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Fı́sica Experimental Básica: Mecânica

Deformação elástica de uma haste

Gustavo Silveira Teles


Turma PX3

1 Introdução teórica:
Sob ação de força de tração ou compressão, todo objeto deforma-se. E, caso ele volte ao seu estado inicial
após o fim da atividade da força, a deformação é denominada elástica, caso contrário é plástica. Enquanto a
deformação for elástica, existe uma relação linear entre a deformação e a força aplicada na haste.
Nesse experimento, veremos a situação em que aplicada uma força F vertical na extremidade livre (Fig. 1),
provocando uma flexão y na haste. Sendo assim, a flexão depende dessa força e de propriedades particulares da
haste. Logo, dentro do regime elástico é válido afirmar:

F = mg = kf y (1)
De modo que, F é o módulo de F e kf é a constante de flexão.

Figura 1: Deformação de flexão y de uma barra sujeita a uma força F.

Além disso, a equação 2 com o Módulo de Young, nos ajuda a analisar melhor as propriedades da haste e é
dado por:
Ele3
kf = (2)
4x3
com comprimento x, largura l, espessura e e Módulo de Young E.

2 Objetivos:
Nesse experimento, utilizaremos a equação 1 para determinar a constante de flexão de uma haste metálica
no limite elástico. Para isso, mediremos diversas flexões para diferentes pesos aplicados na extremidade livre
da haste.
Com isso, esperamos que os dados experimentais estejam sobre um padrão - aproximadamente - linear em
que a constante de flexão será fornecida exatamente pelo coeficiente angular da reta e o coeficiente linear esteja
em zero, o que representaria a flexão da haste sem aplicação de força na extremidade livre.

1
3 Aparato experimental, material e equipamentos:

Figura 2: Parte do aparato e equipamento utilizado.

Nesse experimento utilizamos uma haste, prendedor para fixar o item anterior, um suporte para ambos e para
a régua, objetos de massa (10, 0 ± 0, 1g), que serão aplicados na extremidade livre da haste, régua milimetrada
para medições do comprimento x e flexão y da haste.

4 Procedimentos:
Colocamos os objetos um a um, produzindo forças F de diferentes módulos e medindo diferentes flexões.
Dessa maneira, obtemos pares F e y para fazer um gráfico F × y definido pela equação F = A + By.

Figura 3: Dados da massa m, aceleração da gravidade g, espessura e, largura l e comprimento x. Além do


número de objetos pendurados e flexão y da haste.

Com esses dados, calculamos o peso de um objeto:

F = P = mg → F = 10 · 10−3 · 9, 78 = 0, 098N

além da propagação de erros

2
r
4F 4m 2 4g 2
= ( ) +( ) = 0, 011.
F m g

Desse modo, apenas um objeto pesa:

F = (0, 098 ± 0, 001)N

Então, utilizamos essas informações para produzir o gráfico da Fig. 4.

Figura 4: Gráfico de Força aplicada F (N) versus Deformação da haste y (m).

5 Resultado:
A regressão linear dada pelo software SciDAVis [1] resulta em:

Analisando o resultado tendo em vista a equação 1, sabemos que a inclinação do gráfico é a constante de
flexão da haste, portanto:

kf = (9, 162 ± 0, 015)N/m

4 · kf · x3
Sabendo que o Módulo de Young da equação 2 é dado por E = , utilizando a fórmula de propagação
l · e3
de erros juntamente com as informações experimentais, temos:
s
4E 4kf 2 −4l 2 −34e 2 34x 2
= ( ) +( ) +( ) +( ) ' 0, 22
E kf l e x

3
Logo:
E = (197, 17 ± 43, 38)GP a

6 Resultado final e conclusões


Nesse experimento, observamos que a equação 1 foi apropriadada para descobrir-se a constante de flexão kf
da haste dada em uma relação linear, tendo em vista a precisão dos dados experimentais que até mesmo nos
forneceu uma constante linear em - aproximadamente - zero como previsto na teoria.
Além disso, tentamos utilizar esses dados para descobrir o Módulo de Young, porém o resultado foi inconclu-
sivo para qual material constitui a mola pois o número se encontra em uma grande faixa, cobrindo mais de um
tipo de material como mostrado na Fig. 5 sendo mais provável ser um metal ferroso pelas suas caracterı́sticas
visuais. Portanto, o objetivo do experimento foi cumprido porém não descobrimos o Módulo de Young exato
para a haste utilizada e, provavelmente, precisariamos de informações adicionais sobre a mesma para definir seu
material constituinte de forma precisa.

Figura 5: Tabela [3] com diversos valores do Módulo de Young para diferentes materiais.

7 Referências:
[1] http://scidavis.sourceforge.net

[2] Página na web do Departamento de Fı́sica da UFMG, https://www.fisica.ufmg.br/ciclo-basico/disciplinas/feb-


mecanica/

[3] Página na web da Universidade de Cambridge com materiais de apoio aos estudantes, http://www-
mdp.eng.cam.ac.uk/web/library/enginfo/cueddatabooks/materials.pdf

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