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Laboratório de Fluidos, Ondas e Calor

Prof. Dr. Emilio Ramos Cintra

Relatório do Experimento 1:

Módulo de Young

Estudantes:

Nome: Hávila Katiane Castro Silva Curso: Eng. Civil Matrícula: 20201011050349

Nome: Isabella de Araújo Gondim dos Santos Curso: Eng. Civil Matrícula: 20201011050357

Campus Goiânia, 14 de Junho de 2021.


Introdução

Segundo Hessel e Outros, o módulo de Young (Y) é uma grandeza relacionada à elasticidade
linear de um material. As técnicas mais comuns para se determinar o módulo de Young envolvem a
medida da deformação de uma barra quando flexionada, ou a medida da deformação de um fio quando
submetido a um esforço de tração.

O conceito de corpo rígido é bastante útil quando iniciamos o estudo da mecânica; [...].
Todo corpo real deforma-se, em maior ou menor grau, quando submetido à forças externas
ou a torques. Se depois de deformado por uma força (ou torque) o corpo volta para sua
forma original, dizemos que seu comportamento é elástico. Se a força ultrapassar um
determinado valor (limite elástico) a deformação será irreversível. (HESSEL E OUTROS,
2016)

O comportamento mecânico de um material depende em grande medida de sua resposta (ou


deformação) à carga ou força à que é submetido. A propriedade que correlaciona a deformação elástica
com a tensão é o módulo elástico, que terá diferentes definições dependendo do tipo de esforço aplicado.
Além dos módulos elásticos, outras propriedades são igualmente importantes, como por exemplo, a
resistência mecânica e a ductilidade, no caso de materiais metálicos. (SONELASTIC, 2021)

O site Wikipédia (2021) afirma que, Módulo de Young é uma propriedade mecânica que mede a
rigidez de um material sólido. A página define a relação entre tensão (força por unidade de área) e
deformação (deformação proporcional) em um material no regime de elasticidade linear de uma
deformação uniaxial. Complementando assim, para página Infopédia (2021), a deformação é, em geral,
proporcional à força exterior aplicada e inversamente proporcional à secção do material. A constante de
proporcionalidade designa-se por coeficiente de elasticidade e o seu valor inverso é denominado de
módulo de elasticidade, ou módulo de Young.

Respeitado o limite elástico, uma alteração Δl no comprimento l de uma barra sob ação de uma
força F será, segundo a lei de Hooke, dada por:

Onde a constante K é uma característica do corpo que sofreu a deformação. Imaginemos uma
carga (peso) suspensa por um fio preso no teto. Por causa da carga suspensa, o fio estica-se, isto é, seu
comprimento l sofre um acréscimo. O acréscimo Δl no comprimento l do fio para uma dada carga é
proporcional ao comprimento do fio (Δl∝l). Assim, em geral, o acréscimo no comprimento para uma dada
carga é inversamente proporcional à seção transversal A do fio (Δl∝A−1). Mas, pela Lei de
Hooke, Δl também é proporcional à força F exercida pela carga. Combinando os últimos resultados,

Hessel e Outros afirmam que Δl∝lF∕A, isto é,

Onde κ, denominado coeficiente de elasticidade, depende somente do material usado para


confeccionar o fio. Entretanto, é mais conveniente, ou mais comum caracterizar o material por meio da
grandeza inversa, Y=1∕κ, denominada módulo de Young. Hessel e Outros concluem que também pode

ser escrito assim:

Concluímos também que, quando Δl=l, temos Y=σ, ou seja, o módulo de Young Y pode ser
interpretado fisicamente como a tensão que se deve aplicar no fio para dobrar seu comprimento.
(HESSEL e Outros, 2016)
Objetivos

O presente Relatório tem por objetivo relatar as atividades do experimento Módulo de Young,
demonstrando suas aplicações mais relevantes acerca das barras de Aço e Cobre. O apoio do professor
e de todos os segmentos da Unidade foi fundamental para concretização de ações relacionadas ao
ensino, pesquisa e compreensão, bem como no incentivo à criação e inovação, almejando estar em
consonância com os objetivos, metas e diretrizes do Plano de Ensino da disciplina de Laboratório de
Física, Fluidos, Ondas e Calor do Campus Goiânia do IFG.

Este relatório tem por objetivos específicos:

 Analisar a variação da deformação de uma barra em função da força aplicada;


 Determinar o módulo de Young dos materiais de aço e cobre;
 Calcular a incerteza da medida.

Materiais e Métodos

Para realização deste experimento, será necessário possuir os materiais demonstrados na figura 1,
além de outros citados abaixo para auxílio da coleta dos dados.

