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DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Física Experimental I

MÓDULO DE FLEXÃO DE UMA HASTE - PARTE II

Gabriela Amorim de Araújo

Iago Manancezzi Silva

Jéssica Fernandes Teixeira

Marcos Domingos

Relatório Experimental apresentado ao curso de


Engenharia de Transportes, do CEFET-MG, na disciplina
Física Experimental I.

Belo Horizonte
Maio 2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................3

1.1. Fundamentação Teórica..............................................................................3

1.2. Objetivos.....................................................................................................6

2. DESENVOLVIMENTO...................................................................................6

1.3. Material.......................................................................................................6

1.4. Conduta Experimental................................................................................6

1.5. Resultados...................................................................................................7

3. CONCLUSÃO................................................................................................11

4. REFERÊNCIAS..............................................................................................12

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1. RESUMO
Neste procedimento, obteremos experimentalmente o valor da constante de
deformação elástica de uma haste dado a força aplicada sobre ela, verificaremos que a haste
funciona similar há uma “mola”, além disso, iremos comparar os resultados obtidos com
constante de deformação de objetos similares.

O Presente trabalho tem como objetivo e destaque a observação e o estudo que


consiste em determinar a constante elástica de deformação de uma haste. Para isso, o
princípio a ser estudado e aplicado é a equação de Hooke.

2. INTRODUÇÃO
1.1. Fundamentação Teórica

Todo e qualquer material possui um regime de deformação reversível, conhecido


como regime de deformação elástica. Dentro deste regime a deformação sofrida pelo material
é proporcional à força aplicada sobre ele.

No laboratório através de experimentos sistematizados e controlados é possível


calcular a constante de deformação de uma haste, para tanto será necessário observação
minuciosa dos dados obtidos.

A Lei de Hooke é uma lei da física que define a deformação sofrida por um objeto
elástico através de uma força aplicada. A teoria afirma que a distensão de um objeto elástico é
diretamente proporcional à força aplicada sobre ele. Um objeto se deforma quando sujeito às
mudanças de temperatura ou a uma carga externa como uma força por exemplo. Qualquer
corpo que sofra uma ação de uma força externa, de tração ou compressão se deforma, assim
têm-se uma deformação elástica se após, essa força aplicada, o corpo voltar a sua forma e
tamanho antes verificado, originais. Há um limite para este valor da força a partir da qual
acontece uma deformação que não pode retornar o corpo ao seu tamanho e formas originais,
ou seja, a deformação verificada no corpo é permanente. Este limite chama se de deformação
plástica, dentro deste limite elástico há uma relação linear entre a força aplicada e a
deformação. Considerando uma haste presa em uma das suas extremidades, aplicando-se uma
força F (m.g) vertical na extremidade que está livre, esta propiciará uma flexão y na haste.

A flexão, no entanto, depende do valor da força aplicada e da forma da haste.


Dentro desse limite tem-se a equação de Hooke que é:

3
F=−kf . y

F é o módulo da força e kf é a constante de flexão, que é uma especificidade da


haste isso tudo depende das dimensões da haste: largura l, espessura e, e do material que foi
produzida. O módulo da plasticidade para a flexão E, também denominado de módulo de
Young ou Módulo de Flexão, de outra maneira é uma propriedade única do material a qual a
haste foi produzida. Essas suas grandezas podem ser relacionadas por meio da equação:

El e 3
kf =
4 x3

Portanto é possível determinar a constante de flexão de uma haste metálica no


regime plástico e o módulo de Young para flexão do material de que é feita. Tomando como
referência a equação F=−kf . y podemos reescrevê-la da seguinte forma:
3
El e
F=Kf y = 3
y
4x

Neste experimento será medida a flexão 𝑦 de uma haste em função de seu


comprimento, e se foram mantidas as constantes e todas as grandezas envolvidas, como
largura, espessura e o material, os dados do experimento obtido será correspondente á
seguinte equação os dados experimentais podem ser modelados pela equação:
3
y=K x

4F
Dado que: K= 3 é uma constante.
El e

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A partir disso, é possível apresentar a força restauradora e a deformação que
existe em diversos objetos ao sofrerem uma força sobre eles. Essas deformações podem ser
vistas a olho nu, ou não. Porém, sabe-se que todo material sobre o qual se aplica uma força
sofre deformação, a força restauradora faz com que o objeto volte ao seu estado original,
como uma haste por exemplo. Neste contexto a força restauradora faz com que a haste volte
ao seu formato original depois de deformada.

