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DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Física Experimental I

Resistores Lineares

Gabriela Amorim de Araújo

Iago Manancezzi Silva

Jéssica Fernandes Teixeira

Marcos Domingos

Relatório Experimental apresentado ao curso de


Engenharia de Transportes, do CEFET-MG, na disciplina
Física Experimental I.

Belo Horizonte
Junho 2022
SUMÁRIO
1. RESUMO..........................................................................................................3

2. INTRODUÇÃO................................................................................................3

1.1. Fundamentação Teórica..............................................................................3

1.2. Objetivos.....................................................................................................5

3. DESENVOLVIMENTO...................................................................................5

1.3. Material.......................................................................................................5

1.4. Conduta Experimental................................................................................5

4. RESULTADOS.................................................................................................7

5. CONCLUSÃO................................................................................................13

6. REFERÊNCIAS..............................................................................................14

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1. RESUMO
O experimento realizado no dia 03/06/2022, possuiu o intuito de determinar o
valor da resistência de resistores lineares em circuitos puramente resistivos. Para isso, foi
utilizado um multímetro digital na função ohmímetro e feitas medidas dos valores de corrente
para as diferentes tensões aplicadas. Por fim, o valor da resistência de R 2 encontrado foi
expresso de acordo com uma tabela com os códigos de cores padrão para resistores.

2. INTRODUÇÃO
1.1. Fundamentação Teórica

Inicialmente, é importante citar que a corrente elétrica é definida pelo movimento


ordenado de elétrons e é formada quando a diferença de potencial em um fio condutor
elétrico, e o movimento desses elétrons livres ocorre somente quando há desequilíbrio
eletrostático, que é causado pela diferença de potencial. A intensidade dessa corrente é
definida pela quantidade de elétrons que atravessam a seção transversal do condutor em um
instante.

À medida que a corrente se propaga, os elétrons livres colidem com os átomos do


material em qual está sendo conduzido. Devido a essas colisões, há uma conversão de energia
elétrica em energia térmica e é denominada como efeito Joule. Sendo que quanto menor a
resistência, maior será a passagem da corrente, portanto se a resistência for alta, menor será a
passagem de corrente.

A resistência elétrica pode ser exemplificada quando se aplica uma mesma


corrente elétrica em uma extremidade de barras de mesmas dimensões, mas de materiais
diferentes, os resultados são diferentes por conta da diferença da resistência dessas barras. A
fórmula que define essa grandeza também traduz a primeira lei de Ohm:

V
R=
i

Onde R é a resistência, V é a diferença de potencial e i é a corrente, segundo o


sistema internacional de medidas (SI), essa grandeza é dada na unidade denominada como
Ohm (Ω), V em voltagem (V) e i em Ampere (A). A resistência depende do tipo do material,
da temperatura e das dimensões.

3
V
Quando a relação de se mantém constante para qualquer valor de V, então o
i
elemento em questão obedece a Lei de Ohm e é chamado de resistor linear ou resistor ôhmico.

Existem três possibilidades de associação de resistores: em série, paralelo e mista.


Neste relatório iremos focar nas associações em série e em paralelo, em todos os casos, é
possível representar o conjunto de resistores como um único resistor R.

Ao associar os resistores em série, têm-se que a mesma intensidade de corrente i


irá passar por todos eles, uma vez que não há para onde a corrente ir entre um resistor e o
outro, portanto não há como ela simplesmente sumir ou aumentar de maneira espontânea.
Assim, considerando n resistores, pode-se escrever o R s como a soma de todas n resistências,
portanto:

R s=R1 + R2 +…+ Rn

Esta afirmação é embasada no fato de a ddp (U s) da associação em série ser a


soma das ddps de cada resistor n. Assim, como têm-se que i é o mesmo e Us, considerando:

U =R∗i

Para Us é necessário que R seja a soma de todos n resistores, o que nos leva a
fórmula:

U s=Rs∗i

Já para a associação em paralelo tem que todos os resistores estão sob o mesmo
ddp, pois todos se iniciam no ponto A e terminam no ponto B, como mostra a figura a seguir.
Em contrapartida, a corrente que chega no ponto A deve ser a mesma que sai no ponto B,
como existe a associação em paralelo, essa corrente irá se dividir entre cada um dos n
resistores.