Figura 1 – Montagem de Experimento para Determinação do Módulo de Young

Fonte: https://www.cidepe.com.br/index.php/br/produtos-interna/conjunto-para-modulo-de-young-em-barras/EQ200

 Conjunto Matzenbacher para Módulo de Young;


 Lâmina delgada metálica (Aço);
 Lâmina delgada metálica (Cobre);
 Suporte para Carga;
 5 Cargas Cilíndricas (Aprox. 100g);
 Balança digital (precisão ± 0,1g);
 Paquímetro (precisão ± 0,05mm);
 Relógio de Comparação (precisão ± 0,01mm);
 Trena (precisão ± 1mm)

A metodologia aplicada neste experimento, tanto para o Experimento 1 (Barra de Aço), quanto para
o Experimento 2 (Barra de Cobre) seguiu-se a mesma ordem de coleta, sendo:

Primeiramente, foi aferido as massas das cargas cilíndricas na balança digital, totalizando 5 cargas.
Em seguida, utilizando o paquímetro aferiu-se as respectivas espessuras e larguras das lâminas
metálicas. Feito isto, a barra (utilizada no experimento em questão) foi fixada no conjunto Matzenbacher,
e para finalizar está primeira etapa, mediu-se com a trena a distância entre um fixador e outro.
Após todas as medidas serem coletadas, no segundo momento, é fixado o relógio de comparação
em cima da barra rotacionando de forma que a medida zero (0) fique posicionada no ponteiro maior do
relógio. Por fim, coloca-se a primeira carga cilíndrica (uma por vez), para avaliar qual é a deflexão gerada
no painel do relógio de comparação, anote-a, e adicione a segunda carga, avaliando a deflexão gerada,
e repita até adicionar a 5° carga. Ao término da 5° carga adicionada, avaliada e anotada. A parte de coleta
dos dados está finalizada, dando início a terceira etapa, os cálculos com base nas fórmulas do cálculo do
módulo de Young, acrescido da plotagem do gráfico tensão x deformação.

Análise e Discussão dos Resultados Experimentais

Com os ensaios realizados pelo método de cálculo da deflexão das barras de aço, foi possível obter
os resultados mostrados na tabela 1. Com este ensaio, podemos verificar na prática as aplicações físicas
no desenvolvimento dos cálculos, chegando assim, ao resultado do módulo de elasticidade (Young) da
barra de aço.

Através do experimento com a barra de aço, obtivemos um módulo de elasticidade Y = (3,574 x


𝑳𝟑 𝑭
108 ± 0,002) calculado através da fórmula 𝒀 = (N/m2 )
𝟒𝒂𝒃𝟑 ∆𝒚

Tabela 1: Experimento 1 – Barra de Aço

𝑳𝟑 𝑭
𝒊 𝒎 (× 10-3 kg) 𝑭𝒈 = 𝒎𝒈 (N) 𝒚 (× 10-3 m) ∆𝒚 = 𝒚𝒊 − 𝒚𝟎 (× 10-3 m) 𝒀= (N/m2)
𝟒𝒂𝒃𝟑 ∆𝒚

1 99,9 ± 0,1 1±1 0,08 ± 0,005 0,08 ± 0,005 412.009.653,3 ± 0,000

2 199,8 ± 0,1 2±1 0,18 ± 0,005 0,18 ± 0,005 366.230.802,9 ± 0,001

3 299,7 ± 0,1 3±1 0,29 ± 0,005 0,29 ± 0,005 340.973.506,1 ± 0,001

4 399,6 ± 0,1 4±1 0,39 ± 0,005 0,39 ± 0,005 338.059.202,1 ± 0,002

5 499,4 ± 0,1 5±1 0,50 ± 0,005 0,50 ± 0,005 329.541.735,1 ± 0,004

̅ = 357.362.980,0 ± 0,002
𝒀
Metal analisado: AÇO
Comprimento da barra: Largura da barra: Espessura da barra:
𝐿 = (400 ± 0,5) mm 𝑎 = (13,20 ± 0,025) 𝑏 = (3,30 ± 0,025) mm
mm

Com os ensaios realizados pelo método de cálculo da deflexão das barras de cobre, foi possível
obter os resultados mostrados na tabela 2. Com este ensaio, também podemos verificar na prática as
aplicações físicas no desenvolvimento dos cálculos, assim como no experimento 2 chegando assim, ao
resultado do módulo de elasticidade (Young) desta vez, da barra de cobre.

