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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

REGIONAL CATALÃO
Unidade Acadêmica Especial de Física e Química
Departamento de Física

Laboratório de Física II
Prof. Marcionilio T. O. Silva

Relatório I - Deformação Elástica de uma Haste


12/05/16

Turma B
Amanda de Castro Correia - 201508529
Luana Oliveira Sales - 201511872
Maria Fernanda Neves Souto - 201508554
Matheus N. Rodovalho - 201500361

Catalão, GO - 2016
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Introdução

Na Física, ao analisarmos a elasticidade, temos que o módulo da elasticidade está


diretamente proporcional à tensão e à deformação sobre um determinado corpo. Estas
grandezas são descritas de forma que a tensão caracteriza a intensidade das forças que
produzem a dilatação, a compressão ou a torção, esta é usualmente descrita como uma força
por uma determinada área. Simplificando, quanto mais um corpo é esticado, mais ele se dilata,
quanto mais ele é esmagado, mais ele é comprimido. A fórmula que define esta relação é:

Tensão = Módulo de elasticidade x Deformação Específica (1)

A proporcionalidade entre a tensão (força) e a deformação é apresentada pela Lei de


Hooke, que representou matematicamente sua teoria com a equação:

F = Kf.x (2)

O módulo da elasticidade ou Módulo de Young, representado na engenharia pelo


símbolo E, é uma grandeza que mede como um material específico reage a uma força de
flexão no objeto. Neste caso, a tensão sobre o objeto é formulada por:

(3)
e, portanto,

(4)
onde F é a intensidade da força aplicada, A a área, ΔL a variação do comprimento, Lo o
comprimento inicial e ΔL/Lo a deformação específica.
Assim, o experimento efetuado visou determinar o deslocamento da haste metálica
(ou flexão) em função da força aplicada em sua extremidade e também calcular o Módulo de
Young E para a haste em seu limite elástico.

Considerações Experimentais

Material Utilizado

Materiais e instrumentos de medidas manuseados durante a aula para a realização do


experimento:
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 Um painel de múltiplas funções acoplado a um Tripé Universal Delta - Max da Cidepe;


 Sete corpos de massa m;
 Um suporte para sustentação da haste de aço;
 Um suporte móvel para peso;
 Um gancho longo para o acoplamento dos sete corpos;
 Uma barra chata de alumínio;
 Um paquímetro, Patrimônio MEC-UFG 324206, precisão de 0,02 mm;
 Uma régua milimetrada, Escala Milimetrada Projetável EQ 041.01, incerteza de 0,5
mm;
 Uma trena, Starret T34-5, incerteza de 0,5 mm;
 Uma balança digital, modelo DT, com peso máximo de 10 kg e peso mínimo de 0,1 g,
Power DC 12 V, Patrimônio MEC - UFG 304867, precisão de 0,1 g.

Diagrama do Experimento

O experimento foi realizado conforme a figura abaixo mostra:

Figura 1 - Deformação de flexão y da haste graças a uma força F.


Fonte:
http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/franca/materiais/E10_Modulo_de_Elasticidade.pdf
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Procedimento experimental e apresentação dos resultados

Primeiramente, executou-se a montagem da Figura 1, e então, com auxílio de uma


trena mediu o comprimento x da haste e a largura L e espessura e foram medidos com a
ajuda de um paquímetro. Os resultados obtidos a partir dessas medidas foram apresentados
na Tabela 1 a seguir.

Tabela 1: Medidas das dimensões da haste – comprimento x, largura L e espessura e.


x (m) L (m) e (m)
(483,0 ± 0,5) · 10ˉ³ (12,7 ± 0,02) · 10ˉ³ (3,00 ± 0,02) · 10ˉ³

Com uma das extremidades da haste fixa, colocou-se corpos de massa m na


extremidade livre. As massas desses corpos foram medidas com uma balança digital. A força
F, correspondente a cada massa pendurada, foi calculada a partir da seguinte equação

𝐹 = 𝑃 = 𝑚𝑔 (5)

onde, respectivamente, m e g são a massa do corpo em consideração e a aceleração da


gravidade, com o valor aproximado de 9,8 m/s².
Para cada valor da força F, mediu-se uma flexão y sofrida pela haste. Os valores das
massas m penduradas, das forças F aplicadas e das flexões y sofridas pela haste estão
apresentadas na Tabela 2. A incerteza na força F foi calculada a partir da equação

∆𝐹 = 𝑔 ∙ ∆𝑚 (6)

Onde ∆m é a incerteza na medida da massa m, considerando a aceleração da gravidade g


como constante.