Levando em conta o caso de uma haste que seja presa em uma de suas
extremidades através de algum dispositivo como duas pequenas madeiras presa por uma
espécie de torno, dentro de certo limite ao desferir sobre a extremidade livre uma força F, a
haste apresentará uma flexão y diretamente proporcional à força que foi desferida.

Essa força é explicada pela lei de Hooke, no qual explicita que uma força exercida
sobre o corpo é igual a constante elástica vezes o deslocamento do corpo:

F=K . Δ x

F é a força, k é a constante elástica e Δ x é o deslocamento da haste. No caso


especifico da haste, a flexão é proporcional a força aplicada, assim dentro do limite elástico,
tem:

F=kf . y

F é a força kf é a constante elástica de flexão, que depende do tipo de material e


do formato geométrica da haste escolhida e y é o deslocamento. Para um sistema em
equilíbrio usaremos a segunda lei de Newton:

F=m . a

F é a soma das forças resultantes do sistema, ou seja, a soma vetorial de todas as


forças exercidas sobre um corpo m é a massa do corpo e a é a aceleração, em um sistema em
equilíbrio tem:

F=m . a↦ Fr =F + P=0

F é a força elástica que é igual a ( Kf ¿ e P é a força peso do objeto que é igual a


(mg), que é igual a zero pois o sistema está parado, em equilíbrio.

Em módulos temos que: F = P, ou seja,

Kf =mg

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1.2. Objetivos

Determinar experimentalmente a constante elástica da haste utilizada, a partir de


cálculos feitos por meio de dados disponibilizados em uma tabela e da construção de um
gráfico a partir do programa SciDavis. Além disso, devemos também compararemos o valor
encontrado com constante elástica de hastes feitas com materiais similares.

3. DESENVOLVIMENTO
1.3. Material

Sabendo que o objetivo do experimento era determinar constante elástica da haste


utilizada, para isso foi utilizado os seguintes equipamentos:

 Haste
 Escala de comprimento: Régua milimetrada utilizada para determinar o
comprimento com a precisão de uma ordem de magnitude e paquímetro
utilizado para medir a espessura e largura da haste;
 Pesos: Pesos de massa (mᵢ +/- Δmᵢ);
 Suporte: Porta massa para fixar os pesos na haste para realizar as medições.

1.4. Conduta Experimental

Tendo conhecimento prévio das dimensões da haste (sua largura “l” e sua
espessura “e”) e, após colocado no suporte, o seu comprimento “x” medido da parte “livre” da
haste, que estava fora das placas de madeira utilizadas para suporte, sabendo que este variou
10 mm entre cada medida e sabendo também a massa que foi aplicada igualmente em todas
elas, é possível chegar, por meio de cálculos e o software SciDavis a constante K e ao
módulo de flexão “E” também conhecido como módulo de flexão ou módulo de Young de um
material, baseando-se na lei de Hooke. Foram realizadas nove medidas, variando o
comprimento em cada uma delas e medindo a flexão da haste com a força aplicada na borda
livre desta.

As medidas do comprimento e espessura foram feitas com utilização da régua e do


paquímetro, em laboratório, na primeira prática referente a este assunto para e já analisado o
que possui melhor acurácia e assim, adotado em ambas as situações.

Para encontrar a constante K é baseada na seguinte fórmula, aplicada da seguinte


forma no SciDavis, onde a deformação medida da haste, e “x” o comprimento da haste que

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variou de 100 mm (0,10 m) a 180 mm (0,18 m) a constante e “y” é a deformação que se altera
de acordo com a alteração de “x” no experimento.

y (x )=K . x 3

A incerteza da constante encontrada é fornecida pelo SciDavis, portanto, neste


momento já está definida e não precisa ser calculada novamente.

Para encontrar o módulo de flexão usa-se a constante previamente encontrada com


o seu respectivo valor de incerteza e os dados já coletados, a partir da seguinte fórmula, e
sabemos que F=m . g, e essa força é a que provoca flexão na haste analisada, no caso temos a
força peso.

