desenvolvimento estatísticos e gráficos do experimento, é


evidente entender a dinâmica e relações da constate elástica, sendo um parâmetro
que apresenta o valor quantitativo da rigidez que uma mola possui, isto é, a força que
é necessária para fazer com que ela sofra uma deformação. Sendo assim, através de
estudos científicos e experimentais, é viável afirmar que as 2 molas utilizadas
obedecem a lei de Hooke, pois, não houve deformação permanente em nenhuma,
garantindo o fato que o ponto de alteração da mesma foi até seu limite elástico (tensão
máxima que um objeto elástico pode suportar sem sofrer modificações permanentes).

5. CONCLUSÃO

Com base nos experimentos realizados em sala de aula e nas informações


presentes nesse relatório, nota-se a relevância do conhecimento sobre as leis da
física, em questão a de Hooke, como também o tratamento estático e gráfico de dados
na execução de diferentes práticas experimentais, como demonstrada acima.

Em relação a prática experimental, foram encontrados resultados satisfatórios e


com pouca dificuldade na execução de aferição das grandezas, frisando somente
alguns impasses para visualizar com clareza a escala do tripé. Porém, as leituras
dessas grandezas foram repetidas 3 (três) vezes garantindo dados com exatidão e
não formou nenhum problema na realização dos cálculos. Através das recorrências
dos valores obtidos, nota-se uma relação de proporcionalidade entre a constante
elástica da mola (k) com seu diâmetro de enrolamento, como também uma dispersão
dos dados obtidos bem pequena.

Desta forma, o estudo e técnicas adquiridas no desempenho desse experimento,


foi de extrema relevância, tanto para a vida acadêmica de cada discente do grupo,
quanto na vida profissional, na aplicação desses conceitos em situações futuras na
engenharia civil.
6. REFERÊNCIAS

Assis, Janilson Pinheiro de. Sousa Roberto Pequeno de Carlos. Dias, Tadeu dos
Santos. Glossário de estatística. Mossoró: EDUFERSA, 2019.

ASHT, Raphael. Lei de Hooke. Toda Matéria. Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/lei-de-hooke/>. Acesso em 09 set. 2022

PEREIRA, Robson Bruno Dutra. O que é um erro sistemático? 2022. Disponível em:
<https://fluxodeinformacao.com/biblioteca/artigo/read/15478-o-que-e-um-erro-
sistematico>. Acesso em: 09 set. 2022.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Física 1. Vol. 1. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 1983.

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