4
Para saber a divisão da corrente, basta considerar que:

U
i=
R

Como têm-se n resistores e U é o mesmo, então pode-se escrever i como:

1 1 1
i=U∗( + + …+ )
R1 R2 Rn

U
Assim se i p= , então para calcular a resistência equivalente neste caso, têm-
Rp
se que:

U 1 1 1 1 1 1 1
=U∗( + +…+ )∴ =( + +…+ )
Rp R 1 R2 Rn Rp R1 R2 Rn

1.2. Objetivos

O experimento buscou determinar o valor da resistência de resistores em circuitos


puramente resistivos, considerando-se a associação em série e em paralelo e avaliando três
métodos diferentes de se determinar a resistência, para analisar qual possui o resultado mais
confiável e preciso. Após esta análise, foi determinado em qual dos códigos de cores a
resistência de R2 se encaixa.

3. DESENVOLVIMENTO
1.3. Material

 Fonte de tensão contínua


 Multímetro digital
 Voltímetro analógico
 Resistor R1 com código de cores
 Resistor R2
 Painel de ligações
 Cabos para conexões
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 Tabela com código de cores

1.4. Conduta Experimental

A princípio recebemos uma breve explicação acerca da utilização dos


instrumentos necessários para esta prática experimental, tais como o método de leitura das
cores em um resistor e sua associação com a tabela de cores que foi disponibilizada no
roteiro; a configuração do multímetro digital com relação à seleção correta da escala para a
medição das resistências e o modo de conexão dos cabos no painel; e também a respeito do
funcionamento do voltímetro, como fazer a ligação correta dos cabos no mesmo e regulá-lo
para obtermos um determinado valor de resistência.

Ainda nos foi dada uma rápida explanação com relação à associação de resistores,
e ao modo de interligação destes, para termos o tipo certo de associação em série ou em
paralelo, bem como as equações para calcularmos os valores das resistências. Também fomos
instruídos sobre a medição exata dos valores das resistências das associações no multímetro
digital e como deve se ler o voltímetro analógico.

Em seguida, recebemos os materiais a serem utilizados no experimento tais como:


fonte de tensão contínua; voltímetro analógico; resistores para a aferição de resistências;
painel de conexão; cabos para a conexão dos resistores ao ohmímetro digital; multímetro
digital, utilizado com o ohmímetro.

Inicialmente foi realizado a comparação das cores presentes no Resistor “R 1” com


as cores da tabela disponibilizada no roteiro, para identificar o tipo e o valor da resistência Ω
do mesmo. Podemos perceber que se trata de um resistor padrão pois, possui faixas coloridas.

No segundo momento foi metido o valor da Resistencia “R 1” diretamente


conectando o resistor ao multímetro na função Ohmímetro, como é mostrado no exemplo pela
Figura 1.

6
Figura 1 - Medindo o Valor da Resistencia Diretamente

Em um terceiro momento foram realizadas 8 medições para se obter o valor da


Tensão “U” e o valor da Corrente “I”, em cada uma delas, aumentou-se a voltagem em 1,2 V,
iniciando em 1,2 V e finalizando em 9,6 V. O mínimo de medições necessárias para se obter
um resultado satisfatório eram 8 de acordo com o foi citado em sala.

Ao iniciar essa parte do experimento os estudantes observaram que a variação


entre a voltagem “V” e a tensão “U” era mínima sendo que em algumas das medições esse
valor era igual, estas condições e os cálculos relacionados serão discutidas no tópico dos
resultados.

Por fim foi feito a montagem do experimento para ser feito a associação dos
resistores em série e em paralelo, primeiro foi feito a montagem dos resistores em serie
colocando os resistores R1 e R2 no painel de conexões, visto que R 1 já tem valor conhecido e
R2 é o valor que queremos determinar. Para isso foi fornecido Voltagem “V” utilizando a
fonte de tensão, ligando os cabos no multímetro na função ohmímetro e no Voltímetro foi
feito a medição da resistência Rs do conjunto. Posteriormente foi realizado semelhantemente
para a montagem em paralelo.

4. RESULTADOS
Este experimento foi realizado de maneira distinta, foi informado aos alunos que o
resistor no qual estavam de posse tem a medida de resistência de 1 kΩ ou 1000 ohms Ω. e
que através de quatro processos de medição seria determinado o que mais se aproxima ao
valor informado.

A primeira medida foi verificada através das cores do resistor que estávamos
em mão

7
O resistor que estávamos em mão era do mesmo modelo ao que acima é
apresentado, assim fazendo uso da tabela de código de cores para resistores de quatro e de
cinco faixas.

1ª faixa (marrom) é o primeiro digito (1)

2ª faixa (preto) é o segundo digito (0)

3ª faixa (vermelho) é o multiplicador (x 100 Ω.)