4 mg
E=
K l ⅇ3

Para o cálculo do módulo de flexão, usou-se medidas feitas em laboratório que


são passíveis de inconsistências vindas de diversas causas, portanto, é necessário calcular a
incerteza combinada para o módulo de flexão, a partir da seguinte fórmula.

√( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2
∂E ∂E ∂E ∂E ∂E
ΔE= ( Δm )2 + ( Δg )2+ ( Δ K )2 + ( Δl )2 + ( Δe )2
∂m ∂g ∂K ∂l ∂e

1.5. Resultados

Depois de concluída a fase de montagem do aparato para ser realizado o


experimento, o próximo passo foi a coleta dos dados necessários para determinarmos um
valor experimental para determinar o módulo de elasticidade 𝐸 de uma haste. Medindo as
dimensões da haste com a régua e com o paquímetro encontramos que:

Medidas da Haste com a régua:

 Espessura “e” = (1,00 +/- 0,5) x 10-3 m


 Largura “l” = (12,00 +/- 0,5) x 10-3 m

Medidas da Haste com a paquímetro:

 Espessura “e” = (0,75 +/- 0,05) x 10-3 m


 Largura “l” = (16,00 +/- 0,05) x 10-3 m

Após analisar a situação foi verificado que o paquímetro é mais confiável que a
régua visto que ele possui uma maior precisão sendo que o paquímetro é ajustado entre dois

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pontos, retirado do local e a medição é lida em sua régua. O nônio é a escala de medição
contida no cursor móvel do paquímetro, que permite uma precisão decimal de leitura através
do alinhamento desta escala com uma medida da régua. Por isso as medidas a seguir irão
utilizar os dados obtidos a partir de medições feitas com o paquímetro com a exceção da
medida de comprimento.

Foram realizadas 8 medições, onde foi analisada a deformação “y” para cada
variação do comprimento “x” da haste. Como os aparelhos disponíveis para o experimento
estavam em milímetros e a massa em gramas, converteu-se as medidas para o sistema
internacional. Com essas medições podemos construir uma tabela com a variação do
comprimento da haste em cada medida e a sua respectiva deformação como mostra a tabela a
seguir:

Comprimento "x" Deformação "y"


Medida −3
( +¿−0,5 ) x 10 m ( +¿−0,5 ) x 10−3 m
1 100 12
2 110 17
3 120 21
4 130 25
5 140 29
6 150 34
7 160 41
8 170 49
9 180 54
Para realizarmos os cálculos usaremos a constante da aceleração e o valor da
massa como mostrado a seguir.

 Massa “m” = (100,00 +/- 0,5) x 10-3 kg


 Gravidade “g” = (9,784 +/- 0,001) m/s².

Após obter os dados da deformação “y” medida experimentalmente, podemos


montar com o comprimento “x” elevado ao cubo e assim plotar o gráfico, com isso temos que:

Comprimento "x³" Deformação "y"


Medida −3
( +¿−0,5 ) x 10 m ( +¿−0,5 ) x 10−3 m
1 1000000 12
2 1331000 17
3 1728000 21
4 2197000 25
5 2744000 29

8
6 3375000 34
7 4096000 41
8 4913000 49
9 5832000 54
Fazendo o gráfico do comprimento “x³” em função da deformação “y” temos o
seguinte gráfico:

Sendo a função do gráfico y = A*x + B

 B (y-intercept) = 0,00523427764779032 +/- 0,000846053779641612


 A (slope) = 8,63064010765311 +/- 0,24837244740163

Comparando a equação da regressão linear y= A∗x + B com a equação física


y ( x )=K∗x ³ , temos que:

y= y ( x )=K∗x ³

então

A=K

x=x ³

Com isso, podemos encontrar o valor da constante k pois B é aproximadamente 0,


com isso:

9
K =A

K =(8,631+¿−0,248)N /m

Por fim, usando os valores obtidos anteriormente da constante “ K ”, da massa


“m”, da gravidade “g”, da largura “l” e espessura “e”, podemos usar o modulo de K
encontrado para definir novamente a flexão “E”.