Tabela 2: Valores medidos das massas m, forças F, flexões y e constante de flexão Kf da


haste metálica.
m (kg) F (N) y (m) Kf (N/m)
(56,9 ± 0,1) · 10ˉ³ 0,55762 ± 0,00098 (10,0 ± 0,5) · 10ˉ³ 55,76200
(106,9 ± 0,1) · 10ˉ³ 1,04762 ± 0,00098 (19,0 ± 0,5) · 10ˉ³ 55,13789
(156,9 ± 0,1) · 10ˉ³ 1,53762 ± 0,00098 (27,0 ± 0,5) · 10ˉ³ 56,94888
(206,8 ± 0,1) · 10ˉ³ 2,02664 ± 0,00098 (36,0 ± 0,5) · 10ˉ³ 56,29555
(256,7 ± 0,1) · 10ˉ³ 2,51566 ± 0,00098 (46,0 ± 0,5) · 10ˉ³ 54,68826
5

(306,6 ± 0,1) · 10ˉ³ 3,00468 ± 0,00098 (54,0 ± 0,5) · 10ˉ³ 55,64222


(356,6 ± 0,1) · 10ˉ³ 3,49468 ± 0,00098 (63,0 ± 0,5) · 10ˉ³ 55,47111
Valor médio Kf¹ (55,71 ± 0,74) N/m

Com os dados apresentados na Tabela 2, traçou-se um gráfico (anexo ao relatório) da


força F aplicada em função da flexão y sofrida pela haste. A partir da análise gráfica,
comparando a equação da reta obtida (F = A + B·y) com a equação (2).
A partir dos valores da Tabela 2 e da analise do gráfico (em anexo), obteve-se dois
valores de Kf, apresentados na Tabela 3 a seguir.

Tabela 3: valores da flexão Kf obtidos pela tabela e pela análise gráfica e o valor médio.
Kf1 Kf2 Kfmédio
55,71 55,29 55,50

Fazendo a substituição dos valores da constante de flexão Kf e os valores das


dimensões da haste metálica na equação

𝐸·L·e³
𝐾𝑓 = (7)
4·x³

onde, respectivamente, e, x e L são a espessura, o comprimento e a largura da haste. Obteve-


se, então o valor experimental do Modulo de Young E, cujo resultado encontra-se na Tabela
4. A incerteza de E foi calculada através da equação

𝑥² 𝑥³ 𝑥³
∆𝐸 = 4 · 𝐾𝑓 · {|3 · 𝐿·e³| · ∆x + |− 𝐿²·e³| · ∆L + |−3 · 𝐿·𝑒 4 | · ∆e} (8)

onde ∆x, ∆L e considerando a ∆e são, respectivamente, as incertezas na medidas do


comprimento x, da largura L e da espessura e, considerando a constante Kf como constante.
Pela equação

𝐸𝑚é𝑑𝑖𝑜 −𝐸𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜
𝐸𝑟 % = | 𝐸𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜
| · 100% (9)

onde Emédio é o valor do Modulo de Young determinado experimentalmente e Etabelado é o valor


do Modulo de Young conhecido na literatura para um determinado tipo de material, calculou-
se o erro relativo percentual cometido na determinação do valor do Modulo de Young, cujo
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resultado está apresentado na Tabela 4. Sabe-se da literatura que o valor tabelado do Modulo
de Young para uma haste de alumínio é de 70·109N/m².

Tabela 4: Valor obtido para o Módulo de Young a partir de Kf1, Kf2 e a média dos dois
valores de E. Para o cálculo do erro relativo percentual Er%, considerou o valor tabelado de
E (Etabelado) para a haste de alumínio.
E1 (N/m²) E2 (N/m²) Emédio (N/m²) Etabelado (N/m²) Er%
73,4 · 109 72,9 · 109 (73,2 ± 1,8) · 109 70 · 109 4,6%

Considerações Finais

Discussão e conclusão

Conforme o experimento realizado, foi observado que ao apoiar um corpo com certa
massa em uma haste metálica de alumínio, a qual se encontra presa horizontalmente por uma
de suas extremidades, a ação da força peso exercida verticalmente pela massa na
extremidade livre da haste a deforma. Esta deformação é proporcional à tensão exercida na
haste pelas massas, denominada flexão. A constante de proporcionalidade é conhecida como
Kf ou constante de flexão.
A partir da análise do gráfico (anexo ao relatório) pôde-se claramente observar a
linearidade entre a força aplicada e a flexão sofrida pela haste. Desse modo, através do
cálculo da inclinação da reta foi obtido o valor da constante de flexão e, com base nesse valor,
determinou-se o valor do Módulo de Young E (vide Tabela 4) para a haste de alumínio usada
no experimento.
Comparando o valor do Módulo de Young E obtido experimentalmente e o valor
conhecido na literatura para o material alumínio, reconhece-se que o obtido através do
experimento foi relativamente maior que o tabelado, com erro relativo percentual de
aproximadamente 4,6% (vide Tabela 4). Este erro possivelmente deveu-se a falhas na leitura
do valor da flexão Y na escala milimetrada utilizada e também às incertezas instrumentais
associadas aos instrumentos de medição, como régua, paquímetro e balança, que apesar de
pequenas podem ter influência no resultado.
Consoante o que fora discutido nos parágrafos acima, conclui-se que os resultados
obtidos no experimento foram satisfatórios, já que foi provada graficamente a linearidade que
a Equação (2) a princípio já apresenta entre a força aplicada e a flexão sofrida pela haste e
foi determinado um valor para o Módulo de Young E para a haste em consideração
relativamente próximo ao valor tabelado, alcançando-se os objetivos propostos pelo
experimento.
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Referências Bibliográficas

1. YOUNG, H. D., FREEDMAN, R. A. Física I: Mecânica. 12. ed. São Paulo: Editora
Addison Wesley, 2008. p. 364-365.
2. HALLIDAY, D., RESNICK, R. e WALKER, J. Fundamentos de Física, Vol. 2. 6. ed,
Rio de Janeiro: LTC Editora, 2002, p.10-13.

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