4ª faixa (dourado) é a tolerância (+- 0,05)

Conclui se que é um resistor padrão de 4 (quatro) faixas com resistência de (1000


+- 0,05) Ω

A segunda medição foi através do uso de um dos equipamentos, o multímetro


digital, e neste equipamento o valor encontrado foi de 0,972 kΩ ou (972 +- 0,1) Ω.

E a terceira medição foi realizada com uso de mais equipamentos, com uma fonte,
um multímetro, um medidor de tensão e um aparato para colocar o resistor, nesta foi
necessário cálculos para determinar a resistência:

A corrente encontrada foi de 5,28 m A ou 0,00528 A e a tensão encontrada foi de


5 volts, assim para calcular a resistência é necessário fazer uso da formula.

V
R=
i

Assim
5V
R=
0,00528 A

R=946,97 Ω

Mas neste caso é necessário determinar a incerteza através do uso de derivadas


parciais

8
( ∂∂ Rv )= 1i
( ∂∂Ri )= −vi²
√( ) ( )
2 2
∂R 2 ∂R
μ R= .(μA) + .(μV )²
∂i ∂V

μR=√ ( 0,18 ) . ( 0,1 ) + ( 1,89,39 ) ². ( 0,01 )


2 2 2

μR=√ 3,59

μR=1,89Ω

Assim a resistência é de R = (946,97 +- 1,89) Ω

A quarta forma de medição utilizada para calcular foi através de uso de vários
valores de tensão de corrente e com o uso destas informações construírem uma equação
linearizada conforme descrito abaixo, para tanto segue a tabela dos valores colhidos no
experimento.

Tabela 1 - Resultados obtidos no experimento

Corrente
Medida Tensão (V) Corrente (mA)
Convertida (A)
1 1,2 1,29 0,00129
2 2,5 2,59 0,00259
3 3,6 3,87 0,00387
4 4,8 5,06 0,00506
5 6 6,36 0,00636
6 7,1 7,55 0,00755
7 8,3 8,82 0,00882
8 9,5 10,12 0,01012
É possível descobrir a resistência do resistor através de dados da tensão e da
corrente, sendo possível realizar um fit com dos dados obtidos nas medições, utilizando o
software SciDavis, pois o valor de A, da função AX+B, é o valor da resistência e o gráfico
obtido é mostrado a seguir.

Figura 1 - Ajuste Linear da Tensão em função da corrente


9
Assim, com os dados obtidos pelo software SciDavis, tem-se que A= 938,26 +/-
4,35 ꭥ.

Após a realização de todas as medições observa se uma pequena diferença entre o


valores medidos, isso se dá ao fato das incertezas relacionadas a cada equipamentos e outras
possíveis influências no experimento que muitas vezes não são mensuráveis, assim o valor
que mais aproxima do valor dado pela professora é de 1000 ꭥ é o da tabela de cores , pois o
valor encontrado na tabela de cores é exatamente o valor informado.

A segunda etapa do experimento é descobrir qual a resistência de um resistor


coberto por uma espécie de cápsula, sendo realizadas medições em série e medições em
paralelos com os mesmos aparelhos já descritos no processo anterior, para tanto usaremos o
valor obtido da terceira medição que foi de R = (946,97 +- 1,89) Ω

Conforme já detalhado no referencial teórico iremos usar as equações de resistores


em série e em paralelo, apesar de no experimento termos realizado a medição em paralelo
primeiro, será apresentado os resultados em série primeiro:

Como uso de todos os aparelhos e os resistores em série, encontramos um valor de


tensão de 3 volts e 2,68mA de corrente ou 0,00268 A, e assim:

3V
R=
0,00268 A

R=1119,40Ω

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Assim:
R s=R1 + R2

1119,40=946,97+ R2

R2=1119,4−946,97

R2=172,44 Ω

Mas como foram usados vários aparelhos é necessário determinar as incertezas


combinadas deste experimento

√( ) ( )
2 2
∂R 2 ∂R
μ R= .(μA) + .(μV )²
∂i ∂V

μR=√ ( 0,42 ) . ( 0,1 ) +(0,33) ² . ( 0,01 )


2 2 2

μR=√0,0018

μR=0,042Ω

Portanto o valor de R₂ = (172,44 +- 0,042)Ω

Já no experimento realizado com os resistores em paralelos os dados obtidos


foram os seguintes, uma tensão no valor 3 volts e 19,14mA de corrente ou 0,01914 A.

3V
R=
0,01914 A

R=153,74 Ω

Assim:

1 1 1
= +
R p R1 R2

1 1 1
= +
153,74 946,97 R2

1 1 1
− =
153,74 946,97 R2

R2=187,83 Ω

Nesta experiência também foi calculado a incerteza

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μ R=
√( ∂i )
∂R 2
.(μA)2 +
∂V ( )
∂R 2
.(μV )²

μR=√( 0,0082 ) . ( 0,1 ) + ( 0,33 ) ² . ( 0,01 )


2 2 2

μR=√0,00012

μR=0,0034 Ω

Portanto o valor de R₂ = (187,33 +- 0,0034)Ω.