4F
K=
El ⅇ3

4 mg
E= 3
K lⅇ

Com isso, vamos utilizar o Software Microsoft Excel para determinar o valor de E
e sua respectiva incerteza. Então temos que “E” vale:

E ≈ 6,7175598724 x 10¹⁰ N /m²

Agora podemos encontrar a incerteza de ΔE que é dado pela seguinte formula:

√( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2
∂E ∂E ∂E ∂E ∂E
ΔE= ( Δm )2 + ( Δg )2+ ( Δ K )2 + ( Δl )2 + ( Δe )2
∂m ∂g ∂K ∂l ∂e

√( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2
4g 4m −4 mg −4 mg −12 mg
ΔE= 3
( Δm )2 + 3
( Δg )2+ 2 3 ( Δ K )2+ 3
( Δl )2+ 4
( Δe )2
Kl e Kl e K le Kl ² e Kl e

Com isso temos que “ ΔE ” vale:

ΔE ≈ 1,35788 x 10¹⁰ N /m²

Sendo assim o valor de E +/- ΔE é aproximadamente:

E ≈ 6,718 ± x 1,358 x 1010 N /m ²

Com isso e podemos comparar a flexão “E”, obtida no nosso experimento passado
(1,068 ± 0,231) x 1011 N /m² , com o valor medido nesse novo experimento
(6,718 ± 1,358) x 1010 N / m² , podemos ver que os valores ficaram um pouco discrepantes, é
possível perceber também que o valor chi² é muito alto nesse novo experimento, sendo que

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essa é uma medida de divergência entre a distribuição dos dados e uma distribuição esperada
ou hipotética. Com isso podemos inferir que nesse experimento o valor obtido é menos
assertivo que no experimento anterior onde esse valor chi² é muito pequeno. Isso pode ser
devido a problemas de medições que tivemos em laboratório que serão discutidos na
conclusão. Em relação a comparação ao valor médio da flexão de diferentes tipos de aço (
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1,9 ± 0,2¿ x 10 N /m² , percebemos que nesse novo valor obtido não possui a mesma ordem de
grandeza, mas ainda sim está relativamente próximo do valor, o que aponta uma coerência
dos cálculos. O valor encontrado indica que o módulo de flexão do material da haste é menor
que o do aço, ou seja, o material da haste é mais flexível que o aço como já provado no
experimento anterior.

4. CONCLUSÃO
Com todos os dados obtidos ao utilizar o software SciDavis, chegou-se à uma
incerteza considerável. Ao realizar o experimento, os estudantes notaram que a haste utilizada
já estava deformada, sem qualquer massa associada a ela, além disso, a régua que media o
comprimento da haste não ficava em paralelo, devido à impossibilidade de ser travada em
uma única posição. Ao variar o comprimento da haste, os aparelhos que fixavam ela e a régua
ficavam se mexendo, portanto, uma sugestão para os próximos experimentos seria a
possibilidade de fixar os aparelhos na mesa.

Outro fator que interferiu na confiabilidade do experimento foi a corda em que a


massa foi colocada, pois ela possuía um nó que ficava se movimentando e dependendo da
posição em que ele estava, interferia no quanto a haste deformava.

Além destes problemas experimentais, a grandeza medida dependia de cinco


variáveis, que possuíam suas próprias incertezas, ao combiná-las, mesmo sem as
interferências externas, o valor da incerteza resultante seria significativo.

Apesar dessa incerteza, o resultado obtido foi satisfatório, pois mesmo com a
ordem de grandeza não sendo igual a anterior, que foi mais precisa, o valor é coerente com a
realidade, o que comprova toda a fundamentação teórica da equação de Hooke.

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5. REFERÊNCIAS
CAMPOS, A. A. et al. Física experimental Básica na Universidade. Belo
Horizonte: UFMG, 2018. 2

Halliday, Resnick, Walker: Fundamentos de Física. Volumes 1 e 3, 7a edicão, Ed.


LTC.

APOSTILA DE FISICA EXPERIMENTAL. Disponível em:


<https://www1.univap.br/irapuan/files/Apostila_Fisica_Experimental.pdf>. Acesso em: 25
abril de 2022.

R. A. Serway e J. W. Jewett Jr., Princípios de Física, vol. 1 Mecânica Clássica,

Cengage Learning, 2004.

Wolfgang Bauer, Gary D. Westfall, Helio Dias, Física para Universitários -


Mecânica, McGraw Hill Brasil, 2012

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