Através do experimento com a barra de cobre, obtivemos um módulo de elasticidade Y = (2,535 x


𝑳𝟑 𝑭
108 ± 0,002) , calculado através da fórmula 𝒀 = (N/m2).
𝟒𝒂𝒃𝟑 ∆𝒚
Tabela 2: Experimento 2 – Barra de Cobre

𝑳𝟑 𝑭
𝒊 𝒎 (× 10-3 kg) 𝑭𝒈 = 𝒎𝒈 (N) 𝒚 (× 10-3 m) ∆𝒚 = 𝒚𝒊 − 𝒚𝟎 (× 10-3 m) 𝒀= (N/m2)
𝟒𝒂𝒃𝟑 ∆𝒚

1 99,9 ± 0,1 1±1 0,12 ± 0,005 0,12 ± 0,005 283.256.636,6 ± 0,000

2 199,8 ± 0,1 2±1 0,27 ± 0,005 0,27 ± 0,005 251.783.677 ± 0,001

3 299,7 ± 0,1 3±1 0,42 ± 0,005 0,42 ± 0,005 242.791.402,8 ± 0,002

4 399,6 ± 0,1 4±1 0,55 ± 0,005 0,55 ± 0,005 247.205.792 ± 0,003

5 499,4 ± 0,1 5±1 0,70 ± 0,005 0,70 ± 0,005 242.742.795,9 ± 0,005

̅ = 253.556.060,9 ± 0,002
𝒀
Metal analisado: COBRE
Comprimento da barra: Largura da barra: Espessura da barra:
𝐿 = (400 ± 0,5) mm 𝑎 = (12,80 ± 0,025) 𝑏 = (3,30 ± 0,025) mm
mm

Com os dados obtidos e devidamente calculados, por meio do Gnuplot, foi realizado o gráfico do
Experimento 1, representado na figura 2, e do Experimento 2, representado na figura 3. Ambas com seus
respectivos ajustes linear a fim de obter (por regressão linear) o coeficiente angular da reta ajustada,
representados respectivamente por:

F(x) = 10,2286 ± 0,1859 F(x) = 7,21454 ± 0,07721


a = 10,2286 ± 0,1859 a = 7,21454 ± 0,07721

Figura 02 – Experimento 1
Figura 03 – Experimento 2

Por fim, efetuando uma análise comparativa do Experimento 1 – Barra de Aço com o Experimento
2 – Barra de Cobre, podemos verificar que o percentual de erro entre eles foi de 1,817 % e 1,07%.
Considerando uma média aritmética verificamos que o Experimento 2 (Cobre) apresentou uma melhor
eficácia nos conceitos físicos envolvidos desde o corpo de prova, até o resultado final do módulo de
Young.

Conclusão

Neste trabalho determinamos o módulo de Young de dois materiais, sendo: Lâmina delgada
metálica em Aço (Barra de Aço) e Lâmina delgada metálica em Cobre (Barra de Cobre), através da
deflexão formada após adicionamento de cargas. As incertezas estatísticas envolvidas no experimento
foram calculadas para um conjunto de medidas; tomando-se o desvio padrão da média para avaliação
dos resultados, chega-se a uma incerteza próxima de 0,002 no cálculo do módulo de Young dos diferentes
materiais estudados. A concordância entre os valores medidos e os reportados na literatura é bastante
satisfatória.

Além dos princípios físicos envolvidos em processos de deflexão, o experimento introduz


importantes conceitos de flexão e deflexão ao apresentar o funcionamento de componentes vastamente
utilizados em esforços aplicados nas barras. O tempo necessário para realização das medidas não é
excessivo e os materiais necessários para montagem do arranjo experimental, bem como o kit de suporte
conhecido como Matzenbacher podem ser facilmente encontrados nos laboratórios do IFG, tornando o
experimento particularmente apropriado para ser realizado em laboratórios de ensino de física básica da
instituição.
Bibliografia

Experimento do Módulo de Young – Parte 1.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MZFpPGHXG3Y> Acesso em: 08 Jun. 2021

Experimento do Módulo de Young – Parte 2.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=w2GghYyHICM> Acesso em: 08 Jun. 2021

Experimento do Módulo de Young – Parte 2.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xLLCX4AFJ-g> Acesso em: 08 Jun. 2021

Hessel R., Freschi A. A., Rosado E.C., Barreiro L. A. Determinação do módulo de Young em sólidos
a partir da medida da velocidade do som pelo método do tempo de voo. Scielo Brasil. Jun.2016.
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbef/a/d9nmZKmv8QZWhrfydz5LvHr/?lang=pt> Acesso em: 11
Jun. 2021
WIKIPÉDIA. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%B3dulo_de_Young> Acesso em: 11
Jun. 2021

INFOPÉDIA. Disponível em: <https://www.infopedia.pt/$elasticidade-(fisica)> Acesso em: 11 Jun. 2021

SUPORTE YOUNG. Disponível em: <https://www.cidepe.com.br/index.php/br/produtos-interna/conjunto-


para-modulo-de-young-em-barras/EQ200> Acesso em: 14 Jun. 2021

SONELASTIC.
Disponível em: <https://www.sonelastic.com/pt/fundamentos/bases/modulos-elasticos.html> Acesso em:
14 Jun. 2021

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