Por fim para identificarmos as cores e modelo do resistor determinou se que


faremos uma média entre os três valores, o que foi encontrado em série, o que foi encontrado
em paralelo e o medido no multímetro.

187,33+ 172,44+198,91
=186,39 Ω
3

Se consideremos o resistor como um resistor padrão de 4 cores o mesmo


apresentaria a seguinte configuração:

1ª faixa (marrom) é o primeiro digito (1)

2ª faixa (branco) é o segundo digito (9)

3ª faixa (marrom) é o multiplicador (x 10 Ω.)

4ª faixa (dourado) é a tolerância ( +- 0,05)

Nestas configurações seria 19 x 10 Ω = 191 Ω, mas como tem tolerância de 5% e


assim 5% para baixo de 191 Ω é 181,45 Ω.

Apesar de não ser solicitado se considerarmos com o resistor é um resistor de precisão


de 5 faixas teria a seguinte configuração

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1ª faixa (marrom) é o primeiro digito (1)

2ª faixa (cinza) é o segundo digito (8)

3ª faixa (azul) é o terceiro digito (6.)

4ª faixa (preto) é o multiplicador (x 1 Ω.)

5ª faixa (dourado) é a tolerância (+- 0,05)

5. CONCLUSÃO
Após realizar análise podemos concluir que em termos práticos, ainda não é
possível alcançar experimentalmente os mesmos resultados do que os fornecidos pelo
produto, e isto ocorrerá por uma série de fatores. Podemos citar falta da calibração do
instrumento, erro humano o por constante aproximação dos valores e entre outros que serão
discutidos.

Resistências possuem a capacidade física de se opor a passagem de corrente


elétrica independente da diferença de potencial que seja fornecida pela fonte, o valor dessa
resistência representa o quanto um certo material resiste a passagem de cargas nele o seu valor
varia e a sua determinação é feita pelo fornecedor, mas caso desconhecida pode ser observada
de diversos modos assim como realizado experimentalmente no laboratório.

Na resistência 1 foi possível determinar pelo código de cores (P1), medida direta
no multímetro (P2), voltagem e corrente (P3) e a partir de diversas medidas entre a voltagem e
a corrente (P4), que resultou em um gráfico linear que permite observar que se trata de um
dispositivo ôhmico. E assim, é passível de comparação dos valores encontrados com o de
referência fornecido podemos encontrar o desvio padrão. Para o cálculo do desvio foi
utilizada a seguinte fórmula, que compara de acordo com o valor de referência que foi

fornecido em sala: ∆ %= ( Rref )


Rexp−R ref
× 100 %

Valor experimental Valor de Desvio


Medidas
(Ω) referência (Ω) Padrão (%)
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P1 1.000,00 1.000,00 0,00%

P2 972 1.000,00 -2,80%

P3 946,97 1.000,00 -5,30%

P4 938,26 1.000,00 -6,17%

Podemos, portanto, observar que as medidas que foram realizadas em métodos


que o é em circuito, portanto possuem maior número de conexões há também menor precisão
no resultado.

A resistência 2 não era possível ver suas cores, mas foi possível aproximar do
valor de sua resistência de três formas sendo elas medida direta no multímetro, medida dela
em um circuito em série e em um em paralelo, sendo assim, possível qual seria o código de
cores presente nela, portanto, por conhecimento sobre a dispersão que ocorre comparado com
o valor real da resistência, portanto, podemos constatar que o código de cores encontrado
pode sofrer alterações quanto ao real valor da resistência.

6. REFERÊNCIAS
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de
física volume 3. 10. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2016. 812 p. Tradução de: Ronaldo Sérgio de
Biasi.

RAMALHO, J. e Org. Os Fundamentos da Física: Vol 3 – Eletricidade – 3°


Ano. São Paulo, Moderna – 9ª ed – 2007

CAMPOS, A. A. et al. Física experimental Básica na Universidade. Belo


Horizonte: UFMG, 2018. 2

APOSTILA DE FISICA EXPERIMENTAL. Disponível em:


<https://www1.univap.br/irapuan/files/Apostila_Fisica_Experimental.pdf>. Acesso em: 25
abril de 2022.

VUOLO, José Henrique. Fundamentos da Teoria de Erros. Edgard Blücher, 2ª


edição, 1996.

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